Acidentes e seus impactos no mundo:

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2 Acidentes e seus impactos no mundo: O mundo dos negócios está, diariamente, se tornando mais vinculado à questão da sustentabilidade. Ser sustentável, atualmente, já não é um privilégio ou um diferencial de mercado, mas sim uma obrigação que demonstra o real compromisso da entidade/empresa para com a humanidade e o planeta em si. Durante os anos, vários acidentes ambientais se tornaram famosos devido a suas consequências e aos danos que estes impuseram ao meio ambiente. Tais eventos fizeram com que houvessem mudanças nas formas e práticas corporativas de relacionamento com o meio ambiente, colaboraram também à alteração da legislação ambiental em diversos países e ainda incentivaram o surgimento de entidades protecionistas que lutam pela manutenção da boa qualidade ambiental. Com o passar dos anos a responsabilização dos causadores de danos ambientais, tanto pessoas jurídicas quanto pessoas físicas (dirigentes empresariais) se acirrou. décadas. Seguem alguns exemplos dos principais acidentes ambientais no mundo nas últimas Pensilvânia 1979: Às 4 horas da madrugada de 28 de março de 1979, o sistema de refrigeração da central nuclear de Three Mile Island, Pensilvânia, entra em pane. Alguns instantes depois, um técnico desativa, por inadvertência, o dispositivo de refrigeração de emergência. A temperatura escala perigosamente no interior do reator nuclear que começa a fundir. As varetas de urânio se rompem. O vapor de água radioativa se acumula e ameaça fazer explodir toda a estrutura. Os problemas ocasionaram o escape de gás radioativo e de 1,5 milhão de litros de água radioativa, gerando o deslocamento de mais de 140 mil pessoas em busca de abrigo e segurança. Cubatão 1984: Em 25 de fevereiro de 1984, a explosão de um duto da Petrobras em

3 Cubatão matou 93 pessoas na favela de Vila Socó. Vazaram 700 mil litros de gasolina de um duto da Petrobras, devido à excessiva pressão de bombeamento, incendiando cerca de 500 barracos. Investigações apontaram a possibilidade de haver mais de 500 vítimas, pois mais de 400 pessoas não foram encontradas. A falha se deu principalmente por um erro operacional de um operador que iniciou a transferência de combustível de um duto em uso para outro que não estava sendo utilizado, ocasionando o vazamento em massa. Bophal 1984: A tragédia de Bhopal foi um desastre industrial que ocorreu na madrugada de 3 de dezembro de 1984, quando 40 toneladas de gases tóxicos vazaram na fábrica de pesticidas da empresa norte-americana Union Carbide. É considerado o pior desastre industrial ocorrido até hoje, quando mais de 500 mil pessoas, a sua maioria trabalhadores, foram expostas aos gases. O número total de mortes é controverso: houve num primeiro momento cerca de mortes diretas, mas estima-se que outras 10 mil ocorreram devido a doenças relacionadas à inalação do gás. A Union Carbide, empresa de pesticidas de origem americana, negou-se a fornecer informações detalhadas sobre a natureza dos contaminantes, e, como consequência, os médicos não tiveram condições de tratar adequadamente os indivíduos expostos. Cerca de 150 mil pessoas ainda sofrem com os efeitos do acidente e aproximadamente 50 mil pessoas estão incapacitadas para o trabalho, devido a problemas de saúde. As crianças que nascem na região filhas de pessoas afetadas pelos gases também apresentam problemas de saúde. Chernobil 1986: O acidente nuclear de Chernobil ocorreu dia 26 de abril de 1986, na Usina Nuclear de Chernobil na atual Ucrânia (então parte da União Soviética). É considerado o pior acidente nuclear da história, produzindo uma nuvem de radioatividade que atingiu a União Soviética, Europa Oriental, Escandinávia e Reino Unido, com a liberação de 400 vezes mais contaminação que a bomba que foi lançada sobre Hiroshima. Grandes áreas da Ucrânia, Bielorrússia e Rússia foram muito contaminadas, resultando na evacuação e reassentamento de aproximadamente 200 mil pessoas. Cerca de 60% de radioatividade caiu em território bielorrusso. O acidente fez crescer preocupações sobre a segurança da indústria nuclear soviética, diminuindo sua expansão por muitos anos, e forçando o governo soviético a ser menos secreto. Os

4 agora separados países de Rússia, Ucrânia e Bielorrússia têm suportado um contínuo e substancial custo de descontaminação e cuidados de saúde devidos ao acidente de Chernobil. É difícil dizer com precisão o número de mortos causados pelos eventos de Chernobil, devido às mortes esperadas por câncer, que ainda não ocorreram e são difíceis de atribuir especificamente ao acidente. Alasca, Exxon Valdez 1989: No dia 24 de março de 1989 a embarcação naufragou no Estreito de Prince William, e causou um derramamento de 40 milhões de litros de petróleo cru, que se espalhou rapidamente por cerca de 28 mil quilômetros quadrados de oceano e mais de 2000 quilômetros da costa do Alasca, e causou uma verdadeira carnificina na fauna local, com a morte de centenas de milhares de aves marinhas, focas e lontras, entre outros animais. As imagens de animais e praias cobertos por uma gosma preta invadiram o noticiário e alertaram para os riscos ambientais da exploração de petróleo no Ártico. Os esforços para recolhimento e limpeza do óleo duraram três anos e mobilizaram pessoas, mas as conseqüências ambientais e a batalha jurídica duram até hoje. Rio Pomba 2003: Em 29 de março de 2003, no município de Cataguases, MG, a barragem de um dos reservatórios da Indústria Cataguases de Papel Ltda rompeu-se, liberando no córrego do Cágado e no rio Pomba cerca de um bilhão e quatrocentos milhões de litros de lixívia (ou licor negro), que é a sobra industrial da produção de celulose. O acidente afetou três estados, deixando 600 mil pessoas sem água. Observou-se também a mortandade de espécies vegetais e animais. A falta de resposta imediata ao acidente por parte dos órgãos responsáveis agravou seus impactos, tornando excessivamente moroso o início das medidas necessárias para conter os danos, bem como da responsabilização dos autores. Golfo do México: 2010: No dia 20 de abril de 2010 ocorreu uma forte explosão no Golfo do México, proveniente da plataforma Deepwater Horizon, da British Petroleum. Onze funcionários da plataforma ficaram desaparecidos. Posteriormente, iniciou-se um dos maiores derramamentos de óleo no mar da história, e o pior acidente ambiental causado por óleo nos EUA. As manchas de óleo começaram a ocupar uma área correspondente ao território de um país como Porto Rico, passou a se movimentar a 65 quilômetros da costa de Louisiana, estado costeiro dos EUA. Após a explosão da plataforma de Deepwater Horizon, o sistema automático de controle da válvula

5 instalada no fundo do mar falhou e permitiu o vazamento. A plataforma afundou no mar do Golfo do México dois dias depois da explosão, desde então, o vazamento de petróleo permaneceu de maneira continuada em virtude da abertura do poço situado no fundo do mar. O poço passou a jogar cerca de 1 milhão de litros de petróleo ao dia no Golfo do México, gerando uma grande mancha de óleo no mar e em trechos de regiões costeiras. O equipamento responsável por fechar a válvula de controle da abertura do poço ficou submerso a 1,5 mil metros de profundidade, sem permitir qualquer tipo de controle remoto. Devido a tais ocorrências, e a ínúmeras outras que sempre ocorreram no mundo, os governos desenvolveram legislações mais rígidas. No Brasil, o sistema legal-ambiental é considerado um dos mais evoluídos do mundo, todavia o problema que se enfrenta é o da implementação daquilo que a lei prevê, ou seja, da eficácia social da lei. Cumprir a legislação ambiental brasileira não é sinônimo de sustentabilidade, mas ser sustentável implica sim, dentre outros fatores, no exato cumprimento das premissas legais em matéria ambiental. Muitas empresas, buscando vantagens em suas políticas de mercado constaram que a antecipação à legislação é vantajoso para si, uma vez que os custos para de desenvolver ou atingir determinada meta são menores quando ainda não estão tipificados em diploma legal que se comparados com as mesmas exigências quando estas são obrigadas por leis. Assim, antecipandose à lei, as mudanças necessárias saem mais barato, o que aumenta a lucratividade. Ocorre ainda que, devido às grandes mudanças que podem ser necessárias dentro de uma organização, o cumprimento das exigências legais não seja possível dentro do prazo estipulado, acarretando também gastos adicionais com multas e indenizações. Muito além de apenas buscar resultados positivos em termos econômicos, a antecipação à legislação, por meio de atividades como o voluntariado, dentre outras, imprimem no meio social uma imagem benéfica da empresa, fazendo com que seus clientes e possíveis clientes passem a olhá-la como uma entidades responsável e que se preocupa e está compromissada com o bem comum.

6 As Organizações não Governamentais: A atuação social das Organizações Não Governamentais ONG's tem colaborado de forma gradiosa para a alteração na forma de gestão e relacionamento de empresas e industrias com o meio ambiente, por meio da pressão, investigação e exigência de provicências sobre estas. Associadas aos benefícios que a tecnologia e a internet trouxeram ao homem, as ONG's ajudam e dão impulso à informação de interesse social, divulgando, publicando e conscientizando a sociedade sobre seus direitos sobre a forma como devem agir junto a determinadas situações ocorridas ou que estejam prestes a ocorrer, fazendo com que as pessoas também atuem no seio social, impactando assim na forma de ação das empresas e indústrias junto à natureza, principalmente em sua relação exploratória. Desde que surgiram, a relação entre as ONG's e as demais entidades privadas, como empresas, foi marcada pela oposição de ideias e exigências não atendidas, por ambas as partes. A filosofia existente se baseava no conflito e na constante disparidade entre os objetivos de um grupo frente ao outro, o que gerava constantes disputas e disídias, muitas vezes não proveitosas e muito menos interessantes ao meio ambiente e ao interesse social em si. Recentemente tal visão tem sido alterada gradativamente. Muitas ONG's tem se mostrado propensas e interessadas pelo conjunto junto a empresas, buscando o alinhamento de energia, pensamento, estratégia e recursos na busca por um ideal em comum, gerando bons frutos a partir daí. Pontos positivos de uma parceria estratégica de uma empresa com uma ONG: Conhecimento e inovação: As ONG's têm um grande conhecimento em questões relativas à sustentabilidade. Esse conhecimento pode auxiliar as empresas a conhecer melhor e a diminuir seus impactos socioambientais. Rede de relacionamento: Empresas podem utilizar os relacionamentos das ONG's para realizar mudanças em suas operações a fim de torná-las mais sustentáveis.

7 Credibilidade: Pesquisas mostram que os relatórios socioambientais das empresas continuam a ser questionados pelos stakeholders. Assim, a parceria com ONG's contribui para aumentar a credibilidade nas ações e informações prestadas. Visibilidade: Algumas ONG's dão visibilidade a questões importantes vividas pela nossa sociedade, gerando pressão para que empresas, governos e demais envolvidos equacionem a situação. Em 2010, o Greenpeace lançou o relatório Farra do Boi na Amazônia, em que denunciou o uso de terras desmatadas da Amazônia para realização de atividades agropecuárias. O relatório traz conexões retratando toda a cadeia produtiva que tem como base o gado vindo da Amazônia, gerando mudanças nos processos de compras de empresas dos setores alimentício e de calçados. Operações produtivas mais sustentáveis: Muitas ONG's e associações buscam formas de tornar as operações produtivas mais sustentáveis. Um bom exemplo é o Forest Stewarship Council FSC, que foi criado em Preocupada com o desmatamento global, a ONG criou critérios de manejo florestal que garantem o uso e manutenção dos recursos naturais. Os critérios possuem certificação e selo que são utilizados na comunicação dos produtos.