UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DE SAÚDE CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA Regiane de Oliveira Galdino
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1 UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DE SAÚDE CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA Regiane de Oliveira Galdino O PAPEL DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA NAS ESCOLAS EM RELAÇÃO AOS JOGOS COLEGIAIS. Curitiba 2010
2 Regiane de Oliveira Galdino O PAPEL DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA NAS ESCOLAS EM RELAÇÃO AOS JOGOS COLEGIAIS. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Educação Física da Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do grau de Licenciado em Educação Física. Orientadora: Profª. Msc. Euza Cagnato. Curitiba 2010
3 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO JUSTIFICATIVA Objetivo Geral Objetivos Específicos FUNDAMENTAÇÃO TEORICA METODOLOGIA DISCUSSÃO E RESULTADOS CONCLUSÃO...18 REFERÊNCIAS...19 APÊNDICES...20
4 RESUMO O objetivo deste trabalho é verificar o papel do professor de Educação Física dentro das escolas em relação aos Jogos Colegiais do Paraná, levando em conta as metodologias exigidas para a prática de esportes nas escolas, que possa propiciar aos alunos a vivência com o esporte de forma educativa e que venha trazer benefícios aos mesmos. Discute a preparação do professor, os subsídios necessários e os métodos utilizados para prática docente com relação aos Jogos Colegiais do Paraná. Utilizando se de dados coletados através de observação das partidas realizadas durante os jogos e de entrevista com alunos e professores que participaram dos Jogos Colegiais do Paraná em Onde foi possível verificar o completo desentendimento dos alunos com relação aos reais objetivos proposto pelos Jogos Colegiais do Paraná, bem como a falta de subsídios e apoio dado aos professores para que os mesmos possam estar aplicando os princípios adequados para este tipo de prática pedagógica. O estudo é relevante à medida que trata da abordagem do esporte dentro do contexto educacional. Palavras-chave: Educação Física Escolar; Jogos Colegiais do Paraná; Professor de Educação Física.
5 4 1. INTRODUÇÃO. Os Jogos Colegiais do Paraná deveriam ter uma visão de socialização, educação e formação, porém hoje o que se vê na pratica é uma competição exacerbada dentro das modalidades disputadas. O que poderia ser uma possibilidade de interação social para os alunos das várias regiões do Estado, se transforma em uma situação que promove competitividade ao invés de proporcionar a vivência dos aspectos positivos do esporte, muitos acabam provando a competitividade e muitas vezes a extrema cobrança de resultados. O que se vê também, é que em muitas escolas, em grande parte as públicas, a exigência dada ao professor, em que um ou mais professores ficam responsáveis pela seleção e preparação dos alunos nas diversas modalidades, causam limitações devido à falta de tempo até a data das competições. Se não há tempo para a preparação dos alunos para uma competição e o nível de cobrança de resultados, por pessoas envolvidas na escola é muito grande, uma vez que estes alunos passam a representá-los, isso pode ser extremamente prejudicial aos alunos. Outra situação que surge é que os professores deveriam se portar de forma a fazer seleções justas, sem exclusão e para poder preparar o aluno corretamente para as competições visando todos os objetivos que compõem os Jogos Colegiais do Paraná. Então questionamos qual o papel do professor com relação aos jogos, estes devem trabalhar como educadores ou como treinadores?
6 5 2. JUSTIFICATIVA. Dentro das escolas públicas pesquisadas neste trabalho, especificamente nos períodos de Jogos Colegiais, professores e alunos se preparam para a competição, em busca de resultados, deixando de lado inúmeros valores da prática da Educação Física, pois utilizam a competição de forma exacerbada, o que não é o objetivo da Educação Física nas escolas. Na concepção de Mauro Betti, Se o aluno aprende os fundamentos técnicos e táticos de um esporte coletivo, precisa também aprender a organizar-se socialmente para praticálo, precisa compreender as regras como um elemento que torna o jogo possível (portanto é preciso também que aprenda a interpretar e aplicar as regras por si só), aprender a respeitar o adversário como um companheiro e não como um inimigo, pois sem ele não há competição esportiva. (2002). A competição exacerbada está caminhando em sentido completamente oposto da verdadeira concepção de Educação Física escolar. Assim o professor Mauro Betti, em seu livro Educação Física e Sociedade, expressa sua crítica em relação à visão que se tem do esporte hoje, dando a ele o valor somente por conquistas. Porém a competição está implícita nos jogos, o que se mostra realmente necessária é a forma que se devem trabalhar estas competições no aspecto psicológico dos alunos, para não haver prejuízo, e que a competição mantenha os princípios da Educação Física dentro das escolas, que são educar e preparar o aluno para a sociedade. A competição a qualquer custo pode trazer prejuízo aos alunos, pois a mesma tem aspectos negativos. O que hoje pode não parecer fazer mal algum, poderá ter grandes conseqüências futuras na vida dos alunos, pode-se estar criando alunos que futuramente se desinteressarão completamente pelo esporte, bem como
7 6 alunos que se utilizarão do mesmo de forma incorreta se não estiver sendo aplicados corretamente os princípios da Educação Física escolar. No entanto a competição em si não é um mecanismo incorreto dentro dos jogos desde que seja trabalhada de forma educativa e como ferramenta de interação. A integração que possibilitará o usufruto da cultura corporal de movimento há de ser plena é afetiva, social, cognitiva e motora. (Betti, 1992, 1994a). Assim, se fez necessário analisar a postura dos profissionais de Educação Física escolar com relação aos Jogos Colegiais, para saber se os mesmos têm utilizado os princípios da Educação Física escolar e dos Jogos Colegiais do Paraná para que possam proporcionar aos alunos uma vivência de interação social ou de competição.
8 Objetivo geral: Verificar se o Professor de Educação Física esta atuando como Educador ou Treinador Objetivos específicos: Identificar as contradições existentes entre educar e treinar, na prática docente, na preparação para os jogos; Analisar as contradições da participação dos alunos de Escolas Públicas nos Jogos Colegiais do Paraná. Registrar as atitudes dos alunos frente aos Jogos Colegiais quando participam.
9 8 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA. A Educação Física tem ligação direta com o corpo em inúmeros segmentos, através da Educação Física o ser humano pode ter contato com outros, com o seu corpo e desenvolver aspectos social, afetivo, psicológico entre outros. Assim se faz necessário um amplo conhecimento do ser humano em si para poder trabalhar com responsabilidade com o mesmo. Segundo Kofes (1994, p. 57) O corpo é uma incógnita absoluta. Buscando constantemente maiores conhecimentos de cunho teórico. Em nossa profissão, somos essencialmente práticos e não temos, em geral, uma formação teórica suficiente para resolver, no plano cientifico, o problema que aparecem no discurso dessas práticas. BRUHNS, (1994, p. 15). Assim entra a questão, como podemos trabalhar corretamente, formando pessoas, educando, trabalhando o corpo, se não estivermos completamente preparado? Então o que ocorre dentro das escolas, onde professores se deparam com inúmeros problemas quanto à prática? Professores devem assumir inúmeras responsabilidades perante a escola e a sociedade. Tendo que educar, lecionar, ajudar o ser humano a compreender o corpo, a se relacionar, a interagir e a refletir sobre o mesmo. Até que ponto, podemos dizer que os professores se encontram preparados para trabalharem como educador ou treinador para participação dos jogos e até que ponto a sociedade em si colabora com o trabalho do mesmo? Até porque não cabe somente ao professor a tarefa de ajudar a preparar os indivíduos para que eles se tornem cidadãos para que possa ser inserido na sociedade. Esta tarefa também cabe a outros segmentos que tem na sociedade.
10 9 Uma das inúmeras responsabilidades que o professor de Educação Física tem dentro das escolas e com a sociedade, de promover, acompanhar e organizar equipes para participar de campeonatos e competições, entre elas os Jogos Colegiais do Paraná, onde nem todas as escolas participam por não ser obrigatório, mas quando a escola opta por participar, o professor tem a responsabilidade de inserir o aluno no mesmo, com compreensão de competição, compreensão de respeito ao próximo (adversário), socialização, integração, entre muitos outros aspectos que são descritos como objetivos dos Jogos. Os objetivos dos JOCOP S 1 são: I Promover o desporto educacional, através de jogos que envolvam várias modalidades esportivas, dando oportunidade de participação a um maior número de alunos, despertando o gosto pela prática dos esportes, com fins educativos e formativos; II Congregar os alunos das várias regiões do estado, propiciando o estimulo recíproco, intercâmbio social, a vivência e reflexo sobre os aspectos positivos do esporte, contribuindo para situar a escola como centro cultural, desportivo e formativo da comunidade; III Propiciar a oportunidade para o surgimento de novos talentos esportivos, enfatizando os valores educacionais dos JOCOP S. lv Favorecer o desenvolvimento global dos alunos e sua integração na sociedade; V Proporcionar atividades que contribuam para o aprimoramento psicomotor dos alunos; Vl Estimular a participação dos alunos com necessidades educacionais especiais (NEE) de várias idades; VII Favorecer aos alunos a aquisição de experiências que venham enriquecer seus conhecimentos e facilitar sua relação com o meio, contribuindo desta forma para o exercício da cidadania. (2010) As responsabilidades quanto à participação nos Jogos Colegiais muitas vezes acabam caindo toda sobre os professores de Educação Física, e os meios que deveriam dar suporte para isso, muitas vezes dificultam o processo, como por exemplo, a sociedade, valores culturais, influencia familiar, mídia, entre outros. Professores deveriam diferenciar a postura do Professor Educador da postura do Professor Treinador (técnico), visto que são dois segmentos 1 JOCOP S: Jogos Colegiais do Paraná.
11 10 completamente distintos. Professor Treinador (técnico) tem o intuito de utilizar o esporte de forma competitiva, trabalhando o corpo do atleta e suas capacidades físicas de forma integral para melhora de desempenho, já o Professor Educador, tem o intuito de utilizar o esporte como ferramenta social, de inserção, integração e educação, evitando culto ao corpo e o máximo rendimento atlético do individuo. O mesmo deveria se seguir com os alunos, visto que alunos e atletas também possuem características bem distintas. O aluno deveria utilizar o esporte como forma de lazer, valores sociais e limitação de gestos técnicos, já o atleta tem finalidade oposta com relação ao esporte, o mesmo se utiliza do esporte de forma integral, com finalidade de aprimoramento de gestos técnicos, melhora de desempenho e busca pela vitória. A mídia pode parecer um segmento sem importância no processo de ensino aprendizagem, mas muito pelo contrário, a mesma exerce grande influência neste processo, principalmente quando se fala de esporte. Notou o filósofo Gusdorf (1982), apud Betti, (1998, p.33) que a civilização promove uma desnaturação do corpo que, no caso da cultura física, é agravada pela mitologia do esporte e pelo culto do herói olímpico, organizado com a colaboração da mídia. Assim pode-se dizer que a mídia tem ligação importante com a concepção que a sociedade tem do esporte hoje em dia. A relação esporte/televisão vem alterando, progressiva e rapidamente, a maneira como praticamos e percebemos o esporte BETTI (1998, p.31). Seguindo este ponto de vista, é natural imaginar que esta alteração pode influenciar negativamente durante a relação esporte/educação aplicada por professores de Educação Física, trabalhar com seus alunos concepções e ideologias que constam
12 11 nos objetivos dos Jogos Colegiais, tendo em vista que a mídia insere uma concepção completamente contraria do que se deveria estar sendo trabalhada. Na concepção de Betti, O esporte na escola deve ser entendido em sentido amplo, que abrange, além das formas competitivas, uma larga gama de atividades físicas de lazer, ao ar livre ou de expressão, praticada ao mesmo tempo por prazer e por seu valor higiênico, educativo e cultural. (1998, p.28). Em todos os aspectos, nota se que o esporte na escola deve ser trabalhado de forma educativa, evitando a competição em si, pois a mesma não educa, o que realmente educa é o trabalho prévio para a competição. Como é citado na no Capitulo III, artigo 3º da Lei 9615/1998 Lei Pelé: I - desporto educacional, praticado nos sistemas de ensino e em formas assistemáticas de educação, evitando-se a seletividade, a hipercompetitividade de seus praticantes, com a finalidade de alcançar o desenvolvimento integral do indivíduo e a sua formação para o exercício da cidadania e a prática do lazer; Contudo torna se cada dia mais difícil trabalhar assim, com inúmeras inserções da sociedade, trazendo a concepção do aluno para a competição em si, para o adversário como inimigo a ser vencido, fazendo com que o mesmo deixe de lado a forma prazerosa de se socializar, integrar e se divertir com o esporte, fazendo com que veja prazer somente na vitória em si. O esporte da escola tem características diferentes da competição, segundo Coletivo de Autores: Na escola, é preciso resgatar os valores que privilegiam o coletivo sobre o individual, defendem o compromisso da solidariedade e respeito humano, a compreensão de que jogo se faz a dois, e de que é diferente jogar com o companheiro e jogar contra o adversário. (1992, p. 71)
13 12 Já a competição visa treinamento, melhora de desempenho de seus competidores em busca da vitória. O que se diferencia do esporte escolar. Sendo assim o professor de Educação Física, se depara com algumas escolhas a serem feitas: Enfrentar a sociedade, fazendo com que seus alunos compreendam o real sentido da competição, sem que a mesma seja exacerbada, utilizando a competição para meios educativos. Ou utilizar a competição da forma que a mídia apresenta, de uma forma que a preocupação é apenas com o corpo, com ganhar a qualquer preço, ainda que isso não tenha relação com a educação, como citado por Coletivo de Autores (1992) O treinamento definido como adaptabilidade progressiva do organismo ao esforço, mediante uma série de cargas constantes e progressivas, em duração e intensidade, segundo um plano estabelecido não é objetivo da escola. Escolhas estas que cabem ao professor na hora de aplicar suas metodologias de ensino, dentro de suas necessidades e recursos disponíveis para aplicação das mesmas. Como observado nos estágios, nas entrevistas e nas observações durante o período de seleção e competição, a falta de material, infraestrutura e horário para treinamentos o que se comparado ao desempenho e infraestrutura das escolas particulares, torna difícil a aplicação de princípios visando apenas à participação, pois os alunos não estão dispostos a entrar nos Jogos apenas para participar e se deparar com equipes já formadas e bem estruturadas. Mesmo possuindo bons alunos, não cabe ao professor selecionar talentos, por não fazer parte da Educação Física Escolar. Temos os Jogos, mas os mesmos não são de exclusividade das Escolas Públicas. Como citado na DCE 2 (2008), a exacerbação e a ênfase na competição, na técnica, no desempenho máximo e nas 2 Diretrizes Curriculares da Educação Básica Educação Física.
14 13 comparações absolutas e objetivas faz do esporte na escola uma prática pedagógica potencialmente excludente. O que dificulta para o professor, colocar os alunos em competição, com os mesmos despreparados fisicamente e psicologicamente, para competir contra escolas mais estruturadas nestes aspectos. Tornando se contraditório, preparar estes alunos para competições como os Jogos Colegiais, que no mesmo encontramos aplicação de competição de forma que se consideraria excludente para os alunos das escolas públicas. Também comenta Coletivo de Autores (1992), que o esporte deve ser analisado nos seus variados aspectos, para determinar a forma em que deve ser abordado pedagogicamente no sentido de esporte da escola e não o esporte na escola. Assim entra em questão mais uma vez a postura que o professor deve abordar no sentido de preparar (treinar) ou não estes alunos para este tipo de competição.
15 14 4. METODOLOGIA: A metodologia utilizada neste trabalho foi de natureza qualitativa, com abordagem descritiva, seguida de uma análise interpretativa dos dados. Os instrumentos de coleta dos dados foram dois questionários com questões abertas, sendo um para os alunos e um para os professores. A pesquisa foi realizada com uma amostra composta por 28 alunos de ambos os sexos, sendo 15 meninos e 13 meninas, com idade entre 15 e 17 anos, de três colégios da rede pública de ensino, participantes dos Jogos Colegiais do Paraná, em 2010, na modalidade de Futsal. Também foram entrevistados 4 professores (sendo dois do sexo masculino e dois do sexo feminino) das respectivas escolas. O questionário foi aplicado no período de 3 a 10 de novembro de 2010, nas escolas acima citadas, sendo que os alunos responderam os questionários individualmente, e cada professor respondeu seu questionário separado dos alunos, sendo aplicado primeiro aos alunos e depois aos professores. Também foram acompanhadas duas partidas de cada equipe de futsal dos colégios observados, sendo anotadas em caderno as observações com relação à postura dos professores em comando das equipes, bem como o comportamento dos alunos durante as partidas, registrando também as posturas perante a vitória e a derrota.
16 15 5. DISCUSSÃO E RESULTADOS. Em entrevista com os alunos foi verificado um enorme desconhecimento dos diversos objetivos dos Jogos Colegiais, sendo que 100% dos alunos mostraram não saber os reais objetivos que compõe esta competição. Bem como 75% dos alunos relataram não ter havido nenhum tipo de preparação na escola para a competição, desde treinos a explicações dos objetivos para a participação dos Jogos Colegiais. Em média 25% dos alunos têm uma boa concepção de participação, derrota e vitória, mas mostraram nitidamente que esta é uma concepção que foi adquirida com suas vivências cotidianas e não em conversas com professores responsáveis pela competição, os demais demonstram completo desentendimento da concepção adequada sobre os Jogos, vendo o mesmo apenas de forma competitiva, não tendo conhecimento da forma educativa que o mesmo deve abordar. Como a resposta dada por um dos alunos entrevistados quando perguntado o objetivo quanto à participação dos Jogos Colegiais, Buscava ganhar e ter bom desempenho. (Aluna 1, 2010) 3 Na concepção de Betti, O esporte na escola deve ser entendido em sentido amplo, que abrange, além das formas competitivas, uma larga gama de atividades físicas de lazer, ao ar livre ou de expressão, praticada ao mesmo tempo por prazer e por seu valor higiênico, educativo e cultural. (1998, p.28). Os alunos de um dos colégios observados afirmaram que houve divulgação dos Jogos Colegiais, bem como foi o único que relatou ter havido também um teste para escolha dos competidores. 3 Aluna do Colégio Tiradentes que participou dos Jogos Colegiais do Paraná em 2010.
17 16 Em contra partida, tanto nas observações realizadas durante os Jogos Colegiais, quanto com relação ao resultado das entrevistas com alunos e professores, não nos pareceu que a questão disciplinar dos alunos que estiveram representando estas instituições durante a realização dos Jogos fosse importante. O mesmo fato foi justificado pelos professores como a falta de tempo hábil para fazer este tipo de seleção, bem como para preparação adequada dos alunos para participar dos Jogos. Dos professores entrevistados, um dos professores se mostrou um pouco indiferente quanto aos aspectos analisados, como a preparação adequada aos alunos e seleção dos participantes. Em relato dos alunos, orientados por este professor, o mesmo não demonstrava nenhum interesse quanto à participação do Colégio e dos alunos, ficando indiferente durante as partidas, fato também observado durante os jogos. Já os demais professores, demonstram grande interesse em poder proporcionar uma forma de competição a seus alunos. Porem como citado na DCE (2008), a exacerbação e a ênfase na competição, na técnica, no desempenho máximo e nas comparações absolutas e objetivas faz do esporte na escola uma prática pedagógica potencialmente excludente. Estes professores questionam os subsídios que possuem para trabalhar a Educação Física Escolar, sem levar para o lado do treinamento. Pois em muitas escolas da rede pública, o Estado não proporciona subsídios necessários para que os professores possam preparar os alunos adequadamente para inseri-los na competição, bem como a falta de material, espaço adequado e tempo, de forma que os mesmos possam estar à altura para competir contra escolas mais bem preparadas para este tipo de competição.
18 17 Visto que escolas particulares possuem estrutura, material, tempo e professores específicos para preparar seus alunos para este tipo de competição. O fato de ter que colocar seus alunos para competir contra equipes de escolas que são bem estruturadas para a competição, faz com que muitas vezes os alunos das escolas públicas já entrem em quadra desanimados, onde vê a derrota como fato, o que acaba sendo desestimulante para o aluno e para o professor. Com as resposta dadas por professores, ao serem questionados quanto à colocação final nos Jogos ficamos bem colocados, levando em consideração o fato de não ter treinamento na escola e de competirmos com escolas particulares que possuem estrutura para o esporte. (PROFESSORA 1 4, 2010). Melhor colocação foi o 4º lugar, no futsal feminino, categoria A. Excelente, visto que os três colégios que ficaram a nossa frente possuem programa de treinamento (PROFESSOR 2 5, 2010) Alunos também questionaram bastante a falta de preparo, tempo, espaço e subsídios por parte das escolas e mesmo assim ter que competir contra escolas estruturadas para este tipo de competição. Alegando saber que ao jogar contra estas escolas a derrota era visível, mas que a determinação na competição continuava. No geral, fica visível a dificuldade das escolas públicas quanto à participação nos Jogos Colegiais, tanto pela falta de tempo, espaço, material e subsídios necessários, quanto pela falta de interesse, como em alguns casos o próprio professor não demonstra interesse com relação à preparação adequada aos seus alunos para este tipo de competição. 4 Professora do Colégio Estadual São Paulo Apostolo, que esteve acompanhando seus alunos nos Jogos Colegiais do Paraná em Professor do Colégio Estadual São Paulo Apostolo, que também esteve acompanhando seus alunos nos Jogos Colegiais do Paraná em 2010.
19 18 6. CONCLUSÃO. Visando os objetivos dos Jogos Colegiais e as concepções de educação no esporte, é notável a falta de conhecimento e entendimento por parte dos alunos. Se fazendo necessário verificar com maior abrangência estes aspectos, para que se possam encontrar soluções para sanar estes problemas. Bem como verificar porque os Jogos Colegiais possuindo tantos objetivos direcionados a educação, o mesmo não está sendo aplicado nas escolas e na competição em si. Professores demonstraram interesse, porém alegam que devido à falta de tempo hábil e falta de subsídios necessários, implicam em não poder aplicar corretamente os princípios adequados, que seriam visar à participação ao invés da competição, respeito ao adversário e socialização. Bem como questionam o fato da participação de colégios particulares, os quais possuem um maior preparo, assim prejudicam o trabalho que visa participação ao invés da competição. Portanto fica visível que com a falta de subsídios dado pelo Estado, dificulta o trabalho do professor nas escolas públicas para inserir seus alunos na competição de forma educativa, onde os mesmos acabam não atuando como treinadores nem como educadores, frente seus alunos para inseri-los na competição. Desta forma, acreditamos que seria necessária uma revisão nos objetivos dos Jogos Colegiais, suas formas de aplicação nas escolas. Revisar a participação destes colégios particulares que já possuem equipe mais estruturada para a competição ou até mesmo a postura do professor com relação à aplicação de suas metodologias, onde possa haver um consenso mutuo para que as concepções adequadas de competição sejam aplicadas corretamente aos alunos, sem criar prejuízos aos mesmos e que possa estar proporcionando amplo prazer pela participação em si, e não somente pela vitória.
20 19 Referências Bibliográficas: BETTI, Mauro. A janela de vidro: Esporte, televisão e educação física. Campinas SP: Papirus, BETTI, Mauro. Educação Física e Sociedade. São Paulo: Movimento, BETTI, Mauro; ZULIANE, Luiz Roberto. Educação Física Escolar: uma proposta de diretrizes pedagógicas. Revista Mackenzi de Educação Física e Esporte, BRUHNS, Heloisa Turini. Conversando sobre o corpo. 5. ed. Campinas SP: Papirus, DIRETRIZES Curriculares da Educação Básica, Educação Física. Paraná, 2008 Metodologia do ensino de Educação Física / coletivo de autores - São Paulo: Cortez, (Coleção magistério. 2º grau. Série formação do professor). PARANÁ Esportes Regulamento dos 57º Jogos Colegiais do Paraná, Disponível em < >Acesso em 03 de novembro de PARANÁ Esportes Lei nº 9.615, de 24 de março de Disponível em < >Acesso em 24 de outubro de 2010.
21 20 APÊNDICES UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ FACULDADE DE CIENCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ACADÊMICO (A): Regiane de Oliveira Galdino PROF. ORIENTADOR: Euza Cagnato TITULO: A postura profissional do professor de Educação Física perante os alunos em relação aos Jogos Colegiais do Paraná. NOME: SÉRIE: IDADE: COLÉGIO: Entrevista aplicada aos Alunos 1. Houve divulgação dos Jogos Colegiais na sua Escola? ( ) Sim ( ) Não 2. Se houve, de que forma foi feita?. 3. Foi feita seleção ou algum teste na escola, para escolha dos alunos para participar? Se houve, qual? 4. Teve algum professor especifico responsável pela sua equipe durante a competição?. 5. Qual a formação do professor que ficou responsável pela sua equipe? (que matéria ele ensina na escola). 6. Você sabe quais são os objetivos dos Jogos Colegiais do Paraná? Cite alguns. 7. Houve conversa antes das partidas? ( ) Sim ( ) Não 8. Se houve o que era conversado?
22 21 9. Houve algum tipo de preparação para a competição? Qual? 10. Como você vê as equipes dos outros colégios, o que eles significam para você? 11. Qual o significado de ganhar e perder para você? 12. Qual o seu objetivo com relação aos Jogos Colegiais do Paraná? 13. Qual foi sua colocação final nos jogos? Comente sobre a mesma. 14. Qual é o comportamento do seu professor quando sua equipe está perdendo ou quando perdeu o jogo?.
23 22 UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ FACULDADE DE CIENCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ACADÊMICO (A): Regiane de Oliveira Galdino PROF. ORIENTADOR: Euza Cagnato TITULO: A postura profissional do professor de Educação Física perante os alunos em relação aos Jogos Colegiais do Paraná. NOME: Entrevista aplicada aos Professores 1. Qual a sua formação acadêmica? (Área) 2. Qual foi a abordagem utilizada para divulgar na escola os Jogos Colegiais do Paraná? 3. Houve seleção dos alunos para participar os Jogos? ( ) Sim ( ) Não 4. Quem foi o responsável pela escolha dos Alunos? ( ) Diretor ( ) Professor de Ed. Física ( ) Professores de outra área. 5. Comportamento e desempenho escolar tiveram que peso na escolha dos alunos participantes? Explique. 6. Algum professor procurou falar dos objetivos dos Jogos Colegiais para os alunos? ( ) Sim ( ) Não 7. Qual o seu objetivo quanto à participação nos Jogos? 8. Procurava conversar com os alunos antes e depois dos Jogos? ( ) Sim ( ) Não 9. Se conversavam, qual era o assunto abordado?
24 O que acham dos times que competem contra vocês? O que passavam aos alunos quanto a este aspecto? 11. Qual a sua concepção de derrota e vitória? 12. Como era passado quanto à vitória e derrota aos alunos? 13. Qual foi sua colocação final nos Jogos? O que acha da mesma? 14. O que você sente quando seus alunos estão perdendo ou quando perdem um jogo?
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