BOLETIM INFORMATIVO Nº 64. Dezembro de Notícias
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- Márcio Sabala
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1 Av. da República, 62 F, 5º LISBOA Tel: BOLETIM INFORMATIVO Nº 64 Dezembro de 2014 Notícias Comissão Juncker quer reciclar o pacote legislativo da Economia Circular Apesar da oposição manifestada pela maioria dos deputados europeus e dos ministros do ambiente dos diversos Estados-Membros, a Comissão Europeia prepara-se para retirar o pacote legislativo lançado pela Comissão Barroso, em Julho passado, para promover a Economia Circular. A intenção da nova Comissão é substituí-lo por outro, mais ambicioso e abrangente, ainda no decorrer de O pacote da Economia Circular tinha por objetivo aumentar os níveis de reciclagem e reforçar as regras dos processos de incineração e de deposição em aterro. Consistia em seis projetos de lei sobre
2 resíduos, embalagens, aterros, veículos em fim de vida, pilhas e acumuladores, e resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos. Segundo o Director Geral do Ambiente, Karl Falkenberg, pretende-se que o novo pacote legislativo não esteja apenas concentrado nos resíduos, mas vá mais além e contemple igualmente os produtos, o eco-design e a problemática da utilização a jusante dos materiais recuperados. Será elaborada uma nova proposta, de forma a encaixar-se plenamente na estratégia de crescimento da Comissão, a ser enviada ao Conselho e ao Parlamento até ao final do ano. Apesar das fragilidades apontadas às propostas de lei (ver Boletim da Embopar anterior) a maioria dos deputados europeus considera que não existe uma justificação plausível para a retirada do pacote legislativo. Para os membros do Parlamento não faz qualquer sentido atrasar o processo, pois bastaria retificar alguns pontos e alargar o âmbito, introduzindo as áreas não contempladas. Falkenberg, que também participou na elaboração do pacote anterior, transmitiu aos deputados europeus que os esforços e o trabalho já realizado não serão desperdiçados. A ideia é rever e repensar as propostas para que a regulamentação possa ser realmente implementada, sem esquecer as questões da subsidiariedade. SPV valorizou 74% das embalagens declaradas pelos seus clientes Em 2014, a Sociedade Ponto verde (SPV) retomou e encaminhou para reciclagem/valorização cerca de 731 mil toneladas de embalagens usadas, o que corresponde a uma taxa de retoma de 74%. Tratam-se assim dos valores mais elevados atingidos por esta entidade gestora, desde que foi criada, há 18 anos, pelas empresas embaladoras e demais parceiros. A Sociedade Ponto Verde acredita que nos próximos anos a taxa de reciclagem de resíduos de embalagens deverá continuar a aumentar em Portugal, indo ao encontro das metas propostas no novo Plano Estratégico dos Resíduos Urbanos PERSU A SPV deixa, contudo, um alerta para que futuras decisões e opções estratégicas nacionais sejam devidamente ponderadas e não coloquem em causa todo o investimento realizado até hoje e acima de tudo os bons resultados alcançados. SPV não aumenta valores Ponto Verde em 2015 Apesar de apresentar resultados operacionais negativos pelo segundo ano consecutivo, atendendo ao aumento das quantidades de resíduos de embalagens encaminhadas para reciclagem, a Sociedade Ponto Verde não irá, uma vez mais, aumentar os ecovalores cobrados às empresas embaladoras, tendo optado por recorrer às suas reservas financeiras, que se têm revelado da maior importância nesta conjuntura económica difícil. De facto, a maturidade atingida pelo SIGRE- Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens, gerido há quase duas décadas pela Sociedade Ponto Verde, permitiu que desde 2011 os Valores Ponto Verde (VPV) tenham mantido uma certa estabilidade, tendo mesmo sido alvo de várias reduções. O processo de licenciamento da Sociedade Ponto Verde continua a decorrer, estando 2
3 prevista a sua conclusão para breve, culminando na atribuição de uma nova Licença. Neste novo ciclo está previsto que o âmbito da Licença seja apenas o do Fluxo Urbano, ou seja, as embalagens que com grande probabilidade darão origem a resíduos no Fluxo Não Urbano (Embalagens de Produtos de Grande Consumo secundárias e terciárias, Embalagens Industriais e Embalagens Industriais Perigosas) deixarão de ser geridas pela Sociedade Ponto Verde. Por este motivo, a SPV optou por aplicar a este tipo de embalagens, a partir de 1 de Janeiro de 2015, um Valor Ponto Verde igual a zero. Contudo, estas embalagens terão de continuar a ser declaradas até que a nova licença entre em vigor e confirme esta exclusão. Os embaladores que apenas declarem este tipo de embalagens passarão a pagar apenas a contribuição mínima. Pay-as-You-Throw ganha prémio Um estudo que analisa o impacto da aplicação do sistema Pay-as-You-Trow (PAYT) à realidade do centro histórico de Guimarães e respetiva zona envolvente, foi o vencedor do Prémio Obra Escrita Original Green Project Awards Sociedade Ponto Verde na edição de O trabalho foi realizado por Dalila Sepúlveda, chefe de divisão da Câmara Municipal de Guimarães, no âmbito da sua tese de mestrado na Universidade Fernando Pessoa. A obra será editada e publicada nos primeiros meses de A distinção, atribuída pelo terceiro ano consecutivo pela Sociedade Ponto Verde, em parceria com a editora Princípia, pretende promover a divulgação de trabalhos originais, nomeadamente de natureza académica e científica, nas temáticas que contribuam para o desenvolvimento sustentável e a economia verde. O sistema PAYT possibilita tarifar os resíduos sólidos realmente depositados, sem incluir os que são reciclados, substituindo a atual tarifa de resíduos sólidos urbanos, que normalmente está indexada ao consumo da água. As principais limitações à implementação do sistema são, por um lado, os tarifários resultantes que tendem a revelar-se muito superiores aos existentes, dado que o valor atual cobre apenas 55% dos custos reais, assim como os elevados custos de investimento que poderão inviabilizar a sua aprovação, atendendo às limitações orçamentais dos municípios. Portugal diminui deposição de resíduos urbanos em aterro Segundo a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), em 2013, os resíduos urbanos produzidos em Portugal continental (4,362 milhões de toneladas) foram sujeitos às seguintes operações de gestão: 43% de deposição em aterro, 22% de valorização energética, 17% de tratamento mecânico e biológico, 9% de valorização material, 7% de tratamento mecânico e 2% de valorização orgânica. De 2012 para 2013, verificou-se um decréscimo significativo dos RU depositados em aterro, de 55% para 43%. Entre 2010 e 2013, registou-se uma diminuição da produção de resíduos urbanos, passando de 5,184 milhões de toneladas para 4,362 milhões de toneladas e uma redução de 41% de resíduos depositados em aterro. 3
4 Em 2013, foram depositadas em aterro 1,196 milhões de toneladas de resíduos urbanos biodegradáveis (53%), o que representa uma diminuição de 14% face ao ano anterior, mas ultrapassa a meta de 50% face à quantidade total dos resíduos urbanos biodegradáveis produzidos em Governo adia pagamento da taxa dos sacos de plástico Os sacos de plástico só vão começar a ser pagos a dez cêntimos cada um (oito cêntimos mais IVA) a partir do próximo dia 15 de Fevereiro. A portaria 286-B/2014 que regulamenta a contribuição sobre os sacos de plástico leves, que entrou em vigor no início do ano, prevê a existência de um período transitório. Segundo o Ministério do Ambiente A partir do 30º dia, isto é, 31 de Janeiro, produtores e importadores têm que passar a cobrar a contribuição dos sacos de plástico leves a retalhistas e comerciantes, que será entregue à Autoridade Tributária e Aduaneira (AT). Estes sacos, já sujeitos a contribuição, só poderão ser disponibilizados aos consumidores 45 dias após a publicação da portaria de regulamentação. O período transitório pretende conferir uma maior capacidade de adaptação às novas regras por parte de toda a cadeia de produção, distribuição e comercialização de sacos de plástico, bem como o escoamento dos stocks e matérias-primas, em linha com o que o sector tem defendido. Relembra-se que a contribuição aplica-se sobre os sacos compostos total ou parcialmente por matéria plástica, em conformidade com a definição constante do n.º 1 do artigo 3.º do Regulamento (UE) n.º 10/2011, da Comissão, de 14 de janeiro de 2011, com uma espessura igual ou inferior a 50 microns (sacos de plástico leves), com alças, fornecidos aos adquirentes finais no ponto de venda de mercadorias ou produtos, a título gratuito ou com custo associado, avulso ou embalado, produzidos, importados ou adquiridos no território de Portugal Continental, bem como expedidos para este território. Os sacos de plástico objeto de contribuição são aqueles considerados leves, uma vez que, sendo menos resistentes e mais facilmente fragmentáveis, não são reutilizáveis (ou são passíveis de ser reutilizados menos vezes). Pelas suas características, são também mais difíceis de tratar enquanto resíduos, misturandose com os resíduos indiferenciados, prejudicando a reciclagem quer dos sacos quer dos resíduos biodegradáveis. Têm por isso como destino essencialmente o aterro, apenas após uma ou duas utilizações. São também mais leves e por isso voam mais facilmente, o que facilita que atinjam grandes distâncias, poluindo o mar. São ainda facilmente fragmentáveis e, uma vez em meio propício, como o ambiente marinho, separam-se em partículas finas, introduzindo-se nos ecossistemas e na cadeia alimentar. Parte da receita proveniente da tributação dos sacos plásticos servirá para reforçar o Fundo de Conservação da Natureza e financiar projetos nos municípios que integram áreas classificadas. Governo aprova Licenciamento Único Ambiental O regime de Licenciamento Único Ambiental (LUA), aprovado recentemente em Conselho de Ministros, incorpora, num único título, diversos 4
5 regimes de licenciamento no domínio do ambiente. Segundo o Ministério do Ambiente O novo regime vai contribuir para reduzir a dispersão legal e minimizar os custos relacionados com a morosidade dos procedimentos associados à multiplicidade de licenças. O LUA pressupõe que o requerente de uma licença ambiental entregue todos os elementos instrutórios numa única vez e via internet. O Título Único Ambiental (TUA) passa a ser o único ato que congrega os vários regimes jurídicos previstos, e respetivos procedimentos, para obter licenciamento ambiental. O LUA promove, igualmente, ganhos de tempo no licenciamento, na medida em que todos os procedimentos ambientais correm em simultâneo e com base num único pedido, cujo conteúdo é indicado ao investidor de forma eletrónica. Para apoiar o requerente durante as várias fases do procedimento de licenciamento é criada a figura do gestor do procedimento que garante a articulação com a entidade coordenadora, a entidade licenciadora em matéria ambiental e demais entidades intervenientes. Ao passar-se a dispor, de forma clara e central, da informação de base da atividade ou da instalação, disponibilizada para todas as entidades intervenientes e no qual são inscritas todas as licenças e autorizações concedidas no presente e no futuro, assegura-se também o histórico da atividade no sector do ambiente. O LUA interligará outros regimes, como o Sistema da Indústria Responsável, o Regime de Exercício das Atividades Pecuárias ou o Regulamento de Licenças para Instalações Elétricas. apresentados, garantindo o cumprimento do disposto no presente decreto-lei, bem como constituir-se como gestor do procedimento. Energias renováveis em alta Segundo dados disponibilizados pela REN- Redes Energéticas Nacionais, em 2014 as energias renováveis garantiram 62% do consumo nacional de eletricidade, um aumento face aos 57% atingidos no ano anterior. A energia hídrica assegurou 31% do consumo e a eólica 24%. A biomassa garantiu 5,5% enquanto que a fotovoltaica se ficou pelos 1,2%. Segundo a REN, a produtibilidade tanto das centrais hidroelétricas como das eólicas, no conjunto do ano, beneficiou das excecionais condições climatéricas, tal como tinha acontecido em 2013, registando índices de produtibilidade de 1,27 nas centrais hidroelétricas e 1,11 nas centrais eólicas. No caso das eólicas tratou-se mesmo do segundo regime mais favorável de sempre, apenas ultrapassado em No que diz respeito às não renováveis, as centrais a carvão garantiram 23% do consumo e as centrais a gás natural 13%. Os restantes 2% foram assegurados com recurso à importação. Cabe à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) a gestão dos pedidos de licenciamento 5
6 Ponto de situação do SIGRE Cobertura territorial Autarquias, sistemas municipais e empresas concessionárias aderentes (Smauts) Nº de entidades aderentes 32 Área coberta (%) 100 População abrangida (%) 100 CONTINENTE - ERSUC - ECOBEIRÃO - VALORLIS - VALORMINHO - RESULIMA - BRAVAL - LIPOR - SULDOURO - AMARSUL - ALGAR - AMCAL - GESAMB - ECOLEZÍRIA - Resiestrela - Resíduos do Nordeste - VALORSUL - Resinorte - TRATOLIXO - VALNOR - RESIALENTEJO - Suma Douro - AMBISOUSA - RESITEJO - AMBILITAL (Empresa Geral do Fomento - AdP) R.A.MADEIRA - Valor Ambiente R.A.AÇORES - A.M. Ilha São Miguel - C.M. Horta - C.M. Graciosa - Resiaçores (Terceira e Flores) - A.M. Ilha Pico - A.M. Ilha S.Jorge - A.M. Ilha S. Maria 6
7 2 Quantidades retomadas no fluxo urbano (ton.) comparação homóloga Materiais Vidro Papel/Cartão Plástico Aço Alumínio Madeira TOTAL ,0% 16,5% 24,3% 0,7% -2,1% 30,5% 9,5% 7
8 3 Quantidades retomadas no fluxo não urbano (ton.) comparação homóloga Materiais Vidro Papel/Cartão Plástico Aço Alumínio Madeira TOTAL ,7% 5,9% -8,1% -17,4% -5,5% -6,6% 0,3% 8
9 4 Quantidades retomadas totais (ton.) comparação homóloga Materiais Vidro Papel/Cartão Plástico Aço Alumínio Madeira TOTAL ,5% 9,5% 14,5% -9,6% -3,5% -3,3% 5,4% 9
10 5 - Evolução das quantidades retomadas (ton.) 10
11 6 - Evolução da taxa de retoma 7 - Quantidades declaradas pelas empresas embaladoras 11
12 8 - Empresas embaladoras/importadoras aderentes 9 - Verdoreca estabelecimentos aderentes 12
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