EMBOPAR Embalagens de Portugal, SGPS, SA

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1 EMBOPAR Embalagens de Portugal, SGPS, SA BOLETIM INFORMATIVO Nº 49 Outubro/Dezembro de 2010 EMBOPAR, Embalagens de Portugal, SGPS, SA Av. da República, 62-F, 5º LISBOA Tel: Fax: Notícias SPV contribui para criação de livro branco sobre compras ecológicas A Sociedade Ponto Verde (SPV) reuniu recentemente na Fundação Oriente em Lisboa, empresas, associações e especialistas num seminário dedicado ao tema das compras ecológicas (Green Procurement). A sessão, aberta pelo Presidente dos Conselhos de Administração da Embopar e SPV, Eng. António Barahona d`almeida, contou com a presença da Ministra do Ambiente, Engª. Dulce Pássaro, que afirmou que a estratégia nacional de compras públicas ecológicas, em termos da incorporação das questões ecológicas, está em linha com as estratégias da União Europeia. A Ministra alertou também para a necessidade de uma gestão eficiente dos recursos, não cabendo apenas ao Estado este papel, é preciso também que os grandes contratos e obras privadas incorporem análises de natureza ambiental, concluiu Dulce Pássaro, lançando ainda o repto sobre a importância de se encarar os materiais reciclados como tendo características para produzir bens de qualidade: há espaço para o aprofundamento técnico e científico nesta matéria. Paulo Magina, presidente da Agência Nacional de Compras Públicas (ANCP), fez um balanço positivo da Estratégia Nacional 1

2 para as Compras Públicas Ecológicas As metas foram ultrapassadas com 57% do valor das aquisições de bens e serviços efectuadas através de procedimentos com critérios ambientais, salientou este responsável. A ANCP vai implementar uma nova estratégia, em parceria com a Agência Portuguesa do Ambiente até ao final do primeiro trimestre, que terá objectivos mais ambiciosos do que a primeira, afirmou o presidente da ANCP. Até há pouco tempo, o critério mais importante no momento de escolha de fornecedores de bens e serviços pelas entidades públicas era o custo de aquisição. Só mais recentemente, os contratos públicos ecológicos têm vindo a ganhar importância, tendo, por isso, os aspectos ambientais sido incorporados no processo de adjudicação. Um dos objectivos do evento consistiu em coligir um conjunto de conclusões e propostas de acção, a publicar no final de Março, na forma de um Livro Branco. Esta compilação de ideias poderá contribuir a nível nacional e internacional para a tomada de decisões estratégicas por parte da Administração Pública e de empresas privadas, tendo em consideração os princípios subjacentes ao Green Procurement - a obtenção de bens, produtos ou serviços com um reduzido impacte ambiental ao longo do seu ciclo de vida. Todos os dias as empresas tomam decisões sobre a aquisição de bens, produtos ou serviços cuja utilização tem necessariamente um impacte ambiental que, apesar de não poder ser totalmente evitado, pode muitas vezes, ser minimizado. É possível criar soluções que beneficiem todas as partes e, acima de tudo, que beneficiem o ambiente. Segundo a Agência Portuguesa do Ambiente, as aquisições públicas perfazem mais de 16% do Produto Interno Bruto da União Europeia. É, assim, inegável o papel da contratação pública ecológica para o desenvolvimento sustentável, permitindo conciliar crescimento económico com protecção ambiental. Açores estende taxa ambiental de bebidas alcoólicas Com a entrada em vigor do Decreto Legislativo Regional nº 34/2010/A de , a partir de 1 de Janeiro de 2011 a taxa prevista no artigo 6.º do Decreto Legislativo Regional n.º 40/2008/A de 25 de Agosto, aplicada apenas à cerveja, a ECOCERV, será extinta, sendo criada em sua substituição a ECOL-EMB, que passará a abranger não somente estas embalagens mas também as das demais bebidas alcoólicas, à excepção dos vinhos tranquilos (vinhos sem gás). A ECOL-BEM aplica-se às embalagens não reutilizáveis colocadas no mercado açoreano e foi fixada nos seguintes valores: a) 0,10 por embalagem individual com capacidade igual ou inferior a 0,25 l; b) 0,15 por embalagem individual com capacidade superior a 0,25 l e inferior a 0,50 l; c) 0,50 por embalagem individual com capacidade igual ou superior a 0,50 l e inferior a 5 l; 2

3 d) 1 por embalagem individual com capacidade igual ou superior a 5 l. Dinamarca quer resolver o problema das latas de bebidas alemãs massiva campanha de sensibilização na televisão e internet, com o intuito de alertar os consumidores franceses para a importância e necessidade da separação das embalagens domésticas. Com o objectivo de solucionar o problema ambiental criado pelas latas de bebidas compradas pelos dinamarqueses no lado alemão da fronteira, mas consumidas na Dinamarca, a Agência do Ambiente Dinamarquesa enviou uma proposta ao governo alemão para a implementação de um sistema de depósito que garanta a devolução destas latas depois de usadas, que, por não pertencerem a nenhum sistema de reciclagem/valorização, são depositadas no lixo comum. Estima-se que, anualmente, estas compras correspondam a cerca de 400 milhões de embalagens. Uma vez implementado o sistema, os dinamarqueses que colocarem as latas usadas nas máquinas de devolução criadas propositadamente para o efeito, receberão uma coroa dinamarquesa por lata (13,4 cêntimos de euros). Desde 2009 que a Dinamarca tenta chegar a um acordo com os alemães, o que até agora não foi possível, atendendo, principalmente, aos custos envolvidos e aos valores propostos para o depósito, já que estes deveriam ser idênticos aos valores praticados no lado alemão. França aposta na sensibilização para aumentar reciclagem A entidade responsável pela gestão do sistema Ponto Verde em França, a EcoEmballages, lançou no final do ano uma Cerca de 93% dos franceses afirmam que a separação dos resíduos é a maneira mais importante de contribuir para a melhoria do ambiente e 84% dizem que separam os resíduos em casa. Mas, apenas 63% o fazem na realidade. Para cumprir a ambiciosa meta de reciclagem de 75%, será necessário retomar mais 400 mil toneladas de embalagens por ano, o que conduzirá indubitavelmente a um significativo aumento dos custos operacionais da entidade gestora, obrigando a um esforço financeiro acrescido por parte da indústria embaladora. Alemanha alerta para a necessidade de dinamização do mercado do reciclável Segundo a DSD, a entidade gestora do sistema Ponto Verde alemão, a economia teria muito a ganhar se a classe política incorporasse os benefícios da reciclagem a um nível legislativo superior. Actualmente, no que diz respeito à qualidade dos materiais, o mercado secundário está em forte concorrência com o primário. A reciclagem está a tornar-se, cada vez mais, uma importante fonte de matérias primas para a economia alemã, contribuindo para a redução da dependência externa e simultaneamente para a limitação dos impactes ambientais. 3

4 Constituída há mais de vinte anos, a DSD veio, na linha da responsabilidade alargada do produtor, permitir a reciclagem de 78 milhões de toneladas de embalagens usadas e evitar a emissão de 23 milhões de toneladas de dióxido de carbono. O desempenho dos alemães permitiu igualmente ajudar a indústria nacional ao poupar anualmente cerca de 9 mil milhões de euros em importações de matérias primas. Curiosamente, existe mais cobre nos resíduos domésticos dos lares alemães do que aquele que é extraído anualmente da maior mina mundial situada no Chile. Renováveis atingem 53% da electricidade consumida em 2010 Segundo o Ambiente Online, Portugal registou um máximo histórico de electricidade de origem renovável em 2010, atingindo 52,7% da electricidade consumida no País. Retirando o facto de ter sido um ano húmido (30% acima da média), este valor reduz-se para 45,6% de acordo com a APREN Associação de Energias Renováveis. Significa que Portugal ficou 0,6% acima do objectivo estipulado há três anos pelo Governo, quando voluntariamente subiu em 6% a meta imposta pela União Europeia para Portugal em A Produção em Regime Especial (PRE - produtores independentes de electricidade a partir de fontes de energia renováveis e cogeração fóssil) contribuiu com 34%, o que é inédito a nível mundial e prova que a mudança de paradigma para a produção descentralizada de electricidade é possível e já está em marcha, aponta a APREN. A PRE renovável contribuiu com 25% da electricidade consumida no País, sendo um pouco mais de 17% proveniente da energia eólica. Isto significa que em cada hora de consumo de electricidade em Portugal, 15 minutos tiveram origem nas centrais destes produtores, e mais de 10 minutos tiveram origem na eólica. Desta forma, a produção de electricidade renovável, excluindo a grande hídrica, permitiu poupar, em 2010, 520 milhões de euros na importação de combustíveis fósseis, e evitar a emissão de 7,2 milhões de toneladas de CO2 equivalente, com um valor de 110 milhões de euros. Assim, a produção de electricidade renovável por produtores independentes, permitiu ao País poupar um total de 630 milhões de euros. Saliente-se que este valor é da mesma ordem de grandeza do custo adicional de produção da electricidade de origem renovável, face ao custo de mercado, garante a associação. EGSRA defende fusão de sistemas de resíduos Traçando tendências futuras através do retrato do presente, o presidente da direcção da EGSRA - Associação de Empresas Gestoras de Sistemas de Resíduos, Domingos Saraiva, não tem dúvidas de que a reorganização espacial dos sistemas será o grande desafio para a próxima década. Como solução para as exigências de sustentabilidade no sector, este responsável defende que a fusão de sistemas, quando realizada com base em estudos de eficiência, garante uma melhoria da qualidade de serviço, promovendo níveis mais eficientes de desempenho operacional, com o aproveitar 4

5 da capacidade excedentária de estruturas geograficamente próximas. Por outro lado, a questão das metas europeias é vista também como uma das principais prioridades políticas para os resíduos. É imperativo aumentar a qualidade e a capacidade de triagem dos materiais recolhidos selectivamente e a sua posterior utilização, observa Domingos Saraiva. Não obstante, o presidente da EGSRA considera igualmente prioritário o aumento dos níveis de eficiência energética a nível nacional, com recurso a novos combustíveis, como é o caso do Combustível Derivado de Resíduos (CDR), o biogás dos aterros e a biomassa. É urgente que, na próxima década, a gestão de resíduos assente em estratégias a longo prazo. A opinião é sublinhada por Graça Martinho, investigadora na área do ambiente e resíduos, que ainda vê uma mentalidade nacional centrada numa perspectiva de gestão de resíduos e não de recursos. Gostaria que houvesse outra visão dos agentes, juntamente com uma maior estabilidade política, resume a especialista, criticando a actual falta de independência dos sistemas em relação ao poder político. Uma das mudanças de mentalidade seria, por exemplo, a capacidade de fazer uma antecipação comunitária, em que as metas impostas por Bruxelas fossem o mínimo e não o máximo a cumprir. sempre a importar tecnologia, opina. Até porque um dos problemas actuais identificados pela especialista reside na falta de investimento em mercados de subprodutos. Não vejo grandes investimentos no mercado do composto, aponta a investigadora, mesmo com a entrada em funcionamento de várias unidades de tratamento mecânicobiológico (TMB). Em termos das metas europeias para a reciclagem e desvio de aterros, a especialista insta a um maior empenho local, especialmente nos dois grandes desafios da legislação comunitária: os recicláveis e os resíduos de construção e demolição (RCD). A cobrança de taxas mais altas por deposição em aterro, o incremento da recolha selectiva na fonte e a implementação de sistemas Pay-as-youthrow (PAYT) são algumas das sugestões de Graça Martinho, perante os resultados limitados da sensibilização ambiental. Olhando para os próximos dez anos, Graça Martinho considera essencial que o país encontre segmentos de diferenciação e valorização nacional. Podíamos virar-nos para a tecnologia de reutilização e reciclagem, o que evitava estarmos 5

6 Ponto de situação do SIGRE Cobertura territorial Autarquias, sistemas municipais e empresas concessionárias aderentes (Smauts) Nº de entidades aderentes 30 Área coberta (%) 99,3 População abrangida (%) 99,7 CONTINENTE - ERSUC - ECOBEIRÃO - VALORLIS - VALORMINHO - RESULIMA - BRAVAL - LIPOR - SULDOURO - AMARSUL - ALGAR - AMCAL - GESAMB - ECOLEZÍRIA - Resiestrela - Resíduos do Nordeste - VALORSUL - Resinorte - TRATOLIXO - VALNOR - RESIALENTEJO - Suma Douro - AMBISOUSA - RESITEJO - AMBILITAL (Empresa Geral de Fomento - AdP) R.A.MADEIRA - Valor Ambiente R.A.AÇORES - A.M. Ilha São Miguel - C.M. Horta - C.M. Graciosa - Resiaçores - A.M. Ilha Pico 6

7 2 Quantidades retomadas provenientes dos Smauts (ton.) Emb. urbanas Materiais Vidro Cartão Plástico Aço Alumínio Madeira TOTAL ,6% 9,9% -0,3% 29,8% 11,6% 30,1% 7,5% 7

8 3 Quantidades retomadas totais (ton.)- Emb. urbanas e não urbanas Materiais Vidro Cartão Plástico Aço Alumínio Madeira TOTAL ,8% 11,2% 4,9% 25,6% 14,0% 40,3% 11,2% 8

9 4 - Empresas embaladoras/importadoras aderentes 9

10 5 - Quantidades declaradas pelas empresas embaladoras Quant. declaradas Orç SPV 2010 (revisto) TOTAL (ton.) (ton.) Vidro Plástico Papel/Cartão ECAL Aço Alumínio Madeira Outros materiais TOTAL PGC Vidro Plástico Papel/Cartão ECAL Aço Alumínio Madeira Outros materiais TOTAL IND Vidro Plástico Papel/Cartão Aço Alumínio Madeira Outros materiais TOTAL