REFORMA TRABALHISTA Principais pontos que afetam a construção civil

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1 CARTILHA REFORMA TRABALHISTA Principais pontos que afetam a construção civil SINDUSCON-AM/2017

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3 SUMÁRIO 01 Acordos individuais Convenções e acordos coletivos Prazo de validade das normas coletivas Parcelamento de férias Intervalo intrajornada Jornada de trabalho flexível Jornada Intermitente Trabalho remoto (home office) Acordos e demissões Representação Banco de horas Hora In Itinere (deslocamento) Terceirização Tempo dentro da empresa Remuneração por produção Plano de cargos e salários Danos morais Ações na justiça Multa

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5 A Reforma Trabalhista, que teve o texto sancionado em julho de 2017, trouxe uma série de mudanças à legislação, modernizando e flexibilizando acordos feitos entre empresas, trabalhadores e sindicatos. O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas (SINDUSCON-AM) listou os principais pontos que afetam o setor. Confira a seguir. 5

6 01 Acordos individuais O que for combinado entre a empresa e o trabalhador tem força de lei, desde que os contratos não contrariem a lei nacional. Podem ser negociados itens como os bancos de horas, plano de cargos e salários, compensação de horários, entre outros. Atenção: no caso de contratos de trabalho, não será possível negociar os direitos essenciais, ou seja, salário mínimo, férias, 13º salário e FGTS. Pode ser assim? Combinado. 6

7 02 Convenções e acordos coletivos Os sindicatos e as empresas poderão negociar condições de trabalho diferentes das previstas em lei. Isso significa que convenções e acordos coletivos poderão prevalecer sobre a legislação. Atenção: no caso de negociações sobre redução de salários ou de jornada, será obrigatória cláusula que prevê a proteção dos empregados contra demissão durante o prazo de vigência do acordo. Os acordos individualizados de livre negociação para empregados com instrução de nível superior e salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do INSS (R$ 5.531,31) irão prevalecer sobre o coletivo. O valor exposto é o teto máximo de benefícios do INSS. Para valer, os acordos com empregados de segundo grau, o valor do salário deve ser superior a R$11.062,62. 7

8 03 Prazo de validade das normas coletivas As cláusulas dos acordos e convenções coletivas não precisarão ser incorporadas aos contratos individuais de trabalho. Além disso, sindicatos e empresas poderão dispor livremente sobre os prazos de validade dos acordos e convenções coletivas, assim como sobre a manutenção ou não dos direitos previstos quando expirados os períodos de vigência. Se a validade expirar, será necessário fazer novas negociações. 8

9 04 Parcelamento de Férias Caso o funcionário concorde, a empresa poderá parcelar as férias em até três períodos. A exigência é que um dos períodos tenha pelo menos 14 dias e os demais tenham mais de cinco dias corridos. Ex.: = 30. Atenção: as férias não podem começar em até 2 dias antes de feriados ou dias de descanso semanal. Agora sim, vou poder viajar três vezes ao ano. Uhu! 9

10 05 Intervalo intrajornada Desde que seja negociado com o empregador, o trabalhador poderá reduzir o horário do intervalo do almoço, podendo compensar entrando mais tarde ou saindo mais cedo. Isso torna possível a negociação de intervalos inferiores a uma hora de almoço. Hoje vou sair mais cedo pra buscar meu filho na escola 10

11 06 Jornada de trabalho flexível O empregado terá a possibilidade de trabalhar 12h. Será possível ajustar e compensar a jornada de trabalho, desde que isso ocorra no mesmo mês e que seja respeitado o limite de dez horas diárias. No entanto, a Reforma prevê a negociação de jornada diária de trabalho, abrindo a possibilidade do empregado trabalhar até 12h, desde que sejam respeitadas as 36 horas ininterruptas de descanso. Atenção: se o empregador não conceder intervalo mínimo de 30 minutos para almoço ou concedê-lo parcialmente, a indenização será de 50% do valor da hora normal de trabalho apenas sobre o tempo não concedido em vez de todo o tempo de intervalo devido. 11

12 07 Jornada Intermitente Antes inexistente nas leis de trabalho, essa modalidade permite que a empresa contrate um funcionário para trabalhar esporadicamente, ou seja, em dias alternados ou por algumas horas da semana. O salário a ser pago será equivalente aos dias de trabalho. A Reforma não define a carga horária mínima, sendo que devem ser respeitados os limites máximos de jornadas de 44 horas semanais e 220 horas mensais, conforme está determinado na Constituição Federal. Atenção: embora o trabalhador fique à disposição, a empresa só poderá convocá-lo com, no mínimo, três dias de antecedência. Outro ponto importante é a manutenção dos benefícios inerentes a contratos de trabalho, ou seja, o trabalhador terá direito FGTS, férias, entre outros benefícios. Hoje não tem trabalho, mas tem estudo. 12

13 08 Trabalho remoto (home office) A Reforma prevê essa modalidade de trabalho, indicando que tudo o que o trabalhador usar para realizar o serviço como equipamentos e gastos com energia e internet será formalizado com a empresa por meio de contrato. Nessa modalidade, o controle do trabalho será feito por tarefa. 13

14 09 Acordos e demissões A Reforma prevê a demissão em comum acordo entre empresa e trabalhador. Se o contrato de trabalho for extinto nesse formato, está previsto o pagamento de metade do aviso prévio e metade da multa de 40% sobre o saldo do FGTS. O empregado tem direito a movimentar até 80% do valor depositado pela empresa na conta do FGTS, mas não terá direito ao seguro-desemprego. 14

15 10 Representação Em empresas com no mínimo 200 funcionários, os trabalhadores poderão escolher três funcionários que os representarão em negociações com os empregadores. Esses representantes não precisam ser sindicalizados. A atuação dos sindicatos se restringe aos acordos e convenções coletivas. 15

16 11 Banco de horas Caso haja concordância entre empresa e empregado, o banco de horas poderá ser pactuado por acordo individual escrito. A compensação das horas trabalhadas deve ser feita no mesmo mês ou em até seis meses. Se o prazo limite para compensação for extrapolado, a empresa deverá remunerar as horas adicionais. Posso compensar aquele banco de horas na sexta? Pode. Até lá, já concluímos o trabalho. 16

17 12 Hora In Itinere (deslocamento) Antes da Reforma, o deslocamento do trabalhador até a empresa era considerado tempo de trabalho, quando o empregador fornecia o meio de transporte aos seus empregados, cujo local de trabalho fosse de difícil acesso ou desprovido de transporte público. Com a Reforma, o tempo usado pelo empregador desde sua residência até a empresa deixa de ser contabilizado na jornada de trabalho, independente da forma de locomoção. 17

18 13 Terceirização O Governo Federal sancionou o projeto de lei que permite a terceirização para atividadesfim. No entanto, com a Reforma, a empresa só poderá recontratar o trabalhador efetivo como terceirizado 18 meses após a demissão. A lei prevê, ainda, que a empresa forneça ao terceirizado as mesmas condições de trabalho dos efetivos como atendimento em ambulatório, alimentação, segurança, transporte, capacitação e qualidade de equipamentos. 18

19 14 Tempo dentro da empresa Com a Reforma, as atividades como descanso, estudo, alimentação, interação entre colegas, higiene pessoal e troca de uniforme não são consideradas dentro da jornada de trabalho como serviço efetivo. 19

20 15 Remuneração por produção No caso de remuneração por produção, o pagamento do piso ou salário mínimo não será obrigatório. A empresa e o trabalhador também poderão negociar todas as formas de remuneração, que não precisam fazer parte do salário. Qual é a minha produção de hoje? Já está no planejamento. Vamos checar! 20

21 16 Plano de cargos e salários Empresa e empregador podem negociar o plano de carreira sem necessidade de homologação no Ministério do Trabalho nem registro em contrato, o que possibilita adequações a qualquer momento. Chefe, tô precisando de um aumento. Antônio, vamos fazer um plano de cargos e salários pra você. 21

22 17 Danos morais A Reforma limita o valor a ser pleiteado pelo trabalhador, prevendo um teto para pedidos de indenização. No caso de ofensas graves cometidas por empregadores, os valores devem ser de no máximo 50 vezes o último salário contratual do ofendido. LAW 22

23 18 Ações na justiça A Reforma impõe o comparecimento do trabalhador às audiências na Justiça do Trabalho. Caso perca a ação, o funcionário terá que arcar com os custos do processo. Quem perder a causa terá de pagar entre 5% e 15% do valor da sentença aos advogados da parte vencedora. O trabalhador que tiver acesso à Justiça gratuita também fica sujeito ao pagamento de honorários de perícias se tiver obtido créditos em outros processos capazes de suportar a despesa. Caso contrário, a União assume os custos. Também terá de pagar os honorários da parte vencedora, no caso de perda da ação. Também estão previstas punições para quem agir com má-fé. A multa varia de 1% a 10% da causa. A parte contrária também será indenizada. Atenção: se assinar a rescisão contratual, o empregado fica impedido de questioná-la posteriormente na Justiça do Trabalho. Além disso, fica limitado a 8 anos o prazo para o andamento das ações. Passado esse período, se a ação não tiver sido julgada ou concluída, o processo será extinto. 23

24 REFORMA TRABALHISTA 19 Multa A empresa que mantiver empregado não registrado terá de pagar multa de R$ 3 mil por empregado. Para microempresas ou empresa de pequeno porte, esse valor cai para R$ 800. DO MULTA 24

25 REFORMA TRABALHISTA Cartilha elaborada pela Diretoria e pelas assessorias Jurídica e de Comunicação do SINDUSCON-AM.

26 REFORMA TRABALHISTA RELAÇÕES DE TRABALHO Principais pontos que afetam a construção civil REALIZAÇÃO APOIO