Solvência II Visão Geral e Experiências Acumuladas
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1 Solvência II Visão Geral e Experiências Acumuladas Conferências SUSEP-EIOPA sobre Supervisão e Regulação Baseadas nos Riscos 15 de Abril de 2012 Rio de Janeiro 16 de Abril de 2012 São Paulo
2 Agenda 1. Auto-Avaliação dos Riscos e da Solvência (ORSA) 2. Modelos Internos 3. Princípio da Proporcionalidade 2
3 Agenda 1. Auto-Avaliação dos Riscos e da Solvência (ORSA) 2. Modelos Internos 3. Princípio da Proporcionalidade 3
4 ORSA Um processo a partir do topo Accionis tas Accionis tas Accioni stas Detentores do Capital Base de Capital Selecção de Representantes Capital utilizado na gestão da empresa e.g. na mitigação de riscos Eleição do Órgão de Administração Operações do dia-a-dia Organização Constitui uma das responsabilidades centrais do Órgão de Administração não assumir riscos excessivos face ao permitido pela base de capital disponível 4
5 ORSA Um processo a partir do topo A introdução do ORSA constitui uma tarefa exigente para o Órgão de Administração Muitas vezes os Órgãos de Administração não estão conscientes da sua responsabilidade em relação ao capital da empresa As competências necessárias para obter uma visão global e completa dos riscos não podem ser subcontratadas O ORSA não pode ser conduzido de forma mecânica Em muitos casos é necessária uma mudança cultural do Órgão de Administração e da organização O ORSA não se resume à inclusão de peritos no Órgão de Administração nem à análise de documentos altamente técnicos fornecidos pela organização Trata-se antes da obtenção de um grau elevado de confiança no facto de que o Órgão de Administração conhece a empresa que está a gerir e que esta pode pagar o seu plano estratégico para os próximos 3-5 anos, incluindo os desvios que poderão surgir no caminho 5
6 ORSA O que é? é um processo para um entendimento global e completo dos riscos, da perspectiva do Órgão de Administração e/ou de Supervisão fornece uma imagem abrangente dos riscos da empresa permite ao supervisor aferir o nível de qualidade do entendimento dos riscos por parte do Órgão de Administração e/ou de Supervisão liga a imagem completa dos riscos com o sistema de gestão de riscos e o sistema de controlo interno é um processo que captura os riscos muito tempo antes de os mesmos poderem ser quantificados é um processo que utiliza conhecimentos não quantificáveis sobre os riscos 6
7 ORSA O que não é? Não é um novo método de cálculo da solvência baseado em regras Não é um processo pré-definido. A empresa tem de desenvolver o seu próprio processo eficiente de avaliação, dentro de uma lógica de auto- avaliação Não é um processo função-chave que como ponto de partida possa ser subcontratado Não é um processo cujo resultado seja um único número 7
8 ORSA Resultados Identificação dos riscos Imagem dos riscos Necessidades globais de Solvência Decisão sobre capital Quantificação e acções de gestão Análises de sensibilidade Risco Segur os Risco Crédi to Requisit os capital Agregação dos riscos Risco Merc ado Risco Liqui dez Mitigação com capital Risco Operac ional Outr os Com acções de gestão Expressas em termos quantitativos e qualitativos Ligação do planeamento do negócio às necessidades globais de Solvência Identificação explícita de cenários futuros possíveis Gestão de eventos externos Avaliação da qualidade dos processos e informação de base Testes específicos da empresa Testes de esforço externos Acções de gestão para cenários futuros Desenvolver a sensibilidade para os riscos e o planeamento de contingência, numa base regular Revisão do cálculo do SCR Revisão dos pressupostos de cálculo do SCR Revisão da imagem dos riscos presentes no cálculo do SCR Continuidade das actividades Impacto no SCR? Impacto na Estratégia Revisão dos pressupostos subjacentes ao modelo de negócio Revisão dos controlos e governação 8
9 ORSA Perspectiva do supervisor Reconhecimento de que o capital não é a solução para todos os riscos, e que uma gestão efectiva dos riscos pode ser uma ferramenta relevante para a melhoria da protecção dos tomadores de seguros e promoção da estabilidade dos mercados Foco nos objectivos pretendidos, e não na forma como a empresa os atinge Fonte valiosa de informação, fornece uma base para a discussão entre a empresa e o supervisor, devendo ser analisado com uma perspectiva crítica, de modo não só a entender como funciona o sistema de gestão de riscos na prática mas também a desafiar esse funcionamento Quaisquer deficiências identificadas devem ser tratadas tempestivamente. Mais capital não substitui uma adequada gestão dos riscos 9
10 ORSA Sumário O ORSA é um processo top-down controlado pela Administração O ORSA deve mudar a perspectiva de bottom-up para top-down O ORSA faz a ligação entre a estratégia do negócio e o planeamento de capital Constitui uma responsabilidade central do Órgão de Administração não assumir mais riscos do que o permitido pela base de capital disponível Dois objectivos principais: A Administração deve saber se a empresa pode pagar o seu plano estratégico para os 3-5 anos seguintes, incluindo desvios que possam surgir, e a Administração deve saber como executar o seu plano estratégico A introdução do ORSA é uma tarefa exigente para o Órgão de Administração Não existe uma abordagem fixa para a realização do ORSA O ORSA não é um modelo interno O ORSA é uma parte integrante da estratégia e deve ser realizado pelo menos anualmente, assim como nas situações em que o perfil de risco se altere significativamente, tem de ser documentado e reportado ao supervisor 10
11 Agenda 1. Auto-Avaliação dos Riscos e da Solvência (ORSA) 2. Modelos Internos 3. Princípio da Proporcionalidade 11
12 Diferentes formas de cálculo do SCR Modelo Interno Sensibilidade aos Riscos Fórmula Padrão Fórmula Padrão Com Simplificações Total Modelo Interno Parcial Fórmula Padrão Com USPs Complexidade 12
13 O que é um modelo interno? O que é um modelo interno para a IE/GC? Um sistema de gestão de riscos desenvolvido por uma empresa de seguros para analisar a sua posição de risco global, para quantificar os riscos e para determinar o capital económico necessário para fazer face aos mesmos O que é um modelo interno para a IAA? Modelo matemático das operações de uma empresa de seguros para analisar a sua posição de risco global, para quantificar os riscos e determinar o capital necessário para fazer face a esses riscos O que é um modelo interno no contexto do regime Solvência II? A Directiva de Nível 1 do regime Solvência II não inclui uma definição.. Mas o Deve ser uma parte integrante do Sistema de Gestão de Riscos o Deve respeitar os testes e normas necessários à aprovação de modelos internos 13
14 Empresas devem demonstrar Teste de utilização (art. 120) Normas de qualidade estatística (art.121) Normas de calibragem (art. 122) Atribuição dos ganhos e perdas (art.123) Normas de validação (art. 124) Normas de documentação (art. 125) Um sistema adequado para identificar, mensurar, monitorar, gerir e reportar os riscos Os requisitos não devem ser considerados isoladamente as inter-relações não devem ser ignoradas A utilização de modelos e dados externos não isenta as empresas de seguros de nenhum dos requisitos referidos 14
15 Benefícios dos modelos internos Maior sensibilidade aos riscos do SCR, mais diretamente relacionado com o perfil de risco específico da entidade, e dando origem a uma modelação mais adequada de contratos diferentes do habitual (em particular, nos casos de não linearidade) Melhor alinhamento entre os requisitos de capital económico e regulamentar Incentivo à inovação nas metodologias de gestão de riscos originando maior competitividade através de uma melhor gestão de riscos e consequentemente menores custos de capital Discussão de Pilar 2 mais efectiva e maior familiarização do supervisor com dados mais detalhados sobre as exposições da empresa, face aos disponíveis nos registos contabilísticos Eficiência nos custos decorrente da reutilização da infraestrutura de modelação de riscos para discussão com os supervisores, agências de notação, analistas e accionistas 15
16 Modelos internos parciais Empresas de seguros podem utilizá-los para calcular um ou mais dos seguintes: o Módulos ou sub-módulos de risco da fórmula padrão do SCR o Risco operacional o Ajustamentos pela capacidade de absorção de perdas das Provisões Técnicas e impostos diferidos Adicionalmente, podem aplicá-los: o À totalidade do negócio da empresa de seguros ou resseguros, ou o Apenas a uma das unidades de negócio principais (exemplos de UNPs: entidades dentro de um grupo/actividades Vida vs. Não-Vida ) Aprovação sujeita aos mesmos requisitos que os modelos totais, com condições adicionais relativas a: o Razões para o âmbito limitado da aplicação o O SCR do modelo interno reflecte mais apropriadamente o perfil de risco da empresa de seguros o Exigência de justificação/validação da metodologia de agregação escolhida 16
17 Desafios dos modelos internos Convergência das práticas de supervisão relativamente à aprovação e avaliação dos modelos (e.g. durante a actual fase de pré-pedido e posteriormente quando o Solvência II entrar em aplicação) Cooperação eficiente entre os supervisores no âmbito dos colégios de modo a assegurar que, para os modelos internos de grupo, as decisões sobre os pedidos possam ser tomadas a tempo de permitir a utilização dos modelos desde o primeiro dia Os recursos dos supervisores para analisar os modelos devem ser suficientes para permitir a tomada atempada de decisões (dia 1) A capacidade das empresas de seguros para construir modelos compatíveis com o Solvência II e fornecer atempadamente aos supervisores a informação necessária para demonstrar o cumprimento dos testes e normas de aprovação do modelo desde o primeiro dia Necessidade de assegurar um nível equilibrado de competição no mercado e de protecção dos tomadores de seguros (compatível com a dos utilizadores da fórmula padrão) Necessidade de melhorar a transparência e divulgação da modelização interna, de modo a evitar a percepção dos modelos internos como caixas negras 17
18 O que está a EIOPA a fazer para os ultrapassar? Redacção de normas, orientações e recomendações Iniciativas de pré-pedido e posterior aprovação (para além da publicação de orientações) para melhorar a convergência entre supervisores e a consistência nas revisões de modelos internos, quer em termos de processos quer de resultados, e em particular no caso de modelos internos de grupo. Esta iniciativa inclui e realização de Q&A na Área Reservada do sítio da EIOPA na Internet Papel activo nos colégios de supervisores apoiando-os na obtenção de decisões conjuntas, e potenciando o seu funcionamento Melhoria do diálogo entre supervisores e diferentes stakeholders, incluindo as empresas, fornecedores externos e consultores na área dos modelos internos Criação de um centro de competências para apoiar as Autoridades de Supervisão Nacionais nos processos de aprovação 18
19 Processos de pré-pedido Feedback recebido 19
20 Convergência nos processos de prépedido Aumento da convergência das práticas de supervisão é uma das competências centrais da EIOPA Feedback da indústria aponta para a existência de algumas lacunas em áreas relevantes EIOPA vai continuar a dedicar recursos relevantes a esta matéria, e procurar suprir os problemas identificados, nomeadamente: Pela via dos Colégios de Supervisores, que constituem um elo fundamental de coordenação entre as Autoridades de Supervisão Nacionais Pela contínua clarificação das normas e requisitos aplicáveis No entanto, deve ser enfatizado que o sucesso do processo depende, em boa medida, do comprometimento e envolvimento das próprias empresas, sendo que também aí há espaço para melhorias. 20
21 Agenda 1. Auto-Avaliação dos Riscos e da Solvência (ORSA) 2. Modelos Internos 3. Princípio da Proporcionalidade 21
22 Princípio da proporcionalidade O que é? O novo regime de Solvência não deve traduzir-se numa sobrecarga excessiva para as pequenas e médias empresas de seguros No regime Solvência II, a proporcionalidade é um princípio geral de supervisão embebido na Directiva Os Estados-Membros devem assegurar que os requisitos (...) são aplicados de forma proporcional à natureza, dimensão e complexidade dos riscos (...) Este princípio deve aplicar-se tanto aos requisitos sobre as empresas de seguros como ao processo de supervisão O princípio da proporcionalidade é de aplicação generalizada, mesmo quando não referido expressamente 22
23 Princípio da proporcionalidade Alguns exemplos de aplicação Sistema de Governação Definição das funções-chave (possibilidade de acumulação);... Cálculo dos Requisitos de Capital Simplificações para o cálculo do SCR; Metodologias de cálculo das Provisões Técnicas;... Reporte ao Supervisor Reporte trimestral da lista detalhada de activos; Reporte dos elementos para monitorização Macroprudencial;... 23
24 Princípio da proporcionalidade Conclusões EIOPA atribui grande importância a este princípio, na medida em que constitui um elemento fundamental para assegurar que o novo regime de Solvência funcione adequadamente na realidade das pequenas e médias empresas de seguros Os requisitos especificados pela EIOPA nas Normas Técnicas e Orientações devem ser aplicados de forma proporcional. A EIOPA encontra-se a realizar uma análise detalhada a todo o material produzido para assegurar e demonstrar a compatibilidade com este princípio. A Proporcionalidade funciona de modo bi-direccional, ou seja, é expectável pelos supervisores a utilização de metodologias mais sofisticadas nos casos em que a natureza, dimensão e complexidade dos riscos o justifique Proporcionalidade não significa relaxamento das regras, mas apenas flexibilidade no modo como as mesmas são implementadas (os requisitos continuam a ser idênticos para todos) 24
25 Obrigado Carlos Guiné
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