Figuras 3 e 4-Chuva Média e observada para o mês de fevereiro, respectivamente
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- William Martinho Esteves
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1 ANÁLISE E PREVISÃO CLIMÁTICA PARA O SEMIÁRIDO E LITORAL LESTE DO RIO GRANDE DO NORTE No monitoramento das chuvas que ocorrem sobre o Estado do Rio Grande do Norte é observado que durante o mês de Janeiro de 2015, as chuvas apresentaram uma distribuição bastante irregular, tanto espacial como temporal, além de apresentar baixos valores, não atingindo a média esperada para o mês. Isso pode ser visto nas figuras abaixo onde estão plotados os dados da chuva média para o mês de janeiro e os valores da chuva observada em janeiro. É observado a predominância de chuvas abaixo de 20 mm e somente em algumas localidades isoladas do litoral leste e Alto Oeste é que as chuvas observadas apresentaram valores mais expressivos. Figuras 1 e 2- Chuva Média para o mês de janeiro e chuva observada em janeiro/15, respectivamente. Para o mês de fevereiro de 2015, com a melhoras nas condições termodinâmicas dos oceanos, principalmente no Oceano Atlântico, as chuvas observadas apresentaram uma melhor distribuição espacial, e maiores volumes. Isso pode ser observado nas figuras 3 e 4, aonde estão os dados da chuva média e chuva observada para o mês de fevereiro. Observa-se que chuvas com valores superiores a 50mm predominaram nas regiões Oeste, Seridó, Vale do Assú e Litoral Leste. Figuras 3 e 4-Chuva Média e observada para o mês de fevereiro, respectivamente
2 A chuva acumulada no período de janeiro até o dia 16 de março de 2015 (Figura 5), mostra que em grande parte do estado predominam valores acima de 50mm, chegando em algumas áreas a superar os 300 mm como ocorreu em municípios das regiões do Alto Oeste, Vale do Assú e Litoral Leste. Na grande parte da região central, principalmente a região de Angicos, e Seridó Oriental, as chuvas apresentaram valores abaixo de 50mm em média. No mapa do desvio das chuvas observa-se que predomina em todo o Estado desvios negativos, mostrando que as chuvas ocorridas até o momento estão abaixo do esperado. Uma grande área que envolve todo o Seridó, Região Central, grande parte do Agreste e Alto Oeste as chuvas mais de 50% abaixo do esperado para o período. Figura 5 e 6- Análise da chuvas e desvios acumulados no período de janeiro a 16 de março de 2015.
3 PREVISÃO DE CHUVAS PARA O PERÍODO DE ABRIL, MAIO E JUNHO DE 2015 Estamos em plena estação chuvosa para a região semiárida do Estado, as chuvas ocorridas até o presente momento mostram um comportamento abaixo do normal, e para o restante do período, março, abril e maio, as chuvas deverão continuar a mostrar um comportamento variando de normal a abaixo do normal. Essa previsão é resultante das condições predominantes nos oceanos, principalmente no oceano Atlântico que tem apresentado um comportamento pouco favorável para a ocorrência de chuvas sobre a região. Mesmo com a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT- Principal sistema causador de chuvas no nordeste brasileiro), presente sobre a região, a baixa umidade do ar tem colaborado com a pouca ocorrência de chuvas. Essa condição de baixa umidade relativa do ar pode estar associado ao aumento das chuvas sobre a região Amazônica. Para O Setor Leste do Nordeste, região em que as chuvas ocorrem com maior intensidade durante o período de abril a julho, a previsão é que as chuvas ocorram dentro da normalidade com grande variabilidade temporal no início da estação, normalizando a partir de junho. Tendência de ocorrência de chuvas para o período de 21 a 28 de março de 2015 Os valores esperado nesse período deverão variar entre 30mm no litoral, podendo chegar a 100 mm no interior.
4 Figura 7- Previsão de chuva para os próximos 7 dias Situação Volumétrica de Reservatórios (Açudes, Barragens e Lagoas) com capacidade superior a m³ monitorados. Faça também a sua consulta por Bacia Hidrográfica. *Reservatórios com nova curva cota-área-volume a partir de janeiro de 2010.
5 Fonte dos Dados SEMARH/RN Parnamirim, 20 de março de 2015 Gerencia de Meteorologia da EMPARN
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7 Figura 1- Índice do Dipolo do Oceano Atlântico, para o mês de jan/15=-0,34 Outro comportamento que se mostrou um pouco mais favorável a ocorrência de chuvas na região nordeste para os próximos meses foi a condição térmica apresentada pelas águas superficiais do Oceano Pacífico que apresentaram uma condição de neutralidade em relação as anomalias da temperatura das águas superficiais, como é possível observar na Figura abaixo, lembrando que nos meses anteriores essa condição era desfavorável. Figura 2 - Campo da anomalia da temperatura das águas superficiais referente ao mês de janeiro de (Fonte: CPTEC/INPE)
8 Na análise dos resultados dos modelos oceânicos, que simulam o comportamento da temperatura da superfície dos oceanos para os próximos meses mostra uma tendência de aquecimento das águas superficiais do Oceano Pacífico, o que poderia significar a formação do Fenômeno El Niño, situação essa que poderia prejudicar a ocorrência de chuvas no semiárido Nordestino, no entanto, devido ao comportamento apresentado nos últimos meses pelo oceano Pacífico que ora tem aquecido e ora resfriado, os meteorologistas presentes na reunião de forma unânime, não levaram em consideração essa tendência de aquecimento, entendendo que o oceano Pacífico irá pelo menos nós próximo 2 meses mostrar uma tendência de normalidade. No caso do oceano Atlântico, a tendência para os próximos meses e que uma situação do Atlântico Sul Levemente mais aquecido que o Atlântico Norte. Essas duas condições expostas indicam uma condição melhor na ocorrência de chuvas para aos meses de março, abril de maio de 2015, quando comparada com condição apresentada no mês anterior. Com relação aos resultados dos modelos numéricos de previsão de chuva para a região, uma vez que esses modelos utilizarão uma condição prevendo o aquecimento do Oceano Pacífico, o que não vem se confirmando nos últimos meses, não foram levados em consideração nessa análise, prevalecendo a opinião de que as condições sinóticas serão dominantes e que a previsão de consenso é que predomine a condição de chuva de Normal a Abaixo da média histórica com grande variabilidade temporal e espacial para o período de março a maio no semiárido Nordestino. Apesar da maioria dos modelos de previsão climática apontarem para chuvas abaixo da normal as condições sinóticas (TSM) se apresentam neutras no Pacífico e com um aquecimento no Atlântico Sul. Além disto o dipolo de Servain apresenta-se favorável. Portanto os meteorologistas presentes na reunião climáticas foram unânimes em afirmar de que as condições sinóticas serão dominates neste momento uma vez que a maioria dos modelos de previsão estão se baseando em previsões de TSM que não estão se confirmando, logo a previsão de consenso para o trimestre MAM será de NORMAL A ABAIXO DA NORMAL CLIMATOLÓGICA com grande variabilidade espacial e temporal.
9 Lembrando que como poderão haver mudanças significativas referentes aos parâmetros oceanos/atmosféricos durante as próximas semanas, principalmente nos Oceanos, é de extrema importância um monitoramento contínuo nessas regiões que possam inserir algumas mudanças no atual prognóstico. Diante da condição da reserva hídrica atual que os reservatórios do Nordeste apresentam e com um provável cenário de chuvas de normal a abaixo da média histórica para os próximos três meses, sem expectativas de recargas expressivas, é necessário a adoção de medidas para prolongar o horizonte de disponibilidade hídrica para região. Durante o mês de março de 2015, será realizada em Recife-PE a I Reunião de Análise e Previsão Climática para a Região Leste do Nordeste e avaliação climática para o semiárido, com coordenação da Agência Pernambucana de Água e Clima- APAC, em data a ser definida. RELAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES PRESENTES NA REUNIÃO EMPARN- Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte APAC- Agencia Pernambucana de Água e Clima PE UFRN/PPGCC-Universidade Federal do Rio Grande do Norte/Programa de Pós-Graduação em Ciências Climáticas AESA-Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba NEMRH/MA - Núcleo Estadual de Meteorologia e Recursos Hídricos do Maranhão UFERSA-Universidade Federal Rural do Semiárido-RN EAJ- Escola Agrícola de Jundiaí-Macaíba-RN. Parnamirim, 25 de fevereiro de 2015
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