SEQUENCIAMENTO E BALANCEAMENTO DE UMA CÉLULA FLEXÍVEL DE MANUFATURA USANDO PROGRAMAÇÃO LINEAR INTEIRA MISTA
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- Maria Luiza Bandeira Martini
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1 SEQUENCIAMENTO E BALANCEAMENTO DE UMA CÉLULA FLEXÍVEL DE MANUFATURA USANDO ROGRAMAÇÃO LINEAR INTEIRA MISTA Mauricio Iwama Takano Universidade Tecnológica Federal do araná - UTFR Av. Sete de Setembro, 365, Curitiba, R mauricio.i.takano@gmail.com Luiz Carlos de Abreu Rodrigues Universidade Tecnológica Federal do araná - UTFR Av. Sete de Setembro, 365, Curitiba, R lcar@utfpr.edu.br RESUMO O presente trabalho propõe um novo modelo matemático capaz de otimizar simultaneamente o seqüenciamento e balanceamento em uma linha de manufatura, utilizando programação linear inteira mista. O modelo foi então aplicado a uma linha de fabricação com diversas máquinas que devem produzir diferentes peças. Cada peça possui um número de operações que devem ser realizadas, havendo vários possíveis roteiros de fabricação. orém, em cada máquina o tempo de processamento de uma operação pode ser diferente. O modelo foi capaz não apenas de definir a melhor seqüência de produção das peças, mas também de alocar cada operação de cada uma das peças nas máquinas respeitando suas respectivas relações de precedência e minimizando o makespan. O grande ganho da abordagem proposta está na possibilidade de maximização da produtividade e, potencialmente, num melhor aproveitamento dos equipamentos disponíveis. ALAVRAS-CHAVE. Seqüenciamento, Balanceamento, rogramação Linear Inteira Mista. Área principal: O na Administração & Gestão da rodução (AD). ABSTRACT This work proposes a new mathematical model that is capable of optimizing simultaneously the sequencing and balancing of a manufacturing line using mixed integer linear programming. The model was applied in a manufacturing line with several machines that must manufacture different products. Each product has a quantity of operations that must be executed to be manufactured and each operation can be performed in any of the available machines. However, different machining times occur for each machine. The model was not only capable of defining the best production sequencing but also of allocating each operation of each product into the machines respecting their precedence relations and minimizing the makespan. Therefore, the greatest contribution of the proposed approach is on productivity maximization and potentially on a better use of the available equipment. KEYWORDS. Sequencing, Balancing, Mixed Integer Linear rogramming. Main area: O na Administração & Gestão da rodução (AD). 08
2 . Introdução A célula flexível de manufatura (FMC) vem sendo amplamente utilizada nas indústrias que procuram um sistema automático e confiável de fabricação. Um FMC, segundo Xiabo e Ohno (999), pode consistir em um ou mais robôs, uma ou mais máquinas flexíveis (por exemplo, com comando numérico), incluindo inspeção e um sistema de manuseio de material para movimentar matérias primas e peças acabadas dentro e fora da célula. Devido ao seu possível alto custo de instalação, muito se tem feito em relação à sua otimização visando o aumento dos lucros gerados pelo FMC. Esta otimização pode ser feita de diferentes maneiras e, geralmente, é realizada com o objetivo de reduzir custos de fabricação e/ou reduzir o tempo total de manufatura (makespan). As ferramentas mais usadas para se otimizar a produção de um lote de peças dentro de uma célula de manufatura são o balanceamento (Battini et al., 2009; Scholl, 999; Rajakumar et al., 2007; Becker e Scholl, 2006), o seqüenciamento da produção (Takano et al., 200; Guéret et al., 2000; Scholl, 999)e a otimização dos parâmetros de manufatura. ara processos de usinagem, a otimização dos parâmetros de corte consiste em definir os valores dos parâmetros da máquina, para que esta produza de maneira mais rápida ou mais econômica, conforme a necessidade. ara maiores informações a respeito de otimização dos parâmetros de corte, consulte Rodrigues et al. (2009), Lee e Tarng (2000), Sankar et al. (2007) e Saravanan et al. (2005), entre outros. O balanceamento é geralmente aplicado a linhas de montagem, onde é definida a estação de trabalho em que cada operação da montagem é realizada, sendo denominada Assembly Line Balancing roblem (ALB) (Scholl, 999). ara resolver este tipo de problema diferentes autores propuseram diferentes funções objetivo. Becker e Scholl (2006) definem quatro possíveis objetivos para o balanceamento: i) Dado o tempo de ciclo, minimizar o número de estações de trabalho necessárias (ou ALB-); ii) Dado o número de estações de trabalho, minimizar o tempo de ciclo (ou ALB-2); iii) O problema ALB-F visa checar a factibilidade quando o número de estações de trabalho e o tempo de ciclo são dados; iv) enquanto, o problema ALB-E visa a minimização tanto do número de estações de trabalho como do tempo de ciclo, normalmente realizada iterativamente. Becker e Scholl (2006) apresentaram um estudo dos problemas e métodos de balanceamento em linhas de montagem generalizadas. O problema varia conforme a diversidade de produtos a ser montado (se serão montados vários modelos de um mesmo produto ou se serão montados produtos variados), o layout da linha de montagem (e.g. linha em U, linha paralela) e seu objetivo. Klein e Scholl (996) maximizaram a produção em uma linha simples de montagem usando o método Branch and Bound. Scholl e Klein (999a) utilizaram um procedimento de Branch and Bound chamado ULINO para minimizar o número de máquinas e o tempo de ciclo em uma linha em U. Scholl e Klein (999b) compararam quatro métodos Branch and Bound (FABLE, Optack, Eureka e SALOME) para minimizar o número de máquinas em uma linha simples de montagem. Rajakumar et al. (2007) utilizaram um algoritmo genético para minimizar o tempo de ciclo em uma linha de manufatura em paralelo. Um aspecto surpreendente da literatura sobre o balanceamento da produção é que ela parece estar voltada quase exclusivamente para linhas de montagem, mas processos de manufatura (de usinagem, por exemplo) também deveriam ser alvo do balanceamento da produção. De fato, quando há mais de uma máquina dentro de um FMC (ou linha de produção) apta a realizar os mesmos processos de usinagem e uma das máquinas é o gargalo de produção, faz sentido estudar como realocar as operações de usinagem, via balanceamento da produção, de tal forma a maximizar a produtividade deste FMC. Segundo Scholl (999) existem três tipos de linhas de montagem quanto à diversidade de produtos: i) Linhas simples, onde apenas um produto é montado na linha; ii) Linhas mistas, onde mais de um produto é montado de forma arbitrária na linha; e iii) Linhas de produtos múltiplos, onde são montados mais de um produto em lotes. Quando se está montando um produto, muitas vezes uma operação não pode ser realizada antes de outra já ter sido efetuada. 09
3 ara isto é são definidas relações de precedência, que pode mostrar de forma gráfica os ordenamentos impostos entre operações. Um exemplo de gráfico de relações de precedência é dado na figura, onde se pode notar que as operações 2 e 7 só podem ser realizadas depois que a operação estiver completa. As operações 3, 4 e 5 devem aguardar o término da operação 2. As operações 3, 4, 5 e 7 antecedem a operação 6, que, por sua vez, antecede a operação 8. Quando se trabalha com uma linha de modelos mistos ou múltiplos, pode ser necessário que se realize um seqüenciamento da produção para se conseguir reduzir o makespan, ou seja, o tempo total de produção de todas as peças. No seqüenciamento deve-se considerar a disponibilidade de todos os equipamentos da linha de forma a eliminar ou reduzir o tempo de espera de todas as peças. Lee e Dicesare (994) propuseram a utilização da rede de etri combinado com uma busca heurística para planejar o seqüenciamento de produção para sistemas flexíveis de manufatura. Wang et al. (2004) utilizaram um algoritmo genético para otimizar o seqüenciamento da produção. Jerald et al. (2005) solucionaram o seqüenciamento usando algoritmos meméticos, o simulated annealing, o algoritmo genético e a particle swarm optimisation algorithm. Low et al. (2005) apresentaram um modelamento matemático para o problema com três funções objetivo: i) reduzir o tempo total de produção do lote; ii) reduzir a soma dos atrasos das operações (ou total job tardiness); e iii) reduzir o tempo total de máquina parada. Ecker e Gupta (2005) desenvolveram uma heurística para definir a seqüência de produção que minimize o tempo de troca de ferramentas em máquinas que possuem um número fixo e limitado de ferramentas no magazine. Mehrabad e Fattahi (2007) utilizaram a Busca Tabu para analisar a melhor seqüência de produção e para escolher as máquinas que seriam colocadas na célula de manufatura. Kim e Jeong (2007) propuseram um Algoritmo Genético adaptado para planejar o seqüenciamento de produção com o objetivo de não haver esperas durante a manufatura das peças. Figura Exemplo de um diagrama de precedência. No balanceamento da produção busca-se a alocação de cada tarefa de cada uma das peças a ser produzida, de forma a reduzir o tempo de máquina parada, reduzindo, assim o tempo de ciclo da produção. Já no seqüenciamento da produção é definida a ordem de produção das peças, de forma a reduzir o makespan. Quando o balanceamento é aplicado à linha de manufatura, e não à linha de montagem, deve-se perceber que o tempo de usinagem de cada operação de cada peça a ser produzida pode variar para cada diferente máquina (e.g., uma mesma operação de furação pode ser feita em um torno ou em uma fresadora, porém o tempo de execução da operação será diferente em cada uma das máquinas). Uma integração entre o balanceamento e o seqüenciamento da produção foi proposto por Rajakumar et al. (2004) que utilizaram três diferentes estratégias para resolver o problema em uma linha de montagem reduzindo o tempo de montagem de um lote de produtos. Battini et al. (2009) propuseram uma metodologia step-by-step baseado na metodologia Branch and Bound para minimizar a capacidade do buffer e maximizar a produção de uma linha de montagem. Ainda que haja ampla literatura tratando isoladamente os problemas de seqüenciamento e balanceamento da produção, a literatura buscando combinar os dois problemas ainda é incipiente, motivando a realizando deste trabalho. No presente trabalho é proposta a aplicação de forma integrada do seqüenciamento com o balanceamento da produção, de maneira a obter como resultado o tempo mínimo de fabricação de um lote de peças. Este trabalho foi assim estruturado: na seção 2 apresentam-se o 0
4 equacionamento de modelos que tratam isoladamente do balanceamento e seqüenciamento da produção; na seção 3 apresenta-se uma proposta de modelo integrado de seqüenciamento e balanceamento da produção, cujos resultados são discutidos na seção 4. O trabalho é finalizado na seção 5 com a apresentação das conclusões. 2. Modelos Matemáticos na Literatura Neste capítulo são apresentados dois modelos matemáticos baseados na literatura, para o balanceamento e seqüenciamento da produção. A tabela apresenta as notações utilizadas nas expressões matemáticas apresentadas neste capítulo. Tabela Notações para as equações do capítulo 2. c Tempo de ciclo da fabricação [min.] dur(m,p) Duração da manufatura da peça p na máquina m [min.] empty(m,k) Tempo que a máquina m fica vazia esperando que a máquina m- termine de processar a peça de posição k do seqüenciamento antes de começar a manufaturá-la [min.] prec(j) Conjunto de operações j que devem suceder a operação j T(m,k) Tempo de processamento da peça de posição k da seqüência na máquina m [min.] rank(k) Variável binária que é igual a se, e somente se, o produto p estiver na posição k da seqüência start(m,k) Tempo de início da manufatura da peça de posição k na máquina m [min.] t i Tempo total de execução da operação i [min.] T t Tempo total de produção dos lotes [min.] X(w) Variável binária que é igual a se, e somente se, a operação i for realizada na estação de trabalho w wait(m,k) Tempo que a peça de posição k do seqüenciamento espera pela peça de posição k- do seqüenciamento termine de ser processada na máquina m antes de começar a ser manufaturada nessa máquina [min.] 2.. Modelo Balanceamento O modelo apresentado considera uma linha de produção com apenas um produto considerando a minimização do tempo de ciclo (SALB-2). ara a solução do problema é usada a variável binária X(w), que é igual a um se, e somente se, a operação i for realizada na estação de trabalho w. Cada etapa do processo possui um tempo de execução t i. A variável c representa o tempo de ciclo do processo. A equação () proposta por Battini et al. (2009) apresenta a função objetivo do problema, onde se visa minimizar a soma da diferença entre o tempo de ciclo c e a soma dos tempos de processamento para cada estação de trabalho w. W I minimizar: c X ( w) * t i () w= i= Segundo Bock et al. (2006), Rajakumar et al. (2007) e Battini et al. (2009), as restrições do modelo são apresentadas nas equações (2), (3) e (4). A equação (2) define que cada operação será realizada uma única vez no processo, sendo alocada a apenas uma estação. A expressão (3) garante que a soma dos tempos de produção em cada estação de trabalho não exceda o tempo de ciclo. As relações de precedência são representadas por prec(j), que é o conjunto de operações i que devem preceder a operação j. A expressão (4) impõe que as relações de precedência sejam respeitadas. W w= ( w) = X i =,...,I (2)
5 I i= W X ( i w) * t c, w =,...,W (3) i W ( w) w* X ( w* X j, w) i =,..., I e j =,..., J / j prec( j) (4) w= w= 2.2. Modelo Seqüenciamento O modelo matemático apresentado nesta seção considera uma linha de produção do tipo flow shop com a fabricação simultânea de mais de um modelo de produto. O objetivo do seqüenciamento é minimizar o tempo total de produção (T t ). ara isso é definida a equação (5) como a função objetivo, onde start(m,k) é o tempo de início do processamento da peça na última posição do seqüenciamento, K, na última máquina da linha, M, acrescido do seu tempo de processamento T(M,K), calculado pela equação (9). ( M, K ) T ( M K Minimizar : Tt = start +, ) (5) As restrições do problema são dadas pelas equações (6) à (4). A equação (6) garante que em cada posição k da seqüência será alocada apenas uma peça (Scholl, 999; Guéret et al., 2000). A equação (7) garante que qualquer peça p tenha sua demanda (d p ) produzida (Scholl, 999). A equação (8), proposta por Guéret et al. (2000), faz uma relação entre os tempos de espera e o tempo de máquina parada, onde wait(m,k) é o tempo que a peça na posição k, após ser processada na máquina m permanece esperando pelo início do seu processamento na máquina m+ e empty(m,k) é tempo em que a máquina m permanece vazia, após o processamento da peça na posição k da seqüência, esperando o início do processamento da peça na posição k+ da seqüência. A equação (9) define o tempo de processamento da peça na posição k da seqüência na máquina m, que é indicado por T(m,k). A equação (0) impõe que, na máquina m, o início do processamento de uma peça na posição k da seqüência não vai ocorrer antes da peça anterior (na posição k-) ter sido finalizada. A equação () impõe que o processamento na máquina m da peça na posição k da seqüência não vai começar antes que a máquina anterior (m-) finalize o processamento dessa peça. A equação (2), encontrada em Scholl (999) e Guéret et al. (2000), impõe que a ociosidade na primeira máquina (m = ) será sempre nula para qualquer peça, visto que o processamento da peça na posição k+ será iniciado logo após o fim do processamento da peça na posição k. Com a equação (3) garante-se que a primeira peça, onde k =, será processada assim que atingir a máquina m, já que qualquer máquina sempre estará disponível ao processamento da peça na primeira posição na seqüência de produção. e a equação (4) define que o tempo de início da primeira peça a ser lançada na linha de produção na primeira máquina da linha seja igual a zero. K k= ( k) = rank k =,...,K (6) ( p k) d p rank, = p =,..., (7) empty ( m, k ) dur( m, p) * rank( k + ) + wait( m, k + )= + 2
6 T wait ( m k) dur( m +, p) * rank( k ) + wait( m +, k ), m =,..., M e k =,..., K (8) + ( m k) dur( m, p) * rank(, k ) m =,..., M e k =,...,K (9) = ( m, k ) = start( m, k ) + T ( m, k ) start m =,..., M e k = 2,...,K (0) ( m, k ) start( m, k ) + T ( m k ) start =, m = 2,..., M e k =,...,K () (, k ) = 0 empty k =,..., K (2) ( m, ) = 0 wait m =,..., M (3) (,) = 0 start (4) 3. Modelo Matemático roposto O problema proposto neste trabalho considera a aplicação do seqüenciamento juntamente com o balanceamento em uma linha do tipo flow sho visando definir não apenas a ordem de produção das peças, mas também em qual máquina cada operação de cada uma das peças deve ser realizada. A tabela 2 apresenta as notações utilizadas nas expressões matemáticas propostas neste capítulo. Tabela 2 Notações propostas no capítulo 3. d(p) Demanda da peça p dur(m,i) Tempo de duração de uma operação i da peça p em uma máquina m T(m,k) Duração do processamento da peça p de posição na seqüência k na máquina m X(m,k) Variável binária que será igual a um se, e somente se, a operação i de uma determinada peça p de posição de seqüência k for realizada na máquina m A função objetivo usada para o problema é a mesma usada para o seqüenciamento na equação (5), visando reduzir o makespan da produção. orém, para se conseguir integrar o balanceamento e o seqüenciamento da produção, a constante dur(m,p) é modificada para uma variável T(m,k) que é a duração do processamento da peça p de posição na seqüência k na máquina m. A modificação desta variável permite que, em casos de demandas maiores que um, uma operação de uma peça seja realizada em uma máquina quando estiver fabricando a primeira peça do lote e em máquinas diferentes quando for manufaturar as demais peças do mesmo lote de produtos. Então, a função objetivo do problema fica como mostrada na equação (5), que é uma variação da equação (5). ( M, K ) + T( M, K )* rank( Minimizar : T = start K ) (5) t ara se fabricar uma determinada peça p é necessário realizar um conjunto de operações i. Cada operação pode ser executada em qualquer uma das máquinas m, porém o tempo de processamento de uma determinada operação varia conforme a máquina onde ela é executada. O tempo de duração de uma operação i da peça p em uma máquina m é dado pela constante dur(m,i). ara a integração do balanceamento e do seqüenciamento da produção, a variável 3
7 binária X(w) é modificada para a variável binária X(m,k), que é igual a um se, e somente se, a operação i de uma determinada peça p de posição de seqüência k for realizada na máquina m. O tempo de duração de uma peça p em uma máquina m de posição de seqüência k é indicado por T(m,k). Na equação (6) é imposto que T(m,k) é dado pela soma dos tempos de todas as operações i dessa peça realizadas nessa máquina. Como T(m,k) é uma variável, a equação (5) será uma equação não-linear. ara resolver o problema da não-linearidade uma nova função objetivo, a equação (7), é proposta. A equação (8) foi proposta para forçar que a variável T(m,k) seja nula caso a peça p não seja alocada na posição k da seqüência, ou seja, se a variável binária rank(k) também for nula. T I ( m k) = dur( m, i) * X (, m, k) m =,..., M, k =,..., K e p =,..., (6) i= ( M, K ) + T( Minimizar : T = start M, K ) t (7) ( m k ) BigM * rank( p k ) T,, m =,..., M, k =,..., K e p =,..., (8) As equações (6), (7), (2), (3) e (4) permanecem inalteradas e são também utilizadas como restrições do problema. A equação (9) não é mais utilizada para o novo modelo. As equações (8), (0) e () sofreram alterações, pelo uso da variável T(m,k), e são rescritas, respectivamente, como seguem nas equações (9), (20) e (2). empty ( m, k) T( m, k + ) + wait( m, k + )= + wait ( m k) T( m +, k) + wait( m +, k), m =,..., M + e k =,..., K (9) start start ( m k) = start( m, k ) + T( ), m, k m =,..., M e k = 2,...,K (20) ( m, k) = start( m, k ) + T ( m, k) m = 2,..., M e k =,...,K (2) ara determinar em quais máquinas será realizada cada operação de cada peça são utilizadas as equações (2) e (4) com as devidas modificações, como apresentado nas equações (22) e (23). A equação (22) garante que qualquer operação i de uma determinada peça p de posição de seqüência k só seja realizada apenas em uma máquina m e somente se essa determinada peça estiver alocada à posição de seqüência k. A equação (23) garante que as relações de precedência entre duas tarefas i e j, associadas à peça sejam respeitadas. Quando uma peça possui uma demanda maior que um, é necessário que suas operações sejam realizadas mais de uma vez (e.g. se uma peça possui uma demanda de duas unidades, é necessário que todas as operações dessa peça sejam realizadas duas vezes); isso é definido pela equação (24). M m= X ( m, k) = rank( k ) i =,..., I, k =,..., K e p =,..., (22) 4
8 M m M * X ( m, k) m * X ( m, j, k) m= m= K M k= m= X ( m k) = d( p) k =,...,K, p,..., =, i =,..., I e j =,..., I / j prec( j) (23), i =,..., I e p =,..., (24) A equação (3) não é utilizada, assim como também não será aplicada a função objetivo do balanceamento (equação ()). O objetivo do modelo proposto, equação (7), é minimizar o tempo total de fabricação de todas as peças. ara alcançar este objetivo, o balanceamento da produção nesta formulação proposta será realizado de forma natural. 4. Resultados O modelo matemático proposto foi testado em uma linha de manufatura do tipo flow shop com quatro máquinas (máquina, máquina 2, máquina 3 e máquina 4) fabricando três modelos de produtos (produto A, produto B e produto C). Os produtos A, B e C possuem demandas de três, uma e duas peças, respectivamente. ara a fabricação do produto A devem ser executadas cinco operações de usinagem. ara o produto B ocorrerão três operações de usinagem e para o produto C serão sete operações de usinagem. As relações de precedência das operações de fabricação dos três produtos são apresentados na Figura. Figura 2 Relações de precedência dos produtos A, B e C. A Tabela apresenta os tempos de processamentos em minutos de cada operação de cada peça em cada uma das máquinas. Note que, para cada tarefa de uma peça, são atribuídos tempos de processamento diferentes em cada uma das máquinas. ara a fabricação de uma peça, cada operação deve ser executada uma única vez, ou seja, em apenas uma das máquinas. orém, todas as operações devem ser executadas. Ainda que não tenha ocorrido na tabela 3, podem existir algumas operações que não podem ser executadas em uma dada máquina (e.g., a abertura de um rasgo de chaveta não pode ser executada em um torno). ara evitar que o programa escolha, para uma determinada operação, uma máquina que não seja capaz de realizá-la será preciso definir um tempo de processamento grande (M grande) para a execução dessa operação nessa máquina. A equação (7) é usada como função objetivo e as expressões (6), (7), (2), (3), (4), (6), (8), (9), (20), (2), (22), (23) e (24) são as restrições do problema. Todas as equações foram, então, modeladas no software GAMS/CLEX. Utilizando um processador Intel Core 2- Duo de 2.0 GHz com quatro Gb de memória RAM, o software realizou a otimização do modelo em,89 segundos, obtendo como ótimo global o valor de 36,6 minutos. A Tabela apresenta o resultado do balanceamento das operações, indicando em que máquina cada uma das operações dos produtos serão executadas. Note que as operações de fabricação das peças do produto A são realizadas em máquinas diferentes para cada peça do lote manufaturada. orém, as relações de precedência foram respeitadas nos três casos. O mesmo 5
9 acontece com as operações de fabricação das peças do produto C. A primeira peça do produto C a ser fabricado é produzida inteiramente na máquina quatro, enquanto que a segunda peça é fabricada integralmente na máquina um. Tabela 3 Duração das operações das peças nas máquinas Duração (min.) roduto Operação Máquina Máquina 2 Máquina 3 Máquina 4,40 2,20,80 2,30 2 5,40 6,80 2,70 7,70 A 3 3,90 2,40 4,70 2,30 4 8,60 8,40 6,90 6,20 5,00 2,70 3,90 4,80 5,00 3,70 3,40 2,00 B 2 2,30 2,0 2,80 2,40 3 0,40,90,50 4,90 2,90 3,50 2,80 3,90 2 2,50,40 3,80 2,40 3,0 2,0 2,90 2,40 C 4 4,20 7,0 6,60 2,20 5 4,20 6,60 7,40 2,90 6,20,30 2,20,20 7,60 4,50 2,00 2,20 Tabela 4 Resultado do balanceamento das operações Máquina Operações alocadas [eça/operação] Tempo total da máquina [min.] A(2)/, A(3)/, A(3)/2, A(3)/4, C(2)/, C(2)/2, C(2)/3, C(2)/4, C(2)/5, C(2)/6, C(2)/7 34,5 2 A(2)/3, A(3)/3, A(3)/5, B/, B/2, B/3 35,2 3 A()/, A()/2, A()/4, A(2)/2, A(2)/4, A(2)/5 34,9 4 A()/3, A()/5, C()/, C()/2, C()/3, C()/4, C()/5, C()/6, C()/7 34,3 O resultado do seqüenciamento é apresentado na Tabela, indicando a ordem das peças a serem manufaturadas. A primeira peça a ser produzida é uma peça do produto C, seguido por duas peças do lote de produtos A, seguida por uma peça do produto B; em seqüência, a última peça do produto A e, por fim, a última peça do produto C. Tabela 5 Resultado do seqüenciamento da produção roduto roduto roduto roduto roduto A () A (2) A (3) B C () X - 2 X X X X X osição na seqüência roduto C (2) A figura 3 apresenta a representação em gráfico de GANTT do resultado obtido. São apresentadas no gráfico todas as operações de fabricação das peças em cada uma das máquinas, onde M, M2, M3 e M4 representam, respectivamente, a máquina, máquina 2, máquina 3 e máquina 4. 6
10 ,4,8 2,8 3,8 3,9 4,5 6,3 7,5 8,2 8,7 9,6 0,9,4 3,8 4, 5 6,8 7,2 9,5 9, ,2 2,5 23,3 23,9 27,5 3,7 32,9 34,3 34,5 34,9 36,6 eça A () eça A (2) M eça A (3) M2 eça B M3 eça C () M4 eça C (2) Ociosidade 5. Conclusão Figura 3 Gráfico de GANTT do resultado obtido pela otimização. O balanceamento da produção geralmente é estudado para linhas de montagem. orém, tal consideração deveria estar presente também em células flexíveis de usinagem, por exemplo. Com o modelo matemático proposto neste trabalho foi possível aplicar simultaneamente o seqüenciamento e balanceamento em uma linha de fabricação, definindo as alocações das tarefas de manufatura das peças. As decisões são tomadas de forma a reduzir o makespan da produção. O objetivo de reduzir o tempo de máquina parada (função objetivo do balanceamento) não foi utilizado no modelo matemático, porém é possível verificar pelos resultados obtidos que o tempo de máquina parada é relativamente baixo. Isso ocorre porque, para se conseguir minimizar o tempo total de fabricação das peças, será necessário que o tempo de máquina parada seja reduzido também. elos resultados é possível também verificar que uma operação pode ser realizada em uma máquina mesmo que ela leve um tempo maior para ser executada, desde que isso represente redução no tempo total da fabricação do lote de peças. Isso se deve ao fato de a integração do balanceamento com o seqüenciamento da produção, a partir do modelo proposto, permitir a decisão das máquinas onde realizar as operações de fabricação das peças conforme a necessidade ou disponibilidade das máquinas, definindo ao mesmo tempo quais operações devem ser fabricadas numa máquina e qual será sua seqüência de produção. Este trabalho apresentou resultados preliminares de um mestrado em andamento. Como trabalhos futuros propõe-se a comparação dos resultados da abordagem proposta com as abordagens de Rajakumar et al. (2004) e Battini et al. (2009). Referências Bibliográficas Battin D., Faccio, M. ersona, A. e Sgarbossa, F. (2009), Balancing sequencing procedure for a mixed model assembly system in case of finite buffer capacity, Int. J. Adv. Manuf. Technol., 44, Becker, C. e Scholl, A. (2006), A survey on problems and methods in generalized assembly line balancing, European Journal of Operational Research, 68, Bock, S., Rosenberg, O. e Brackel, T. V. (2006), Controlling mixed-model assembly lines in real-time by using distributed systems, European Journal of Operational Research, 68, Ecker, K. H. e Gupta, J. N. D. (2005), Scheduling tasks on a flexible manufacturing machine to minimize tool change delays, European Journal of Operational Research, 64, Guéret, C., rins, C. e Sevaux, M. (2000), Applications of optimization with Xpress M, Editions Eyrolles, aris, França. Jerald, J., Asokan,., rabaharan, G. e Saravanan, R. (2005), Scheduling optimization of flexible manufacturing systems using particle swarm optimization algorithm, Int. J. Adv. Manuf. Technol., 25, Kim, K. e Jeong, I. (2007), Flow shop scheduling with no-wait flexible lot streaming using an adaptive genetic algorithm, Int. J. Adv. Manuf. Technol., 44,
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