RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: CONCEPÇÕES DE ESTUDANTES DO CURSO DE PEDAGOGIA DA UNEB/CAMPUS XII
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1 RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: CONCEPÇÕES DE ESTUDANTES DO CURSO DE PEDAGOGIA DA UNEB/CAMPUS XII Autoras: Francielle Batista Vieira Fogaça; Leomarta Pereira Alves; Luciana Mônica Bastos da Silva Santos. Coautora: profa. Ms. Sandra Alves de Oliveira. Universidade Do Estado Da Bahia Departamento De Educação - CAMPUS XII GUANAMBI BA francegbi11@hotmail.com RESUMO Esse trabalho trata-se de uma pesquisa de campo desenvolvida na zona urbana da cidade de Guanambi, no qual buscou se analisar a concepção de graduandos do 7º semestre do curso de Pedagogia do DEDC XII sobre a resolução de problemas matemáticos. Tem como objetivos mostrar a importância da resolução de problemas para o ensino da matemática, identificar e analisar, por meio de questionários e grupo focal, as concepções reveladas por estudantes do curso de Pedagogia da UNEB - Campus XII acerca da resolução de problemas nos anos iniciais do ensino fundamental, verificar nas falas dos estudantes do curso de Pedagogia, se a formação matemática e o estágio supervisionado contribuíram para o desenvolvimento da resolução de problemas nos anos iniciais, e investigar a contribuição para o processo ensino-aprendizagem da matemática. Assim, muito se discute sobre a necessidade de melhorar o ensino de Matemática nas escolas públicas. Para que isso ocorra é fundamental que mude a maneira como é apresentada aos alunos e com isso será possível mudar a mentalidade que se têm a respeito dessa ciência, pois até hoje é vista por muitos alunos como uma matéria difícil, impossível de ser aprendida, mas tudo isso é em consequência da forma pela qual é apresentada. Em se tratando da resolução de problemas, percebe-se que uma das formas de tornar o ensino mais atraente e efetivo é através de renovações de métodos utilizados, levando o aluno a pensar matematicamente de forma criativa, fazendoo formular seus próprios conceitos. Palavras chave: Matemática, resolução de problemas, estratégias.
2 INTRODUÇÃO Ensinar matemática é desenvolver o raciocínio lógico, estimular o pensamento independente, a criatividade e a capacidade de resolver problemas. Professores como educadores matemáticos, devem procurar alternativas para aumentar a motivação para a aprendizagem, desenvolver a autoconfiança, a organização, a concentração, estimulando a socialização e aumentando as interações do indivíduo com outras pessoas. A resolução de problemas, raciocínio e comunicação matemática tem sido apontada como forma de desenvolver nos alunos a capacidade de pensar matematicamente. Um ensino da matemática, que dê ênfase a estes aspectos, requer que os professores adotem uma perspectiva dinâmica para a sua prática letiva, ajudando os seus alunos a construir um conhecimento matemático através de uma integração ativa de ideias e experiências. Ao querermos que o aluno comece a pensar matematicamente pretende-se que haja uma aprendizagem dos conceitos matemáticos através da resolução de problemas, deixando de preocupar-se tanto com os resultados e mais com os processos. A Matemática é, sobretudo, saber fazer: é uma ciência na qual o método predomina sobre o conteúdo. O desenvolvimento deste trabalho tem como objetivos mostrar a importância da resolução de problemas para o ensino da matemática, identificar e analisar, por meio de questionários e entrevista semiestruturada, as concepções reveladas por estudantes do curso de Pedagogia da UNEB - Campus XII acerca da resolução de problemas nos anos iniciais do ensino fundamental, verificar nas falas dos estudantes do curso de Pedagogia, se a formação matemática e o estágio supervisionado contribuíram para o desenvolvimento da resolução de problemas nos anos iniciais, e investigar a contribuição para o processo ensino-aprendizagem da matemática. Durante o estágio percebemos que os professores que ensinam matemática tem algumas dificuldades para trabalhar os conteúdos e que a matemática ainda é utilizada de maneira tradicional, não levando o aluno a desempenhar suas atividades de forma prazerosa, pois não são usados recursos que dêem ao aluno a possibilidade de gostar da disciplina, causando a dificuldade para compreensão e o baixo rendimento.
3 O interesse pela temática da pesquisa surgiu a partir das vivências com a matemática na nossa trajetória acadêmica e no estágio supervisionado em turmas da educação infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental, tendo como base as concepções de alunos que atuam ou não como professores e a contribuição desse ensino para a formação desses educandos acerca da resolução de problemas. Com esse trabalho temos o interesse em analisar as concepções de estudantes do curso de pedagogia do 7º semestre matutino e noturno sobre a resolução de problemas de matemática e suas inquietações acerca do ensino/aprendizagem. Neste sentido, para SILVA apud Onuchic (1999), nem sempre os professores estão aptos para operacionalizar tais recomendações e isso pode ocorrer quando eles conservam crenças sobre a matemática e sobre seu ensino e aprendizagem, que mostram uma prática docente orientada por um caráter elitista pela formalização precoce dos conceitos e pela excessiva mecanização dos procedimentos. De acordo com Vila e Callejo (2006, p.18), propõe-se o abandono da prática tradicional de resumir os resultados matemáticos desejados em forma de habilidades, conceitos e aplicações, pedindo que esses façam parte de propósitos gerais da resolução de problemas e da comunicação. Muito se discute sobre a necessidade de melhorar o ensino de Matemática nas escolas públicas. Para que isso ocorra é fundamental que mude a maneira como é apresentada aos alunos e com isso será possível mudar a mentalidade que se têm a respeito dessa ciência, pois até hoje é vista por muitos alunos como uma matéria difícil, impossível de ser aprendida, mas tudo isso é em conseqüência da forma pela qual é apresentada. Em se tratando da resolução de problemas, percebe-se que uma das formas de tornar o ensino mais atraente e efetivo é através de renovações de métodos utilizados, levando o aluno a pensar matematicamente de forma criativa, fazendo-o formular seus próprios conceitos. Entre as mudanças faz-se necessário que o ensino deva ser mais voltado para a realidade dos alunos, ser menos teórico e mais prático.
4 METODOLOGIA A partir das nossas reflexões, inquietações e interesses para desenvolver esta pesquisa, conforme apresentados na introdução desse trabalho, definimos como questão norteadora da pesquisa: Quais as concepções reveladas por estudantes do curso de Pedagogia da UNEB - Campus XII acerca da resolução de problemas nos anos iniciais do ensino fundamental? Os objetivos delimitados para este estudo são: Identificar e analisar, por meio de questionários e entrevista semiestruturada, as concepções reveladas por estudantes do curso de Pedagogia da UNEB - Campus XII acerca da resolução de problemas nos anos iniciais do ensino fundamental Verificar, nas falas dos estudantes do curso de Pedagogia, se a formação matemática e o estágio supervisionado contribuíram para o desenvolvimento da resolução de problemas nos anos iniciais. Investigar se a resolução de problemas nos anos iniciais contribuem para o processo ensinoaprendizagem da matemática. Abordagem metodológica da pesquisa Esta pesquisa foi desenvolvida na zona urbana da cidade de Guanambi-Ba, e pretende abarcar um estudo com abordagem qualitativa. Como informa Teixeira (2002, p. 137) na pesquisa qualitativa o pesquisador procura reduzir a distância entre a teoria e os dados, entre o contexto e a ação [...], no qual possibilitará um estudo mais aprofundado sobre a resolução de problemas, na concepção de estudantes do curso de Pedagogia do DEDC XII. Tipo de abordagem Trata-se de uma pesquisa com método de procedimento voltado para uma investigação de campo, segundo Ruiz: A pesquisa de campo consiste na observação dos fatos tal como ocorrem espontaneamente, na coleta de dados e no registro de variáveis presumivelmente relevantes para ulteriores analises. Esta espécie de pesquisa não permite o isolamento e o controle das variáveis supostamente relevantes, mas permite o estabelecimento de relações constantes entre determinadas condições (2002, p.50).
5 Sujeitos pesquisados Para compor a amostra da pesquisa, foram selecionadas duas turmas de Pedagogia que estavam cursando o 7º semestre do referido curso. Logo após, aplicamos o questionário referente às concepções desses graduandos sobre a resolução de problemas matemáticos. Em seguida selecionamos 12 graduandos para participar do grupo focal, tendo em vista o diálogo sobre a resolução de problemas. Critérios para escolha dos sujeitos pesquisados O critério para escolha dos sujeitos não se deu ao acaso, mas foram selecionados como amostra aquelas pessoas que vivenciaram a resolução de problemas em sua trajetória de vida, a fim de entender as suas concepções acerca dessa temática. Instrumentos de coleta de dados Como instrumento de coleta de dados foram utilizados questionários, com perguntas semiestruturadas, além de grupo focal para esclarecer como é trabalhada a resolução de problemas, na concepção de graduandos do 7º semestre de Pedagogia. CONCLUSÃO Diante das dificuldades que a educação tem enfrentado, a construção de um conhecimento dinâmico e motivador tornam-se um desafio cada vez maior. É preciso encontrar novos caminhos na tentativa de elaborar propostas que articulem questões atuais ao conteúdo tradicional como, por exemplo, a produção em sala de aula interagindo com a sociedade, onde os alunos passam a discutir e não simplesmente reproduzir conteúdos. Para que isso ocorra no cotidiano da sala de aula, faz-se necessário, incorporarem-se os contextos do dia a dia, as experiências da criança no desenvolvimento das noções matemáticas, sem, no entanto esquecer que a escola pode possibilitar que o aluno além do que parece saber, tentando entender como ele pensa, que conhecimento ele traz de sua experiência cotidiana e fazer as interferências necessárias para levar o aluno a ampliar suas noções matemáticas, assim facilitando na resolução de problemas matemáticos.
6 É necessária uma ação conjunta no sentido de viabilizar esta e outras metodologias em sala de aula. Os professores precisam refletir acerca de seu papel, mantendo-se sempre atualizados, buscando novas alternativas de ensino, para que possam garantir ao aluno uma aprendizagem significativa. Trabalhar diferentes métodos de ensino em sala de aula leva a criança a procurar descobrir a importância de seus múltiplos usos, ao mesmo tempo, que as ideias matemáticas são aprendidas. É possível observar que, professores de matemática reflexivos tornam a atividade prática compreensiva, enxergando possibilidades e limitações dos conteúdos explorados em sala de aula, ressaltando a importância do aluno, além de compreender a matemática por meio do seu próprio raciocínio através da resolução de problemas. De acordo com Serrazina (2005, p. 307) é fundamental discutir que conhecimento matemático os professores precisam ter para ensinar nos primeiros anos de escolaridade [...], não esquecendo que estes professores são professores generalistas que ensinam todas as disciplinas. Participar de uma formação consistente possibilita apropriar dos conhecimentos teóricos e práticos no processo ensino e aprendizagem da matemática. Nessa perspectiva, percebemos que esses conhecimentos contribuíram na prática da metodologia da resolução de problemas no estágio supervisionado realizado pelos estudantes do 7º semestre do curso de Pedagogia do Campus XII da UNEB. Portanto, o processo da formação foi importante porque valorizou os saberes e aprendizagens dos estudantes/futuros professores e outros foram construídos e reconstruídos nas atividades realizadas nos encontros formativos. O grupo de estudantes participantes da pesquisa considera a resolução de problemas como uma metodologia de ensino-aprendizagem da matemática visto que, proporciona aos alunos elaborar estratégias de resolução de problemas, buscar novas fórmulas, caminhos ou meios que o leve a aprendizagem. Também ressaltam que essa metodologia torna as aulas de matemática mais desafiadoras e significativas. Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Matemática apontam a resolução de problemas como ponto de partida das atividades matemáticas e do processo ensinoaprendizagem desse componente curricular. Desse modo, conceitos, ideias e métodos matemáticos devem ser abordados mediante a exploração de problemas, ou seja, de situações em que os alunos precisem desenvolver algum tipo de estratégia para resolvê-las. (BRASIL, 1997,
7 p. 32). Dentre os caminhos para se fazer matemática destacamos a metodologia da resolução de problemas. Os estudantes do 7º semestre do curso de Pedagogia do Campus XII da UNEB, participantes desta pesquisa, enfatizaram nas suas colocações no grupo focal e nas respostas apresentadas no questionário, as contribuições da metodologia da resolução de problemas no processo de ensino-aprendizagem da matemática nos anos iniciais do ensino fundamental. Para implantação de novas propostas metodológicas é necessário que o estudante/futuro professor vivencie teoricamente e na prática o que sugere cada proposta matemática. Desse modo, os cursos de formação devem possibilitar aos professores e estudantes/futuros professores a vivência de novas propostas metodológicas no percurso dos encontros formativos. REFERÊNCIAS BOGDAN, R.; BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Tradução de Maria João Alvarez, Sara Bahia dos Santos e Telmo Mourinho Baptista. Portugal: Porto, BORRALHO, A. Resolução de problemas: uma perspectiva para abordar o ensino/aprendizagem da Matemática. Em, A. Borralho e M. Borrões (Eds.), Ensino/Aprendizagem de Matemática: Algumas perspectivas metodológicas. Évora: Universidade de Évora, p BORRALHO, A. O Ensino da resolução de problemas de Matemática por parte de futuros professores: relações com a sua formação inicial. Em, D. Fernandes, F. Lester, A. Borralho & I. Vale (Eds.), Resolução de problemas na formação inicial de professores de Matemática Múltiplos conceitos e perspectivas (pp ). Aveiro: GIRP, BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: matemática. Brasília, D. F : MEC/SEF, BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: matemática 1º e 2º ciclos. Brasília: MEC/SEF, CAVALCANTI, C. T. Diferentes formas de resolver problemas. In: SMOLE, K. C. S.; DINIZ, M. I. S. V. (Orgs.). Ler, escrever e resolver problemas: habilidades básicas para aprender matemática. Porto Alegre: Artmed, 2001, p CARVALHO, M. Problemas? Mas que problemas?!: estratégias de resolução de problemas matemáticos em sala de aula. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.
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