Laiza Aires Silva 1 Marcileia Oliveira Bispo 2 RESUMO
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- Leonardo Luciano Braga Bentes
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1 UM ESTUDO SOBRE O PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO E CONCRETIZAÇÃO DO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO SUDOESTE DO ESTADO DO TOCANTINS PRODOESTE NO VALE DO ARAGUAIA - TO Laiza Aires Silva 1 Marcileia Oliveira Bispo 2 RESUMO A pesquisa realizada teve o propósito de analisar as características do processo de implantação do programa PRODOESTE, no Vale do Araguaia-TO, sobretudo a primeira etapa, nos municípios de Pium, Cristalândia e Lagoa da Confusão. Foi verificada a fase que se encontra a realização do programa e quem serão diretamente os beneficiários. Também foi possível evidenciar quais as atividades de monocultura que serão plantadas na região e se de fato o programa contribuirá com o aumento da oferta de empregos, da renda da região e do bem- estar da população. Palavras- chave: PRODOESTE; VALE DO ARAGUAIA; TOCANTINS INTRODUÇÃO As aplicações de novos processos e métodos técnico cientifico, que produziu o que chamamos de modernização na agricultura, permitiram uma reestruturação dos processos de produção. A prioridade pela modernização da agricultura no Brasil ocorre a partir do II PND Plano Nacional de Desenvolvimento ( ) no qual a produção de insumos básicos (adubos, sementes melhoradas, agrotóxicos), dos meios de produção (máquinas e equipamentos) era uma das medidas previstas para o crescimento industrial. Na agropecuária a estratégia era a utilização de forma intensiva dos instrumentos de desenvolvimento cientifico e tecnológico, visando maior produtividade (MESQUITA, MENDONÇA, 2011). No estado do Tocantins, o Vale do Araguaia, vem se constituindo uma área de plantação de grãos, em que se inserem dois grandes projetos do governo Tocantinense: o Projeto Rio Formoso, em Formoso do Araguaia, e o PRODOESTE Programa de Desenvolvimento da Região Sudoeste do Tocantins, cujo propósito é beneficiar 14 1 Aluna do curso de Geografia; campus de Porto Nacional; laizaaires@gmail.com; PIBIC/CNPq 2 Orientadora do curso de Geografia; campus de Porto Nacional; marcileia@uft.edu.br
2 municípios da região sudoeste, que se inserem dentro dessa lógica modernizadora da agricultura. Os dois projetos em questão estão no entorno da Ilha do Bananal Tocantins e apresentam outras particularidades como: em alguns municípios onde se realizará o PRODOESTE encontramos nas proximidades as comunidades indígenas e temos áreas de proteção ambiental próximo à área da construção das barragens. Desta forma desenvolvemos pesquisa relacionada ao programa PRODOESTE. Este programa tem como propósito beneficiar 14 municípios da região sudoeste por meio da construção de barragens de acumulação de água da chuva e de elevação para controle de nível dos rios Formoso, Xavante, Dueré, Urubu, Pium e Riozinho, visando à garantia de recursos hídricos ao produtor rural, que serão os beneficiários deste programa. MATERIAL E MÉTODO O propósito da investigação é de natureza qualitativa, e foi realizada pesquisa de cunho bibliográfico, documental e de campo. A pesquisa de campo, com aplicação dos questionários nas cidades de Pium, Lagoa da Confusão e Cristalândia-(TO) aconteceram através de amostra aleatória simples, para os grandes e pequenos proprietários. Os questionários foram construídos a partir dos indicadores concernentes as informações relacionadas a sexo, raça, escolaridade, quantidade de filhos, situação fundiária tamanho da propriedade. O questionário estruturado aborda, também, os impactos sociais causados pela implantação do programa considerando as dimensões propostas por Sachs ( 2002, p.71) e a recomendação de que ele seja endógeno, orientado para as necessidades das pessoas, em harmonia com a natureza e fundamentado na harmonização de objetivos sociais e ambientais e econômico, a partir das matrizes de impactos ambientais considerando as quatro dimensões: econômica, política nacional, social territorial e ambiental sob o ponto de vista dos sujeitos sociais. A pesquisa bibliográfica tem como pressuposto a análise das bases sobre as quais os discursos e práticas contemporâneos se apropriam dos territórios fazendo destes uma mercadoria. Será considerada a noção território que busque esclarecer quais os nexos econômicos nacionais e internacionais, no marco de investimentos para a reprodução do capital presente no espaço, pelo viés do agronegócio.
3 A pesquisa documental se pauta na analise de documentos. Na análise documental nos reportamos a Ludke e André (1986), quando postulam da importância da analise documental para a abordagem de dados qualitativos e, sobretudo, quando pontuam que os documentos constituem também uma fonte poderosa de onde podem ser retiradas as evidencias que fundamentam afirmações e declarações do pesquisador (LUDKE; ANDRE, 1986, p. 39). Privilegiou-se, todos os documentos que possibilitaram informações sobre o contexto estudado. RESULTADOS E DISCUSSÃO O programa intenciona incentivar o desenvolvimento de um grande polo de produção agrícola e agroindustrial, em função do potencial dos solos e da tradição da prática da agricultura irrigada na região sudoeste, disciplinando e incrementando a disponibilidade hídrica para viabilizar a irrigação de culturas, notadamente privilegiando as grandes propriedades de terra. Apoiando seu discurso no conceito de sustentabilidade o programa intenciona produzir em uma área de ha o equivalente ao que corresponderia a produção em uma área de 1 milhão de hectares. Em visita aos municípios de Lagoa da Confusão, Cristalândia e Pium ao entrarmos em contato com representantes do poder publico municipal, percebemos que estas criam grandes expectativas com a implantação do PRODOESTE, enxergando no projeto uma grande possibilidade de desenvolvimento econômico para as áreas de abrangência do programa. Apesar das perspectivas que se apoiam com a concretização do programa, representantes do município pouco souberam informar sobre as ações de implantação do programa, uma vez que não há uma ampla comunicação com o governo estadual a respeito destas ações. Na área que se instalará a primeira etapa do PRODOESTE destacam-se a produção de grãos como arroz, soja, milho e feijão. Com a realização do programa preveem uma produção de /t destes grãos por ano. Há a possibilidade de integrar a piscicultura e fruticultura na área irrigada. Os trabalhos sazonais marcam a dinâmica do local devido ao grande número de trabalhadores sem mão de obra qualificada que chegam aos municípios nos períodos de colheita. Visto que com as intervenções de obra no local para a implantação do PRODOESTE os municípios terão uma grande demanda de trabalhos temporários, assim alterando seu espaço.
4 Apesar de toda sua grandeza e ambições, o PRODOESTE é um programa ainda desconhecido pela população dos municípios abrangentes, sendo que moradores das áreas que serão diretamente afetadas não têm uma opinião formada sobre a implantação do programa, sobretudo os mesmos falam o que foi ouvido sobre o tema, mas lembram que nenhum membro da comissão responsável pelo programa entrou em contato para informá-los ou esclarecer dúvidas referentes ao programa. LITERATURA CITADA ATLAS da questão agrária no Brasil. (2008) Disponível em Acesso ESTUDOS e Relatórios de Impactos ambientais do programa PRODOESTE. Novembro de Secretaria de Recursos Hídricos do Tocantins. INOCENCIO, M. E. O proceder e as tramas do poder na territorialização do capital no cerrado fls. Tese (Doutorado em Geografia) Universidade Federal do Goiás, Goiânia, MESQUITA, H.A.; MENDONÇA, M.R. AGRO-HIDRO-NEGOCIOS NO CERRADO GOIANO: A CONSTRUÇÃO DAS (RE)EXISTÊNCIAS. Disponível em: Acesso: MONIÉ, F.; SILVA, G. (orgs). A mobilização produtiva dos territórios. Instituições e logística do desenvolvimento local Rio de Janeiro: Editora DP&A, 2003 OLIVEIRA, A. U. de Barbárie e Modernidade: as transformações no Campo e o Agronegocio no Brasil, USP, São Paulo, OLIVEIRA, A. U. de. A geografia agrária no Brasil do século XXI. Mesa Redonda realizada no XIII ENG, João Pessoa/ PB, jul OLIVEIRA, A. U. de. A geografia das transformações territoriais recentes no campo brasileiro. In: CARLOS, A. F. A. (Org.), Novos caminhos da geografia. São Paulo, Contexto, PORTO GONCALVES, C. W. A globalização da natureza e a natureza da globalização. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006 SACHS, I. Caminhos para o desenvolvimento sustentável/ Org.: Paula Yone Stroh. 3 Ed. Rio de Janeiro: Garamond, AGRADECIMENTOS
5 "O presente trabalho foi realizado com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CNPq Brasil" Agradeço a orientadora professora Marcileia Oliveira Bispo, ao NURBA Núcleo de Estudos Urbanos Regionais e Agrários e aos professores Elizeu Lira e Roberto Santos, pelo apoio e colaborações no âmbito da pesquisa.
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