Palavras-chave: Laboratório do Ensino de Matemática, Ludicidade, Aprendizagem.

Transcrição

1 1 LUDICIDADE, ENSINO E O SER MATEMÁTICO: CONTRIBUIÇÕES DO JOGO PARA O ENSINO DE POTÊNCIAS Sivonete da Silva Souza Universidade do Estado da Bahia Uneb (Campus IX) netsouza20@hotmail.com Américo Junior Nunes da Silva 1 Universidade do Estado da Bahia Uneb (Campus IX) amerjun2005@hotmail.com Resumo O presente relato apresenta uma experiência desenvolvida na disciplina de Laboratório do Ensino da Matemática I, do curso de Licenciatura em Matemática da Universidade do Estado da Bahia Uneb, Campus IX, que objetiva: i) analisar as influências do lúdico como instrumento facilitador no ensino-aprendizagem da matemática; ii) desenvolver nos alunos a capacidade de reflexão e tomada de decisão, de raciocínio lógico e de trabalhar coletivamente, além do respeito, as regras do jogo e ao sujeito participante da ação lúdica e, iii) desmistificar a matemática e mostrar os alunos que ela pode ser divertida e desafiadora. A atividade microinvestigativa desenvolvida levou-nos a perceber que uma atividade lúdica conduz o aluno a não ter medo do conteúdo e aproxima-os da matemática, vendo-a como um desafio e importante no dia a dia. Palavras-chave: Laboratório do Ensino de Matemática, Ludicidade, Aprendizagem. Objetivos O presente trabalho objetiva abordar um processo de microinvestigação proposto na disciplina de Laboratório do Ensino da Matemática I, do curso de Licenciatura em Matemática da Universidade do Estado da Bahia Uneb, Campus IX, visando: i) analisar as influências do lúdico como instrumento facilitador no ensinoaprendizagem da matemática; ii) desenvolver nos alunos a capacidade de reflexão e tomada de decisão, de raciocínio lógico e de trabalhar coletivamente, além do respeito, as regras do jogo e ao sujeito participante da ação lúdica e; 1 Professor da Universidade do Estado da Bahia; coordena o Laboratório de Estudos e Pesquisas em Educação Matemática e ministra a disciplina de Laboratório do Ensino de Matemática; orientador deste trabalho.

2 2 iii) desmistificar a imagem que a matemática possui e mostrar aos alunos que ela pode ser trabalhada de forma divertida e desafiadora. Espaço/Comunidade e Público Alvo O trabalho de microinvestigação foi realizado em uma turma do 6º ano do Ensino Fundamental em uma instituição de ensino da esfera Municipal da cidade de Barreiras-Bahia. A turma possui 24 alunos matriculados e no PPP de 2009, disponibilizado pela equipe gestora, apresenta que a escola tem doze salas de aula, cantina, sala de professores, almoxarifado, secretaria, direção e sala de coordenação. Atende uma total de 764 alunos, dentre eles turma de Jovens e Adultos - EJA. A escola não dispõe de um espaço que funcione o Laboratório de Ensino de Matemática (LEM). Alguns autores como Rêgo e Rêgo (2009), relatam a importância de ter acesso a um Laboratório e recomendam que as instituições de ensino, constituam esse espaço que visa ampliar a linguagem e a comunicação de ideias matemática. Metodologia A microinvestigação foi realizada buscando resposta para a seguinte problemática: o jogo pode ser um instrumento facilitador no ensino aprendizagem?. Trata-se de um trabalho de abordagem qualitativa e de caráter de atividade de campo. Primeiramente foi feito um trabalho de diagnose do espaço escolar, objetivando conhecer a realidade do grupo a ser pesquisado. Realizamos um levantamento das dificuldades dos alunos no conteúdo trabalhado e posteriormente pensamos no que poderia ser feito como proposta de intervenção. Em seguida pesquisamos e reproduzimos o jogo pescaria de potência [por considerá-lo uma proposta adequada para o grupo] com o objetivo de formar pares, potências e números inteiros. A atividade foi dividida nas seguintes etapas: 1 ) observações da dinâmica da escola e da sala de aula; 2 ) Pesquisa de um jogo que se adequasse a realidade observada e, 3 ) aplicação e validação da proposta, contemplado o conteúdo que estava sendo trabalho pela professora. Durante a terceira etapa, apresentada anteriormente, os alunos foram divididos em dois grandes grupos e depois dividido em 6 duplas. Explicaram-se as regras do jogo,

3 3 para após iniciarmos a manipulação do mesmo. Vale destacar que durante a manipulação observava-se a construção do conhecimento matemático a partir da atividade lúdica proposta. Período de execução A presente experiência foi vivenciada durante o semestre letivo de , ou seja, de julho a dezembro do respectivo ano. Resultados parciais A atividade de microinvestigação desenvolvida evidenciou a importância das ferramentas lúdicas no processo de ensino-aprendizagem, ao tempo que mostrou a importância da mesma no desenvolvimento do pensamento lógico-matemático. Foi possível observar, principalmente no momento de vivência da atividade lúdica que os alunos superavam as barreiras criadas e se envolviam no que era proposto. Ficou claro a contribuição de dada atividade para que os alunos vissem essa disciplina de forma diferente do que antes era apresentado, principalmente durante o período de observação. Os erros cometidos foram analisados com o objetivo de sanar as dificuldades dos alunos em relação ao conteúdo de potenciação. A atividade lúdica além de identificar as dificuldades dos alunos, pois para participar da atividade, já que foi condição sine qua non a liberdade em querer ou não participar, auxiliava os estudantes a sentirem-se mais motivados e livres para apontar as deficiências no conteúdo abordado. Outros pontos visíveis durante a manipulação era curiosidade e o prazer na manipulação, o que de certa forma contribui para o processo de aprendizagem. Tudo isso nos levou a acreditar que uma atividade lúdica conduz o aluno a não ter medo do conteúdo e os aproximam da matemática, vendo-a como um bom desafio e reconhecendo importância no dia a dia e sua contribuição para as outras ciências. Dessa forma, pensamos que atividades diferenciadas devem ser propostas, mostrando que as aulas podem ir além do simples quadro-negro e giz. De modo geral, segundo relatos dos próprios alunos, eles compreenderam os conteúdos e acharam a aula divertida, como evidencia um aluno ao afirmar que com o lúdico foi capaz de entender melhor: gostei de brincar com os números e aprendi mais um pouco matemática, o jogo estimula mais a gente, até porque amanhã vai ter

4 4 avaliação aí ajudou mais. Referencial teórico O ensino-aprendizagem por meio de jogos permite que os estudantes adquiram conhecimento matemático. Segundo o PNC, (BRASIL, 1998) o aluno deve sentir- se seguro da própria capacidade de construir o conhecimento matemático, como ele faz no seu dia a dia, analisando fatos e tirando sua própria conclusão. O jogo é importante na Educação Matemática, pois estimula os alunos a aprenderem de forma prazerosa e divertida, permitindo que os educadores detectem problemas reais. Friedman (1996, apud SANTOS; JESUS, ano desconhecido, p. 3) considera que: Os jogos lúdicos permitem uma situação educativa cooperativa e interacional, ou seja, quando alguém está jogando está executando regras do jogo e ao mesmo tempo, desenvolvendo ações de cooperação interação que estimulam a convivência em grupo. A aprendizagem matemática ocorre com significado quando o aluno se depara com situações que exijam investigação, empenho e reflexão e atividade lúdica também pode possibilitar essa aprendizagem, de forma que ele encontre no jogo prazer. De acordo com o Brasil (1998, p. 40) A situação problema é ponto de partida da atividade matemática e não a definição. No processo ensino aprendizagem, conceitos, ideias e métodos matemáticos devem ser abordados mediante a exploração de problemas, ou seja, de situações que em que os alunos precisem desenvolver algum tipo de estratégia para resolvê-las. Em uma definição mais ampla de jogo pode-se ver que este vem sendo usado no ensino de matemática há muito mais tempo do que se imagina. De forma clara, sobre ação do brincar, Vigotsky (1998. apud MARIM. V e BARBOSA, A.C. 2010) afirma que: Afirma que através do brinquedo a criança aprende agir numa espera cognitivista, sendo livre para determinar suas próprias ações. Segundo ele, o brinquedo estimula a curiosidade e autoconfiança, proporcionando desenvolvimento da linguagem do pensamento, da concentração e da atenção. Segundo Lorenzato (2010), nos últimos séculos, os jogos e as brincadeiras têm sido foco de estudos e pesquisas devido a importância manifesta no processo de ensino-

5 5 aprendizagem, comprovando a importância dos mesmos para o desenvolvimento infantil. Sendo assim é da natureza da criança que ela brinque, para isso não é preciso que se prenda em regras. Assim o professor deve preparar suas aulas com a utilização de jogos explorando o potencial do jogo, de maneira que possa analisar a metodologia adequada ao tipo de trabalho, jogos que seja adequado aos conteúdos que pretende trabalhar. Referências MARIM. V.E e BARBOSA, A.C.I. Jogos Matemáticos: Uma proposta para o ensino das operações elementares. In: OLIVEIRA, Cristiane Coppe. MARIM. Vlademir Org.)Educação matemática: Contextos e práticas docentes. Campinas. SP: Editora Alínea, SANTOS, E. A. C. J,: EMEB. Basiliano do Carmo O lúdico no processo ensinoaprendizagem. Acessado em 24/11/2013. Disponível em < REGO. R. M. e REGO. R. G. Desenvolvimento didático e seus usos no ensino de matemática. In: LORENZATO, Sergio (org.).o laboratório de ensino de matemática na formação de professores.3. Ed. Campinas, SP: Autores associados. LORENZATO. S. Laboratório de ensino de matemática e matérias didáticos manipuláveis. In:Sergio (org).o laboratório de ensino de matemática na formação de professores. 3 ed. Campinas.SP: autores Associados 2010.