Magazine Energia e Águas Out / Dez Caro(a) leitor(a)

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1 Caro(a) leitor(a) O exemplar que tem hoje em mãos é o primeiro de uma série que, auguramos, venha a fazer-lhe companhia trimestralmente. Constitui um projecto do Ministério de Energia e Águas (MINEA) que pretende, em primeiro lugar, partilhar consigo informações relativas ao sector. O MINEA a começar pela ministra Emanuela Bernardett Afonso Vieira Lopes e estendendo-se a todos os seus responsáveis e funcionários de base acredita que só com uma informação completa, aberta e plural será possível alcançar a colaboração de todos os utentes destes dois bens, tão essenciais à vida, que são a energia e a água. O projecto, a que se decidiu chamar Magazine de Energia e Águas, pretende, para além de informar, ser também um espaço lúdico de lazer e recreação. Através de breves apontamentos e curiosidades, chama a atenção dos leitores para coisas aparentemente simples mas que podem ter um grande impacto no uso racional da energia e da água no nosso dia-a-dia. Esperamos que esta revista venha a ser do seu agrado. Ainda assim, encorajamo-lo a fazer críticas e sugestões, pois elas serão valiosíssimas para tornar esta nossa, e sua, proposta cada vez melhor. Escreva para Joaquim Clemente Camoxi, chefe do Centro de Documentação e Informação (CDI) do Ministério de Energia e Águas ou envie os seus s para magazinedeenergiaeaguas@gmail.com Boa leitura! 1 Energia_Corrigida.indd :22:55

2 ENTREVISTA pág 4 MAGAZINE Energia & Águas Publicação trimestral do Ministério de Energia e Águas Avenida Cónego Manuel das Neves nº 234 Tel , Presidente do Conselho Editorial Engª Emanuela Bernardett Afonso Vieira Lopes Conselho Editorial Engº João Baptista Borges, Engº Luis Filipe da Silva, Engº Arlindo Carlos e Joaquim Clemente (jornalista) Coordenação executiva Joaquim Clemente Redacção Nascimento Quicassa, Domingos Bernardo, Victor Vunge, Samuel Micolo e Cristovão Magalhães Secretariado Arminda Máquina e Cremilda dos Santos Produção e supervisão Movimento Comunicação Integrada Rua Frederico Welwitch, nº 82 Bairro Maculusso, Luanda joaobelisario@hotmail.com cmalavoloneke@hotmail.com fernandaosorio@gmail.com Produção executiva Triangulação marinamelo@sapo.pt Projecto gráfi co, copydesk, paginação e pré-impressão Digiscript digiscript@digiscript.pt Impressão Damer Gráfi cas, SA Edifício Damer Gráfi cas Sector do Talatona CS8 GU15 Município da Samba Bairro Benfi ca Luanda Tel geral@damergrafi ca.co.ao «Façamos um uso racional da Energia e Água da nossa terra» ORGANIGRAMA DO MINISTÉRIO DE ENERGIA E ÁGUAS Os artigos assinados refl ectem a opinião dos autores e não necessariamente da revista. Toda a transcrição total ou parcial é autorizada desde que citada a fonte A correspondência deve ser dirigida à Coordenação executiva quimclemente@hotmail.com ou à Produção e supervisão joãobelisario@hotmail.com cmalavaloneke@hotmail.com 2 Energia_Corrigida.indd :23:24

3 EVENTO pág 15 Energias renováveis MINEA provomove conferência ENERGIA pág 17 Barragem de N gove Reabilitação prossegue a bom ritmo Electricidade para Luanda Aumento do fornecimento de energia Hidroeléctrica do Cunene Custo avaliado em 1,1 mil milhões USD Barragem da Matala Produção prevista de 40 megawatts Médio Kwanza Memorando de protecção das barragens ÁGUAS pág 22 Água para as populações Garantida melhoria no fornecimento Sumbe Nova central de captação de água Aumenta produção de água Segundo o ex-ministro Manuel Júnior Mais água para Luanda Entrevista com secretário de Estado RESPONSABILIDADE EDEL pág 38 Devedores penalizados Dicas pág 39 Como poupar energia em sua casa FORMAÇÃO pág 30 Kwanza-Sul Ministra defende aposta na formação COOPERAÇÃO pág 32 Ministros da SADC Situação energética discutida em Luanda Projecto INGA III Suspensão sem consequências para Angola Energias renováveis Angola aproveita experiência portuguesa Programa da Água SADC quer mais rapidez na execução Banco Mundial financia 20 milhões para água e saneamentos 3 Energia_Corrigida.indd :23:32

4 ENTREVISTA Ministra da Energia e Águas, engenheira Emanuela Bernadett Afonso Vieira Lopes «Façamos um uso racional da Energia e Água da nossa terra» Para a concretização do desenvolvimento sustentável e do aumento da competitividade da economia nacional, o executivo angolano está a trabalhar, em parceria com o sector privado, para que o país atinja patamares de excelência no sector energético, ainda hoje caracterizado por algumas insuficiências. Foi isso mesmo que a Ministra da Energia e Águas revelou durante a entrevista que nos concedeu, na qual garantiu igualmente a escrupulosa observância de medidas de protecção ambiental em todos os projectos em curso neste sector, face aos diversos problemas que possam envolver alterações climáticas. 4 Energia_Corrigida.indd :23:34

5 MAGAZINE ENERGIA E ÁGUAS: No actual contexto do país, quais são os desafios que se colocam, especificamente, no capítulo energético? EMANUELA VIEIRA LOPES: Os desafios são imensos, na medida em que se prevê um crescimento enorme da demanda a nível nacional, o que implica a tomada de decisões urgentes que possam corresponder às expectativas. Sabe-se que, face às alterações climáticas e um pouco como acontece por todo o mundo, o Ministério de Energia e Águas (MINEA) pretende apostar no investimento em energias renováveis. Quais serão os principais beneficiários destes projectos? Numa primeira fase, em relação à energia solar fotovoltaica, iremos electrificar as infra-estruturas sociais, tais como escolas, postos médicos, administrações comunais, entre outras. Que fontes de energias renováveis se afiguram mais rentáveis no actual contexto? Em termos de electrificação rural de localidades isoladas, a energia solar fotovoltaica será a mais rentável, uma vez que, para a utilização de energia eólica, necessitamos primeiro de fazer o mapeamento dos ventos em Angola. Estamos neste momento a fazer o estudo para a província do Namibe. Este é já um passo para a progressiva diminuição da dependência do petróleo e, por conseguinte, da rentabilização das denominadas energias limpas? De certa forma, sim. Angola é rica em recursos hídricos. Não obstante o grande consumo actual de energia térmica com recurso aos combustíveis fósseis, acreditamos que os investimentos nas novas centrais hídricas e nas mini-hídricas poderão aumentar a taxa de cobertura nacional em termos de fornecimento de energia eléctrica. E onde há extensão de redes eléctricas pode-se recorrer à energia solar fotovoltaica e, assim que se conheça o regime dos ventos no país, a energia eólica também poderá ser utilizada. E qual é o actual quadro do aproveitamentos hídrico no país? Para o Sistema Norte, têm acesso à energia dos Aproveitamentos Hidroeléctricos (AH) de Capanda e Cambambe, agora em fase de reabilitação, as províncias de Luanda, Bengo, Kuanzas Norte e Sul e, futuramente, as regiões abrangidas com a conclusão das linhas de transporte de Capanda-Lucala- Pambos, de Sonhe-Uíge e Uíge-Maquela do Zombo. No Sistema Centro, apenas o AH de Biópio está a funcionar, abastecendo parte da região de Benguela, estando também a decorrer a reabilitação do AH do Lomaum, que é o principal empreendimento deste sistema. No Sistema Sul, enquanto não se completa o processo de reabilitação do AH de Matala, a energia hídrica abastece apenas parte das necessidades das províncias de Lubango e Namibe, tendo de se recorrer às fontes térmicas para satisfação das necessidades globais da região. O Sistema Leste abastece apenas a região de Lunda-Norte. Quais são as novas empreitadas em curso? Em termos de novas empreitadas de recursos hidroeléctricos, decorrem os estudos de viabilidade para o desenvolvimento futuro dos aproveitamentos do médio Kuanza-Lacúca e Caculo-Cabaça, cuja potência conjunta está estimada em cerca de 4000 MW. Está também prevista a implantação da segunda central no AH de Cambambe, com uma capacidade de 520 MW. No rio Cunene, está a ser desenvolvido o AH de Gove, com uma capacidade estimada de 60 MW, cuja previsão de entrada em funcionamento aponta para o segundo semestre de Estão também a ser desenvolvidos os estudos de viabilidade dos AH de Jamba-ya-Mina e Jamba-ya-Oma, bem como do AH de Baynes, projecto que está a ser implementado conjuntamente com a Namíbia. Está previsto, para o presente ano, o arranque da construção de mini-hídricas em todo o país. Estão já definidas zonas prioritárias para a sua implantação? Qual é o prazo estimado para o início da utilização da energia que irão gerar? O MINEA, através do Programa de Desenvolvimento de Pequenos Aproveitamentos Hidroeléctricos, tenciona promover o acesso aos serviços de energia eléctrica pelas populações das localidades isoladas e regiões rurais do país, garantindo desta forma a melhoria das condições de vida e, ao mesmo tempo, contribuindo directamente para a solução do défice energético que se prevê em relação à construção, que está em curso, 5 Energia_Corrigida.indd :23:36

6 PERFIL Emanuela Bernardett Afonso Vieir a Lopes nasceu no Luena, província do Mox ico. A n t e s de s er nomeada p ar a o cargo de Ministra da Energia e Águas, em 2008, exerceu, a partir de 2005, o cargo de Directora Geral do GAMEK, depois de ter coordenado a Comissão de Gestão desta instituição em Anteriormente, a ac tual ministra tinha tido uma par ticipação activa na reabilitação do aproveitamento hidroeléctrico do Biópio, em Benguela, e de Matala, na Huíla, como técnica especializada. A carreira da engenheira Emanuela Bernardett Afonso Vieira Lopes teve início em 1989, no Gabinete de Aproveitamento do Médio Kwanza (GAMEK), trabalhando em diversas áreas até ser promovida a assessora da Direcção- -Geral para a fabricação, mon tagem e manutenção de equipamentos. Entre os vários cursos e estágios de especialização profi ssional que frequentou, destaca-se a formação em gestão estratégica, chefi a e liderança e produção, manutenção e conversão de equipamentos hidráulicos e electrónicos. Ao longo desta formação complementar da sua licenciatura, efectuada em diversos países, teve também a oportunidade de aprofundar os seus conhecimentos relativos a geradores, turbinas e equipamentos de movimentação de cargas. Nas várias missões de serviço que efectuou, teve ocasião de visitar as principais centrais eléctricas do mundo, nomeadamente as de Quatro Gargantas (China), Itaipú (Brasil e Paraguai) e ainda Krasnoyarsk, Novosibirsk e Sayan-Shush sk (Sayano Shushen s kaya) na Sibéria (Rússia). Emanuela Bernardett Afonso Vieira Lopes completou os estudos primários e secundários na cidade de Cabinda, transferindo-se depois para a Universidade Agostinho Neto em Luanda. Posteriormente, rumou à antiga URSS, onde concluiu, com distinção, um mestrado em Engenharia Mecânica. O crescimento da demanda, a nível nacional, implica a tomada de decisões muito urgentes, que saibam corresponder às expectativas criadas no país de um milhão de novos fogos habitacionais. Na sequência deste programa, lançou-se o concurso público para a elaboração de estudos de pré-viabilidade técnico-económica para 23 AH e respectivos sistemas associados, distribuídos por várias províncias. O processo teve grande adesão por parte das empresas locais e internacionais, estando neste momento a decorrer a avaliação das propostas referentes à elaboração dos referidos estudos, para posterior adjudicação. Prevê-se ainda o lançamento de outros con- cursos, quer para a elaboração de Estudos de Pré viabilidade e Estudos de Viabilidade Técnico-económica, quer para a construção de Pequenos Aproveitamentos Hidroeléctricos em regime BOT. Neste quadro, o MINEA tem como meta, até 2012, a construção de, pelo menos, 30 Pequenos Aproveitamentos Hidroeléctricos e dos respectivos sistemas associados. Foi recentemente anunciada a intenção de construir um consórcio luso-angolano para a produção de painéis solares em Angola. A ser concretizada, que benefícios poderá proporcionar ao país esta parceria? Este consórcio foi já criado entre a EDP Renováveis e a Sonangol, pelo que a nível do MINEA não há neste caso uma intervenção directa. De qualquer forma, a produção de painéis solares em Angola ou, pelo menos, a montagem dos mesmos no nosso país, reduziria bastante o preço destes equipamentos, o que tornaria os projectos de implementação de sistemas fotovoltaicos mais rentáveis. Podemos encarar o facto da empresa Ancom Group Company ter manifestado interesse em investir nas energias renováveis como indicação de que grande parte do investimento neste domínio poderá surgir do sector privado? A articulação público-privada é a melhor opção, já que o governo traçará as políticas que regulamentam a utilização de energias renováveis, mas caberá ao sector privado investir no desenvolvimento e implementação destas tecnologias. Está em curso o Plano Nacional de Urbanismo e Habitação, o qual prevê a construção de um milhão de casas. Este projecto será acompanhado de uma rede eléctrica consistente e sustentável? Os programas que estão a ser executados contemplam todos os sistemas de infra- -estruturas, incluindo as redes eléctricas. Como referência, temos o programa de desenvolvimento de Pequenos Aproveitamentos Hidroeléctricos, que visam contribuir para a solução do défice energético. Desta forma, os fogos habitacionais que serão construídos nas localidades abrangidas pelo referido programa beneficiarão de energia produzida por este meio. 6 Energia_Corrigida.indd :23:37

7 O programa de emergência para o reforço da capacidade termoeléctrica foi implementado entre Dezembro de 2009 e Abril deste ano. Como está a ser desenvolvido e estruturado? Basicamente, o programa consiste na implementação de quatro centrais de geração térmica com uma potência total de cerca de 200 MW, que foram adquiridas para reforçar a capacidade de abastecimento à cidade de Luanda. A central de Viana (22,8 MW) está já em funcionamento; as de Cazenga (2x22,8 MW), Boavista I (2x46 MW, em barcaça) e Boavista II (2x46 MW, também em barcaça) têm todas elas a entrada em funcionamento prevista para este ano. Em Dezembro último, referiu a existência de localidades onde o fornecimento de energia eléctrica é precário ou inexistente. O que está a ser feito para resolver, ou pelo menos mitigar, esta situação? Para alterar a actual situação está programado um conjunto de acções, designadamente a instalação de centrais térmicas em alguns sistemas isolados e a reabilitação e expansão das redes de distribuição de energia eléctrica de quase todas as capitais de províncias e principais cidades. Considera essencial a observância de rigor, disciplina e diálogo entre as empresas e organismos do sector para concretizar os objectivos do executivo no domínio energético? Certamente que sim, pois nenhum organismo poderá ter boas realizações, ou seja, atingir as metas preconizadas, se os seus colaboradores não trabalharem como uma equipe e com um objectivo comum, no caso, para melhor servir as populações. O que considera necessário para que Angola seja bem sucedida e se distinga a nível internacional no sector energético, à semelhança do que já acontece no ramo do petróleo? Penso que com mais investimentos e com quadros especializados no ramo, o nosso país poderá atingir elevados patamares no capítulo energético. Tendo em conta a actual dinâmica do país, poderemos vir a estar, a médio prazo, em condições de explorar recursos energéticos noutros países africanos? Angola é rica em recursos energéticos, possuindo um grande potencial hidroeléctrico. Para as energias renováveis, a articulação público-privada é uma boa opção: o governo traçará as políticas que regulamentam a sua utilização, mas caberá ao sector privado investir nestas tecnologias 7 Energia_Corrigida.indd :23:38

8 Tais recursos, se explorados de forma equilibrada e plena, cobrirão amplamente as necessidades nacionais, actuais e futuras, e transformar-nos-ão num país exportador de energia eléctrica. Entretanto, a nossa prioridade, neste momento, prende-se com o cumprimento dos objectivos e metas do programa governamental. Podemos então concluir que, pelo menos por agora, está descartada a possibilidade de Angola expandir o seu potencial energético para outros países? Não estamos a descartar essa possibilidade. Mas a nossa preocupação actual é a de gerar uma capacidade interna que possa responder com eficácia às urgentes necessidades do país. Os grupos geradores têm servido de suporte para o fornecimento de energia eléctrica em muitas localidades do país. Até quando prevê que esta dependência se irá manter? Com a implementação dos programas aprovados, essa dependência poderá vir a decrescer, paulatinamente, em particular nas regiões abrangidas pela rede nacional. Todavia, em certas zonas, a situação irá ainda manter-se por algum tempo. Na cidade de Luanda e arredores, a distribuição de energia é monopólio da EDEL. 8 Não acha que já é tempo de abrir o sector a outras empresas? Neste momento, em Luanda e Bengo, a distribuição de energia está de facto sob a responsabilidade da EDEL, enquanto a ENE responde pelas demais províncias. Importa referir que, de há algum tempo a esta parte, temos vindo a discutir a reforma do sector eléctrico. Quando esta reforma estiver concluída, teremos então mais bem desenhado o figurino para o transporte e a distribuição de energia, não só em Luanda mas também nas restantes províncias do país. Como encara então a entrada no mercado angolano de produção e fornecimento de energia de empresas estrangeiras, como a portuguesa EDP? Angola é um país que está em paz e oferece estabilidade e, neste contexto, a EDP participará na construção de uma Central de Ciclo Combinado, com a parceria do sector e do BPA, que será implementada no Soyo e que terá uma capacidade de 400 MW. Tem vindo a defender um equilíbrio entre custo e preço, nas tarifas praticadas em Angola, a fim de melhorar a actual situação económica e financeira das empresas do sector energético. Houve alguns avanços na concretização desta convergência tarifária? Investindo forte na formação de quadros especializados no ramo, o país poderá atingir os mais elevados patamares de excelência no capítulo da energia hidroeléctrica Energia_Corrigida.indd :23:38

9 A questão das tarifas de electricidade consta do leque de preocupações do governo, pelo que se encontra em fase de conclusão um trabalho sobre o assunto, envolvendo os ministérios da Economia e das Finanças. No ano passado foi anunciado um projecto que garantirá o acesso à energia eléctrica para as 30 mil famílias que habitam nas imediações do novo estádio de Luanda. Será esse um sinal de que o governo apenas concede essas condições em locais situados nas proximidades de grandes projectos? De forma alguma. A preocupação do governo prende-se com a melhoria do serviço prestado às populações em geral, independentemente dos grandes projectos que venham ou não a ser realizados. É justamente por essa razão que estamos a apostar quer nos grandes quer nos pequenos empreendimentos, sem qualquer distinção. Até que ponto é vantajosa a substituição de lâmpadas normais por outras de baixo consumo, levada a cabo pela EDEL-EP no quadro da campanha de sensibilização sobre a poupança de energia, se tivermos em conta os dois milhões de USD envolvidos nesta operação? É um processo em curso, cujos resultados serão apresentados oportunamente. Em que consiste exactamente o projecto Água para Todos? O programa Água para Todos tem o objectivo de fornecer água potável às zonas rurais do país. Procura utilizar soluções simples, consubstanciadas em pequenos sistemas de abastecimento de água, meios de captação adaptados às disponibilidades e qualidade dos recursos hídricos locais, complementados, em aglomerados populacionais de menor dimensão, pela implementação de um abastecimento baseado na criação de pontos de água. Estas soluções, adequadas aos vários níveis de locais, visam alcançar um grau de cobertura de 80% das populações rurais em Na qualidade de titular da pasta da Energia e Águas, tem alguma mensagem a transmitir à população angolana, no âmbito da utilização sustentável de recursos tão valiosos como a água e a energia? A mensagem que deixo é a de que todos façamos um consumo racional e consciente destes recursos, para garantirmos a melhoria dos serviços prestados às populações e de que cuidemos melhor das respectivas infra-estruturas, fruto dos grandes investimentos que o governo tem levado a cabo neste campo. O nosso país é rico em recursos energéticos, possuindo grande potencial hidroeléctrico; se esses recursos forem explorados de forma plena, cobrirão todas as necessidades nacionais, actuais e futuras, e Angola tornar-se-á um exportador de energia eléctrica 9 Energia_Corrigida.indd :23:40

10 DESTAQUES Programa do Governo para o Sector de Energia e Águas no Período PARA O SECTOR ELÉCTRICO «Desenvolver acções para equilibrar a balança de energia, em termos de procura e oferta, de modo a prevenir que, por um lado, haja esbanjamento de energia e, por outro, uma eventual escassez que constitua um constrangimento para o desenvolvimento nacional». PARA O SECTOR DAS ÁGUAS «Agir no sentido de proporcionar à população acesso à água potável nas áreas urbanas e rurais, bem como para as actividades económicas». METAS A ATINGIR NO SECTOR DA ENERGIA Aumento do consumo per capita: a principal meta a atingir, até ao final de 2016, será instalar uma capacidade de produção de MW de potência, ou GWh, assente sobretudo em recursos renováveis que permitam um consumo per capita de KWh, ou seja, oito vezes mais do que o actual. Aumento do número de ligações domiciliárias de acesso, estimado em 2 milhões. Interligação dos sistemas isolados e criação de uma rede nacional de transporte. Aumento da contribuição das novas fontes de energias renováveis (eólica e solar) em toda a matriz energética, até atingir 1,5% do total do consumo. METAS A ATINGIR NO SECTOR DAS ÁGUAS Reabilitação e ampliação do universo nacional de sistemas de abastecimento de água, tendo como finalidade alcançar uma taxa de cobertura de 100% nas zonas urbanas, 80% nas zonas peri-urbanas e 40% nas zonas rurais. Aumento da oferta de água nos meios peri-urbano e rural de forma a proporcionar um consumo mínimo per capita da ordem dos 40 litros/dia no caso de abastecimento através de fontanários e 70 litros/dia para abastecimento por ligações domiciliárias desprovidas de rede interna. Aumento da oferta de água no meio rural de forma a proporcionar um consumo mínimo per capita da ordem dos 30 litros/dia no caso de abastecimento através de fontanários e 50 litros/dia para abastecimento por ligações domiciliárias desprovidas de rede interna. Conclusão do programa Água Para Todos, que tem como finalidade um crescimento significativo da cobertura na distribuição de água nos meios peri-urbano e rural. Dotar as principais 21 bacias hidrográficas dos respectivos Planos Gerais de Gestão Integrada dos Recursos Hídricos. Proceder à reabilitação progressiva da Rede Hidrométrica Nacional. PROJECTOS EM CURSO E OU A DESENVOLVER No sector da energia Os projectos em curso e os que estão previstos para a produção, transporte e distribuição de energia, visam alcançar os seguintes resultados: a) A implantação de MW de capacidade de produção, o que representa seis vezes mais do que a capacidade actualmente existente; b) A implantação de km de rede de transpor te de 400 kv e 2010 km de rede de 220 KV. c) A construção de 46 pequenos aproveitamentos hidroeléctricos, totalizando uma capacidade a instalar de aproximadamente 180 MW; d) A implantação de km de rede de distribuição e a construção de 37 novas subestações, 1300 postos de transformação, com maior concentração na região de Luanda. No sector das águas Os estudos e projectos em curso e os que estão previstos no domínio de abastecimento de água e saneamento e os estudos a efectuar no domínio da gestão dos recursos hídricos visam atingir os seguintes resultados: a) 1029,095 m3/dia como disponibilidade global de água para consumo humano, em meio urbano, o que representa um crescimento de 44% comparativamente ao ano de 2009; b) Sistemas de abastecimento de água em todas as sedes provinciais e em 68 sedes municipais devidamente reabilitados e ampliados; c) Aumento significativo da taxa de cobertura da distribuição de água nos meios peri-urbano e rural, comparativamente ao ano de 2009; d) Melhoria significativa do processo de controlo da qualidade da água para consumo humano, por via da edificação de laboratórios de referência; e) 21 bacias hidrográficas dotadas do respectivo Plano Geral de Gestão Integrada de Recursos Hídricos, numa área total de km2, o que corresponde aproximadamente a 43% do território nacional; f) 180 Estações Hidrométricas reabilitadas em operação, que proporcionarão o renascimento de um adequado sistema de monitorização dos recursos hídricos. 10 Energia_Corrigida.indd :23:41

11 Executivo aprova projectos para o sector de energia O Presidente da República aprovou recentemente o projecto e a minuta de contrato para a construção da subestação do Dango e da rede regional de alta tensão na província do Huambo. Para a mesma província, foi ainda promulgado um outro decreto presidencial que autoriza o Ministério de Energia e Águas a celebrar um contrato com a empresa de telecomunicações e electricidade Teletrinf, visando a construção da linha de transporte de energia eléctrica entre o Gove e Belém do Huambo, cabendo à GAMEK a fiscalização da empreitada. O Chefe do Executivo aprovou igualmente a contratação de financiamentos referentes à execução dos projectos de reabilitação da barragem da Matala, na província da Huíla, e do aproveitamento hidroeléctrico de Cambambe, no Kwanza Norte. Dois outros importantes despachos presidenciais foram promulgados na mesma ocasião. O primeiro autoriza a Empresa Nacional de Electricidade (ENE-EP) a celebrar um contrato com a Isolux Corsan para o fornecimento e instalação de duas turbinas a gás de 35 megawatts na região de Fútila, província de Cabinda. O segundo aprova o projecto e a minuta de contrato de empreitada para a construção do sistema de transporte de energia Viana- -FILDA e do conjunto de estruturas que o integra, tendo em conta a necessidade de fazer chegar a energia da subestação de Viana às redes de distribuição. Conselho de Ministros converte GAMEK em empresa pública O Conselho de Ministros aprovou, no início deste ano, a criação da GAMEK-EP, uma empresa pública vocacionada para a construção de empreendimentos hidroeléctricos, redes de transporte e distribuição de energia eléctrica, bem como de todas as outras infra-estruturas eléctricas requeridas. No sentido de dotar as operações de aproveitamento hidroeléctrico de Capanda e todas as infra-estruturas associadas de uma concessionária própria que, no âmbito do sector público empresarial, contribua para assegurar a satisfação da demanda nacional de energia eléctrica, o Conselho de Ministros criou também uma empresa especificamente direccionada para esta barragem, a SOCEL-EP. 11 Energia_Corrigida.indd :23:41

12 EDEL cria Centros de Distribuição O presidente do Conselho de Administração da EDEL, engenheiro José Manuel, anunciou a criação de um novo centro de distribuição no Bengo. O responsável da EDEL, que falava na cerimónia de apresentação do novo modelo estrutural da empresa, referiu que o centro de distribuição do Bengo, que numa primeira fase só vai atender a cidade de Caxito, faz parte de um total de dez centros do mesmo tipo, nove dos quais em Luanda. O novo modelo estrutural da empresa vai permitir uma melhor interacção entre a EDEL e os clientes, uma vez que os centros estão dentro das localidades e vão trabalhar com as autoridades locais e as comissões de moradores. Estas unidades vão dar uma outra dinâmica e eficácia ao sistema de atendimento ao público, ao mesmo tempo que contribuirão para a melhoria dos serviços da empresa de electricidade que tem, há já alguns meses, um novo Conselho de Administração. Biomassa pode ser usada em casos pontuais O secretário de Estado da Energia avançou a possibilidade da produção hidroeléctrica no Huambo vir a ser compensada, no futuro, por centrais que utilizarão biomassa. João Baptista Borges fez estas declarações numa intervenção proferida durante o seu mais recente encontro com os membros do governo da província do Huambo, para analisar a produção de energia eléctrica local. Segundo João Baptista Borges, a opção pelo uso destes recursos, como fonte adicional de energia, advem do grande crescimento da procura de energia eléctrica e da perspectiva de desenvolvimento industrial na província. Na sua óptica, o esforço no sentido de criar capacidade de gerar e distribuir energia terá que prosseguir, pois os recursos naturais são abundantes. «Há um levantamento que indica áreas de actuação estratégica, como é o caso da biomassa florestal. Sabemos que esta região tem perímetros florestais significativos e uma boa gestão desses mesmos perímetros» disse na altura. «No futuro, deveremos ter centrais que utilizem as biomassas, as quais podem compensar a produção hídrica, que está sujeita a variações sazonais, pois os rios não mantêm sempre o mesmo caudal», acrescentou. Ainda sobre a gestão da energia eléctrica para o futuro, o secretário de Estado da Energia salientou que certos municípios poderão também ser abastecidos por micro-centrais hídricas, já que têm um consumo pouco significativo de energia eléctrica per capita. 12 Energia_Corrigida.indd :23:42

13 EUA fi nanciam sector eléctrico angolano Um investimento no valor de 1,7 milhões de dólares foi disponibilizado no início de Agosto deste ano pela Agência Norte Americana de Comércio e Investimento (USTDA), para financiar estudos sobre a modernização da distribuição de electricidade na cidade de Luanda e a instalação de uma linha de transmissão de alta tensão entre o Norte e o Sul do País. O valor do financiamento vem estabelecido num acordo de concessão entre a Agência Norte Americana de Comércio e Investimento (USTDA) e o ministério de Energia e Águas de Angola. O acordo foi rubricado pela ministra do Comércio, Maria Idalina Valente, mandatada pelo executivo para o efeito e por um representante da agência americana. O estudo de viabilidade para o projecto de modernização da distribuição de electricidade na cidade de Luanda custará 855 mil dólares. O projecto para a instalação da linha de transmissão de alta tensão foi fixado em 837 mil dólares. Os acordos para estas duas iniciativas decorreram em Washington, envolvendo, pela parte angolana, o secretário de Estado da Agricultura, José Amaro Tati, os vice-ministros dos Transportes e da Saúde, respectivamente, Carla Ribeiro e Carlos Masseca. o encarregado de negócios da embaixada de Angola nos Estados Unidos, Martinho Codo, o director do Gabinete de Intercâmbio Internacional do ministério da Energia e Águas, Kiala Pierre e representantes da Agência Nacional de Investimento Privado (ANIP). Novo Conselho de Administração do IRSE O novo Conselho de Administração do Instituto Regulador do Sector Eléctrico (IRSE) tomou posse, em Julho último, na sede da EDEL. Luís Mourão da Silva foi nomeado presidente e Eduardo Gomes Nelumba e Rogério António Henriques administradores, sendo este último responsável pelo pelouro financeiro. A ministra da Energia e Águas esteve presente na ocasião e, na presença dos funcionários IRSE, aproveitou para desejar sucesso aos recém empossados. 13 Energia_Corrigida.indd :23:44

14 EVENTO Magazine Energia e Águas Out / Dez 2010 MINEA promove conferência sobre energias renováveis O Secretário de Estado da Energia disse em Luanda que as zonas rurais mais distantes vão ter energias renováveis, no quadro da electrificação do país. João Baptista Borges fez esta afirmação na abertura da conferência nacional sobre energias renováveis que decorreu no ministério de Energia e Águas, no início do presente ano. O secretário de Estado garantiu que a água vai continuar a ser a fonte primária de produção de energia eléctrica, enquanto as outras, como a solar e a eólica, serão implementadas naquelas zonas onde, por dificuldades técnicas ou económicas, não é possível transportar as linhas de transmissão da energia produzida nas barragens. A conferência, promovida pelo ministério de Energia e Águas em parceria com a embaixada dos Estados Unidos da América em Angola, destina-se a ajustar os planos do ministério relativos à utilização e aproveitamento das novas energias renováveis. «Com o objectivo de electrificar o país e, particularmente, as áreas rurais, temos de contar com a gestão energética. Esta conferência tem, no fundo, o condão de servir para nos actualizarmos e ajustarmos, tendo em conta a experiência dos Estados Unidos de América», esclareceu João Baptista Borges, para quem a energia solar pode ajudar a electrificar o país de forma económica. 14 Energia_Corrigida.indd :23:47

15 O nosso país possui um forte potencial de energias renováveis de tipo solar, eólico e geotécnico, sem esquecer o biocombustivel, mas ainda não está a explorar nenhuma destas alternativas O secretário de Estado sublinhou que, apesar de Angola possuir um forte potencial de energias renováveis de tipo solar, eólico, hidro-eléctrico e geotécnico, sem esquecer o biocombustível, ainda não está a explorar nenhuma delas. Referiu que algumas são caras e é necessário que se promova a sua utilização com base na compensação dos custos, para que as famílias pobres possam ter acesso a elas. «Estamos a trabalhar para que a utilização destas fontes alternativas seja uma realidade o mais brevemente possível. A sua utilização requer a adopção de políticas de incentivo. Neste momento estão a ser criadas condições para uma discussão mais alargada», afirmou. Dan Mozena, na altura embaixador dos Estados Unidos da América, considerou que Angola é um país com um potencial energético capaz de sustentar todos os lares, empresas e fábricas e ainda fornecer países vizinhos, uma nação capaz de contribuir para a segurança ener gética do mundo. O diplomata americano lembrou que o governo angolano, ciente deste facto, entende, correctamente, que a energia é a chave para melhorar o bem-estar do país. «Angola pode beneficiar das experiências dos outros países que fizeram com êxito a transição da tarifa global para uma mais dirigida. Creio que os Estados Unidos podem disponibilizar um intercâmbio técnico para ajudar Angola a concretizar essa transição», disse Dan Mozena. O antigo embaixador acredita que Angola pode aprender com os Estados Unidos e com outros países a encontrar a melhor forma de rever a legislação, com o objectivo de estimular o desenvolvimento do sector da energia em geral e, em particular, das renováveis. «Isso pode colocar Angola numa posição melhor, para tirar partido das preocupações globais com as alterações do clima, para impulsionar a sua visão de desenvolvimento agrícola, de modo mais lucrativo e sustentável» disse. Luís Fernández, do Instituto Carnegie de Ciências dos Estados Unidos da América, foi o principal orador da conferência. O cientista falou sobre a evolução histórica e tecnológica do uso das energias renováveis nos Estados Unidos da América, do zoneamento agro-ecológico para os bio- -combustíveis e da experiência americana nesta área e na produção de alimentos. Luis Fernández falou ainda de energias renováveis e mudanças climáticas e do protocolo de Kyoto, referindo a relação entre energias renováveis e mudanças climáticas. 15 Energia_Corrigida.indd :23:49

16 Na mesma ocasião, o secretário de Estado das Águas disse que o governo angolano está a preparar uma política de segurança energética baseada na diversificação das fontes de exploração da energia. Neste sentido, referiu que, no domínio da inventariação de recursos e da investigação, o governo de Angola está a estudar as formas de exploração das fontes de energias renováveis. Este estudo, acrescentou, visa um desenvolvimento equilibrado da sociedade e da economia nacional, que passa pela diversificação das várias fontes de energias renováveis disponíveis. «A política da segurança energética está a ser preparada pelo governo e assenta em princípios de competitividade, equidade, eficiência e sustentabilidade», afirmou Luis Filipe da Silva, acrescentando que a exploração das fontes de energias renováveis deve garantir a preservação do ambiente e o desenvolvimento equilibrado e sustentável. O secretário de Estado disse ainda que a conferência marcou o início de uma nova era, no que se refere ao uso das energias renováveis. Apesar de Angola possuir um enorme potencial de fontes das energias renováveis, o secretário de Estado da Energia reconhece que ainda há muito que aprender sobre as formas da sua exploração e consumo, pelo que espera contar com o apoio dos parceiros do governo, no estudo e exploração dessas fontes de energia alternativas. A água vai continuar a ser a fonte primária de produção de energia eléctrica, enquanto a solar e a eólica serão implementadas naquelas zonas onde, por dificuldades técnicas e económicas, não é possível transportar as linhas de transmissão da energia produzida nas barragens 16 Energia_Corrigida.indd :23:49

17 ENERGIA Magazine Energia e Águas Out / Dez 2010 Reabilitação da barragem de N gove prossegue a bom ritmo «P elo que observei, avalio positivamente os trabalhos da reabilitação da barragem, como tivemos a oportunidade de observar durante a nossa visita à província. Houve uma evolução significativa». Foi assim que a ministra da Energia e Águas comentou as obras em curso, no final da sua recente visita à barragem hidroeléctrica do Gove, cuja plena recuperação está prevista para finais de Outubro do próximo ano. Dos vários trabalhos realizados, as obras da central de aproveitamento hidroeléctrico da barragem foram as que registaram uma evolução mais significativa. Segundo os especialistas que ali trabalham, dos quatros lotes integrados na obra de reparação da barragem, o lote 4 é o que tem merecido maior atenção, já que integra a parte central e a subestação. As restantes infra-estruturas de apoio à barragem estão igualmente a ser alvo de obras de reabilitação, nomeadamente no aeroporto, onde a pista, a aerogare e o parque de estacionamento da placa se encontram já concluídos. A barragem de N Gove vai gerar mais de 800 novos postos de trabalho, na sua maioria destinados a jovens angolanos da região da Caála, Cuíma, e Gove. Das 257 torres de distribuição de energia do curso que ligará o Huambo ao Sector do Gove, já foram montadas 38. No processo, de acordo com Dombaxi Feijó, chefe de secção da subestação eléctrica de Belém do Huambo, foi desminada uma faixa de 54 quilómetros. Durante a estadia no Huambo, a ministra pôde também verificar o andamento das obras de construção das novas linhas de transporte de energia eléctrica e da subestação do Huambo e Caála. Na ocasião, Emanuela Vieira Lopes recebeu explicações detalhadas sobre o projecto da rede de média e baixa tensão, cujas obras estão já em estado avançado. A ministra visitou igualmente a subestação eléctrica de Belém do Huambo, obra em que se regista um ligeiro atraso, determinado pelos reflexos da crise financeira internacional que se têm feito sentir em Angola. Os reflexos da crise financeira internacional, que se tem feito sentir em Angola, têm provocado atrasos pontuais em algumas obras em curso 17 Energia_Corrigida.indd :23:50

18 Projectos para aumentar o fornecimento de energia à capital do país Estas subestações enquadram-se num projecto que visa a expansão da electrificação de Luanda e vai minimizar a carência de energia em certas zonas da cidade Bairros de Luanda sem energia vão passar a dispor de corrente eléctrica dentro de dois anos, graças a um projecto da EDEL que prevê a instalação de sete novas subestações, garantiu o director-geral adjunto para o Planeamento e Engenharia da empresa, Isaquiel Sebastião Manuel, acrescentando que a empresa tem já identificados e garantidos os espaços onde serão construídas as referidas subestações, nos bairros Morro Bento, Benfica e Ramiro, no município da Samba. Os bairros Zango e Caope, no município de Viana, e Kinaxixi e Boavista, nas Ingombotas, constam igualmente da lista dos beneficiários. A construção destas subestações, segundo Isaquiel Sebastião Manuel, enquadra-se num projecto que visa a expansão e electrificação da cidade de Luanda, cujo financiamento está incorporado numa linha de crédito da China. «Em finais do ano passado foi aprovado em Conselho de Ministros o financiamento deste projecto de construção das subestações e da rede de baixa e média tensão», disse. «Cada subestação terá a capacidade de 40MW. Nos bairros Morro Bento, Benfica, Ramiro, Zango e Caope, a EDEL vai montar 127 postos de transformação, para atender cerca de 50 mil residências. A entrada em funcionamento de todas as sete subestações de energia, prevista para dentro de dois anos, vai minimizar as dificuldades de energia nestas zonas. Contudo, estas subestações não vão resolver todos os problemas de energia eléctrica que os munícipes enfrentam nos referidos bairros. Para isso são precisos muito mais investimentos e mais estruturas do género», esclareceu. «A construção das subestações de energia no Kinaxixi e Boavista visa reforçar a capacidade de distribuição de energia naquelas zonas», disse ainda Isaquiel Manuel, explicando que a EDEL já atende uma pequena parte do bairro Morro Bento e Zango. Este quadro da empresa elogiou o empenho das administrações municipais na identificação dos espaços para instalação das subestações e disse também que a empresa está a averiguar, desde Janeiro, os locais para montagem dos postos de transformação, a partir dos quais a energia chega aos clientes. O director-geral adjunto para o Planeamento e Engenharia da EDEL disse ainda que a empresa abriu agências para atendimento das reclamações dos clientes, em todos os municípios de Luanda. A EDEL possui clientes e trabalhadores. 18 Energia_Corrigida.indd :23:54

19 Construção da hidroeléctrica do Cunene avaliada em 1,1 mil milhões de dólares Um projecto conjunto entre Angola e Namíbia para a construção de uma central hidroeléctrica na província do Cunene está avaliada em 1,1 mil milhões de dólares. O projecto está localizada junto ao rio Cunene, que corre ao longo da fronteira comum. Esta é mais uma iniciativa que pretende combater o défice energético que se verifica há décadas e que tem assolado as duas economias. Após uma série de atrasos o projecto, denominado Baynes, que inclui uma estação de energia hidroeléctrica e uma barragem no rio Cunene, deve estar concluído em 2017, segundo previsões do responsável namibiano afecto à empresa estatal Nampower. «O projecto está a avançar bem. É uma iniciativa conjunta entre os dois governos. 50% do custo é coberto por Angola e os outros 50% pela Namíbia», disse Paulo Shilamba, à margem de uma conferência sobre investimentos realizada em Luanda. Paulo Shilamba disse que os investidores privados podem também ser convidados a participar no projecto Baynes. A enorme barragem é encarada como um marco para ambas as nações, em mais uma tentativa de acabar com falhas de energia que têm limitado o desenvolvimento económico da região. Shilamba garantiu ainda que, em Dezembro, o relatório de estudo do negócio é positivo, «e temos de começar a próxima fase do projecto, que é basicamente composto pela elaboração de pacotes financeiros, arquitectura e, em seguida, contratar um dos executantes da obra. Diria que em 2013 vamos começar a construir o projecto e, em seguida, em 2017, a energia vai começar a ser gerada». Na Namíbia, a demanda de energia deverá triplicar até 2030, quando as operações de mineração entrarem de novo em funcionamento. O país produz 10% do urânio do mundo. Angola, por seu turno, rivaliza com a Nigéria como maior produtor africano de petróleo, mas depende muito da energia hidroeléctrica para satisfazer as suas necessidades e está a investir milhares de milhões de dólares na reconstrução das barragens destruídas pela guerra civil que, recorde-se, terminou em Apenas 5% do potencial estimado de MW de energia hidroeléctrica estao a ser usados em Angola, de acordo com informações do ministério de Energia e Águas, 19 Energia_Corrigida.indd :23:58

20 40 megawatts será a produção da barragem da Matala Emanuela Vieira Lopes afirmou, em Março deste ano, no município da Matala, que a barragem hidroeléctrica existente no local vai aumentar a sua capacidade de produção eléctrica de 26 para 40MW nos próximos três anos. A ministra, que falava na cerimónia do lançamento simbólico da primeira pedra de reabilitação da obra, efectuada pelo então ministro de Estado e Coordenação Económica, Manuel Júnior, disse que estão criadas as condições para que as províncias da Huíla e do Namibe tenham, dentro de 40 meses, energia de qualidade. A titular da pasta da Energia e Águas lembrou que a barragem da Matala gera actualmente, com as suas duas turbinas, aproximadamente 20MW, uma produção insuficiente para responder às necessidades da região. A sua recuperação vai pois aumentar a produção de energia, criando condições para o desenvolvimento da região. A ministra disse ainda que a estrutura requer um trabalho de profundidade, pelo que serão substituídas as velhas turbinas por três outras novas, num projecto orçado em dólares. As obras irão durar 40 meses e incidirão sobre a estrutura física da barragem, a ponte, a central eléctrica e o sistema de geração, sendo que durante a sua execução não será interrompido o fornecimento de energia às cidades do Lubango e Namibe. Na empreitada estarão envolvidos 250 trabalhadores. Emanuela Vieira Lopes aproveitou a ocasião para lembrar que estão a ser feitos estudos de viabilidade para a construção e reabilitação de outras barragens, a nível do país, para além de uma série de mini-hídricas de uso local. A barragem da Matala foi construída na década de 60 e concebida para gerar cerca de 39 MW, o que nunca chegou a ser concretizado, pois os três grupos geradores jamais chegaram a funcionar em pleno. Recorde-se que esta localidade se situa 180 km a leste da cidade do Lubango, na província da Huíla. Nos próximos três anos, a barragem da Matala vai aumentar a produção de 26 para 40 megawatts 20 Energia_Corrigida.indd :24:04

21 Assinado memorando para protecção das barragens do médio Kwanza U m memorando de entendimento para a protecção das barragens hidroeléctricas localizadas no médio Kwanza, que incluem Capanda, Cambambe e as áreas de Laúca, Caculo Cabaça, Zenzo I e II, Túmulo do Caçador e Luime, foi assinado no Waco Kungo pela ministra da Energia e Águas e pelos governadores do Kwanza-Sul, Malanje e pelo vice-governador do Kwanza-Norte. O acordo contempla acções para a eliminação da cobertura vegetal à volta das albufeiras, prevendo igualmente diversas formas de evitar o extermínio das espécies aquáticas nas zonas envolventes. Ao fazer o balanço da visita de dois dias que efectuou ao Kwanza-Sul, Emanuela Vieira Lopes manifestou-se satisfeita com os projectos de reabilitação e expansão da energia eléctrica e águas na província, tendo a este propósito sublinhado que a breve estadia na região e os encontros que manteve com os responsáveis locais lhe permitiram identificar melhor os obstáculos e procurar as medidas mais adequadas para as dificuldades encontradas. «A nossa visita foi proveitosa em todos os sentidos porque nos permitiu identificar os problemas e, juntamente com as autoridades da província e os empreiteiros, procurar as devidas soluções». Quanto ao programa Água para Todos, a ministra garantiu que o governo vai aumentar as verbas destinadas às províncias. A titular da pasta da Energia e Águas reconheceu que, em muitas localidades, o programa incorreu em alguns atrasos. A ministra garantiu entretanto que o seu ministério efectuou já os estudos necessários para a execução de projectos de energia e águas nas cidades de Porto Amboim, Sumbe e Gabela. O acordo contempla acções para a eliminação da cobertura vegetal à volta das albufeiras, prevendo igualmente diversas formas de evitar o extermínio das espécies aquáticas nas zonas envolventes 21 Energia_Corrigida.indd :24:04

22 ÁGUAS MINEA garante melhoria no fornecimento de água às populações Aministra da Energia e Águas reconheceu recentemente, em Luanda, existir ainda um défice elevado no fornecimento de água potável às populações, o que constitui uma das grandes preocupações do governo. Emanuela Vieira Lopes disse que a falta de água própria para consumo humano constitui um problema de saúde pública. A ministra de Energia e Águas referiu ainda que o plano de acção do projecto Água para Todos, aprovado recentemente pelo Conselho de Ministros, vai permitir que, até 2012, mais de 3,67 milhões de pessoas no meio rural beneficiem de água potável. Emanuela Vieira Lopes prestou esta informação quando falava numa palestra sob o tema Água limpa para um mundo saudável, em saudação ao Dia Mundial da Água. O responsável pela área das Águas, Saneamento e Higiene da UNICEF, Antero Pina, declarou, na palestra, que a falta de fornecimento adequado de água potável às populações está na base das diarreias agudas e da elevada taxa de mortalidade infantil em Angola. O funcionário da UNICEF referiu que as diarreias e a cólera, causadas pela falta de água potável, matam em Angola 50 crianças por dia. Antero Pina acrescentou que, apesar dos esforços do governo para fornecer água potável a toda a população, são ainda assim muitas as famílias que não têm acesso a este bem essencial e percorrem longas distâncias para o adquirir. Sublinhou que estas famílias são constituídas maioritariamente por mulheres e crianças que percorrem longas distâncias à procura de água, ficando sem tempo para irem à escola ou para praticarem outras actividades úteis ao desenvolvimento do intelecto. A UNICEF, em parceria com o ministério da Saúde, criou um programa de tratamento caseiro de água, com o objectivo de incentivar as populações a tratarem a água que chega às suas casas. Referiu que a UNICEF e a Direcção Nacional das Águas de Angola instalaram, na subestação de Kifangondo, um posto de tratamento de água, para permitir que os proprietários de camiões cisterna tratem o líquido no local, antes de o venderem às populações. Estudos feitos por especialistas, a nível mundial, demonstraram que, em todo o planeta, cerca de dois mil milhões de pessoas sofrem da escassez de água. E os dados das Nações Unidas referem que apenas 3% da água existente na Terra é apropriada para consumo humano. «ÁGUA PARA TODOS» BENEFICIA TRÊS MILHÕES DE PESSOAS O secretário de Estado das Águas disse, durante a sua última visita à cidade do Lubango, província da Huíla, que até 2012 o programa Água para Todos, de iniciativa presidencial, vai contemplar mais de três milhões de pessoas das zonas suburbanas do país, uma meta que pode ser alcançada tendo em conta a cifra actual estimada em pessoas. Segundo o relatório anual de balanço do programa, apresentado pelo secretário de Estado, até finais de 2010 cem sistemas de abastecimento de água estarão já em funcionamento. Para o efeito, foram investidos cinco mil milhões de kwanzas na construção e reabilitação de sistemas médios, melhoramento de equipamento de cacimbas, furos de água, etc. Neste momento, encontram-se em execução 210 projectos, nas zonas rurais de 17 províncias. No relatório, pode ler-se que as novas tecnologias foram introduzidas para o tratamento de água potável, facto que também impulsionou o mercado de fornecimento de equipamentos, a nível nacional, e a utilização de energias renováveis. Está prevista até ao final do projecto, marcado para 2012, a construção de mil novos sistemas de captação e abastecimento de água, com os respectivos furos, nas zonas rurais do país. 22 Energia_Corrigida.indd :24:07

23 Nova central de captação de água do Sumbe Osecretário de Estado das Águas garantiu, na cidade do Wako Kungo, município da Cela, que a cidade do Sumbe vai contar brevemente com uma nova central de captação, tratamento e distribuição de água, com vista a melhorar o abastecimento à população. Luís Filipe da Silva, que integrava a delegação da ministra da Energia e Águas, em visita à província do Kwanza-Sul entre os dias 6 e 7 de Abril último, reconhe ceu que a actual central de captação de água do Sumbe não oferece condições, de acordo com os padrões universais. Para inverter o quadro, acrescentou, foi feito um estudo em colaboração com as autoridades da província e, em finais de Abril, foi lançado o projecto, com concurso de adjudicação de empreitada, que conta com o fornecimento do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD). O secretário de Estado das Águas disse ainda que estamos perante um projecto de intervenção profunda, o qual vai mudar completamente o abastecimento de água às populações do Sumbe e de Porto Amboim. Acrescentou que as condutas de água, nas duas cidades, existem há mais de 40 anos e são de fibrocimento, um material cuja deterioração ė irremediável. A cidade de Porto Amboim foi apontada pelo secretário de Estado das Águas como a localidade que vai exigir uma intervenção mais profunda, devido à falta de uma rede estruturada de distribuição de água, situação agravada pelo êxodo populacional que se registou nos últimos anos. Sobre o abastecimento à cidade de Wako Kungo, Luís Filipe da Silva garantiu que a água atingiu o centro logístico do projecto Aldeia Nova e que estão a ser feito esforços para que o fornecimento beneficie os habitantes da sede municipal e arredores. Outras actividades de reabilitação, nesta fase, vão ser executadas também na vila da Quibala. Quanto ao programa Água para Todos, o secretário de Estado afirmou que o Kwanza-Sul registou um relativo atraso na sua execução e garantiu que, com o aumento de verbas anunciado pelo governo, nos próximos tempos os atrasos podem ser ultrapassados e poder-se-á finalmente caminhar para dar uma resposta cabal às necessidades das populações do meio rural. Relativamente às modalidades de execução do referido programa, Luís Filipe da Silva lembrou que cabe ao governo central disponibilizar verbas, sublinhando que quem define as partes envolventes e a prioridade de beneficiação são as autoridades locais. 23 Energia_Corrigida.indd :24:12

24 Aumenta produção de água, diz antigo ministro Manuel Júnior, antigo ministro de Estado, destacou o aumento da capacidade de produção de água que se tem vindo a processar no país Oentão ministro de Estado e da Coordenação Económica, Manuel Júnior, assegurou durante as XIV Jornadas Técnico-Científicas da Fundação Eduardo dos Santos (FESA), realizadas em finais de Agosto deste ano em Luanda, que a capacidade de produção de água nas capitais de província duplicou, passando de m 3 /dia em 2004 para em Manuel Júnior justificou o aumento da capacidade de produção de água com os investimentos públicos efectuados pelo executivo angolano no sector. Em termos de distribuição, disse, a construção de novas redes permitiu a redução de perdas técnicas de 50% para 30%, bem como um maior volume de horas de funcionamento. Entre as tarefas a serem implementadas para o cumprimento do programa do executivo no domínio das águas, o antigo ministro apontou a reabilitação e ampliação, em todo o país, do sistema de abastecimento de água. Segundo Manuel Júnior, o objectivo é alcançar uma taxa de cobertura de 100% nas zonas sub-urbanas e rurais, sobretudo através da conclusão do programa Água para Todos. Manuel Júnior assegurou ainda que o programa do executivo prevê, para os próximos anos, a constituição de novas empresas municipais para a gestão do sistema de abastecimento de água e saneamento de várias cidades, no quadro de um desenvolvimento de planos gerais de gestão integrada dos recursos hídricos para as 21 principais bacias hidrográficas. A elaboração de planos directores de abastecimento de água e saneamento para os maiores aglomerados populacionais e a reabilitação progressiva da rede higrométrica nacional fazem igualmente parte do programa do executivo, pelo que o tema A produção de água nas capitais de província duplicou, passando de m 3 /dia em 2004 para em Energia_Corrigida.indd :24:12

25 m 3 /dia é a produção de água nas capitais de província, que era m 3 em % é a taxa de cobertura pretendida nas zonas sub-urbanas e rurais, com o programa «Água para Todos» 21 são as principais bacias hidrográficas do país, alvo de estudo de planos directores municipais O executivo está a elaborar planos directores municipais de abastecimento de água e saneamento para os centros urbanos, a par da reabilitação da rede higrométrica nacional central do debate A água como factor de desenvolvimento foi bem escolhido, dada a sua actualidade e importância para o bem-estar das populações e para o desenvolvimento das actividades económicas. «O acesso generalizado dos cidadãos aos serviços de abastecimento de água potável e a recolha e tratamento seguro das águas residuais constitui um factor fundamental para o bem-estar das populações e para a melhoria da saúde pública», considerou Manuel Júnior. Na ocasião, recordou que Angola é um país rico em recursos hídricos, ocupando a segunda posição na África austral, sendo apenas superado pela República Democrática do Congo. «Este potencial hídrico precisa de ser desenvolvido através da implementação de programas e projectos, quer no meio urbano, quer nas comunidades rurais. É nesta base que os recursos hídricos constituem uma das maiores preocupações do executivo, que se tem reflectido nas suas políticas, programas e acções», acrescentou. 25 Energia_Corrigida.indd :24:15

26 Água para abastecer Luanda em captações no Rio Kwanza O secretário de Estado das Águas, Luís Filipe, disse, em entrevista ao Jornal de Angola, que aqui reproduzimos, que o abastecimento de água potável às cidades pode atingir, no casco urbano, os 100%, até No mesmo período, o abastecimento previsto nas áreas periurbanas é de 80% e nas zonas rurais de 40%. Luis Filipe garante que a água consumida pelas populações é de boa qualidade, mesmo nos locais onde os meios existentes são mais reduzidos. Estão a ser implementados programas de reabilitação dos sistemas de abastecimento das capitais de província, enquanto se faz um levantamento para racionalizar o aproveitamento dos recursos hídricos por regiões. Jornal de Angola: Como está o sector das Águas, neste momento? Luís Filipe: Trata-se de um sector que sofreu muito durante o tempo de guerra. A partir de 1992/1994, o Estado fez um grande esforço de recuperação e reabilitação de infra-estruturas em todo o país. A primeira preocupação foi a de colocar os serviços básicos de abastecimento de água potável nos níveis anteriores. Já foi possível, também, fazer algumas melhorias nos métodos de fornecimento, a nível das capitais de província. Estão em funcionamento, neste momento, os serviços mínimos, embora em alguns casos a situação seja pouco satisfatória. Refiro-me às províncias do Moxico, Zaire, Cunene, Huíla, Namibe e Kuando- -Kubango. 26 Que intervenções estão em curso para melhorar este quadro? Decorrem trabalhos de reabilitação e ampliação dos sistemas da Lunda-Sul, na cidade de Saurimo, e do Zaire, em Mbanza Congo. Estão em vias de ter início os trabalhos no Moxico, na cidade do Luena, e no Kwanza-Norte. Depois temos aquelas províncias que já beneficiaram de intervenções de vulto, como Malanje e Uíje. No Bié, inaugurámos na cidade do Kuito, por ocasião do Dia Mundial da Água, o sistema de abastecimento de água potável, com um nível de funcionalidade satisfatório. Portanto, de forma geral, estamos a trabalhar em todas as províncias do país, desenvolvendo acções de recuperação de infra-estruturas e de instalação de equi- Após o fim da guerra, a primeira preocupação foi a de colocar os serviços básicos de abastecimento de água potável nos níveis anteriores Energia_Corrigida.indd :24:16

27 pamentos afins para que os serviços possam enquadrar-se nos padrões de abastecimento universais. Além destas iniciativas, que outras intervenções estão em curso? Na província de Benguela, estamos a preparar a terceira fase do projecto Águas de Benguela, que já permitiu melhorar substancialmente o abastecimento de água às cidades da Catumbela, Lobito e Benguela. Estamos a falar de um projecto bastante ambicioso, através do qual esperamos atingir o objectivo do governo, que é o de atingir os 100% na parte urbana e 80% na zona periurbana. A província de Luanda beneficiou, também, de grandes intervenções para acompanhar o crescimento populacional, ampliando os sistemas de abastecimento. Luanda está a implementar um conjunto de projectos de impacto imediato, que têm como base o projecto Luanda Sudeste, o primeiro sistema de captação de água a partir do rio Kwanza, para reforçar a estação de Kifangondo. Estão a ser instaladas condutas, reservatórios e outros meios por toda a sua área. Pretende-se que a água chegue em boas condições aos novos bairros que surgiram nos últimos anos, principalmente nas zonas de referência. Na cidade de Cabinda foram desenvolvidas acções para dinamizar o fornecimento de água potável. Neste momento, as atenções estão viradas para a ampliação dos sistemas existentes, de forma a facilitar a extensão da rede a todas as populações. Estas acções ficam apenas pelas capitais? Não. Estamos a elaborar programas directores para as sedes municipais, principalmente aquelas que se apresentam bastante influentes no crescimento das respectivas províncias. Temos em curso, paralelamente, o programa Água para Todos no meio Rural, através do qual já foi possível melhorar o nível de vida das populações rurais. O que se segue, depois do programa Água para Todos? Primeiro, temos que garantir que a água chegue a todos os pontos do país, para que as populações possam beneficiar da mesma sem grandes embaraços e em bom estado de consumo. Depois, dentro de uma actuação organizada, é preciso criar condições nesses locais para que a água possa ajudar na criação de redes sanitárias e de escolas. A partir daqui, podemos perceber que, à medida que se for avançando com acções bem delineadas, os níveis de captação, de armazenamento e de fornecimento de água potável irão melhorar substancialmente. Por isso, o programa Água para Todos vai continuar para que as populações sejam devidamente abastecidas com qualidade, até que o mesmo programa evolua para outro nível. A qualidade da água potável está dentro dos níveis desejados? A qualidade da água é variável em cada um dos pontos de tratamento. O controlo é feito mediante critérios estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Para essa tarefa contamos com laboratórios, apesar de em algumas províncias existirem dificuldades de funcionamento de vária ordem, como seja a falta de reagentes. Nesse sentido, importa referir que, sempre que se executa uma acção de captação, a água adquirida a partir daí é alvo de uma avaliação para determinar a sua qualidade natural e que envolventes será necessário adicionar para a melhorar. Isto é mais frequente nas zonas rurais onde são feitos furos com alguma frequência. Existem meios suficientes para se avaliar a qualidade da água? Não em todo o país. Mas nós, sempre que necessário, fazemos a recolha em qualquer ponto para proceder à devida avaliação nos laboratórios que estão melhor servidos. Também contamos com os préstimos do Ministério da Saúde que nos dá apoio sempre que o solicitamos. O Ministério da Saúde não fiscaliza o processo de distribuição? Não me recordo do Ministério da Saúde ter alertado sobre algum ponto que estivesse em situação de risco. É claro que temos colaborado a nível do combate de doenças que tenham origem hídrica, principalmente a cólera, no sentido de traçarmos medidas conjuntas para se inverter o quadro de risco clínico. É neste sentido que, todas as semanas, são realizadas reuniões, sob a orientação do Ministério da Saúde, para se determinarem as zonas que apresentam mais casos e intensificar medidas de segurança. De forma geral, estamos a trabalhar em todas as províncias do país, desenvolvendo acções de recuperação de infra-estruturas e de instalação de equipamentos afins, para que os serviços se possam enquadrar nos padrões de abastecimento universais 27 Energia_Corrigida.indd :24:17

28 Como é que a ONU encara o estado da água potável no país? Trabalhamos com os organismos das Nações Unidas que fazem esse controlo. Com a Unicef actuamos em vários programas que visam levar água potável aos locais onde existam muitas crianças, para permitir que as mesmas disponham de melhores condições de vida. Estamos também a trabalhar em conjunto para apurar potenciais locais onde é possível fazer mais furos de água. Portanto, de forma geral, a impressão que fica sobre o nosso trabalho é boa, principalmente porque nos entendemos muito bem. Mas, sobre o assunto, não basta que se disponha de água potável com qualidade, é preciso que as pessoas tenham em conta aspectos de higiene, como lavar as mãos antes de consumirem a água. Que avaliação faz da participação da população nos programas em curso? A participação da população é boa. Nas zonas rurais, por exemplo, onde a situação até há bem pouco tempo era crítica, verificámos uma grande adesão aos programas em curso, permitindo que as infra-estruturas sejam conservadas. Esse comportamento reflecte uma consciência bastante positiva e encoraja os técnicos que levam a cabo as acções de recuperação e reabilitação dos serviços de abastecimento de água potável às comunidades. Como está a gestão de recursos hídricos por regiões? Temos uma boa cobertura a nível do território nacional. Estão identificadas e controladas 47 bacias hidrográficas em todo o país, com situações alteráveis na província do Cunene onde em algumas áreas não temos cursos de água permanentes durante o ano. Nessas áreas recorremos às águas subterrâneas para abastecermos as populações, com abertura de furos. Para tal, dispomos de sondas perfuradoras eficientes capazes de perfurar o subsolo sem grandes dificuldades. Qual a maior preocupação na gestão das bacias hidrográficas? A maior preocupação é a gestão dos recursos hídricos superficiais. Falo dos rios, que, pela sua especificidade, exigem um acompanhamento mais pormenorizado. Este trabalho devia ser feito a partir de estações 28 Na cidade de Cabinda foram desenvolvidas acções para dinamizar o fornecimento de água potável hidrométricas. Acontece que a maior parte delas desapareceu durante o período da guerra. O Programa de Gestão de Recursos Hídricos prevê a reposição do conjunto dessas unidades e a instalação de outras, para se acompanhar o comportamento dos rios. Do ponto de vista institucional, queremos criar um órgão de administração de bacias. Neste momento temos apenas um gabinete que gere a bacia hidrográfica do Cunene. O sector das Águas está bem servido em termos de equipamento? Temos equipamento à altura das exigências. A quantidade ainda é insuficiente, mas mesmo com poucos meios é possível realizar um trabalho com qualidade. Os furos feitos em vários locais para buscar a água a partir do subsolo são seguros e precisos, e têm dado muito jeito às populações rurais. É importante referir que as águas subterrâneas carecem de pouca necessidade de tratamento. É uma opção que funciona bem em áreas com pequenos agregados populacionais. Energia_Corrigida.indd :24:17

29 Estamos a trabalhar com a Unicef para apurar potenciais locais onde seja possível fazer mais furos de água potável Na zona de Luanda, estão a ser instaladas condutas, reservatórios e outros meios para que a água chegue em boas condições aos novos bairros que surgiram nos últimos anos, principalmente nas zonas de referência Existe algum plano para o aproveitamento dessas bacias no apoio à agricultura? Estamos a elaborar planos de bacias precisamente para atendermos essas áreas, não só a agrícola mas também a área industrial e o sector da energia. Neste momento, já temos o plano da bacia do Cunene e vamos iniciar o da bacia de Okavango, no rio Cubango. A ideia é fazer o levantamento da situação para determinar as necessidades globais de cada região. Naturalmente que já temos assistido vários projectos na Matala, no Bengo e em Malanje. Em que pé está o processo de criação de empresas para intervirem no sector das Águas? A primeira fase deste processo já está concluída. Aguardamos, nesta altura, que o governo se pronuncie a esse respeito.estamos em presença de um processo de criação de empresas em vários pontos do país, sobretudo nas províncias onde já foram feitos trabalhos de reabilitação importantes, como em Malanje, Kwanza-Norte, Uíje, Huambo e Kuito. Em Benguela já existe uma rede de empresas que aguarda apenas autorização para começarem a operar. Como está a gestão e criação de barragens? As grandes barragens (como por exemplo a de Capanda, em Malanje) destinam-se à produção de energia eléctrica. A situação dessas instalações é boa e o seu acompanhamento está dentro dos padrões de segurança e de aproveitamento previamente estabelecidos. A barragem da Matala vai beneficiar de intervenção para reforçar os níveis de segurança. Entretanto, está a ser reabilitada a barragem do N Gove, no rio Cunene, que vai passar a produzir energia eléctrica para as províncias do Huambo e do Bié. Será construída uma nova barragem no rio Catumbela, para variação do rio. Existem ainda planos para a construção de mais barragens. No âmbito da cooperação, que projectos estão a ser desenvolvidos na região Austral? O primeiro acordo foi estabelecido, ainda no período colonial, com a Namíbia, entre os governos português e sul-africano de então, para o aproveitamento da bacia do Cunene. Esse acordo iniciou-se com a construção da barragem do Gove, do Ruacana, e do Calueke. O acompanhamento desse projecto é hoje garantido por uma comissão técnica que, oportunamente, se pronunciará sobre a situação. Essa comissão orienta igualmente estudos para melhorar a exploração da bacia. Neste momento, existem estudos bem avançados para a construção de mais uma barragem que irá beneficiar Angola e a Namíbia. Temos outra comissão técnica conjunta que faz o acompanhamento do rio Zambeze. Na bacia do Congo, da qual Angola ainda não faz parte, participamos em algumas actividades como observadores. De forma geral, a cooperação na região Austral é boa porque o andamento dos programas em curso abre boas perspectivas de colaboração conjunta. Qual é o grau de cumprimento das políticas de fomento e tratamento de água potável? É satisfatório. Temos os programas de recuperação e reabilitação dos sistemas nas capitais provinciais e nos principais municípios, onde o objectivo é atingir, até 2012, pelo menos 80% de cobertura nas áreas periurbanas e 100% no casco urbano. Não lhe posso avançar já um balanço actualizado, mas posso dizer que estamos acima dos 50% de população com acesso a água potável. Estou a falar de cidades como Luanda e Benguela. A meta é disponibilizar 100 litros de água por habitante, conforme o padrão das cidades. Nas zonas rurais pensamos chegar aos 40%. Existem garantias de que os recursos aplicados vão trazer os resultados desejados? Naturalmente que sim. Porque os programas implementados estão suportados por meios técnicos para dar resposta a situações que possam surgir, como a falta de reagentes, manutenção de máquinas, superação de rupturas nas redes, entre outras. As populações também estão conscientes da importância dessas acções e por isso ajudam os técnicos e autoridades a manterem os sistemas, quer através de boas práticas quer através de procedimentos de vigilância. 29 Energia_Corrigida.indd :24:18

30 FORMAÇÃO Kwanza-Sul Ministra defende aposta na formação Aministra da Energia e Águas visitou a província do Kwanza-Sul, entre os dias 6 e 7 de Abril último e defendeu em Porto Amboim a formação contínua dos quadros do sector, com vista a assegurar o transporte, distribuição e manutenção dos sistemas eléctricos na região. Segundo a ministra, que falava numa reunião com o governador do Kwanza Sul, Serafim Maria do Prado, é preocupação do pelouro a formação de novos quadros e a capacitação dos existentes para a gestão e fiscalização dos investimentos actualmente em curso e dos que virão a ser concretizados no futuro, no sector da energia. «Pretendemos que o governo da província tome conhecimento dos projectos que estão a ser executados na região, participando mesmo na sua fiscalização, para que a população esteja ao corrente de como vai ser executada, física e financeiramente», asseverou a ministra. No que diz respeito aos grandes aproveitamentos hidroeléctricos e à implementação de mini-hídricas a serem construídas no Kwanza-Sul, Emanuela Vieira Lopes fez saber que os reflexos financeiros registados em Angola, relativamente à crise económica, que recentemente assolou o mundo, inviabilizaram alguns dos projectos previstos. O governador manifestou à ministra as carências que subsistem na província, no sector da Energia e Águas. Comunicou que a linha de alta tensão da barragem de Cambambe para o Kwanza, que suporta 60 KV, esteve paralisada e que actualmente apenas suporta 30 KV, uma situação que condiciona fortemente o pleno funcionamento das indústrias instaladas na província. Em relação ao sector das Águas, referiu o estado da estação de captação, tratamento e distribuição, com uma capacidade instalada de produção de metros cúbicos por dia, mas que, devido ao estado obsoleto 30 da rede, apenas produz A delegação ministerial recebeu também explicações sobre o projecto para a montagem de outro sistema de água, a partir do rio Queve, que vinha sendo executado pela empresa brasileira Odebrecht, mas que ficou paralisado devido à crise financeira. Serafim do Prado referiu a necessidade de se construírem mini-hídricas em Cariango, Catofe e Kipito, tendo em conta o potencial existente nestas localidades para a implementação de projectos agro- -industriais. O governador referiu-se em particular ao município de Cela, como um caso que merece especial atenção, dado o nível de desenvolvimento social e económico que alcançou nos últimos tempos. O governador pediu que o sector energético do município passe a ser gerido pela Em- «Pretendemos que o governo da província tome conhecimentos dos projectos que estão a ser executados na região» Energia_Corrigida.indd :24:19

31 presa Nacional de Electricidade, devido ao volume de combustível consumido para suportar os vários serviços afectos ao projecto Aldeia Nova. A ministra visitou também os municípios do Amboim, Quibala e Cela, para se inteirar do andamento dos projectos de energia e águas para estas localidades e manteve encontros no Waco Kungo com os governadores das províncias do Kwanza- -Sul, Kwanza-Norte e de Malanje e com o director-geral do projecto Aldeia Nova. Acompanhada por importantes funcionários do sector, incluindo o secretário de Estado das Águas, Luís Filipe da Silva, visitou a empresa Porto Amboim Estaleiro Naval que conta com um investimento de mais de 208 milhões de dólares para apoio à indústria petrolífera, emprega 204 trabalhadores e, até 2012, vai dar emprego a um total de 720. Visitou ainda a Heerema Marine Contractors, que possui um investimento na ordem dos 180 milhões de dólares para a construção de um estaleiro naval de apoio às actividades da indústria petrolífera, bem como a Isolux Córsan, encarregue da instalação de linhas de energia de alta-tensão. A ministra inteirou-se também do funcionamento das empresas de tratamento de águas do Porto Amboim e Sumbe e da Empresa Nacional de Electricidade (ENE). CENTRO HOJI-YA-HENDA, UM EXEMPLO Todos os anos, cerca de 300 técnicos passam por este centro de formação O director do Centro de Formação do Sector Energia e Águas do Hoji-ya-Henda, Rui Quivota, disse ao Magazine Energia e Águas que o centro que dirige forma mais de trezentos técnicos todos os anos. Tendo em conta o actual contexto do país, a prioridade do centro tem sido a formação de trabalhadores do sector eléctrico, nos aspectos da produção, transporte e distribuição de energia eléctrica, especificou. Para a directora para área de Formação Académica e Pedagógica, Filomena Borges, a capacitação de engenheiros electrotécnicos em medidas eléctricas, manutenção e exploração de redes de baixa e média tensão, manutenção e exploração de centrais térmicas a diesel, operação de centrais hidroeléctricas e sistemas de protecção são ainda aspectos da formação que têm merecido particular atenção por parte do centro. Depois de ter passado por dificuldades de vária ordem, o centro encontra-se actualmente devidamente equipado e possui boas condições para o alojamento de formandos vindos de outras províncias, fruto dos vultuo sos investimentos feitos pelo executivo neste sector. No que diz respeito aos formadores, conta com o contributo de professores nacionais com uma qualificação inquestionável e com a colaboração de portugueses, no quadro da cooperação existente com a EDP, empresa de electricidade portuguesa. Segundo o director, desde a sua criação, o centro de Hoji-ya-Henda está aberto a todos os interessados em receber formação nos ramos da energia e águas, quer do sector público, quer do privado, e tem contribuí do para a redução do índice de desemprego. 31 Energia_Corrigida.indd :24:21

32 COOPERAÇÃO Ministros da SADC discutiram em Luanda situação energética da região A 32 ministra da Energia revelou, na abertura da 31ª reunião dos ministros da Energia do SADC, realizada em Luanda em Abril último, que Angola duplicou a produção de energia, mas «continua num estado de procura reprimida». Emanuela Vieira Lopes disse, na ocasião, que o governo está a pôr em prática «medidas no sentido de se ultrapassar a situação num curto espaço de tempo». Angola está empenhada na estratégia regional das energias renováveis, que vai contribuir para o desenvolvimento das energias limpas, salientou ainda a ministra. Os progressos na região da SADC indicam que além dos 70MW instalados no Botswana, outros 730MW vão ser instalados, ainda este ano. Em 2011, adiantou a ministra, proceder-se-á à instalação de mais de 1.750MW para o Botswana, Namíbia, Tanzânia e África do Sul, o que vai contribuir para que a região esteja cada vez mais abastecida de energia. A ministra defendeu a revisão do protocolo de energia, a política energética e o plano de actividades climáticas, energias renováveis e eficiência energética. «Numa região com enormes potencialidades hídricas, onde as energias solar e eólica podem desempenhar um papel preponderante, associado à existência de gás, mais de 80% da população ainda sobrevive com base na biomassa» disse na ocasião. Emanuela Vieira Lopes entende que a aprovação de instrumentos, como as estratégias de acesso à energia e o plano de acção, vai favorecer a tomada de medidas decisivas para a alteração do status quo. Por seu turno, o secretário executivo adjunto da SADC, o angolano João Manuel Angola está empenhada na estratégia regional das energias renováveis, que vai contribuir para o desenvolvimento das energias limpas Energia_Corrigida.indd :24:26

33 Como fi ca o pós-westcor Apesar de ter sido dada como abandonada a solução original do projecto WESTCOR, por desistência da República Democrática do Congo, os ministros da Energia do SADC avaliaram os projectos energéticos, com vista a combater o défice de electricidade na região, que deve manter-se até Angola apresentou uma série de projectos que suportam o seu programa de longo prazo para a electrificação do país, com destaque para a segunda fase da central hidroeléctrica de Cambambe. O aproveitamento racional das energias renováveis entrou na agenda dos ministros da Energia do SADC devido à constatação de que o uso da biomassa tem tido reflexos negativos no equilíbrio ambiental. «A utilização das novas fontes de energia para uso doméstico está na base da desflorestação que constitui não só uma ameaça regional, mas também continental», disse o secretário de Estado João Baptista Borges. Caholo, disse que a região está a desenvolver esforços para acelerar a implementação de projectos de infra-estruturas energéticas, através da apresentação de fluxos de projectos credíveis para a banca, regional e nacional. Ao intervir na cerimónia de abertura da 31ª reunião dos ministros da Energia do SADC, reconheceu que a região enfrenta permanentes cortes de energia, facto que leva os estados-membros a reduzirem o seu fornecimento. Salientou que a região teve de se empenhar de maneira contínua na planificação de emergência, para fazer face aos problemas de défice de energia eléctrica e referiu a existência de vários desafios estruturais, operacionais, institucionais e políticos para que os recursos energéticos possam ser explorados em benefício da região. João Caholo abordou ainda a falta de vontade política na implementação de projectos regionais e destacou o encerramento do projecto WES- TECOR e a supressão das facilidades de crédito por parte do Banco Mundial. «Ė fundamental que os estados-membros exprimam vontade política e consintam algum grau de sacrifício para que a soberania colectiva possa realizar a integração e o desenvolvimento regional», disse. No encontro, os ministros da Energia do SADC analisaram a situação de programas e projectos nas áreas das energias, fontes de energias renováveis, petróleo e gás e na regulação do sector. A região está a desenvolver esforços para acelerar a implementação de projectos de infra-estruturas energéticas, através da apresentação de fluxos de projectos credíveis para a banca, regional e nacional 33 Energia_Corrigida.indd :24:30

34 Suspensão do projecto INGA III sem consequências para Angola Osecretário de Estado da Energia garantiu que a suspensão da construção da Central Eléctrica do Projecto Inga III, a partir da República Democrática do Congo, «não trará consequências de vulto para o nosso país. Felizmente, temos um grande potencial hídrico por explorar. Angola tem todas as condições para o fazer sem a necessidade de importação de energia do Congo Democrático», acrescentou João Baptista Borges, por ocasião da visita a uma central termoeléctrica de Viana. O secretário de Estado disse que Angola possui uma bacia hídrica enorme, quase toda ainda por explorar. A África do Sul e o Botswana são os que mais necessitam da implementação deste projecto, porque estes dois países vivem, neste momento, uma forte carência em termos de produção e fornecimento de energia eléctrica. Para João Baptista Borges, os países deste corredor, que se encontram ao sul do continente, como a África do Sul, teriam maior benefício, já que, neste momento, vivem uma carência histórica, em termos de produção e fornecimento de energia eléctrica, por não possuírem recursos hídricos suficientes. A central térmica de Viana, visitada pela ministra da Energia e Águas e pelo secretário de Estado da Energia, tem um consumo de 60 litros de gasóleo por minuto, funcionando ininterruptamente, vinte e quatro horas por dia e sete dias por semana. Relativamente ao impacto ambiental da instalação, Jorge Pereira, administrador da Electromontagem, tranquilizou os munícipes, referindo que a central térmica está dotada de 34 um sistema de tratamento prévio dos gases, que permite extinguir todas as substâncias poluentes do meio ambiente. Entretanto, José Moreno, administrador de Viana, apelou à população da circunscrição, que beneficia de energia eléctrica do estado, para que contribuísse, pagando o produto que consome. O administrador fez este apelo no final da visita técnica ao projecto da central termoeléctrica de Viana (CTV) e à subestação de distribuição de energia eléctrica, no município de Viana. José Moreno referiu, na ocasião, que o governo está a fazer um grande esforço no sentido de gradualmente ver minimizados os problemas no fornecimento de energia eléctrica. Para tal, o governo só terá recursos para investir na ampliação de rede eléctrica pública se os consumidores honrarem também os seus compromissos, pagando os respectivos consumos, acrescentou José Moreno. Segundo o administrador, Viana é um município que tem estado a crescer muito, quer do ponto de vista económico, quer do ponto de vista demográfico, sendo hoje um dos principais pólos do desenvolvimento industrial da região. «Hoje, a vida nos tempos modernos, nas cidades, não se pode conceber sem energia eléctrica com alguma estabilidade», frisou José Moreno, acrescentando que as redes básicas no domínio da energia eléctrica, da água e do saneamento são fundamentais para o desenvolvimento. Nesta perspectiva, prosseguiu, o governo da província de Luanda, o governo central e a administração municipal, cada um ao seu nível, têm estado a fazer um imenso esforço no sentido de, gradualmente, ir dando resposta às preocupações das populações, nos mais diversos domínios. Energia_Corrigida.indd :24:37

35 Luis Morais afirmou que Portugal possui hoje empresas líderes, à escala mundial, no campo das energias renováveis Angola aprende com a experiência portuguesa no domínio das energias renováveis Angola seguirá o exemplo português no domínio das energias renováveis, sobretudo na legislação. O facto foi assegurado ao Magazine Energia e Águas pelo secretário de Estado da Energia, João Baptista Borges, no final da palestra do consultor português Luís Morais, Enquadramento das Tecnologias e Perspectivas de Desenvolvimento das Energias Renováveis, apresentada a técnicos e responsáveis do sector eléctrico nacional. Realizada na presença da ministra da Energia e Águas, a conferência serviu para mostrar o essencial da experiência portuguesa nesta área. Durante a apresentação, o rigor e a eficiência energética foram destacados como factores que, em Portugal, propiciaram o alargamento do número de empresas nacionais e estrangeiras do sector, tendo vindo a contribuir de forma gradual para a redução do défice energético. A evolução do sector energético teve ainda um impacto inquestionável na estrutura económica deste país, contribuindo significativamente, para a diminuição do índice de desemprego. Luis Morais afirmou que Portugal possui hoje empresas líderes, à escala mundial, neste tipo de energia e já pensa na construção de um Centro Ibérico de Energias Renováveis. A implementação das energias alternativas, com rigor e eficiência, pode contribuir de forma decisiva para reduzir o défice energético Segundo este professor universitário, para garantir o permanente crescimento e a inovação, que o sector exige, o seu país prevê criar um projecto de sustentabilidade económica a curto prazo, com um fundo de equilíbrio tarifário para um horizonte temporal que vai até Recorde-se que Portugal possui duas grandes centrais de energias renováveis, ambas na região do Alentejo, uma em Moura com a capacidade de 46 MW e outra em Serpa com 11 MW. 35 Energia_Corrigida.indd :24:41

36 Ministros da SADC querem mais rapidez na execução do Programa da Água 36 Os ministros das Águas da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), durante a sua reunião anual, realizada na cidade de Bulawayo (Zimbabwe), determinaram a rápida execução do Programa Revisto da Água (RSAP3), recomendando que seja dada prioridade ao desenvolvimento das infra-estruturas necessárias à sua realização. O encontro decorreu sob o lema «Comunicando os desafios hídricos regionais para um arranque dinâmico, com vista a atingir as Metas do Milénio pa ra o Desenvolvimento» (MMD). De acordo com os ministros reunidos, o desenvolvimento das infra-estruturas, neste sector, terá um impacto significativo sobre a integração regional, a redução da pobreza, o apoio à agricultura irrigada e à eficiência energética, contribuindo decisivamente para alcançar os objectivos do milénio. Por outro lado, foi também recomendado que o RSAP3 to me em consideração as questões regionais, continentais e globais emergentes, tais como as mudanças climatéricas, nomeadamente através da concretização das várias declarações sobre água e saneamento que têm sido feitas no passado, de que é exemplo maior a Declaração Sharm El Shaikh de O encontro, aberto pelo primeiro-ministro do Zimbabwe, Morgan Tsvangirai, incidiu sobre a avaliação do grau de implementação das decisões tomadas na última reunião (rea lizada em Maputo em 2009) e sobre os progressos registados em relação aos distintos programas e projectos contidos no Plano de Acção Estratégico Regional sobre o Desenvolvimento e Gestão Integrada dos Recursos Hídricos (RSAP2- -IWRMD). Fazem parte do referido programa o desenvolvimento estratégico das infra-estruturas de água, o programa regional de abastecimento de água e saneamento, o apoio ao estabelecimento e reforço das Organizações das Bacias dos Rios dos 15 cursos de água partilhados pelos países do SADC, incluindo a bacia do Zambeze. Em simultâneo, foi realizada a reunião dos ministros das Águas dos Estados Ribeirinhos do Zambeze, durante a qual se deliberou sobre questões críticas relacionadas com a ratificação do Acordo de ZA- MCOM e a evolução do estabelecimento da sede do Secretariado Interino deste órgão, no Botswana. Até à presente data, cinco dos oito estados ribeirinhos do Zambeze já assinaram e ratificaram o acordo e houve um compromisso, por parte de todos os outros, de acelerarem os seus processos de ratificação, para que este possa entrar em vigor até finais de Os ministros reafirmaram igualmente o seu compromisso em financiar as principais actividades do Secretariado Interino da ZA- MCOM através dos seus orçamentos nacionais, bem como o seu empenho na necessária resolução das questões jurídicas e administrativas que ainda persistem. Por outro lado, apreciaram as iniciativas em curso para o estabelecimento e o reforço das instituições das bacias dos rios partilhados e apelaram a todos os estados-membros para que participassem de forma proactiva no sentido de providenciar as locações orçamentais necessárias. No encontro, estiveram presentes os ministros das Águas de Angola, Botswana, Lesoto, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe e os vice-ministros do Malawi e Namíbia, além do embaixador de Moçambique no Zimbabwe. A reunião contou com o contributo de peritos de 12 estados- -membros (dos 15 que integram o SADC) e de várias outras individualidades ligadas ao sector. Energia_Corrigida.indd :24:44

37 PROGRAMA DE REABILITAÇÃO DOS SISTEMAS URBANOS DE ÁGUA E SANEAMENTO Banco Mundial financia 20 milhões O governo continua a estar empenhado no melhoramento do fornecimento de água à população, em coerência com os programas inicialmente traçados Aministra da Energia e Águas inaugurou no dia 22 de Março deste ano, na cidade do Kuito, província do Bié, o novo sistema de captação, tratamento e distribuição de água potável, construído no quadro do Programa de Reabilitação dos Sistemas Urbanos de Águas e Saneamento. O empreendimento orçou em 20 milhões de dólares e foi financiado pelo Banco Mundial e pelo governo angolano. O sistema, cujas obras duraram dois anos e meio, foi construído sobre o rio Kussola, localizado nos arredores da cidade do Kuito, é assegurado por uma captação com um açude de 3,1 metros de altura e 28,1 metros de comprimento e tem capacidade para bombear sete mil metros cúbicos de água por dia. É suportado por um tanque de armazenamento, com a capacidade de quatro mil metros cúbicos, e vai abastecer de água potável os 59 chafarizes instalados nos bairros periféricos da cidade do Kuito. A ministra da Energia e Águas, no acto da inauguração do sistema, disse que o go- verno está a trabalhar no melhoramento dos fornecimentos à população, de acordo com os programas inicialmente traçados. O governador do Bié, Boavida Neto, disse que o governo acaba de cumprir um dos programas de abastecimento de água potável à população do Kuito, através da entrada em funcionamento do sistema de captação, tratamento e distribuição nesta parcela do país. Boavida Neto referiu ainda que a entrada em funcionamento do empreendimento constitui uma mais-valia para a população do Kuito. Comparada com o passado, a situação da região melhorou substancialmente, pois esta era uma zona onde não se consumia água potável. O governador afirmou ainda que a disponibilidade de água potável contribui decisivamente para a redução das doenças causadas pelo uso da água não tratada. Entretanto, Boaventura Neto aproveitou a ocasião para apelar à população no sentido de preservar aquele empreendimento, de forma a durar mais tempo e servir as gerações vindouras. A delegação da ministra visitou as actuais instalações da central térmica da ENE e o local onde está a ser construída a nova central, na localidade do Kaluapanda. O sistema de captação tratamento e distribuição de água potável do Kuito foi inaugurado no âmbito das festividades do Dia Mundial da Água. 37 Energia_Corrigida.indd :24:44

38 RESPONSABILIDADE Clientes devedores são penalizados Kilamba Kiaxi figura entre os primeiros municípios de uma lista de clientes em dívida para com a empresa, que totaliza já 1,2 mil milhões de kwanzas de facturas por pagar AEmpresa de Distribuição de Electricidade de Luanda (EDEL) realizou durante o mês Setembro último uma campanha de cortes selectivos aos clientes devedores, nos nove municípios da província de Luanda. Segundo Osvaldo Catraio, coordenador das operações de suspensão do fornecimento, o corte é a última medida utilizada pela EDEL, quando os clientes não reagem aos sucessivos apelos feitos no sentido de liquidarem as suas dívidas. De acordo com os responsáveis da empresa, o total da dívida de clientes ultrapassou os 8,5 biliões de kwanzas. Os municípios das Imgombotas, Maianga, Cazenga, Kilamba Kiaxi e Sambizanga foram já alvo de cortes, o que, segundo Osvaldo Catraio, suscitou uma certa afluência de clientes devedores às agências da EDEL, para efectuarem os pagamentos em falta, embora ainda em número reduzido. A todos os devedores que ainda não foram afectados por esta medida, Osvaldo Catraio pede que se dirijam o mais rapidamente possível a uma agência da EDEL, no sentido de liquidarem as suas facturas em atraso. A EDEL tem vindo a fazer um volumoso investimento na melhoria e alargamento da rede e, para que esse processo continue, é imperioso que os clientes honrem os seus compromissos, disse ainda Osvaldo Catraio. O município do Kilamba Kiaxi, apesar de ter sido recentemente beneficiado com importantes investimentos da EDEL, figu ra entre os três primeiros da lista de de vedores, com um montante acumulado de 1,2 mil milhões de kwanzas. Neste municí pio, a empresa instalou 50 postos de transformação com as respectivas redes e fez melhorias noutras já existentes, o que permitiu que 160 mil pessoas tivessem acesso, pela primeira vez, à energia eléctrica, Segundo Carlos Gil, porta-voz da empresa, para além da dívida dos clientes, a EDEL tem ainda facturas acumuladas relacionadas com o pagamento dos danos causados por terceiro à rede de distribuição, num valor superior a 465 milhões de kwanzas. Quando, por exemplo, uma qualquer entidade danifica um cabo, a EDEL, por ser a empresa naturalmente vocacionada e melhor capacitada para dar solução ao dano, repara a avaria, mas espera que essa mesma entidade cubra as respectivas despesas. No quadro das jornadas Sábado Azul/Amarelo, a EDEL tem feito periodicamente investimentos para a melhoria da rede de distribuição e a instalação de novos postos de transformação. Desde Maio de 2010, esse investimento rondou os 28 milhões de kwanzas, o que permitiu levar ener gia a mais de 34 mil novos clientes. A EDEL pretende também congregar, num mesmo espaço, serviços técnicos (que vão da reparação de simples avari as a operações mais com plexas), atendi mento a reclamações e ain da acções de carácter comercial e social. 38 Energia_Corrigida.indd :24:46

39 Dicas para poupança Poupar é usar menos. Se usar menos electricidade, vai gastar menos dinheiro por mês. É simples, eficaz e basta um pequeno gesto que já conhece: desligar botões ou interruptores. O ideal é tornar as dicas abaixo apresentadas em hábitos quotidianos gestos económicos que vão reduzir drasticamente a sua factura de electricidade! Habitue-se a desligar todas as luzes cada vez que sai de uma sala a luz é para alumiar as pessoas e, se não há ninguém para alumiar, para quê manter a luz acesa? A sua carteira agradece! Um regulador de intensidade de luz também pode ajudar a reduzir o consumo de electricidade. Em alternativa, escolha sempre a iluminação orientada, ou seja, se estiver a ler, basta ligar o candeeiro ao seu lado, não precisa de ter acesa a luz do tecto. Substitua todas as lâmpadas incandescentes por lâmpadas economizadoras ou de baixo consumo. Não se assuste com o preço apesar de serem bastante mais caras do que as lâmpadas normais, é um investimento que compensará consomem seis vezes menos energia e duram oito vezes mais. Pode parecer inofensivo, mas a verdade é que a sua conta de electricidade vai ser mais pequena se passar a desligar todos os aparelhos que possam ser mantidos em standby (aquela luz de presença vermelha que se mantém depois de apagarmos a TV no comando e que continua a gastar 25% de energia!). Isto aplica- -se não só a televisões, mas também a leitores de DVDs, aparelhagens de som, etc. Desligue todos os aparelhos que não estejam a ser utilizados no momento computadores, impressoras, scanners, fotocopiadoras, máquinas de café, micro-ondas Evite deixar o telemóvel a carregar toda a noite. Infelizmente, continua a gastar electricidade, mesmo que a carga já esteja completa. Por outro lado, quando pegar no telemóvel depois de carregado, nunca deixe o carregador na tomada, se não, vai continuar a consumir energia. Os electrodomésticos são os responsáveis pela maior fatia da conta de electricidade e os números comprovam-no: o frigorífico e o seu congelador absorvem 30% do consumo eléctrico de um lar e as máquinas de lavar e secar, cerca de 10%. Já não conseguimos viver sem eles, mas eles podem viver em harmonia com a nossa carteira! Sempre que adquirir um electrodoméstico novo, compre um modelo da classe A em termos de energia são muito mais eficientes. Por norma, são mais caros do que os outros modelos, mas vai obter o retorno desse investimento na factura da electricidade, e em pouco tempo! Cada vez que abre a porta do forno para espreitar o assado, perde 25% de calor, o que implica que o forno terá de reaquecer (consumir mais) para voltar à temperatura inicial. 39 Energia_Corrigida.indd :24:46

40 Ao cozinhar, aprenda estes dois truques: primeiro, cozinhe com as tampas das panelas colocadas pois consumirá apenas um quarto da energia que gastaria sem as tampas; em segundo lugar, desligue sempre o forno ou as bocas do fogão alguns minutos antes do previsto o calor acumulado é suficiente para continuar a cozinhar os alimentos! Em alternativa, escolha panelas de pressão ou a vapor, que permitem uma poupança eléctrica que pode chegar aos 70%. Para aquecer alimentos escolha o micro-ondas em vez do forno ou do fogão. Os frigoríficos e arcas congeladoras devem estar longe de janelas, portas e do fogão, para não os obrigar a trabalhar (e a gastar) mais. Não coloque alimentos ainda quentes no frigorífico e mantenha o seu termostato entre os 3º e os 5º é a temperatura ideal para conservar alimentos. Abaixo dos 3º obriga a consumos de electricidade desnecessários. Atenção à porta do frigorífico que deve abrir o menor número de vezes possível e manter aberta apenas pelo tempo indispensável! Junte todos os alimentos que pretende guardar, antes de abrir a porta. Tente retirar tudo o que precisa do frigorífico de uma só vez. Certifique-se que a porta fica sempre bem fechada (se estiver mal fechada, está a gastar bem mais do que o habitual). Sabia que um frigorífico e um congelador cheios são mais eficientes do que quando estão vazios? E não se esqueça de limpar, de forma regular, o gelo acumulado no congelador quanto mais gelo, maior consumo eléctrico! As máquinas de lavar loiça e roupa só devem trabalhar com a sua carga máxima e, se possível, de noite, quando as tarifas de electricidade são mais económicas. Consulte a sua empresa de electricidade e descubra em que horário pode poupar. 40 As máquinas de lavar loiça e roupa gastam grande parte da energia que consomem no aquecimento da água, ou seja, basta lavar a 40º, em vez de 60º, para poupar mais de 40% de electricidade! Se puder, lave com água fria (o ideal para roupa escura, aliás). Para além disso, a maioria destes electrodomésticos disponibiliza programas económicos, por isso, aproveite-os sempre, na hora de lavar. Sempre que possível, troque a máquina de secar roupa pelo estendal e o ar livre. Se tiver mesmo de a utilizar, não se esqueça, use-a sempre na carga máxima e, se lavar muita roupa, lave-a toda e faça depois várias secagens seguidas, para aproveitar o calor acumulado. Reduza o tempo de utilização do aquecimento e do ar condicionado, isolando bem portas e janelas para manter o calor e o frio dentro das quatro paredes. Se puder escolher, opte por vidros duplos para além de garantir um excelente isolamento térmico, o isolamento acústico que eles proporcionam vai trazer-lhe muito mais sossego. Nos meses quentes, mantenha janelas e estores fechados nas horas de maior calor, abrindo-os de manhã ou à noite (quando estiver mais fresco) para arrefecer a casa. Isto pode levar a uma menor utilização do ar condicionado. Por falar em ar condicionado, deve limpar ou mudar o seu filtro todos os meses pode poupar até 20% de electricidade! Outro truque: basta manter uma temperatura ambiente de 25º, em vez de reduzir para 20º, por exemplo, para continuar a amealhar! Em alternativa, escolha as ventoinhas de tecto ou de pé são muito mais económicas. Adquira um temporizador eléctrico trata-se de um pequeno aparelho que, ligado ao seu equipamento de climatização, pode ser programado para ligar e desligar, tirando partido dos horários mais económicos. Baixe a temperatura da água quente. Se o seu esquentador for eléctrico, basta reduzir de alguns graus a temperatura da água (provavelmente nem vai notar) para começar a poupar já! Use e abuse da luz natural. Abra as cortinas e estores para iluminar e para aquecer as casas em dias de cacimbo (certifique-se de que todas as janelas e portas estejam bem isoladas para não impedir que o calor fuja ao anoitecer). O sol é gratuito! Quer melhor argumento? Instale um painel solar e aproveite o sol para aquecer a sua casa. Pode ainda poupar electricidade no exterior da casa. De forma directa, com a instalação de sensores, para que a iluminação exterior seja activada apenas na presença de alguém. De forma indirecta, através da jardinagem, ou seja, plante árvores e arbustos altos para criar agradáveis sombras no tempo de calor e para se proteger dos ventos gelados no cacimbo. Energia_Corrigida.indd :24:47

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