PESQUISAS EM SEMENTES DE HORTALIÇAS (FAMÍLIA CUCURBITACEAE): REVISÃO DE LITERATURA 1

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1 PESQUISAS EM SEMENTES DE HORTALIÇAS (FAMÍLIA CUCURBITACEAE): REVISÃO DE LITERATURA MÜLLER, J. ; MUNIZ, M., ; NASCIMENTO, W. M. ; SILVA, G. B. P. ; FINGER, G. ; MIGLIORINI, P. ; BASTOS, B. ; SANTOS, R. F. Trabalho de Pesquisa _UFSM Curso de Pós Graduação em Agronomia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil Curso de Agronomia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil Embrapa Hortaliças, Brasília, DF. juceli.muller@yahoo.com.br; marlovemuniz@yahoo.com.br; warley@cnph.embrapa.br; gerardabeatriz@hotmail.com; ge_finger@yahoo.com.br; pati.migliorini@gmail.com; bru.bastos@gmail.com; ricardoijui@hotmail.com RESUMO Os trabalhos com sementes de hortaliças vem ganhando destaque nos últimos anos, contudo, ainda são escassos se comparados às s envolvendo grandes culturas. Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo apresentar uma revisão bibliográfica realizada em quatro revistas, dos últimos 0 anos, observando os dados publicados de germinação, emergência em bandejas e em campo, de quatro culturas da família Cucurbitaceae. O trabalho é parte das atividades realizadas no Estágio Supervisionado do Curso de Agronomia, da Universidade Federal de Santa Maria, no Laboratório de Sementes da EMBRAPA Hortaliças, Brasília DF. A carência de s relacionadas à sementes de hortaliças é comprovada pela deficiência de trabalhos encontrados em revistas importantes neste setor, principalmente estudos comparando germinação em laboratório e emergência de sementes em campo, sendo esta última análise uma das referência mais importantes para muitos produtores. Palavras-chave: Germinação; Emergência em campo; Cucurbitáceas.. INTRODUÇÃO A com sementes de hortaliças vem evoluindo no Brasil desde os anos 0 (MARCOS FILHO, 00), embora os trabalhos sejam bem menos frequentes que os desenvolvidos com espécies de grandes culturas, como soja, milho, trigo, entre outras. O aumento das s está relacionado ao aperfeiçoamento e maior diversificação das pequenas propriedades rurais familiares, as quais são responsáveis pela maior parte do fornecimento de hortaliças. Outro fator importante é a maior conscientização e procura por parte da população por produtos alimentícios mais saudáveis (MONTEZANO, 00), o que requer aumento da produção e, indiretamente, proporciona o aumento das s no setor de hortaliças.

2 De forma geral, a maioria dos trabalhos documenta dados relativos apenas a porcentagem de germinação em condições controladas de laboratório, entre outros testes, porém, poucas são as s demonstrando a emergência das plântulas em campo. Os testes de germinação apresentam alto grau de confiabilidade para analistas e produtores, quanto à possibilidade de reprodução dos resultados (MARCOS FILHO, 009), contudo, sabe-se que no campo as condições ambientais não são controláveis e diversos fatores podem afetar a emergência da semente, tais como a temperatura, a umidade relativa, chuvas, característica do solo, entre outros. Além disso, o teste de germinação pode não refletir as reais condições encontradas pelas sementes logo após a semeadura no campo, sendo assim, um único teste para avaliar o potencial fisiológico das sementes não seria o recomendado, pois pode produzir informações incompletas, logo, a combinação de resultados de testes de laboratório com os de campo, por exemplo, pode ser o indicado (SILVA, 00). Neste contexto, a família Cucurbitaceae está entre as hortaliças mais antigas usadas pelo homem, com destaque para as abóboras (Cucurbita moschata), melancias (Citrullus lanatus), melões (Cucumis melo), e pepinos (Cucumis sativus). A sua principal utilização é para fins alimentares, mas também são usados como aromáticos, medicinais e fonte de matéria-prima para diversos produtos. As plantas são importantes na dieta humana, pois são fonte de minerais e vitaminas, especialmente vitamina A e C, encontrados na polpa dos frutos na forma de carotenóides e ácido ascórbico (ROMANO, 008). A instalação destas espécies no campo pode se dar pela semeadura direta ou pelo transplante de mudas. Dessa forma, o trabalho teve como objetivo apresentar uma revisão bibliográfica dos últimos 0 anos de com sementes da família Cucurbitaceae (abóbora, melancia, melão e pepino), observando os dados publicados de germinação em laboratório, emergência em bandejas e em campo.. METODOLOGIA O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Sementes da EMBRAPA Hortaliças, Brasília DF, nos meses de março a maio de 0, como parte das atividades realizadas no Estágio Supervisionado do Curso de Agronomia, da Universidade Federal de Santa Maria. A revisão bibliográfica contemplou as hortaliças da família Cucurbitaceae consideradas mais importantes, como abóbora, melão, melancia e pepino. A foi realizada em quatro revistas conceituadas neste setor, são elas: Revista Sementes, Revista Scientia Agricola, Revista Pesquisa Agropecuária Brasileira e na Revista

3 Horticultura Brasileira, sendo analisados os dados apresentados para germinação em laboratório, emergência em bandejas e emergência em campo no período de 000 a 00. A consulta foi realizada em meio eletrônico e nas revistas impressas.. RESULTADOS E DISCUSSÕES Apesar das cucurbitáceas representarem no contexto da horticultura uma parte significativa do volume total comercializado de hortaliças, há poucos trabalhos sobre a avaliação da qualidade de sementes de abóbora no Brasil (Tabela 0). Apesar disso, bons resultados foram encontrados com relação à germinação e emergência em bandejas desta espécie, sugerindo uma elevada qualidade fisiológica das sementes. Contudo, apenas um trabalho foi encontrado e sem os resultados de emergência em campo, ressaltando as deficiências de, principalmente para esta cultura, no setor de hortaliças. Tabela 0 - Dados referentes à Germinação (G), Emergência em Bandejas (EB) e Emergência em Campo (EC) oriundos da realizada com abóbora, durante os anos de 000 a 00. Abóbora Autor/ano* Cultivar/lotes G (%) EB (%) EC (%) SILVA, M.A.S.; et. al.; Hortic. Bras. v. 0, n., julho, 00. Pira Moita 9 Botucatu/ *Pesquisa realizada nas revistas: Revista Sementes, Revista Scientia Agricola, Revista Com relação à melancia (Tabela 0), de lotes encontrados, 9 apresentam emergência em bandejas inferior a germinação determinada no laboratório. Segundo Nascimento (000), o teste de germinação, conduzido em laboratório, é realizado em condições controladas de temperatura, água e luz, favorecendo assim a possibilidade de ocorrência de uma germinação regular, rápida e completa. Já a emergência em bandejas é realizada muitas vezes em casas de vegetação, com controle parcial da temperatura, o que pode interferir na emergência das sementes.

4 Tabela 0 - Dados referentes à Germinação (G), Emergência em Bandejas (EB) e Emergência em Campo (EC) oriundos da realizada com melancia, durante os anos de 000 a 00. Melancia Autor/ano Cultivar/lotes* G (%) EB (%) EC (%) BHERING, M.C. et al.; Revista, nº, p.-, 00 BHERING, M. C. et al. Revista Sementes. Vol., n., p.- 8, 00 Crinsom Sweet Crimson Sweet Charleston Gray Fairfax híbrido triplóide *Pesquisa realizada nas revistas: Revista Sementes, Revista Scientia Agricola, Revista Na tabela 0, encontram-se também os dados de s com o melão. Nas avaliações realizadas, num total de lotes identificados, percebe-se que a germinação é maior que a emergência em bandejas em desses lotes, o que já era esperado, visto que o teste de germinação não tem expressado o real comportamento das sementes em condições de campo, embora seja considerado um teste imprescindível para a comercialização das sementes (AVILA, 00). Apenas um trabalho apresentou dados relativos à emergência em campo, informando resultados abaixo dos dados obtidos com a germinação em laboratório. Diversos fatores podem ter contribuído para a baixa emergência, como alta ou baixa precipitação, presença de plantas daninhas, umidade relativa, temperaturas excessivas, profundidade de semeadura, entre outros. Contudo, cabe ressaltar que esta é uma avaliação apenas quantitativa, não sendo levado em consideração as condições, os locais e as épocas de realização dos experimentos.

5 Tabela 0 - Dados referentes à Germinação (G), Emergência em Bandejas (EB) e Emergência em Campo (EC) oriundos da realizada com melão, durante os anos de 000 a Melão 00. Autor/ano Cultivar/lotes* G (%) EB (%) EC (%) NASCIMENTO, W. M., Revista, n., p.8-, 00. TORRES, S.B.; Julio MARCOS FILHO, J; Scientia Agricola, v.0, n., p.-8, Jan./Mar. 00 BHERING, M.C. et al. Rev.ta, nº, p.- 9, 00 MUNIZ, M.F.B. et al.; Revista, nº, p.- 9, 00 TORRES, S.B. et. al.; Hortic. bras., v., n., jan.- mar. 009 Top Net SR 9 AF- AF-8 Golden Mine Gaúcho Carvalho Goldex Vereda , 89,, 8,9 89,9 89, 8, 8, Gainesville/ EUA Piracicaba/ ,,9 0,,9 Santa 80,8 Maria/RS,8,8, Mossoró/ *Pesquisa realizada nas revistas: Revista Sementes, Revista Scientia Agricola, Revista RN Já para a cultura do pepino (Tabela 0) os dados de germinação e emergência foram muito próximos e satisfatórios. Nakada (00) relata que para a obtenção de produtos com qualidade, dentre outros fatores, é necessário uma população adequada e uniforme de plantas no campo, a qual o sucesso está condicionado à utilização de sementes de qualidade. Contudo, assim como nas demais espécies estudadas, não encontrou-se s envolvendo a emergência em campo, característica fundamental levada em

6 consideração pelos produtores na avaliação do estande inicial de desenvolvimento das culturas. Tabela 0 - Dados referentes à Germinação (G), Emergência em Bandejas (EB) e Emergência em Campo (EC) oriundos da realizada com pepino, durante os anos de 000 a 00. Pepino Autor/ano Cultivar/lotes* G (%) EB (%) EC (%) BHERING, M.C. et al.; Revista, nº, p.-, 000. TORRES, S.B.; Hortic. bras., v., n., abr.-jun. 00 LIMA, L.B. et al.; Revista Brasileira de, nº p , 00 Guarani AG 0 Rubi Safira Jóia Natal/ RN Piracicaba/ LIMA, L.B. et al.; Revista Brasileira de, nº, p.8-, 00 Safira Jóia A B C Piracicaba/ *Pesquisa realizada nas revistas: Revista Sementes, Revista Scientia Agricola, Revista. CONCLUSÃO Verifica-se a considerável falta de s para as espécies de hortaliças analisadas, mesmo estas sendo consideradas de grande importância na alimentação e na economia de muitas regiões. Além disso, observa-se também a carência de s determinando a porcentagem de emergência em solo, sendo que esta determinação é uma das referências mais confiáveis e visíveis para os produtores no campo.

7 REFERÊNCIAS AVILA, M. R.; BRACCINI, A. L.; SCAPIM, C. A. Teste de comprimento de plântulas sob estresse hídrico na avaliação do potencial fisiológico das sementes de Milho. Revista Sementes, Londrina, v 9, n., 00. MARCOS FILHO, J.; KIKUTI, A. L. P. Vigor de sementes de rabanete e desempenho de plantas em campo. Revista brasileira de Sementes, Pelotas, v. 8, n., Dec. 00. MARCOS FILHO, J.; NOVEMBRE, A. D. L. C. Avaliação do potencial fisiológico de sementes de hortaliças. In: NASCIMENTO, W. M. (Ed.). Tecnologia de sementes de hortaliças. Brasília, DF: EMBRAPA Hortaliças, 009. P.-. MONTEZANO, E. M.; PEIL, R.M.N. Sistemas de consórcio na produção de hortaliças. Revista Brasileira Agrociência, Pelotas, v., n., p. 9 -, abr-jun, 00. NAKADA, P.G. et al. Desempenho durante o armazenamento de sementes de pepino submetidas a diferentes métodos de secagem. Revista, nº p. 0-0, 00. NASCIMENTO, W. M. Temperatura x germinação. Seednews,ano IV, n., p.-, 000. ROMANO, C. M. et.al. Polinização manual em abóboras. Documentos, Embrapa Clima Temperado Pelotas, p, 008. SILVA, J. B; VIEIRA, R. D. Avaliação do potencial fisiológico de sementes de beterraba. Revista Sementes, Brasília, vol. 8, nº, p.8-, 00.