Sr. Presidente da Assembleia Municipal, Srs. Deputados. Municipais, Srs. Vereadores, Sr. Presidente da Junta de

Transcrição

1 Sr. Presidente da Assembleia Municipal, Srs. Deputados Municipais, Srs. Vereadores, Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Serpins, Srs Autarcas, Entidades e Cidadãos de Mérito, representantes de Associações- em particular da Freguesia, Comunicação social, EFAPEL (Administração, Colaboradores). Minhas Senhoras e Meus Senhores, Comemoramos hoje, 5 de Outubro de 2014, a implantação da República em Portugal! Entendemos importante celebrar esta efeméride e é nossa convicção que o programa apresenta qualidade e confere dignidade à data.

2 Permitam-me que destaque a realização de uma parte do programa das Comemorações na Freguesia de Serpins que celebra este ano os 500 anos de atribuição do Foral Manuelino, não podendo deixar de salientar que os Forais foram uma relevante ferramenta para a autonomia dos territórios e para a construção das comunidades. Impõe-se também uma palavra de apreço e de reconhecimento à EFAPEL, que hoje justamente homenageamos com a Medalha de Mérito Concelhio. É uma marca de referência de Portugal no Mundo e um orgulho para todo o Concelho. Gostaria de agradecer à administração e a todos os colaboradores na pessoa do Eng.º Américo Duarte.

3 A forma consistente, inovadora e ousada como a EFAPEL foi crescendo é um exemplo para todos nós e por isso esta distinção é um ato de justiça a uma empresa que é merecedora de Parabéns e de votos de continuação de muito sucesso. Um homem e um projecto desta dimensão devem constituir um motivo de inspiração. Utilizando o exemplo da EFAPEL, gostaria de deixar, igualmente, uma palavra de apreço a todos dos empresários do Concelho, destacando o papel que têm tido no desenvolvimento do Concelho.

4 Sr. Presidente da Assembleia, Caras e Caros Lousanenses, O passar do tempo permite-nos hoje, passados 104 anos, olhar para a Primeira República com serenidade e distanciamento, avaliando objectivamente o seu importante legado. A revolução de 5 de Outubro de 1910 despertou um país adormecido e desgastado. O regime anterior dava sinais de cansaço, de desnorte e mostrava-se incapaz de encontrar soluções viáveis para o impasse em que o País mergulhara.

5 Infelizmente, passados 104 anos, há coisas que nos levam a concluir que nem tudo está como deveria estar ou como seria suposto estar. Vivemos uma situação que devido a diversos factores provoca descrença, desânimo, desconfiança. As elevadas doses de austeridade aplicadas aos Portugueses nos últimos anos têm significado fortes sacrifícios adicionais e revelaram entre outras coisas - a clara falta de sensibilidade e de conhecimento da realidade económica e social do nosso Portugal. A Coesão Social e a dignidade humana estão seriamente debilitadas!

6 É fundamental inverte esta trajetória, impõe-se uma política que de forma lúcida e com visão estratégica confira aos Portugueses motivos para acreditarem na recuperação e num futuro melhor, mas, acima de tudo, e principalmente nesta fase, para conseguirem viver o seu dia- a- dia com dignidade. É imperioso que os problemas estruturais sejam devidamente encarados e que se criem condições para que a economia possa retomar. A descrença que hoje é evidenciada pelos cidadãos e que em muito se deve ao facto de só verem e ouvirem medidas que tê a ver com a dívida, o défice, os cortes (na saúde, na educação, na esperança e digo eu nos sonhos) com os péssimos resultados que conhecemos faz com que seja aos

7 autarcas que os cidadãos exijam soluções e políticas públicas de promoção da coesão social e de desenvolvimento sustentável. Contudo, também as Autarquias estão cada vez mais condicionadas na sua actuação. Entendo mesmo que tudo o actual Governo tem feito para que as Autarquias não cumpram a sua missão! Após uma limitadora e fraca Lei dos Compromissos que até os próprio organismos do Estado têm dificuldade em cumprir -, as constantes diminuições das transferências diretas do Estado e aumento das competências e responsabilidades das Autarquias, o Governo continua a condicionar, de diversas formas, as Câmaras Municipais, nomeadamente através do Fundo de Apoio Municipal (FAM).

8 Este Fundo, criado para resgatar Autarquias em dificuldade financeira, obriga os Municípios - cujas contas se encontram equilibradas - a subscrever capital do Fundo durante 7 anos e que, no caso da Lousã significa um investimento total de cerca de (+/ /ano). São mais de que a Autarquia deixa de poder investir no Concelho, na qualidade de vida dos Munícipes e até na eventual redução de impostos municipais. Concordamos que terá que existir solidariedade! Contudo, mais uma vez, o Governo condiciona de forma muito relevante a acção Autárquica e obriga as Autarquias a contribuir para uma situação que é exclusivamente da sua responsabilidade.

9 Os organismos do Estado Central, que têm a responsabilidade de fiscalizar as autarquias sempre dispuseram de meios para o fazer e desde 2012 (LCPA) têm ainda mais, por isso, não se compreende que tenham permitido as situações que são conhecidas e que agora beneficiando claramente o infractor venham exigir colaboração a quem se esforçou por fazer uma gestão equilibrada. É injusto! Também referir que as Autarquias que vão recorrer a este Fundo vão ficar seriamente condicionadas na sua actuação e vão perder parte substancial da sua autonomia. Mais uma vez, o Poder Local Autárquico, que tem sido ao longo dos anos um factor de desenvolvimento, de proximidade aos cidadãos, assumindo na maior parte das vezes competências e responsabilidades do Estado (sem a

10 correspondente e justa transferência de meios financeiros), constata que tem no Governo uma barreira à sua actuação, estando já concretizada a privatização da gestão dos resíduos e aprovada a fusão dos sistemas multimunicipais de águas e saneamento que irão criar dificuldades financeiras adicionais aos municípios. Minhas Senhoras e Meus Senhores, É também colocando em prática o espírito republicano que definimos como prioridade da nossa actuação o investimento nas pessoas e na coesão social. Como já referi por diversas vezes, somos também afectados pela conjuntura macroeconómica.

11 Apesar das várias dificuldades- algumas já atrás referidas - reforçámos a nossa aposta nos apoios sociais directos e indirectos, sendo a nossa acção visível a vários níveis. Continuamos também a desenvolver e a aplicar o Projecto Educativo Concelhio. Este ano, com a reorganização da rede escolar, a comunidade lousanense encontrou uma nova realidade. A mudança apresenta sempre desafios e sempre assumimos que devido a vários factores não seria possível ter tido em pleno como gostaríamos no 1.º dia - mas temos estado no terreno para, lado a lado com a comunidade escolar, ir resolvendo as situações e importa referir que ao contrário do que é afirmado por alguns as coisas não foram feitas em cima do joelho e que o processo constituiu um exercício

12 democrático de envolvimento da comunidade e de participação cívica muito relevante (veja-se, por exemplo, o caso da freguesia de Serpins). A Nova Escola representa uma melhoria inequívoca ao nível infraestrutural. Mas além disso também investimos nos restantes estabelecimentos de ensino. O objectivo do Executivo Municipal é oferecer com a maior homogeneidade possível - a toda a comunidade escolar as melhores condições para que estas se adequem às melhores práticas pedagógicas e os nossos alunos possam obter a melhor e mais completa formação. Além do investimento em infraestruturas, prestamos apoio na aquisição de livros escolares, apoiamos o funcionamento dos ATL s e Prolongamentos de Horários, investimos no Ensino

13 Inclusivo, com uma especial atenção para os alunos com Necessidades Educativas Especiais / Multideficiências. Enfim, parece-me evidente que, temos feito tudo o que está ao nosso alcance para ter um ensino de qualidade no concelho, sendo também justo reconhecer a colaboração de todos os agentes educativos quer neste regresso às aulas, quer no contributo para a qualidade do ensino no Concelho. Caro Presidente da Assembleia, Caras e Caros Concidadãos, A educação e a formação dos jovens não é feita só nas Escolas. Reconhecemos o valioso papel que as Associações Culturais e Desportivas do concelho têm na formação dos cidadãos. É

14 por isso que, mesmo em tempos de dificuldades acrescidas que as Autarquias vivem, continuamos a apoiar, continuamos a investir, reconhecendo também o seu contributo para a integração social e reforço da identidade concelhia. Esta nossa aposta na formação cívica, cultural e desportiva, e no investimento nas pessoas é transversal à nossa acção em outras áreas, e balizada nos nossos objectivos de desenvolvimento sustentável para o concelho da Lousã. É por isso que vos digo com satisfação que o município e aqui se incluem todos os que activamente contribuem para este objectivo foi, pelo segundo ano consecutivo, galardoada com a Bandeira ECO XXI, prémio que reconhece as Autarquias desenvolvem ações conducentes a um

15 desenvolvimento sustentável, alicerçado na educação para a sustentabilidade e na defesa e proteção da qualidade ambiental. Se juntarmos a este prémio, o galardão de Autarquia + Familiarmente Responsável obtido em 2013, podemos afirmar que o nosso trabalho é reconhecido. Apesar do tempo de crise e de todos os constrangimentos financeiros que nos são impostos e que atrás vos referi temos feito um esforço por encontrar soluções para continuar a realizar investimentos que consideramos importantes para o concelho, sendo importante referir a importância da captação de apoios comunitários para a realização dessas obras.

16 Temos também continuado a apoiar de diversas formas - os empresários e potenciais empreendedores do concelho através do Gabinete de Apoio ao Empresário e Empreendedor, onde só este ano já recebemos e acompanhámos perto de uma centena de potenciais empreendedores e terão inicio as obras de qualificação e ampliação da Zona Industrial do Padrão. Apoiámos também, a criação da Associação Empresarial Serra da Lousã. Acreditamos que será uma mais valia para o concelho e em particular para o tecido empresarial e que contribuirá através do estabelecimento de parcerias, trabalho em rede, recolha e distribuição de informação e aproveitamento de oportunidades no próximo ciclo de apoios da União Europeia

17 - para criar as sinergias necessárias para o desenvolvimento integrado que desejamos. Caras e caros amigos, Os tempos não são fáceis. Em boa verdade, penso que nunca a Republica viveu tempos fáceis. A sua história é feita de avanços e recuos, económicos, sociais e políticos. Cabe-nos a nós, enquanto herdeiros da tradição republicana lutar para que os avanços e conquistas passadas não sofram ainda mais retrocessos, ao mesmo tempo que garantimos um futuro melhor para nós e para os mais novos. A todos nós, mas especialmente aos autarcas, gestores da Res Publica, da coisa pública, é-nos exigido rigor na gestão,

18 agilidade na análise, ponderação na decisão e certeza na acção. Continuar a honrar os valores republicanos será, certamente, continuar a construir um Portugal melhor, mais desenvolvido, mais justo! O nosso compromisso com a Lousã e com os Lousanenses é através de uma acção que honre os ideais republicanos, de uma liderança democrática, de uma estratégia clara e tendo como objectivo principal o investimento no capital humano contribuir para o desenvolvimento inclusivo e sustentável (social, económica e ambientalmente falando) e também, por isso, afirmo que temos trabalhado e que continuaremos a lutar por exemplo pela concretização do Metro Mondego.

19 O Governo tem que passar das palavras as actos e criar as condições para que o processo tenha continuidade com a maior rapidez possível. Viva Serpins! Viva a Lousã Viva a República! Viva Portugal! Obrigado