Palavras-chave: Prática Profissional, Varas de Família, Alienação Parental
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- Eduardo Gomes de Abreu
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1 TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARANÁ / COMARCA DE PONTA GROSSA VARAS DE FAMÍLIA SETOR DE SERVIÇO SOCIAL: A PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL E O ENFRENTAMENTO DA ALIENAÇÃO PARENTAL MARINHO, Liliane Cristiane Escovron (estagio I), lilimarinho.s@gmail.com CAVALLI, Silvana Cristina Santi (estágio II), silvanacristinasanti@gmail.com PINTO, Roseni Inês Marconato (orientadora estágio), rosenines@gmail.com LUZ, Virgínia Messias Ferreira da (supervisora de campo), vmfl@tjpr.jus.br Palavras-chave: Prática Profissional, Varas de Família, Alienação Parental Resumo: O presente artigo tem a finalidade de divulgar as principais demandas e requisições do Serviço Social vivenciadas no campo de estágio das Varas de Família do Tribunal de Justiça do Paraná Comarca de Ponta Grossa, no setor de Serviço Social. Traz a experiência da prática profissional das Assistentes Sociais nomeadas para atender às determinações dos juízes quanto a realização de estudos sociais. Abordará sobre competências inerentes ao trabalho do Assistente Social, para a formulação de pareceres sociais que ofereçam subsídios para a decisão judicial devida, a ser tomada de acordo com o direito do usuário. As demandas atendidas nas Varas de Família se expressam nos conflitos entre partes que pleiteiam seus direitos nos processos de Guarda e Responsabilidade, Tutela, Separação Judicial, Alimentos, Busca e Apreensão, Dissolução de União Estável, entre outros. Discorrerá sobre o público alvo da intervenção, sendo estes denominados requerente e requerido (a). Vale também ressaltar a importância das crianças e adolescentes como protagonistas da intervenção profissional das Assistentes Sociais nas Varas de Família. Pretende-se ainda apresentar o projeto de intervenção que foi formulado e vem sendo aplicado pelas estagiárias do referido campo, que dispõe sobre a Alienação Parental, sendo esta uma prática contrária ao direito da criança e adolescente em ter uma convivência familiar saudável. Introdução O presente trabalho tem como objetivo apresentar o campo de estágio de Serviço Social nas Varas de Família do Tribunal de Justiça do Paraná Comarca de Ponta Grossa. Portanto serão apresentadas as ações desenvolvidas pelas Assistentes Sociais. Também discorrerá sobre o projeto de intervenção elaborado pelas estagiárias do respectivo campo, voltado ao repasse de informações aos usuários sobre o que é a Alienação Parental e os prejuízos psicossociais causados as crianças e aos adolescentes. No Paraná, o Tribunal de Justiça foi criado pela Lei n.º 3, de 12 de junho de Esta lei autorizou o Presidente do Estado, Senhor Generoso Marques a organizar os serviços públicos, decretar o orçamento para o novo Estado e criar um Tribunal de 2ª e última instância, com a denominação de Tribunal de Appellação.
2 2 O Decreto nº. 1, de 15 de junho do mesmo ano, trouxe em seu conteúdo a organização judiciária e a legislação processual em vigor no Estado. O Decreto n , de 1º de dezembro de 1937, assinado pelo Governador Manoel Ribas, modificou sensivelmente o Sistema Judiciário Paranaense, dividindoo em entrâncias. Com a redemocratização do país, após a queda de Getúlio Vargas, nova constituição brasileira foi promulgada em 1946 que, além de manter aos Estados a atribuição da organização judiciária, permitiu a criação de tribunais de alçada inferior à dos tribunais de justiça. A partir da Constituição de 1946 passou a vigorar a denominação Tribunal de Justiça, mantida até hoje. O município de Ponta Grossa foi elevado à categoria de Comarca pela Lei Provincial n.º 469 em 16 de dezembro de 1.876, e atualmente está dividida em quatorze Varas, sendo elas: 1ª, 2ª, 3ª e 4ª Vara Cível; 1ª, 2ª, 3ª e 4ª Vara Criminal Juizado da Violência Doméstica e Família contra a Mulher; 1ª Vara de Família, Registros Públicos e Corregedoria do Foro Extrajudicial; 2ª Vara de Família e Acidentes de Trabalho; Vara da Infância e da Juventude; Vara de Execuções Penais Corregedoria dos Presídios; 1º, 2º e 3º Juizado Especial Cível, Criminal e Fazenda; 1ª Vara da Fazenda Pública; 2ª Vara da Fazenda Pública e Ofício de Distribuidor, Contador, Partidor, Avaliador e Depositário Público. O Fórum Desembargador Joaquim Ferreira Guimarães Comarca de Ponta Grossa está localizado na rua Dr. Leopoldo Guimarães Cunha, nº. 590, no bairro de Oficinas, neste município, desde a sua inauguração em 05 de agosto de Relato da Prática Profissional O assistente social é um profissional que intervém na realidade social, nas diferentes manifestações da questão social, visando à redução das desigualdades e injustiças sociais, na perspectiva de elevar a autonomia dos sujeitos e garantir o acesso aos direitos. Assim, o trabalho do Serviço Social nas Varas da Família tem o objetivo, realizar estudos sociais para o conhecimento da realidade dos sujeitos envolvidos nas ações judiciais de Guarda e Responsabilidade, Tutela, Separação Judicial, Alimentos, Busca e Apreensão, Dissolução de União Estável, entre outros, bem como auxiliar em uma tomada de decisão justa a respeito de uma sentença proferida pelo Juiz nas situações de conflitos entre as partes.
3 3 O estudo social é realizado utilizando-se dos seguintes instrumentais: análise documental, visita domiciliar e institucional, entrevista, observação, orientação, entre outros. Após a coleta de dados é elaborado um relatório social para informar a situação encontrada, a fim de subsidiar um parecer social fundamentado no código de ética profissional e em leis específicas, que possa dar uma resposta a partir de uma perspectiva de totalidade. O público alvo da intervenção do assistente social, aqui denominado como sujeitos, no Judiciário está delimitado claramente nas partes (autor/requerente ou réu/requerido) que disputam uma decisão judicial. Não se perde de vista que o principal sujeito da intervenção do assistente social nas Varas de Família é a criança e o adolescente, muitas vezes sendo disputados pelas partes. Portanto, é notório que os conflitos advindos das separações judiciais e das disputas de guarda ocasionam vários problemas para os genitores e, principalmente, para o(s) filho(s), e um deles vem a ser a Alienação Parental. (ROSA, 2008, p.11) De acordo com o art. 2 da Lei de 26 de agos to de 2010 que dispõe sobre a alienação parental: Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este. (BRASIL, 2010) Desta forma, pode-se perceber que esta lei faz menção não somente aos genitores, como também a qualquer outra pessoa que seja o guardião, ou que queira denegrir os laços de afeto entre o responsável e a criança ou adolescente que está sob sua guarda. (BUOSI, 2012, p. 119) Às vezes o rompimento jurídico entre o casal, pode não significar total rompimento emocional entre ambos. O sofrimento da perda do vínculo afetivo pode ocasionar traumas e aversão, contribuindo para o aumento dos conflitos. Com a existência de filhos dependentes dos pais, torna-se impossível romper o vínculo por completo entre o casal, pois existe a necessidade de manter o contato para a resolução de situações referentes aos filhos.
4 4 Tem se observado nas Varas de Família do Tribunal de Justiça do Paraná - Comarca de Ponta Grossa, nos Processos de natureza de Guarda e Regulamentação de Visitas, que os conflitos existentes entre as partes se dão pelo fato de os homens e mulheres não estarem preparados psiquicamente e emocionalmente para o impacto causado pela separação ou pelo divórcio, afetando assim vários membros da família, principalmente os filhos advindos da união. Como uma forma vingativa, tais motivos levam os pais, que detém a Guarda dos filhos, a programar os mesmos para odiar e rejeitar o pai ou a mãe com qual a criança ou adolescente tem o direito de preservar a convivência afetiva, mesmo não mais residindo juntos. Em razão desta problemática aparecer constantemente nos processos das 1ª e 2ª Varas de Família optou-se por desenvolver um trabalho que leve aos usuários o conhecimento do que é a Alienação Parental, bem como as consequências psicossociais causadas nas crianças e nos adolescentes envolvidos. Ainda apresentar a Lei da Alienação Parental e propor medidas para inibir esta prática. Donde as estagiárias de Serviço Social elaboraram o projeto de intervenção Filho não é Fantoche com a elaboração de um folder informativo, a metodologia de aplicação deste projeto ocorre através de orientações e informações sobre a temática por meio de diálogos, explicações e distribuição de folhetos informativos sobre a Alienação Parental. Resultados e Discussão Por estar em andamento, ainda não se tem os resultados finais do trabalho que vem sendo desenvolvido, mas pode ser destacada a relevância deste, visto que muitas das pessoas que estão envolvidas em algum processo das Varas de Família, pouco sabem ou nunca ouviram falar da alienação parental, acabando por praticar tal ato sem saber que existe uma legislação que dispõe sobre a esse respeito e prevê sanções àqueles não respeitarem. O referido projeto por ser informativo, possui um caráter preventivo e esclarecedor, podendo trazer resultados positivos, principalmente, para as crianças e adolescentes que vivem em meio a estes conflitos familiares. Considerações/Notas Conclusivas
5 5 Vale ressaltar a importância da prática profissional das Assistentes Sociais junto às Varas de Família, tendo em vista que vivenciam a realidade dos sujeitos parte nos processos, levando em conta a particularidade de cada situação e buscando entender os fatos diante da totalidade. Além disto, são profissionais que tem sua intervenção respaldada no Código de Ética Profissional, através do sigilo e respeito pelas partes envolvidas. O projeto apresentado contribui para a prática do Serviço Social, sendo que as profissionais estão propondo a realização de um folder oficial sobre a temática, a partir deste elaborado no estágio, que seja financiado pelo Tribunal de Justiça do Paraná. Referências DOCUMENTAÇÃO arquivada na direção do Fórum Estadual de Ponta Grossa. BRASIL. Lei n , de agosto de Dispõe so bre a alienação parental. Disponível em: < Acesso em: 26 de setembro de BUOSI, C. de C. F. Alienação Parental: uma interface do direito e da psicologia. 2. ed. Curitiba: Juruá, 2012, 176p. ROSA, F. N. A síndrome de alienação parental nos casos de separações judiciais no direito civil brasileiro. Monografia. Curso de Direito. PUCRS, Porto Alegre, Disponível em: < Acesso em 24 de setembro de 2013.
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