ÍNDICE - 17/06/2006 Folha de Boa Vista (RR)...2 Cidades...2 Jornal do Commercio (PE)...4 Cidades...4 Correio Braziliense...5 Cidades...

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1 ÍNDICE - Folha de Boa Vista (RR) Venda de cola de sapateiro terá cadastro...2 Jornal do Commercio (PE) Vigilância diz que água de clínica não tem toxinas...4 Correio Braziliense Pais reclamam de desamparo...5 Fim das punições...5 Jornal do Commercio (PE) Portaria da Anvisa é criticada...6

2 Folha de Boa Vista (RR) Venda de cola de sapateiro terá cadastro ELIANE ROCHA Colaboradora da Folha A partir de agora, a venda de cola de sapateiro e produtos que contenham substâncias inalantes, que afetam o sistema nervoso, deverá ter um controle individual. A resolução nº 345/05, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entrou em vigor anteontem. A resolução diz que a venda do produto só deve ser feita a pessoas maiores de 18 anos e que o comerciante deve criar para cada uma das embalagens primárias um número de controle, individual e seqüencial, que permita relaciona-lo à nota fiscal de compra. O comércio local ainda não está ciente da resolução, mas acredita que a medida vai diminuir o uso de produtos indevidamente, principalmente por jovens que compram a cola de sapateiro para usar como drogas. "Muitas vezes a pessoa manda a criança comprar", contou o gerente de uma loja que vende materiais de construção, Fábio Dói. Ele disse que a recomendação da loja é sempre pedir a identidade do cliente para certificar se ele é maior de idade. Outra alternativa foi trocar o produto por outro com o cheiro menos agressivo que, segundo ele, não atrai as pessoas que compram para uso entorpecente. "Deixamos de trabalhar com a outra, por causa de problemas", explicou. Segundo ele, o tipo de cola mais procurada pelos clientes são as de uso pessoal, que vêm em embalagens de bisnagas, usadas para colar sapatos e carpetes, e que têm cheiro mais fraco. Outra loja da cidade disse que há dois anos não trabalha com cola de sapateiro. "Comercialmente não era interessante para a gente vender o produto", frisou o gerente Erisvaldo Batista. Ele citou que, além dos problemas da venda para menores, ainda tinha a questão da validade do produto, de seis meses. Por conta disso, havia prejuízos, uma vez que o produto não tinha tanta saída comercial. PESQUISA - A obrigatoriedade do uso de identidade na compra da cola de sapateiro é uma determinação antiga, mas não suficiente para coibir o uso do produto por crianças e adolescentes. Segundo a coordenadora estadual do projeto Sentinela, Socorro Santos, uma pesquisa realizada há três anos pelo Conselho Antidrogas constatou que o maior índice do uso de drogas era a cola sapateiro. "Foram ouvidos 250 meninos", disse. Socorro explicou que entre os motivos do uso da cola estavam a facilidade de comprar o produto e o preço. "Eles [crianças e adolescentes] conseguiam o dinheiro na rua e davam para o adulto comprar", relatou ao lembrar que foram encontrados meninos de até 7 anos cheirando cola e usando álcool. Ela acredita que a procura pela compra da cola por menores tenha diminuído, no entanto, não pode ser considerado que eles tenham deixado de usar droga. Lembrou que a cola abre caminhos para outras drogas, principalmente o álcool. "A praça e a rua oferecem problemas sérios porque tem vida, tem coisas boas e más", disse. EFEITO - O uso da cola de sapateiro, nas grandes cidades, mostra que 80% das crianças e adolescentes que vivem nas ruas já experimentaram o produto. Os

3 solventes inaláveis são a segunda droga ilícita mais consumida no país e perdem apenas para a maconha. Segundo o médico Renerys Pinheiro, pelo fato de a cola ser volátil, causa a sensação de embriaguez alcoólica, o que atrai a busca dos jovens para o consumo. "O preço e o acesso também são motivo para o uso", lembrou. A cola de sapateiro, se aspirada propositalmente, pode gerar efeitos tóxicos que levam o usuário à dependência química. Segundo a Anvisa, se a pessoa utiliza essas substâncias duas vezes, já fica exposta a desenvolver tolerância. Com o tempo, o usuário chega a consumir a droga em quantidades de 50 a 70 vezes maior para obter os mesmos efeitos das primeiras vezes.

4 Jornal do Commercio (PE) Vigilância diz que água de clínica não tem toxinas Técnicos que inspecionaram a Nefrocentro também não detectaram irregularidades nas amostras de solução usadas no tratamento A solução e a água usadas em sessões de hemodiálise da Nefrocentro, clínica conveniada ao SUS localizada no Recife e onde 14 doentes renais passaram mal na última terça-feira, não apresentam endotoxina, toxina de bactéria. A informação foi divulgada ontem pela Vigilância Sanitária Estadual, após exames realizados em amostras do material. De manhã, fiscais sanitários voltaram à clínica para inspecionar os objetos usados na filtragem do sangue dos doentes e os procedimentos adotados pelo serviço na desinfecção dos produtos. Jaime Brito, gerente da Vigilância Sanitária Estadual, aguarda para segundafeira resultado de outros exames. Por enquanto, não descarta a possibilidade de contaminação dos produtos usados na hemodiálise, embora essa chance tenha sido reduzida com a pesquisa de endotoxina. Explica que outras hipóteses também estão sendo investigadas, como a de infecção hospitalar. Brito adiantou que serão avaliados os dados dos 40 pacientes que fizeram diálise no terceiro turno do dia 13, embora só 14 tenham sofrido calafrios. Desse grupo, dois doentes - Manoel Almeida e Armando de Oliveira - tiveram outras complicações e permanecem internados nos hospitais Agamenon Magalhães e Português, em estado estável. O gerente da Vigilância Sanitária afirma que não há motivos para interdição da clínica, já que novos episódios não voltaram a ocorrer nos últimos dias. A solução usada na diálise que está sob investigação foi fabricada pela Farmace Indústria Químico-Farmacêutica Ltda, do Ceará. É o mesmo fabricante de solução equivalente que, em maio, foi apontada como provável responsável por mal-estar em dez doentes da clínica e de outro serviço, a Clínica do Rim de Vitória. Na época, seis lotes da solução foram proibidos no Estado, porque amostras analisadas pelo Laboratório de Saúde Pública (Lacen) apresentaram quantidade excessiva de endotoxina. O lote utilizado pela Nefrocentro no dia 13 não era desse grupo. Segundo a Vigilância Sanitária, a Farmace pediu novos exames e o trabalho está suspenso porque a indústria cearense contestou o método usado pelo Lacen. CREMEPE - O Conselho Regional de Medicina inspecionou ontem a Nefrocentro e vai abrir sindicância para acompanhar o caso. O presidente do Cremepe, Carlos Vital, adianta que a fiscalização não encontrou irregularidades na clínica. O conselho também investiga os quatro casos anteriores de contaminação em serviços de hemodiálise ocorridos este ano e atribuídos a diferentes causas.

5 Correio Braziliense Pais reclamam de desamparo Diversas instituições denunciam irregularidades no Caje e falhas na política de reeducação de menores infratores do Distrito Federal, mas familiares dos internos dizem que ações são meramente burocráticas Fim das punições A subsecretária de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente da Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH), Carmen Oliveira, também afirmou que tem tomado medidas para forçar o GDF a resolver o problema. A comunicação entre a OEA e o Brasil ocorre por meio da SEDH. Segundo Carmen, a subsecretaria pede informações ao Caje, elabora relatórios para enviá-los à OEA e dá sugestões de novas formas de aplicação de punições disciplinares. A SEDH pede, entre outras, o fim do isolamento no "castigo". Enquanto o GDF não diz se aceita ou não as propostas do governo federal, a única ação prática e direta da SEDH sobre o Caje, explicou Carmem, será pedir ao Ministério da Saúde que equipes da Vigilância Sanitária fiscalizem a instituição. Se constatar que as condições do local são precárias, o Ministério da Saúde poderá interditar o prédio, o que forçará a Secretaria de Ação Social a tomar medidas urgentes. (LB)

6 Jornal do Commercio (PE) Portaria da Anvisa é criticada Para especialistas, restringir venda de cola não impede envolvimento de jovem com substância tóxica. Ideal seria mudar fórmula de produto A resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que, desde a última quinta-feira, tornou colas, adesivos e tíner produtos com venda controlada foi considerada inócua por especialistas que lidam com crianças e adolescentes em conflito com a lei. Os entrevistados ressaltam que as novas regras são fáceis de ser burladas e que o mais eficiente seria obrigar os fabricantes a retirar as substâncias entorpecentes dos produtos. "Não posso dizer que tornar a venda do produto controlada seja ruim, mas essa medida sem a devida divulgação e fiscalização não reduzirá o uso dos inalantes como entorpecentes", afirmou o presidente do Conselho Nacional dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes, Fernando Silva. Segundo o juiz da Vara da Infância e da Juventude, Humberto Vasconcelos, a cola de sapateiro é a principal droga utilizada por adolescentes em conflito com a lei. "Essa restrição não vai resolver o problema. A cola deveria ser classificada como entorpecente e sua comercialização, criminalizada", enfatizou o magistrado. A ex-chefe da Polícia Civil Olga Câmara culpa o lóbi da indústria e do comércio de calçados pela permanência dos componentes entorpecentes na composição das colas e adesivos. Olga Câmara destaca que o assunto vem sendo discutido há quase 20 anos e não se encontra uma forma para resolver o problema. "Eu era diretora do Departamento de Polícia de Menores em 1987, quando, com a delegada Sílvia Costa, provei com estudos do Instituto de Criminalística que a cola de sapateiro tinha substâncias que provocavam dependência química. A presença de tolueno e benzeno é o que torna o produto entorpecente. As indústrias poderiam substituir esses componentes em suas fórmulas, mas por causa de um suposto encarecimento, permanecemos até hoje perdendo nossos jovens para o vício", concluiu.