A DEMANDA POR SERVIÇOS o que há de novo na economia paulista

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1 A DEMANDA POR SERVIÇOS o que há de novo na economia paulista PAULA MONTAGNER Economista, Analista da Fundação Seade ROBERTO C. BERNARDES Sociólogo, Analista da Fundação Seade MIGUEL MATTEO Engenheiro, Analista da Fundação Seade Aprodução de serviços no Estado de São Paulo, desde os anos 80, ultrapassava a metade do Produto Interno Bruto gerado pelo Estado, atingindo apenas 59% no final da década de Este resultado, de certo modo, é surpreendente não apenas devido à transformação pela qual vêm passando as atividades produtoras de bens nos anos 90, mas também porque se esperava crescimento mais intenso do setor terciário da economia paulista, em função da crescente especialização na cidade de São Paulo. Entre os principais motivos que devem permitir entender o que se passou com a economia paulista ao longo de quase duas décadas, destacam-se dois: a importância da alternância de períodos de profunda crise econômica com outros, relativamente mais curtos, de intenso crescimento das atividades; e a transformação das relações inter e intra-setoriais decorrentes da crescente difusão das tecnologias de base microeletrônica. A recorrência das crises econômicas, além de implicar a descontinuidade das atividades de muitas empresas, de gerar estratégias defensivas de manutenção ou ampliação da produtividade ou de especialização regressiva, de propiciar expressivas alterações patrimoniais e de incentivar a mudança nas áreas de atuação predominante das empresas que sobreviveram, deve ser considerada um importante fator explicativo do relativamente baixo grau de articulação de redes empresariais, devido às conseqüências não desprezíveis que representam para sua capacidade concorrencial, seja no mercado interno ou no externo. Estas crises, ao induzirem a sofisticação dos sistemas financeiros nacionais para garantir formas eficientes de valorização financeira dos recursos monetários, estabeleceram novos parâmetros para a realização de projetos produtivos (Coutinho e Belluzzo, 1998). Com isto, a necessidade de racionalizar, simultaneamente, custos produtivos, patrimoniais e financeiros reforçou, por um lado, a adoção de estratégias defensivas que eliminam, do organograma das empresas, atividades que, devido à sua menor importância para o controle da produção, podem ser adquiridas a custos menores, de terceiros e, por outro, reforçou a necessidade de crescimento sustentado, de modo a garantir as condições para realizar investimentos em atividades que dinamizassem a economia. No Brasil, as dificuldades de ordem micro e macroeconômica mostraram-se obstáculos de difícil superação no período recente. Este ambiente desfavorável combinado aos problemas da heterogeneidade estrutural que caracteriza a malha produtiva instalada, às limitações impostas pelo endividamento do país e à decorrente especulação financeira com títulos públicos contribuiu de forma negativa para a incorporação das novas formas de produção. Conseqüentemente, essas novas formas, propiciadas pela introdução e difusão das novas tecnologias de base microeletrônica e de comunicação, que têm alterado as formas de produção de bens não apenas na indústria de transformação mas também nos demais setores (agropecuária, extrativa e construção civil) e de grande parte das atividades do terciário, não adquirem dinamismo para se difundir por todo o conjunto das atividades produtivas. Neste contexto, o objetivo deste artigo é descrever, ainda que parcialmente, como vêm se organizando as re- 135

2 SÃO PAULO EM PERSPECTIVA, 13(1-2) 1999 lações intersetoriais a partir da análise do tipo de serviços adquiridos de terceiros pelas empresas dos principais setores de atividade do Estado de São Paulo. Essas informações foram investigadas pela Pesquisa da Atividade Econômica Paulista Paep, para o ano-base de 1996, quando os estudos relativos ao desempenho da economia indicam estar em processo a etapa fácil da recuperação dos investimentos no país, o que, em princípio, reforçaria o processo de reorganização das atividades empresariais. 2 Estudar este aspecto da transformação das relações intersetoriais deve permitir vislumbrar em que medida este procedimento tendeu a se generalizar entre as empresas de portes e setores diversos, servindo de indicador do estágio de transformação do conjunto da economia paulista e também da nacional, devido à elevada participação de São Paulo no Produto Interno Bruto brasileiro e na sua capacidade de atrair novos investimentos. Vale notar ainda que, ao avaliar este tipo de atividade, destaca-se apenas uma parte do heterogêneo setor de serviços os destinados predominantemente às empresas, segmento que tende a estar mais diretamente associado à dinâmica da economia. Foram ignorados os serviços que atendem demandas de indivíduos e famílias, cujo dinamismo decorre do crescimento do emprego e dos rendimentos do trabalho, ou ainda do gasto público em serviços essenciais à população. Para ilustrar a relevância do segmento selecionado, estimou-se, através dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios PNAD de 1995, que este agregava aproximadamente 18% e 22% dos ocupados nos serviços do Brasil e do Estado de São Paulo, respectivamente. Na Região Metropolitana de São Paulo, onde este tipo de atividade ganha maior relevância em função de sua crescente especialização, os serviços destinados a empresas correspondiam, no mesmo período, a cerca de 40% dos ocupados neste setor vale dizer, proporção semelhante à do emprego na indústria, isto é, cerca de 20% dos ocupados da Região. 3 A DEMANDA POR SERVIÇOS COMO INDICADOR DAS RELAÇÕES INTERSETORIAIS As tendências internacionais têm indicado que o movimento de reestruturação no setor produtivo gera não apenas a expansão da demanda pelos serviços existentes, mas também uma redefinição no papel das telecomunicações nas estratégias empresariais e na demanda por novos serviços. Estes tendem a estar ligados diretamente à dinâmica daqueles segmentos de alta tecnologia considerados estratégicos para o desenvolvimento econômico contemporâneo, sendo denominados na literatura recente como baseados em conhecimento (Dosi, 1995), intensivos em ciência (Pavitt, 1984) ou ainda difusores do progresso técnico (Coutinho e Ferraz, 1994). Entre as características importantes deste processo desencadeado com a adoção de tecnologias de base microeletrônica, destaca-se a crescente complementaridade entre as atividades associadas ao processo produtivo (agropecuária, indústria, construção civil) e aquelas agrupadas no terciário (comércio, transportes, comunicação e outros serviços). Avaliar este processo supõe que se conheça quais são os serviços executados no interior das empresas, seu papel no processo produtivo e como vêm se alterando as demandas intersetoriais das empresas produtoras de bens, de modo a melhor entender os rumos das diferentes economias nacionais e regionais. A amplitude das transformações em curso decorrem, principalmente, de sua capacidade de redefinir mercados de bens e de serviços, sendo importante perceber ainda de que maneira estas mudanças na forma de produzir estariam associadas às novas estratégias empresariais que permitem a transição entre os diferentes padrões de concorrência. Outros aspectos relevantes sugeridos pela literatura 4 referem-se, de um lado, ao fato de que a difusão das novas necessidades empresariais atinge empresas de todos os portes, não estando restritas às mudanças das relações de produção apenas das grandes corporações, ainda que seja através da observação do que se passa nestas que se obtenham indicações mais detalhadas do alcance das transformações em curso e, de outro, de que a potencialidade das transformações técnico-organizacionais tende a redefinir as regras de funcionamento das empresas em todos os países, independentemente de seu porte ou de sua importância estratégica na cadeia produtiva, reforçando a percepção de que se trata de uma revolução do padrão técnico, embora afete diferenciadamente regiões, empresas e indivíduos, dependendo de aspectos institucionais, macroeconômicos, do grau de desenvolvimento da estrutura produtiva e da organização de seu mercado de trabalho. Embora a percepção destes fenômenos venha sendo elaborada desde os anos 80, ainda há poucos estudos relativos à identificação do tipo de demanda de serviços que vem se cristalizando, em especial devido à diversidade de experiências nacionais encontradas. No Brasil, a crescente exposição das empresas à concorrência nos merca- 136

3 dos internacionais, a partir do início dos anos 90, implicou expressiva racionalização das atividades produtivas, com impactos ainda mais importantes para a população, uma vez que mudaram as demandas relativas à quantidade e à qualidade da mão-de-obra, gerando desemprego e perda de direitos sociais. Em função das dificuldades encontradas pelo sistema estatístico nacional para dar continuidade às pesquisas censitárias e do conjunto heterogêneo de atividades que compõem o setor serviços, não existe, ao contrário dos demais, um acompanhamento sistemático do desempenho destas empresas prestadoras de serviços. 5 Na Pesquisa da Atividade Econômica Paulista Paep, optou-se por aprofundar apenas os aspectos relativos à demanda das empresas em relação aos segmentos de prestação de serviços. As empresas industriais, de construção civil, comerciais 6 e os bancos, que integraram a amostra da Paep, além de responderem sobre a aquisição parcial ou integral de uma ampla gama de serviços, tiveram a possibilidade de indicar se aquelas atividades, quando não terceirizadas, eram realizadas internamente. Esta informação, combinada com aquela relativa à terceirização, 7 permite averiguar o grau de difusão de determinados serviços na estrutura produtiva e aponta para a demanda potencial deste novos mercados. Deve-se destacar ainda que, nesta abordagem inicial do tema, mantiveram-se como indicações importantes os resultados obtidos para os diferentes tipos de serviços, que foram agregados em cinco grandes blocos: gerais; informática; marketing e vendas; projetos e ensaios; e produção, estes dois últimos investigados apenas junto à construção civil e à indústria. 8 No primeiro bloco, em que se encontra um amplo leque de atividades de apoio, foi realizada uma subdivisão, separando-se as de maior tradição (assessoria jurídica, auditoria contábil e fiscal e serviços de cobrança e contabilidade), que passaram a integrar o Subgrupo I; as que ampliaram sua expressividade nas grandes empresas durante os anos 80 (transporte de mercadorias, de funcionários, serviços de ambulatório, alimentação e restaurante, serviços de limpeza, conservação predial, portaria, vigilância e segurança), que formaram o Subgrupo II; e os novos serviços gerais que tendem a crescer a partir da ampliação das novas formas de organização empresarial e concorrencial (os serviços de assessoria em gestão empresarial, controle e gestão de contratos terceirizados, logística, serviços de recrutamento, seleção e treinamento em recursos humanos), que formaram o Subgrupo III. No caso dos serviços de informática, procurou-se separar os serviços de manutenção dos demais serviços investigados processamento de dados, desenvolvimento de programas e sistemas, enquanto nos serviços de marketing e vendas isolaram-se os serviços de pesquisa de mercado e publicidade daqueles de assistência técnica de pós-vendas, comunicação empresarial, organização de eventos e de distribuição e revenda. Com isso, procurouse separar atividades associáveis ao novo padrão produtivo daquelas já presentes na economia, embora mais bem conhecidas apenas das empresas de maior porte. A análise destes dados descreve a difusão setorial dos procedimentos de aquisição de serviços de terceiros, explicitando, na medida do possível, se a contratação externa das atividades ocorre por serem estas executadas integralmente pelas próprias empresas. Assim, buscou-se tornar mais clara a interface setorial efetiva e aquela que potencialmente tende a ser objeto de atendimento por parte dos serviços destinados à produção, a partir da ampliação e sofisticação dos serviços já prestados ou ainda da adequação destes às especificidades dos demandantes. Destacam-se, a seguir, alguns resultados reportados pelas formas de atuar das empresas paulistas em Elevada Difusão dos Serviços Gerais mais Tradicionais A primeira importante constatação apresentada pelos dados da Paep é a elevada difusão dos serviços gerais de características mais tradicionais assessoria jurídica, auditoria contábil e fiscal e serviços de cobrança e contabilidade. Na indústria, 92,7% das empresas terceirizavam pelo menos um destes serviços e 58,5% realizavam integralmente pelo menos um deles. Destaque-se que foram exatamente as empresas de maior porte que, devido à utilização mais freqüente destes serviços, as que tenderam a indicar a realização integral dessas atividades, possivelmente em função da necessidade de executar tarefas bastante especializadas que ainda não foram suficientemente desenvolvidas pelas empresas que atuam nestes segmentos. Entre as empresas comerciais com mais de 30 empregados e da construção civil, também foram verificadas situações semelhantes, correspondendo a, respectivamente, 96,9% e 97,6% a proporção das que terceirizavam, pelo menos em parte, um destes serviços. No caso dos bancos, pelo contrário, as atividades de contabilidade e de auditoria são estratégicas e, portanto, 137

4 SÃO PAULO EM PERSPECTIVA, 13(1-2) 1999 não foram objeto de terceirização, ao contrário dos serviços jurídicos (95,6%) e de cobrança (75,0%), que se encontram majoritariamente terceirizados, devido à atuação de grandes empresas multinacionais junto a este segmento (Relatório da Gazeta Mercantil, 1995). Difusão Expressiva dos Serviços de Informática em Todas as Atividades Entre as transformações de maior difusão do novo padrão técnico-organizacional, são freqüentemente destacadas aquelas associadas ao uso crescente da informática. No entanto, com exceção dos estudos relativos à sua importância no setor bancário (Segnini, 1998; Dieese, 1995), pouco se conhece sobre seu papel para o conjunto das demais atividades no país. Segundo os dados da Paep, estes serviços apresentaram importante difusão na Indústria (46,7% das empresas, que respondem por mais de dois terços do valor adicionado setorial), no Comércio (49,5%) e na Construção Civil (62,8%). Os serviços de manutenção de equipamentos de informática foram terceirizados por 45,1% das empresas industriais paulistas que, no entanto, respondem por cerca de 85% do valor adicionado industrial e por 77% do emprego industrial do Estado. Além disto, é reduzida a proporção das empresas que realizavam este tipo de atividade internamente à sua estrutura. Nas unidades comerciais com mais de 30 empregados, pouco mais de 37% terceirizavam pelo menos parcialmente este tipo de serviço, o que corresponde a cerca de 48% do valor adicionado do setor e a 51% do pessoal ocupado. Neste setor, no entanto, 33,0% das empresas realizavam este serviço internamente. Tendo em vista que estas unidades respondiam por cerca de um terço do valor adicionado do setor e por aproximadamente 45% do emprego, pode-se inferir que trata-se daquelas de menor porte, que ainda não utilizam equipamentos com intensidade tal que necessitassem contratar serviços permanentes de manutenção. Quanto aos serviços de informática propriamente ditos processamento de dados, desenvolvimento de programas e sistemas, verificou-se que nas empresas comerciais de maior porte há uma clara tendência de terceirização destas atividades, uma vez que pouco mais de 48% contratavam pelo menos um desses serviços de terceiros e apenas 5% realizavam integralmente estas atividades. Tendência semelhante foi encontrada entre as empresas do setor de construção civil, pois aproximadamente 63% terceirizavam atividades de informática, no período em análise. Aparentemente, estes resultados corroborariam os estudos de caso que chamavam a atenção para a terceirização dos serviços nestes setores de atividade (Furtado, 1995). Já nas atividades industriais, possivelmente devido à maior sofisticação destes serviços nos programas desenvolvidos especialmente para suas atividades, em particular as multinacionais que adaptam programas utilizados pelas suas matrizes, observou-se um comportamento diferenciado: 36,4% das empresas industriais investigadas que representavam cerca de 75% do valor adicionado industrial paulista em 1996 terceirizavam pelo menos um destes serviços, mas 28,0% destas, responsáveis por cerca de 59% do valor adicionado industrial paulista, no mesmo período, realizavam integralmente pelo menos um destes serviços. No setor bancário, em que estas atividades avançaram de forma mais expressiva e precoce que nos demais setores de atividade, em função da sua utilização em todo o território nacional e da necessidade de evitar perdas associadas ao processo inflacionário, verificaram-se situações diferenciadas. Embora os serviços de elaboração de projetos e desenvolvimento de sistemas sejam predominantemente terceirizados (para cerca de 18% dos bancos de forma integral e para 72% de forma parcial), o mesmo ainda não ocorre com os serviços de processamento, que ainda são realizados de forma integral em 52% dos bancos e terceirizados parcialmente em 42%. Além disso, um novo tipo de serviço, representado pelo gerenciamento da rede de informática, passou a ser majoritariamente (70,1%) realizado internamente, uma vez que o funcionamento desta rede tornou-se atividade estratégica para o banco. Parte dos Serviços Gerais Permanece Terceirizada apenas nas Grandes Empresas No subgrupo II dos serviços gerais foram incluídos aqueles que estavam associados a atividades crescentemente externalizadas pelas grandes empresas, desde os anos 80 transporte de mercadorias e de funcionários, serviços de ambulatório, de alimentação e restaurante, serviços de limpeza, de conservação predial, portaria, vigilância e segurança. Em sua grande maioria, compreendem atividades não-essenciais que, no entanto, envolvem custos de administração, notadamente aquelas que necessitam de mão-de-obra com menor 138

5 TABELA 1 Participação das Empresas Comerciais, Pessoal Ocupado e Valor Adicionado, por Formas de Realização de Serviços, segundo Tipos de Serviço Estado de São Paulo 1996 Em porcentagem Formas de Realização de Serviços Tipos de Terceirizados (1) Realizados Integralmente Serviço Empresas Pessoal Valor Empresas Pessoal Valor Ocupado Adicionado Ocupado Adicionado Total Geral 98,4 85,9 67,8 98,4 85,9 67,8 Gerais 97,5 82,8 65,9 84,4 77,9 62,4 Grupo I 96,9 80,7 64,4 63,1 63,7 45,1 Grupo II 36,5 51,8 47,1 68,7 63,8 69,2 Grupo III 25,5 39,5 45,0 55,2 64,5 46,8 Informática 48,8 65,1 45,5 32,9 44,7 33,8 Grupo I 37,1 51,0 47,9 33,0 44,8 33,6 Grupo II 48,3 64,4 44,9 5,0 5,9 12,1 Marketing e Vendas 27,1 35,7 40,8 44,4 49,4 43,9 Grupo I 19,6 27,3 32,5 42,1 44,2 47,9 Grupo II 17,6 29,8 36,0 27,8 27,1 12,9 Fonte: Fundação Seade. Pesquisa da Atividade Econômica Paulista Paep. (1) Incluem os serviços que foram terceirizados total e/ou parcialmente. qualificação e que, por conseguinte, tendem a estar sujeitas a maior rotatividade. Note-se que, no setor industrial, cerca de 34% das empresas terceirizavam pelo menos um destes serviços. Embora esta proporção seja relativamente reduzida, representa predominantemente as empresas de maior porte, uma vez que respondem por aproximadamente 79% do valor adicionado setorial e por cerca de 68% do emprego gerado pela indústria. Verifica-se, ainda, que a maior parte das empresas industriais permanece realizando integralmente estas atividades, o que indica haver espaço para sua ampliação nas empresas já existentes. Igualmente importante é o resultado encontrado para as atividades comerciais, em que 36,5% das empresas terceirizavam este tipo de serviços, proporção semelhante à do setor industrial, embora representando proporção menor do valor adicionado (47,1%) e do emprego (51,8%) setorial. Também nestas atividades, parte expressiva (68,7%) das empresas realizavam integralmente alguns destes serviços, ampliando a possibilidade de crescer a terceirização destas atividades. Já nos bancos, as atividades de transportes de valores, de segurança, vigilância e manutenção predial já tinham sido terceirizadas, de forma praticamente integral pela maior parte das empresas do setor (87%, 79% e 69%, respectivamente). Novos Serviços Gerais: encontrados apenas nas grandes empresas Os serviços gerais relacionados ao novo padrão organizacional das empresas foram incorporados apenas nas comerciais e industriais de maior porte. Neste subgrupo, agregaram-se os serviços de assessoria em gestão empresarial, de controle e gestão de contratos de terceirizados, de logística, serviços de recrutamento e os de seleção e treinamento em recursos humanos. No setor industrial, estas atividades tenderam a ser contratadas de terceiros por um grupo relativamente pequeno de empresas (25,6%), que, no entanto, representam 70,0% do valor adicionado e pouco mais de 57% do emprego industrial. A maior parte das empresas que in- 139

6 SÃO PAULO EM PERSPECTIVA, 13(1-2) 1999 TABELA 2 Participação das Empresas Industriais, Pessoal Ocupado e Valor Adicionado, por Formas de Realização de Serviços, segundo Tipos de Serviço Estado de São Paulo 1996 Em porcentagem Formas de Realização de Serviços Tipos de Terceirizados (1) Realizados Integralmente Serviço Empresas Pessoal Valor Empresas Pessoal Valor Ocupado Adicionado Ocupado Adicionado Total Geral 95,2 93,0 91,7 95,2 93,0 91,7 Gerais 93,8 90,9 89,0 81,9 86,1 85,2 Grupo I 92,7 88,2 82,0 58,5 68,6 68,6 Grupo II 33,7 67,6 79,1 70,8 69,9 63,9 Grupo III 25,6 57,4 70,0 57,8 70,4 72,9 Informática 46,7 79,8 86,6 28,4 54,8 59,6 Grupo I 45,1 77,1 84,7 2,9 4,3 3,4 Grupo II 36,4 66,5 74,6 28,0 54,3 59,2 Marketing e Vendas 26,4 55,0 61,6 66,6 72,3 65,9 Grupo II 22,8 49,9 58,0 65,7 71,7 65,6 Grupo I 13,9 40,6 50,5 21,2 20,5 16,0 Produção 34,0 53,5 58,6 71,9 72,9 63,1 Grupo II 26,0 47,0 52,8 69,2 71,1 61,6 Grupo I 15,2 28,4 36,2 34,3 33,0 23,7 Projetos e Ensaios 19,5 38,0 41,1 50,6 67,7 65,3 Fonte: Fundação Seade. Pesquisa da Atividade Econômica Paulista Paep. (1) Incluem os serviços que foram terceirizados total e/ou parcialmente. TABELA 3 Distribuição dos Bancos, por Grau de Terceirização de Serviços, segundo Tipos de Serviço Estado de São Paulo 1996 Em porcentagem Tipos de Serviço Grau de Terceirização Integralmente Parcialmente Integralmente Total Terceirizado Terceirizado Realizado Gerais Limpeza 98,6 0,0 1,4 100,0 Transporte de Valores 87,1 9,7 3,2 100,0 Portaria, Vigilância e Sistemas de Segurança 78,8 19,7 1,5 100,0 Manutenção Predial 68,7 26,6 4,7 100,0 Serviços Jurídicos 18,8 76,8 4,4 100,0 Treinamento de Pessoal 15,6 60,9 23,5 100,0 Cobrança 11,7 63,3 25,0 100,0 Recrutamento de Pessoal 4,8 37,1 58,1 100,0 Contabilidade 1,5 1,5 97,0 100,0 Informática Manutenção e Conserto de Equipamentos Eletrônicos 76,8 20,3 2,9 100,0 Elaboração de Projetos e Desenvolvimento de Sistemas Integrados por Computador 17,9 71,6 10,5 100,0 Processamento de Dados 6,1 42,4 51,5 100,0 Gerenciamento de Rede de Informática 4,5 25,4 70,1 100,0 Marketing e Vendas Pesquisa de Mercado 51,1 38,3 10,6 100,0 Publicidade e Propaganda 49,1 42,4 8,5 100,0 Outros Serviços Gráficos 76,8 20,3 2,9 100,0 Compensação de Cheques 47,7 35,4 16,9 100,0 Telemarketing 10,0 33,3 56,7 100,0 Auditoria Interna 3,2 3,2 93,6 100,0 Central de Atendimento (call center) 2,5 20,0 77,5 100,0 Fonte: Fundação Seade. Pesquisa da Atividade Econômica Paulista Paep. 140

7 troduziram este tipo de atividade realizavam o serviço internamente. No comércio, da mesma forma, este tipo de atividade foi terceirizado por cerca de um quarto das empresas, que representam 45,0% do valor adicionado e cerca de 40% do emprego. No entanto, na maior parte das empresas com presença destes serviços, as atividades eram desenvolvidas integralmente pelas unidades (55,2% das empresas, que representam 46,8% do valor adicionado setorial). Nos bancos, os serviços de recrutamento de pessoal eram realizados, em boa medida (58,1%) de forma interna, tendo sido terceirizados integralmente apenas por 4,8% das empresas. Entretanto, o treinamento dos empregados era contratado de terceiros de forma mais expressiva, sendo que apenas 23,5% dos bancos desenvolviam este serviço internamente. Uma atividade específica deste setor que mostrou importante processo de terceirização foi a compensação de cheques (83,1%), devido à sua padronização e à especialização de algumas empresas no atendimento deste tipo de serviço. Serviços de Marketing e Vendas Permanecem Restritos às Grandes Empresas O uso dos serviços de marketing e vendas permanece restrito às grandes empresas, sendo utilizados por 26,4% das empresas industriais, 26,6% das comerciais e 22,6% das construtoras. Nas empresas do setor industrial, ampliou-se significativamente a utilização das técnicas de atendimento aos clientes, pois cerca de 23% das empresas que respondiam por 58,0% do valor adicionado e por 49,9% do emprego já indicaram haver terceirizado, pelo menos parcialmente, serviços de assistência técnica de pós-vendas e de distribuição e revenda, além de comunicação empresarial e organização de eventos. A difusão deste tipo de atividade ocorreu de forma ainda mais intensa que a utilização de pesquisas e publicidade (subgrupo I dos serviços de marketing e pesquisa), um tipo de atividade que envolve grande especialização e que foi terceirizada por apenas 13,9% das empresas (que representam cerca de 51% do valor adicionado e 41% do emprego setorial). Já no comércio, estes serviços permanecem restritos a alguns dos segmentos deste setor: este grupo não alcança 20% das empresas com pelo menos 30 empregados, que respondiam, aproximadamente, por um terço do valor adicionado do comércio. Note-se, no entanto, que as atividades de pesquisa e publicidade obtiveram maior difusão que as novas técnicas de venda e de propaganda empresarial, ao contrário do que ocorre no setor industrial. No setor bancário, os serviços de publicidade e propaganda já estavam expressivamente terceirizados, no entanto, o setor desenvolveu duas novas atividades que se encontram ainda majoritariamente internalizadas: o telemarketing (56,7%) e a central de atendimento (77,5%), como forma de aprimorar seu contato com os clientes. Serviços de Projetos e Ensaios no Setor Industrial e as Grandes Empresas Os serviços de projetos e ensaios vinham sendo realizados por um pequeno número de empresas nas atividades industriais e de construção civil no país, situação esta que não se alterou expressivamente nos anos 90. Na construção civil, a proporção de empresas que indicaram terceirizar parcial ou integralmente estas atividades é relativamente elevada (44,5% das empresas), mas sua representatividade setorial permanece reduzida. Já na indústria, verifica-se que apenas uma fração pequena de empresas (19,5%) contratou este tipo de atividade, de terceiros, permanecendo, quando realizado, um serviço executado integralmente pela empresa. Terceirização dos Serviços de Manutenção de Equipamentos Restrita a Alguns Segmentos Industriais A terceirização das atividades de manutenção de equipamentos foi apontada por um pequeno número de empresas industriais (15,2%), predominantemente do complexo metal-mecânico, que representavam, no entanto, 36,2% do valor adicionado setorial. Uma proporção significativa dentre elas, no entanto, ou não realiza este tipo de atividade, ou desenvolve estas atividades sem a contratação de terceiros. Estes resultados sugerem que o tipo de transformação ocorrido na economia paulista, nos anos 90, embora tenha propiciado a mudança das relações inter-setoriais, o fez de forma menos dinâmica do que se esperava originalmente. Ainda que tenha havido expressiva difusão da utilização dos serviços de informática em todas as atividades, independentemente do porte das empresas, nos demais grupos de serviços esta situação praticamente não se verifica, permanecendo a sua introdução nas atividades produtivas, terceirizadas ou não, restrita às empresas 141

8 SÃO PAULO EM PERSPECTIVA, 13(1-2) 1999 de grande porte, com a exceção do setor bancário, cuja modernização ocorreu de forma muito mais intensa. Este tipo de resultado fragiliza a possibilidade de ampliar o papel das redes produtivas que caracterizariam o novo padrão produtivo, reforçando a impressão de que a terceirização das atividades menos importantes nas grandes empresas ainda obedeceria apenas a estratégias redutoras de custo e que não tenderiam a propiciar a formação de ambientes cooperativos mais amplos capacitados a gerar ciclos virtuosos de crescimento sustentado. Na próxima seção, são estudados aspectos do processo de terceirização de serviços na indústria paulista, correlacionando-o às suas estratégias e ao processo de inovação do período. ESTRATÉGIAS DE AJUSTE E TERCEIRIZAÇÃO NA INDÚSTRIA PAULISTA O conjunto de estudos que descreveram o processo de reorganização da estrutura produtiva e de difusão de novas tecnologias à luz do processo de transição do marco regulatório político institucional brasileiro, na década de 90, mostrou seu caráter emergencial, determinado pela crise macroeconômica e pela percepção da irreversibilidade da abertura da economia aos concorrentes internacionais. Destaca-se, de forma relativamente consensual, a forma desarticulada, desigual e assimétrica, associada a este processo, que aprofundou ainda mais a heterogeneidade da estrutura produtiva e tecnológica da indústria nacional (Abramo, 1989; Abreu e Sorj, 1993; Coutinho e Ferraz, 1994; Haguenauer, Kupfer e Ferraz, 1995). No entanto, no contexto de estabilidade e crescimento macroeconômico, aprofundamento da abertura comercial, apreciação cambial e aporte vigoroso de investimentos diretos estrangeiros, expresso na onda de fusões e aquisições de empresas nacionais, que caracterizou a primeira fase do Plano Real, houve expressivo impulso no sentido da modernização dos principais setores produtivos. Neste ambiente marcado pela expansão do consumo interno e da atividade econômica, seguido de um ciclo de importações de bens de capital motivado pela valorização cambial e barateamento do preço das máquinas e equipamentos importados, verificou-se expressiva alteração das expectativas e decisões empresariais quanto à performance econômica (ver, entre outros, Laplane e Sarti, 1997; Bielschowsky, 1998). Com isto, a adoção de novos métodos de organização do trabalho e da produção estaria articulada a uma estratégia de focalização nas atividades centrais das empresas, com redução e seleção dos integrantes da cadeia de suprimentos e fornecedores, suportadas por plataformas tecnológicas informacionais, desativação de linhas produtivas, importação de produtos, priorização de contratos com terceiros nas atividades de comercialização e prestação de serviços. Com estas estratégias de focalização/ descentralização, buscava-se evitar ociosidade e atingir níveis ótimos de escala. Com isso, o conflito entre economia de escopo e economia de escala podia, aparentemente, ser enfrentado pela desverticalização da indústria, gerando inclusive condições para reduzir ainda mais custos administrativos e de desenvolvimento de produto e processo e transformar custos fixos em variáveis, obtendo a mesma produção final com menor investimento por parte da fábrica e menores tensões relativas às relações de trabalho (Martins e Ramalho, 1994; Salerno, 1995 e Bresciani, 1997). No entanto, os estudos mais recentes (Abreu et alii, 1998) sugerem que, mesmo neste contexto, pouco se avançou sobre as tendências que haviam sido identificadas por Souza (1993) para o primeiro estágio do processo de externalização das grandes empresas. Este se concentraria menos nas áreas de serviços à produção do que nas atividades não-essenciais, tais como os serviços de limpeza, restaurante, manutenção de máquinas e equipamentos, transporte de empregados, recrutamento e seleção de mãode-obra, da mesma forma como já ocorria nas grandes corporações. Em síntese, não se alterava a natureza defensiva destas estratégias, 9 permanecendo direcionadas mais para a racionalização de custos do que para a formalização de uma estratégia competitiva dinâmica voltada para a captura de sinergias provenientes da especialização produtiva empresarial. Diante deste cenário, procura-se analisar aqui a situação das empresas industriais paulistas, identificando a natureza e a dinâmica destas novas articulações intersetoriais, engendradas pelas empresas a partir da implementação das estratégias de terceirização de seus serviços. Conforme revelam os dados da Paep, em cerca de 62% das empresas que terceirizaram alguma atividade de serviços, a estratégia de produção que mais se disseminou foi a implementação de novos métodos de organização de trabalho. Este universo de empresas correspondia a pouco mais de 82% do valor adicionado e cerca de 80% da ocupação na indústria. Além disso, as empresas industriais que adotaram tal estratégia demonstram um padrão de compra de serviços comparativamente mais elevado 142

9 TABELA 4 Proporção e Distribuição das Empresas Industriais que Realizaram Serviços e Pessoal Ocupado, por Formas de Realização, segundo Tipos de Serviço Estado de São Paulo 1996 Em porcentagem Tipos de Serviço Proporção das Empresas que Distribuição destas Empresas, por Realizaram os Serviços Forma de Realização do Serviço Terceirizados (1) Realizados Integralmente Empresas Pessoal Empresas Pessoal Empresas Pessoal Ocupado Ocupado Ocupado Gerais Cobrança e Contabilidade 84,5 87,3 53,2 32,0 46,8 68,0 Transporte de Mercadorias 81,6 86,7 53,4 74,2 46,6 25,8 Limpeza e Conservação Predial 80,9 87,2 17,8 51,3 82,2 48,7 Auditoria Contábil e Fiscal 74,7 81,9 92,4 83,1 7,6 16,9 Assessoria Jurídica 69,7 85,0 96,2 89,9 3,8 10,0 Seleção e Locação de Mão-de-Obra 60,5 80,0 21,8 49,0 78,2 51,0 Portaria, Vigilância e Segurança 53,0 81,2 24,4 54,2 75,6 45,8 Logística 29,4 58,0 26,7 33,0 73,7 67,0 Assessoria de Gestão Empresarial 29,3 54,5 39,4 53,7 60,6 46,3 Serviços de Ambulatório 21,6 63,7 55,3 45,3 44,7 54,7 Serviços de Alimentação e Restaurante 20,5 57,1 60,4 76,8 39,6 23,1 Transporte de Funcionários 14,7 43,6 63,0 82,2 36,9 17,8 Gestão de Contratos com Terceiros 13,2 30,2 34,2 27,0 65,8 73,0 Treinamento de Recursos Humanos 8,8 47,0 48,7 67,0 51,3 33,0 Informática Manutenção e Conserto de Equipamento de Informática 48,1 81,5 93,7 94,5 6,3 5,5 Processamento de Dados 42,6 78,3 38,4 34,5 61,6 65,5 Desenvolvimento de Programa de Informática 40,8 78,0 81,0 79,2 19,0 20,8 Desenvolvimento de Sistema de Informática 39,8 77,6 78,1 76,9 21,8 23,1 Marketing e Vendas Distribuição e Revenda 63,1 72,3 22,0 45,0 77,9 55,0 Assistência Técnica e Pós-Venda 50,2 69,8 14,4 19,9 85,6 80,1 Comunicação Empresarial 48,4 67,9 13,5 32,8 86,5 67,2 Pesquisa de Mercado e Publicidade 35,5 61,3 39,1 66,2 60,9 33,8 Organização de Feiras, Exposições e Eventos 26,3 57,3 42,3 61,8 57,7 38,2 Produção Movimentação Interna de Cargas 66,7 79,8 8,9 23,5 91,1 76,5 Fabricação de Partes e Componentes 56,5 71,5 32,9 45,7 67,1 54,3 Manutenção de Máquinas e Equipamentos 51,1 62,0 29,7 45,9 70,3 54,1 Projetos e Ensaios Desenvolvimento de Produto 52,3 73,1 14,7 16,7 85,3 83,3 Ensaio de Materiais e Produtos 49,7 73,7 27,8 33,1 72,2 66,9 Desenvolvimento e Gerenciamento de Projetos de Engenharia 23,5 55,8 39,2 43,8 60,8 56,2 Fonte: Fundação Seade. Pesquisa da Atividade Econômica Paulista Paep. (1) Incluem os serviços que foram terceirizados total e/ou parcialmente. 143

10 SÃO PAULO EM PERSPECTIVA, 13(1-2) 1999 que o encontrado entre aquelas que centraram suas estratégias de produção em outras formas de ajuste produtivo. 10 Nas empresas que implementaram novos métodos de organização do trabalho e da produção, observa-se o uso mais intensivo dos expedientes de terceirização dos serviços gerais (61,8%), de informática (36,1%), serviços de produção (26,7%) e serviços de manutenção (20,8%). Constitui-se também no conjunto de empresas que mais recorreram à compra externa de serviços de projetos e ensaios (16,6%), que envolvem desde projetos de engenharia, desenvolvimento de novos produtos e serviços de teste e qualidade de produtos. Entre as empresas industriais que adotaram expedientes de terceirização, outras estratégias implementadas que apresentaram expressiva ampliação foram: aumento da escala da produção (32,3% das empresas); ampliação de produtos (31,4%); redução do número de fornecedores (19,5%); e crescimento da automação industrial (18,1%). Em todo este grupo de empresas, os principais serviços terceirizados compreendiam, em ordem de importância, os serviços gerais e os de informática. A difusão de novas técnicas de organização do trabalho, combinada ao crescimento da compra de serviços de informática, parece corresponder à principal característica do processo de transformação das atividades industriais. Resta verificar se o intercâmbio e a organização das informações corporativas internas e externas às organizações, com fornecedores e clientes, teriam passado a representar variáveis cruciais nas estratégias competitivas das empresas. Dois aspectos deste processo podem ser explorados: de um lado, a interligação do processo de inovação com a terceirização de serviços; e, de outro, o papel da comunicação através de meios eletrônicos das empresas e seus fornecedores e clientes. EMPRESAS INOVADORAS E TERCEIRIZAÇÃO Na indústria paulista, 24,1% das empresas que terceirizaram os serviços empreenderam algum tipo de atividade inovativa, fosse esta inovação de produto ou de processo, no período em análise. Embora estas representem fração relativamente pequena do conjunto das empresas industriais do Estado de São Paulo, respondiam por uma parcela expressiva na composição da estrutura ocupacional e produtiva paulista: 63,9% do valor adicionado e 53,2% do pessoal ocupado (Tabela 5). No entanto, encontrou-se proporção maior de empresas inovadoras, que adotaram a compra de serviços de terceiros do que para o total das empresas, destacandose: aquisição de serviços de informática (aproximadamente 77% entre as inovadoras, contra cerca de 49% para o conjunto das empresas); serviços de produção (55% e 36%, respectivamente); e serviços de marketing (52% e 28%, respectivamente), não sendo desprezível a importância da terceirização dos serviços de projetos e ensaios (41% e 20%, respectivamente) e de novos serviços gerais (46% e 27%, respectivamente). Devido à elevada concentração econômica, característica da indústria nacional e paulista, apesar de as empresas que terceirizaram e realizaram algum tipo de inovação representarem um número relativamente reduzido, sua importância em termos de valor adicionado é alta. Por exemplo, apenas 14,6% das empresas industriais inovaram e, em simultâneo, adquiriram serviços de informática; no entanto, o valor adicionado que representavam correspondia a 54,6% do total da indústria. Com a abertura das fronteiras econômicas e o acirramento das rivalidades concorrenciais, as empresas industriais passaram a ser confrontadas pela lógica de competição internacional. Com efeito, houve diminuição relativa da capacidade para a prática de imposição de preços pelas grandes empresas, além da pressão por novas exigências quanto aos padrões de custo e qualidade dos produtos comercializados no mercado. As informações captadas pela Paep, referentes a inovação tecnológica, atestam que a alteração do quadro macroeconômico e institucional foi fator determinante para o delineamento das estratégias de desenvolvimento de novos produtos ou novos processos produtivos na indústria paulista, no período As variáveis que impulsionaram tais estratégias foram relacionadas ao esforço empresarial direcionado para a melhoria na qualidade dos produtos (86,1%) e para a redução nos custos de produção (76,2%), visando a sustentação e, em alguns casos, a ampliação das posições de mercado. 11 Nesse sentido, os esforços tecnológicos de inovação empresarial estiveram, em grande medida, mais condicionados a uma estratégia nitidamente defensiva, orientados por lógica de racionalização de custos da produção e melhoria da qualidade dos produtos, do que a uma estratégia ofensiva ou pró-ativa de mercado, baseada em um esforço endógeno empresarial estruturado em atividades de P&D interno. As empresas inovadoras apresentam uma dinâmica importante em relação à internalização daqueles serviços qualificados ou das atividades mais sofisticadas tecnologicamente, que são considerados estratégicos pelas empresas. Um exemplo disso são os serviços industriais relacionados ao 144

11 TABELA 5 Participação das Empresas Industriais Inovadoras (1), Pessoal Ocupado e Valor Adicionado, por Formas de Realização dos Serviços, segundo Tipos de Serviço Estado de São Paulo 1996 Em porcentagem Tipos de Serviço Formas de Realização dos Serviços Terceirizados (2) Realizados Integralmente Pessoal Valor Pessoal Valor Empresas Ocupado Adicionado Empresas Ocupado Adicionado Gerais Grupo I Assessoria Jurídica 19,9 84,2 77,0 0,7 10,6 18,4 Auditoria Contábil e Fiscal 18,1 76,1 74,5 1,8 14,6 18,7 Cobrança e Contabilidade 10,7 29,0 26,1 12,0 66,7 69,3 Grupo II Transporte de Mercadorias 15,2 77,8 75,9 7,4 17,6 19,0 Transporte de Funcionários 3,8 49,7 56,9 1,6 8,6 13,5 Serv. de Ambulatório 5,3 38,7 48,1 4,0 42,8 40,4 Alimentação 5,9 60,8 73,3 2,7 15,0 13,4 Limpeza e Conservação Predial 5,6 63,2 76,5 16,6 32,6 19,3 Portaria, Vigilância e Segurança 5,7 61,4 73,6 10,9 31,4 21,0 Grupo III Assessoria em Gestão Empresarial 4,8 41,2 48,0 6,4 29,4 29,1 Controle de Contratos Terceirizados 1,8 10,6 10,3 3,2 30,5 35,1 Logística 3,6 27,6 26,4 8,1 48,2 57,4 Recrutamento, Seleção e Locação de RH 6,2 53,9 65,2 11,9 38,4 29,1 Treinamento 3,2 49,8 63,7 2,8 19,8 18,6 Informática Grupo I Manutenção 18,1 92,0 95,5 1,1 4,9 3,3 Grupo II Processamento de Dados 6,3 33,6 36,0 3,8 60,7 61,3 Desenvolvimento de Programas 13,6 76,7 81,1 3,7 19,5 16,9 Desenvolvimento de Sistemas 12,8 72,5 75,8 3,8 22,1 22,1 Projetos e Ensaios Des./Gerenc. Projetos de Engenharia 4,5 33,7 33,1 6,8 42,6 43,1 Desenvolvimento de Produto 3,6 16,2 15,4 16,3 73,2 67,2 Ensaio de Materiais 7,3 33,5 30,8 11,2 54,8 51,7 Produção Grupo I Manutenção Máquinas/Equipamentos 7,0 40,7 46,1 8,6 30,1 19,9 Grupo II Movimentação Interna de Cargas 1,9 28,0 35,9 18,2 61,6 46,5 Produção 8,6 47,3 46,3 10,6 41,7 35,9 Marketing e Vendas Grupo I Pesquisa de Mercado/Publicidade 7,3 57,4 60,9 7,2 20,9 16,3 Grupo II Assistência Técnica de Pós-Venda 3,1 20,6 21,7 15,6 63,8 57,9 Comunicação Empresarial 3,2 32,8 38,5 13,9 50,0 40,6 Organização de Eventos 6,0 50,0 55,1 6,2 25,5 20,5 Distribuição e Revenda 6,0 44,5 48,5 13,1 37,2 27,7 Fonte: Fundação Seade. Pesquisa da Atividade Econômica Paulista Paep. (1) Referem-se aos totais dessas empresas. (2) Inclui os serviços que foram terceirizados total e/ou parcialmente. 145

12 SÃO PAULO EM PERSPECTIVA, 13(1-2) 1999 grupo de projetos e ensaios, composto pelas atividades de desenvolvimento e gerenciamento de projetos de engenharia, ensaios de materiais e de produtos e análise de qualidade, que apresentavam uma participação média de 54% do valor adicionado industrial. Estas informações sugerem que, quando o desenvolvimento de tais serviços constitui parte integrante da estratégia produtiva ou de mercado da empresa, estes tendem a ser realizados internamente pelas empresas inovadoras. TERCEIRIZAÇÃO E USO DE REDES DE COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA Nas economias mais industrializadas, o progresso tecnológico e os padrões de concorrência vêm adquirindo um caráter mais interdependente e sistêmico, impulsionados pela disseminação de práticas comerciais cooperativas. O novo enfoque de competitividade considera a eficiência coletiva e a inovação tecnológica sistêmica como forças indutoras para a geração de vantagens competitivas estratégicas nas empresas. Essas vantagens virtuosas encontrariam nas redes cooperativas importantes aliados, desde que, suportadas por plataformas telemáticas de longo alcance, fosse possível às empresas interagirem com rapidez, trocando informações corporativas e tecnológicas entre produtores, fornecedores, distribuidores e usuários (Coutinho, Cassiolato e Silva, 1995). O acesso a serviços especializados de telecomunicações, sobretudo aqueles de elevado valor agregado, tem se revelado crucial para as estratégias de concorrência no setor. A formação destas redes de subcontratação, apoiadas por tecnologias de informação, registra pelo menos três dimensões: inauguração de novas relações com fornecedores; incremento sistêmico da produtividade das empresas; e celebração de novos vínculos institucionais de concorrência. No setor industrial, estudos apontam a difusão limitada e concentrada, particularmente, nos setores automobilístico e petroquímico. 12 Contudo, se estes novos vínculos de integração delineiam uma tendência nas economias avançadas, nos países periféricos eles ainda são bastante incipientes e tênues, o que se pode atribuir à persistência de formas tradicionais de concorrência e à fragilidade da infra-estrutura tecnológica. No Brasil, foram poucos os estudos realizados sobre este enfoque. Todavia, estes indicam o avanço da telemática em apenas determinadas cadeias produtivas, com a constituição de redes ou canais dinâmicos de informações (como EDI Eletronic Data Interchange, e do uso da Internet). Nestas cadeias produtivas (e, nesse sentido, o setor automobilístico é o caso mais evidente), houve condições para a emergência de novas formas de organização, integradas, articulando o setor produtivo e de serviços, principalmente com os segmentos distribuidores e os clientes (Coutinho, Cassiolato e Silva, 1995). Um dos sistemas mais estudados tem sido o EDI Eletronic Data Interchange 13, com alto potencial de redução dos custos de transação e de melhoria da eficiência operacional e gerencial. O EDI permite que as empresas usuárias possam exercer a função de centro nervoso de pilotagem da produção, coordenando o fluxo de materiais, hierarquizando e selecionando a cadeia de suprimento e impondo seus parâmetros de qualidade. 14 As informações da Paep mostram que esta ferramenta continua sendo utilizada de modo muito restrito; mesmo assim, destaca-se, entre os segmentos que mais utilizam os sistemas de EDI, exatamente o setor de montagem de veículos automotores, reboques e carrocerias, que inclui as montadoras e autopeças. Este segmento representa 12,2% de todas as empresas que usam EDI e terceirizam ou compram alguma atividade de serviços. O setor químico era o segundo setor a apresentar maior grau de utilização (11,2%) do EDI, seguido pela metalurgia (10,2%), fabricação de artigos de borracha e plástico (8,1%), edição e impressão e reprodução de gravações (7,2%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (7,0%), fabricação de máquinas e equipamentos (6,5%) e fabricação de produtos alimentícios e bebidas (6,1%). Tal como a experiência internacional vem apontando, o uso de EDI na indústria paulista é extremamente concentrado e restrito, circunscrito a alguns setores. Em números relativos, somente 2,6% do total de empresas industriais que terceirizam (responsáveis por 42,7% do valor adicionado e por 25,7% do pessoal ocupado) usam os sistemas de EDI. Das empresas que terceirizam e utilizam EDI, parece haver um certo equilíbrio na distribuição relativa de compras pelos serviços gerais e de informática; isto vale tanto para os serviços mais modernos como para os mais tradicionais. CONSIDERAÇÕES GERAIS A partir da necessidade de avaliar de que forma o setor serviços havia evoluído ao longo de quase duas décadas, tomou-se como indicativo de sua falta de dinamismo o processo de transformação da economia e o atual estágio da demanda por parte das atividades produtivas. A hipótese a ser desenvolvida tomava como ponto de partida os estudos que indicavam que, quanto mais avançado o processo de re- 146

13 estruturação industrial, maior seria o leque de serviços demandados e maior a difusão do processo de terceirização das empresas produtivas, formando com as empresas produtoras de serviços redes articuladas e crescentemente integradas. Saliente-se que esta hipótese determinou a forma de abordagem desta análise, que, não sendo a única possível, possui a vantagem de utilizar, através da base de dados da Paep, as informações da demanda por serviços combinadas com as de modernização da estrutura produtiva. Outras abordagens, com detalhamentos setoriais e regionais, devem revelar novas facetas deste processo no Estado de São Paulo. Entre os principais resultados encontrados através das informações da Paep, destaca-se a importante difusão das atividades de informática, aparentemente o único grupo de serviços que atingiu empresas de todos os portes em todos os setores, não apenas no que diz respeito aos serviços de manutenção, mas principalmente pelo desenvolvimento de softwares e sistemas, além do processamento de dados. Quanto aos serviços gerais de apoio e de marketing e vendas, no entanto, verificou-se que estes tendem a permanecer restritos às empresas de maior porte, tal como ocorria no passado recente. Não obstante, não deixa de ser interessante observar que as empresas afirmam que muitos destes integram as atividades executadas no interior da estrutura produtiva, ainda que não de forma sistemática. Chama a atenção a importante transformação que se encontra em curso nas atividades comerciais, bancárias e nos serviços de informática, segmentos do terciário que foram pesquisados pela Paep. A modernidade do setor bancário nacional era conhecida; no entanto, tornou-se possível averiguar o grau de integração deste com outros serviços, em especial com os de informática, elemento-chave de sua estratégia de funcionamento, em um mercado altamente sofisticado e competitivo. Menos conhecida, no entanto, era a transformação das atividades comerciais de maior porte. Houve importante reorganização destas atividades, no sentido da incorporação de novas formas de vendas e da utilização da informática, em todos os subgrupos de atividades, não estando restrito aos segmentos de hiper e supermercados, que já haviam sido objeto de outras investigações. Com isto, aparentemente tornou-se mais clara a indicação de racionalização de parte das atividades mais produtivas nos serviços, o que tem implicações importantes quanto ao volume e ao tipo de demanda de mão-de-obra a ser empregada pelo setor. Além disso, buscou-se explicitar aspectos da associação do processo de terceirização às estratégias empresariais adotadas pela indústria paulista. Como esperado, a adoção de novos métodos e organização do trabalho foi indicada pela maioria das empresas (62,4%), enquanto outras estratégias como ampliação da escala da produção e do número de produtos foram apontadas por apenas cerca de um terço das empresas, mesmo em se tratando de um momento aparentemente favorável, seja pela estabilização da economia, seja pelo maior potencial de crescimento do mercado consumidor. Como aponta a literatura, os efeitos deste tipo de estratégia reativa restringem-se à racionalização do uso do fator trabalho, em geral estando associada à perda de direitos, pela precarização das condições de trabalho ou pela flexibilização das formas de contratação. Seus efeitos sobre o processo de dinamização das atividades pela criação de vantagens sistêmicas mantêm-se reduzidos. Investigou-se, por outro lado, a situação das empresas que promoveram inovações de produto ou processo e a utilização que estas teriam feito da terceirização de serviços. Embora não se constate grande diferença no perfil demandado, fica explícito que estas externalizaram serviços de todos os tipos em proporção bastante superior ao do conjunto das empresas do setor, destacando-se os serviços de informática mais elaborados, tal como o desenvolvimento de softwares e sistemas. Já quanto ao uso de novas formas da telemática, observou-se que, no caso paulista, estas continuam sendo bastante restritas, tanto na indústria como no comércio. Apenas o complexo automotivo parece ser o que mais avançou na direção de ampliar a rede de fornecedores e distribuidores que se utilizam desta poderosa ferramenta de planejamento e controle. Se associados estes resultados aos já encontrados nos estudos relativos ao desenvolvimento recente da indústria nacional, aparentemente pode-se indicar com maior detalhamento que a interrupção do processo de crescimento das atividades industriais teve importante papel na perda de dinamismo dos serviços. A fragilidade das condições de atuação das empresas difusoras de progresso técnico informática, eletrônica, química fina, além do segmento produtor de máquinas, equipamentos e componentes sem dúvida é decisiva para a redução da interação entre os diferentes segmentos de ambos os setores de atividade. Além disso, podese intuir que estes processos tendem a conectar o desenvolvimento desses serviços com a atividade industrial, o que remeteria a um novo problema: a crescente incapacidade deste setor de gerar novas oportunidades de trabalho bem remuneradas, reproduzindo-se, assim, também no país, parte dos problemas que ocorrem nos países mais desenvolvidos. 147

14 SÃO PAULO EM PERSPECTIVA, 13(1-2) 1999 Terceirização de Serviços de Produção Ocorre de Forma Localizada Como a nova Classificação Nacional de Atividades Econômicas CNAE passou a incluir os serviços industriais como parte dos respectivos setores industriais e não mais nos serviços auxiliares, torna-se mais difícil entender a elevada proporção de empresas industriais que indicaram não produzir partes e componentes. Do conjunto de empresas que responderam atividade inexistente na empresa, 25,8% não possuíam estoques de insumos ou de produtos. Além disso, 19,0% das empresas apresentavam receitas gastas com a compra de insumos inferiores a R$ ,00. Quando ambas as características eram consideradas em simultâneo inexistência de estoque e receitas reduzidas na compra de insumo verificou-se que, em 1996, cerca de 11% das empresas industriais encontravam-se nesta situação. Este resultado leva a crer que, a estas empresas, a questão em análise de fato não se aplicava, uma vez que apresentavam estas características típicas das empresas prestadoras de serviços auxiliares. Reforça esta hipótese, ainda, o reduzido valor agregado destas empresas, praticamente representado em sua totalidade pelo valor dos salários pagos no período, que correspondia a 0,9% do valor adicionado do total da indústria. Com isso, ganha mais credibilidade a proporção de empresas que indicaram estar adquirindo partes e componentes de terceiros na indústria paulista, que, em 1996, correspondiam a um terço das empresas do setor. Destaque-se ainda que estas empresas, em geral de grande porte, estavam concentradas nas atividades do agregado metal-mecânico, embora estivessem presentes também na química, nos alimentos e bebidas e na indústria de papel e celulose. A fabricação de partes e componentes mostrouse atividade realizada em apenas 57% das empresas do setor industrial, o que inicialmente sugeria haver somente um problema de interpretação da questão por parte dos respondentes. De fato, das 43,5% empresas industriais que declararam não possuir a atividade, cerca de um quarto corresponderia a empresas às quais esta questão não se aplicaria, por serem atividades de serviços auxiliares. NOTAS 1. Segundo cálculos da Fundação Seade, o Produto Interno Bruto a Custo de Fatores do setor terciário passou de 52,0%, em 1980, para 58,9%, em Ver Fundação Seade, Segundo estudo de Bielschowsky (1998) relativo aos efeitos do novo contexto regulatório, pós-abertura e privatizações e do novo contexto macroeconômico introduzido pelo Plano Real, sobre o desempenho da economia brasileira, o quadro atual teria dado fortes estímulos ao investimento na produção de bens de consumo, mas teria desincentivado toda a retaguarda produtiva, ou seja, os segmentos produtores de bens de capital, a maior parte dos insumos básicos e componentes. Com isso, o processo de racionalização produtiva e organizacional propiciado pelo período teria fragilizado, possivelmente de forma exagerada, algumas cadeias produtivas, em especial aquelas de maior intensidade tecnológica. 3. Este exercício atualiza os resultados obtidos por Dedecca e Montagner (1992) para os anos 80, quando estimou-se que a ocupação em serviços destinados predominantemente ao setor produtivo representavam cerca de 13% da ocupação brasileira e paulista. 4. Ver, entre outros, Fucks (1985) e Momigliano e Siniscalco (1986). 5. O IBGE realiza anualmente a PIA (Pesquisa Industrial Anual), a PAC (Pesquisa Anual do Comércio) e a PAIC (Pesquisa Anual da Indústria da Construção). Realiza ainda pesquisas mensais para análise de conjuntura, além de ter elaborado o Censo Agropecuário em Aguarda-se para breve a concretização de uma pesquisa nacional, nos mesmos moldes da PIA e da PAC, para o setor de serviços. 6. As empresas comerciais que responderam a este tipo de questão deveriam ter 30 e mais empregados ou serem multilocais, o que corresponde a cerca de 4% do total de empresas do setor no Estado de São Paulo, que, no entanto, equivaliam a cerca de 66% do valor adicionado e a 38% do emprego do total do comércio paulista. 7. Denominaram-se terceirização as políticas, programas ou estratégias deliberadas de transferência da responsabilidade de determinadas fases ou processo integral de produção, comercialização, distribuição ou prestação de serviços, de uma empresa para outra chamada de terceira. Estas outras empresas ou instituições contratadas para fornecer serviços ou produtos, que atuam dentro ou fora das instalações da empresa contratante são chamadas de terceirizadas (Dieese, 1993). 8. Para as indústrias foi investigada, como parte dos serviços de produção, além dos serviços de manutenção de máquinas e equipamentos e de movimentação de cargas internas, a compra de componentes e partes fabricados por terceiros. 9. Ou como a denominaram Gitahy et alii (1993) restritiva. 10. Referem-se às estratégias de desativação de linhas, redução de produtos, ampliação da produção, redução de fornecedores e aumento da escala de produção. Vale lembrar que a dificuldade de construir uma taxonomia de estratégias de terceirização decorre, entre outros aspectos, da heterogeneidade das empresas que compõem as cadeias de subcontratação e, portanto, da sobreposição de estratégias diferentes entre os diversos elos da cadeia. 11. Ver artigo de Ruy Quadros, André Furtado, Roberto Bernardes e Eliane Franco, nesta revista. 12. Conforme registram os estudos sobre a difusão de EDI, mesmo na experiência internacional o uso desta tecnologia como ferramenta-chave é limitado a um conjunto de setores, essencialmente os segmentos da automobilística, varejo, financeiro e setores governamentais. Nos Estados Unidos, por exemplo, as indústrias automotivas, transporte, alimentos e bebidas apresentam o maior grau de difusão. 13. EDI é uma técnica de formatação e transmissão eletrônica de informação transacional interempresas. Trata-se de uma nova tecnologia de comunicação que combina diferentes recursos redes de telecomunicações, software, harmonização de práticas comerciais e padronização de dados visando conformar comunidades de intercâmbio eletrônico de informações. Ver: Tigre (1997). 14. A magnitude do mercado de EDI pode ser analisada pela receita obtida com a venda desses serviços. Em 1992, o mercado mundial dessa aplicação (redes padronizadas e proprietárias) foi de US$ 620 milhões e a previsão para 1997 atingia a marca de US$ 2,5 bilhões. Em 1992, o faturamento concentrou-se na América do Norte, com 53% do total, sendo que a Europa e o Japão respondiam cada um por 21% do total do mercado mundial. O mercado brasileiro correspondia em 1992 a US$ 8,2 milhões, equivalendo a uma participação mundial em torno de 1%. Em 1993, era calculado em torno de US$ 16,9 milhões e as estimativas para 1995 eram da ordem de US$ 60 milhões. A pequena participação do mercado nacional refletia a incipiente difusão de EDI na economia nacional. Ver: Wohlers de Almeida (1995). 148

15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABRAMO, L. Nuevas tecnologias, difusión sectorial, empleo e trabajo en Brasil: un balance. Chile, Prealc, ABREU, A. O avesso da moda. Trabalho a domicílio na indústria de confecção. São Paulo, Hucitec, ABREU, A. e SORJ, B. (orgs.). O trabalho invisível. Estudos sobre trabalhadores a domicílio no Brasil. Rio de Janeiro, ABREU, A. ; GITAHY, L.; RAMALHO, J.R. e RUAS, R.L. Reestruturação produtiva, trabalho e educação: os efeitos sociais do processo de terceirização em três regiões do país. Relatório Final do Projeto de Reestruturação Produtiva e Qualificação. Campinas, Cedes/Finep/PCDT-CNPq, ago. 1998, mimeo. BRESCIANI, L.P. Flexibilidade e reestruturação, o trabalho na encruzilhada. São Paulo em Perspectiva. São Paulo, Fundação Seade, v.11, n.1, jan./mar BIELSCHOWSKY, R. Investimentos na indústria brasileira depois da abertura e do real: o mini-ciclo de modernizações, CNI/Cepal, 1998 (versão preliminar obtida no site Cepal www. eclac.cl). COUTINHO, L. e FERRAZ, J.C. (orgs.). Estudo da competitividade da indústria brasileira. São Paulo, Ed. Papirus, COUTINHO, L.; CASSIOLATO, J. e SILVA, A.M. do N. (coords.). Telecomunicações, globalização e competitividade. Campinas, Ed. Papirus, COUTINHO, L. e GARCIA, A. A expansão do setor de serviços e as relações interfirmas dentro das networks setoriais. São Paulo, Fundação Seade, 1997, mimeo. COUTINHO, L. e BELLUZZO, L.G. Financeirização da riqueza, inflação de ativos e decisões de gastos em economias abertas. Economia e Sociedade. Campinas, n.11, dez. 1998, p DEDECCA, C.S. e MONTAGNER, P. Crise econômica e desempenho do terciário. São Paulo em Perspectiva. São Paulo, Fundação Seade, v.6, n.3. jul./set DIEESE. Os trabalhadores e a terceirização. São Paulo, fev DIEESE/CUT/Sindicato dos Bancários de Juiz de Fora. Automação nas agências bancárias em cidades de porte médio o caso de Juiz de Fora. São Paulo, 1995 (Estudos Setoriais n.5) DOSI, G. The contribution of economic theory to the understanding of a knowledge-based economy. Luxemburg, Áustria, IIASA, 1995 (Working paper, 95/56). FUCKS, V.F. An agenda for research on the service sector. In: INMAN, R.P. (ed.). Managing the service economy prospects and problems. Cambridge, University Press, FUNDAÇÃO SEADE. Anuário Estatístico do Estado de São Paulo São Paulo, FURTADO, J. Novas tecnologias e modernização nos setores automobilístico e de supermercados: elementos da experiência internacional. In: COUTINHO, L., CASSIOLATO, J. e SILVA, A.M. do N. Op. cit., GITAHY, L.; LEITE, M. e RABELO, F. Relações de trabalho, políticas de recursos humanos e competitividade. Estudos da competitividade da indústria brasileira. Campinas, Unicamp-IE, PCDT-CNPq, 1993, mimeo. HAGUENAUER, L.; KUPFER, D. e FERRAZ, J.C. Made in Brazil. Rio de Janeiro, Ed. Campus, LAPLANE, M.F. e SARTI, F. Estudo de caso sobre networking de telecomunicações no setor automobilístico. In: COUTINHO, L.; CASSIOLATO, J.E. e SILVA, A. L.G. da (coords.). Op. cit., MARTINS, H.S. e RAMALHO, J.R. (orgs.). Terceirização: diversidade e negociação no mundo do trabalho. São Paulo, Hucitec/Cedis-Nets, MOMIGLIANO, F. e SINISCALCO, D. Mutamenti nella struttura del sistema produtivo e integrazione tra industria e terziario. In: PASINETTI, L. (ed.). Mutamente strutturali del sistema produtivo integrazione tra industria e settore terziario. Milano, Il Mulino, PAVITT, K. Patterns of technical change: towardas a taxonomy and a theory. Research policy, v.13, n.6, 1984, p KERTI, B.M. Serviços especializados que tipo de oportunidades de trabalho oferecem. São Paulo, Fundação Seade, 1996, mimeo. RUAS, R. Reestruturação sócio-econômica, adaptação das empresas e gestão do trabalho. Trabalho apresentado na 1 a Reunião do GT Câmbio tecnológico, Calificación y capacitación da Red Latinoamericana de Educación y trabajo. Campinas, CIID-Cenep, 7-11 de mar SALERNO, M. S. Flexibilidade e organização produtiva. In: CASTRO, N.A. (org.). A máquina e o equilibrista. Rio de Janeiro, Paz e Terra, SEGNINI, L.R.P. (coord.). Novas formas de relações empregatícias e qualificações requeridas em um contexto altamente informatizado: análise do sistema financeiro do Brasil. Campinas, Cedes/Unicamp, 1998, mimeo. SOUZA, M.C. Pequenas e médias empresas na reestruturação industrial. Tese de doutorado. Campinas, Unicamp-IE, TIGRE, P. Comércio eletrônico e competitividade Difusão de electronic data interchange no complexo automobilístico brasileiro. Rio de Janeiro, 1997, mimeo. WOHLERS DE ALMEIDA, M. Estudo de caso sobre Neworking de Telecomunicações no setor de supermercados. In: COUTINHO, L.; CASSIO- LATO, J. e SILVA, A.M. do N. (coords.). Op.cit.,

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