Geografia. Professor Luciano Teixeira.

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1 Geografia Professor Luciano Teixeira

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3 Geografia PROCESSOS DE FORMAÇÃO Em 1501, quando a expedição do navegador Gaspar de Lemos fundou feitorias no litoral da colônia portuguesa, na recém descoberta América, teve início o processo de colonização de Pernambuco, uma das primeiras áreas brasileiras a ter ativa colonização portuguesa. Entre os anos de 1534 e 1536, Dom João III, então rei de Portugal, instalou o sistema de Capitanias Hereditárias no Brasil, que consistia na doação de um lote de terras, chamado capitania, a um donatário (português), a quem caberia explorar, colonizar as terras, fundar povoados, arrecadar impostos e estabelecer as regras do local. Entre os primeiros 14 lotes distribuídos por Dom João III estava a Capitania de Pernambuco, ou Capitania de Nova Lusitânia, como seu donatário, Duarte Coelho, a batizou. Dessa forma, em 1535, Duarte Coelho estabeleceu-se no local onde fundou a vila de Olinda e espalhou os primeiros engenhos da região. Até então, os ocupantes do território eram os índios Tabajaras. A Colônia No período colonial, Pernambuco tornou-se um grande produtor de açúcar e, durante muitos anos, foi responsável por mais de metade das exportações brasileiras. Pernambuco passou a ser a mais promissora das capitanias da Colônia Portuguesa na América. Tal prosperidade chamou a atenção dos holandeses, que, entre 1630 e 1654, ocuparam toda a região, sob o comando da Companhia das Índias Ocidentais, tendo como representante o Conde Mauricio de Nassau, que, por ter incendiado Olinda, estabeleceu-se no Recife, fazendo-a capital do Brasil holandês. Nassau trouxe para Pernambuco uma forma de administrar inovadora. Além disso, realizou inúmeras obras de urbanização, ampliou a lavoura da cana e assegurou a liberdade de culto. No período holandês, foi fundada no Recife a primeira sinagoga das Américas. Amante das artes, Nassau tinha, na sua equipe, inúmeros artistas, como Frans Post e Albert Eckhrout, pioneiros na documentação visual da paisagem brasileira e do cotidiano dos seus habitantes. A partir de 1645, teve início um movimento de luta popular contra o domínio holandês de Pernambuco: a Insurreição Pernambucana. A primeira vitória importante dos insurretos se deu no Monte das Tabocas, hoje localizado no município de Vitória de Santo Antão, onde insurretos mazombos munidos de armas de fogo, foices, paus e flechas derrotaram numa emboscada holandeses bem armados e bem treinados. Foram quase 10 anos de conflito, com destaque para as duas Batalhas de Guararapes, até que, em janeiro de 1654, os holandeses se renderam. O movimento foi um marco importante para o Brasil, tanto militarmente, com a consolidação das táticas de guerrilha e emboscada, quanto sociopoliticamente, com o aumento da miscigenação entre as três raças (negro africano, branco europeu e índio nativo) e o começo de um sentimento de nacionalidade. 3

4 A ocupação dos holandeses fez Recife prosperar, onde se estabeleceram muitos comerciantes e mascates, enquanto Olinda continuava a ser o reduto dos senhores de engenho. Devido a divergências quanto à demarcação de novas vilas, em 1710, os moradores de Olinda invadem o Recife, dando inicio a chamada Guerra dos Mascates. O líder da ocupação, Bernardo Vieira de Melo entrou para a história quando sugeriu que Pernambuco se tornasse uma república. Essa foi a primeira vez que se falou em república no país. O conflito só terminou com a chegada, em 1711, do novo governador da região. O Império Em 1817, Pernambuco tentou proclamar-se independente de Portugal, mas o movimento foi derrotado. A Revolução Praeira, em 1848, questionava o regime monárquico e já pregava a República. Joaquim Nabuco, um dos maiores símbolos do Abolicionismo, iniciou a pregação das ideias no Recife. Os pernambucanos orgulham-se de sua participação ativa na História do Brasil, sempre mantendo altos ideais libertários. A República Com o advento da República, Pernambuco procurou ampliar sua rede industrial, mas continuou marcado pela tradicional exploração do açúcar. O Estado modernizou suas relações trabalhistas e liderou movimentos para o desenvolvimento do Nordeste, como no momento da criação da Sudene. A partir de meados da década de 1960, Pernambuco começou a reestruturar sua economia, ampliando a rede rodoviária até o Sertão e investindo em polos de investimento no interior do Estado. Na última década, consolidaram-se os setores de ponta da economia pernambucana, sobretudos aqueles atrelados ao setor de serviços (turismo, informática, medicina) e estabeleceu-se uma tendência constante de modernização da administração pública

5 Geografia MESORREGIÕES Mesorregião do São Francisco Pernambucano Aspectos físicos A mesorregião do São Francisco Pernambucano é uma das cinco mesorregiões do estado brasileiro de Pernambuco. É formada por duas microrregiões e abrange 15 municípios. Petrolina é a capital regional dessa mesorregião, que, além de possuir um importante porto fluvial e um aeroporto internacional para exportações, é um polo agroindustrial, financeiro, e comercial. Localiza-se no Centro-Sul do Estado de Pernambuco. Faz divisa com os Estados do Piauí, Bahia e Alagoas. A mesorregião é circundada pela margem esquerda do Rio São Francisco, o qual faz divisa natural com o Estado da Bahia. Graças ao rio, a região apresenta uma desenvolvida agricultura irrigada, que coloca Pernambuco como um dos maiores produtores e exportadores de frutas do país. A vegetação nativa é composta por caatinga. Os índices pluviométricos da região são muito baixos, entre 400mm e 800mm. Os meses mais chuvosos são os do verão, enquanto que os mais secos são os da primavera. As temperaturas ficam elevadas todo o ano, com mínimas anuais de 15 C e máximas que podem ultrapassar facilmente os 40 C. Foi no Município de Petrolina, no dia 3 de janeiro de 1964, onde foi registrada a maior temperatura em Pernambuco, com o valor de 44.1 C. Economia Na sua porção mais seca, em que domina o clima semiárido com rios temporários e vegetação de caatinga, a atividade econômica predominante é a pecuária bovina extensiva de corte. Já na sua porção sul, o Rio São Francisco tem influência marcante. Às suas margens desenvolvem-se culturas irrigadas, utilizando técnicas modernas que aumentam a produtividade. Esse aspecto contribui cada vez mais para a instalação de agroindústrias, principalmente produtora de vinhos. Merece destaque a produção de Cebola (Belém do São Francisco) e Arroz (Cabrobó), e de frutas como manga, uva e melão (Petrolina, Lagoa Grande) para exportação. Nela também está localizada a barragem de Itaparica sendo de grande importância para a região. Segundo uma pesquisa da Revista Veja, Petrolina é uma das 20 futuras metrópoles nacionais. 5

6 Áreas de fruticultura irrigada em Petrolina. Uvas no Vale do São Francisco Pernambucano. Pecuária e Avicultura. (as principais estão em negrito) Animal Asininos Bovinos Caprinos Equinos Galináceos Muares Ovinos Suínos 6

7 Geografia Mesorregiões Prof. Luciano Teixeira Produção Agrícola (as principais estão em negrito) Arroz Arroz Batata-doce Cana-de-açúcar Feijão Laranja Mamona Manga Melão Tomate Produto Banana Banana Cebola Coco-da-baía Goiaba Mamão Mandioca Melancia Milho Uva Demografia De acordo com a estimativa de 2015, a população dessa mesorregião totaliza habitantes, sendo que mais da metade vive no ambiente urbano. As cidades mais populosas são: Petrolina ( ), Santa Maria da Boa Vista (41.293), Petrolândia (35.342), Cabrobó (33.247), e Floresta (31.809). Com a transposição do rio São Francisco, cidades como Cabrobó e Floresta receberam uma grande população e crescimento. Segundo o Censo 2010, a mesorregião poderá ter uma população de pouco mais de habitantes. Junto com Juazeiro/BA, Petrolina forma o maior aglomerado urbano do Sertão Nordestino, as quais formam a Região Administrativa Integrada de Desenvolvimento do Polo Petrolina e Juazeiro juntamente com outras três cidades pernambucanas e três cidades baianas totalizando mais de habitantes. Transporte Além de várias BRs que cortam a região, há também o aeroporto internacional de Petrolina, de grande importância regional. A mesorregião também conta com o porto fluvial de Petrolina. O porto de Petrolina é um importante porto fluvial, situado na margem esquerda do Rio São Francisco. As embarcações que nele atracam servem tanto ao transporte de passageiros como ao de produtos para o Sertão Nordestino. O Aeroporto de Petrolina/Senador Nilo Coelho é um aeroporto que serve ao Município de Petrolina, Lagoa Grande, Afrânio e Dormentes, em Pernambuco, e também ao Município de Juazeiro, Casa Nova, Sobradinho e Curaçá, na Bahia. O Aeroporto de Petrolina possui a segunda maior pista de aterissagem do Nordeste com metros. Firma-se como um dos principais do Nordeste, impulsionado pela produção do Vale do São Francisco, maior exportador de frutas 7

8 do Brasil e responsável pela maior taxa de crescimento econômico da Região. Os investimentos que a Infraero, administradora de 67 aeroportos, implementou em Petrolina, transformaram o aeroporto no segundo maior do Nordeste. São quatro as companhias aéreas que operam com voos regulares no aeroporto: a Gol Linhas Aéreas, Avianca Brasil, TRIP Linhas Aéreas e a Tam Linhas Aéreas. O novo terminal de passageiros do Aeroporto de Petrolina / Senador Nilo Coelho é totalmente climatizado, com equipamentos de segurança modernos, como o circuito interno de TV e o sistema informativo de voo, além de 18 pontos comerciais dentro do conceito de Aeroshopping. O aeroporto tem lanchonetes, restaurante, lojas de artesanato e de produtos regionais, locadoras de veículos e terminal de saque eletrônico. O Aeroporto de Petrolina atende a mais de 53 municípios nos Estados de Pernambuco, Bahia e Piauí. Em 2008, o aeroporto recebeu mais de 207 mil passageiros. Turismo Belém do São Francisco Casario e conjunto de igrejas do período colonial, bicas, praias fluviais, a Ilha do Caxauí. Floresta Reserva Biológica da Serra Negra, os Letreiros de Mãe D'Água (pinturas rupestres), sítios arquitetônicos com casarões coloniais, praias fluviais, lagoas, riachos e serras. Itacuruba Praias fluviais e trilhas ecológicas. Petrolândia Trilhas ecológicas, a praia do Toco, o Mirante do Serrote, furnas, serras, além da Usina Hidroelétrica Luiz Gonzaga (Itaparica). Tacaratu Serras, grutas, fontes, cachoeiras, passeios ecológicos, Reserva Indígena Pankararu, casas de farinha, bicas, igrejas, prédios históricos, artesanato (o distrito de Caraibeiras é centro produtor de tecelagem em teares manuais, cuja produção é distribuída no Brasil e no Exterior), gastronomia típica e folclore. Petrolina O Bodódromo, localizado em Petrolina, é o maior complexo gastronômico ao ar livre do Nordeste quando o assunto é carne de bode. No Bodódromo, os turistas podem apreciar o principal prato típico da região: bode assado. Com mais de dez restaurantes, o local, situado na Av. São Francisco, ainda dispõe de área para shows musicais, quiosques e lanchonetes. Um agradável passeio por entre as marcas do passado, presentes em pertences de vultos como Lampião o rei do cangaço, Dom Malán primeiro bispo de Petrolina, coronel Quelê patriarca da família Coelho, Joãozinho do Pharol pioneiro da imprensa escrita do interior do Nordeste e tantos outros. Um encontro também com as exposições permanentes setorizadas conforme as temáticas: Sala das Carrancas, Casa Nordestina, Rio São Francisco, Cangaço e íco- 8

9 Geografia Mesorregiões Prof. Luciano Teixeira nes nordestinos. Em cada espaço um detalhe novo salta aos olhos do visitante, possibilitando a compreensão e o entendimento das transformações socioculturais e econômicas ocorridas ao longo do tempo, na vida da terra e do homem destes sertões. River Shopping é um shopping situado na região do Vale do São Francisco, na cidade de Petrolina. É o maior shopping do Sertão Pernambucano, possuindo 100 lojas. Nele se encontram as únicas salas de cinema da região, quatro salas da Orient Cinemas. Além das lojas âncora, o River Shopping também abriga algumas lojas de presença nacional como Arezzo, Chilli Beans, Cacau Show, Colcci, Playtoy, Mundo Verde e O Boticário. Por todo o shopping, há espalhados quiosques diversos. Cabrobó Uma boa dica para quem visita Cabrobó é conhecer as diversas cachoeiras existentes na cidade. Outra opção para o visitante é desfrutar das águas do rio São Francisco. Festa da Cebola e as Vaquejadas também movimentam a cidade. Além disso, a festa da padroeira da cidade, Nossa Senhora da Conceição, atrai turistas para a região. Mesorregião do Sertão Pernambucano Sertão Pernambucano Unidade federativa Mesorregiões limítrofes Área População Densidade Pernambuco São Francisco Pernambucano; Agreste Pernambucano; Sertão Alagoano (AL); Vale São- -Franciscano da Bahia (BA);Borborema (PB); Sertão Paraibano(PB); Sul Cearense (CE); Sudeste Piauiense (PI) km² hab. IBGE/ ,04 hab/km² Indicadores PIB PIB per capita R$ mil IBGE/2012 R$ IBGE/

10 A mesorregião do Sertão Pernambucano é uma das cinco mesorregiões do estado brasileiro de Pernambuco. É formada pela união de 50 municípios distribuídos em quatro microrregiões. Aspectos físico Essa mesorregião é a menos densamente habitada de Pernambuco. Suas maiores cidades são Serra Talhada, Araripina e Arcoverde. A mesorregião é cortada por rios abundantes, como rio Pajeú, rio Brígida e o rio Moxotó. Além disso, as nascentes do rio de Ipojuca se localizarem em uma serra do município de Arcoverde. Sua vegetação é composta pela caatinga, com árvores de médio porte, arbustos e estepe. Sua fauna é rica principalmente em aves. O índice pluviométrico é baixo em relação a outras regiões do estado, as médias pluviométricas anuais variam entre 600 mm e mm, sendo mal distribuídas ao longo do ano. Os meses mais chuvosos são correspondentes aos do verão, com média entre 400 mm e 500 mm, e os menos chuvosos correspondentes aos da primavera, com média entre 0 mm e 10 mm. As secas são muito severas e ocorrem com frequência, o que é entrave para o desenvolvimento econômico e social da região, já que as obras da Transposição do rio São Francisco sofrem com o descaso do Governo Federal. O clima da região é o clima semiárido, com altas temperaturas na maior parte do ano e com baixos índices de umidade relativa do ar, que variam entre 5% a 90%. As temperaturas raramente caem para menos de 10 C no inverno e raramente ultrapassam os 41 C. A mesorregião do Agreste Pernambucano É uma das cinco mesorregiões do estado brasileiro de Pernambuco. É formada pela união de 71 municípios distribuídos em seis microrregiões. Estende-se por uma área aproximada de km², inserida entre a Zona da Mata e o Sertão. Representa 24,7% do território pernambucano e conta com uma população de cerca de 1,8 milhão de habitantes (um quarto da população do estado). Aspectos físicos Geologicamente a região está situada sobre o Planalto do Borborema em uma altitude média entre 400 a 800 metros, sendo que em alguns pontos como nas microrregiões de Garanhuns e do Ipojuca, as altitudes podem chegar 1000 metros. A região está inserida na área de abrangência do Polígono das Secas, mas apresentando um tempo de estiagem menor que a do sertão, devido à sua proximidade do litoral. Os índices pluviométricos podem variar em cada microrregião. A região está situada em parte no Planalto da Borborema, o que confere à região um clima mais ameno em relação ao semiárido e com maior índice pluviométrico. A região apresenta estações do ano bem definidas, em comparação ao litoral e ao oeste pernambucano. 10

11 Geografia Mesorregiões Prof. Luciano Teixeira O índice pluviométrico, temperatura e umidade relativa do ar fica a cargo do relevo, pois o Agreste é a transição entre a Zona da Mata e o Sertão. As chuvas são mal distribuídas em grande parte da região, sendo mais frequentes entre abril e junho (não ultrapassando 295mm) e mais escassas entre setembro e janeiro (não ultrapassando 25mm). A umidade relativa do ar fica entre 10% e 100%. A região apresenta clima semiárido. As temperaturas raramente ficam abaixo dos 8 C e dificilmente ultrapassam os 37 C. Clima O Agreste Pernambucano possui um clima seco e quente, com diminuição de chuvas no verão e temperatura média sempre superior a 25 C. A mínima no verão geralmente fica entre 20 C e 25 C, e a máxima entre 30 e 35 C. A seca chega níveis críticos em quase todos os anos. Nos anos de muita seca, fica entre 4 meses e 1 ano sem uma gota de chuva. O índice pluviométrico é sempre inferior a 600mm acumulado em todos os anos. A mesorregião da Mata Pernambucana É uma das cinco mesorregiões do estado brasileiro de Pernambuco. É formada pela união de 43 municípios distribuídos em três microrregiões. As cidades mais importantes por microrregião são: Na microrregião da Vitória de Santo Antão: Vitória de Santo Antão; Na microrregião da Mata Setentrional Pernambucana (Zona da Mata Norte): Goiana, Carpina, Timbaúba e Paudalho; Na microrregião da Mata Meridional Pernambucana (Zona da Mata Sul): Palmares, Escada, Sirinhaém e Barreiros. Aspectos físicos A Zona da Mata Pernambucana estende-se por uma área de km 2, limitando-se ao norte com a Paraíba; ao sul, com Alagoas; ao leste, com a Região Metropolitana do Recife e, ao oeste, com o Agreste. Possui população estimada em habitantes. A Zona da Mata foi a porta de entrada dos europeus em Pernambuco, pois, antes de existir a Região Metropolitana do Recife, todas as cidades do leste pernambucano eram integrantes dessa mesorregião antes de vigorar a Lei Complementar nº 14, que criou outra mesorregião. A região é servida pelas rodovias federais BR-232, BR-101 e BR-408. O nome "Zona da Mata" refere-se ao que os portugueses viram desde o litoral, uma faixa de Mata Atlântica. O revelo é ondulado e argiloso, com alturas variando entre o litoral ao interior, aumentando a altura para o interior. A mesorregião é cortada pelos rios mais importantes do estado, como o Rio Capibaribe, o Rio Ipojuca e o Rio Ipanema, além de rios de menor extensão, como o Rio Siriji. 11

12 A vegetação é composta por Mata Atlântica, que incluem árvores de médio e grande porte e gramíneas, com uma rica fauna. O índice pluviométrico e a umidade relativa do ar são elevados, com acumulados anuais que ultrapassam os mm, ao passo que a umidade ar varia de 30% a 100%. O clima predominante é o clima tropical. As temperaturas são equilibradas ao longo do ano, com mínimas que raramente chegam a menos de 15 C e máximas que nunca ultrapassam os 36 C. Economia A economia da Zona da Mata é composta principalmente pela plantação de cana-de-açúcar. A região tem muitos engenhos e usinas. Ultimamente a região vem se destacando devido ao crescimento no número de indústrias alimentícias e automotiva que vêm chegando desde Os municípios de maior importância é Vitória de Santo Antão, Goiana, Palmares, e Carpina. Outras cidades da região crescem bastante, principalmente Goiana, na Mata Norte, que recebeu, em 2011, a planta da maior fábrica da Fiat no mundo, gerando muitos empregos para a população local. A fábrica entrará em funcionamento em Puxada pela Fiat a empresa de fabricação de peças automotivas, WHB, lançou a pedra fundamental na cidade de Glória do Goitá no começo do ano de A mesorregião Metropolitana do Recife É uma das cinco mesorregiões do estado brasileiro de Pernambuco. É formada por quatro microrregiões, que totalizam 15 municípios, incluindo Vila dos Remédios (pertencente ao arquipélago de Fernando de Noronha). A MMR é caracterizada também por incluir a Região Metropolitana do Recife conhecida pela sigla RMR, que possui 14 municípios, não fazendo parte Vila dos Remédios. A origem institucional da mesorregião Metropolitana do Recife data dos anos 1970 (1973), embora a identificação do fenômeno metropolitano remonte a meados do século XX, quando o urbanista pernambucano Antônio Baltar (1951) caracteriza o Recife município sede e núcleo da região como cidade transmunicipal / cidade conurbada / cidade metropolitana. Desde então, a vida urbana do Recife se integra à dos municípios vizinhos, que, em relação a ele, conformam o aglomerado metropolitano de mais alto nível de integração Jaboatão dos Guararapes, Olinda e Paulista. Inicialmente composta por nove municípios, a MMR ampliou esse número ao longo de três décadas, tanto por expansão de seu perímetro, quanto por desagregação de municípios no seu interior, integrando, atualmente, 17 municípios (Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista, Igarassu, Abreu e Lima, Camaragibe, Cabo de Santo Agostinho, São Lourenço da Mata, Araçoiaba, Ilha de Itamaracá, Ipojuca, Moreno, Itapissuma e Recife) e um distrito estadual (o Arquipélago de Fernando de Noronha). 12

13 Geografia Mesorregiões Prof. Luciano Teixeira História A importância dessa mesorregião está ligada, desde os tempos coloniais, à atividade açucareira. Para isso, também contribuíram o solo fértil, os rios e o clima quente e úmido. Antigamente, e durante muito tempo, o açúcar produzido nas terras dessa mesorregião era exportado para a Europa, através do porto do Recife, que até hoje é um importante porto brasileiro. Municípios Recife Jaboatão dos Guararapes Olinda 13

14 Município População (2014) IDH (2013) PIB (2010) R$ mil PIB per capita (2010) R$ Fernando de Noronha Igarassu Ilha de Itamaracá Ipojuca Itapissuma Jaboatão dos Guararapes Moreno Olinda Paulista Recife São Lourenço da Mata ,788 alto 0,665 médio 0,653 médio 0,619 médio 0,633 médio 0,717 alto 0,652 médio 0,735 alto 0,732 alto 0,772 alto 0,653 médio , , , , , , , , , , , ,13 RMR , ,29 Economia O PIB de 2009 da mesorregião foi de, aproximadamente, R$ com uma per capita de R$ ,92. A intensa atividade comercial praticada nessa mesorregião incentivou o surgimento de industrias: alimentares, têxteis, químicas, material elétrico, cimento, metalúrgicas, comunicação, borracha sintética, concentrada principalmente nos distritos industriais de Recife, Cabo, Jaboatão e Paulista. O Complexo Industrial e Portuário de Suape, instalado nos municípios de Cabo e Ipojuca, a 40 km do Recife, conta com indústrias petroquímicas, de fertilizantes, de material eletroeletrônico. Atualmente, o emprego de modernas técnicas de cultivo da cana-de-açúcar resultou num aumento da produção açucareira, parte absorvida pelo mercado nacional e o restante exportado a Europa, Estados Unidos e países asiáticos. O PIB da mesorregião corresponde a 65% do estadual. Complexo Industrial e Portuário de Suape A construção do Porto de Suape foi prevista para operar produtos combustíveis e cereais a granel, substituindo o Porto do Recife. Em 7 de novembro de 1978, uma lei estadual criou a empresa Suape Complexo Industrial Portuário para administrar o desenvolvimento das obras. 14

15 Geografia Mesorregiões Prof. Luciano Teixeira Hoje o porto é um dos maiores do Brasil, administrado pelo governo de Pernambuco. A Suape opera navios nos 365 dias do ano, sem restrições de horário de marés. Para auxiliar as operações de acostagem dos navios, o Porto dispõe de um sistema de monitoração de atracação de navios a laser, que possibilita um controle efetivo e seguro, oferecendo ao prático condições técnicas nos padrões dos portos mais importantes do mundo. O Complexo Industrial e Portuário de Suape foi escolhido para a implantação dos seguintes empreendimentos como: Refinaria Abreu e Lima, Estaleiro Atlântico Sul, Gerdau,Shineray, Amanco, Pamesa, Pepsico, Hemobrás, Novartis, Bunge, Coca-Cola, Unilever, CSN, Mossi & Ghisolfi, e a General Motors. A Suape tem o poder de duplicar a renda de Pernambuco até 2020 e triplicar o PIB até Porto Digital O Porto Digital é um polo de softwares localizado na cidade do Recife, criado em julho de É reconhecido como o maior parque tecnológico do Brasil em faturamento e número de empresas, totalizando 173 empresas em 2010, entre elas multinacionais como Motorola, Borland, Oracle, Sun, Nokia, Ogilvy, IBM e Microsoft. Emprega cerca de seis mil pessoas, e tem 3,9% de participação no PIB do estado. Mobilidade urbana A atração exercida por essa metrópole é tão grande que, conforme Censo Demográfico de 2010, ela apresentou uma População de habitantes. Os maiores municípios são Recife ( ), Jaboatão dos Guararapes ( ), Olinda ( ) e Paulista ( ). A densidade demográfica é uma das mais altas do País, sendo ela de hab./km². A Grande Recife é a maior metrópole do Nordeste e 5ª maior do Brasil. Estudos feitos pela ONU estimam que, em 2015, a população da RMR será de 4,070 milhões) Aeroporto Internacional Aeroporto Internacional dos Guararapes Nessa mesorregião, estão localizados importante portos e aeroportos do estado e do país. O principal aeroporto é o do Internacional do Guararapes, moderno e bem equipado, que recebe aviões de companhias aéreas nacionais e internacionais. O Aeroporto Internacional dos Guararapes/Gilberto Freyre é o maior complexo aeroportuário do Nordeste em capacidade anual de passageiros, sendo o segundo terminal mais movimentado da região. Possui o maior 15

16 e mais moderno sítio aeroportuário do Nordeste, conforme dados da Infraero. O terminal de passageiros atual conta com uma área de m². Futuramente, será anexada uma área adicional de m², proveniente do antigo terminal, o que elevará a capacidade do complexo aeroportuário para 11,2 milhões de passageiros por ano. Além disso, conta com um pátio com 26 posições para aeronaves e 11 pontes de embarque, 64 balcões de check-in e vagas de estacionamento. Está localizado no bairro do Ibura, no Recife, capital de Pernambuco, a 11 km do centro. Portos Porto do Recife O porto do Recife, com seu terminal açucareiro, é um dos mais movimentados do Brasil, sendo o principal escoadouro de açúcar do Nordeste. Devido à sua excelente posição geográfica, serve de escala aos navios que ligam o Brasil aos países europeus, aos Estados Unidos e ao resto do mundo. O porto do Suape localiza-se a 40 km ao sul do Recife. Sua posição geográfica privilegiada faz dele ponto de convergência das principais rotas comerciais que interligam a costa brasileira ao Hemisfério Norte. Começou a operar em 1984, movimentando basicamente derivados do petróleo e álcool. Como é dotado de grande calado (grande profundidade), Suape será também um porto concentrador de cargas de todo o litoral da América do Sul. O Complexo Industrial e Portuário de Suape abrange uma área de hectares e possui várias zonas: portuária, administrativa, industrial, agrícola, residencial, de preservação ecológica e cultural. A mesorregião está recebendo atualmente o Estaleiro Atlântico Sul, uma das maiores obras de portos do Brasil. Metrô Metrô do Recife 16

17 Geografia Mesorregiões Prof. Luciano Teixeira Há tambem o Metrô do Recife, que é operado pela CBTU/Metrorec e é composto atualmente de 28 estações, com linhas que somam 39,5km de extensão, transportando cerca de 225 mil usuários por dia, sendo 205 mil na Linha Centro e 20 mil na Linha Sul. Os trens da Linha Centro, que partem da Estação Recife, possuem dois destinos distintos: a estação de Camaragibe e a de Jaboatão. Isso acontece devido ao fato de as linhas Centro 1 (Camaragibe) e Centro 2 (Jaboatão) compartilharem a mesma via e estações no trecho entre as estações Recife e Coqueiral, graças ao traçado da antiga ferrovia em que o metrô foi construído. Nas Linhas da Metrorec, a distância média entre as estações é de 1,2km, com os trens seguindo a uma velocidade média de 40km/h, podendo chegar a 80km/h. A bitola é 1600mm e a alimentação dos trens é feita por catenárias aéreas. Na Linha Trem Sul a distância média entre as estações é de 4km, a velocidade comercial dos trens é de 31,5km/h. A bitola é métrica e os trens utilizados possuem tração a diesel. 17

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19 Geografia MICRORREGIÕES DO ESTADO DE PERNAMBUCO Microrregião é, de acordo com a Constituição brasileira de 1988 (art. 25, 3º), um agrupamento de municípios limítrofes. Sua finalidade é integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum, definidas por lei complementar estadual. Entretanto, raras são as microrregiões assim definidas. Consequentemente, o termo é muito mais conhecido em função de seu uso prático pelo IBGE que, para fins estatísticos e com base em similaridades econômicas e sociais, divide os diversos estados da federação brasileira em microrregiões. Pernambuco, PE 185 municípios, 5 mesorregiões e 19 microrregiões. 19

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21 Geografia REGIÕES DE DESENVOLVIMENTO DE PERNAMBUCO Regiões de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco MATA SUL MATA NORTE AGRESTE CENTRAL 1. Água Preta 2. Amaraji 3. Barreiros 4. Belém de Maria 5. Catende 6. Chã Grande 7. Cortês 8. Escada 9. Gameleira 10. Jaqueira 11. Joaquim Nabuco 12. Maraial 13. Palmares 14. Pombos 1. Aliança 2. Buenos Aires 3. Camutanga 4. Carpina 5. Chá de Alegria 6. Condato 7. Ferreiros 8. Glória do Goitá 9. Goiana 10. Itambé 11. Itaquitinga 12. Lagoa do Carro 13. Lagoa do Itaenga 14. Macaparana 1. Agrestina 2. Alagoinha 3. Altinho 4. Barra de Guabiraba 5. Belo Jardim 6. Bezerros 7. Bonito 8. Brejo da Madre de Deus 9. Cachoeirinha 10. Camocim de São Félix 11. Caruaru 12. Cupira 13. Gravatá 14. Ibirajuba 21

22 15. Primavera 16. Quipapá 17. Ribeirão 18. Rio Formoso 19. São Benedito do Sul 20. São José da Coroa Grande 21. Sirinhaém 22. Tamandaré 23. Vitória de Santo Antão 24. Xexéu 15. Nazaré da Mata 16. Paudalho 17. Timbaúba 18. Tracumhaém 19. Vicência AGRESTE MERIDIONAL 1. Águas Belas 2. Angelim 3. Bom Conselho 4. Brejão 5. Buíque 6. Caetés 7. Calçado 8. Canhotinho 9. Capoeiras 10. Correntes 11. Garanhus 12. lati 13. Itaíba 14. Jucati 15. Jupi 16. Jurema 17. Lagoa do Ouro 18. Lajedo 19. Palmeirinha 20. Paranatama 21. Pedra 22. Saloá 23. São João 24. Terezinha 25. Tupanatinga 26. Venturosa 15. Jataúba 16. Lagoa dos Gatos 17. Panelas 18. Pesqueira 19. Poção 20. Riacho das Almas 21. Sairé 22. Sanharó 23. São Bento do Una 24. São Caetano 25. São Joaquim do Monte 26. Tacaimbó AGRESTE SETENTRIONAL 1. Bom Jardim 2. Casinhas 3. Cumaru 4. Feira Nova 5. Frei Miguelinho 6. João Alfredo 7. Limoeiro 8. Machados 9. Orobó 10. Passira 11. Salgadinho 12. Sta. Cruz do Capibaribe 13. Sta. Maria do Cambucá 14. São Vicente Férrer 15. Surubim 16. Taquaritinga do Norte 17. Toritama 18. Vertente do Lério 19. Vertente ITAPARICA ARARIPE RMR NÚCLEO OESTE-SUL 1. Belém de S. Francisco 2. Camaubeira da Penha 3. Floresta 4. Itacuruba 5. Jatobá 6. Petrolândia 7. Tacaratu 1. Araripina 2. Bodocó 3. Exu 4. Granito 5. Ipubi 6. Moreilândia 7. Curricuri 8. Santa Cruz 9. Santa Filomena 10. Trindade 1. Cabo do Sto. Agostinho 2. Ipojuca 3. Jaboatão dos Guararapes 4. Moreno 5. São Lourenço da Mata 22

23 Geografia Regiões de Desenvolvimento-RD Prof. Luciano Teixeira 1. Arcoverde 2. Betânia 3. Custódia 4. Ibimirim 5. Inajá 6. Manari 7. Sertânia MOXOTÓ SÃO FRANCISCO RMR NÚCLEO NORTE 1. Afrânio 2. Cabrobó 3. Dormentes 4. Lagoa Grande 5. Cirocó 6. Petrolina 7. Santa Marisa da Boa Vista 1. Camaragibe 2. Fernando de Noronha 3. Olinda 4. Recife PAJEÚ SERTÃO CENTRAL RMR -NÚCLEO NORTE 1. Afogados da Ingazeira 2. Brejinho 3. Calumbi 4. Camíba 5. Flores 6. Iguarão 7. Ingazeira 8. Itapetim 9. Quixaba 10. Sta. Cruz da Bixa Verde 11. Santa Terezinha 12. São José do Egito 13. Serra Talhada 14. Solidão 15. Tabira 16. Triunfo 17. Tuparatema 1. Cedro 2. Mirandiba 3. Panamirim 4. Salgueiro 5. São José do Belonte 6. Serrita 7. Terra Nova 8. Verdejante 1. Abreu e Lima 2. Araçoiaba 3. Igarassu 4. Itamaracá 5. Itapissuma 6. Paulista 23

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25 Geografia CLIMA O Estado está inserido na zona intertropical. Duas tipologias climáticas dominam o Estado de Pernambuco, cada qual em área diversa. Na Baixada Litorânea (Zona da Mata), predomina o clima tropical com temperaturas chegando à casa dos 24 C. As chuvas nessa região giram em torno dos 1.500mm anuais, sendo maior este índice no litoral (2.000mm/ano). Em outras duas áreas, Agreste (no centro) e Sertão (oeste do Estado) ocorre o clima caracterizado como semiárido quente. As temperaturas mais altas são registradas no sertão (26 C), diminuindo mais para o centro, chegando à casa dos 22 C, devido às altitudes ali localizadas (planalto da Borborema). Quanto às chuvas, o índice anual supera 2.000mm/ano nessa região. Já no Sertão, as chuvas são escassas e irregulares. São registrados índices pluviométricos inferiores a 600mm/ano, originando, dessa forma, o fenômeno da seca. A exemplo de algumas regiões do Nordeste, Pernambuco apresenta uma zona de transição climática entre o clima do Sertão (seco) e o do Litoral, mais precisamente na Zona da Mata (úmido). 25

26 Polígono das Secas Os municípios que formam o Polígono das Secas são aqueles relacionados no Manual de Preenchimento da DITR, situados nos Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, compreendendo grande parte do Nordeste brasileiro geoeconômico. Essa região é reconhecida pela legislação como sujeita a repetidas crises de prolongamento das estiagens e, consequentemente, é objeto de especiais providências do setor público. Constitui-se de diferentes zonas geográficas, com distintos índices de aridez. Em algumas delas, o balanço hídrico é acentuadamente negativo, onde somente se desenvolve a caatinga hiperxerófila sobre solos delgados. Existem também áreas de balanço hídrico positivo e presença de solos bem desenvolvidos. Contudo, na área delimitada pela poligonal, ocorrem, periodicamente, secas anômalas que se traduzem, na maioria das vezes, em grandes calamidades, ocasionando sérios danos à agropecuária nordestina e graves problemas sociais. O Polígono (ver mapa) abrange oito dos nove Estados nordestinos o Maranhão é a única exceção e corresponde a ,3 km² da área que corresponde a região Nordeste. Hádiferentes zonas geográficas, com distintos índices de aridez. O combate às secas vem sendo feito com a construção de açudes e distribuição de verbas às prefeituras dos municípios atingidos. Estudos indicam que o fenômeno da seca remonta a milhares de anos, antes mesmo da ocupação humana no Nordeste brasileiro. De acordo com dados da Coordenação de Defesa Civil da extinta Sudene, a ocorrência de secas na Região se verifica desde antes da chegada dos europeus ao continente. Alguns vestígios de barragens foram encontrados em rios no Estado do Ceará, o que, segundo relato do historiador Pompeu Sobrinho, mostra que o homem nativo do Nordeste já utilizava pedras para represar a água dos rios. 26

27 Geografia Processos de Formação Prof. Luciano Teixeira As causas das secas têm proporção planetária e são influenciadas por diversos fatores, entre os quais vale destacar: diferença de temperatura superficial das águas do Atlântico Norte, que são mais quentes, e do Sul, frias; deslocamento da Zona de convergência intertropical para o Hemisfério Norte, em épocas previstas para permanência no Sul; e o aparecimento do fenômeno conhecido como El Niño, caracterizado pelo aumento da temperatura no Oceano Pacífico Equatorial Leste. A topografia acidentada do Nordeste e a alta refletividade da crosta são os principais fatores locais inibidores da produção de chuvas. (Mapa da elevação da temperatura nos últimos 10 anos) Climograma de Recife PE 27

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29 Geografia VEGETAÇÃO Mandacaru, umbuzeiro, juazeiro, angico, baraúna. Teiú, tatu-peba, cotia, preá, asa-branca, carcará. Espalhados por aproximadamente 800 quilômetros quadrados do território brasileiro, os personagens da flora e fauna catingueira lhe impingem beleza própria. Mas não são só eles. O povo da Caatinga também contribui com sua bravura, resistência e, principalmente, com o orgulho que sente de ser sertanejo (nome típico de seus habitantes) para que ela seja única. Luiz Gonzaga, nosso eterno Rei do Baião, que o diga! A canção Asa Branca, que o pernambucano compôs com o parceiro Humberto Teixeira, e que ficou eternizada em sua voz e sanfona inconfundíveis, é uma das mais bonitas declarações de amor ao Sertão brasileiro, lugar que, à primeira vista, pode até parecer uma desolação sem fim, mas que, com um pouco mais de atenção, revela-se um cenário onde a luta pela vida e a bravura falam muito mais alto. Chamada pelos índios de mata branca, a vegetação retorcida, o solo pedregoso, árido, e o baixo índice pluviométrico da Caatinga não são para qualquer um. A natureza e toda a gente do Sertão tiveram de se adaptar. Na ausência das chuvas, que pode se estender por meses a fio, plantas, bichos e gente desenvolveram estratégias para se manterem vivos. Os peixes anuais, por exemplo, enquanto aguardam a chegada das primeiras águas, enterram seus ovos na areia do leito de lagoas, poças e rios intermitentes (aqueles que desaparecem na estiagem e reaparecem após as cheias ). Assim que a chuva cai, os ovos eclodem, dando início ao ciclo vital novamente. Mesmo quando chove, o solo pedregoso da Caatinga não dá conta de armazenar água e a temperatura elevada, com médias que variam entre 25 e 29 graus Celsius, provoca intensa evaporação. Na longa estiagem enfrentada ano a ano, o Sertão assemelha-se a um semideserto. As folhas da maioria das árvores já caíram, o gado e a fauna nativa começam a emagrecer, os rios intermitentes deixam de correr e as lagoas secam. Sem folhas, as árvores, de caule e casca finos, adquirem cor esbranquiçada, o que justifica o apelido de mata branca da Caatinga. O calor do sol atinge o solo em cheio, o qual se racha e fica coberto de trincas. Cíclicas e prolongadas, as secas interferem de forma decisiva na vida dos bichos, plantas e do povo do sertão. Para driblá-la, o sertanejo se vira como pode e a natureza paga o pato. No Araripe, em Pernambuco, os agricultores familiares desmatam a mata nativa e vendem a madeira para alimentar as fornalhas do Polo Gesseiro da região. Responsável pela produção de 95% da produção nacional de gesso, o englobado de 11 municípios fica a 600 quilômetros de Recife (PE). A matriz energética para a fabricação de gesso é a vegetação da Caatinga, conta Márcio Moura, agrônomo da ONG Caatinga, presente há 17 anos na região. 29

30 Foto: Matheus ML/CC Flickr O trabalho que realiza, de conscientização ecológica com práticas de conservação do solo, não é capaz de frear os agricultores locais. Na atividade pecuária, eles também impactam a Caatinga, provocando o empobrecimento do solo, a poluição e a contaminação dos lençóis freáticos. Foi esse o jeito que encontraram de reduzir os custos de mão de obra. Os agricultores daqui desmatam a vegetação catingueira para criar bovinos. Quando a área perde todo o capim, eles procuram outra e outra e outra. Até que retornam a primeira e, para acabar com a vegetação primária que cresceu ali, usam e abusam de herbicidas. Em seguida plantam novamente o capim, relata Moura. A Caatinga, assim como o Cerrado, não está incluída na Constituição Federal do Brasil, e desde o período colonial vem sofrendo degradação: É como se não fôssemos importantes como a Amazônia ou a Mata Atlântica. Nem a intensa produção de mel na região, com mais de mil espécies melíferas, é valorizada. O poder público local é despreparado e não há fiscalização, alerta o agrônomo da ONG Caatinga. Há pouco mais de dois anos, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) divulgou os números da degradação na Caatinga. O desmatamento do bioma havia saltado de 43,38% em 2002, para 45,39% em 2008, o que significa que km2 (área equivalente a campos de futebol) da Caatinga já haviam sido retirados. Entre 2002 e 2008, a taxa média de desmatamento anual registrou km2, com precisão na identificação de 98,4%. Os estados que mais desmataram foram Bahia (638 km2), Ceará (440 km2) e Piauí (408 km2). Entre os municípios que apresentaram maiores áreas de supressão de floresta estão Mucugê e Ruy Barbosa (BA) e Cabrobó (PE). A ONG Caatinga informa, entretanto, que dados mais atuais da Embrapa apontam que 60% da vegetação catingueira já foram desmatadas. Êxodo rural Embora os antigos agricultores ainda permaneçam no Sertão do Araripe e, corajosos, continuem a enfrentar a seca, a juventude está migrando para as grandes cidades. Falta crédito, falta terra, falta assessoria técnica. Tudo isso, aliado a ausência de escolas (no lugar do professor vir até a zona rural é o aluno que vai até a cidade para cursar o Ensino Fundamental e Médio) é um prato cheio para a migração, avalia Moura. 30

31 Geografia Vegetação Prof. Luciano Teixeira Contrariando essa realidade, está Lourivalnda Alves de Souza, 25 anos. Nascida no município de Bodocó (PE), a jovem, que trabalha e estuda em Ouricuri (PE), diz que não há política pública aqui que valorize a cultura dos jovens; influenciados pela mídia, eles se sentem desvalorizados, sem identidade própria e vão embora. E sinaliza para a importância da educação no processo de valorização da cultura: O ensino deveria se basear na realidade local. O a que aprendi na escola era de avião e não de um dos bichos ou árvores de nossa fauna. A Caatinga é única, de beleza indiscutível quando floresce. Sua resistência se compara à de seu próprio povo que, apesar de sofrido, é forte! De Ouricuri, Lourivalnda revela de onde vem essa força do povo do Sertão. O sertanejo é altivo, bravo e estrategista por natureza; aprendeu com a Caatinga a guardar o alimento, a semente e a água para, na época da escassez, garantir a própria sobrevivência, orgulha-se. Zona da Mata e Região Litorânea A vegetação litorânea do Estado de Pernambuco apresenta matas, manguezais e cerrados, que recebem a denominação de "tabuleiro", formado por gramíneas e arbustos tortuosos, predominantemente representados, entre outras espécies por batiputás e mangabeiras. Formadas por floresta Atlântica, as matas registram a presença de árvores altas, sempre verdes, como a peroba e a sucupira. Localizados nos estuários, os manguezais apresentam árvores com raízes de suporte, adaptadas à sobrevivência neste tipo de ambiente natural. A caatinga, vegetação típica do Sertão Nordestino Foto: Maria HSU/CC Wikimedia Zona da Mata (faixa próxima ao litoral) A maior cidade nessa região é a capital, Recife. O litoral pernambucano tem belas praias, destacando-se a Praia de Boa Viagem (na própria capital) e Porto de Galinhas. Toda a faixa é uma grande planície, com alguns locais abaixo do nível do mar, várzeas e lagos. A vegetação predominante são os manguezais. O clima na Zona da Mata é tropical. Agreste (faixa de transição) A maior cidade dessa região é Caruaru, a 120 km de Recife. Trata-se de um planalto, com altitudes que variam de 400 a 1000 metros. A vegetação predominante é a Mata Atlântica. O clima no Agreste é semiárido. 31

32 Sertão (zona semiárida) Trata-se do oeste do Estado, região marcada por Serras, chapadas e depressões. A principal cidade da região é Petrolina. A vegetação típica da região é a caatinga. O clima é semiárido quente. Ao sul do estado, encontra-se uma região serrana, continuação da Chapada Diamantina (Bahia). Devido à altitude, as cidades de Garanhuns e Gravatá são conhecidas pelo clima moderado. Os rios mais importantes de Pernambuco são: Rio São Francisco, Capibaribe, Una, Pajeú, Ipojuca e Jaboatão. Outras cidades importantes de Pernambuco são: Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Paulista e Camaragibe. Outro grande destaque de Pernambuco é o Arquipélago de Fernando de Noronha, formado por 21 ilhas, localizado a uma distância de 545 km de Recife. 32

33 Geografia HIDROGRAFIA As grandes bacias hidrográficas de Pernambuco possuem duas vertentes: o Rio São Francisco e o Oceano Atlântico. As bacias que escoam para o Rio São Francisco formam os chamados rios interiores sendo os principais: Pontal, Garças, Brígida, Terra Nova, Pajeú, Moxotó, Ipanema, além de grupos de pequenos rios interiores. As bacias que escoam para o Oceano Atlântico, constituem os chamados rios litorâneos, e os principais são: Goiana, Capibaribe, Ipojuca, Sirinhaém, Una e Mundaú e GL. O plano estadual de recursos hídricos (1998) dividiu o estado em 29 unidades de planejamento (up), caracterizando, assim, a divisão hidrográfica estadual, composta de 13 bacias hidrográficas, 6 grupos de bacias de pequenos rios litorâneos (gl1 a gl6), 9 grupos de bacias de pequenos rios interiores (GL1 a GL9) e uma bacia de pequenos rios que compõem a rede de drenagem do arquipélago de fernando de noronha. é importante salientar que a bacia GL1 drena parte para o rio são francisco (riacho traipu) e parte para o oceano atlântico (rio paraíba). A maior parte das grandes bacias hidrográficas pernambucanas situa-se integralmente dentro dos limites do estado, exceto as bacias dos rios una, mundaú, ipanema e moxotó que possuem parte de sua área de drenagem no estado de alagoas. além dessas, há pequenas bacias compartilhadas com os estados do ceará (GL9), paraíba (GL6) e alagoas (GL5). 33

34 Hidrografia Há poucos lagos e lagoas no estado, como a Lagoa do Araçá e a Lagoa Olho D'Água, ambas na Região Metropolitana do Recife. Na periferia do município do Recife, encontram-se dois belos cartões postais do município, os Açudes do Prata e de Apipucos, sendo o primeiro pertencente ao Parque Dois Irmãos. Além disso, existe um conjunto de reservatórios distribuídos por todo o estado, com destaque para o Reservatório de Jucazinho, considerado o maior de Pernambuco, localizado na região Agreste, próximo ao município de Surubim. Os manguezais são abundantes em todo o litoral, porém foram praticamente extintos na RMR devido à urbanização (com a exceção do maior mangue urbano do Brasil, cercado por bairros da zona sul do município do Recife, como Boa Viagem). Porém, nos anos 1990, houve um programa de reimplantação do mangue nas margens do Rio Capibaribe, desenvolvido pela prefeitura do Recife, trazendo de volta a vegetação ao rio por toda o município. Rios São Francisco, Capibaribe, Ipojuca, Una, Pajeú e Jaboatão são os rios principais. O São Francisco é de importância vital para o interior do estado, principalmente para a distribuição de umidade através de irrigação. Reservatório Município Cap. Máx. Data Volume (hm3) % Bacia Hidrográfica ABÓBORAS PARNAMIRIM /04/ TERRA NOVA ALGODOES OURICURI /03/ BRIGIDA ARARIPINA (BAIXIO) ARCOVERDE/ RIACHO DO PAU ARRODEIO ARARIPINA /01/ BRIGIDA PEDRA /02/ IPANEMA SÃO JOSÉ DO BELMONTE /12/ PAJEU BARRA SERTANIA /02/ MOXOTO BARRA DA MELANCIA BARRA DO CHAPEU AFRÂNIO /01/ PONTAL CABROBO /06/ TERRA NOVA BARRA DO JUÁ FLORESTA /04/ PAJEU BARREIRA DA ALEGRIA (AFRÂNIO) AFRÂNIO /10/ PONTAL 34

35 Geografia Hidrografia Prof. Luciano Teixeira Reservatório Município Cap. Máx. Data BITA BREJO DOS COELHOS CABO DE SANTO AGOSTINHO Volume (hm3) % Bacia Hidrográfica /04/ GL2 SÃO CAETANO /04/ IPOJUCA CACIMBA SANTA CRUZ /04/ GARCAS MUNDAU GARANHUNS /02/ MUNDAU PAU FERRO (UNA) QUIPAPÁ /01/ UNA SIRIGI VICÊNCIA /04/ GOIANA VÁRZEA DO UNA SÃO LOURENÇO DA MATA /04/ CAPIBARIBE VARZINHA OURICURI /04/ BRIGIDA Reservatório Município Cap. Máx. Data PIRAPAMA SICUPEMA CABO DE SANTO AGOSTINHO CABO DE SANTO AGOSTINHO Volume (hm3) % Bacia Hidrográfica /04/ GL /04/ GL2 35

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37 Geografia POPULAÇÃO Segundo o Censo Demográfico de 2010 realizado pelo IBGE (última contagem oficial), a população de Pernambuco era de habitantes, sendo o sétimo estado mais populoso do Brasil, representando 4,7% da população brasileira. Do total, habitantes eram homens e habitantes eram mulheres. Ainda segundo o mesmo censo, habitantes viviam na zona urbana e na zona rural. O maior aglomerado urbano do estado é a Região Metropolitana do Recife, que além da capital, possui mais 13 municípios, e, com habitantes recenseados, era, em 2010, a sexta mais populosa região metropolitana/ride do Brasil, e a mais populosa do Norte-Nordeste. Densidade populacional dos municípios de Pernambuco (2010). A densidade demográfica de Pernambuco era de 89,47hab./km² em 2010, a sexta maior do Brasil. Esse indicador, entretanto, apresentava contrastes pronunciados de acordo com a região analisada, variando de 1.342,86hab./km² na Região Metropolitana do Recife, até o valor mínimo de 23,2hab./km² na Região do São Francisco Pernambucano. Segundo dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M) do estado, considerado médio, era de 0,673 em O município com o maior IDH era Fernando de Noronha (na verdade, um distrito estadual), com um valor de 0,788; enquanto Manari, situado no extremo Sertão do Moxotó, tinha o menor valor, 0,487. Recife, a capital, possuía um IDH de 0,772. O nível de desenvolvimento social pernambucano é superior ao dos países menos avançados, mas ainda está abaixo da média brasileira. Não obstante, Pernambuco detém o melhor serviço de coleta de esgoto do Norte, Nordeste e Sul brasileiro e o quinto maior número de médicos por grupo de mil habitantes do Brasil, além de apresentar a menor taxa de mortalidade infantil, a melhor prevalência de segurança alimentar e a maior renda per capita do Nordeste do país. 37

38 Municípios mais populosos de Pernambuco (estimativa 2015 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) Posição Localidade População Posição Localidade População 1 Recife Igarassu Jaboatão dos Guararapes Olinda São Lourenço da Mata Santa Cruz do Capibaribe Caruaru Abreu e Lima Petrolina Ipojuca Paulista Serra Talhada Cabo de Santo Agostinho Araripina Camaragibe Gravatá Garanhuns Carpina Vitória de Santo Antão Goiana Etnias Segundo dados publicados pelo IBGE, relativos ao ano de 2009, a população de Pernambuco está composta por: pardos (57,6%); brancos (36,6%); pretos (5,4%); e amarelos e indígenas (0,3%). De acordo com um estudo genético de 2013, a composição genética da população de Pernambuco é 56,8% europeia, 27,9% africana e 15,3% ameríndia. Nativos e africanos Indígenas: A presença de indígenas em Pernambuco data de mais 10 mil anos. Pinturas rupestres são encontradas em várias áreas do Sertão e Agreste do estado, sendo as mais conhecidas as do Vale do Catimbau no Município de Buíque, Agreste Pernambucano. Segundo dados da Funai, Pernambuco possui cerca de 40 mil índios nos dias atuais. Negros: O estado contou com a presença do negro desde o século XVI. Nesse período, os portugueses introduziram a cultura da cana-de-açúcar na região, utilizando-se da mão de obra escrava de origem indígena e africana. Os engenhos multiplicaram-se rapidamente e a produção de açúcar tornou-se a principal atividade econômica da colônia. O número de cativos de origem africana também cresceu bastante em Pernambuco. Em 1584, 15 mil escravos labutavam em pelo menos 50 engenhos. Esse número subiu para 20 mil escravos em Já na metade do século XVII, a população escrava somava entre 33 e 50 mil pessoas. 38

39 Geografia População Prof. Luciano Teixeira Pernambuco foi uma das regiões que mais receberam escravos africanos no Brasil. Durante o tráfico negreiro, africanos, 17% de todos os escravos trazidos ao Brasil, entraram por Pernambuco. Dos africanos no estado, 79% eram provenientes do Centro-Oeste africano. Atualmente, situam-se nessa região os países de Angola, República do Congo e República Democrática do Congo. Europeus Portugueses: Além do legado genético, arquitetônico, musical e dialectual, Portugal se faz presente, em Pernambuco, com o Clube Português do Recife, o Real Hospital Português de Beneficência, o Gabinete Português de Leitura e o Consulado de Portugal. O surgimento do tradicional hóquei sobre patins em Pernambuco, na década de 1950, por exemplo, é consequência da imigração portuguesa. Os portugueses também participaram da povoação das regiões do São Francisco e do Sertão Pernambucano, adquirindo terras para a criação extensiva de gado. Espanhóis: Nos primórdios da colonização, junto aos portugueses, os espanhóis fizeramse presentes. Entre as últimas décadas do século XIX e o início do século XX, Recife também recebeu imigrantes oriundos da Espanha. No final de 2012, 685 espanhóis tinham registro no Consulado Honorário da Espanha no Recife como radicados na capital pernambucana. Italianos: A imigração italiana para Pernambuco entre o final do século XIX e início do século XX foi pequena e concentrada ao longo do litoral ou na capital, com italianos provenientes principalmente das províncias de Cosenza, Salerno e Potenza. Atualmente há um número significativo de descendentes de italianos no estado: cerca de 200 mil. Alemães: Os primeiros registros de alemães datam do século XVII, com a chegada da corte holandesa no Estado, que trouxe alguns alemães. As duas guerras mundiais também impulsionaram a colônia alemã no Recife, que chegou a contar com mais de 1,2 mil imigrantes. Essa presença alemã pode ser observada no Deutscher Klub Pernambuco, fundado em 1920, e que antes era restrito apenas à colônia alemã e seus descendentes. Holandeses: Os holandeses, apesar de terem quase majoritariamente partido do Estado, deixaram algumas famílias na capital. Da época da invasão holandesa embora a miscigenação não tenha sido oficialmente estimulada, há relatos de muitas uniões interraciais. A ausência de mulheres holandesas estimulou a união e o casamento de oficiais e colonos holandeses com filhas de abastados senhores de engenho luso-brasileiros e, mais informalmente, destes com índias, negras, caboclas e mulatas locais. Ingleses: No começo do século XIX, quando o príncipe regente Dom João abriu os portos do país, os ingleses começaram a chegar ao Brasil em especial, para Recife, São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Nessa época, a cidade do Recife possuía aproximadamente habitantes, e a colônia inglesa já se apresentava de forma bastante expressiva. Árabes e judeus Árabes: No Recife, uma das marcas dos imigrantes é o Clube Líbano Brasileiro, erguido pela colônia libanesa no bairro do Pina. O primeiro contato árabe com o Estado, entretanto, fez- 39

40 se com missionários católicos sírios que chegaram a Pernambuco nas caravanas portuguesas. O estado de Pernambuco também abriga a segunda maior comunidade palestina do Brasil, concentrada na cidade do Recife, que começou a receber os primeiros imigrantes em Hoje a comunidade tem cerca de 5 mil pessoas. Judeus: O judaísmo em Pernambuco está presente desde o século XVI, quando os judeus convertidos ao cristianismo eram considerados cristãos-novos, sendo muitos deles senhores de engenho. Porém, existia a suspeita de prática escondida da religião judaica. Obtiveram liberdade de professar a religião nos tempos de Maurício de Nassau, que logo foi combatida, quando os portugueses voltaram ao domínio da economia açucareira. No Recife, há hoje uma comunidade de 1,6 mil judeus. Catedral de Petrolina, construída em estilo neogótico Sinagoga Kahal Zur Israel, a mais antiga sinagoga da América 40

41 Geografia População Prof. Luciano Teixeira Religião A religião verificável no estado varia entre católicos e evangélicos ao lado de minorias como espíritas, judeus, umbandistas, testemunhas de Jeová e santos dos últimos dias. A maior religião do estado é a católica de acordo com dados do Censo Demográfico de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dos habitantes que residiam no estado naquele ano, 66,3% declararam-se católicos (5,8 milhões), 20,3% declararam-se evangélicos (1,7 milhão), e 1,4% declararam-se espíritas (123 mil). Igreja Católica Romana Os colégios tradicionais pernambucanos são, em sua maioria, católicos, como o Colégio Damas da Instrução Cristã, o Colégio Marista São Luís e o Liceu Nóbrega de Artes e Ofícios. Os templos maiores, mais antigos, mais conhecidos e mais visitados pelos turistas são da Igreja Católica, como a Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento de Santo Antônio, a Concatedral São Pedro dos Clérigos, a Capela Dourada e o Convento e Igreja de Santo Antônio, a Basílica do Carmo, a Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, a Igreja Madre de Deus, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Militares, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, a Igreja de Nossa Senhora do Livramento dos Homens Pardos, a Basílica da Penha, entre outras, o que se trata de um sinal de que o catolicismo romano é a religião mais professada entre os pernambucanos. A Igreja Católica em Pernambuco divide-se administrativamente em uma arquidiocese e nove dioceses: a arquidiocese de Olinda e Recife, comandada atualmente pelo arcebispo Dom Antônio Fernando Saburido, e as dioceses de Afogados da Ingazeira, Caruaru, Floresta, Garanhuns, Nazaré, Palmares, Pesqueira, Petrolina e Salgueiro. Evangélicos Pernambuco é a unidade federativa da região Nordeste com a maior concentração de evangélicos, tanto em números absolutos quanto em termos proporcionais. 20,3% da população do estado, o que corresponde a mais de 1,7 milhão de pernambucanos. Declara-se protestante, de acordo com o Censo 2010 do IBGE, percentual muito superior aos percentuais encontrados nos demais estados nordestinos. Pernambuco possui as mais diversas denominações protestantes, como a Assembleia de Deus, igreja protestante com maior quantidade de fiéis e templos no estado. Outras denominações pentecostais e neopentecostais presentes em Pernambuco são, entre muitas: Congregação Cristã no Brasil, Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja Apostólica Renascer em Cristo, Igreja Mundial do Poder de Deus, Igreja Internacional da Graça de Deus, Igreja do Evangelho Quadrangular, Igreja Episcopal Carismática e Igreja do Nazareno. Entre as denominações evangélicas tradicionais, possuem templos no estado as igrejas de orientação batista, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, a Igreja Presbiteriana, a Luterana, a Anglicana, a Metodista e a Congregacional. 41

42 Outras religiões Entre os cristãos não católicos e não protestantes, destacam-se os Espíritas, os Santos dos Últimos Dias e as Testemunhas de Jeová. O templo afro-brasileiro mais conhecido é o Terreiro do Pai Adão, no Recife. Os judeus também estão presentes. Algumas das personalidades judias que moraram na capital pernambucana foram a escritora Clarice Lispector, o filósofo Luiz Felipe Pondé, o engenheiro Mário Schenberg, o paisagista Roberto Burle Marx, entre outros. Os budistas, hinduístas e muçulmanos não possuem relevância na população do estado. Governo e política O Estado de Pernambuco é governado por três poderes: o Executivo, representado pelo Governador do Estado; o Legislativo, representado pela Assembleia Legislativa de Pernambuco; e o Judiciário, representado pelo Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco. Também é permitida a participação popular nas decisões do governo por meio de referendos e plebiscitos. A atual constituição do Estado de Pernambuco foi promulgada em 5 de outubro de 1989, acrescida das alterações resultantes de posteriores emendas constitucionais. O Poder Executivo pernambucano está centralizado no Governador do Estado, que é eleito em sufrágio universal e voto direto e secreto, pela população, para mandato de quatro anos de duração, podendo haver reeleição para mais um mandato por igual período. Sua sede é o Palácio do Campo das Princesas, construído em 1841 pelo engenheiro Morais Âncora a mando do então governador Francisco do Rego Barros. Várias pessoas já passaram pelo Governo de Pernambuco, sendo o mais recente deles Paulo Henrique Saraiva Câmara, economista recifense formado pela Universidade Federal de Pernambuco, eleito no primeiro turno das eleições de Além do governador, há ainda no estado a função de vice-governador, atualmente exercida por Raul Jean Louis Henry Júnior. O Poder Legislativo pernambucano é unicameral, constituído pela Assembleia Legislativa de Pernambuco, localizado no bairro de Boa Vista, na cidade do Recife. Ela é constituída por 49 deputados, que são eleitos a cada quatro anos. No Congresso Nacional, a representação pernambucana é de três senadores e 25 deputados federais. O Poder Judiciário é exercido pelos juízes e possui a capacidade e a prerrogativa de julgar de acordo com as regras constitucionais e leis criadas pelo poder legislativo. Atualmente a presidência do Tribunal de Justiça de Pernambuco é exercida pelo desembargador Frederico Neves. Representações desse poder estão espalhadas por todo o estado por meio de comarcas

43 Geografia ECONOMIA À época do Brasil Colônia, Pernambuco era a mais rica das capitanias e responsável por mais da metade das exportações brasileiras de açúcar. Sua riqueza foi alvo do interesse de outras nações e, no século XVII, os holandeses estabelecem-se no estado. A cana-de-açúcar continua sendo o principal produto agrícola da Zona da Mata pernambucana, embora o estado não mais seja o maior produtor do país. Apesar do declínio do açúcar, Pernambuco se manteve entre as cinco maiores economias estaduais do país até meados da década de 1940: em 1907, o estado tinha a quarta maior produção industrial do Brasil, após Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul e à frente de estados como Minas Gerais e Paraná; e em 1939, Pernambuco era ainda a quinta maior economia entre os estados brasileiros, após São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Atualmente a economia de Pernambuco tem como base a agricultura, a indústria e os serviços. O setor de serviços é predominante (algo típico na economia pós-urbanizatória vivida pelo Brasil nas últimas décadas), seguido pela indústria (naval, automobilística, química,metalúrgica, de vidros planos, eletroeletrônica, de minerais não metálicos, têxtil e alimentícia). Após ter ficado estagnada durante a chamada "década perdida" (1985 a 1995), a economia pernambucana vem crescendo rapidamente desde o fim do século XX. Na Era Vargas, Pernambuco ainda aparecia entre os cinco maiores geradores de riqueza, à frente de estados que foram mais subsidiados no período ditatorial, a exemplo do Paraná (via Itaipu, dentre outros empreendimentos). No fim da década de 2000, a construção civil liderou o crescimento econômico de Pernambuco, seguida pela indústria de transformação e pelos serviços. O estado assiste a uma importante mudança em seu perfil econômico com os recentes investimentos nos setores petroquímico, biotecnológico, farmacêutico, de informática, naval e automotivo, que estão dando novo impulso à economia do estado, que vem crescendo acima da média nacional. Além da importância crescente do setor de informática (o Porto Digital é o maior parque tecnológico do Brasil), do setor terciário sobretudo das atividades turísticas, e do setor industrial em torno do Porto de Suape, merecem destaque a produção irrigada de frutas ao longo do Rio São Francisco, quase que totalmente voltada para exportação, concentrada no município de Petrolina, em parte devido ao aeroporto internacional com grande capacidade para aviões cargueiros do município; e a floricultura, que começa a ganhar espaço, com plantações de rosas, gladiolus, e crisântemos. Outros polos dinâmicos de desenvolvimento são: o polo gesseiro no Araripe; o mármore, a pecuária leiteira e a indústria têxtil no Agreste; e a cana- -de-açúcar e a biomassa na Zona da Mata. 43

44 Setor primário Plantação irrigada de uvas em área de caatinga no município de Lagoa Grande. Entre os principais produtos agrícolas cultivados em Pernambuco, encontram-se a cana-de-açúcar, o algodão, a banana, o feijão, acebola, a mandioca, o milho, o tomate, a graviola, o caju, a goiaba, o melão, a melancia, a acerola, a manga e a uva. Na pecuária, destacam-se as criações de bovinos, suínos, caprinos e galináceos. Merece destaque ainda a expansão que vem tendo a partir dos anos 1970 da agricultura irrigada no Sertão do São Francisco, com projetos de irrigação hortifrutícolas implantados com o apoio da CODEVASF. A produção é voltada para o mercado externo. Pernambuco é atualmente o maior produtor de acerola do Brasil, respondendo por um quarto da safra nacional. É também o maior produtor de goiaba, o segundo maior produtor de uva, o segundo maior exportador de manga, o segundo maior polo floricultor e o sexto maior produtor de cana-de-açúcar do Brasil. Pernambuco é ainda o quarto maior produtor nacional de ovos, o sexto de frangos de corte e a oitava maior bacia leiteira do país. A cana-de-açúcar é o principal produto agrícola da Zona da Mata pernambucana. Também estão presentes nesta mesorregião culturas de subsistência, além de fruticultura e hortaliças. No Agreste, cidades como Garanhuns, Gravatá, Chã Grande e Bonito passaram a se dedicar à floricultura, produzindo flores tropicais e tradicionais. Além do cultivo de flores, vêm crescendo no agreste pernambucano as lavouras de café e as plantações de seringueiras. Aumenta também a criação de cavalos, de gados de leite e de corte, de ovos e de frangos de corte. No Sertão, a fruticultura irrigada produz toneladas de frutas tropicais por ano. O polo principal fica em Petrolina, no vale do rio São Francisco. Petrolina, no semiárido pernambucano, é a maior cidade da RIDE Petrolina e Juazeiro, maior aglomerado urbano do interior da região Nordeste, que se consolidou como maior exportador de frutas e segundo maior pólo vitivinicultor do Brasil graças ao uso de modernas técnicas de cultivo e irrigação. 44

45 Geografia Economia Prof. Luciano Teixeira Setor secundário O Complexo Industrial e Portuário de Suape abriga empreendimentos como a Refinaria Abreu e Lima e o Estaleiro Atlântico Sul (maior estaleiro do Hemisfério Sul). O petroleiro João Cândido (foto) foi o primeiro navio lançado pela indústria naval pernambucana. A produção industrial pernambucana está entre as maiores do Norte-Nordeste. No período de outubro de 2005 a outubro de 2006, o crescimento industrial em Pernambuco foi o segundo maior do Brasil (6,3%) mais que o dobro da média nacional no mesmo período (2,3%) Em 7 de novembro de 1978, uma lei estadual criou a empresa Suape Complexo Industrial Portuário para administrar o desenvolvimento de obras na região do Porto de Suape. Hoje o porto é um dos maiores do Brasil, administrado pelo governo de Pernambuco. Suape opera navios nos 365 dias do ano, sem restrições de horário de marés. O Porto dispõe de um sistema de monitoração de atracação de navios a laser, que possibilita um controle efetivo e seguro, oferecendo condições técnicas nos padrões dos portos mais importantes do mundo. Recentemente Pernambuco foi escolhido para a implantação dos seguintes empreendimentos: montadoras Jeep (automóveis - município de Goiana) e Shineray (motocicletas - município de Ipojuca), Refinaria Abreu e Lima, Estaleiro Atlântico Sul, Polo Farmacoquímico e de Biotecnologia, Hemobrás, Novartis, Bunge, CSN, Gerdau, Mossi & Ghisolfi, Pepsico, Amanco, central logística dageneral Motors além do Terminal ferroviário da Transnordestina, entre outros investimentos. Somente o Complexo Industrial e Portuário de Suape tem o poder de duplicar a renda de Pernambuco até 2020 e triplicar o PIB até O Jeep Renegade (foto) será montado, a partir do primeiro trimestre de 2015, pela fábrica da Fiat Chrysler Automobiles no município de Goiana, litoral norte de Pernambuco. A matriz da multinacional pernambucana Acumuladores Moura S.A. (Baterias Moura) está localizada na cidade de Belo Jardim. A Baterias Moura fornece baterias para a metade dos carros fabricados no Brasil. O conglomerado pernambucano Queiroz Galvão reúne mais de 50 empresas nos segmentos de Construção,Desenvolvimento Imobiliário, Alimentos, Participações e Concessões, Óleo e Gás, Siderurgia e Engenharia Ambiental, com presença em todos os estados brasileiros assim como em países da América Latina e da África, exportando seus produtos para Estados Unidos,Canadá e Europa, e empregando cerca de trabalhadores. O Grupo Industrial João Santos, fundado em Pernambuco, é o produtor do Cimento Nassau e um dos mais importantes conglomerados industriais do país, controlando 24 empresas e mais de 60 estabelecimentos comerciais com atividades nos ramos de papel e celulose, açúcar, transportes, comunicação e cimento, gerando 10 mil empregos diretos em vários estados brasileiros. Na mineração, destacam-se a argila, o calcário, o ferro,a gipsita, o granito e o quartzo. A microrregião de Araripina destaca-se na extração mineral da gipsita, fornecendo 95% do gesso consumido no Brasil. 45

46 Setor terciário Recife é um tradicional polo de serviços. Os segmentos de maior destaque são: comércio, serviços médicos, serviços de informática e de engenharia, consultoria empresarial, ensino e pesquisa, atividades ligadas ao turismo. A capital pernambucana abriga o Porto Digital, reconhecido como o maior parque tecnológico do Brasil, com mais de 200 empresas, entre elas multinacionais como Motorola, Borland, Oracle, Sun, Nokia, Ogilvy, IBM e Microsoft. Emprega cerca de seis mil pessoas e tem 3,9% de participação no PIB do estado. O polo médico do Recife, considerado o segundo maior do país, atrai pacientes do Brasil e do exterior. Os estrangeiros que vão ao Recife em busca de atendimento na área médica, em sua maioria africanos e norte-americanos, visam qualidade nos serviços e preço baixo no atendimento (o que torna isso possível também é o fato de Pernambuco estar acima da média na formação dessa área). O RioMar Shopping, localizado na Zona Sul do Recife, é o maior centro de compras do Norte- -Nordeste e o terceiro maior do Brasil, além de primeiro endereço de alto luxo do Nordeste e Norte brasileiro. Recife foi eleita por pesquisa encomendada pela MasterCard Worldwide como uma das 65 cidades com economia mais desenvolvida dos mercados emergentes no mundo. Apenas cinco capitais brasileiras entraram na lista: São Paulo, que foi a cidade brasileira mais bem colocada, na 12ª posição; Rio de Janeiro (36ª posição); Brasília (42ª); Recife (47ª); e por último Curitiba (49ª). Xangaie Pequim, na China, ocuparam as duas primeiras posições. A Tupan, atacadista distribuidora de materiais de construção fundada em Serra Talhada, no sertão do estado, é a maior empresa do ramo no Norte-Nordeste e a quinta maior do Brasil segundo o IBOPE. O grupo atende mais de clientes lojistas em todo o Norte-Nordeste, contando com três Centros de Distribuição, localizados em Pernambuco e Alagoas (Serra Talhada, Recife emaceió), além de sete lojas de varejo sendo: quatro em Serra Talhada, duas em Recife e uma em Maceió. Possui ainda uma frota própria de 130 caminhões, 120 Representantes Comerciais e um efetivo de mais de colaboradores. Pernambuco abriga ainda o polo têxtil do Agreste, segundo maior polo de confecções do Brasil, abarcando 13 cidades em 2009, nas quais se concentram mais de 18 mil empresas do setor. Caruaru, 46

47 Geografia Economia Prof. Luciano Teixeira Santa Cruz do Capibaribe e Toritama formam o triângulo e o principal ponto de venda e fabricação de confecções do Agreste. Santa Cruz do Capibaribe possui o maior parque de confecções da América Latina, o Moda Center Santa Cruz. Toritama é responsável por 15% das confecções feitas com jeans produzidas no Brasil.Caruaru tem sua produção têxtil escoada através da Feira de Caruaru. Caruaru, no Agreste pernambucano, é o segundo maior polo de confecções do Brasil. Compõe, junto com Santa Cruz do Capibaribe e Toritama, o triângulo têxtil de Pernambuco. Porto Digital O Porto Digital, localizado no bairro do Recife Antigo na capital pernambucana, é o maior parque tecnológico do Brasil e referência mundial na produção de softwares. Pernambuco conta com um dos mais importantes parques tecnológicos do Brasil, localizado no bairro do Recife, na capital estadual. Trata-se do Porto Digital, que abriga mais de duzentas empresas, entre elas multinacionais como Accenture, Oracle, ThoughtWorks,Ogilvy, IBM e Microsoft, e é reconhecido pela A. T. Kearney como o maior parque tecnológico do Brasil em faturamento e número de empresas, O Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (CIn UFPE) fornece mão de obra para o polo, que gera sete mil empregos e tem participação de 3,5% no PIB do Estado de Pernambuco. Além do Porto Digital, a capital pernambucana possui uma unidade do Instituto Nokia de Tecnologia. Turismo Igreja do Carmo com o mar azul turquesa de Olinda ao fundo, cartão postal de Pernambuco. 47

48 O turismo no Estado de Pernambuco oferece diversas atrações históricas, naturais e culturais. As principais localidades turísticas do Estado de Pernambuco são Fernando de Noronha, Porto de Galinhas, Cabo de Santo Agostinho, Olinda, Recife, Igarassu, Itamaracá, Gravatá, Triunfo,Garanhuns, Caruaru e Bonito. Segundo a pesquisa "Hábitos de Consumo do Turismo Brasileiro 2009", realizada pela Vox Populi, Pernambuco foi o segundo destino turístico preferido dos brasileiros, já que 11,9% dos turistas optaram pelo estado nas categorias pesquisadas; e segundo a International Congress And Convention Association (ICCA), Pernambuco é o terceiro melhor polo de eventos internacionais do Brasil. O litoral do Estado de Pernambuco tem cerca de 187 km de extensão, entre praias e falésias, zonas urbanas e locais praticamente intocados. Faz divisa, ao norte, com a Paraíba e, ao sul, com Alagoas. Além do litoral continental, possui o arquipélago de Fernando de Noronha e suas 16 praias. Porto de Galinhas foi eleita por dez vezes consecutivas a Melhor Praia do Brasil, segundo a Revista Viagem e Turismo, da Editora Abril. Pernambuco oferece dez rotas de turismo que vão do litoral ao interior criadas pela Empetur, que visam explorar os principais pontos turísticos de cada região do estado de acordo com suas potencialidades, que vão do turismo de sol e mar e ecoturismo ao turismo serrano e religioso. Entre as praias mais procuradas do estado, estão as de Boa Viagem, Porto de Galinhas, Carneiros, Serrambi, Guadalupe, Calhetas,Maria Farinha, Nossa Senhora do Ó, Ilha de Itamaracá e a Ilhota da Coroa do Avião. Recife, conhecida como a "Capital Brasileira dos Naufrágios", atrai mergulhadores de todo o mundo por sua rica vida marinha e suas águas calmas e cristalinas com temperaturas próximas dos 30 graus. Fora do litoral da capital pernambucana há também o Arquipélago de Fernando de Noronha (foto), pertencente à mesorregião metropolitana do Recife e considerado um dos melhores lugares para a prática de mergulho do planeta. 48

49 Geografia Economia Prof. Luciano Teixeira O Litoral Sul de Pernambuco, que tem cerca de 110 km de praias, é totalmente protegido por corais, que formam irresistíveis piscinas naturais de águas mornas. É famoso por diversas praias conhecidas nacional e internacionalmente, como Porto de Galinhas. Turistas de todo o país se hospedam nos luxuosos hotéis e resorts do Litoral Sul do estado. O Litoral Norte do estado é mais densamente habitado que o Litoral Sul, quase urbanizado por completo desde a Região Metropolitana do Recife até a divisa com a Paraíba (o que muitos veem como a primeira proto-megalópole interestadual do país, que teria em extensão latitudinal mais de 120 km de urbanização costeira contígua). Tem alguns dos sítios históricos mais importantes do Brasil, como os dos municípios de Olinda, Igarassu, Itamaracá e Goiana. Construções do Brasil Colônia, como o Forte Orange na Ilha de Itamaracá e a Igreja dos Santos Cosme e Damião em Igarassu, são muito visitadas por turistas que passam pela região. As praias também são muito procuradas. O Litoral Norte pernambucano também é conhecido por abrigar o Veneza Water Park, um dos maiores parques aquáticos do Brasil, situado na Praia de Maria Farinha em Paulista. A Baía do Sancho, em Fernando de Noronha, foi eleita a melhor praia do mundo pelos usuários do TripAdvisor. O arquipélago de Fernando de Noronha tem destaque nacional e mundial. Das ilhas, é possível avistar os golfinhos saltadores. As principais atrações do arquipélago são o Forte de Nossa Senhora dos Remédios de Fernando de Noronha, a Vila dos Remédios, a Praia da Conceição, a Praia do Boldró, a Baía dos Porcos, a Baía do Sancho (cercada por falésias cobertas de vegetação), a Baía dos Golfinhos, a Praia da Cacimba do Padre, o Morro Dois Irmãos, o Reduto de São Joaquim de Fernando de Noronha, o Reduto de Santa Cruz do Morro do Pico de Fernando de Noronha e o Reduto de Santana de Fernando de Noronha. O arquipélago foi declarado Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco. Em Garanhuns, ocorre uma das etapas do Circuito do Frio, evento multicultural realizado entre julho e agosto em cinco cidades serranas de Pernambuco (as outras etapas acontecem em Triunfo, Gravatá,Pesqueira e Taquaritinga do Norte). 49

50 O Circuito do Frio é uma opção para os que procuram um clima ameno. Trata-se de um evento multicultural, realizado no mês de julho e começo de agosto em cinco cidades serranas do interior pernambucano: Garanhuns, Triunfo, Gravatá, Pesqueira e Taquaritinga do Norte. O Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), criado em 1991, foi o primeiro evento, que deu início ao costume de seguir para o interior de Pernambuco na época mais fria do ano. O FIG apresenta uma maratona de atrações nacionalmente conhecidas nas praças e parques. São 12 polos, espalhados por toda a cidade de Garanhuns, num evento que mistura diversos estilos musicais rock, MPB, blues, jazz, forró e música instrumental, para citar alguns, teatro, cinema, circo, gastronomia, folguedos populares e outras formas de manifestação cultural. Triunfo, por sua vez, é um dos destinos mais concorridos do circuito. Poucos municípios têm o privilégio de reunir tantos atrativos quanto Triunfo: o clima (a cidade está a metros de altitude) que propicia o cultivo de flores, o casario singelo, as antigas construções, os seculares conventos, o Cine-Teatro Guarany, os engenhos de cana-de-açúcar e a Lagoa João Barbosa. Gravatá, localizada a 85 Km do Recife, é um dos locais mais acessíveis do evento. Andar pela cidade, tomar chocolate quente, parar nos restaurantes tradicionais de culinária típica para comer galinha à cabidela ou buchada de bode são programas imperdíveis. Em Gravatá, o Circuito do Frio recebe o nome de Festa da Estação. Cidade de larga tradição rendeira, Pesqueira realiza há cinco anos a Festa da Renascença, justamente o nome da renda feita na região. Já a cidade das praças e das flores, Taquaritinga do Norte, comanda a Festa das Dálias. Economia de Pernambuco - Números Evolução do PIB de Pernambuco Ano PIB PIB per capita 2005 R$ 49,903 bilhões R$ R$ 55,505 bilhões R$ R$ 62,256 bilhões R$ R$ 70,441 bilhões R$ R$ 78,428 bilhões R$ R$ 95,187 bilhões R$ R$ 104,394 bilhões R$ R$ 117,340 bilhões R$ R$ 140,728 bilhões R$

51 Geografia Economia Prof. Luciano Teixeira 10 maiores PIBs municipais de Pernambuco (2013) Posição Município Região do Estado PIB PIB per capita 1 Recife Grande Recife R$ 46,445 bilhões R$ ,18 2 Jaboatão dos Guararapes Grande Recife R$ 11,952 bilhões R$ ,00 3 Ipojuca Grande Recife R$ 8,411 bilhões R$ ,34 4 Cabo de Santo Agostinho Grande Recife R$ 7,361 bilhões R$ ,14 5 Caruaru Agreste R$ 5,239 bilhões R$ ,30 6 Petrolina Vale do São Francisco R$ 4,905 bilhões R$ ,27 7 Olinda Grande Recife R$ 4,816 bilhões R$ ,57 8 Paulista Grande Recife R$ 3,701 bilhões R$ ,25 9 Vitória de Santo Antão Zona da Mata R$ 2,422 bilhões R$ ,78 10 Igarassu Grande Recife R$ 1,914 bilhão R$ ,83 10 maiores PIBs municipais do interior de Pernambuco (2013) Posição Município Região do estado PIB PIB per capita 1 Caruaru Agreste R$ 5,239 bilhões R$ ,30 2 Petrolina 3 Vitória de Santo Antão Vale do São Francisco R$ 4,905 bilhões R$ ,27 Zona da Mata R$ 2,422 bilhões R$ ,78 4 Garanhuns Agreste R$ 1,787 bilhão R$ ,07 5 Goiana Zona da Mata R$ 1,541 bilhão R$ ,08 6 Belo Jardim Agreste R$ 1,279 bilhão R$ ,55 7 Santa Cruz do Capibaribe Agreste R$ 1,115 bilhão R$ ,31 8 Serra Talhada Sertão do Pajeú R$ 1,075 bilhão R$ ,97 9 Carpina Zona da Mata R$ 1,016 bilhão R$ ,87 10 Gravatá Agreste R$ 0,831 bilhão R$ ,

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53 Geografia O ESPAÇO RURAL DE PERNAMBUCO O território rural denominado Agreste Meridional de Pernambuco abrange uma área de km 2, está localizado em parte da Mesorregião do Agreste Pernambucano e do Sertão Pernambucano. Atualmente é composto por 20 municípios: Águas Belas, Buíque, Iati, Ibimirim, Inajá, Itaíba, Pedra, Venturosa, Angelim, Bom Conselho, Caetés, Capoeiras, Garanhuns, Ibirajuba, Manarí, Paranatama, Saloá, São Bento do Una, Terezinha e Tupanatinga. De acordo com informações do IBGE (2010), o contingente populacional do território apresenta-se com habitantes, dos quais residem na área rural, o que corresponde a 42,7% do total. Com IDH médio de 0,60, esse meio rural é composto por agricultores familiares e patronais, famílias assentadas, comunidades quilombolas, terras indígenas, dentre outros. O território enquadra-se na categoria de rural, seguindo-se o critério estabelecido por Veiga (2002), pois apresenta uma população média de habitantes e uma densidade de 44,77 habitantes por km 2, ou seja, uma população média menor do que habitantes e uma densidade inferior a 80,0 habitantes por km 2. Entre os seus municípios, Garanhuns destaca-se apresentando uma acentuada população urbana, com uma taxa de 89,1%, já os municípios de Paranatama, Manari e Caetés apresentam taxas de 79,1%, 78,9% e 71,7% da população rural, respectivamente, revelando assim, uma certa heterogeneidade no território. Além disso, vale ressaltar, que o município de Garanhuns centraliza economicamente o Agreste Meridional e se estabelece pela importância como polo regional. Quanto aos indicadores sociais, observa-se uma grande amplitude relativa ao (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M)) entre os municípios. Os municípios de Garanhuns, de Venturosa e de São Bento do Una apresentam os maiores IDH-M, com 0,69; 0,63 e 0,62 respectivamente. Já os municípios de Manari e Caetés apresentam os menores IDH-M, com 0,47 e 0,52. Tais informações revelam também a ocorrência de uma acentuada disparidade na qualidade de vida entre os municípios do território. As áreas rurais do território são reconhecidas economicamente pela presença da pecuária leiteira. No entanto, as pequenas propriedades rurais, de cunho familiar, que exploram principalmente as culturas do feijão e da mandioca, apresentam grande relevância socioeconômica para a região, revelando nesse conjunto as principais atividades de exploração das áreas rurais. Historicamente, esse arranjo formou-se ao longo dos anos, pois o Agreste constituiu-se como o local de produção de alimentos para o abastecimento interno da região Nordeste, em face da cultura expansionista e exportadora da cana-de-açúcar. A velha estrutura coronelista, ainda reflete sobre a atual estrutura agrária e sobre as relações sociais de dependência e subordinação que insiste em permanecer em diversos municípios desse território. Dessa forma, perpetua-se a ação política de comando sobre a população e cargos, de uma forma geral, atuando em diversos segmentos e instituições públicas. 53

54 Os festejos juninos apresentam-se como a expressão máxima da cultura, porém as tradições folclóricas tendem a se perder no tempo, em face da homogeneização dos costumes, principalmente no que diz respeito à música, com os grupos eletrônicos de forró. Trabalhar as ruralidades ainda presentes requer um árduo e constante desafio, para que não haja perda tanto cultural como economicamente, uma vez que esses valores são descontruídos pela aquisição de novos hábitos impostos pelos meios de dominação e imposição de valores externos. Atrelado a isso, nota-se a insatisfatória presença de estrutura das políticas públicas, relacionadas ao nível educacional, principalmente nas formações iniciais das crianças, no apoio à assistência das atividades produtivas e na preservação e exploração sustentável das riquezas naturais e arqueológicas. Território Rural do Sertão do Pajeú de Pernambuco A região sertaneja pernambucana possui características peculiares intrínsecas a sua geografia e dentro desse contexto surge a divisão em três territórios: O território do Araripe, o território do São Francisco e o território do Sertão do Pajeú. Em relação a esse último, destacamos a denominação Pajeú devido à referência ao Rio Pajeú, que atravessa parte dos municípios que compõem o território, revelando significativa importância para o povoamento dessa parte do Sertão de Pernambuco. O território do Sertão do Pajeú é composto por 20 municípios, divididos em três microrregiões: a) MICRORREGIÃO DE SÃO JOSÉ DO EGITO, composta pelos municípios de Brejinho, Itapetim, Santa Terezinha, São José do Egito e Tuparetama; b) MICRORREGIÃO DE AFOGADOS, composta pelos municípios de Afogados da Ingazeira, Carnaúba, Iguaraci, Quixaba, Sertânia, Solidão e Tabira; c) MICRORREGIÃO DE SERRA TALHADA, composta pelos municípios de Calumbi, Flores, Mirandiba, Santa Cruz da Baixa Verde, São José do Belmonte, Serra Talhada e Triunfo. Dados históricos revelam que o início da exploração econômica do Sertão Pernambucano ocorreu por meio da atividade pecuária. Estudos sobre essa questão informam que tal fato foi decorrente da proibição, por parte da coroa portuguesa, da exploração da pecuária nas áreas próximas ao litoral (Zona da Mata) da capitania de Pernambuco que se destinavam apenas para o cultivo da cana-de-açúcar. Assim, induzia-se o deslocamento do gado para o Sertão, seguindo o caminho inverso das águas do Rio São Francisco e dos seus afluentes, tendo o Rio Pajeú como um deles. Tal fato trouxe para a região, juntamente com o gado, o povoamento dessas terras, a formação de latifúndios, ocupando extensas áreas e as formas de convivência. As relações de poder foram organizadas a partir da formação das estruturas fundiárias e delas surgiram as cidades sertanejas, tendo na figura do dono das terras e do gado a expressão do poder autoritário e paternalista que ainda permanece. Atualmente, algumas poucas mudanças pontuais são percebidas e, de alguma forma, buscam alterar o quadro político e econômico dessa região. A mistura racial está presente e provém tanto dos habitantes naturais, indígenas, quanto do processo de escravidão com a chegada dos negros e dos embates e fugas dos portugueses e holandeses vindos das regiões litorâneas. Essa mistura de raça traz consigo também a mistura de culturas expressadas pelas danças e músicas, pela poesia e nos hábitos alimentares adaptados à sobrevivência no semiárido da Caatinga. 54

55 Geografia O Espaço Rural de Pernambuco Prof. Luciano Teixeira A caprinocultura e a ovinocultura são atividades de grande relevância econômica nos municípios desse território, muito em face da rusticidade e da adaptação dos animais às condições do ambiente do semiárido nordestino. Em relação às atividades da agricultura, predominam os cultivos de milho, feijão e mandioca, que fazem parte da dieta básica do sertanejo. Os dias de feira-livre constituem-se no ponto de referência para as negociações mais diversas, presencia-se a convergência da população vinda desde os locais mais recônditos das áreas rurais. Ao se misturarem com os moradores das cidades, estabelecem a comercialização da produção das atividades produtivas e contribuem para o incremento do comércio. A feira-livre é uma tradição nordestina, existente em toda a região. As histórias sobre o legendário Lampião e o mundo do cangaço são retratadas em formas de cordel e encontra no Município de Serra Talhada, cidade natal, o ponto de referência com o museu sobre essa figura que percorria essas terras com sua tropa, deixando atônita e aterrorizada a população do sertão nordestino. Quanto às infraestruturas existentes e destinadas para esse território, ressalta-se a precariedade das estradas que interligam os municípios, com significativa falta de conservação e apoio o que resulta na deficiência dos sistemas de transportes coletivos. As obras dos canais da transposição do Rio São Francisco (integração de bacias hidrográficas) estão sendo realizadas e cortam parte desse território, mas são vistas pela população como algo externo ao seu cotidiano e que aparentemente não lhe trarão resultados satisfatórios e esperanças para o futuro. Pernambuco perde Paulo Crespo, líder cristão mediador de conflitos rurais As referências a Paulo Crespo, morto e sepultado ontem aos 83 anos, no Cemitério Morada da Paz, eram nos últimos anos mais à sua condição de padre casado do que a de organizador dos trabalhadores rurais. Isso é compreensível pela distância temporal deste papel, exercido por Crespo nos anos 1960, quando a Igreja Católica controlava a maioria desses sindicatos no estado. Dos cerca de 115 sindicatos, a instituição religiosa comandava mais de 90, sendo o ainda não padre casado um dos responsáveis pelo número. Ele se destacava pela formação intelectual, o que incluía estudos no Instituto Católico de Paris e ensino na Universidade Católica de Pernambuco. Mas o que o levou a apoiar os trabalhadores rurais foi a experiência na Paróquia de Jaboatão, assumida aos 24 anos. Nascido em Bom Conselho, no Agreste, chocou-se com a pobreza da zona canavieira. Percebi uma grande miséria e sofrimento, muita fome, muita nudez, revelou em entrevista. A escolha que fez resultou em visões diferentes de seu papel: comunista para uns, pelego ou homem de Igreja para outros. 55

56

57 Geografia URBANIZAÇÃO EM PERNAMBUCO Conhecida como a Veneza brasileira, a cidade de Recife foi estabelecida em um grande delta formado pelos rios Capibaribe, Beberibe, Jiquiá, Tejipió e Jaboatão. O desenvolvimento da cidade transcorre em uma grande batalha entre os construtores e as águas, nos rios, nos mangues e no mar uma batalha entre aterros, barragens e pontes contra chuvas e marés, vivenciada até hoje pelos moradores de uma das principais regiões metropolitanas do Nordeste brasileiro. O RECIFE, COMO VENEZA, É A CIDADE QUE SAI DA ÁGUA E QUE NELA SE REFLETE, É UMA CIDADE QUE SENTE A PALPITAÇÃO DO OCEANO NO MAIS PROFUNDO DOS SEUS RECANTOS. JOAQUIM NABUCO. Uma colônia de pescadores que abastecia Olinda, produzindo uma grande quantidade de açúcar, engordou os olhos da Companhia das Índias Ocidentais, que, em um desacordo com a coroa espanhola, invadiu as terras, incendiou o centro de Olinda e transferiu para Recife a sede administrativa, guardada por fortes estratégicos. A partir daí, iniciou-se o processo de formação da cidade de Recife, principalmente com a chegada de João Maurício de Nassau, com planos de criar a mais moderna cidade da América do Sul. 57

58 Cidade Maurícia 1644 A cidade de Recife moderna já conta com mais de habitantes, ainda com dezenas de canais e pontes compondo seu traçado urbano. Assim como aconteceu em tantas cidades de baixada, a expansão urbana deu-se rapidamente, ocupando manguezais e áreas de alagamento natural, sem controle dos impactos negativos sobre o meio ambiente, resultando em uma metrópole com graves problemas de inundações. 58

59 Geografia Urbanização em Pernambuco Prof. Luciano Teixeira Na Avenida Recife, na altura da Av. Dom Helder Câmara, foi necessária a instalação de um conjunto de bombas para auxiliar na drenagem de uma área com mais de 50h a, em eventos de chuva e maré alta. A estrutura é composta por três bombas com capacidade de vazão de litros por segundo cada uma. Para piorar a situação, há uma intensa ocupação das margens do canal, com lançamento direto de esgoto doméstico, degradando as águas. Localização da drenagem forçada por bombas Local de despejo das águas bombeadas Local de despejo das águas bombeadas No segundo local, existe um sistema de comportas instalado no canal Derby-Tacaruna, que se estende pela Avenida Agamenon Magalhães. Esse canal liga o rio Capibaribe até o estuário do porto. Muitos locais às margens desse canal eram áreas de mangue, com solo pouco resistente. Assim, parte da Av. Agamenon Magalhães sofreu um rebaixamento, resultante da compactação do solo, com pontos de até 1 metro de diferença. Com isso, em condições de preamares (maré alta) mais altas, como em dias de sizígia, a água do canal extravasava para as pistas, parando o trânsito e prejudicando toda a circulação da cidade. 59

60 Para resolver isso, foram instaladas comportas nas duas extremidades do canal, que são fechadas durantes as altas marés. Porém, foi criada uma dificuldade: como os bairros que drenam suas águas para esse canal serão afetados em um dia de chuva com maré alta? Inundação certa! Processo de Verticalização

61 Geografia MOVIMENTOS CULTURAIS EM PERNAMBUCO Não por acaso, o estado é conhecido no país como um dos que têm a cena cultural mais viva, construída a partir da contribuição de índios, portugueses, holandeses, judeus, africanos, entre outros. É celeiro de poetas, artistas plásticos e músicos reconhecidos em todo mundo, sem falar nos seus movimentos, no carnaval, no São João, em nossa cultura. Isso é Pernambuco. Lampião e Maria Bonita Museu do Forró Caruaru O carnaval, por exemplo, é a maior festa. Não só dos pernambucanos, mas de todos que visitam o estado na época dessa democrática festa seja na capital, nas praias, no interior. Tem o maracatu, o caboclinho, o coco de roda, a ciranda e o maior de todos os representantes o frevo! O ritmo, aliás, é único e teve origem no próprio estado. Na festa, além das ladeiras de Olinda, do fervor do Recife Antigo, tem também o Galo da Madrugada, o maior bloco de rua do mundo (segundo o Guinness Book). No interior, seja no Sertão ou no Agreste, há outros movimentos culturais. Os Caretas de Triunfo (cidade sertaneja a 600km do Recife); os Papangus de Bezerros (agreste, 90km da capital), que no carnaval, promovem uma grande festa nas ruas do município. Rua da Aurora Recife 61

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