DISCURSO. CONSELHO CONSULTIVO MINEA- Moçamedes, 05 e 06 de Junho de Excelência, Senhor Governador da Província do Namibe, Dr Rui Falcão;
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- Marisa Figueiroa Gesser
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1 DISCURSO CONSELHO CONSULTIVO MINEA- Moçamedes, 05 e 06 de Junho de 2017 Excelência, Senhor Governador da Província do Namibe, Dr Rui Falcão; Exmo Senhor Secretário de Estado das Águas, Eng Luís Filipe da Silva, Exmo Senhor Secretário de Estado da Energia, Eng Joaquim Ventura, Exmos Senhores Directores Nacionais, Presidentes dos Conselhos de Administração, Directores dos Institutos Públicos, Administradores das Empresas
2 do Sector e Directores Provinciais da Energia e Águas, Digníssimos representantes dos diferentes Departamentos Ministeriais convidados, da AIA, da Ordem dos Engenheiros e empresas parceiras do Sector, Representantes das autoridades eclesiásticas e tradicionais do Namibe, Quadros e Técnicos do Sector, Senhoras e Senhores, 2
3 Realizamos desde ontem, nesta bela província, o nosso 7ºConselho Consultivo, desta feita sob o lema Energia e Águas-Balanço e Resultados , que reflecte a intenção de realizarmos uma avaliação da nossa prestação colectiva ao longo da actual legislatura, tendo como referencia a elevada responsabilidade que cabe a este Sector, no desenvolvimento socio-economico do País e na oferta sustentada de água e energia, na forma de serviço publico cada vez mais acessível aos nossos concidadãos. 3
4 Numa breve avaliação ao estado actual de desenvolvimento do Sector e tendo como referencia a execução dos programas e acções delineadas no PND , ressaltamos o seguinte: No domínio do Abastecimento de Água à População: - A continuidade da execução do programa Água para Todos, que atinge actualmente 67% da população rural, embora o crescimento da expansão entre 2016 e 2017 tenha sido de apenas 4
5 2%, reflectindo a forte retracção na sua execução por condicionalismos de ordem orçamental; - A conclusão do Sistema de abastecimento de água de Moçamedes e do Sumbe e o início de execução dos projectos de construção dos novos sistemas das cidades do Huambo, Malanje, Mbanza Congo, Kuito, Cabinda e Menongue. - A conclusão das obras de construção dos sistemas municipais 5
6 de Quibaxe, Calai, Cuito Cuanavale, Tômbua, Bolongongo e Belize e o início da construção de novos sistemas em 27 outras sedes municipais, cuja conclusão deverá ocorrer a partir do final do próximo ano. -Em Luanda, onde a escassez de água potável atinge níveis significativos, com uma cobertura de apenas 50% das necessidades, foi concluída a construção dos Centros de Distribuição do Marçal e Cazenga, assegurando dessa forma 6
7 a ampliação e operacionalidade das principais instalações existentes. Está em fase de conclusão o Projecto de expansão das ligações domiciliares, cuja meta é atingir as , e que tem permitido levar ao domicílio, em muitos casos pela primeira vez, água potável. Nos últimos meses, com a aprovação do Plano de Acção da EPAL, foi lançada a construção de um amplo pacote de projectos visando ampliar em pelo menos 7
8 mais m3/dia, a disponibilidade de água potável, incluindo Estações de Captação e Tratamento, Centros de Distribuição e Adutoras. Continuamos a registar elevada preocupação para com a manutenção e operacionalidade dos sistemas construídos, em particular nas zonas rurais e interior do país, onde urge que se assegure a necessária capacidade técnica e financeira. O combate ao vandalismo e o garimpo de água, particularmente em 8
9 Luanda, é outra das acções que mereceu a atenção do Sector e que deverá ser intensificada, pelos elevados prejuízos que tais praticas têm causado à EPAL e à sociedade em geral. No domínio Institucional, há a registar a criação das empresas Provinciais do Namibe, Moxico, Cabinda e Bengo, cujos Conselhos de Administração deverão ser empossados proximamente. Como já referimos anteriormente, o que se espera com a criação destas 9
10 empresas é uma crescente capacidade técnica e operacional para prestar um serviço de qualidade aceitável e, ao mesmo tempo, um incremento das receitas provenientes das cobranças, capazes de suportar os custos de exploração no dia-a-dia. No âmbito genérico da actividade do Sector de Águas, será importante referir, a aprovação, pelo Titular do Poder Executivo, do Plano Nacional de Águas, que estabelece, até 2040, as acções a desenvolver no domínio da gestão deste importante recurso, 10
11 considerando os diferentes usos, ou seja, irrigação, produção de electricidade, industria e etc. Neste âmbito, assinala-se a conclusão da recuperação das barragens da Matala e do Calueque, no rio Cunene, que permitirá ampliar a capacidade de regulação dessa importante bacia, embora restem ainda obras complementares por executar, para atender as necessidades de irrigação nas margens desta importante bacia. A reposição da rede hidrométrica nacional é outra vertente do 11
12 investimento em curso, que permitirá recolhermos os registos do comportamento das nossas bacias hidrográficas, tão importante no planeamento e gestão dos nossos recursos hídricos. Estamos preocupados com a disponibilidade de recursos humanos e sua capacitação, e nesta senda, foi concluída a construção do primeiro centro de formação no domínio das águas, (O centro de Onga Zanga) sendo agora importante que se criem 12
13 as condições para o seu pleno funcionamento. Balanceando a actividade levada a cabo no Sector Eléctrico, será de destacar: - A conclusão da construção da segunda central de Cambambe e seu sistema de transporte associado, bem como a continuidade de execução dos principais projectos estruturantes, destacando-se o AH de Lauca, que deverá iniciar a sua operação no 13
14 próximo dia 21 de Julho e a Central de Ciclo Combinado do Soyo, que deverá entrar em operação no decurso do segundo semestre, também deste ano. - A conclusão total desses empreendimentos, que ocorrerá ao longo do próximo ano, aportará uma significativa capacidade de produção de energia, que aumentará a regularidade e qualidade do fornecimento de energia, particularmente a Luanda. 14
15 - Em complemento à execução de tais projectos, foi construído um extenso corredor de muita alta tensão entre Luanda e o Soyo, que já permitiu fazer chegar energia aos municípios do Soyo, Nzeto e que no próximo mês chegará a Mbanza Kongo. - De referir igualmente o corredor em construção, entre Laúca, Waco Kungo e Huambo, que interligará assim os sistemas Norte e Centro e potenciará a electrificação das 15
16 províncias do Kuanza Sul e Huambo, a partir do final de Como resultado da ainda significativa capacidade de produção térmica instalada (cerca de 40% do total), e dos elevados custos de manutenção da mesma, aliados a uma degradação da situação financeira das empresas do sector, tem sido desafiante a tarefa de manter as centrais térmicas em funcionamento, bem assim como assumir os compromissos contratuais com os diferentes prestadores de serviços. 16
17 Num quadro difícil como o que vivemos actualmente, com os recursos escassos de que dispomos, os prestadores públicos são chamados a recorrer à sua imaginação para que a qualidade do serviço prestado não seja degradada pelos constrangimentos referidos. É assim, necessário que se continue a apostar em planos de acção que persigam a redução dos custos fixos e variáveis das empresas públicas do Sector, bem como a elevação das 17
18 receitas provenientes da actividade de cobrança. Estabelecer objectivos individuais e colectivos é assim, imperioso, para todos os agentes e colaboradores. Em suma, criatividade, abnegação e sacrifício é o que se continua a pedir a todos, neste momento particularmente difícil para a nossa economia! É sempre importante referir, a actividade no domínio da energia atómica, que tem sido pontuada pela coordenação de um programa de cooperação com a Agencia 18
19 Internacional de Energia Atómica- AIEA, com projectos em que intervêm outros sectores, como são os casos do Ministério da Saúde, da Ciência e Tecnologia, da Agricultura e da Defesa. Foi criada recentemente, a comissão multissectorial encarregue de projectar o desenvolvimento do País até ao horizonte 2050, da qual faz parte o Ministério da Energia e Águas. A elaboração de tal estratégia de desenvolvimento afigura-se de grande importância na perspectiva de uma 19
20 gestão e aproveitamento sustentável de todos os recursos energéticos primárias, bem como hídricos, de que o País dispõe, na perspectiva de uma completa universalização do acesso aos mesmos. Excelências, Senhoras e Senhores, Faltam pouco mais de 2 meses para o encerramento da actual Legislatura, e este balanço servirá para preparamos a passagem do testemunho ao próximo Executivo. 20
21 Pré-avaliando aquilo que poderão ser as prioridades da próxima Legislatura, atrevemo-nos a apontar a atenção que deverá continuar a ser dada à conclusão dos projectos em curso. A produção de energia deverá ser globalmente elevada, em todo o País, não só com a conclusão dos dois grandes projectos estruturantes no domínio hídrico e gás natural, bem como com o reforço de capacidade de geração térmica no Huambo e Kuito, Lubango, Namibe, Benguela, Luena e Saurimo. 21
22 Deverá continuar a ser incrementado o esforço de arrecadação de receitas por via das cobranças, nas águas e na electricidade, com as empresas públicas como intervenientes, com o necessário concurso do Sector Privado, em parceria. A formação ou capacitação é um investimento intangível mas de grande relevância e que deve ser intensificado, na mesma proporção que o investimento em infraestruturas. Centros de formação especializados, como os que este ano foram 22
23 concluídos em Laúca ou em Ongazanga, são importantes para essa crescente capacitação e valorização dos recursos humanos e será de prosseguir a construção dos centros de formação da EPAL, em Luanda, da RNT para a manutenção de Linhas, no Uíge e de Técnicos e Operadores de Centrais Térmicas, no Soyo. O Centro de Formação Hoji Ya Henda, que é necessário revitalizar e modernizar, poderá ser o elo de integração dessa almejada Academia de formação que o Sector necessita. 23
24 Excelências, Senhoras e Senhores, Termino, convencido de que o presente Conselho Consultivo proporcionou o espaço de debate e reflexão que permitam enfrentar os inúmeros desafios do Sector. Agradecemos a disponibilidade e fraternal hospitalidade do Governo da Província do Namibe, na pessoa de Sua Excelência, o Senhor Governador, que desde logo se dispôs receber-nos 24
25 e proporcionar-nos as condições de trabalho que necessitamos para a realização deste evento. Declaro encerrado o 7º Conselho Consultivo do Ministério da Energia e Águas. 25
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