EDUCAÇÃO TEOLÓGICA & ESPIRITUALIDADE Caminhos e Possibilidades

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1 EDUCAÇÃO TEOLÓGICA & ESPIRITUALIDADE Caminhos e Possibilidades Prof. Roney Cozzer roneycozzer@hotmail.com

2 Reflexão Uma aula não deve ser só mais uma aula. Deve ser um espaço libertador, motivador e fomentador para o crescimento dos nossos alunos. Uma aula deve ser sempre a aula, e isso sempre que ela ocorrer. Deve ser desejada, deve ocupar nosso pensar antes e depois de acontecer. Uma aula pode ser o terremoto que mudará o curso do rio da vida de nossos aprendizes! Prof. Roney Cozzer

3 I. ACADEMIA E IGREJA: UMA RELAÇÃO POSSÍVEL? É notável no seio da Igreja a forte resistência que existe quanto à Academia Teológica. O Movimento Pentecostal, um grande segmento do Cristianismo, foi durante muitas décadas caracterizado por sua típica resistência ao ensino teológico e ao estudo científico da Bíblia, embora hoje isso esteja mudando consideravelmente. Isto posto, perguntamos se é possível estabelecer uma relação entre Academia e Igreja.

4 I. ACADEMIA E IGREJA: UMA RELAÇÃO POSSÍVEL? Nossa convicção é que é possível sim firmar importantes elos entre Academia e Igreja. Isto, inclusive, por evidências históricas. A Academia Teológica pode (e deve) ser transformada numa importante aliada e não necessariamente é antagônica ao ambiente eclesial, ainda que se reconheça as especificidades de cada um destes espaços.

5 I. ACADEMIA E IGREJA: UMA RELAÇÃO POSSÍVEL? 1.1. A Academia teve origem no seio da Igreja. Na Idade Média, os monastérios tornaram-se centros de conhecimento (inclusive técnico), conhecimento que transpôs os limites dos monastérios para as comunidades vizinhas. Os monges vieram a tornar-se detentores desse conhecimento e o compartilhavam com essas comunidades que viviam ao redor dos monastérios. Nem todos os mosteiros tinham uma inclinação majoritariamente ascética e isolacionista. Com efeito, alguns monges defenderam a necessidade de se manter contato com o mundo.

6 I. ACADEMIA E IGREJA: UMA RELAÇÃO POSSÍVEL? 1.1. A Academia teve origem no seio da Igreja. O historiador da Igreja, Justo González, comentando sobre o monasticismo latino, afirma que ele nunca sentiu enorme atração pela vida solitária que dominou boa parte do monasticismo oriental e que a despeito de alguns dos mais famosos monges ocidentais praticarem por algum tempo este tipo de vida, a grosso modo, o ideal do monasticismo ocidental foi a vida em comunidade (GONZÁLEZ, 1995: 41).

7 I. ACADEMIA E IGREJA: UMA RELAÇÃO POSSÍVEL? 1.2. Grandes teólogos, também gigantes na piedade cristã. Perdura uma tendência de se pensar, na Igreja Brasileira, uma espécie de dualismo entre vida devocional e conhecimento acadêmico-teológico. A História Eclesiástica, contudo, evidencia que mais que um dualismo, essa combinação pôde ser percebida como uma dicotomia na vida de figuras importantes, da Patrística até os dias atuais.

8 I. ACADEMIA E IGREJA: UMA RELAÇÃO POSSÍVEL? 1.2. Grandes teólogos, também gigantes na piedade cristã. Agostinho, Tomás de Aquino, Tomás de Kempis, John Wycliffe, William Tyndale, John Huss, Lutero, Calvino, John Wesley, Charles Spurgeon, Charles Finney, dentre outros. Teólogos de profunda piedade com profundo conhecimento bíblico-teológico, atuando em diferentes matrizes protestantes e em diferentes áreas do conhecimento humano, inclusive.

9 II. A LETRA MATA... A IGNORÂNCIA TAMBÉM! O conhecimento ainda é visto com suspeição por partes significativas da Igreja no Brasil. Tornou-se um chavão já a seguinte afirmação: Teologia esfria o crente. Nessa hora, cabe perguntar: que tipo de Teologia esfria o crente? Como pode uma Teologia que possibilita maior e melhor conhecimento da Palavra e que glorifica a Deus esfriar o crente?

10 II. A LETRA MATA... A IGNORÂNCIA TAMBÉM! A despeito do preconceito que possa existir quanto ao ensino teológico, é preciso lembrar que a Bíblia é um livro teológico, que as traduções que temos em mãos é resultado do trabalho de teólogos, e o que pregamos em nossos cultos foi refletido por teólogos no passado, isto é, nossa pregação é, em grande medida, resultado do trabalho deles.

11 II. A LETRA MATA... A IGNORÂNCIA TAMBÉM! Afirmar, e querer insistir, portanto, em que a Igreja não precisa de Teologia, é um grande contra-senso. E vale destacar ainda que até mesmo questões existenciais que marcam nossa jornada de serviço a Deus são, em grande medida, teológicas. É fato que a Teologia não somente se interessa por essas questões, como buscar apresentar respostas à elas.

12 III. POR UMA TEOLOGIA PÉ NO CHÃO A Teologia precisa contemplar a realidade de vida das pessoas. Ela necessita pensar o transcendente, mas o imanente também. Jesus é o pão que desceu do Céu e que deu pão aos famintos para saciá-los (Jo 6.1ss). A Igreja Brasileira enfrenta diversos desafios, e a superação deles passa inevitavelmente pela construção de um labor teológico que considere estes desafios e procure apresentar caminhos viáveis à luz das Escrituras.

13 III. POR UMA TEOLOGIA PÉ NO CHÃO Tendo isto em mente, podemos traçar aqui alguns dos dilemas que se colocam diante de nós, hoje, como Igreja do Senhor: A problemática do suicídio; Como tratar o homossexual? O que são transtornos de aprendizagem? Pragmatismo como método de crescimento de igrejas;

14 III. POR UMA TEOLOGIA PÉ NO CHÃO O misticismo religioso presente em algumas denominações evangélicas; Modelos de liderança eclesiástica que não cabem mais emnosso tempo; A música que cantamos/produzimos é cristã de fato? O desafio da secularização da Igreja; Dentre outros...

15 Referências BÍBLIA, Português. A Bíblia Sagrada: Antigo e Novo Testamento. Tradução de João Ferreira de Almeida. Edição rev. e atualizada no Brasil. 2 ed. Brasília: Sociedade Bíblia do Brasil, GONZÁLEZ, Justo. E até os confins da Terra: uma história ilustrada do Cristianismo. Trad.: Hans Udo Fuchs. São Paulo: Vida Nova,