Comercialização de Batata Consumo no Brasil

Transcrição

1 Comercialização de Batata Consumo no Brasil Margarete Boteon & João Paulo Deleo II Seminário Brasileiro da Batata 24 e 25 de novembro de 2004

2 CEPEA/ESALQ & Cepea: Revista:

3 Método de Trabalho Levantamento dos dados com os colaboradores Análise quantitativa e elaboração de informações Divulgação As informações divulgadas pelo CEPEA são obtidas diretamente com o mercado. Através da equipe Hortifruti, as cotações e os dados de mercado coletados são analisados, produzindo um sistema completo de informações sobre o setor.

4 Perfil da Amostra Produtos Cobertura Perfil dos Colaboradores Batata Citros Uva Manga Melão Mamão Banana Tomate Cebola + de 11 estados Número de Produtos 9 cadeias e mais de 50 variedades e cultivares Total da Amostra (60%) Produtores (5%) Corretores (15%) Beneficiadores (20%) Exportadores (1%) Industrias Incluindo formadores de opinião e os mais representativos em volume de negócios em cada nível da cadeia

5 Estrutura de apresentação 1. Mudanças na estrutura produtiva 2. Avaliação dos preços 3. Mercado Consumidor 4. Considerações Finais

6 Mercado da batata Produção e comercialização

7 Ganho em produtividade O agronegócio da batata está modificando drasticamente nos últimos anos: Nos últimos anos verificamos uma nítida redução na área de batata cultivada no Brasil, com um crescente aumento na produção.

8 Principais mudanças nas regiões: Decorrente dos seguintes fatos : novas regiões produtoras; cultivares; estrutura fundiária; nível tecnológico e aspectos gerenciais das propriedades.

9 240,0 230,0 220,0 210,0 200,0 190,0 180,0 170,0 160,0 150,0 140,0 FONTE : FAO Evolução da área e produção entre 1961 a ,50 Área cultivada Produção 3,00 2,50 2,00 1,50 1,00 Mil hectare Milhões toneladas

10 Evolução da área e produção entre 1990 a Área cultivada no Brasil Produção Hectare Mil toneladas Anos 950 FONTE : FAO

11 Acentuado aumento na presença da agata A maior oferta de batata disponível no mercado principalmente nos últimos três anos é atribuída em grande parte a este cultivar.

12 Mudanças na estrutura produtiva Regiões em ascensão: - Triângulo Mineiro/Alto do Paranaíba - Brasília/Cristalina -Bahia Regiões em declínio, mas ainda com grande participação no cenário nacional: - Sul de Minas - Sudoeste Paulista Situação estável: - Vargem Grande do Sul

13 Goiás/Bahia Grande potencial de crescimento e desenvolvimento. Grandes produtores Sua produção já estão influenciando na oferta nacional e no comportamento de preços. Regiões de Destaque: Brasília/Cristalina: ha (-16%) Mucugê (Chapada da Diamantina): ha (43%) Produtividade média de 40 t/ha Fonte: Agentes de Mercado

14 Alto do Paranaíba & Triângulo Mineiro (MG) Regiões mais tecnificadas do primeiro semestre Mas, ainda com participação de menor porte Boas condições técnicas, similares a Bahia e Goiás Região de destaque devido as boas condições de cultivo. Produtividade média: 40 t/ha

15 Vargem Grande do Sul (SP) ha (-15%): Colheita de julho até novembro Alto nível tecnológico Clima propício para a produção do tubérculo garante uma produção homogênea durante toda a safra Produtividade Média de 30 t/ha a 35t/ha menor em relação as citadas anteriormente devido às condições edafoclimáticas Fonte: Agentes de Mercado

16 Sul de Minas: Principal produtor (2004): ha; Principal produtora nas águas Presença marcante de produtores de pequeno porte; Baixo nível tecnológico: A produtividade média desta região não chega a metade da obtida em Goiás. Agata está menos presente; Chuvas atrapalham sua oferta no início do ano; Fonte: Agentes de Mercado

17 Sudoeste Paulista: hectares (-12,5%) Duas safras: Maio/Julho (3.500 ha) e Outubro/Janeiro (3.500 ha): 14% destinada a sementes Boa produtividade tanto na safra da seca quanto de inverno Produtividade Média de t/ha Migração para outras áreas: a busca de produtividade, melhores condições climáticas, tecnológicas e de comercialização está favorecendo a migração para o Alto Paranaíba e Triângulo. Fonte: Agentes de Mercado

18 Paraná Paraná: Guarapuava (2005): -15% Bom nível tecnológico Ponta Grossa (2005): 5% O principal destino é o mercado industrial Curitiba (2005): -14,3% Região que já perdeu muito constituída por elevado número de pequenos e médios produtores. O in natura somente é comercializado no primeiro semestre. Fonte: SEAB/ águas 2005

19 MERCADO: SAFRA DAS ÁGUAS X SECA Cepea:

20 Dois ciclos de Análises Safra da seca/inverno (junho-novembro): Vargem Grande do Sul Itapetininga Sul de Minas Safra de Águas (dez-maio): Sul de Minas Guarapuava/Paraná (PR) Alto do Paranaíba/Triângulo (MG) Novas Regiões: Bahia/Brasília (principalmente no segundo semestre)

21 Safra da seca/inverno 2004 Melhores preços dos últimos quatro anos Causas: Estima-se redução na área cultivada em função dos péssimos preços obtidos na safra anterior. Quebra de safra atribuída as adversidades climáticas

22 Safra da seca/inverno 2004 Quanto a área: queda TRADICIONAIS: estável a queda: Sudoeste Paulista (estável) Sul de Minas (-16%) Vargem Grande do Sul: ha (-15%) NOVAS: aumento/queda: Brasília/Cristalina: ha (-16%) Bahia (Chapada): ha(43%) Fonte: Abba e Agentes de Mercado

23 Safra das secas/inverno nos últimos 4 anos (valor deflacionado) R$/sc de 50 Kg Atacado

24 Safra das águas: dez/03 maio/2004 Aumento de área cultivada: Todas as regiões elevaram suas áreas de cultivo Período de baixa qualidade Oferta irregular Preços foram baixos durante quase toda a safra O bons preços da safra anterior estimularam maior plantio A produção de Sul de Minas teve menor queda em relação ao ano anterior. Baixa demanda também refletiu nos preços A região que se saiu bem foi o Alto Paranaíba e Triângulo Mineiro que ofertaram no final da safra.

25 Safra das águas (valor deflacionado) R$/sc de 50 Kg

26 Perspectivas inicial para o primeiro semestre 2005: Safra das águas Perspectiva de queda de área cultivada: Sul de Minas: ha (-20%) Redução de área cultivada em função dos maus resultados obtidos na safra do ano anterior. Produtor descapitalizado.

27 Tendências & Mercado consumidor

28 Produção x Consumo (doméstico) Fonte: IBGE Consumo Disponível x Doméstico

29 Consumo domiciliar de batata Fonte: IBGE

30 Consumo domiciliar de batata (queda na renda) (busca por conveniência/fora de casa)

31 Consumo por classe de renda Consumo anual, rendimento mensal 1,800 1,600 1,400 1,200 1, Renda média real Fonte: IBGE 2004

32 Mercado consumidor brasileiro (década de 70 até hoje) QUEDA NO CONSUMO DOMÉSTICO FRESCO: O consumo, até 1987, praticamente, não apresentou variação de quantidade em relação a 1974, porém, desde 1987 a 2003 a quantidade adquirida reduziu seu patamar em 59%, passando de cerca de 13 kg para valor em torno de 5 kg. MUDANÇAS NO HÁBITO ALIMENTAR: Alimentação fora de casa O aumento da quantidade para consumo no domicílio de alimentos preparados é outro indicativo de mudança de hábitos, principalmente considerando que estes dados estão contextualizados nas principais áreas urbanas do País. O aumento contabilizado de 1974 a 2003 é de 216%, tendo sido de 99% entre a POF e a POF PROBLEMAS NO ORÇAMENTO: Chama atenção que cerca de 85% das famílias brasileiras referiram algum grau de dificuldade para chegar ao final do mês com o rendimento familiar.

33 Faturamento das principais categorias de congelados Categoria Jun-Jul/00 a Abr-Mai/01 Jun-Jul/01 a Abr-Mai/02 Jun-Jul/02 a Abr-Mai/03 01/02 02/03 Carne Congelada ,8 13,1 Pratos Prontos Congelados ,8 4,4 Carnes preparadas ,7 16,4 Salgado e Acompanhamentos ,1 14,4 BATATA CONGELADAS ,1 57,6 Vegetais congelados ,7 22,7 Pão de queijo congelado Fonte: ACNielsen

34 Volume vendido entre as principais categorias de congelados (em toneladas) Categoria Mai/01 Jun-Jul/01 a Abr-Mai/02 Jun-Jul/02 a Abr-Mai/03 01/02 02/03 Carne Congelada ,6 9,7 Pratos Prontos Congelados ,2 3,8 Carnes preparadas ,5 11,5 Salgado e Acompanhamentos BATATA CONGELADAS ,8 42,9 Vegetais congelados ,8 18,3 Pão de queijo congelado ,8 Fonte: ACNielsen

35 CONSIDERAÇÕES GERAIS MUDANÇAS NA ESTRUTURA PRODUTIVA: Ganho de escala e tecnologia agronômica Profissionalização comercial Concentração fundiária (expulsão do pequeno e médio que não se organizar/profissionalizar) PREÇOS: Tradicionais ciclos de capitalização/descapitalização Problema de um financiamento do setor (fluxo de cx) MUDANÇAS NO HÁBITO DE CONSUMO: Queda do consumo doméstico CONCLUSÃO: Maior ligação entre o setor produtivo e as mudanças de hábito do consumo

36 Temas importantes para melhoria na comercialização Boas Práticas Agrícolas (PIBatata) Rotulagem Diversificação de variedades Parcerias com os compradores para a promoção do produto (distribuir mais ao longo da cadeia o preço final) PLANO ESTRATÉGICO DE MARKETING PARA O SETOR

37 PASSO SIMPLES E IMPORTANTE: IMPORTÂNCIA DA ROTULAGEM E DIVERSIFICAÇÃO