Pró-Reitoria de Graduação. Trabalho de Conclusão de Curso LIVRAMENTO CONDICIONAL: CONCESSÃO DO BENEFÍCIO EM CRIMES HEDIONDOS

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1 1 Pró-Reitoria de Graduação PEDRO Curso HENRIQUE de SOUSA Direito DOS SANTOS Trabalho de Conclusão de Curso LIVRAMENTO CONDICIONAL: CONCESSÃO DO BENEFÍCIO EM CRIMES HEDIONDOS LIVRAMENTO CONDICIONAL: CONCESSÃO DO BENEFÍCIO EM CRIMES HEDIONDOS Monografia apresentada à Banca examinadora da Universidade Católica de Brasília - UCB como exigência parcial para obtenção do grau de bacharelado em Direito. Autor: PEDRO HENRIQUE SOUSA DOS SANTOS Orientador: Msc. CELSO LEARDINI Orientação: Prof. Msc. Celso Leardini Brasília DF 2015 Brasília - DF 2015

2 2 PEDRO HENRIQUE SOUSA DOS SANTOS LIVRAMENTO CONDICIONAL: CONCESSÃO DO BENEFÍCIO EM CRIMES HEDIONDOS Monografia apresentada à Banca examinadora da Universidade Católica de Brasília - UCB como exigência parcial para obtenção do grau de bacharelado em Direito. Orientação: Prof. Msc. Celso Leardini Brasília DF 2015

3 3 Monografia de autoria de Pedro Henrique Sousa dos Santos, sob o título Livramento condicional: concessão do benefício em crimes hediondos, apresentada como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Direito, defendida e aprovada, em de de 2015, pela Banca Examinadora constituída por: Presidente: Prof. Msc. Celso Leardini Universidade Católica de Brasília Integrante: Prof. Universidade Católica de Brasília Integrante: Prof. Universidade Católica de Brasília Brasília 2015

4 4 Dedico esta monografia primeiramente a Deus, o todo poderoso e senhor da minha vida por estar sempre comigo, tornando meus sonhos em realidade. Dedico a minha mãe Renata e minha avó Francisca que sempre me apoiaram e me deram força para lutar.

5 5 AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço a Deus por mais esse feito. Agradeço imensamente ao meu orientador Prof. Msc. Celso Leardini pela sabedoria, disponibilidade, atenção e paciência durante a realização deste trabalho. Agradeço a todos professores desta Universidade que contribuíram ao longo desses últimos anos para o meu crescimento intelectual e moral, que constantemente me ajudaram para a concretização desse momento As mulheres da minha vida; minha mãe Renata e minha avó Francisca, sem o apoio delas seria muito difícil vencer este desafio. Ambas sempre me ensinaram a nunca desistir, a nunca abaixar a cabeça, a aprender sempre, e a ser humilde e crente dos meus valores, independente de tudo.

6 6 É possível julgar o grau de civilização de uma sociedade visitando suas prisões. Dostoievski (Crime e Castigo)

7 7 RESUMO SANTOS, Pedro Henrique Sousa dos. Livramento condicional: concessão do benefício em crimes hediondos p. Monografia de graduação. Curso de Direito. Universidade Católica de Brasília, Brasília, O objetivo geral dessa pesquisa foi analisar quais são os requisitos para a concessão do livramento condicional em crimes hediondos ou equiparados e se há diferença de requisitos exigidos para os crimes comuns e para os crimes hediondos e equiparados. O livramento condicional é direito do preso, desde que ele tenha cumprido o que a lei determina em questão de tempo e comportamento durante o cumprimento de pena privativa de liberdade. Esse direito permite ao preso cumprir o restante da pena em liberdade. Entretanto, há requisitos básicos que devem ser levados em consideração, tais como os pressupostos objetivos condenação à pena privativa de liberdade, pena igual ou superior a dois anos, cumprimento parcial da pena, reparação do dano, desde que possível, e não ter praticado nenhum crime no período de prova. Quando aos pressupostos subjetivos não ser reincidente em crime doloso, ausência de periculosidade e bons antecedentes. Tal instituto também é direito dos condenados por crimes hediondos, visto que um dos objetivos do livramento condicional é possibilitar a ressocialização do preso. Mas, ainda que usufruindo o livramento condicional, o preso estará sujeito a uma série de normas de comportamento, todas previstas em lei e que o sujeitam ao Estado, de sorte que, em havendo descumprimento, poderá haver revogação, o que fará com que volte a cumprir o restante da pena em regime prisional adequado. Palavras-chave: Livramento Condicional; Requisitos; Crimes hediondos.

8 8 SUMÁRIO INTRODUÇÃO HISTÓRIA DO LIVRAMENTO CONDICIONAL Precedentes Históricos no Brasil Conceito de Livramento Condicional Natureza Jurídica do Livramento Condicional DIREITO AO LIVRAMENTO CONDICIONAL Direito Subjetivo do Preso Pressupostos Objetivos do Livramento Condicional Pressupostos Subjetivos do Livramento Condicional Requisitos das Concessões e Condições do Livramento Condicional Revogação do Livramento Condicional Obrigatória Facultativa Restauração do Livramento Condicional Prorrogação do Livramento Condicional LIVRAMENTO CONDICIONAL EM CRIMES HEDIONDOS Crimes hediondos Livramento condicional em crimes hediondos Ressocialização... CONCLUSÃO... REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

9 9 INTRODUÇÃO No Brasil, o livramento condicional surgiu no primeiro Código Penal da República, em Em 1984, com a promulgação da Lei (Lei de Execução Penal), o livramento condicional continuou a ser um benefício para o condenado. No entanto, este direito está condicionado a certos requisitos que, se não forem cumpridos, podem ser causa para a não concessão do livramento condicional, fazendo com que o detento cumpra o restante da pena em regime prisional adequado. As condições podem ser objetivas ou subjetivas; a primeira está condicionada pela lei. Assim, caso volte a delinquir durante a vigência do livramento e sofra condenação irrecorrível, estará revogado o direito; já na segunda poderá ser revogado o livramento condicional se ocorrer condenação por contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade. Portanto, se o preso cumpriu as condições necessárias, sem revogação do livramento, considera-se extinta a pena. O apenado tem vários direitos que são qualificados como benefícios e, no caso do livramento condicional, é protegido e garantido pela lei àqueles que preencham os requisitos legais exigidos. Até mesmo nos casos daqueles que foram condenados por crimes hediondos, a progressão de regime e o livramento condicional são direitos relacionados com a individualização da pena na fase executiva e integram o processo ressocializador. Entretanto, desde a criação da Lei dos Crimes Hediondos já foram proferidas várias decisões sobre a questão da não concessão do livramento condicional e da progressão do regime, nos mais amplos sentidos; alguns doutrinadores, como Renato Marcão e Guilherme se Souza Nucci entendem que, desde que tenha cumprido os requisitos necessários, o condenado por crime hediondo e assemelhados tem direito ao livramento condicional. Mesmo porque, a aplicação de penas mais severas não possibilitará a ressocialização do condenado e a aplicação dessas penas aponta para a fragilidade e para a ineficiência do sistema de ressocialização no Brasil.

10 10 Aqueles que defendem o direito ao livramento condicional e à progressão de regime acreditam que a sua vedação, nos casos de crimes hediondos, fere o princípio da dignidade da pessoa humana. Por isso, o condenado por crime hediondo e equiparado, tendo cumprido dois terços da pena, poderá beneficiar-se do livramento condicional, desde que não seja reincidente específico, caso em que o livramento condicional é negado devido ao fato de o condenado não conseguido se ressocializar e reintegra-se à sociedade. Para buscar respostas ao problema proposto e chegar ao objetivo desta pesquisa, o trabalho foi dividido em três capítulos. O primeiro capítulo contém uma breve história do livramento condicional, o conceito e a natureza jurídica. O segundo capítulo analisa o direito ao livramento condicional, apontando os pressupostos objetivos e subjetivos e os requisitos necessários à concessão desse benefício; traz também uma breve explanação sobre a revogação do livramento condicional. O terceiro capítulo aborda o tema do livramento condicional em crimes hediondos, analisando a progressão de regime, o livramento condicional e a necessidade de tais direitos para a ressocialização do condenado por crimes hediondos e equiparados. Problema Para os condenados por crime comum, o livramento condicional possui requisitos objetivos e subjetivos para que possam conseguir esse benefício. Mas, no caso dos condenados pela prática de crimes hediondos ou equiparados, quais são os requisitos legais para a concessão do livramento condicional? Há diferença nos requisitos para os dois tipos de crimes? Objetivo Analisar quais são os requisitos para a concessão do livramento condicional em crimes hediondos ou equiparados e se há diferença de requisitos exigidos para os crimes comuns e para os crimes hediondos e equiparados.

11 11 Metodologia Para a realização deste trabalho utilizou-se como metodologia a pesquisa bibliográfica realizada na legislação pátria, em livros, artigos e sites acadêmicos, para dar um embasamento teórico no que se refere ao tema em análise.

12 12 1. HISTÓRIA DO LIVRAMENTO CONDICIONAL O livramento condicional surgiu inicialmente século XIX, especialmente na França, na Austrália e na Inglaterra. Depois disso, espalhou-se para outros países. Nessa época era visto como um benefício ou uma graça que eram concedidos aos presos. De acordo com Guilherme de Souza Nucci (2010), a França foi o primeiro país a adotar o livramento condicional; esse tipo de livramento foi idealizado para beneficiar os delinquentes menores de idade que se encontravam presos e mostrassem sinais de recuperação. A partir daí, espalhou-se pela Europa. Mais tarde, explica Brasilino Pereira dos Santos (2004, p. 1), esse benefício estendeu-se a outros presos de menor periculosidade. Enfim, o livramento condicional tornou-se parte da legislação pátria da França em 1850, que facultava aos jovens detidos das colônias penitenciárias, a título de experiência e mediante condições determinadas pelo regulamento da administração pública, a colocação provisória fora da colônia. No entanto, Cezar Roberto Bitencourt (2010) afirma que o surgimento do livramento condicional ocorreu nas colônias inglesas na Austrália, no ano de 1840, e teve como finalidade possibilitar a recuperação tanto social como moral do criminoso, assim como antecipar a sua liberdade vigiada. 1.1 Precedentes históricos no Brasil No Brasil o livramento condicional surgiu no primeiro Código Penal da República, o Decreto nº 847, de 11 de outubro de 1890, durante o governo do General Manoel Deodoro da Fonseca, Chefe do Governo Provisório da República, nos artigos 51 e 52: Art. 51. O livramento condicional será concedido por acto do poder federal, ou dos Estados, conforme a competencia respectiva, mediante proposta do chefe do estabelecimento penitenciario, o qual justificará a conveniencia da concessão em minucioso relatorio. Paragrapho unico. O condemnado que obtiver livramento condicional será obrigado a residir no logar que for designado no acto da concessão e ficará sujeito á vigilancia da policia. Art. 52. O livramento condicional será revogado, si o condemnado commetter algum crime que importe pena restrictiva da liberdade, ou não satisfizer a condição imposta. Em tal caso, o tempo decorrido durante o

13 13 livramento não se computará na pena legal; decorrido, porém, todo o tempo, sem que o livramento seja revogado, a pena ficará cumprida 1. Essa foi a semente que deu origem às discussões futuras sobre a necessidade de estender esse direito a todos os presos. Em 06 de novembro de 1924, por meio do Decreto nº , o livramento condicional passou a ter atributos de medida jurisdicional, visto que esse decreto surgiu para regular o livramento condicional: Art. 1º Poderá ser concedido livramento condicional a todos os condemnados a penas restrictivas da liberdade por tempo não menor de quatro annos de prisão, de qualquer natureza, desde que se verifiquem as condições seguintes: 1ª Cumprimento de mais de metade da pena. 2ª ter tido o condemnado, durante o tempo da prisão, bom procedimento indicativo da sua regeneração; 3ª Ter cumprido pelo menos uma quarta parte da pena em penitenciaria agricola ou em serviços externos de utilidade publica. Paragrapho único. Não prejudicará a concessão do livramento condicional o facto de não ter sido o condemnado transferido para penitenciaria agricola, ou empregado em serviços externos de utilidade publica, si essa transferencia ou emprego não se tiver dado por circumstancias independentes da sua vontade. Neste caso, porém, a concessão dependerá do cumprimento de dois terços da pena 2. A partir de então, esse instituto evoluiu, tanto que, o Código Penal Brasileiro, Decreto Lei nº 2.848/40, Capitulo V, colocou expressamente em seus artigos 83 a 90 a delimitação do Instituto e fixou seus requisitos. De acordo com o artigo 83: Art O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de ) V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza. (Incluído pela Lei nº 8.072, de ). Por isso, de acordo com Adso dos Santos Zubcov (2012, p. 1), a discussão sobre o livramento condicional progrediu: 1 Disponível em: < publicacaooriginal-1-pe.html>. Acesso em 18/09/ Disponível em: < Acesso em 18/09/2015.

14 14 Há muito se ultrapassou a discussão acerca de ser o livramento condicional um direito do preso ou uma faculdade a ser concedida pelo juiz. Tal confusão justificou-se pela redação do art. 83 CP, que utiliza a expressão O juiz poderá.... Hoje se tem claro para a maior parte da doutrina que o livramento condicional é um direito subjetivo do condenado, desde que cumpridos os requisitos objetivos e subjetivos que a lei exige (art. 83, Código Penal). De acordo com Paulo Queiroz (2005, p. 381), o livramento condicional é uma antecipação da liberdade, que é concedida ao condenado para que possa terminar sua pena em liberdade; no entanto, o autor esclarece que a concessão dessa liberdade ocorre somente depois do cumprimento de determinadas exigências. No caso dos condenados por crime hediondo, assim entende o STJ: HABEAS CORPUS. PENAL. LATROCÍNIO. TENTATIVA. CONDENAÇÃO. LIVRAMENTO CONDICIONAL. AUSÊNCIA DO REQUISITO OBJETIVO. IMPOSSIBILIDADE DE CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. ORDEM DENEGADA. 1. Ao condenado por crime hediondo cumpre a satisfação de mais de dois terços da pena, para fazer jus ao benefício do livramento condicional, à luz do art. 83, V, do CP. 2. A declaração da inconstitucionalidade do 1º do art. 2º da Lei 8.072/97 em nada alterou o requisito objetivo para a concessão do livramento condicional, sendo este regido pela norma substantiva penal aludida. Precedentes. 3. Ordem denegada. (Habeas Corpus nº 48024/RJ 5ª Turma Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima. Julg Dj ) 3. Dessa maneira, o condenado por crime hediondo somente poderá gozar do livramento condicional caso tenho cumprido mais de dois terços da pena, visto que a Lei 8.072/97 não alterou o requisito objetivo para que esse benefício fosse concedido. O livramento condicional, conforme Paulo Queiroz (2005), possibilita que o preso volte gradualmente para a sociedade, para a família e para o mercado de trabalho e, com isso, pode-se averiguar as condições que ele possui para se ressocializar e se reintegrar à sociedade ou se ainda necessita de mais tempo para isso. No entanto, o juiz irá determinar as condições para a concessão do livramento condicional como expõe Adso dos Santos Zubcov (2012, p. 2): Concedido o livramento, o juiz deverá especificar as condições a que este ficará subordinado, sob pena de revogação do benefício. Ao fim do prazo 3

15 15 designado, que na espécie é o restante de pena a ser cumprida, se não houve a violação de nenhuma das condições impostas, tem-se por extinta a pena. Nota-se que no Brasil há antecedentes históricos sobre a questão do livramento condicional. Tal instituto é importante porque a sua função está ligada à ideia de responsabilidade pessoal, testar o grau de reeducação e as possibilidades de reintegração do sentenciado na sociedade é, portanto, uma espécie de estágio preparatório para a liberdade total que, pouco depois, o reeducando passará a gozar. Representa período de prova, logo, função de prova, controle gradual da reinserção social. 1.2 Conceito de livramento condicional O livramento condicional é a liberdade provisória concedida, sob certas condições, ao condenado que não revele periculosidade, depois de cumprida uma parte da pena que lhe foi imposta (MARCÃO, 2009, p. 185). Dessa maneira, o livramento condicional visa possibilitar a antecipação da liberdade do apenado que não demonstre periculosidade, a fim de que ele se reintegre à sociedade. Guilherme de Souza Nucci (2009, p. 58) explica que o livramento condicional é um instituto de política criminal destinado a permitir a redução do tempo de prisão com a concessão antecipada e provisória da liberdade ao condenado, quando é cumprida pena privativa de liberdade, mediante o preenchimento de determinados requisitos e a aceitação de certas condições. O livramento condicional é considerado por Júlio Fabbrini Mirabete e Renato Fabbrini (2011, p. 572) como sendo a última fase do sistema penitenciário progressivo: O livramento condicional, última etapa do sistema penitenciário progressivo, constitui na concessão, pelo juiz, da liberdade antecipada ao condenado quando preenchidos requisitos legais, ficando sujeito a determinadas exigências legais ou fixadas pelo magistrado durante o restante da pena que deveria cumprir preso. É um direito do sentenciado que preencha os pressupostos objetivos e subjetivos previstos em lei, devendo ser concedido pelo juiz. Considerando a superpopulação dos presídios e o alto custo para manutenção de indivíduos reclusos, houve a necessidade de se estabelecer novas

16 16 formas de buscar a ressocialização e a reintegração dos presos. Segundo Júlio Fabbrini Mirabete e Renato Fabbrini (2008, p. 346): Considerando-se que um dos fins da sanção penal é a readaptação do criminoso, o sistema ideal deveria fundar-se na imposição de penas indeterminadas, desnecessária que é a reprimenda quando já se operou a recuperação do sentenciado. Um dos institutos que se orienta para essa indeterminação, por meio da individualização executiva da pena, é o livramento condicional, última etapa do sistema penitenciário progressivo. O livramento condicional, segundo Júlio Fabbrini Mirabete e Renato Fabbrini (2008), ao mesmo tempo em que facilita o retorno do detento ao convívio social, com o reconhecimento do fracasso da pena de prisão como medida reeducativa, foi fator preponderante para a difusão das medidas alternativas que, de início, pretendiam unicamente o encurtamento da duração do período de reclusão do apenado. Nesse contexto, surgiu o instituto do livramento condicional, art. 83 e incisos do Código Penal. Assim, o apenado condenado a pena de reclusão ou detenção igual ou superior a dois anos pode receber o benefício do livramento condicional. De acordo com Júlio Fabbrini Mirabete (2011, p. 573): Como o livramento condicional é a última etapa da pena privativa de liberdade, seu tempo de duração corresponde ao restante da pena ou das penas que está ou estão sendo executadas, ficando elas extintas quando decorrido esse prazo, ou sua eventual prorrogação, sem que ocorra caso de revogação. Com o advento da lei 9.714/98, Sala de Carvalho e Mariana de Assis Brasil e Weigert (2012, p. 253) afirmam que constituiu um avanço por ampliar a concessão do livramento condicional a todos os condenados, desde que tenham cumprido os requisitos objetivos e subjetivos necessários para a concessão desse benefício Natureza jurídica do livramento condicional Para obter o livramento condicional há requisitos a serem cumpridos e a própria norma impõe ao Estado propiciar mecanismos para conceder tal benefício ao condenado, para que ele possa cumprir o restante de sua pena em liberdade condicionada.

17 17 A Lei 7.210/84 traz em seu bojo o direito com condições e restrições que o beneficiário terá que cumprir, informando sobre as condições que deverão ser cumpridas e fiscalizadas pelo Estado, detentor e titular do título executivo. Segundo Fernando Capez (2011, p. 523), o livramento condicional trata-se de uma forma de execução da pena privativa de liberdade ; o autor também esclarece que é um direito público subjetivo do condenado de ter antecipada a sua liberdade provisoriamente, desde que preenchidos os requisitos legais. Assim, quando as condições e os requisitos forem cumpridos pelo preso, este estará apto a ter seu direito de liberdade condicional garantido, sendo um direito subjetivo amparado pela formalidade que a Lei impõe. O livramento condicional, ao mesmo tempo em que é a última etapa de cumprimento da pena imposta, também é direito subjetivo diante dos requisitos que devem ser preenchidos pelo reeducando para obtê-lo.

18 18 2. DIREITO AO LIVRAMENTO CONDICIONAL Este capítulo dispõe sobre o direito que o preso tem de obter o livramento condicional, consoante a formalidade que a Lei 7.210/84 específica, e o seu cumprimento condicionado aos pressupostos objetivos e subjetivos, que correspondem aos requisitos que o Estado impõe ao preso, para condicioná-lo a cumprir o término de sua pena em liberdade. Enfim, cumprido estes pressupostos e observando os requisitos estipulados em lei, o preso tem o direito de terminar de cumprir sua pena em liberdade, pois o Estado propicia este direito com a intenção de demonstrar para a sociedade e, principalmente para o preso, a confiança que é depositada nele. Com isso lhe é dada a oportunidade para que possa demonstrar que realmente pode conviver em harmonia na sociedade, retomando assim suas atividades rotineiras, fora do mundo do crime. 2.1 Direito subjetivo do preso O livramento condicional tem por finalidade o reajustamento social do preso. É um direito que dá a ele condições de voltar ao convívio social e familiar, como também de buscar sua reinserção no mercado de trabalho; entretanto, para que isso ocorra são necessárias algumas condições, como explica Luiz Régis Prado (2010, p. 674). O livramento condicional consiste na liberação do condenado após o cumprimento de parte da sanção penal aplicada em estabelecimento penal, desde que cumpridamente observados os pressupostos que regem a sua concessão e sob certas condições previamente estipuladas. Segundo essa linha de pensamento, Damásio de Jesus (2011, p. 625) esclarece que o livramento condicional não é um benefício, mas sim uma medida penal de natureza restritiva da liberdade, de cunho repressivo e preventivo, por isso toda vez que preenchidos os requisitos legais o juiz deve concedê-la. Porém, para que haja o livramento condicional, é necessário observar os requisitos exigidos pela lei. Assim, quando as condições e requisitos forem cumpridos pelo preso, este está apto a ter seu direito garantindo de obter o livramento condicional; nesse

19 19 caso, já é considerado como um direito subjetivo do preso, pois não fica amparado no critério subjetivo do Estado nem do Juiz, mas sim na formalidade que a Lei impõe. De acordo com Júlio Fabbrini Mirabete (2014, p. 324): Ainda que nos artigos 83 do CP e 132 da LEP se afirme que o juiz poderá conceder o livramento condicional e que a doutrina se tenha posicionado no sentido de considerá-lo como uma faculdade do juiz, hoje se admite que se trata de um direito do sentenciado. Embora atribuído em caráter excepcional, Frederico Marques lembra que pelo benefício é ampliado o status libertatis, tornando-se este um direito público subjetivo de liberdade, de modo que, preenchidos os seus pressupostos, o juiz é obrigado a concedê-lo. o livramento condicional. Portanto, cumprido o que a lei determina, o preso tem o direito de obter 2.2 Pressupostos objetivos do livramento condicional O livramento condicional só poderá ser concedido aos condenados à pena privativa de liberdade. Os requisitos objetivos para o livramento condicional estão dispostos no artigo 83 do Código Penal (Decreto Lei nº de 07 de Dezembro de 1940); são eles: Art O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de ) I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de ) II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de ) III - comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de ) IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de ). Analisando esses pressupostos, Gustavo Dias Oliveira (2003, p. 1) esclarece que os requisitos objetivos levam em consideração fatores como: 1) de a pena privativa de liberdade dever ser igual ou inferior a dois anos, com exceção para a hipótese do condenado ter idade superior a 70 anos ou se for portador de enfermidade que justifique a suspensão, que a poderá ser concedido o sursis se a pena for inferior a quatro anos; 2) e não ser possível a substituição da pena por outra restritiva de direitos.

20 20 Um primeiro pressuposto objetivo indispensável à concessão do livramento condicional, segundo o artigo 83 caput do Código Penal, diz respeito à natureza e à quantidade de pena imposta. Sendo que este direito só poderá ser concedido ao condenado à pena privativa de liberdade e desde que seja observado o prazo igual ou superior a dois anos. Para a contagem desse tempo mínimo permite-se a soma das penas aplicadas por infrações diversas, ainda que impostas em processos distintos. Segundo Júlio Fabbrini Mirabete e Renato Fabbrini (2008, p. 347), o livramento condicional somente pode ser concedido ao condenado com a pena privativa de liberdade desde que seja por prazo igual ou superior a dois anos. O segundo requisito objetivo é o de ter o sentenciado cumprido mais de um terço da pena, se não for reincidente em crime doloso, e mais da metade se o for; em casos de crime hediondo, deverá cumprir mais de dois terços da pena. Para o juiz conceder o livramento condicional o preso deverá cumprir a pena de prisão por tempo igual ou superior a dois anos e cumprido seus requisitos legais; como esclarecem Júlio Mirabete e Renato Fabbrini (2008, p. 347), ao afirmarem que, presentes os requisitos legais para a concessão do livramento condicional não se exige que o sentenciado tenha passado por todos os estágios da pena, ou seja, pelos regimes semiaberto e aberto. Observa-se que, tratando-se de crimes hediondos o livramento condicional só pode ser concedido cumprido mais de dois terços da pena, exigindose, ainda, que o agente não seja reincidente específico em crimes dessa natureza. O último pressuposto objetivo é ter o sentenciado reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causando pela infração. Júlio Mirabete e Renato Fabbrini (2008, p. 347) esclarecem que autoriza-se a concessão do livramento condicional ainda quando o condenado, não sendo insolvente, se encontre à data da apreciação do pedido, impossibilitado de reparar o dano resultante do crime. Quanto ao livramento condicional para condenado por reincidência, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) entende que: PENAL. LIVRAMENTO CONDICIONAL. REQUISITO OBJETIVO. CONDENADO REINCIDENTE. CUMPRIMENTO DE METADE DA PENA. ART. 83, II, CO. O condenado reincidente em crime doloso só tem direito ao livramento condicional após ter cumprido mais da metade da pena (CP, art. 83, II). Precedentes. Ordem denegada. (STJ LIVRAMENTO CONDICIONAL: HC RJ 2001/ Relator(a): Ministro FELIX

21 21 FISCHER. Julgamento: 19/08/2002. Órgão Julgador: T5 - QUINTA TURMA. Publicação: DJ p. 208) 4. Nota-se que é requisito objetivo em caso de reincidência que haja pelo menos a metade da pena cumprida para que o preso possa requisitar o livramento condicional. Se o pedido for feito antes de cumprir esse requisito, o juiz poderá negá-lo de acordo com o disposto no artigo 83, inciso II, do Código Penal. 2.3 Pressupostos subjetivos do livramento condicional De acordo com os requisitos subjetivos que estão previstos no artigo 77, incisos I e II do Código Penal, são: Art A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de ) I - o condenado não seja reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de ) II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de ) Dessa maneira, pode-se dizer que os requisitos subjetivos necessários ao livramento condicional são: comportamento satisfatório durante a execução da pena; bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto; cessação da periculosidade nos crimes praticados mediante violência ou grave ameaça à pessoa; e, não ser reincidente específico em crimes hediondos. Entretanto, o requisito que tem mais peso é o sentenciado ter bons antecedentes (OLIVEIRA, 2003, p. 1). Além do cumprimento de 1/3 (um terço) da pena, tem-se também outros critérios como pressupostos subjetivos do livramento condicional, sendo que o primeiro deles é ter o sentenciado bons antecedentes. Tal critério é controverso, visto que o inciso LVII do artigo 5º da Constituição Federal traz que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Para obter o livramento condicional também é indispensável comprovar que durante o cumprimento da pena o sentenciado teve comportamento satisfatório, não terem sido impostas sanções disciplinares por falta grave. Segundo Guilherme 4 STJ. Livramento Condicional. Disponível em: habeas-corpus-hc rj stj. Acesso em 09/09/2015.

22 22 de Souza Nucci (2010), são faltas graves: incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina, fugir, provocar acidente de trabalho e descumprir, no regime aberto, as condições impostas. Sobre a comprovação de comportamento satisfatório para conceder o livramento condicional, o STF assim se pronunciou em sentença de Habeas Corpus: STF - HABEAS CORPUS HC RS (STF) Data de publicação: 10/06/2009 Ementa: PENAL. PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. PEDIDO DE LIVRAMENTO CONDICIONAL. ALEGAÇÃO DE PREENCHIMENTO DE REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS. ATESTADO DE CONDUTA CARCERÁRIA SATISFATÓRIA. FUGAS REITERADAS. NÃO VINCULAÇÃO DO JUÍZO AO ATESTADO EMITIDO POR AUTORIDADE ADMINISTRATIVA. COMPROVAÇÃO DE COMPORTAMENTO SATISFATÓRIO. NECESSIDADE. ART. 83, III, DO CP. ORDEM DENEGADA. I - A interpretação da nova redação dada pela Lei /2003 ao art. 112 da LEP deve ser sistemática, sob pena de cingir-se o juiz das execuções penais ao papel de mero homologador de atestados de boa conduta exarados pelas autoridades administrativas. II - Se na análise das provas processuais o juiz não está adstrito às conclusões de parecer ou laudo técnico para a formação de sua convicção, conforme estabelece o art. 182 do Código de Processo Penal, do mesmo modo, na fase da execução penal. Ele não está vinculado ao atestado de conduta carcerária. III - Não se afastou, portanto, a necessidade da verificação de comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena previsto no art. 83, III, do Código Penal, inocorrente no caso, em espécie, pelas reiteradas faltas graves cometidas pelo paciente com as fugas do estabelecimento prisional. IV - Ordem denegada 5. Deve-se entender por bons antecedentes: não ter sofrido outras condenações e não ter sido envolvido em outros inquéritos policiais. Além disso, é necessário ter bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído, pois exige a lei que o sentenciado comprove aptidão para prover sua própria subsistência mediante trabalho honesto. Como segundo requisito subjetivo, deve o sentenciado comprovar comportamento satisfatório durante a execução da pena. Tal comportamento vem da boa convivência do sentenciado com os companheiros de prisão, da aplicação no trabalho ou no estudo, do intercâmbio com a família e do bom relacionamento com os funcionários da administração penitenciária. Entretanto, para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do 5 Disponível em: < COMPORTAMENTO+SATISFAT%C3%93RIO&c=>. Acesso em 18/09/2015.

23 23 livramento ficará também subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinquir. O livramento só poderá ser negado pelo Estado se, possibilitada a profissionalização no estabelecimento penal, o condenado não aproveitou por displicência ou insubordinação; caso não tenha aproveitado devido a fatores como não ter vagas suficientes ou por ter ficado doente, o livramento condicional não poderá ser negado. 2.4 Requisitos das concessões e condições do livramento condicional Ao preencher os pressupostos subjetivos e objetivos, pode-se conceder o livramento condicional mediante requerimento do sentenciado, de seu cônjuge ou de parente em linha reta, como também por iniciativa do Conselho Penitenciário. Ao decidir o pedido para a concessão do livramento condicional, o juiz deve especificar as condições a que fica subordinado o recluso. Há de se ressaltar a existência de condições legais obrigatórias, que, quando não cumpridas, podem ensejar a revogação do livramento. Dentre elas está a de não ser o liberado condenado, por sentença irrecorrível, à pena privativa de liberdade, quer por crime cometido durante a vigência do benefício, quer por delito anterior, ou por crime ou contravenção a pena que não seja privativa de liberdade, esta última condição que, não obedecida, é causa facultativa de revogação. Portanto, são condições obrigatórias para o livramento condicional: obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho; comunicar periodicamente ao juiz sua ocupação; e não mudar de território da Comarca do Juízo da execução, sem prévia autorização deste. Essas condições são legais, pois estão especificadas na Lei de Execução Penal; o recluso não cumprindo estas condições, ele terá de imediato suspenso o seu livramento. São condições que podem ser impostas facultativamente para o livramento condicional: não mudar de residência sem comunicação ao juiz e à autoridade incumbida de observação cautelar e de proteção, recolher-se à habitação em hora fixada e não frequentar determinados lugares.

24 24 Há de se ressaltar que as condições judiciais podem ser modificadas no transcorrer da execução. Aqui sim o juiz tem o poder discricionário de analisar ou não suas condições, podendo revogá-las. Se as condições para o livramento condicional não forem cumpridas, pode-se indeferir o pedido do preso, como entende o TJPR: PENA PROGRESSÃO DE REGIME - LIVRAMENTO CONDICIONAL - INADMISSIBILIDADE - PRESSUPOSTOS DE ORDEM OBJETIVA E SUBJETIVA NÃO DEMONSTRADOS - IMPROVIMENTO. Sentenciado que não preenche o requisito de caráter objetivo - (cumprimento de parte da pena), tampouco o requisito de ordem subjetiva - (é reincidente), como requer o artigo 83, inciso II do Código Penal. - Pedido de livramento condicional indeferido. (TJPR - Recurso de Agravo: RECAGRAV PR Recurso de Agravo Relator(a): Osiris Fontoura. Julgamento: 26/06/1997. Órgão Julgador: 1ª Câmara Criminal) 6. Portanto, se os pressupostos objetivos e subjetivos não foram demonstrados o juiz poderá indeferir o pedido até que seja cumprido tudo que a lei determinar. Após a concessão do pedido de livramento, o juiz deverá especificar as condições em que deverá o preso usufruir esse direito. Assim se o preso em liberdade condicional não seguir as determinações especificadas pelo juiz, ele terá seu livramento condicional revogado e voltará para cumprir o restante da pena; caso não haja nenhuma violação, após cumprir o prazo do livramento condicional, haverá a extinção da pena. 2.5 Revogação do Livramento Condicional Obrigatória Se o preso não se submeter às condições legais e judiciais durante o prazo que lhe falta para cumprir a pena, perde o seu direito de terminar sua pena em liberdade; pois o livramento condicional pode ser revogado se não forem observados os requisitos necessários para continuar a manter esse direito. De acordo com Ney Moura Teles (2004, p. 478): 6 TJPR - Recurso de Agravo. Disponível em: Acesso em 26/09/2009.

25 25 Determina o art. 86 do Código Penal que, se o beneficiado pelo livramento vier a ser condenado, por sentença condenatória irrecorrível, a uma pena privativa de liberdade por crime cometido durante ou antes da vigência do livramento, este será renovado. É causa de revogação obrigatória do livramento condicional a condenação à pena privativa de liberdade em sentença irrecorrível: crime cometido durante a vigência do benefício e crime anterior, observado o disposto no artigo 84. EXECUÇÃO. NOVO CRIME COMETIDO NO CURSODO LIVRAMENTO C ONDICIONAL. SUSPENSÃO CAUTELAR DO BENEFÍCIO. POSSIBILIDADE. INEXISTÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. PRECEDENTES. RECURSO PROVIDO. I. O cometimento de outro delito pelo condenado, no decorrer do seu livramento condicional, autoriza a suspensão cautelar do benefício. II. Apenas a revogação definitiva do livramento condicional depende de sentença condenatória transitada em julgado. III. Recurso provido. (Processo REsp RS 2006/ STJ. Relator: Ministro GILSON DIPP. Julgamento: 12/06/2006. Órgão julgador: T5 Quinta Turma. Publicação: DJ , p. 538) 7. Com a simples comprovação do trânsito em julgado da condenação há a revogação do direito do reeducando permanecer em livramento condicional. Revogado o livramento pela condenação, por crime cometido durante a vigência desse direito, não se desconta da pena o tempo em que o condenado esteve solto. Se o livramento for revogado, porém, pela condenação por crime anterior à concessão do direito, computar-se-á como tempo de cumprimento da pena o período de prova. Não se pode revogar o livramento condicional se a nova infração cometida pelo liberado ocorreu após o prazo de prova, ainda que a extinção da pena não tenha sido declarada nos autos da execução. Segundo Júlio Fabbrini Mirabete e Renato Fabbrini (2008, p. 353): Dispõe expressamente a lei que, para a revogação motivada por crime cometido pelo liberado, indispensável é que a sentença condenatória transite em julgado. Permite-se, contudo, que, praticada a infração penal, o juiz ordene sua prisão, ouvidos os Conselho Penitenciário e o Ministério Público, suspendendo o curso do livramento condicional, cuja revogação ficará dependendo da decisão final (art. 145 da LEP). 7 Disponível em:

26 26 Ressalte-se que a jurisprudência tem destacado que: não impede a prisão ou a suspensão quanto à audiência do órgão penitenciário. Assim, suspenso ou não o livramento condicional, o cometimento de infração penal acarreta a prorrogação do prazo até a decisão definitiva, como exposto no artigo 89, da lei de execução penal (7.210/84). Podemos observar que, conforme artigo 88 do CP e 142 da Lei de execução Penal, o liberado deve cumprir o restante da pena, pois foi revogado seu livramento, não podendo descontar o tempo em que esteve solto Facultativa O artigo 87 do Código Penal Brasileiro trata-se de duas causas de revogação facultativa do livramento condicional: Quando o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença, imposta pelo juiz, entendendo o magistrado que o réu não poderá continuar com o direito alcançado, pois não esta se adequando a imposição deste. E, por último, a causa de revogação facultativa, ocorre quando o detentor do direito é irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, à pena que não seja privativa de liberdade. A prática de nova infração penal, ainda que não grave, indica a ausência de recuperação e desaconselha a permanência do direito. Observa-se que sendo a revogação facultativa, o juiz poderá, em vez de revogar o direito advertir ou agravar a situação do beneficiado, conforme preconiza a lei de execução penal, em seu artigo 140, parágrafo único: Mantido o livramento condicional, na hipótese da revogação facultativa, o Juiz deverá advertir o liberado ou agravar as condições. O juiz pode revogar de ofício o livramento condicional, quando descumpridas as condições impostas ao liberado, condicionando sua decisão à oitiva prévia do próprio réu.

27 Restauração do livramento condicional Nota-se o que dispõe o art. 88 da Lei de Execução Penal, revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido. Não é absoluta esta regra, devendo-se harmonizar o referido dispositivo com o artigo 141 da LEP, que assim dispõe: Art Se a revogação for motivada por infração penal anterior à vigência do livramento, computar-se-á como tempo de cumprimento da pena o período de prova, sendo permitida, para a concessão do novo livramento, a soma do tempo das suas penas. Na hipótese de revogação por outro motivo (condenação por crime cometido durante o período de prova ou descumprimento das condições) não se concederá, para a mesma pena, novo livramento. Além disso, o condenado deverá cumprir integralmente o restante da pena, não se descontando o tempo em que esteve em liberdade. Nos demais casos o condenando deverá cumprir integralmente a pena pelo primeiro crime, somente podendo conseguir o livramento condicional depois de cumpridos os requisitos legais, na execução da pena imposta na sentença condenatória seguinte. Motivo este que os artigos 141 e 142 da Lei de Execução Penal que somente impede novo livramento para a mesma pena quando a revogação ocorreu por outro motivo que não a pratica de crime anterior à vigência do direito. Art Se a revogação for motivada por infração penal anterior à vigência do livramento, computar-se-á como tempo de cumprimento da pena o período de prova, sendo permitida, para a concessão de novo livramento, a soma do tempo das 2 (duas) penas. Art No caso de revogação por outro motivo, não se computará na pena o tempo em que esteve solto o liberado, e tampouco se concederá, em relação à mesma pena, novo livramento. Entretanto, como regra geral, tem-se que, revogado o livramento condicional, não se desconta da pena o tempo em que o condenado esteve em liberdade. Devendo o sentenciado cumprir todo o restante da pena imposta na sentença quando a revogação ocorreu por crime ou contravenção praticados durante a vigência do direito ou por descumprimento das obrigações constantes da sentença.

28 Prorrogação do livramento condicional A prorrogação somente é vigente para o efeito de aguardar-se a decisão final, não vigorando mais as condições legais ou judiciais do livramento. De acordo com Júlio Fabbrini Mirabete e Renato Fabbrini (2008, p. 354): Da mesma forma que no sursis, o prazo do livramento condicional será prorrogado enquanto não passar em julgado a sentença no processo a que responde o liberado por crime cometido durante a sua vigência. É o que se impõe diante do disposto no art. 89: O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a sentença em processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento. Se até o seu término o livramento não é revogado, salvo as hipóteses anteriormente referidas, considera-se extinta a pena privativa de liberdade. A extinção é declarada pelo juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do Ministério Público ou mediante requerimento do Conselho Penitenciário. Desta forma nota-se que é um direito do sentenciado, pois expirado o prazo sem a revogação, a Lei impõe (não faculta), que deve ser declarada extinta a pena do condenado. Porém, como juiz não pode declarar extinta a pena enquanto não passar em julgado a sentença em processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento, o prazo do livramento é prorrogado até que a sentença referente ao crime superveniente se torne irrecorrível (MIRABETE; FABBRINI, 2008, p. 354).

29 29 3. LIVRAMENTO CONDICIONAL EM CRIMES HEDIONDOS O crime hediondo é aquele que é considerado como sendo de maior gravidade e, geralmente, são aqueles que causam maior comoção na população. A expressão crime hediondo inicialmente apareceu disciplinada na Constituição de 1988, em seu artigo 5º, XLIII, ao falar sobre os crimes inafiançáveis: XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; Entretanto, a Lei dos crimes hediondos foi criada somente na década de 90 - Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, devido ao alarmante índice de crimes de natureza grave. Essa lei foi criada para penalizar tais crimes devido ao seu teor de crueldade. 3.1 Crimes hediondos De acordo com a Lei nº 8.072/90, são considerados como crimes hediondos: o homicídio praticado por grupo de extermínio; homicídio qualificado; latrocínio; extorsão qualificada pela morte; extorsão mediante sequestro e na forma qualificada; estupro; estupro de vulnerável; epidemia com resultado morte; falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais, assim como o genocídio. Entretanto, de acordo com Alberto Silva Franco (2007, p ): O texto legal pecou, antes de mais nada, por sua indefinição a respeito da locução crime hediondo, contida na regra constitucional. Em vez de fornecer uma noção, o tanto quanto explícita, do que entendia ser a hediondez do crime o projeto de lei enviado ao Congresso Nacional sugeriu uma definição a esse respeito -, o legislador preferiu adotar um sistema bem mais simples, ou seja, o de etiquetar, com a expressão hediondo, tipo já descritos no Código Penal ou em leis penais especiais. Dessa forma não é hediondo o delito que se mostre repugnante, asqueroso, sórdido, depravado, abjeto, horroroso, horrível, por sua gravidade objetiva ou por seu modo ou meio de execução ou pela finalidade que presidiu ou iluminou a ação criminosa, ou pela adoção de qualquer outro critério valido, mas sim aquele crime que, por um verdadeiro processo de colagem, foi rotulado como tal pelo legislador.

30 30 Portanto, segundo as palavras de Alberto Silva Franco (2007), percebe-se que não houve uma ampliação, por parte do legislador, no que se refere à interpretação dos crimes hediondos, visto que os restringiu somente a uma listagem, sem abertura a outras possibilidades. Marysia Souza Silva (2009, p. 130) também é da opinião de que não houve definição para crime hediondo na Lei nº 8.072/90: O legislador não definiu o que é hediondo, mas a população brasileira considera hediondo o crime que é cometido de forma brutal, horrível, repugnante e causa indignação as pessoas, o que acaba por revelar o significado qualitativo do crime definido pelo legislador constituinte. Pode ser então chamar de hediondas todas as condutas delituosas de excepcional gravidade, seja quanto a sua execução, seja quanto a natureza do bem jurídico ofendido, bem como, a especial condição da vítima que causam reprovação e repulsão. Mesmo que a opinião dos autores acima seja a de que houve apenas uma listagem de crimes considerados hediondos e não uma definição do que seja esse tipo de crime, a Lei de Crimes Hediondos foi um avanço na legislação brasileira. Conforme Marcio Gai Veiga (2003, p. 1): A Lei de Crimes Hediondos representa uma grande mutação da forma com que o Estado passou a tratar determinados crimes; crimes estes considerados pelos legisladores, como de maior gravidade social. Estes, a partir do início da vigência da Lei de Crimes Hediondos, passaram a ser tratadas com uma forma punitiva mais agressiva por parte de um Estado que, na época, já se via acuado por crimes como o sequestro, por exemplo, que já chocavam a população, que, por sua vez, clamava por punições mais severas para os mesmos. Por serem os crimes hediondos mais ofensivos aos bens jurídicos protegidos pela norma penal, a partir da criação da Lei dos Crimes Hediondos, as penalidades também se tornaram mais duras. Isso decorreu do fato de que esses tipos de crimes chocavam a população, o que gera o clamor por penas maiores. O tratamento severo dispensado aos condenados por crimes hediondos suscitou muitas controvérsias. A principal delas é quanto à regra que exigia o cumprimento da pena em regime totalmente fechado, sem direito à anistia, indulto, graça, liberdade provisória, livramento condicional ou progressão de regime. Com a entrada em vigor da Lei 8.072/90, a progressão de regime estava vedada para condenados por crimes hediondos. Assim, a priori, o artigo 2º da Lei 8.072/90, lei dos crimes hediondos, dispõe que:

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