Estratégias e programas para a garantia do Direito Humano à Alimentação Adequada
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- Maria Clara Franca Damásio
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1 I Seminário Estadual da Rede-SANS Desafios e estratégias para a promoção da alimentação saudável adequada e solidária no Estado de São Paulo Estratégias e programas para a garantia do Direito Humano à Alimentação Adequada Nayara Côrtes Rocha ABRANDH- Ação Brasileira pela Nutrição e Direitos Humanos Águas de Lindóia Agosto, 2012
2 ... o acesso à alimentação é um direito humano em si mesmo, na medida em que a alimentação constitui-se no próprio direito à vida. Negar este direito é antes de mais nada, negar a primeira condição para a cidadania, que é a própria vida (Relatório do Brasil na Cúpula Mundial para a Alimentação, Roma 1996).
3 Direitos Humanos A definição de Direitos Humanos está em constante construção Conquistas de processo de lutas e conflitos entre grupos detentores dos poder e as maiorias sem poder algum Estabelecimento de limites e de regras para o exercício do poder, seja esse público, privado, econômico, político e mesmo religioso O Direito a ter direitos e de exigir estes direitos
4 Direitos Humanos Direitos humanos são: universais, indivisíveis, interdependentes e inter-relacionados e inalienáveis Devem ser norteados por princípios de dignidade humana, participação e inclusão, equidade e nãodiscriminação, a obrigação de prestar contas (responsabilização) e o Estado de Direito.
5 Direitos Humanos DIREITOS HUMANOS TITULARES DE DIREITOS PORTADORES DE OBRIGAÇÕES - ESTADO RESPEITAR, PROTEGER, PROMOVER E PROVER OS DIREITOS HUMANOS POLÍTICAS PÚBLICAS
6 O direito humano à alimentação adequada DHAA Em 2002, o Relator Especial da ONU para o direito à alimentação define: O direito à alimentação adequada é um direito humano inerente a todas as pessoas de ter acesso regular, permanente e irrestrito, quer diretamente ou por meio de aquisições financeiras, a alimentos seguros e saudáveis, em quantidade e qualidade adequadas e suficientes, correspondentes às tradições culturais do seu povo e que garanta uma vida livre do medo, digna e plena nas dimensões física e mental, individual e coletiva.
7 O direito humano à alimentação adequada DHAA Conforme os tratados internacionais de direitos humanos, existem duas dimensões indivisíveis do DHAA: o direito de estar livre da fome e da má nutrição e o direito à alimentação adequada.
8 O direito humano à alimentação adequada DHAA O DHAA começa pela luta contra a fome, mas não se limita a ela. A alimentação como processo de transformação da natureza em gente saudável e cidadã. O termo adequada envolve diversos aspectos e a plena realização do DHAA envolve elementos de justiça social e econômica de um país. As formas como cada um destes fatores são atendidos, depende da realidade específica de cada grupo ou povo
9 O direito humano à alimentação adequada DHAA
10 O direito humano à alimentação adequada DHAA Conceito de direito humano à alimentação adequada deve ser incorporado nas várias estratégias de desenvolvimento social e de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN). É por meio da Política de SAN e soberania alimentar, articulada a outros programas e políticas públicas, que o Estado deve respeitar, proteger, promover e prover o DHAA. A Segurança Alimentar e Nutricional refere-se à forma como uma sociedade organizada, por meio de políticas públicas, pode e deve garantir o DHAA a todos os/as cidadãos/ãs.
11 A SAN E O DHAA Avanços na construção de instrumentos normativos de forma participativa: - Lei nº /2006- LOSAN: Cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional SISAN com vistas em assegurar o direito humano à alimentação adequada e dá outras providências. - Decreto 7.272/2010: regulamenta a Lei nº , de 15 de setembro de 2006, institui a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - PNSAN, estabelece os parâmetros para a elaboração do Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, e dá outras providências - EC 64/2010 : incorpora a alimentação entre os direitos sociais previstos no Art. 6º da Constituição Federal
12 As políticas de SAN e o DHAA A promoção da garantia do DHAA passa pela : promoção da reforma agrária, da agricultura familiar, de políticas de abastecimento, de incentivo a práticas agroecológicas, de vigilância sanitária dos alimentos, de abastecimento de água e saneamento básico, de alimentação escolar, da regulação da publicidade de alimentos, garantia de informação cientificamente comprovada e respaldada sobre alimentação saudável e alimentos seguros e adequados, do atendimento prénatal de qualidade, da viabilidade de praticar o aleitamento materno exclusivo, da não discriminação de povos, etnia e gênero, dentre muitas outras
13 Programas para a garantia do DHAA Exemplos de programas que colaboram para a realização do DHAA: - Bolsa Família; - Programa de Aquisição de Alimentos- PAA; - Programa Nacional de Alimentação Escolar- PNAE; - Programa de Cisternas; - Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - Políticas de Saúde (Programas de Suplementação, Programa Saúde da Família, Saúde na Escola etc. )
14 Estratégias para a garantia do DHAA Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional- SISAN LOSAN: Art. 7 o A consecução do direito humano à alimentação adequada e da segurança alimentar e nutricional da população far-se-á por meio do SISAN, integrado por um conjunto de órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e pelas instituições privadas, com ou sem fins lucrativos, afetas à segurança alimentar e nutricional e que manifestem interesse em integrar o Sistema, respeitada a legislação aplicável.
15 Princípios do SISAN Art. 8 o O SISAN reger-se-á pelos seguintes princípios: I universalidade e eqüidade no acesso à alimentação adequada, sem qualquer espécie de discriminação; II preservação da autonomia e respeito à dignidade das pessoas; III participação social na formulação, execução, acompanhamento, monitoramento e controle das políticas e dos planos de segurança alimentar e nutricional em todas as esferas de governo; e IV transparência dos programas, das ações e dos recursos públicos e privados e dos critérios para sua concessão.
16 Direitos Humanos Direitos humanos são: universais, indivisíveis, interdependentes e inter-relacionados e inalienáveis Devem ser norteados por princípios de dignidade humana, participação e inclusão, equidade e nãodiscriminação, a obrigação de prestar contas (responsabilização) e o Estado de Direito.
17 O SISAN O SISAN é o sistema de proteção e promoção do Direito Humano à Alimentação Adequada, assim como o SUS o é para o direito à saúde e o SUAS para o direito à a assistência social Escolha brasileira de gestão de políticas públicas por meio de sistemas democráticos e participativos Olhar sistêmico Diálogo entre sistemas e algumas especificidades do SISAN (sistema de articulação)
18 Integrantes do SISAN Art. 11. Integram o SISAN: Lei , de 15 de setembro de 2006 I. a Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - indicação ao CONSEA das diretrizes e prioridades da Política e do Plano Nacional; avaliação do SISAN; II. o CONSEA, órgão de assessoramento imediato ao Presidente da República; III. a Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional, integrada por Ministros de Estados e Secretários Especiais; IV. os órgãos e entidades de segurança alimentar e nutricional da União, Estados, Distrito Federal e Municípios; e V. as instituições privadas com ou sem fins lucrativos, que manifestem interesse na adesão e que respeitem os critérios, princípios e diretrizes do SISAN.
19 Integrantes do SISAN
20 Principais características do SISAN Intersetorialidade Participação social Diálogo entre Sistemas Implantação simultânea à formulação e implementação das políticas de SAN Sistema em construção Diálogo Interdeferativo Perspectiva sistêmica sobre uma temática complexa
21 O SISAN como estratégia de garantia do DHAA O SISAN deve priorizar a promoção do acesso universal à alimentação adequada e saudável, com prioridade para as famílias e pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional ( Diretriz I da PNSAN) Promoção, Universalização e Coordenação das Ações de Segurança Alimentar e Nutricional Voltadas para Quilombolas e demais povos e Comunidades Tradicionais de que Trata o Decreto nº 6 040/2007 e povos Indigenas (Diretriz IV da PNSAN) Disponibilizar mecanismos de monitoramento de políticas de SAN e instrumentos de exigibilidade do DHAA Promover diálogo e pactuação entre governos e sociedade
22 O SISAN como estratégia de garantia do DHAA Disponibilizar mecanismos de monitoramento de políticas de SAN e instrumentos de exigibilidade do DHAA Promover diálogo e pactuação entre governos e sociedade civil Estruturar sistemas agroalimentares e de consumo de alimentos mais justos Proteger o direito humano à alimentação adequada dos interesses de mercado - Alimento: direito ou mercadoria?
23 Considerações finais A garantia de Direitos sempre foi conquistada através de mobilizações e articulações dos povos A participação social/popular tem importância fundamental na construção de políticas que garantam direitos Um caminho possível e garantido pela LOSAN é a participação social por meio dos Conselhos de Segurança Alimentar e Nutricional Desafios do estado de São Paulo Fortalecimento da REDE-SANS e Articulação Paulista de Segurança Alimentar e Nutricional
24 OBRIGADA!
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