BOLETIM INFORMATIVO Nº 69

Transcrição

1 Boletim Informativo Março de 2016 Av. da República, 62 F, 5º LISBOA Tel: BOLETIM INFORMATIVO Nº 69 Março de 2016 Notícias Concorrência vai trazer problemas ao Estado Apesar de reconhecer que a entrada de mais uma entidade gestora nos resíduos de embalagens irá conduzir a um aumento considerável do grau de complexidade do SIGRE (Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens) o Secretário de Estado do Ambiente, Eng. Carlos Martins confirmou que as licenças dos fluxos específicos de resíduos, que ainda estão pendentes (entre as quais a da Sociedade Ponto Verde e da nova entidade concorrente), irão ser emitidas até ao final de Junho. No passado dia 19 de Abril, na abertura do 10º Fórum Nacional dos Resíduos, o governante foi ao encontro daquilo que a Embopar e a SPV, já por diversas vezes tiveram oportunidade de alertar: Tenho dúvidas de que a concorrência entre entidades gestoras se faça por multiplicar

2 Boletim Informativo Março de 2016 as entidades gestoras. É do funcionamento das entidades gestoras que deve gerar-se concorrência entre os players que delas acabam por ser participantes e utilizadores. Tenho dificuldade em encontrar concorrência entre entidades gestoras que, ainda por cima, não têm fins lucrativos. Carlos Martins referiu que o novo paradigma irá obrigar o Estado a exercer um maior controlo sobre o registo de quem coloca produtos no mercado para combater o fenómeno dos free riders que tenderá a aumentar, para além de ter que regular as compensações que serão feitas ao nível das entidades gestoras, não só em relação às metas, mas também em termos financeiros. O Secretário de Estado adiantou que o trabalho de finalização das Licenças está a ser feito conjuntamente com o Ministério da Economia. Salienta-se ainda que no mesmo evento, o Director Geral da DGAE, Artur Lami, defendeu que as entidades gestoras deveriam usufruir de um maior grau de liberdade no estabelecimento do ecovalor assim como de uma maior simplificação de regras, procedimentos e qualificação de operadores. Em regime de concorrência também deveria ser permitida a distribuição de dividendos. Governo apela à inovação para cumprir metas de reciclagem e deposição em aterro Com o advento do novo paradigma da Economia Circular, encontra-se em curso, ao nível europeu, uma revisão global da política e legislação em matéria de resíduos que incide sobre as metas e a aplicação de cinco directivas relativas a fluxos específicos. Para a Secretaria de Estado do Ambiente, esta revisão vai obrigar a reequacionar a eficácia dos instrumentos estratégicos delineados para o sector, em particular, no que respeita às implicações que as novas metas de reciclagem e de redução de deposição em aterro provocarão, sendo imperativo reorientar a estratégia nacional a aplicar. Neste âmbito, o Governo está a acompanhar os desenvolvimentos em curso e intervirá para dar uma resposta atempada na adequação às alterações que vierem a ser adoptadas. Entretanto, no 10º Fórum Nacional dos Resíduos, o Secretário de Estado do Ambiente já adiantou que o Governo está a equacionar a possibilidade de se aumentar a capacidade de incineração de resíduos sólidos urbanos, para dar resposta aos rejeitados da triagem e estações de tratamento mecânico e biológico, para além de que a Taxa de Gestão de Resíduos (TGR) sofrerá apenas uma pequena actualização com prudência e de forma a não causar perturbação aos agentes económicos que já tomaram determinadas decisões de investimento. Vamos eventualmente revisitá-la, mas de uma forma muito mais minimalista do que alguns gostariam. E porquê? A TGR está definida para um período de quatro ou cinco anos. Não podemos andar a mudar todos os dias factores com que os agentes económicos contam quando definem o seu plano de investimentos fazendo as contas na base de determinado racional. Alterar esse racional cada dia que passa perturba investimentos que são muito significativos, referiu Carlos Martins. 2

3 Boletim Informativo Março de 2016 O governante apelou ainda à inovação dos agentes económicos como forma de ajudar o país a cumprir a metas de reciclagem e de deposição em aterro e manifestou a vontade de haver uma mudança radical na Administração Pública no sentido de se tornarem agentes facilitadores e não o contrário, como muitas vezes se verifica actualmente. Economia Circular Conselho Europeu apoia plano de acção Realizado a 4 de Março, o Conselho Europeu do Ambiente, que reúne os Ministros do Ambiente da União Europeia, debateu o pacote da Economia Circular adoptado pela Comissão Europeia no passado dia 2 de Dezembro, tendo manifestado o seu apoio ao respectivo plano de acção. Durante o Conselho, os ministros do Ambiente salientaram a importância de investir em inovação e conceder apoios financeiros para este fim. Os governantes apontaram ainda a necessidade de aproveitar sinergias com outras áreas como a água e não descuraram a importância dos contractos públicos ecológicos. A par destas medidas, observaram ser importante melhorar áreas como o ecodesign, a durabilidade dos produtos e a sua reutilização. A promoção do consumo sustentável e a sensibilização são igualmente fundamentais. Torna-se ainda imperativo, para os Estados-Membros, reduzir os resíduos, nomeadamente resíduos alimentares e lixo marinho, assim como reduzir gradualmente os microplásticos. Os ministros também consideraram que a transição para a economia circular deveria ser monitorizada por via de relatórios regulares e que fosse incentivada a partilha de experiências. Novo regulamento vai incentivar a utilização de adubos à base de resíduos A Comissão Europeia apresentou recentemente um regulamento destinado a simplificar o acesso dos adubos orgânicos e à base de resíduos ao mercado único da UE, colocando-os em condições de igualdade com os adubos tradicionais, não orgânicos. O regulamento visa criar novas oportunidades de mercado para as empresas inovadoras e, ao mesmo tempo, reduzir a produção de resíduos, o consumo de energia e o impacte ambiental. Jyrki Katainen, Vice-Presidente da Comissão com os pelouros do Emprego, Crescimento, Investimento e Competitividade, afirmou que só uma quantidade muito reduzida de biorresíduos é transformada em produtos fertilizantes valiosos. Os agricultores estão a utilizar adubos fabricados a partir de recursos importados ou de processos com utilização intensiva de energia, apesar da indústria poder transformar esses biorresíduos em nutrientes reciclados. Este regulamento contribuirá para transformar os problemas em oportunidades, tanto para os agricultores como para as empresas. O documento estabelece regras comuns para converter os biorresíduos em matérias-primas que podem ser utilizadas para o fabrico de produtos fertilizantes. Define os requisitos em matéria de 3

4 Boletim Informativo Março de 2016 segurança, qualidade e rotulagem que todos os produtos fertilizantes têm de cumprir para poderem ser vendidos livremente em toda a UE. Caberá aos fabricantes demonstrar que os seus produtos satisfazem esses requisitos e respeitam os limites em matéria de contaminantes orgânicos, contaminantes microbianos e impurezas físicas, antes de procederem à marcação CE que lhes permitirá comercializá-los livremente em toda a UE. As novas regras serão aplicáveis a todos os tipos de adubos para garantir o mais alto nível de protecção do solo. O regulamento introduz limites estritos para o teor de cádmio nos adubos fosfatados. Os limites tornar-se-ão mais rigorosos, passando de 60 mg/kg para 40 mg/kg após três anos e para 20 mg/kg após 12 anos, reduzindo-se assim os riscos para a saúde e o ambiente. Uma vez que alguns produtos fertilizantes não são produzidos nem comercializados além-fronteiras em grandes quantidades, a Comissão propõe uma harmonização facultativa: em função da sua estratégia comercial e do tipo de produto, os fabricantes têm duas opções: ou optam pela marcação CE para o seu produto, tornando-o livremente transaccionável no mercado único de acordo com regras europeias comuns, ou, em alternativa, comercializam-no de acordo com normas nacionais baseadas no reconhecimento mútuo no mercado único. Desta forma, há a garantia de que os princípios de melhor regulamentação e de subsidiariedade são tomados em consideração. O regulamento actual relativo aos adubos, que data de 2003, assegura a livre circulação no mercado único principalmente de adubos convencionais, não orgânicos, geralmente minerais ou produzidos quimicamente. Estes processos consomem muita energia e produzem grandes quantidades de CO2. Os produtos fertilizantes inovadores produzidos a partir de matérias orgânicas não estão abrangidos pelo âmbito de aplicação do actual regulamento. Por conseguinte, o seu acesso ao mercado único depende do reconhecimento mútuo entre Estados- Membros, o que, devido a regras nacionais divergentes, é por vezes difícil. Por outro lado, também não aborda as questões ambientais associadas à contaminação dos solos, das águas interiores e das águas marinhas e, em última análise, dos alimentos. O projecto de regulamento irá ser transmitido ao Parlamento Europeu e ao Conselho para adopção. Uma vez adoptado, será directamente aplicável, sem necessidade de transposição para o direito nacional, após um período de transição que permitirá às empresas e às autoridades públicas prepararem-se para as novas regras. Ponto Verde premeia Inovação Social A Sociedade Ponto Verde (SPV), em associação com o Green Project Awards (GPA), lançou recentemente o Prémio Inovação Social Green Project Awards Ponto Verde. Com candidaturas abertas até 31 de Maio de 2016, o novo prémio destina-se ao reconhecimento dos melhores projectos, produtos, serviços e iniciativas inovadoras que contribuam para uma sociedade mais eficiente, justa e sustentável. 4

5 Boletim Informativo Março de 2016 Ao lançar este novo prémio em associação com o GPA - uma organização da Agência Portuguesa do Ambiente, Quercus e GCI -, o Ponto Verde alia-se aos Objectivos do Milénio das Nações Unidas, reconhecendo e premiando novas ideias e projectos, oriundos da sociedade civil, que se distingam pela inovação social. Por outro lado, pretende contribuir para uma maior visibilidade e notoriedade destes projectos com enfoque no 3º pilar da sustentabilidade, o social. As candidaturas poderão ser apresentadas por Organizações Não-Governamentais, associações, instituições, organizações ou movimentos cívicos, sem fins lucrativos, assim como por cidadãos em nome individual. Este prémio vem no seguimento de diversos projectos de responsabilidade social que a Sociedade Ponto Verde tem vindo a apoiar nos últimos anos, tendo investido aproximadamente 1 milhão de euros no apoio a algumas causas sociais, nomeadamente a prevenção do cancro da mama e a promoção da educação junto de crianças de famílias carenciadas. todo o mundo para proteger e preservar o ambiente. Em mais uma etapa desta campanha, o AXN Portugal une agora esforços com a Sociedade Ponto Verde promovendo na web em e nas páginas AXN das redes sociais Facebook, Twitter e Instagram o concurso 1 Foto = 1 Árvore. Entre 18 de Abril e 9 de Maio, os espectadores AXN residentes em Portugal maiores de 18 anos são convidados a fotografar um tema ou situação relacionada com o ambiente, partilhando essa fotografia e habilitando-se assim a ganhar uma espectacular máquina fotográfica digital Sony. A SPT, em conjunto com a Sociedade Ponto Verde, plantará uma árvore por cada imagem recebida. A participação no concurso 1 Foto = 1 Árvore é simples: basta tirar uma foto que esteja relacionada com o ambiente e/ou a sua protecção, partilhando-a de seguida nas redes sociais Facebook (post público ), Twitter ou Instagram, sempre com ashashtags #SPTPicture e #AXN. AXN sensibiliza para o ambiente A Sony Pictures Television Networks, empresa distribuidora dos canais AXN, está a promover o concurso 1 Foto = 1 Árvore, lançado em parceria com a Sociedade Ponto Verde e enquadrado na campanha de responsabilidade social corporativa Picture This. Os participantes podem ainda utilizar opcionalmente a aplicação Picture This, disponível para dispositivos Android e ios/apple. Esta é uma iniciativa global presente na rede de canais da Sony Pictures Television (SPT) que apoia os esforços efectuados em 5

6 Ponto de situação do SIGRE Março de Cobertura territorial Autarquias, sistemas municipais e empresas concessionárias aderentes (Smauts) Nº de entidades aderentes 32 Área coberta (%) 100 População abrangida (%) 100 CONTINENTE - ERSUC - ECOBEIRÃO - VALORLIS - VALORMINHO - RESULIMA - BRAVAL - LIPOR - SULDOURO - AMARSUL - ALGAR - AMCAL - GESAMB - ECOLEZÍRIA - Resiestrela - Resíduos do Nordeste - VALORSUL - Resinorte - TRATOLIXO - VALNOR - RESIALENTEJO - Suma Douro - AMBISOUSA - RESITEJO - AMBILITAL (Empresa Geral do Fomento - AdP) R.A.MADEIRA - Valor Ambiente R.A.AÇORES - A.M. Ilha São Miguel - C.M. Horta - C.M. Graciosa - Resiaçores (Terceira e Flores) - A.M. Ilha Pico - A.M. Ilha S.Jorge - A.M. Ilha S. Maria 6

7 2 Quantidades retomadas no fluxo urbano (ton.) comparação homóloga Materiais Vidro Papel/Cartão Plástico Aço Alumínio Madeira TOTAL ,8% 7,1% -42,5% -12,3% 27,5% 41,6% -11,7% 7

8 3 Quantidades retomadas no fluxo não urbano (ton.) comparação homóloga Materiais Vidro Papel/Cartão Plástico Aço Alumínio Madeira TOTAL ,0% -86,8% -85,1% -90,4% -100,0% -83,4% -86,8% 8

9 4 Quantidades retomadas totais (ton.) comparação homóloga Materiais Vidro Papel/Cartão Plástico Aço Alumínio Madeira TOTAL ,7% -52,5% -49,3% -55,0% -31,2% -66,4% -40,1% 9

10 5 - Quantidades declaradas pelas empresas embaladoras 10

11 6 - Empresas embaladoras/importadoras aderentes 11