RECONHECENDO POTENCIAIS E TALENTOS DOS EDUCANDOS NO ENSINO REGULAR: A EDUCAÇÃO NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
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- Davi de Mendonça Varejão
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1 RECONHECENDO POTENCIAIS E TALENTOS DOS EDUCANDOS NO ENSINO REGULAR: A EDUCAÇÃO NA PERSPECTIVA INCLUSIVA Introdução ANDREZZA BELOTA LOPES MACHADO 1 JOAB GRANA REIS 2 EMANUELA FERREIRA DE OLIVEIRA 3 Universidade do Estado do Amazonas UEA Fundação de Amparo à Pesquisa no Amazonas Fapeam Buscar compreender e analisar a educação na atualidade é defrontar-se, inegavelmente, com a diversidade dos sujeitos aprendentes no espaço da escola. Diversidade que se reflete na cultura, nas formas de aprender, nas relações sociais, enfim, nas subjetividades dos educandos e sua relação com o meio e o processo ensino-aprendizagem. O respeito às diferenças e às subjetividades de desenvolvimento e aprendizagem direcionam para a necessidade de desenvolver uma prática pedagógica na perspectiva da educação inclusiva por requerer práticas pedagógicas diversificadas e de acordo com as necessidades educacionais de cada sujeito aprendente e contribuir para eliminação de situações de discriminação e exclusão na ambiência escolar. Para a garantia da educação na perspectiva inclusiva, faz-se necessário ofertar, independente do nível biopsicológico e de aprendizagem dos educandos, práticas educacionais que propiciem a acessibilidade, a adaptações curriculares e condições necessárias para seu desenvolvimento. Nesse sentido, destacamos como objeto de estudo desta pesquisa a educação de indivíduos com potenciais para Altas Habilidades / Superdotação, focalizando a prática educativa na escola regular na perspectiva da educação inclusiva para o desenvolvimento de seus potenciais e talentos. 1 Mestra em Educação pela Universidade Federal do Amazonas/Ufam. Especialista em Psicopedagogia e Interdisciplinaridade. Licenciada em Pedagogia. Professora e coordenadora do Núcleo de Acessibilidade da Universidade do Estado do Amazonas. Assessora pedagógica no Complexo Municipal de Educação Especial da Prefeitura Municipal de Manaus. Orientadora do projeto de Pesquisa de Iniciação Científica. Endereço: Rua São José, 220 bairro Aleixo Manaus/AM. andrezzabel@yahoo.com.br 2 Mestra em Educação pela Universidade Federal do Amazonas/Ufam. Especialista em Psicopedagogia e Interdisciplinaridade. Licenciada em Pedagogia. Professora e coordenadora do Núcleo de Acessibilidade da Universidade do Estado do Amazonas. Pedagoga da Escola Estadual Augusto Carneiro dos Santos. Coorientadora do projeto de Pesquisa de Iniciação Científica. Endereço: Rua Nossa Srª de Fátima, condomínio Bem-Viver Manaus/AM. joabgrana@yahoo.com.br 3 Estudante da Universidade do Estado do Amazonas. Bolsista do projeto de Iniciação Científica, financiado pela Fapeam. Endereço: Rua Belo Horizonte bairro Adrianópolis Manaus/AM. emanuela.uea@hotmail.com 2604
2 No contexto da escolar regular, comumente, os indivíduos que apresentam características de altas habilidades para outras áreas de desenvolvimento, que não as acadêmicas, deixam de ter seu potencial reconhecido e, consequentemente, ficam sem a oferta de ações que promovam a estimulação e desenvolvimento de seus talentos. Na busca por compreender essa dinâmica de dificuldades no reconhecimento dos talentos dos educandos, surgem indagações quanto: O que é necessário para que os potenciais e talentos dos educandos sejam reconhecidos no cotidiano da escola? Quais instrumentos e estratégias podem ser utilizados para essa identificação? Uma vez identificados, como estimular e proporcionar situações que desenvolvam seus talentos e tornem a aprendizagem significativa? Pensar em respostas para essas questões implica analisar, principalmente, o contexto educacional no momento atual, nas políticas públicas garantidas na legislação e nas ações implementadas para a sua garantia, focalizar a formação dos educadores acerca da temática. Nessa perspectiva, pensar em estratégias que contribuam não apenas com o reconhecimento, mas com o respeito aos saberes dos educandos, a estimulação e desenvolvimento de seus potenciais e na promoção de práticas pedagógicas que estimulem a criatividade. Dessa forma, o objetivo geral da pesquisa baseia-se em analisar teoricamente as possibilidades de aprendizagens desses educandos, as práticas pedagógicas direcionadas para o desenvolvimento dos potenciais e as ações de políticas públicas que garantam essa educação na escola inclusiva. Para o alcance dos objetivos, a pesquisa caracteriza-se como bibliográfica, a fim de aprofundar o estudo sobre a temática e dialogar com os estudiosos da área para a construção e análise da compreensão dos aspectos relevantes sobre as ações pedagógicas necessárias nas salas de aulas regulares, local onde devem ocorrer as práticas inclusivas, para o desenvolvimento e a aprendizagem significativa dos educandos com potenciais para Altas Habilidades. Método A presente pesquisa desenvolver-se-á por meio de uma abordagem qualitativa por compreendermos que se fundamenta na relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, uma interdependência viva entre o sujeito e o objeto, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito (CHIZZOTI, 2003, p. 79). Dessa forma, o conhecimento se configura a partir de interconexão de significados e relações que os sujeitos criam por intermédio de suas ações. O estudo da temática por meio da abordagem qualitativa justifica-se porque, segundo Minayo (1994), esse tipo de estudo apresenta como especificidades: a historicidade, pois se localiza temporalmente e pode ser transformado; possui consciência histórica, o sentido é dado tanto pelo pesquisador como pela totalidade dos homens na medida em que se relaciona em sociedade, conferindo-lhe significados e intencionalidades em suas ações e construções teóricas; apresenta uma identidade com o sujeito, ao propor investigar as relações humanas; é 2605
3 intrínseca e extrinsecamente ideológica, por veicular interesses e visões de mundo historicamente construídos, submetendo-se e resistindo aos limites dados pelos esquemas de dominação vigentes; e, é essencialmente qualitativo, considerando que a realidade social é mais rica que as teorizações e os estudos empreendidos sobre elas. A pesquisa, quanto a seus objetivos, classifica-se como um estudo exploratório, permitindo ao pesquisador familiarizar-se mais com o problema investigado, objetivando torná-lo mais explícito e compreendê-lo em sua amplitude. Dessa forma, a pesquisa se constituirá por meio de uma pesquisa bibliográfica, pois, de acordo com Salvador (1986), implica um conjunto ordenado de procedimentos na busca por soluções quanto ao problema investigado, atento ao objeto de estudo e, dessa forma, não pode ser aleatório. Com base nos estudos de Salvador (1986), desenvolveremos a pesquisa de acordo com as seguintes etapas por ele apontadas como essenciais para a construção de uma pesquisa bibliográfica: a) investigação das soluções fase comprometida com a coleta da documentação, envolvendo dois momentos distintos e sucessivos: levantamento da bibliografia e levantamento do estudo dos dados e/ou das informações presentes no material bibliográfico. b) Análise explicativa das soluções consiste na análise da documentação, no exame do conteúdo das afirmações. É construída sob a capacidade crítica do pesquisador para explicar ou justificar os dados e/ou informações contidas no material selecionado. c) Síntese integradora é o produto final do processo de investigação, resultante da análise e reflexão dos documentos. Compreende as atividades relacionadas à apreensão do problema, investigação rigorosa, visualização de soluções e síntese, na reflexão e na proposição de soluções. É o momento de conexão com o material de estudo, para leitura, anotações, indagações, explorações e proposição de soluções. A principal técnica de coleta de dados será a leitura analítica dos materiais consultados. Assim, a coleta de dados dar-se-á por intermédio da adoção de critérios que delimitam o universo de estudo, orientando a seleção de material por meio de: análise do parâmetro temático e linguístico, das principais fontes de pesquisa e do parâmetro cronológico de publicação. Após a seleção dar-se-á a aplicação da coleta de dados por meio de: leitura e reconhecimento de material bibliográfico, leitura exploratória, leitura seletiva, leitura reflexiva ou crítica e leitura interpretativa (SALVADOR, 1986). Como método de pesquisa, basearemos os estudos na perspectiva histórica, pois, de acordo com Vygotsky (2005), um método reflete sempre o olhar, a perspectiva que se tem das questões a serem estudadas, olha os problemas humanos na perspectiva da sua relação com a cultura e como produto das interações sociais. O autor propõe que os fenômenos humanos sejam estudados em seu processo de transformação e mudança, ou seja, na dialética histórica. Resultado 2606
4 A pesquisa aqui apresentada está vinculada ao Programa de Apoio à Iniciação Científica da Universidade do Estado do Amazonas UEA, financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa no Amazonas Fapeam, desenvolvido na Escola Normal Superior ENS. O início dos trabalhos data do mês de agosto de 2009, configurando a pesquisa em andamento, com ações direcionadas para estudos sistemáticos, momentos de debate e reflexão e produção escrita acerca da temática, na perspectiva de alcançar os seguintes objetivos específicos: A) Esclarecer quem são os educandos com Altas Habilidades / Superdotação. B) Identificar estudos e literaturas que estabeleçam uma discussão teórica do processo de desenvolvimento e aprendizagem dos alunos com Altas Habilidades / Superdotação. C) Reconhecer as políticas públicas brasileiras para o desenvolvimento dos potenciais e talentos dos alunos com Altas Habilidades / Superdotação na perspectiva da educação inclusiva. D) Compreender como ocorre o processo de desenvolvimento e aprendizagem dos alunos com Altas Habilidades / Superdotação por meio de práticas pedagógicas desafiadoras e criativas para a construção do conhecimento, a partir dos estudos teóricos. E) Destacar ações pedagógicas necessárias para o desenvolvimento dos potenciais e talentos dos alunos com Altas Habilidades / Superdotação na escola regular. Considerando o período de pesquisa decorrido até aqui, os resultados configuram-se como hipóteses a serem confirmadas ou repensadas no desenvolvimento dos estudos. Nesse sentido, levantamos como hipóteses a perspectiva de que: a) Existem educandos com altas habilidades matriculados na rede municipal de ensino; no entanto, a pouca divulgação acerca da temática e os estereótipos sociais são fatores contribuintes para o não reconhecimento dos talentos na escola. b) Os educadores necessitam de formação e orientações para realizar a identificação no cotidiano de suas práticas educacionais. c) É necessário mais investimento de políticas públicas tanto para a formação dos educadores como para a implantação e implementação de ações para o desenvolvimento dos potenciais e talentos dos educandos identificados com potencial para altas habilidades. d) O incentivo ao desenvolvimento e divulgação de pesquisas acerca da temática muito contribuirá para a informação da sociedade e a desconstrução de estereótipos e mitos que tanto interferem no pleno desenvolvimento do indivíduo que apresenta características de altas habilidades. 2607
5 Sendo assim, a proposta de pesquisa, inicialmente bibliográfica, justifica-se tanto pela necessidade de oportunizar aos acadêmicos dos cursos de graduação, a iniciação científica, corroborando com o desenvolvimento de práticas de pesquisa e publicação científica, quanto pelo aprofundamento de estudos acerca da temática proposta. Tem-se como perspectiva futura apresentar novos projetos para desenvolvimento de pesquisa de campo, aprofundando as análises quanto às possibilidades e desafios para o reconhecimento e desenvolvimento dos potenciais e talentos dos educandos na escola regular. Discussão e Conclusões Como citado anteriormente, a pesquisa encontra-se em processo inicial de estudos acerca da temática, não sendo possível ainda fechar conclusões, mas, com certeza, possibilitando conjecturas relacionadas ao reconhecimento dos potenciais e talentos humanos na ambiência escolar, na prática educacional que respeite as diferenças, em estratégias para a oferta de atendimento educacional direcionado para as necessidades educacionais dos sujeitos com altas habilidades. Outrossim, a educação na perspectiva inclusiva caracteriza-se com uma das metas marcantes no contexto educacional atual, configurando-se como uma prática pedagógica que respeite e valorize a diversidade e a diferença. Apesar da garantia na legislação, no entanto, o cotidiano das escolas aponta para inúmeras dúvidas e reflexões dos envolvidos no processo para a real oferta da educação inclusiva. Isso ocorre em razão de que, desenvolver uma prática pedagógica inclusiva implica no respeito às diferenças de desenvolvimento e aprendizagem de cada indivíduo, no reconhecimento de que cada educando precisa ser respeitado em sua subjetividade, indica a necessidade de promover situações de aprendizagem diversificadas e de acordo com as necessidades educacionais dos educandos para a eliminação de situações de exclusão e garantir a acessibilidade na ambiência escolar. Considerar que, na diversidade de educandos presentes no contexto educacional, estão os indivíduos com potenciais para Altas Habilidades / Superdotação, é defrontar-se, muitas vezes, com o não reconhecimento de suas características, potenciais e talentos. O que nos faz analisar o que afirma Pérez (apud STOBÄUS; MOSQUERA, 2003) em relação à inclusão desses educandos: Dentre os alunos com necessidades especiais incluídos no ensino regular, são os mais excluídos, seja por erros terminológicos ou conceituais, seja por preconceitos de caráter político-ideológicos, ou seja, simplesmente, por carência de informações, a inclusão dos chamados alunos com necessidades educativas especiais encerra no seu seio a exclusão de outros alunos, dentre eles os alunos com altas habilidades. Este grupo social é nomeado na legislação maior como alunos da Educação Especial e deveriam ter, por 2608
6 força de suas reais necessidades educativas especiais, previsão e provimento de políticas públicas em seu atendimento. Entretanto, tal proposição ainda não acontece, deixam de ser reconhecidos pelos educadores e, consequentemente, seus potenciais deixam de ser estimulados e desenvolvidos no contexto da sala de aula (p. 281). Reconhecidamente na literatura acerca da temática, os autores apontam como um dos fatores que mais contribuem para a dificuldade no reconhecimento desses educandos a ausência de uma definição única de quem são esses alunos, quais suas características de desenvolvimento e aprendizagem. Nesse sentido, Guenther (2006) afirma que a ausência de uma definição universal para superdotação e talento indica que esse termo precisa ser definido como um conjunto de traços e características e não apenas pela velocidade do desenvolvimento ou por demonstrações de inteligência. No Brasil, a definição oficial de quem são esses educandos está expressa nas políticas educacionais da Educação Especial e a atual Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação inclusiva define como educando com Altas Habilidades / Superdotação aqueles que demonstram potencial elevado em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes, além de apresentar grande criatividade, envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu interesse (BRASIL, 2008, p. 9). Importante considerarmos ainda que as representações sociais em relação aos alunos com Altas Habilidades / Superdotação são outro ponto de destaque na dificuldade de identificação de educandos com estas características. Esses estereótipos e mitos acabam por imergir potenciais e talentos dos sujeitos aprendentes, principalmente por predominar a ideia de que ter altas habilidades significa destacar-se na escola, apresentar alto potencial em todas as ambiências sociais. De acordo com Guenther (2006), existem múltiplos estereótipos, mitos, preconceitos, dúvidas e resistências em torno dos alunos dotados e talentosos, pois o termo superdotação comumente é associado ao prefixo super, dando a ideia errônea de que esse indivíduo sempre tem desempenho extraordinário em tudo o que faz, que na escola sempre tira a nota máxima, não encontrando nenhuma dificuldade em seu desenvolvimento, sendo aquele que apresenta domínio em todas as áreas, que é considerado um gênio, ou o prodígio. Outro aspecto determinante para o reconhecimento dos potenciais e talentos dos educandos na escola está relacionado à formação de educadores, no que concerne a estudos específicos e orientações direcionadas para a temática altas habilidades. Outrossim, a aplicabilidade das ações garantidas nas políticas públicas, ou seja, a legislação precisa sair do papel e passar a ser exercida no cotidiano educacional. 2609
7 No que tange à formação de educadores, autores como Alencar e Fleith (2001), Freeman e Guenther (2000), Guenther (2006), Mettrau (2000) e Virgolim (2005), dentre outros, são unânimes em afirmar que a formação e orientação específica acerca da temática para os educadores que atuam nas salas de aula dos sistemas de ensino são essenciais para a identificação do indivíduo com alto potencial em uma ou mais áreas de seu desenvolvimento. Fortalecendo esse pensar, Alencar e Fleith (2007) ressaltam a necessidade de mais divulgação científica acerca da temática, pois pais e educadores, em função de dificuldade de acesso à informação atualizada, embasada teoricamente em resultado de pesquisas científicas, acabam por ficar à mercê de informação da mídia, muitas vezes, superficial, estereotipada e até incorreta, produzindo concepções inconsistentes e confusas sobre altas habilidades. Diante do exposto, urge a necessidade de desenvolvimento de estudos e pesquisa para a disseminação acerca da temática, assim como da ampliação de ações direcionadas à formação de educadores para identificação e práticas pedagógicas eficazes para o desenvolvimento e a aprendizagem de educandos com altas habilidades. Da mesma forma, faz-se necessária a implantação e implementação de serviços educacionais de apoio aos educadores e atendimento às necessidades dos educandos, a fim de que sejam respeitados o seu ritmo de aprendizagem e nível intelectual, para que ele possa ser aceito e estimulado em suas potencialidades. Essas ações atendem ao que Guenther (2006) orienta quanto à identificação e à estimulação dos talentos humanos, pois, para ela, a identificação desses alunos deve ser feita o mais precocemente possível e o educando deve ser avaliado de modo global, por meio de métodos fidedignos e válidos, devendo ser atendido em escolas comuns que ofereçam recursos especiais, a fim de facilitar sua integração escolar e social. Isso porque a pessoa talentosa caracteriza-se pela magnitude de sua potencialidade, pela expressividade de sua performance e pela constância de seus talentos e aptidões. Desenvolvendo ações de pesquisa e investimento, tanto na formação de educadores como em serviços educacionais que contribuam para o desenvolvimento dos potenciais e talentos humanos; a educação brasileira estará garantindo o que preconiza a educação inclusiva, o compromisso com a educação de todos e para todos, assegurando seu direito à educação de qualidade e igualitária, considerando os princípios da autonomia, construção da identidade e formação de um cidadão mais crítico e participativo na sociedade. Para Mettrau (2000), o investimento no desenvolvimento dos potenciais humanos beneficia duplamente a sociedade, uma vez que os talentos individuais serão desenvolvidos e beneficiarão o coletivo, caso haja o desenvolvimento e o encaminhamento adequado da utilização desses potenciais em benefício da sociedade; assim, resulta em uma canalização positiva de potenciais, impedindo a má utilização dessas capacidades em atividades sociais marginais. 2610
8 Dessa forma, o investimento nos potenciais e talentos humanos é essencial, possibilita o desenvolvimento individual e coletivo, possibilita mais prazer e realização na ação de educar e aprender. Nesse sentido, é importante ressaltar o que afirma Mettrau (2000, p. 9): os talentosos, criativos e portadores de altas habilidades podem dar contribuições excepcionais e especiais [...] O Brasil já é conhecido por suas riquezas naturais que são muitas e talvez por isso mesmo faça pouco uso e investimento em seus recursos humanos, preciosos também. Fingir que eles não existem é uma forma de mentir e de não ter que se ocupar nem se preocupar com tal questão. Os talentos ou habilidades especiais devem aparecer independentemente do aprendizado formal e sem o esforço da família. Entretanto, uma vez detectados, devem ser orientados e encorajados no uso, reconhecimento e compartilhamento com todo o grupo social. Diante do exposto, salientamos a importância deste projeto de iniciação científica, direcionando nossos olhares para o estudo acerca das possibilidades de desenvolvimento e aprendizagem dos indivíduos que apresentam potencial para Altas Habilidades / Superdotação nas escolas regulares. Oportunizando um olhar mais direcionado e sensível para a identificação dos educandos com essas características para a promoção de propostas educacionais que lhes assegurem condições para o respeito às suas necessidades e peculiaridades no processo de aprender. Referências ALENCAR, Eunice Soriano de; FLEITH, Denise de S. Superdotados: determinantes, educação e ajustamento. 2.ª ed. São Paulo: EPU, BRASIL. MEC. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC/Seesp, FLEITH, Denise de Souza; ALENCAR, Eunice M. L. Soriano de (Orgs.). Desenvolvimento de Talentos e Altas habilidades: orientação a pais e professores. Porto Alegre: Artmed, FREEMAN, Joan; GUENTHER, Zenita C. Educando os mais capazes: ideias e ações comprovadas. São Paulo: EPU, GUENTHER, Zenita Cunha. Desenvolver capacidades e talentos: Um conceito de inclusão. Petrópolis, RJ: Vozes, METTRAU, Marcyl Bulkool (Org.). Inteligência: patrimônio social. Rio de Janeiro: Dunya, PÉREZ, Susana Graciela Pérez Barrera. O aluno com Altas Habilidades/Superdotação: uma criança que não é o que deve ser ou é o que não deve ser? In: STOBÄUS, Claus Dieter; MOSQUERA, Juan José Mouriño (Orgs.). Educação Especial: em direção à educação inclusiva. Porto Alegre: EDIPUCRS,
9 VIRGOLIM, A. M. R. A identificação do aluno com altas habilidades/superdotação: Fatores emocionais e desempenho escolar. In: MEC. Ensaios Pedagógicos para a implementação de Núcleos de Atividades de Altas Habilidades / Superdotação (p ). Brasília, DF: MEC, Seesp,
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