Tiago. Diana. Somos uma mistura de pais modernos com valores tradicionais. RÉVEILLON Destinos memoráveis para a chegada de 2015 {ENTREVISTA} {JAPÃO}

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1 NOV DEZ 2014 distribuição gratuita {ENTREVISTA} MINISTRO ADJUNTO POIARES MADURO {JAPÃO} O IMPACTO DO SUICÍDIO NA TERRA DO SOL NASCENTE {ESTADO ISLÂMICO} AMEAÇA CRESCENTE AO MUNDO OCIDENTAL {THE LOVE SCHOOL} APRESENTADORES DA TV RECORD ENCHEM ARENA DE WEMBLEY Diana Tiago RÉVEILLON Destinos memoráveis para a chegada de 2015 Pág. 46 Somos uma mistura de pais modernos com valores tradicionais

2 COORDENAÇÃO GERAL Leandro Maquinez MEDITATIO 04 6 A raiz da força PUBLISHER Belmira Antunes Branco REDAÇÃO PANORAMA Ana Rita Dinis Daniela Carrilho Virginia Galván 06 6 Terrorismo 6 Estado Islâmico COPY DESK Nuno Estêvão PÚBLICO COLABORARAM NESTA EDIÇÃO: 10 6 Sociedade 6 Diana & Tiago Observado o Acordo Ortográfico Design e paginação Ana Gaspar Ângela Correia Edir Antunes Hélio Mateus Rui Lança Samuel Pereira Texto Inês Carranca Nuno Estêvâo Sara Veloso Vânia Mateus Colunistas Andressa Heimbecher Soares César Carreira Ribeiro José Rodrigues Branco Fotografia de Capa Carlos Ramos MARKETING Ana Paula Braga marketing@recordeuropa.com APOIO INTERNACIONAL Luana Miranda DIREÇÃO COMERCIAL Deolinda Pinheiro comercial@recordeuropa.com SITE E REDES SOCIAIS recordeuropa.com TIRAGEM GERAL exemplares Encarte nos principais jornais de Portugal IMPRESSÃO LIDERGRAF Rua do Galhano, Vila do Conde Portugal DEPÓSITO LEGAL /11 INSCRIÇÃO NA ERC PROPRIETÁRIA E EDITORA Rede Record de Televisão Europa, S.A. Rua Mártires de Timor, n.o 34 Quinta Figo Maduro Prior Velho Portugal tvrecord@recordeuropa.com A revista SHARE MAGAZINE e a sua proprietária não se responsabilizam pelos serviços e produtos anunciados, nem pelo teor das ideias onde eventualmente esses produtos ou serviços sejam fundamentados. Também não se responsabiliza por conceitos e opiniões emitidos por colaboradores e entrevistados, os quais não refletem necessariamente a opinião dos diretores e editores. do ano, deslumbre com todo o esplendor do glamour parisiense Discurso direto 18 6 Vidas 6 Milhões e Milhão 20 6 Entrevista 6 Ministro Adjunto 6 Poiares Maduro 25 6 Planeta Record 6 Entrevista 6 Roberta Piza 6 Programação 28 6 Mundo 6 Era de superação 6 no Brasil 6 Crónica: Cultura 6 de responsabilidade 6 Suécia vende 36 caças 6 à Força Aérea Brasileira 6 Japão: O suicídio na 6 terra do Sol Nascente 34 6 Economia 6 Breves 6 Crónica: Leitura 6 recomendada VIDA 38 6 Saúde 6 Hipertensão 6 Diabetes 6 Crónica: Efeito 6 sanfona 42 6 Sabores 6 Peru recheado 44 6 Em foco 6 The Love School reúne 6 milhares em Londres 46 6 Destinos 6 Réveillon inesquecível 48 6 Cultura 6 Agenda 6 Jane Austen 49 6 Tendências 6 Deslumbre na 6 última noite do ano 6 Diz-me o que vestes 06 Révellion O vírus letal está a deixar as autoridades sanitárias internacionais em alerta máximo. novembro/dezembro 2014 EDIÇÃO #16 49 Tendências Na última noite 3

3 MEDITATIO Originou-se nos EUA, teve início em 1929, e foi considerada a pior e a mais longa recessão económica do século XX - a Grande Depressão. Nos EUA teve efeitos catastróficos: altíssimos índices de desemprego (cerca de 30%); falência da produção industrial; racionamentos diversos; instituições bancárias faliram; a miséria instalou-se no país. Famílias tiveram de vender seus bens para poderem alimentar-se. Uma década da mais dura crise, que também afetou a Europa e várias cidades do mundo, dando origem ao caos. Na tentativa de compreender e explicar o efeito devastador, os entendidos do Congresso americano passaram anos a desenvolver teorias. O país dividiu-se e ninguém acreditava em mais nada. O clima de desconfiança e falhanço estava espelhado na cara das pessoas. Era cada um por si. É incrível como, nestas horas, os académicos, mestres individualistas, sábios formadores de opinião com cadeiras cativas em debates, e experts da economia, servem para nada! Todos juntos, prostrados e impotentes face à situação. É possível imaginar a oposição daquele tempo usando as prerrogativas como discurso para derrotar o Governo apenas para autopromover-se, ainda que não tivesse qualquer solução para o problema. Um dia destes, vi um anúncio em que os autores defendiam a extinção do euro e o regresso ao escudo. Estavam a culpar uma moeda pela atual falta de unidade e competitividade de Portugal? Qualquer semelhança entre estes factos é mera coincidência. Enfim, a pergunta dos istock.com/antrey A RAIZ DA FORÇA americanos era: O que fazer para sair desta crise? Que estratégia adotar? Anos passaram até ao início da II Guerra Mundial, em 1939, que envolveu, de forma direta, mais de 100 milhões de pessoas e 30 países. De uma forma, a Grande Depressão serviu para os americanos aprenderem a perseverar e, quando forçados para a guerra, criou-se um senso de união como nunca antes visto. Roosevelt, o então presidente americano, diriam alguns, poderia até não ser um bom administrador, mas era, com certeza, um grande líder. Autorizou a construção de navios, material bélico, veículos e de 50 mil aviões, uma capacidade anual que parecia irreal. Na verdade, chegaram a produzir 96 mil aeronaves por ano, para vários países! Um boom económico sem precedentes! Novas tecnologias foram criadas para transformar matérias-primas (metais, borracha, etc). Mais de 15 milhões de americanos serviam o exército do seu país que, antes, estava dividido e solitário e agora demonstrava forte coesão, com todos os Estados verdadeiramente unidos e sem individualismos. É um paradoxo, sim, porém, até hoje, muitos estudiosos dizem que a guerra salvou os EUA! Não a guerra em si, mas a unidade sem precedência que foi por ela gerada. O regozijo americano instalou-se e a bandeira dos EUA tornou-se um elemento obrigatório nas entradas das casas. Logo após, foram introduzidos novos modelos económicos e um reformado sistema social que, pelas oportunidades que proporcionava, ficou conhecido pelos estrangeiros como American Dream! A solução não veio com estudos complicados, nem com interesses próprios, mas, sim, veio da unidade em derrotar o individualismo! A crise, ainda que promova o medo e a insegurança, não pode ser um condutor que leve pessoas e empresas a fecharem-se, impedindo a unidade. Grande erro! Se o mundo ficou pequeno, imagine um grupo que se autoanula ou se isola? Temos de somar e não dividir! Vejo grandes oportunidades em Portugal, porém algumas atrasadas por grupos que pararam no tempo, por insistirem nos seus individualismos. O individualismo amarga caminhos ruins e sempre morre na solidão. Amo este País e creio, piamente, no seu potencial. Isto não é palavra apenas, pois em 2014 fizemos um investimento ímpar, inaugurando, em Portugal, a mais moderna sede da TV Record. Hoje, temos atores portugueses contratados pela TV Record para o núcleo de novelas no Brasil, sendo que oportunidades de produção lusófona como esta podem ser melhor exploradas e ampliadas. Transmitimos, através de Portugal, vários canais com emissões independentes para diferente países. Adquirimos equipamentos e tecnologia de última geração. Lançámos o canal em HD e dezenas de novos colaboradores foram, este ano, contratados para se unirem à nossa equipa de sucesso. Sou grato a todos eles, pois as pessoas que formam esta unidade são o maior bem que a TV Record possui. O meu apreço é para todos os colaboradores da TV Record. Aos nossos telespectadores, toda a equipa da TV Record agradece o carinho com que recebem, diariamente, o árduo e prazeroso trabalho da nossa programação, que é realizada sempre a pensar em si. Que venha o novo ano! Marcelo Cardoso CEO da Rede Record de Televisão Europa 4

4 PANORAMA O grupo sunita, que se autoproclama Estado Islâmico, é a organização extremista mais rica, poderosa e temida do mundo. Estima-se que tenha mais de 100 mil combatentes e pretende constituir um califado, planeando a conquista de vários países. Mestre na utilização das redes sociais, chocou o mundo com execuções de vários civis. Apesar do terror gerado, a mensagem do Estado Islâmico tem atraído inúmeros adeptos ocidentais, entre eles mais de uma dezena de cidadãos portugueses. texto Inês Carranca 6 7 istock.com/zabelin

5 PANORAMA terrorismo CALIFADO ISLÂMICO Espaço que o Estado Islâmico quer conquistar até 2020 Dia 20 de agosto de O mundo fica a conhecer a exata dimensão da crueldade do, até então desconhecido, Estado Islâmico. Na Internet surge um vídeo com James Foley, jornalista norte-americano sequestrado na Síria em novembro de 2012, ajoelhado. As imagens mostram, também, um homem vestido de negro, armado com uma faca que, com um sotaque britânico perfeito, antecipa que o que está prestes a acontecer é uma mensagem inequívoca para Barack Obama, em resposta aos ataques aéreos dos EUA no Iraque. De seguida, o carrasco decapita James Foley. Com este desfecho bárbaro, a violência do Estado Islâmico extrapola as fronteiras do mundo árabe, atingindo, através da execução de um dos seus cidadãos, um velho inimigo: o Ocidente. {Quem são e o que pretendem?} O Estado Islâmico é um grupo extremista sunita, que nasceu no final da década de 1990 sob a liderança de Al-Zarqawi, guerrilheiro que se tornaria no líder da Al-Qaeda no Iraque e braço direito de Osama bin Laden. Com a morte de Al-Zarqawi, pela aviação americana em 2006, o poder do grupo extremista sofre forte revés e é nessa altura que se torna indepen- -dente e se autoproclama Estado Islâmico. Em maio de 2010, Abu al Baghdadi assume a liderança do grupo, cujo objetivo principal é formar um califado. Um mapa, colocado pelos jiadistas - partidários do jiadismo, ou seja, combatentes do Islão - nas redes sociais, mostra que, até 2020, Portugal é um dos países a ser conquistado. O grupo proclama que os xiitas infiéis merecem morrer; aos não muçulmanos permite-se a hipótese de conversão, caso contrário serão mortos. {Quem se junta a esta jiade?} Há pelo menos três mil jiadistas europeus que se juntaram ao Estado Islâmico - número que, entretanto, aumentou com a intensa propaganda veiculada pelo grupo. São normalmente emigrantes de segunda ou terceira geração, de países de origem muçulmana, que não se reconhecem na cultura dos pais e dos avós e que tendem a não se inserir, na totalidade, na cultura anfitriã. Nestes casos, a permeabilidade a um 'pack' identitário que lhes é fornecido é muito grande. Estes grupos providenciam-lhes uma identidade que lhes dá uma noção de pertença e, acima de tudo, a noção de que fazem parte da 'ponta de uma espada', de uma vanguarda iluminada, explica Felipe Pathé Duarte, porta-voz do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo. As autoridades portuguesas estimam que, pelo menos, doze portugueses se tenham juntado a este grupo extremista. {Qual a origem do dinheiro?} Faturam entre dois a três milhões de dólares (de 1,5 a 2,4 milhões de euros, aproximadamente) por dia. Dinheiro que vem da exploração de petróleo e posterior venda no mercado negro; de resgastes exigidos pelo grupo; de extorsão; e, até, de impostos que recolhem nas zonas sob o seu domínio. Estima-se que sejam a organização terrorista mais rica do mundo e a sua vitalidade económica permite a conquista fácil de novos territórios. Fortemente armados - e classificados pelos serviços secretos ocidentais como surpreendentemente bem organizados -, há a convicção de que todos os combatentes estrangeiros recebam um salário. Para além disso, o grupo extremista domina vários locais históricos do Iraque e vende as peças saqueadas para angariar dinheiro. {Al-Qaeda vs Estado Islâmico} Embora a Al-Qaeda tenha sido a casa-mãe do Estado Islâmico, são muitas as diferenças entre estes dois grupos terroristas. A principal é, sem dúvida, a violência. O Estado Islâmico tem gente mais jovem, mais agressiva, que dá a entender que tem de provar qualquer coisa e, como tal, aproveita eventuais brechas securitárias para avançar. Estamos a falar de um cão raivoso à solta, afirma Felipe Pathé Duarte. Para além da agressividade e da violência, a segunda grande diferença é a maneira como o Estado Islâmico divulga as suas ações. A propaganda feita pelo grupo extremista dissemina-se, rapidamente, pelo mundo inteiro através da Internet. {Especialistas das redes sociais} Por muito violentos que sejam os vídeos publicados por estes radicais sunitas, a verdade é que se tornaram virais e são vistos por milhões de pessoas. São já quatro as decapitações filmadas na íntegra e globalizadas através da web. O Estado Islâmico tem-se revelado, ao longo dos tempos, um mestre das redes sociais. Com várias contas no YouTube, para nunca ficarem offline, alimentam o Facebook com publicações sucessivas, nas quais mostram as várias conquistas e movimentações do grupo, e, no Twitter, criam hashtags - palavras-chave associadas a determinado conteúdo para facilitar uma ATAQUES AÉREOS O porta-aviões USS George H.W. Bush, localizado nas águas do Golfo Pérsico, serviu de base para os caças americanos que lançaram, no Iraque, ataques aéreos sobre posições terrestres do Estado Islâmico. Lusa Território atualmente ocupado Território a conquistar {Fonte} Redes sociais do Estado Islâmico (Informação baseada em mapa publicado online) pesquisa na Internet - que se tornam também virais. Para além disso, o grupo criou a The Dawn of Glad Tidings, uma aplicação para telemóveis que lhe dá notícias da Síria, Iraque e do mundo islâmico, segundo o descrevem. Mas para que tudo isto funcione, o Estado Islâmico tem gestores que controlam as redes sociais do grupo. E é, também, com recurso ao mundo online, que o grupo recruta militantes, principalmente no estrangeiro. Portugal integra o lote de países que o grupo extremista quer dominar em menos de seis anos. {O perigo do retorno dos jiadistas} Os que deixaram os países em que viviam para se juntarem ao Estado Islâmico irão, previsivelmente, regressar. É nesse retorno que reside o principal perigo de ataques terroristas e Portugal não está imune. É preciso analisar a quantidade de cidadãos que foram para a Síria e Iraque para combater e antecipar o seu eventual regresso. Se a dimensão COMBATES INTENSOS Na província de Sanliurfa, militares turcos acompanham os combates, do lado de lá da fronteira, em Kobani (Síria), entre as unidades de Proteção do Povo Curdo e militantes do Estado Islâmico. Lusa Portugueses 'roubados' Fábio Poças tem 22 anos e é um dos doze jiadistas portugueses. Vivia em Mem-Martins, Sintra, e sonhava ser jogador de futebol. A certa altura, a vontade de ser arquiteto levou-o até Londres. Acabaria por abandonar os estudos e dedicar-se aos desportos de combate. Sem dinheiro, foi no ringue de boxe que fez novas amizades e onde 'encontrou' o Islão. Daí até ao ingresso nas fileiras da frente do Estado Islâmico foi um passo. Esteve três meses a treinar mais de mil recrutas. Hoje dá pelo nome de Abdu Rahman Al Andalus, tem três mulheres, uma delas portuguesa. Chama-se Ângela Barreto, tem 19 anos e fugiu da Holanda em agosto, onde vivia com a mãe. Conheceu Fábio na Internet. Trocaram ideias e partilharam a vontade de combater na linha da frente. Agora chama-se Umm, conversa diariamente com a família e diz estar feliz com a vida que leva no seio do grupo extremista. doutrinal os leva a expandir a jiade para outros territórios, a dimensão tática e operacional dá-lhes capacidade efetiva para levar a cabo os ataques, afirma Felipe Pathé Duarte. As autoridades nacionais estão em alerta, pois o regresso a Portugal dos cerca de doze cidadãos lusos que se juntaram ao Estado Islâmico constitui uma forte possibilidade. Em declarações à TV Record, o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, disse que tem havido uma intensificação da cooperação no domínio das informações e que foi revisto um conjunto de leis pertencente às autoridades competentes nesta matéria para que, se for necessário, tenhamos, sem margem para nenhuma dúvida legal, os instrumentos que são necessários para prevenir e suster este tipo de situações. Atualmente, estima-se que o Estado Islâmico tenha um 'braço armado' com mais de 100 mil homens. DRAMA HUMANO Obrigados a fugir das suas casas devido à violência dos confrontos, milhares de refugiados curdos da Síria, sobretudo mulheres e crianças, tiveram permissão para entrar na vizinha Turquia. Lusa 8 9

6 PÚBLICO Diana Tiago Trabalhamos todos os dias na nossa relação Foi amor à primeira vista. Desde que se conheceram não mais se largaram. Diana Pereira e Tiago Monteiro são muito parecidos e dedicados à relação. A única modelo portuguesa que venceu o 'Supermodel of the World' e o piloto internacional estão juntos há oito anos e partilharam com a Share Magazine detalhes da carreira e da vida familiar com os filhos, Mel e Noah. texto Virginia Galván fotografia Carlos Ramos 10 11

7 PÚBLICO sociedade Supermodelo camaleão O que a levou a concorrer, em 1997, a Supermodel of the World? Na altura, o estilismo e a fotografia de moda apaixonavam-me, e achei que era uma oportunidade de conhecer, um pouco melhor, a área da moda. Como descreve a experiência? Mudou, sem dúvida, o rumo da minha vida. Foi maravilhoso poder conhecer tão cedo outros mundos, outras culturas. Nem tudo é cor -de-rosa, mas tentei tirar proveito das melhores coisas. Foi a única portuguesa a vencer esse concurso... Foi uma surpresa muito agradável. Tanto eu como o meu agente da altura ficámos sem palavras. Na sua opinião, o que a destacou das restantes candidatas? A minha maneira de estar e de ser, a simplicidade com que levei todo o concurso, e a minha faceta de camaleão. Com 14 anos podiam transformar-me numa mulher de 20, 25 ou 30 anos - eu mudava apenas uma cor de lábios ou um penteado e ficava muito diferente. Como foi ver-se sozinha, tão nova, em Nova Iorque? Foi muito fácil, no meu caso, por ser a primeira a ganhar um concurso daqueles e, como era tão novinha, fui viver para casa da proprietária da agência, Alin Ford. As maiores dificuldades foram encarar algumas realidades menos boas deste meio, mas isso tornou-me uma pessoa ainda mais forte e sem medo de enfrentar qualquer situação. Como compara o mundo da moda nacional com o internacional? Hoje em dia, já conseguimos acompanhar algumas tendências, mas somos um país muito pequenino, em comparação com os grandes países da moda. Se queremos vingar neste meio, temos mesmo de viajar. Qual foi o trabalho mais difícil que já fez? Tenho dificuldade em lidar com o frio e, normalmente, fotografamos roupa de verão no inverno. Uma vez, em Milão, com temperaturas negativas, tive de passear com vestidos, na cidade à noite, como se fosse verão, e foi muito duro. Em que projetos está envolvida atualmente? Além de estar envolvida na vida profissional do Tiago, acabei um livro, O planeta dos números, e tenho estado a desenvolver uma coleção de alta joalharia para o Eugénio Campos. Como é que se conheceram? Tiago: Eu estava a organizar um evento para parceiros, imprensa e VIP e aconselharam-me a convidar a Diana. Diana: Na altura, eu já estava a participar em ralis e tinha uma paixão pelo desporto automóvel, então pediram -me para apoiar o português que ia para a F1. Foi amor à primeira vista? Tiago: Mesmo! Diana: O Tiago é uma pessoa muito interessante e nunca mais me saiu da cabeça. Que balanço fazem da vida em conjunto? Tiago: Um sonho. Uma sorte. Uma maravilha! Diana: Faço minhas as palavras do Tiago. Trabalhamos todos os dias na nossa relação, existe muito amor, respeito e admiração. Como tem sido conciliar a vida familiar com a profissional? Tiago: Felizmente, a Diana conhece bem a minha vida e sabe quais são as necessidades. Ela passou por isso quando era modelo a tempo inteiro e, depois, quando passou a piloto. Há que haver organização de agendas e muitos sacrifícios de cada lado. Diana: Claro que gostaríamos de passar mais tempo juntos, mas entendemos muito bem a vida um do outro. Organizamos juntos as nossas agendas, e agora também com as agendas da Mel e do Noah [os filhos do casal], pois a vida escolar já é bastante ativa. Aproveitamos todos os momentos e tentamos tornar algumas atividades profissionais em ocasiões de lazer e viagens em família. Com organização e paciência tudo se consegue. Alguma vez tiveram vontade de mudar de país? Tiago: Gostamos de morar em Portugal, mas mais por causa da família e amigos. Viajamos muito e temos a sorte de poder visitar países e cidades fantásticas e há, sem dúvida, algumas nas quais não nos importaríamos de viver. Diana: Portugal é um país fantástico, muito bonito, mas como passamos tanto tempo fora, por vezes, temos vontade de ir viver para outro país. Vamos onde o trabalho estiver, já estamos habituados a andar de mochila às costas. Se tivermos de mudar, estamos prontos. O Tiago viaja muito. A Diana acompanha-o? Diana: Sempre que é preciso por uma questão profissional vou, dou uma ajuda em algumas corridas, ou com convidados, patrocinadores ou até mesmo na parte do merchandising. Adoro o ambiente das corridas

8 PÚBLICO sociedade Piloto realizado Ser piloto sempre foi um sonho? Não [sorri], comecei a sonhar com isso bem tarde, já com 16 anos. Com que idade se iniciou no automobilismo? Aos 19 anos, o que é bastante tarde nesta modalidade. Quais são os maiores desafios da profissão? Lidar com a pressão; lutar contra os melhores do mundo, cada fim de semana; ter sempre de aprender e evoluir, nunca estagnar; e ter de deixar a família para trás demasiadas vezes... Que balanço faz da sua já longa carreira? Um sonho! Ter chegado à F1, pódio na F1, ter passado por dezenas de categorias fantásticas, F1, Indy, 24h de Le Mans, WTCC, Porsche Cup, F3, F3000! Felizmente, tive sucesso e vitórias em praticamente todas as categorias por onde passei e só posso estar muito satisfeito com a minha carreira, que é reconhecida internacionalmente. É difícil ser um piloto português numa área dominada por outras nacionalidades? É, porque no início da carreira é importante dar nas vistas para atrair patrocinadores e parceiros, nacionais e internacionais, no entanto, o mercado português não é muito aliciante para grandes marcas internacionais. Mas há que trabalhar mais do que os outros para lá chegar. O que falta a Portugal para se tornar num país de eleição neste mercado? Mais pilotos e circuitos, mais apoio das empresas e dos media. Quais são os principais traços de caráter de um bom piloto? Concentração, paixão, motivação e reflexos. Qual é o colega que mais admira? O Alonso porque é um lutador que nunca abandona e é capaz de extrair sempre o máximo de qualquer máquina. Em 2014, alcançou todos os objetivos profissionais a que se propôs? Acho que sim! Estou em 4º no campeonato, melhor piloto Honda... Até agora estou muito satisfeito. Qual é o maior objetivo a nível profissional para 2015? Quero lutar pelo campeonato do mundo. Como encaram as saudades? Tiago: É a parte mais difícil. Diana: É difícil, mas passo o tempo todo a pensar no dia em que o vou buscar ao aeroporto, falamos todos os dias, várias vezes, e isso ajuda. A Diana já disse que gostava de voltar a ser mãe. É um plano para breve? Diana: Nunca escondi o desejo de ser mãe novamente, mas vivemos um dia de cada vez, e ainda quero aproveitar mais uns tempos a Mel e o Noah, depois logo se vê. Qual é a qualidade que mais apreciam um no outro? Tiago: A paciência dela, a gentileza, a paixão e ser a melhor mãe! Diana: A inteligência, a humildade, a paixão de viver, a beleza exterior e interior, ser um pai muito dedicado, entre muitas outras qualidades. São parecidos ou o completo oposto? Tiago: Bastante parecidos e complementares. Diana: Muito parecidos, gostamos de muitas coisas em comum e, como o Tiago diz, complementamo-nos. Que tipo de pais são e que valores fazem questão de passar aos vossos filhos? Diana: Somos uma mistura de pais modernos com alguns valores tradicionais. Gostamos muito de passar para os nossos filhos o conceito de família, respeito, amizade e educação. Como é que descrevem a Mel e o Noah? Diana: Ambos têm uma personalidade muito própria. Não gostam de ser comparados. São bastante independentes e já sabem aquilo que querem. É inevitável que se pareçam connosco, pois somos uma família. Estamos muito tempo juntos e passamos muito daquilo que somos para eles. Que sonhos ainda têm por concretizar em conjunto? Diana: Sonhamos todos os dias e temos sempre coisas novas para fazer. Esta época de fim de ano ganhou outra importância desde que são pais? Diana: O Natal sempre foi uma data importante para nós, somos muito ligados à família. É mais uma desculpa para nos juntarmos todos. Com a Mel e o Noah tornou-se mais divertido. Qual era a melhor prenda que poderiam receber neste Natal? Diana: Basta aquilo que temos, mas gostávamos muito de ver os sonhos de outros realizados, nomeadamente que a família estivesse toda bem e recuperada de saúde. Que mensagem para os leitores da Share magazine? Tiago e Diana: Feliz ano novo. 14

9 PÚBLICO discurso direto Este é o momento para agir. A forma como respondermos à crise climática nos próximos anos determinará o destino da Humanidade e do nosso planeta Leonardo DiCaprio Ator e embaixador da ONU Penso que é uma questão de maturidade, de querer devolver. Aqueles que estão sob o olhar do público podem ser incrivelmente influentes Elizabeth Hurley Atriz e embaixadora do Cancro da Mama para a Estée Lauder "A maledicência sem critério é uma prática generalizada em Portugal. Infelizmente. As pessoas quando não gostam de alguém são incapazes de reconhecer que essa pessoa subiu por mérito" Miguel Sousa Tavares Comentador político "É inaceitável que em relação à criança não se dê todas as condições para que tenha mais bem-estar e menos sofrimento. O bloqueio dos dados pornográficos é fundamental" Paula Teixeira da Cruz Ministra da Justiça "Em todas as minhas funções, em todos os meus mandatos, só pensei em ajudar, em representar aqueles que sofrem. Nunca estive do lado dos poderosos, sei de onde venho" François Hollande Presidente de França Não vai ser necessário fazer qualquer aumento de capital. Hoje estamos muito melhor preparados do que no passado Nuno Amado Presidente do Banco Comercial Português CÓPIA PRIVADA OU PIRATARIA? Gettyimages "É preciso que não se crie um sentimento de que as pessoas já podem fazer pirataria livremente porque estão a pagar uma taxa - isso é errado, mas é a mensagem que se está a passar" "Esta é uma exceção legal ao direito de autor - estamos a falar da possibilidade de as pessoas na sua vida privada poderem copiar, de forma legal, obras que estão protegidas pelos direitos de autor" Michael Seufert Deputado pelo CDS-PP Jorge Barreto Xavier Secretário de Estado da Cultura Ana Ivanovic Tenista As vitórias aumentam a nossa autoconfiança, mas a autoconfiança é algo que todos temos. Temos é de procurá-la dentro de nós 16

10 PANORAMA PÚBLICO vidas xxxxx PANORAMA factos xxxxxe história Partição da Palestina Arquivo do Município de Murça Aníbal Milhais Armando de Sá Em 1947, a ONU criou um comité para dividir a área do Mandato Britânico da Palestina. O plano (resolução 181) consistia na divisão da faixa ocidental do território em dois Estados - um judeu e outro árabe -, ficando as áreas de Jerusalém e Belém sob controlo internacional. 53% do território seria atribuído a 700 mil judeus e 47% a 1,4 milhões de árabes. Na sessão de 29 de novembro, com 56 países membros reunidos, a resolução foi aprovada com 33 votos a favor, 13 contra e 10 abstenções. A 14 de maio de 1948, já no meio de uma guerra civil entre árabes e judeus, foi declarada a Independência do Estado de Israel. Milhoes ~ & Milhão Dois portugueses que cruzaram a vida com a História Aníbal e Armando nasceram a 100 quilómetros de distância e com 31 anos de diferença. O primeiro combateu os alemães na Bélgica, na I Guerra Mundial, e tornou se num herói. O segundo, por ser o milionésimo imigrante na Alemanha, foi por eles homenageado. texto Ana Rita Dinis O herói de guerra "Tu és Milhais, mas vales Milhões!", terá referido o comandante Ferreira do Amaral a Aníbal Milhais, regressado da guerra. Afinal, ele foi o soldado português mais condecorado da I Guerra Mundial e o único a receber a mais alta honraria nacional em pleno campo de batalha. Aníbal Milhais, hoje conhecido por Soldado Milhões, nasceu em Murça, distrito de Vila Real, em O mais novo de três irmãos ficou órfão cedo e, ainda criança, começou a trabalhar a troco de comida e teto. Nunca foi à escola. Foi antes moço de recados, guardou rebanhos e trabalhou como jornaleiro. Aos 20 anos, é chamado à tropa e, aos 21, abandona a terra que o viu nascer a caminho de França e de uma guerra cujas razões desconhecia. A sua categoria? Atirador especial. A melhor amiga? Luísa, a metralhadora Lewis que lhe salvou a vida. Referem as crónicas que, a 9 de abril de 1918, a força portuguesa na Batalha de La Lys se viu atacada, de surpresa, pelas colunas alemãs, naquela que terá sido a maior derrota militar portuguesa, depois da Batalha de Alcácer-Quibir. Nessa altura, Aníbal ter-se-á voluntariado para cobrir a retirada dos companheiros. Segundo o neto, Eduardo Milhões Pinheiro, "ficou com a metralhadora no seu posto e foi criando a ilusão que a posição estava a ser guardada por várias unidades, porque fazia fogo a partir de vários pontos". Conseguiu, assim, empatar a ofensiva germânica, permitindo a recuada dos militares. Depois de quatro dias a vaguear pelos campos, com apenas "amêndoas doces" na algibeira, terá encontrado um médico escocês que lhe deu assistência e garantiu que os seus feitos não ficassem anónimos. {Honras e distinções} Foi agraciado com a Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito e com várias condecorações estrangeiras, viu o nome da povoação de Valongo ser mudado para Valongo de Milhais, em sua honra, e mereceu um busto em Murça. De volta a casa, teve 10 filhos e uma vida humilde. Fugia sempre às perguntas da guerra porque, afinal, nunca a compreendera. O franzino transmontano, que tinha pouco mais de um metro e meio, morreu aos 75 anos e ficou para a História de Portugal como referência maior da coragem lusa. O imigrante ideal Quando embarcou para Colónia, em 1964, Armando de Sá não imaginava o que o esperava. Tinha 38 anos e esperança num futuro melhor. A Alemanha celebrava a chegada de um milhão de imigrantes e o português foi eleito para representar o milionésimo. Hoje, é um símbolo da imigração no país. Armando nasceu em Vale de Madeiros, em Viseu, em Aos 19 anos, casou-se com Maria Emília Pais, de 15. Ela tinha propriedades, ele era pobre. Trabalhava como carpinteiro e, mesmo empregado, decidiu tentar a sorte na Alemanha. Precisada de trabalhadores, para responder a um boom económico, a Alemanha estimulava a imigração. Fazia sentido, por isso, celebrar a chegada de um milhão de imigrantes, na manhã fria de 10 de setembro. O nome foi escolhido de uma lista de 20 portugueses por corresponder ao tipo ideal: era casado, com dois filhos e ficaria no país temporariamente. Após dois dias e vários transbordos - uma viagem atenuada por horas de conversas e música de concertinas e realejo -, Armando alcançava a estação de Deutz. Nesse dia, chegariam à cidade mais de imigrantes. Lá fora, tudo pronto. Uma verdadeira receção de boas vindas: bandeiras, cartazes, fotógrafos, equipas de televisão e até uma banda. Mal coloca o pé no cais, o carpinteiro começa a ouvir o seu nome. Com medo, ignora. Achou que era a PIDE, a polícia política da ditadura portuguesa, conta a viúva. Maria Emília recorda que, nervoso, ele tentou esconder se. Por alguma razão que desconhecia poderiam querer prendê lo ou repatriá lo, como acontecera a 24 parceiros de viagem. Desconfiado, avançou para a multidão. A banda começou a tocar. Os flashes repetiram-se, as câmaras de TV registaram o momento e gritaram-se vivas a Portugal. Mais calmo, deu entrevistas e agradeceu os presentes: as flores, o diploma e a mota Zundapp. Nas fotografias faz pose, confiante, em cima da motorizada. Não se nota que não sabia conduzir. {Referência histórica} Nos anos seguintes, Armando passou várias temporadas na Alemanha. Não teve uma vida fácil. Sofreu um acidente de trabalho e regressou a Portugal, onde lhe foi diagnosticado um cancro. Morreu aos 53 anos. Não chegou a ver a Zundapp em exposição, no Museu Nacional de História Contemporânea da RFA, em Bona, ao lado da sua foto. A mesma que aparece nos manuais escolares alemães e que é repetida em documentários de TV que enaltecem o português como símbolo histórico da imigração naquele país Ataque a Pearl Harbor Na manhã de 7 de dezembro de 1941, a Marinha Imperial Japonesa desencadeou uma operação aeronaval de ataque à base norte-americana de Pearl Harbor, na ilha de Oahu, Havai. O ataque, executado de surpresa contra a frota do Pacífico da Marinha dos EUA, destruiu 21 navios e 347 aviões, causando mais de mortos e cerca de feridos. Um dia depois, o Congresso norte-americano declarou guerra ao Japão. A 11 de dezembro, a Alemanha Nazi proclamou guerra contra os EUA e assim começou a II Guerra Mundial, cuja vitória, aliada, conduziu à emergência dos Estados Unidos como potência mundial A primeira projeção pública de cinema Os irmãos Louis e Auguste Lumière, os inventores do cinema juntamente com Georges Méliès, realizaram nesta data a primeira apresentação comercial do cinematógrafo, com publicidade e entradas pagas, no Grand Café, em Paris, França. A sessão, que incluía dez filmes, foi inaugurada com a projeção de La Sortie de l'usine Lumière à Lyon ( A Saída da Fábrica Lumière em Lyon ). As imagens em movimento tiveram uma forte influência na cultura popular da época e foram as precursoras da sétima arte como hoje a conhecemos

11 PÚBLICO entrevista EXCLUSIVO Poiares Maduro "A crise que vivemos foi a mais grave da nossa democracia" É especialista em Direito, mas, atualmente, é enquanto Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, com a tutela da Comunicação Social, do Desenvolvimento Regional e das Autarquias Locais, que dá a cara pelo País. Nas instalações da TV Record em Portugal, Miguel Poiares Maduro concedeu uma entrevista à emissora, onde fala sobre o período pós-troika e o caminho que a nação portuguesa ainda tem pela frente. texto Vânia Mateus fotografia Diogo Mourinha Defende a criação de um organismo que junte a Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) e a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC). Que vantagens encontra nessa opção? Entendo que isso deve ser discutido e tenho abertura em relação a esse conceito. Penso que a evolução natural vai nesse sentido. Não podemos regular a produção de conteúdos e ter uma entidade diferente a regular a distribuição, são duas faces da mesma moeda. Tem de haver uma abordagem global para o tema do audiovisual. Essa evolução está a acontecer internacionalmente e penso que em Portugal não devia ser exceção, mas é uma questão que exige consenso. Qual é a sua perspetiva sobre a criação do 5 canal? A oferta da TDT em Portugal é, claramente, insuficiente. Temos a mais baixa oferta na União Europeia. Para mim, não é aceitável. Tomei a iniciativa junto das entidades reguladoras, ANACOM e ERC, para que fosse promovida por ambas uma consulta pública. A consulta terminou neste verão e estou a iniciar contactos no sentido de apresentar, publicamente, aquela que é a minha visão para o futuro da TDT. Vamos ter de alargar a oferta. O que ainda falta ao sector audiovisual em Portugal? Falta valorizar a produção de conteúdos que acontece em Portugal e falta um maior equilíbrio entre a valorização e a área de negócios relativa aos produtores de conteúdos. A nível global, hoje em dia, 70% da publicidade tem lugar na Internet. Isto causa desafios importantes. A forma como temos de pensar o futuro do audiovisual, em Portugal, tem de atender a estes desafios e à necessidade de voltar a valorizar aquilo que é mais importante, que é o próprio conteúdo. Cinco meses depois da saída da troika do País, que balanço faz da economia nacional? A primeira grande vitória que tivemos foi recuperar a credibilidade internacional e a capacidade de nos financiarmos. Este período foi de enormes sacrifícios para os portugueses e é importante que os portugueses percebam se estes sacrifícios fizeram sentido. Só fazem verdadeiramente sentido se conseguirmos mudar estruturalmente o País, a nossa base económica e a cultura das nossas instituições e acho que estamos a conseguir isso. Estamos a crescer acima da média europeia, o que já não acontecia há mais de 15 anos. Quando aumentamos as exportações de 30% para 40%, quando tivemos pela primeira vez, em 25 anos, um excedente externo, e apresentamos um excedente comercial, em 70 anos, isto reflete bem a profundidade de transformação da nossa economia e da nossa sociedade. Mas é um processo que está longe de estar concluído. seg a sex 19:30 Veja a entrevista na íntegra 20 21

12 PÚBLICO entrevista exclusiva "Este período foi de enormes sacrifícios para os portugueses e é importante que os portugueses percebam se estes sacrifícios fizeram sentido" Considera que quem perdeu rendimentos consegue compreender esses sacrifícios? Reconheço que é difícil. Mas também acho que os portugueses têm a perceção de que a crise que vivemos foi a mais grave da nossa democracia e, provavelmente, a mais grave do último século. Acho que os portugueses têm a perceção que os sacrifícios foram necessários. O importante é que eles entendam que fizeram sentido, que serviram para alguma coisa. E eu acho que isso, pouco a pouco, será visível. A propósito do 'caso Tecnoforma', mostrou se a favor de uma lei contra o enriquecimento ilícito. Esta iria eliminar a suspeição sobre os políticos? Uma das piores coisas que pode acontecer ao sistema político é existir uma suspeição generalizada que é facilmente alimentável com base em rumores. Um dos instrumentos com maior credibilidade que podíamos ter era uma lei sobre enriquecimento ilícito que tornasse claro qual é a riqueza que se tem quando se entra na atividade política e quando se sai, e que obrigasse os políticos a justificar alterações nessa riqueza. Prefiro que me obriguem a uma justificação dessas a viver sob o risco de que se possa criar uma sombra a meu respeito. Quais são as novidades nas regras de acesso ao novo Quadro de Fundos Comunitários Portugal 2020? Há três grandes princípios de orientações. O primeiro é que a prioridade deve ser o reforço da competitividade e a internacionalização da nossa economia. Temos de fazer uma transformação da nossa economia e, por isso, a grande parcela dos fundos irá para o apoio à transformação competitiva. Há uma preocupação muito grande, também, com o capital humano e com a qualificação das pessoas, com políticas de inclusão social. Além disso, é muito importante a forma como o dinheiro vai ser atribuído e utilizado, pelo que temos duas grandes preocupações nesta matéria. Uma é a de ter um mecanismo de aplicação e funcionamento dos fundos com muito maior transparência e as pessoas vão poder ir a um site onde conhecem exatamente todos os financiamentos que estão a ser atribuídos. Depois, orientação para resultados: não vamos apenas financiar projetos, vamos contratualizar resultados. Quais são as prioridades em termos de áreas de investimento? Vamos apoiar, sobretudo, iniciativas de inovação, de transferência de conhecimento do sistema científico para as empresas. A área dos serviços e bens transacionáveis vai ser prioritária para permitir essa transferência da nossa economia para uma economia aberta. E relativamente ao interior do país, também é objetivo aumentar a competitividade? 22

13 PÚBLICO entrevista exclusiva planeta record "Uma das piores coisas que pode acontecer ao sistema político é existir uma suspeição generalizada que é facilmente alimentável com base em rumores" É. Colocámos regras específicas em matéria dos próximo fundos que vão permitir um apoio diferenciado ao interior. Os projetos de investimento no interior do país, sobretudo em territórios de baixa densidade populacional, vão ter uma taxa de comparticipação mais elevada. Vamos fazer o que designo por diferenciação positiva do interior. Para este apoio diferenciado funcionar, é preciso identificar, em cada parcela do nosso território, quais são as suas vantagens competitivas. A competitividade que devemos ter terá de ser inteligente, deverá partir da identificação dos nossos recursos diferenciadores e endógenos. Chaves é um dos municípios-piloto a implementar o 'Programa Aproximar. Quais são os principais objetivos do Governo com esta iniciativa? Tínhamos um grande desafio no próprio memorando de entendimento da troika que obrigava a encerrar diversos serviços públicos desse tipo, como repartições das finanças, e conseguimos convencer a eliminar essa obrigação. Como? Estamos a fazer uma reforma profunda na nossa Administração Pública, repartições das finanças, registos e notariados, serviços da segurança social, o que permite maior qualidade e racionalidade, mas também maior proximidade. Vamos transferir os diferentes serviços de atendimento que estão dispersos por vários edifícios, para aquilo que podemos designar como condomínios públicos, um bocadinho como se fosse o centro comercial dos serviços da Administração Pública. Vamos ter uma rede complementar à das Lojas de Cidadão, em cada município, chamada 'Espaços do Cidadão', que terá dois ou três funcionários para tratar de muitos assuntos dos cidadãos com a Administração. Em que fase está a aplicação do 'Programa Simplificar'? Já aprovámos uma série de legislação relativa à simplificação da relação dos cidadãos com a Administração Pública. Por exemplo, se alguém quiser casar, hoje em dia, tem de apresentar vários documentos e, assim, fica dispensado de apresentar esses documentos e é a própria Administração que vai recolhê-los junto das outras entidades da Administração Pública. Outro exemplo é a criação da chave móvel digital. Hoje em dia, há muitos assuntos que os cidadãos podem tratar online com a Administração Pública, mas necessitam do Cartão de Cidadão, de uma máquina, e, portanto, nós criámos uma chave móvel digital que é um mecanismo muito mais simples. Mais uma vez aqui o elemento da transparência é muito importante. Visita à sede da TV Record O Ministro Adjunto, Poiares Maduro, esteve em outubro na sede da TV Record em Portugal, numa visita guiada pelo Presidente da TV Record Europa, Marcelo Cardoso. Foi com enorme prazer que recebemos a visita do Sr. Ministro, que, a meu ver, tem tido uma visão ampla dos assuntos sob a sua tutela. Todos sabemos dos desafios atuais que enfrentamos, porém, dentro dos condicionalismos, ele tem demonstrado empenho direto e sincero para a execução dos compromissos, afirmou Marcelo Cardoso. Por sua vez, o ministro Adjunto expressou admiração com as capacidades das novas instalações da emissora. "Fiquei muito impressionado. Acho que muitos portugueses não sabem que há um canal como a TV Record, que tem esta capacidade instalada de produção de programas e que emite para tantos pontos do globo a partir de Portugal, com diferentes programações e emissões. É um investimento muito relevante e valorizo que esse investimento tenha sido feito e que exista essa capacidade aqui. Temos de dar cada vez mais importância ao potencial que a Língua Portuguesa oferece em termos de produção audiovisual, porque é uma área de grande relevância económica no mundo. É por isso que, no âmbito do próximo programa dos fundos europeus que está a meu cargo, pela primeira vez, as empresas de comunicação social e empresas de audiovisual poderão concorrer em conjunto com outras empresas a apoios financeiros, no sentido de desenvolver projetos que aumentem a sua competiti- -vidade internacional. O sector dos serviços tem um enorme potencial económico. É muito importante para o País, para promover um excedente externo, maior capacidade de exportação de serviços". O cumprimento oficial do Ministro Adjunto, Miguel Poiares Maduro (à esq.), ao Presidente da TV Record Europa, Marcelo Cardoso. A credibilidade tem rosto! Roberta Piza é uma das profissionais mais conhecidas da informação da TV Record. Apaixonada pelo jornalismo, anuncia as notícias da atualidade a milhões de pessoas em todo o mundo. texto Nuno Estêvão que significa para O si ser jornalista? As pessoas quando querem fazer jornalismo têm vontade de contribuir para uma mudança na sociedade. Ao darmos voz às pessoas estamos a ajudar e esse é um contributo enorme que os jornalistas podem dar. A TV Record tem essa marca, que é falar a linguagem das pessoas, dando-lhes voz. Por isso, o telespectador identifica-se com a emissora: ele sente-se ouvido, querido, amparado. Essa proximidade com o telespectador diferencia o jornalismo da TV Record? Sem dúvida. A TV Record tem essa marca no jornalismo. O nosso telejornal é ritmado e conversa com o telespectador. E pelo feedback que recebemos, conseguimos, com uma linguagem mais simples e coloquial, alcançar esse objetivo. Nós, ao contrário de outras emissoras, damos espaço à população para que fale dos seus problemas. É muito abordada pelas pessoas na rua? Sim. Muitas das pessoas que vêm ter comigo elogiam o jornalismo. Por vezes, escrevem-me e dizem que o telejornal tem a sua linguagem e, por isso, se sentem íntimos da emissora. Quais as características que deve ter um bom jornalista? Primeiro, interesse pelas questões que o rodeiam. Depois, deve reunir outras características como a agilidade, escutar os dois lados da notícia, e ter o compromisso com a verdade. E que grandes desafios são colocados aos jornalistas? O principal é a ousadia e a TV Record não tem medo de ousar! Apresentar um telejornal diário é muito desafiante e, atualmente, é fundamental para o telespectador a maneira como um facto é noticiado. Todos nós procuramos ter uma linguagem mais simples e clara. Aliar dinamismo, noticiando tudo aquilo que está a acontecer na atualidade, e credibilidade, com um toque de informalidade, é um desafio muito grande. Como é o processo de criação das reportagens no vosso telejornal? É um trabalho de equipa. Todos os dias, após a emissão do telejornal, há uma reunião na qual os conteúdos que apresentámos são analisados e a edição do dia seguinte é planeada. Os assuntos são apresentados pelos produtores, mas as restantes pessoas também têm a liberdade de fazer sugestões, que podem ter origem em histórias que encontramos na rua, algo que chega até nós por ou pelas redes sociais. Há alguma reportagem que sonhe fazer? Como comecei por fazer jornalismo desportivo, sempre quis cobrir as Olimpíadas [de Verão]. Realizei esse sonho em 2012, em Londres. Antes, já tinha acompanhado os Jogos Olímpicos de Inverno de Vancouver (2010), os Jogos Pan-Americanos do Rio (2007) e os de Guadalajara (2011). Possibilitar-me a cobertura de todos estes eventos foi um grande presente que a TV Record me deu! Espero estar, também, nos Pan-Americanos de Toronto (2015) e no Rio2016, eventos cujos direitos televisivos foram já adquiridos pela TV Record. Prefere a apresentação ou a reportagem? A apresentação, pois foi aí que encontrei o meu caminho; é o que me realiza. Mas já fiz bastante reportagem de rua, que é uma escola imprescindível para o jornalista, pois é lá que a notícia é vivenciada. Que mensagem deixa aos leitores da Share? Que continuem a assistir à TV Record e que me recebam bem quando for a Portugal. [risos] Veja o vídeo 24 25

14 PUB PÚBLICO planeta record ANA PAULA FARIAS DA BAHIA PARA PORTUGAL Na sua segunda visita a Portugal, Ana Paula Farias conheceu as novas instalações da TV Record, gravou um programa especial em diferentes zonas turísticas do país e esteve à conversa com a Share Magazine. O sucesso do programa é mesmo o amor. Ele é feito por uma equipa que sente o que faz e faz o melhor. E penso que isso acaba por contagiar toda a gente que assiste a querer conhecer a Bahia. A apresentadora descreve- -se como uma pessoa entusiasmada, muito positiva e a sua simpatia é facilmente percebida por todos que estão ao seu redor. O brilho nos olhos é constante, principalmente quando se refere ao seu Estado: Cada terra, cada comida, cada pessoa da Bahia é especial. A sua cultura é importante para o Brasil compreender que uma boa parte da História brasileira começou na Bahia. TOP DE AUDIÊNCIAS Um dos formatos informativos mais vistos da TV Record alcançou, por diversas vezes, no último semestre, a liderança entre todos os canais por cabo, em horários específicos. Nos últimos dois anos, o programa cresceu mais de 55% em número de telespectadores. TV RECORD EM MOÇAMBIQUE PREMIADA Nuno Ribeiro, representando a APECATE*, entrega o prémio a Belmira Branco, coordenadora de Marketing da TV Record Europa. {Fonte} GfK/CAEM, MMW, universo com tv paga, setembro 2012 e SEGUNDA 09:00 12:00 13:00 14:45 16:30 1 7:15 19:30 20:00 21:00 21:45 23:00 Domingo Espetacular Fala Brasil Hoje em Dia Balanço Geral SP Sessão Desenho Programa da Tarde Fala Portugal Caminhos do Coração Vitória Cidade Alerta Tudo a Ver - A Fazenda TERÇA 09:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:45 16:30 17:15 19:30 20:00 21:00 21:45 23:00 Jornal da Record Prova de Amor Rio Grande no Ar Fala Brasil Hoje em Dia Balanço Geral SP Sessão Desenho Programa da Tarde Fala Portugal Caminhos do Coração Vitória Cidade Alerta Tudo a Ver - A Fazenda SÁBADO 09:00 10:00 11:30 14:00 15:00 15:30 17:20 20:00 21:00 23:00 GRELHA DE PROGRAMAÇÃO Jornal da Record Record Kids Fala Brasil Especial The Love School Giro Programa da Sabrina Vai Dar Namoro Caminhos do Coração Legendários Tudo a Ver - A Fazenda QUARTA 09:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:45 16:30 17:15 19:30 20:00 21:00 21:45 22:15 23:00 Jornal da Record Prova de Amor MG no Ar Fala Brasil Hoje em Dia Balanço Geral SP Sessão Desenho Programa da Tarde Fala Portugal Caminhos do Coração Vitória Cidade Alerta Repórter Record Investig. Tudo a Ver - A Fazenda DOMINGO QUINTA 09:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:45 16:30 17:15 19:30 20:00 21:00 21:45 23:00 22:15 Domingo Espetacular Jornal da Record Prova de Amor SP no Ar Fala Brasil Hoje em Dia Balanço Geral SP Sessão Desenho Programa da Tarde Fala Portugal Caminhos do Coração Vitória Cidade Alerta Tudo a Ver - A Fazenda 10:30 Record Kids 11:30 A Bahia Que a Gente Gosta 12:00 My Top 10 13:00 Esporte Fantástico 14:30 Domingo Show 18:45 Hora do Faro SEXTA 09:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:45 16:30 17:15 19:30 20:00 21:00 21:45 23:00 Jornal da Record Prova de Amor MG no Ar Fala Brasil Hoje em Dia Balanço Geral SP Sessão Desenho Programa da Tarde Fala Portugal Caminhos do Coração Vitória Cidade Alerta Tudo a Ver - A Fazenda A TV Record em Moçambique (TV Miramar) foi distinguida com o galardão de Melhor Filme da Lusofonia, atribuído pelo ART&TUR - Festival Internacional de Cinema Turístico. Pérola do Índico foi a produção premiada. O júri do evento internacional - que decorreu na cidade do Porto e teve o Alto Patrocínio do presidente da República, Aníbal Cavaco Silva - premiou os melhores talentos mundiais do cinema turístico. Na categoria Melhor Programa de TV, 'Pérola do Índico' foi a produção distinguida entre as demais. Apresentado por Kátia Mendes e Rogério Matusse, mostra as principais atrações turísticas de Moçambique. A TV Miramar emite em sinal aberto para todo o território moçambicano e integra o Grupo Record de Televisão, que transmite para mais de 150 países, com o compromisso de proximidade com as comunidades lusófonas. Leonardo Vieira Amor, aventura e ação numa história cercada de mistérios sobre mutantes que ganharam dons especiais, através de experiências genéticas secretas. Rubricas divertidas, informação e as últimas sobre os famosos, sob o comando de Ana Hickmann, Britto Jr. e Ticiane Pinheiro. Ticiane Pinheiro 26 *Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos Programação sujeita a alterações. Para saber a programação diária e atualizada, visite o nosso site: recordeuropa.com