Solvência II. Gabriel Bernardino 25 de Outubro de 2007
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- Luiz Felipe Campos Pedroso
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1 Solvência II A visão o da Presidência Portuguesa Gabriel Bernardino 25 de Outubro de 2007
2 Sumário 1. O Solvência II e a Presidência Portuguesa 2. As traves mestras do Solvência II 3. Alguns temas para reflexão 4. Considerações finais
3 O Solvência II e a Presidência Portuguesa A Presidência Portuguesa está muito empenhada na discussão da Directiva Solvência II 1 reunião informal em Julho 6 reuniões em Setembro e Outubro 4 reuniões em Novembro 2 reuniões em Dezembro (por confirmar)
4 O Solvência II e a Presidência Portuguesa O Solvência II é o dossier mais importante para a Presidência Portuguesa na área dos serviços financeiros O envolvimento de todos os Estados-Membros no processo de discussão é fundamental (necessidade de entender as preocupações e as propostas específicas de cada Estado Membro) Empenhamento para encontrar compromissos no decorrer do processo de negociação
5 As traves mestras do Solvência II Avaliação de activos e passivos com base em princípios económicos sãos Requisitos financeiros sensíveis ao risco Princípio do gestor prudente nos investimentos Sistema de governação efectivo Processo de supervisão orientado para o risco Adequada divulgação de informação ao mercado
6 Avaliaçã ção o de activos e passivos com base em princípios pios económicos sãoss Activos e passivos avaliados, de forma consistente, ao justo valor Harmonização do cálculo das provisões técnicas com base no current exit value Importância da consistência com as IFRS Medidas de implementação de nível 2 irão definir metodologias e técnicas a utilizar nessa avaliação
7 Requisitos financeiros sensíveis ao risco O requisito de capital de solvência (SCR) tem em conta todos os riscos quantificáveis O cálculo do SCR deve ter em conta o efeito das técnicas de mitigação de riscos Quando apropriado devem ser tidos em consideração efeitos de diversificação Utilização de modelos internos sujeita a aprovação prévia da autoridade de supervisão
8 Princípio do gestor prudente Princípios qualitativos relativos à política de investimentos Activos a representar as provisões técnicas deverão ser investidos no melhor interesse dos tomadores de seguro e outros beneficiários Inexistência de limites quantitativos Inexistência de critérios de elegibilidade de activos
9 Sistema de governaçã ção o efectivo Representa a base para uma gestão sã e prudente do negócio Deve incluir uma estrutura organizacional adequada e transparente com uma clara alocação de tarefas, uma adequada segregação de funções e um sistema de reporte efectivo Deve incluir um processo de avaliação dos riscos e da solvência efectuado pela própria empresa (ORSA)
10 Processo de supervisão o orientado para o risco O processo de supervisão deve incluir uma avaliação: dos requisitos qualitativos relativos ao sistema de governação dos riscos a que uma empresas de seguros se encontra sujeita da capacidade da empresa de seguros para avaliar esses riscos Possibilidade de imposição de um requisito adicional de capital (capital add-on) Combinação apropriada de actividades de supervisão off-site e on-site
11 Adequada divulgaçã ção o de informaçã ção o ao mercado Objectivo de reforçar a disciplina de mercado Relatório sobre a situação financeira e a solvência Consistência com a divulgação exigida pelas IFRS s Divulgação dos requisitos adicionais de capital Divulgação de situações de incumprimento do SCR e do requisito de capital mínimo (MCR)
12 Alguns temas para reflex Alguns temas para reflexão Princípio da proporcionalidade Um ORSA adequado Imposição de requisitos adicionais de capital Utilização de parâmetros específicos da empresa de seguros Informação a fornecer aos tomadores de seguro Tratamento dos produtos com participação nos resultados Novo regime de supervisão dos grupos de seguros
13 Princípio da proporcionalidade O novo regime de solvência não deverá ser demasiado oneroso para pequenas e médias empresas A exclusão do âmbito de aplicação da Directiva deve ser colocada a um nível mínimo O factor chave deve ser a aplicação apropriada do princípio da proporcionalidade Este princípio aplica-se quer aos requisitos impostos às empresas de seguros, quer ao processo de supervisão
14 Princípio da proporcionalidade O Solvência II deve ser aplicável a empresas de seguros de diferente dimensão e complexidade A Directiva de nível 1 deve identificar claramente que o princípio da proporcionalidade se aplicará aos três pilares Os detalhes sobre a aplicação do princípio da proporcionalidade deverão ser desenvolvidos nas medidas de implementação de nível 2
15 No Pilar I Princípio da proporcionalidade Utilização de métodos e técnicas simplificados para o cálculo das provisões técnicas (best estimate e margem de risco) Utilização de cálculos simplificados para alguns sub-módulos e/ou módulos de risco do SCR (utilização de aproximações baseadas em factores em detrimento da utilização de cenários) No entanto, deverá existir apenas um regime
16 No Pilar II Princípio da proporcionalidade O sistema de governação deve ser adequado à natureza, dimensão e complexidade dos riscos inerentes à actividade da empresa de seguros As empresas de seguros devem ter liberdade para definir a sua própria estrutura organizacional
17 No Pilar II Princípio da proporcionalidade Funções chave não são unidades funcionais: Função de gestão de riscos Função de controlo interno Função de compliance Função de auditoria interna Função actuarial Funções chave podem ser desempenhadas por quadros da empresa, por peritos externos à empresa ou ser sub-contratadas
18 No Pilar II Princípio da proporcionalidade A segregação de funções e o requisito de independência devem aplicar-se obrigatoriamente apenas à função de auditoria interna Relativamente às outras funções, dependendo da natureza, dimensão e complexidade dos riscos, uma pessoa ou uma unidade funcional devem poder assumir o desempenho de mais do que uma função
19 No Pilar II Princípio da proporcionalidade Todas as pessoas que desempenhem funções chave devem ser fit and proper No entanto, o processo de notificação às autoridades de supervisão apenas se deve aplicar no que respeita aos responsáveis operacionais pelas funções chave
20 No Pilar III Princípio da proporcionalidade A harmonização de conteúdos e formatos para reporte prudencial e divulgação ao mercado deve considerar o princípio da proporcionalidade A proporcionalidade é intrínseca ao reporte e disclosure uma vez que o respectivo conteúdo depende directamente da natureza, dimensão e complexidade dos riscos
21 Um ORSA adequado O ORSA é um processo de avaliação interna e uma ferramenta de supervisão O ORSA é uma consequência natural do processo de gestão de riscos O ORSA não requer o desenvolvimento de um modelo interno O ORSA não é um requisito de capital
22 Imposiçã ção o de requisitos adicionais de capital Na sequência do processo de supervisão as autoridades de supervisão devem, em circunstâncias excepcionais, impor um requisito adicional de capital nos seguintes casos: o perfil de risco da empresa de seguros desvia-se significativamente dos pressupostos utilizados no cálculo do SCR (fórmula standard ou modelo interno) o sistema de governação da empresa de seguros desviase significativamente dos standards estabelecidos
23 Imposiçã ção o de requisitos adicionais de capital Qual o significado da expressão excepcional? A imposição de um requisito adicional de capital deve ser uma medida de último recurso A expressão excepcional deve ser entendida no contexto específico de cada empresa de seguros O Excepcional não deve ser entendido em relação à quantidade de requisitos adicionais impostos num mercado específico
24 Imposiçã ção o de requisitos adicionais de capital Qual o significado da expressão excepcional? Nos primeiros anos de aplicação do novo regime certos riscos quantificáveis podem ser captados de forma insuficiente (informação incompleta, ausência de modelos robustos e testados ) Como consequência, existirá provavelmente uma maior frequência de imposição de requisitos adicionais de capital relacionados com a aprovação de modelos internos
25 Utilizaçã ção o de parâmetros específicos da empresa de seguros Podem contribuir para incrementar a sensibilidade do SCR ao verdadeiro risco de cada empresa de seguros Pode ser encarada como um primeiro passo para o desenvolvimento de modelos internos Parâmetros calculados através de métodos standard e sujeitos a autorização da autoridade de supervisão É crucial que a informação seja completa, fiável e apropriada
26 Informaçã ção o a fornecer aos tomadores de seguro A Directiva deve mencionar a necessidade de prestação de informação específica aos tomadores de seguro quando estes suportam parcial ou totalmente os riscos Os tomadores de seguro devem ser esclarecidos quanto aos riscos por si assumidos, nomeadamente nos unit-linked e nos seguros com participação nos resultados
27 Tratamento dos produtos com participaçã ção nos resultados A aplicação de princípios económicos sãos conduz a que no cálculo das provisões técnicas sejam tidos em consideração todos os fluxos de caixa futuros esperados, incluindo: as participações futuras garantidas as expectativas razoáveis dos tomadores de seguro as participações esperadas baseadas na experiência histórica
28 Tratamento dos produtos com participaçã ção nos resultados O nível de redução do SCR deve depender: das condições dos contratos da capacidade das provisões para absorver perdas do nível de fungibilidade do negócio Necessidade de uma análise profunda das características específicas do regime de cada Estado Membro
29 Novo regime de supervisão o dos grupos de seguros Como desenvolver um regime que reconheça na prática os efeitos de diversificação entre as diferentes entidades de um grupo de seguros? Como assegurar que não existem, em qualquer circunstância, obstáculos legais para a transferência de capital dentro do grupo?
30 Novo regime de supervisão o dos grupos de seguros Existe uma clara e adequada alocação de responsabilidades e poderes entre os supervisores individuais e o supervisor do grupo? Pode ser atribuído ao CEIOPS um papel acrescido?
31 Consideraçõ ções finais O momentum do Solvência II não deve ser perdido Deve ser evitado demasiado detalhe na Directiva de nível 1, tirando o máximo proveito da abordagem Lamfalussy (utilização adequada dos níveis 2 e 3) Deve ser encontrada a calibragem adequada para o cálculo do MCR e do SCR (QIS 4) O novo regime não deve conduzir a um comportamento avesso ao risco por parte do mercado
32 Consideraçõ ções finais Os custos de implementação devem ser mantidos a níveis aceitáveis O sistema deve ser tão simples quanto possível, mas tão complexo quanto necessário No fim do processo todos teremos de aceitar soluções de compromisso Não existem sistemas perfeitos!
33 Só o que sonhamos é o que verdadeiramente somos, porque o mais, por estar realizado, pertence ao mundo e a toda a gente Fernando Pessoa O Livro do desassossego
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