DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL
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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA A PSICOMOTRICIDADE NO DESENVOLVIMENTO ESCOLAR SOB O OLHAR DE UM PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA Por: Christian Vicente Laranjeiras Orientadora Professora Me Fátima Alves DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL Rio de Janeiro 2017
2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA A PSICOMOTRICIDADE NO DESENVOLVIMENTO ESCOLAR SOB O OLHAR DE UM PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Psicomotricidade. Por: Christian Vicente Laranjeiras Rio de Janeiro 2017
3 AGRADECIMENTO Agradeço primeiramente a Deus e segundo minha família que entenderam meus momentos dificuldades e me deram força para continuar.
4 DEDICATÓRIA Aos meus pais José Augusto e Margarida Vicente, pelo amor e incentivo em todos os momentos, A meu irmão pelo companheirismo e apoio, carinhosamente dedico este trabalho.
5 RESUMO Este trabalho visa investigar como a psicomotricidade auxilia no desenvolvimento escolar do aluno sob o olhar de um professor de educação física. Os profissionais dessa área precisam lidar com alunos com problemas de desenvolvimento cognitivo, afetivo e motor, sendo de suma importância os mesmos possuírem a formação e conhecimentos sobre a psicomotricidade. Desta forma, o autor abordará neste estudo de que forma a psicomotricidade contribui para o desenvolvimento escolar dos alunos do ensino fundamental, através da observação de suas aulas de educação física e efeito que o emprego da psicomotricidade surte no processo de ensino-aprendizagem dos alunos. Essa pesquisa é de grande relevância para uma percepção mais clara do emprego da teoria sobre a psicomotricidade na prática, já que o objeto de estudo serão as aulas de educação físicas oferecidas pelo autor a alunos do ensino fundamental 1 (1º ao 5º ano).
6 METODOLOGIA O procedimento metodológico será desenvolvido através da pesquisa ação, a qual possibilitará a apuração da prática do autor de forma crítica e reflexiva. De acordo com Severino (2007), ao mesmo tempo em que gera um diagnóstico e a análise de certa situação, a pesquisa-ação indica aos sujeitos envolvidos mudanças que levem a um melhoramento das práticas analisadas. O mesmo investigará de que forma a psicomotricidade contribui para o desenvolvimento escolar dos alunos do ensino fundamental, através da observação de suas aulas de educação física e efeito que o emprego da psicomotricidade surte no processo de ensino-aprendizagem dos alunos. O autor também utilizará da pesquisa bibliográfica para a identificação e análise de fontes, tendo como finalidade colocar-se em contato com o que já foi produzido sobre o tema de sua pesquisa. Para isso, fará o uso de livros como: Psicomotricidade- Corpo, Ação e Emoção, Psicomotricidade- Da educação infantil à gerontologia. Teoria e Prática e artigos como A importância da psicomotricidade na educação infantil, A importância da psicomotricidade na escola e seus benefícios e A importância e a aplicabilidade da psicomotricidade na área da educação.
7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I A importância da psicomotricidade no desenvolvimento das aulas de educação física escolar 10 CAPÍTULO II A psicomotricidade e o desenvolvimento dos processos cognitivos, afetivos e motor dos alunos 16 CAPÍTULO III Aulas práticas de educação física do ensino fundamental I e os objetivos alcançados sob o olhar do professor 24 CONCLUSÃO 33 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 35 WEBGRAFIA 37 ÍNDICE 38
8 8 INTRODUÇÃO A presente monografia é requisito parcial para a aprovação no curso de Pós-Graduação em Psicomotricidade e tem como tema a Psicomotricidade na escola e a Educação Física. A quantidade de crianças deficientes ou com dificuldades psicomotoras é muito grande nas escolas, e os profissionais de educação física precisam lidar com este fato no cotidiano. Portanto, é de grande importância uma qualificação que os auxilie e capacite para o trabalho com tais alunos. Essa pesquisa torna-se essencial para uma percepção mais clara do emprego da teoria sobre a psicomotricidade na prática, visto que o objeto de estudo serão as aulas de educação físicas oferecidas pelo autor a alunos do Ensino Fundamental 1 (1º ao 5º ano). Sendo assim, esse estudo tem como principal objetivo investigar como a psicomotricidade auxilia no desenvolvimento escolar do aluno sob o olhar de um professor de educação física. O autor apresenta como hipótese que a psicomotricidade é de suma importância para a evolução da criança, já que engloba diferentes aspectos do desenvolvimento humano, como cognitivo, afetivo e motor. Sendo assim, é uma ação intencional que permite o desenvolvimento total das habilidades do indivíduo. O procedimento metodológico será desenvolvido através da pesquisa ação, a qual possibilitará a apuração da prática do autor de forma crítica e reflexiva. De acordo com Severino (2007), ao mesmo tempo em que gera um diagnóstico e a análise de certa situação, a pesquisa-ação indica aos sujeitos envolvidos mudanças que levem a um melhoramento das práticas analisadas. O mesmo investigará de que forma a psicomotricidade contribui para o desenvolvimento escolar dos alunos do ensino fundamental, através da observação de suas aulas de educação física e efeito que o emprego da psicomotricidade surte no processo de ensino-aprendizagem dos alunos.
9 9 O autor também utilizará da pesquisa bibliográfica para a identificação e análise de fontes, tendo como finalidade colocar-se em contato com o que já foi produzido sobre o tema de sua pesquisa. O objeto de estudo desta pesquisa serão as aulas de educação físicas oferecidas pelo autor a alunos do Ensino Fundamental 1 (1º ao 5º ano), observando-se, através das mesmas, como a psicomotricidade desempenha um papel fundamental no desenvolvimento psicomotor das crianças. O mesmo estudo será realizado em uma escola da rede privada do Rio de Janeiro. Para tal, o autor não citará de forma direta a escola e os alunos, não havendo a necessidade de nomeação ou autorização prévia dos mesmos. Para isso, fará o uso de livros como: Psicomotricidade- Corpo, Ação e Emoção, Psicomotricidade Da educação infantil à gerontologia. Teoria e Prática e artigos como A importância da psicomotricidade na educação infantil, A importância da psicomotricidade na escola e seus benefícios e A importância e a aplicabilidade da psicomotricidade na área da educação. A pesquisa a seguir será abordada da seguinte maneira: dividida em três capítulos, sendo o primeiro sobre a importância da psicomotricidade no desenvolvimento das aulas de educação física escolar; o segundo capítulo será sobre a psicomotricidade e o desenvolvimento dos processos cognitivos, afetivos e motor dos alunos.
10 10 CAPÍTULO I A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NO DESENVOLVIMENTO DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR A Psicomotricidade enquanto ciência é definida por Müstschele (1996, p 32), como: [...] é a educação do homem pelo movimento. Etimologicamente temos; psique: mente. Motricidade é a propriedade que possuem certas células nervosas de determinar a contração muscular. A psicomotricidade é o desenvolvimento do comportamento da criança. Assim, a Psicomotricidade pode ser entendida como a interação entre o psiquismo e motricidade, englobando o desenvolvimento intelectual, social e emocional do indivíduo. Segundo ALVES (2012) a motricidade pode ser definida como resultado da ação do sistema nervoso sobre a musculatura, como reposta à estimulação sensorial. No que diz respeito ao psiquismo, a autora o considera como o conjunto de sensações, percepções, imagens, pensamentos, afeto etc. Dessa maneira, segundo FONSECA (2010), a Psicomotricidade é compreendida como um suporte corpóreo das funções mentais, fonte provedora da identidade singular e plural do indivíduo. A Psicomotricidade envolve o estudo de diversas habilidades as quais se pode citar: esquema e imagem corporal, coordenação global, equilíbrio, dominância lateral, orientação espacial, orientação temporal, percepção, limite, comunicação e expressão, corporeidade, afetividade, agressividade, postura, tônus, respiração e relaxação. Por isso, ela é um conceito multidisciplinar, que envolve diversas áreas de estudo, experiências e contextos, incluindo a educação. A estimulação psicomotora viabiliza a exploração do entorno da criança, sendo essa normal ou com necessidades especiais, onde ela utilizará o corpo como instrumento exploratório do contexto onde está inserida. Nesse processo
11 11 ocorre a interação do indivíduo com o mundo através das funções afetivas, relacionais, linguísticas e cognitivas. O psicomotor pode ser compreendido como expõe Gonçalves (2010, p.85): Entende-se psicomotricidade como uma ciência que se estuda o indivíduo por meio do seu movimento; movimento esse que exprime, em sua ação, aspectos motores, afetivos e cognitivos, e que é resultado da relação do sujeito com seu meio social. O movimento psicomotor está carregado de intenção, pois é resultado de uma ação planejada (psico) voltada a um fim determinado. A aprendizagem é consequência da estimulação do ambiente sobre o indivíduo, que se manifesta, diante de uma situação-problema, perante a forma de uma mudança de comportamento decorrido da experiência. A construção do conhecimento depende das ações sensório-motoras que, coordenadas, impulsionam, organizam e estruturam o sistema nervoso do corpo do humano (THOMPSON, 2000). A Psicomotricidade pode contribuir para a aprendizagem segundo Gonçalves (2010, p. 116 e 117): Melhorar a organização dinâmica; respostas motoras mais ajustadas; repostas e escolhas mais rápidas aos estímulos; economia e libertação do gesto; [...] aperfeiçoar a ritmicidade; desenvolver a adaptabilidade; manter as integridades sensoriais; [...] propiciar a resolução de problemas, levando às crianças a formular suas próprias hipóteses; [...] estimular a organização e a ordem ligadas a rotina diária; [...] promover o ajustamento da criança as várias solicitações das competências escolares, levando-a a experimentar o conhecimento a partir do seu corpo, transferindo-o, então, para fora dele. Referindo-se à aprendizagem, a Psicomotricidade é essencial para o reforço dos sentidos dos indivíduos, dos seus canais receptivos e seus aspectos pessoais. Segundo ALVES (2012), o desenvolvimento evolui do geral para o específico e quando uma criança tem dificuldades de aprendizagem, a fonte do problema, geralmente, está no nível das bases de desenvolvimento psicomotor.
12 12 O processo maturacional domina o desenvolvimento da inteligência a das condutas de aprendizagem. Algumas crianças apresentam atrasos e deixam tudo cair, esbarram em coisas, são desorganizadas espacialmente etc. Muitas escolas ignoram a Psicomotricidade tanto na educação infantil quanto no ensino Fundamental, preocupando-se somente com a leitura e escrita. Muitos professores não sabem como solucionar as dificuldades de aprendizagens de certos alunos, sendo que muitas dessas dificuldades poderiam ser resolvidas no ambiente escolar. Daí a necessidade e importância em ter professores especializados em Psicomotricidade nas escolas, incluindo os professores de educação física. A Psicomotricidade proporciona a esses alunos, chances de desenvolver capacidades básicas, amplificando seu potencial motor, utilizando o movimento para alcançar aquisições mais elaboradas etc. A Educação Psicomotora nas escolas objetiva desenvolver corretamente perante a aprendizagem de caráter preventivo do desenvolvimento integral do aluno nas várias fases do crescimento (ALVES, 2012). O papel do professor deve ser o de facilitador do desenvolvimento da capacidade de aprender, fornecendo situações e estímulos de diversas espécies, possibilitando experiências que utilizem o corpo inteiro. É inegável que o exercício físico é muito necessário para o desenvolvimento mental, corporal e emocional do ser humano e em especial da criança. O exercício físico estimula a respiração, a circulação, o aparelho excretor, além de fortalecer os ossos, os músculos a aumentar a capacidade física geral, dando ao corpo um pleno desenvolvimento (ALVES, 2012, p. 154). É de suma importância que o profissional de Educação Física proporcione ao aluno várias situações para que se atinja um grau de conhecimento das suas habilidades motoras e diversas experiências sobre o seu corpo. A
13 13 Educação Física trabalha com inúmeras qualidades físicas que segundo TUBINO (1979), estão estreitamente relacionadas à ação motora, são elas: Velocidade de deslocamento, de reação, de membros. Força dinâmica, estática, explosiva. Equilíbrio dinâmico, estático, recuperado. Coordenação. Ritmo. Agilidade. Resistência aeróbica, anaeróbica, muscular localizada. Flexibilidade. Descontração total, diferencial. Tais qualidades físicas devem estar presentes e inseridas nos planos de curso, pontos importantes para a prática da Educação Física. Segundo LE BOULCH (1982) a Educação Psicomotora surgiu pela deficiência da Educação Física em corresponder às exigências verdadeiras do corpo. A Educação Psicomotora na Educação física tem como objetivo trabalhar com crianças no começo das suas descobertas espaciais, corporais, na interação com o meio ambiente. Ela visa aprimorar e proporcionar o sujeito ao movimento, dando-lhe consciência sobre o próprio corpo; esquema corporal; domínio do equilíbrio; elaboração e controle das coordenações global e parcial; esquematização das estruturas espaçotemporal; melhoria das possibilidades de adaptação ao ambiente; estruturação das percepções (SANTOS, 2000). As funções psicomotoras são: 1. Esquema corporal. 2. Tônus da postura. 3. Dissociação de movimentos. 4. Coordenação. 5. Motricidade fina.
14 14 6. Estruturação e organização espacial. 7. Estruturação e organização temporal. 8. Ritmo. 9. Lateralidade. 10. Equilíbrio. 11. Discriminação visual e auditiva. 12. Comunicação. 13. Relaxamento total e diferencial. A Psicomotricidade não deve ter como objetivo apenas ações que utilizam meios para normalizar e melhorar o comportamento do ser humano, mas também de colocar o corpo e a motricidade como pilar do comportamento e evolução humana. Existe uma grande valorização do cognitivo, do intelecto na aprendizagem, além do paralelismo psicomotor. A Psicomotricidade deve romper com esses paradigmas, pois o corpo e a mente estão interligados e fazem parte da totalidade psicossomática do ser humano. O desenvolvimento pessoal e social do indivíduo está atrelado à interação do corpo, cérebro e outros ecossistemas. A Psicomotricidade e suas dimensões (cognitiva, afetiva e motora) é essencial para a evolução completa do ser humano, e por isso torna-se interesse para diversas profissões da educação, da reeducação e da reabilitação. De acordo com Fonseca (2010, p.6): A psicomotricidade não se pode preocupar apenas com a reaprendizagem motora em si, mas sim, com a totalidade do processo de reaprendizagem, de redesenvolvimento, de modificabilidade e de interação e contextualização das suas funções receptivas (gnósicas), integrativas (representacionais e elaborativas) e expressivas (práxicas). O desenvolvimento é contínuo durante a vida do ser humano, sendo as fases do desenvolvimento comuns a todas as crianças. Porém, fatores como mobilidades físicas, meio em que se vive, ambiente familiar e as diferentes maneiras de ser, as tornam singulares. O corpo e a motricidade são
15 15 ferramentas de ação e interação do indivíduo e transformação do meio, além de serem instrumentos de comunicação e aprendizagem. O estudo da Psicomotricidade nas suas diversas facetas por profissionais de diversas áreas tem enriquecido os conhecimentos acerca da mesma. É essencial que os profissionais criem recursos e características próprias de novas abordagens que permitam o alcance dos objetivos da Psicomotricidade, assim como o profissional de Educação Física.
16 16 CAPÍTULO II A PSICOMOTRICIDADE E O DESENVOLVIMENTO DOS PROCESSOS COGNITIVOS, AFETIVOS E MOTOR DOS ALUNOS A aprendizagem é um processo continuado que se desenvolve durante toda a vida, e o desenvolvimento geral do indivíduo é o resultado da soma entre as potencialidades genéticas e aquelas aprendidas na vida. A aprendizagem está diretamente ligada com o desenvolvimento cognitivo, através da interação do sujeito com o meio e do processamento dos estímulos envolvidos. O processo maturacional controla o desenvolvimento da inteligência e dos modos da aprendizagem. PIAGET define a conduta inteligente tanto como uma maneira de adaptação biológica ao meio quanto uma adequação dos meios na procura de um equilíbrio harmonioso entre os objetos, os problemas ambientais e as ações mentais da criança. WALLON (1995) defende que o desenvolvimento do sujeito engloba os aspectos da afetividade, motricidade e inteligência. A criança nasce com competência orgânica que lhe propicia determinados recursos, porém é o meio que lhe possibilita desenvolver potencialidades. Segundo o autor: Os únicos atos úteis que a criança pode fazer consistem no fato de, pelos seus gritos, pelas suas atitudes, pelas suas gesticulações, chamar a mãe em seu auxílio. (...) Portanto, os primeiros gestos (...) não são gestos que lhe permitirão apropriar-se dos objetos do mundo exterior ou evitá-los, são gestos dirigidos às pessoas, de expressão. (p. 201). As fases de desenvolvimento cognitivo segundo Piaget: Sensório motor ou prático (0 2 anos): a criança conhece o mundo através das ações que ela exerce sobre determinados objetos e observa a reação destes. As ações são reflexos ou manipulações.
17 17 Pré-operatório ou intuitivo (2 6 anos): aparecimento da linguagem que representa imagens e objetos. O pensamento é intuitivo e egocêntrico. Operatório-concreto (7 11 anos): ainda necessita do concreto para fazer a abstração de seu pensamento. Operacional-formal ou abstrato (11 anos): A operação se realiza através da linguagem. O raciocínio acontece com o levantamento de hipóteses e possíveis soluções. Segundo Piaget, o conhecimento está na interação do indivíduo com o objeto. Na maneira em que o sujeito interage desenvolve sua capacidade de conhecer e ao mesmo tempo, constrói o próprio conhecimento. Segundo Vygotsky (1991), a aprendizagem e o desenvolvimento estão inter-relacionados desde o nascimento. O sujeito se apodera das formas culturais existentes e, a partir daí, internaliza e cria novos conceitos e possibilidades de desenvolvimento. Segundo ele, esta interação se efetiva através da ZDP - (Zona de Desenvolvimento Proximal): distância entre o nível de desenvolvimento real, estabelecido pela capacidade de resolver um problema sem ajuda, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através de resolução de um problema perante orientação de um adulto. Isso significa que é através das informações obtidas, que o sujeito tem a capacidade de aprender, mas ainda não concluiu o processo, conhecimentos fora de seu alcance atual, mas potencialmente atingíveis. As funções psicomotoras citadas no capítulo anterior, são importantes no desenvolvimento infantil que influenciam posteriormente na maturidade escolar. São elas:
18 18 Esquema Corporal O esquema corporal pode ser considerado como uma intuição de conjunto ou um conhecimento imediato que temos do nosso próprio corpo seja em posição estática ou em movimento, em relação às diversas partes entre si e, sobretudo, nas relações com o espaço e os objetos que o circundam. (LE BOULCH, apud ALVES, 2012, p. 54). Após o sujeito descobrir, utilizar e controlar o corpo, o esquema corporal é estruturado e o mesmo passa a ter consciência dele e suas capacidades, na interação com o meio ambiente em que vive. Experimentar estímulos sensoriais, para diferenciar as partes do próprio corpo e por em pratica um controle sobre elas, requer: Percepção do corpo; O equilíbrio; A lateralidade; A independência dos membros em relação ao tronco e entre si; O controle muscular; O controle da respiração; Etapas do esquema corporal proposta por LE BOULCH 1ª etapa: corpo vivido (até 3 anos de idade) Corresponde à fase de inteligência sensória motora de Piaget. O bebê sente o meio ambiente como fazendo parte dele mesma. À medida que cresce, com um maior amadurecimento de seu sistema nervoso, vai ampliando suas experiências e passa, pouco a pouco a diferenciar de seu meio ambiente. Nesse período a criança tem uma necessidade muito grande de movimentação e através desta vai enriquecendo a experiência subjetiva de seu corpo e ampliando a sua experiência motora. Suas atividades iniciais são espontâneas.
19 19 2ª Etapa: corpo percebido ou descoberto (3 a 7 anos) Corresponde à organização do esquema corporal devido à maturação da função de interiorização que é definida como a possibilidade de deslocar sua atenção do meio ambiente para seu próprio corpo a fim de levar à tomada de consciência. A função de interiorização permite a passagem do ajustamento espontâneo, a um ajustamento controlado que, propicia um maior domínio do corpo, culminando em uma maior dissociação dos movimentos voluntários. A criança com isso, passa a aperfeiçoar e refinar seus movimentos adquirindo uma maior coordenação dentro de um espaço e tempo determinado. Descobre sua dominância e com ela seu eixo corporal. O corpo passa a ser um ponto de referência para se situar e situar os objetos em seu espaço e tempo. Neste momento assimila conceitos como embaixo, acima, direita, esquerda e adquire também noções temporais como a duração dos intervalos de tempo e de ordem e sucessão, isto é, primeiro e ultimo. No final dessa fase, a criança pode ser caracterizada como pré-operatória, porque está submetida à percepção num espaço em parte representado, mas ainda centralizado sobre o próprio corpo. 3ª Etapa: corpo representado (7 a 12 anos) Nesta etapa observa-se a estruturação do esquema corporal. No início desta fase a representação mental da imagem do corpo consiste numa simples imagem reprodutora e é uma imagem de corpo estática. A criança só dispõe de uma imagem mental do corpo em movimento a partir de 10/12 anos, significando que atingiu uma representação mental de uma sucessão motora, com a introdução do fator temporal.
20 20 Sua imagem do corpo passa a ser antecipatória, e não mais somente reprodutora revelando um verdadeiro trabalho mental devido à evolução das funções cognitivas correspondentes ao estágio preconizado por Piaget de operações concretas. Os pontos de referência não estão mais centrados no corpo próprio, mas são exteriores ao sujeito, podendo ele mesmo criar os pontos de referência que irão orientá-lo. A imagem corporal está associada aos sentimentos do sujeito no que se refere à estrutura do seu corpo e o desenvolvimento do esquema corporal é a representação que cada indivíduo tem com seu corpo. A imagem corporal da criança passa por várias fases e períodos de maturação. A criança compreende a manipulação do seu corpo a partir de dados sensoriais múltiplos proprioceptivos, exteroceptivos e interceptivos. Segundo Thompson (2000, p.49): Todas as experiências da criança prazer, a dor, o sucesso, o fracasso são sempre vividos corporalmente. Se acrescentarmos valores sociais, que o meio dá ao corpo, este termina por ser investido de significações, de sentimentos e de valores particulares absolutamente pessoais. O desenvolvimento e a organização da personalidade são, então, um aspecto dessas comunicações indivíduo-mundo. Tônus da Postura Tônus pode ser definido como um estado de tensão fixo dos músculos, oscilante em sua intensidade, que segue as várias ações sinérgicas ou sincinéticas, que a reforçam ou coíbem e tem por papel o ajuste das posturas. Divide-se em três categorias, que se conectam uma na outra, dependendo de diferentes centros nervosos: 1. Tônus residual ou tônus de repouso: é aquele que está sempre presente nos músculos e que fixa nossos segmentos;
21 21 2. Tônus de postura ou tônus de atitude: é a atitude que manifesta o sistema muscular, notoriamente os extensores, para permitir ao corpo resistir à ação constante da gravidade; 3. Tônus de sustentação ou tônus de força: acompanha as contrações estáticas voluntárias, e é em parte responsável pela força muscular. O equilíbrio ou desequilíbrio do tônus muscular, suas mudanças ou seus impedimentos irão transparecer a maneira de ser da criança, suas emoções, suas vivências psíquicas, além de participar como membro na comunicação não verbal. Coordenação Ela engloba atividades que incluem duas ou mais capacidades e padrões motores. O desenvolvimento de todas as habilidades perceptivas é fundamental para o progresso das potencialidades do sujeito na aprendizagem cognitiva, psicomotora e afetiva. Ter consciência do corpo é ato necessário para efetuação e controle de movimentos precisos que serão executados. A coordenação geral pode ser estática ou dinâmica. Existem cinco tipos de coordenação motora: 1. Coordenação Motora Fina 2. Coordenação Motora Ampla 3. Coordenação Visório-Motora 4. Coordenação Audiomotora 5. Coordenação Facial
22 22 Equilíbrio É o conjunto de aptidões estáticas e dinâmicas. O equilíbrio é a sustentação de toda coordenação geral, da mesma forma para toda ação diferenciada dos membros superiores. Ele pode ser de dois tipos: 1- Estático O equilíbrio estático é mais difícil e abstrato, exigindo muita concentração. São movimentos não locomotores, como por exemplo, ficar em pé, apenas com a ponta dos pés tocando o solo, com elevação dos calcanhares e os pés unidos. 2- Dinâmico O equilíbrio dinâmico está relacionado às funções tônico-motoras, com membros e os órgãos, tanto sensoriais quanto motores. São movimentos locomotores, como, por exemplo, o andar em marcha normal sobre uma linha pré-delimitada. Lateralidade A lateralidade é a capacidade que o ser humano possui de utilizar preferencialmente mais um lado do corpo que o outro em três níveis: mão, olho e pé. Isto significa que existe um predomínio motor, ou melhor, uma dominância de um dos lados (OLIVEIRA, 2002). O lado dominante apresenta maior força muscular, mais precisão e mais rapidez. É ele que inicia e executa a ação principal. O outro lado auxilia esta ação e é igualmente importante. Na realidade os dois não funcionam isoladamente, mas de forma complementar. Os termos lateralidade e dominância cerebral se aplicam, geralmente, para apontar as condições de:
23 23 Destro Quando existe um predomínio claro do lado direito na utilização dos membros e dos órgãos. Sinistro ou canhoto Quando o referido predomínio se faz presente do lado esquerdo. Ambidestro Quando não existe um predomínio claro estabelecido e usa indiscretamente os dois lados. Isto significa que o indivíduo pode possuir uma condição de lateralidade cruzada, que se manifesta, por exemplo, em olho dominante direito e mão dominante esquerda, ou vice-versa. A lateralidade é indispensável no desenvolvimento da criança, já que influencia na ideia que a criança tem de si mesma, na elaboração do seu esquema corporal, na percepção da simetria de seu corpo, contribuindo para determinar a estrutura espacial. Para um bom desenvolvimento das capacidades motoras, é necessário perceber alguns indícios que podem mostrar deficiências perceptivo-motoras: 1. Falta de habilidade para as atividades cotidianas; 2. Falta de vontade de participar de jogos; 3. Falta de predominância lateral; 4. Dificuldade em associar símbolos e formas; 5. Constante desconcentração; 6. Dificuldades em interpretar direções laterais; 7. Incapacidade de citar nominalmente partes do corpo; 8. Dificuldade em colorir símbolos grandes; 9. Incapacidade de reproduzir corretamente letras, números e símbolos.
24 24 CAPÍTULO III AULAS PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL I E OS OBJETIVOS ALCANÇADOS SOB O OLHAR DO PROFESSOR Essa parte da pesquisa possibilitou o inicio de uma investigação acerca da importância da Psicomotricidade do processo ensino- aprendizagem de alunos do Ensino Fundamental I nas aulas de Educação Física. O autor é professor de tal disciplina numa escola privada no Rio de Janeiro, e passou a aplicar os conhecimentos da Psicomotricidade após o inicio de seus estudos. O autor observou durante as aulas se houveram melhorias no desempenho de seus alunos, e se os principais objetivos traçados por ele foram alcançados, são eles: Conhecer seus limites e possibilidades das capacidades físicas de cada aluno, ampliando seu repertório motor; Analisar e refletir sobre os objetivos alcançados dos alunos e sobre o corpo em movimento; Respeitar a individualidade biológica de cada indivíduo; Melhorar a interação entre os alunos, a capacidade de trabalhar em grupo e a organização; Trabalhar a lateralidade; Desenvolver os aspectos cognitivos, afetivo, social e motor; Aprimorar noções de espaço; Melhorar a percepção; Evitar exclusão; Melhorar a autoestima; Responsabilidade; Perceber as valências físicas alcançadas como:
25 25 1- Força 2- Ritmo 3- Equilíbrio 4- Agilidade 5- Coordenação motora fina e grossa 6- Flexibilidade 7- Equilíbrio 8- Velocidade 9- Resistência 10- Agachar As aulas de Educação Física do Ensino Fundamental I são realizadas uma vez na semana, por cerca de 40 minutos em quadra esportiva. As aulas são divididas em 3 etapas: Parte inicial: aquecimento, exemplo: pique corrente; Parte principal: atividade proposta, exemplo: circuito psicomotor; Parte final: volta à calma, exemplo: as crianças cantam em circulo de mãos dadas a música a canoa virou, fazendo os gestos no ritmo da música. são: As atividades desenvolvidas nas aulas que utilizam a Psicomotricidade Circuito psicomotor com vendas; Circuito sensorial; Corrida com obstáculos: cones, bolas, bombolê; Corrida de revezamento; Arremesso de peso, adaptado com bola de basquete; Amarelinha; Coelhinho na toca; Boliche adaptado;
26 26 Pular cordas; Caça ao tesouro; Passa arco; Meus pintinhos venham cá; Vôlei sentado; Pique corrente; Pique gelo; Pique pega; Pique bandeirinha; Pique parede; Pique linha; Imagem e ação; Alongamento. OBSERVAÇÃO DAS AULAS E OS RESULTADOS A primeira impressão do autor ao dar início às aulas no começo do ano letivo foi a de muitas dificuldades por parte dos alunos em: ouvir; desenvolver; repetir; ter noção de espaço; controlar e ter noção do corpo em movimento; fazer os movimentos da maneira correta; se manter de pé por falta de coordenação motora; se equilibrar equilíbrio; diferenciar o que era direita ou esquerda; evitar choque com a parede ou outro colega; O trabalho da Psicomotricidade juntamente com a Educação Física tem melhorado bastante o ambiente escolar e o desenvolvimento das aulas. Com o
27 27 passar das aulas a melhora foi notória, os alunos começaram a desenvolver seus aspectos cognitivos e motor, e tais acidentes que aconteciam, diminuíram bastante. Em relação ao aspecto afetivo, existiam muitas crianças que se sentiam rejeitadas, as quais não desenvolviam trabalho em grupo e a era enorme a dificuldade de interação. Esse quadro também foi mudando, na medida em que durante os dois primeiros bimestres do ano, elas já conseguem desenvolver as atividades com as outras crianças. Além disso, a convivência com os colegas e o professor também mudou, fato que permite os alunos deixem os problemas que trazem de casa para escola de lado. Muitas valências físicas foram aprimoradas, como: Equilíbrio; Ritmo; Agilidade; Força; Concentração; Resistência. De acordo com VAYER E PICQ (1988), no âmbito psicomotor, seus objetivos estão vinculados ao desenvolvimento das habilidades a seguir: Consciência do próprio corpo: É a partir da evolução do movimento que a criança toma consciência do próprio corpo, explorando o meio e tudo que a cerca, é por intermédio da ação que se alcança o domínio do corpo e a sua compreensão espacial e pessoal. O domínio do equilíbrio: Trata-se da capacidade de manter a estabilidade do corpo, mesmo quando o centro de gravidade é desviado como intuito de adequar-se às necessidades de caminhar ou simplesmente manter-se estático, de forma bípede.
28 28 O controle e a eficácia coordenação global e parcial: Quando se tem o controle e a eficiência da coordenação global e parcial, não ocorrem dificuldades de coordenação dos movimentos, como por exemplo, a lentidão para realização de pequenos gestos delicados e harmônicos, como abotoar um casaco. Assim, a educação psicomotora procura técnicas mais eficazes a fim de obter uma melhora progressiva do comportamento geral da criança. O controle da inibição voluntária e da respiração: Trata-se de um dos aspectos do controle de si, é importante por permitir uma ventilação pulmonar (expiração e inspiração) além do controle da retenção de ar. A organização do esquema corporal e a orientação do espaço: É a capacidade de situar o próprio corpo no espaço e orientá-lo em relação a referenciais e obstáculos (fixos ou móveis), compreender a velocidade do deslocamento do próprio corpo e de outrem, assim como sua trajetória. Uma orientação espaço-temporal eficaz depende de um esquema corporal satisfatório para que ocorra adequação de todos os movimentos e deslocamentos. Estrutura espaço-temporal correta: É o saber situar-se exatamente no presente, passado e futuro, podendo transferir-se de um para outro sem cometer enganos ou incorrer em dúvidas. Maiores possibilidades de adaptação ao mundo exterior: Quando a criança desenvolve a capacidade de orientar-se no tempo e espaço haverá uma melhor adaptação com o mundo exterior, a falta de esquema corporal, os instrumentos adequados para um bom relacionamento ficam comprometidos, além do não desenvolvimento da linguagem.
29 29 Também houve uma grande melhora no desempenho de algumas crianças com problemas respiratórios como asma e bronquite, as quais no início do ano se sentiam muito cansadas e ofegantes. Elas param a todo o momento da aula para descansar ou beber água, e no decorrer dos meses o cansaço foi diminuindo, as aulas se tornaram mais produtivas e aproveitadas por elas. A resistência foi melhorando, e também a principal valência física, que é a coordenação motora fina e grossa, a qual era a maior dificuldade da maioria dos alunos. As crianças com deficiências, como, por exemplo, o Autismo tinha muita dificuldade de interação com outras crianças, além da falta de concentração nas atividades. Ao longo das aulas, foram melhorando a convivência, evitando a exclusão nas aulas de educação física, e também na sala de aula. Segundo Eugênio Cunha (2012), alunos com atrasos psicomotores encontram na escola um lugar de excelentes recursos para superar suas dificuldades: Há alunos com prejuízos na coordenação motora fina, na coordenação visório-motora, na fala, no equilíbrio e na lateralidade. A escola é um lugar propício para o treinamento psicomotor, para o conhecimento do corpo e da percepção do ambiente, fundamentais para a socialização. (2012, p. 42). Através dos jogos e as atividades propostas pelo professor as crianças estão aprendendo a respeitar seus limites, e o professor respeitando sempre a individualidade biológica de cada aluno. As aulas também proporcionam que a criança crie respeito aos colegas e aprenda respeitar as regras. Além do mais, permitem o entendimento que a Educação Física não tem o objetivo de ensinar a ganhar jogos, e sim aprender através dos erros e acertos. A Psicomotricidade ajudou muito nesse processo de desenvolvimento cognitivo, afetivo e motor dos alunos. Em 6 meses, o autor obteve resultados satisfatórios, apesar do pouco tempo de aula que o mesmo tem com eles. Com esse sucesso e melhoria dos alunos, o autor recebeu muitos elogios da Coordenação da escola e de outros professores.
30 30 A maioria das crianças não tem estimulação em casa, porque muitos pais não possuem conhecimentos suficientes para ensinar certos tipos de coisas para as crianças. Muitos ensinamentos não devem ser só de obrigação da escola, como amarrar cadarço, ensinar cores, ensinar lateralidade, o que é direito e esquerdo, qual a mão que a criança escreve, ou pé que apoia. É importante, sempre que possível, proporcionar a criança momentos em ambientes espaçosos, ao ar livre, para que ela possa desenvolver brincadeiras, correr, saltar, pular. Porém, cada dia que passa torna-se mais comum a falta desses momentos no cotidiano delas, e em decorrência disso, muitos alunos chegam à aula de Educação Física querendo se libertar, extravasar, correr e brincar de qualquer jeito que seja. A forma que o autor avalia os alunos é através do desenvolvimento deles nas aulas de Educação Física, o que envolve a prática dos mesmos nas aulas, comportamento, e participação. No final de cada bimestre, o autor faz um levantamento dos objetivos alcançados ou não com a Coordenadora da escola, e a nota é lançada por ele. A escola é o local onde a criança parte grande parte de seu dia e por isso ela deve proporcionar ao seu aluno interação com diversos tipos de conhecimento: em nível social, corporal, mental e emocional. O aluno deve ser trabalhado como um ser multidimensional, onde sua motricidade relacione de forma complexa com as capacidades cognitivas, afetivas e sociais. As aulas de Educação Físicas devem ser fontes para essa interação, através das atividades lúdicas que criam oportunidades para os alunos desenvolverem e aperfeiçoarem os movimentos naturais e aprendidos. Segundo HUIZINGA, 1971, p.110: Viver o lúdico é viver o momento, o presente, o agora. E esse não representa o passado ou a preparação para o futuro. A Educação Física atrelada à Psicomotricidade deve enfatizar atividades e jogos que possibilitem a criança uma formação cidadã. Os esportes, modalidades e brincadeiras precisam levar em conta o aspecto social e o desenvolvimento corporal da criança. As aulas de Educação Física não devem ser apenas uma execução mecânica do exercício motor, mas precisam ser
31 31 constituídas de atividades relacionadas ao cotidiano do aluno, à ludicidade e ao lazer. As situações vividas pelas crianças devem ser diferenciadas e ricas, o que permitirá o estímulo motor, desenvolvimento da criatividade, além de contribuir para a formação integral do sujeito. NEGRINE (1995, p.15) assinala sobre a educação psicomotora: A educação psicomotora é uma técnica, que através de exercícios e jogo adequados a cada faixa etária leva a criança ao desenvolvimento global de ser. Devendo estimular, de tal forma, toda uma atitude relacionada ao corpo, respeitando as diferenças individuais (o ser é único, diferenciado e especial) e levando a autonomia do indivíduo como lugar de percepção, expressão e criação em todo seu potencial. O período de três a oito anos é tido como o de aprendizagens essenciais e de integração progressiva no plano social. Dessa forma, a Psicomotricidade neste período escolar deve ser repleta de atividades quer auxiliem no desenvolvimento e aprendizagem das crianças. O movimento e sua aprendizagem desenvolvem espaço para: Facilitar a comunicação e a expressão de ideias; Possibilitar a exploração do mundo físico e o conhecimento do espaço; Apropriação da imagem corporal; Percepção rítmica, através de jogos corporais e danças, etc. Segundo LURIA e COSTALLAT, os fatores psicomotores e as atividades a serem trabalhadas na Educação Psicomotora são: 1- Atividade Tônica: Tonicidade; Equilíbrio; 2- Atividade Psicofuncional: Lateralidade; Noção do corpo; Estruturação Espaço corporal; 3- Atividade de Relação: Memória Corporal.
32 32 A Educação Física somada a Psicomotricidade e todo o sistema educacional objetiva melhorar e oportunizar o sujeito ao movimento, dando-lhe consciência do próprio corpo. A associação da Educação Física com a Psicomotricidade é de extrema importância e valia, tendo-se a necessidade de que todos os profissionais escolares valorizem e participem do processo educativo dos alunos. A Psicomotricidade deixou de ser aplicada isoladamente e foi enriquecida com os estudos de outras áreas, incluindo os profissionais da educação.
33 33 CONCLUSÃO A Psicomotricidade tem como principal objetivo estimular e reeducar os movimentos da criança, ligando o indivíduo ao meio em que vive. Os desenvolvimentos motores, afetivos e intelectuais estão correlacionados e a psicomotricidade possibilita essa interação e desenvolvimento do psiquismo e da motricidade. O corpo e a motricidade são ferramentas de ação e interação do indivíduo e transformação do meio, além de serem instrumentos de comunicação e aprendizagem. O desenvolvimento é contínuo durante a vida do ser humano, sendo as fases do desenvolvimento comuns a todas as crianças. Porém, fatores como mobilidades físicas, meio em que se vive, ambiente familiar e as diferentes maneiras de ser, as tornam singulares. O estudo da Psicomotricidade nas suas diversas facetas por profissionais de diversas áreas tem enriquecido os conhecimentos acerca da mesma. É essencial que os profissionais criem recursos e características próprias de novas abordagens que permitam o alcance dos objetivos da Psicomotricidade. A escola é um espaço social onde os indivíduos permanecem por bastante tempo de suas vidas, e por isso é de extrema necessidade que a Psicomotricidade esteja presente e incorporada às diversas atividades do cotidiano escolar. Os profissionais da educação precisam estar capacitados e empenhados em colocar em prática todas as possibilidades que a Psicomotricidade permite em prol do desenvolvimento do corpo e da mente. Através desse estudo, o autor pôde perceber o quanto a Psicomotricidade tem contribuído para a melhora no desempenho de seus alunos e como suas aulas de Educação Física tornaram-se mais produtivas. Apesar de ele ter analisado apenas as aulas da primeira metade do ano, já notou grandes diferenças no comportamento e desenvolvimento das crianças.
34 34 Além disso, a Psicomotricidade tem o ajudado com os alunos com deficiências e/ou dificuldades motoras, sociais e afetivas. Esse estudo é de extrema importância, pois salienta a necessidade dos profissionais da Educação Física buscarem formação em Psicomotricidade, no intuito de proporcionarem uma formação mais completa aos seus alunos. Dessa forma, os mesmos podem desenvolver ou melhorar as habilidades motoras, psíquicas e sociais as quais serão de suma importância para as suas vidas.
35 35 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, Fátima. Psicomotricidade: corpo, ação e emoção. 5ª edição. Rio de Janeiro: Wak, CUNHA, Eugênio. Práticas pedagógicas para inclusão e diversidade, 2 ed. São Paulo CURTSS, Sandra. A Alegria do Movimento na Pré-escola. Porto Alegre: Artes Médicas, FONSECA, Vitor da. Psicomotricidade: uma visão pessoal. Constr. psicopedag. vol.18 nº.17 São Paulo dez GONÇALVES (2010) In Carla Juliana Rocha Nelson Zagato Neto. Psicomotricidade: Estimulação das habilidades motoras, cognitivas e sócio afetivas. Lins SP, Disponível em: Acessado em 10 de maio de HUIZINGA, J. Homo Ludens Tradução de J. P. Monteiro. São Paulo, Perspectiva, LE BOULCH, Jean. O desenvolvimento psicomotor: do nascimento aos 6 anos. Tradução: Ana Guardiola Brizolara. Porto Alegre: Artmed, MÜTSCHELE (1996) In Silvana Maria Santana Barros¹ Vanessa Goulart Sant Ana Scarausi. Psicomotricidade como fator de Influência na prontidão para a Aprendizagem para a Aprendizagem na Escola. Disponível em: ia_santana_barros.pdf Acessado em 10 de maio de 2017.
36 36 NEGRINE, Airton. A coordenação Psicomotora e suas Implicações, Porto Alegre: Pallotti,1995. OLIVEIRA, Gislene de Campos. Psicomotricidade: Educação e reeducação num enfoque psicopedagógico. Petrópolis: Vozes, (Cap.2. Desenvolvimento da psicomotricidade. p ). SANTOS, Simone Moraes dos. Educação: Física ou Psicomotora. Uma Escolha para o Ensino Infantil. In: FERREIRA, Carlos Alberto de Mattos. Psicomotricidade. Da educação infantil à gerontologia. Teoria e Prática. São Paulo: Lovise, P THOMPSON, Rita. Desenvolvimento Psicomotor e Aprendizagem. In: FERREIRA, Carlos Alberto de Mattos. Psicomotricidade. Da educação infantil à gerontologia. Teoria e Prática. São Paulo: Lovise, P TUBINO, G. As qualidades físicas na educação física e desportos. São Paulo: Ibrasa, VAYER P., PICQ L. Educação Psicomotora e Retardo Mental. 4 ed. São Paulo: Manole, VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. Martins Fontes, São Paulo, WALLON, Henri. A evolução psicológica da criança. Lisboa: Edições 70, 1995.
37 37 WEBGRAFIA
38 38 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I A importância da Psicomotricidade no desenvolvimento das aulas de educação física escolar 10 CAPÍTULO II A Psicomotricidade e o desenvolvimento dos processos cognitivos, afetivos e motor dos alunos 16 CAPÍTULO III Aulas práticas de Educação Física do Ensino Fundamental I e os objetivos alcançados sob o olhar do professor 24 CONCLUSÃO 33 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 35 WEBGRAFIA 37 ÍNDICE 38
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