Autoria: Leonardo Lemos da Silveira Santos, Marcelo de Rezende Pinto

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Autoria: Leonardo Lemos da Silveira Santos, Marcelo de Rezende Pinto"

Transcrição

1 Fenomenologia, Interacionismo Simbólico e Grounded Theory: Um Possível Arcabouço Epistemológico-Metodológico Interpretacionista Para a Pesquisa em Administração? Autoria: Leonardo Lemos da Silveira Santos, Marcelo de Rezende Pinto Resumo O presente ensaio teórico se insere no debate cada vez mais vivo acerca de novas correntes teóricas preocupadas em entender os fenômenos organizacionais com abordagens mais próximas ao subjetivismo. O objetivo básico aqui é apresentar e abrir para a discussão uma proposta de arcabouço epistemológico-metodológico interpretacionista a partir da conjugação da corrente fenomenológica, da escola de pensamento denominada interacionismo simbólico e da metodologia proposta por Glaser e Strauss (1967) conhecida como grounded theory. Por meio dessa discussão, pôde-se concluir que associá-los parece ser uma alternativa não só possível, mas desejável. Dessa forma, o trabalho pretende contribuir com estudantes e pesquisadores do campo dos estudos organizacionais apresentando algumas das nossas reflexões e entendimentos que podem servir tanto de contrapeso como de alternativas ao que é veiculado normalmente sobre a pesquisa científica em Administração no Brasil. 1 - Introdução Uma consulta às principais publicações de cunho científico da área de Administração no Brasil, pode levar um pesquisador mais atento a uma constatação óbvia: a predominância de estudos com base empírica, de abordagem positivista e utilizando métodos e técnicas quantitativistas tradicionais de pesquisa e coleta de dados. O funcionalismo (marcado pelo objetivismo e por uma sociologia da regulação) continua a expandir sua hegemonia no campo da Administração, muito em virtude da representatividade institucional do mainstream norteamericano (VERGARA e CALDAS, 2005). Essa realidade pode ser comprovada pelas diversas revisões, mapeamentos e análises bibliométricas conduzidas por diversos autores de diferentes áreas de estudo da Administração. Não obstante essa constatação, nos últimos anos, esse mesmo pesquisador pode verificar o considerável aumento do debate acerca de questões epistemológicas e metodológicas no âmbito da pesquisa em Administração. Conforme ressaltado por Mendonça (2001), esse debate parece estar concentrado basicamente em questões que refletem as preocupações dos pesquisadores no tocante aos paradigmas, à dicotomia objetivismo X subjetivismo, bem como aos métodos qualitativos e quantitativos. Ainda que alguns autores considerem esse debate ultrapassado, é importante ressaltar que muitas dessas questões parecem merecer ainda algumas reflexões relevantes. Atrelado e complementar a esse debate, é possível verificar também a difusão das discussões de novas correntes teóricas preocupadas em entender os fenômenos organizacionais com abordagens mais próximas ao subjetivismo. Nesse contexto, podem ser citadas duas vertentes que vão ao encontro dessas correntes: o interpretacionismo e os referenciais críticos e pós-modernos (VERGARA e CALDAS, 2005). Porém, verifica-se que essas abordagens trazem para o debate na área de Administração textos e autores de considerável dificuldade de compreensão, visto que suas idéias são oriundas de teorias mais complexas e de cunho eminentemente mais abstrato do que as tradicionais funcionalistas. No mesmo sentido, percebe-se ainda, poucos textos brasileiros preocupados em decifrar essas novas abordagens. Sendo assim, surgiu o interesse em elaborar um ensaio teórico no qual o objetivo básico seria discutir a proposição aos pesquisadores em Administração de um arcabouço epistemológico-metodológico interpretacionista a partir da conjugação da corrente fenomenológica, da escola denominada interacionismo simbólico e da metodologia da grounded theory. Assim, o trabalho pretende contribuir com estudantes e pesquisadores organizacionais ao apresentar idéias, reflexões e entendimentos que podem servir tanto de 1

2 contrapeso como de alternativas ao que é veiculado normalmente sobre a pesquisa científica em Administração no Brasil. Para tanto, o presente ensaio está organizado da seguinte forma: inicialmente, são apresentadas algumas discussões acerca do debate paradigmático no âmbito das ciências sociais e mais especificamente no campo da Administração. Em seguida, privilegiou-se as discussões sobre a fenomenologia, o interacionismo simbólico e a grounded theory. Ao final, são apresentadas as reflexões finais do estudo enfocando a utilização do arcabouço formado por essas correntes, escolas de pensamento e metodologias na investigação de fenômenos que envolvem a Administração. 2 O Debate paradigmático Inicialmente, é importante tecer alguns comentários acerca do que vem a ser paradigma. A origem da utilização do conceito de paradigmas vem de Kuhn (1970). Para esse autor, a ciência não evolui por fatos se revelando a pensadores inteligentes, mas sim se desenvolve por meio de tensões políticas, que são resolvidas na comunidade científica em um processo cíclico entre ciência normal e ciência revolucionária, com uma dando passagem para outra, respectivamente (BURRELL, 1999). Dessa forma, na visão de Burrell (1999), ciência não é uma trilha linear de hipóteses falsificáveis, mas uma sucessão de períodos de descontinuidades da ciência normal e mudança revolucionária, uma vez que formas estabelecidas de ver o mundo são substituídas durante toda a história. Embora seja difícil denotar precisamente o que a vem ser paradigma, visto que Kuhn (1970) o apresenta em, pelo menos, 20 formas diferentes em sua obra, algumas tentativas de delimitar o termo são possíveis. Segundo Domingues (2004), o termo vem do grego paradeigma e significa modelo ou exemplo. Dessa forma, pode ser empregado com o significado de algo que por sua exemplaridade deve ser imitado ou seguido, bem como com a acepção de provar e demonstrar algo com a ajuda de outra coisa que serve de guia ou modelo. Complementarmente, Domingues (2004) ressalta que o paradigma aparecerá do lado da teoria e consistirá tanto no segmento do real que aloja o princípio das coisas ou o ente tido como a realidade por excelência que dá a chave do mundo dos homens e das coisas como naquela disciplina que, por ser bem fundada e mais bem-sucedida em seu esforço por conhecer o real (portanto mais científica), funciona como arquétipo ou exemplo a ser seguido pelas outras. Assim, vale afirmar que o paradigma, mais do que a teoria, é uma espécie de guarda-chuva capaz de abrigar várias teorias. Para Morgan (2005), pode-se chegar a três amplos sentidos do termo: (1) uma visão completa da realidade, ou modo de ver; (2) organização social da ciência em termos de escolas de pensamento ligadas a tipos particulares de realizações científicas; (3) utilização de tipos específicos de ferramentas e textos para o processo de solução de quebracabeças científicos. Nas ciências sociais, a discussão sobre paradigmas se volta para duas posições epistemológicas opostas (MOREIRA, 2004; SANTOS, 2002). Uma dessas posições a positivista - norteia-se pelo ideal regulativo da física social. Ou seja, parte do pressuposto de que as ciências naturais são uma aplicação ou concretização de um modelo conhecido universalmente válido. Portanto, é sempre possível estudar os fenômenos sociais como fenômenos naturais, por maiores que sejam as diferenças entre eles. A segunda posição, denominada fenomenológica ou interpretacionista defende a idéia de que a ação humana é radicalmente subjetiva. Isto é, o comportamento humano, não pode ser descrito e muito menos explicado com base em suas características exteriores e objetiváveis (SANTOS, 2002). Para esse autor, nessa vertente, seria necessário utilizar métodos de investigação e critérios epistemológicos diferentes dos tradicionais nas ciências naturais, ou seja, métodos qualitativos ao invés dos quantitativos, a fim de se obter um conhecimento intersubjetivo, descritivo e compreensivo. 2

3 Burrell (1999) percebe que a noção de paradigmas vem recebendo muita atenção nos últimos anos na análise organizacional. Pode-se afirmar que a discussão dos paradigmas no campo organizacional tomou corpo com o lançamento da obra Sociological paradigms and organizational analysis de Burrell e Morgan em Nesse trabalho, os autores sugeriram que o campo da teoria organizacional seria formado por uma série de posições epistemológicas e ontológicas de base, as quais formariam algumas posições metateóricas a priori no desenvolvimento científico em análise organizacional (CALDAS, 2005). Nessa obra, Burrell e Morgan (1979) sobrepõem dois eixos: um representaria os pressupostos metateóricos sobre a natureza da ciência (ciência objetivista X ciência subjetivista ); o outro apresentaria as premissas metateóricas sobre a natureza da sociedade (sociologia da regulação X sociologia da mudança radical ). Os quatro paradigmas originados da sobreposição dos dois eixos (funcionalista, interpretativista, humanista radical e estruturalista radical) fornecem um mapa para negociar a área de estudo, oferecendo uma forma de identificar as similaridades e diferenças básicas entre o trabalho dos vários teóricos e, em particular, o modelo de referência que eles adotam. Como qualquer mapa, ele fornece uma ferramenta para estabelecer onde você está, onde você tem estado e onde é possível estar no futuro (BURRELL e MORGAN, 1979). Segundo Burrell e Morgan (1979), no objetivismo, o homem é um agente reativo que responde ao ambiente. Dessa forma, pode-se dizer que tais afirmações implicam fundamentar o conhecimento sobre a realidade que enfatiza a importância de se estudar a natureza das relações entre os elementos que compõem a estrutura social, assumindo que existe uma lei que rege tais relações. Já o enfoque subjetivista considera a realidade socialmente construída pelas interações pessoais. O homem é o construtor de uma realidade, que só existe porque foi criada pela interação social. O QUADRO 1 apresenta discussões acerca dos dois enfoques. QUADRO 1 Debate subjetivismo X objetivismo nas ciências sociais TIPO DE DEBATE SUBJETIVISMO OBJETIVISMO Nominalista Realismo Ontologia Natureza humana O mundo social externo para a cognição individual é feito de nada mais do que nomes, conceitos, rótulos que são usados para a realidade. Voluntarismo Considera o homem completamente autônomo. Anti-positivismo Epistemologia O mundo social é essencialmente relativista e pode ser entendido do ponto de vista dos indivíduos que estão diretamente envolvidos nas atividades que são estudadas. Teoria Ideográfica Metodologia Baseia-se no ponto de vista de que só se pode entender o mundo social pela obtenção, em primeira mão do conhecimento sob investigação. Ressalta a importância de se deixar que o próprio subjetivo da pessoa revele sua natureza e características durante o processo de investigação. FONTE: BURRELL e MORGAN (1979) 3 O mundo social externo para a cognição individual é um mundo tangível e com estruturas relativamente imutáveis. Determinismo As atividades humanas são completamente determinadas pela situação ao ambiente no qual ele é localizado. Positivismo Busca explicar e predizer o que acontece no mundo social por meio de relacionamentos causais e regularidades entre seus elementos constituintes. Teoria Nomotética Enfatiza a importância de basear a pesquisa em protocolos e técnicas sistemáticas. Está preocupada com a construção de testes científicos e o uso de técnicas quantitativas para análise dos dados.

4 Vale ressaltar que as posições extremas de cada uma das quatro categorias são refletidas nas duas maiores tradições intelectuais que têm dominado as ciências sociais nos últimos duzentos anos. De um lado, é possível perceber o que é usualmente descrito como positivismo sociológico. Em essência, ele reflete a tentativa de aplicar modelos e métodos derivados das ciências naturais ao estudo das relações sociais. No outro extremo, tem-se o idealismo alemão. Em oposição ao positivismo sociológico, ele enfatiza a natureza subjetiva das relações sociais, negando a utilidade e relevância dos modelos e métodos das ciências sociais para os estudos desse campo. No entanto, o esforço agora é de superar a dicotomia objetivismo/subjetivismo. Uma tentativa nesse sentido foi o trabalho de Morgan e Smircich (1980). Esses autores sugerem fronteiras mais permeáveis e a possibilidade de muitos matizes entre as inclinações subjetivistas e objetivistas num continuum, entre um ponto e outro, as transições seriam mais sutis, e não se excluiria a inspiração de uma pelas outras (VERGARA e CALDAS, 2005). Esse continuum pode ser visualizado na FIG. 1. FIGURA 1 Pressupostos básicos do debate subjetivismo X objetivismo Subjetivismo Objetivismo Pressupostos Ontológicos Centrais Realidade como uma projeção da imaginação humana Realidade como uma construção social Realidade como um campo de discurso simbólico Realidade como um campo contextual de informação Realidade como um processo concreto Realidade como uma situação concreta Pressupostos sobre a Natureza Humana Homem como puro espírito, consciência, ser Homem como um construtor social, o criador de símbolos Homem como um ator, o usuário de símbolos Homem como um processador de informações Homem como um adaptador Homem como um respondente Estâncias Epistemológicas Básicas Obter insight fenomenológic o, revelação Entender como a realidade social é criada Entender padrões do discurso simbólico Mapear o contexto Estudar os sistemas, os processos, a mudança Construir uma ciência positivista Métodos de Pesquisa Exploração de pura subjetividade Hermenêutica Analise Simbólica Análise Contextual da Gestalten FONTE: Adaptado de MORGAN e SMIRCICH, 1980, p. 492 Análise histórica Experimentos de laboratório, surveys Se, por um lado, o debate incitado por Burrell e Morgan (1979) promoveu nos anos 80 a idéia de que os estudos organizacionais deveriam compreender um conjunto paralelo de opções mutuamente excludentes a partir de suas dimensões conceituais, de menus diferentes e de conversações desconectadas; por outro, serviu para explicitar e (re)afirmar que a arena dos estudos organizacionais, até então quase totalmente dominada por concepções funcionalistas, passou a ser invadida por perspectivas alternativas que ganhavam notoriedade e reivindicavam legitimidade. O reconhecimento da diversidade da teoria e da prática nas organizações tem contribuído, desde então, de maneira mais efetiva para estimular a discussão dentro e entre as diferentes abordagens, sejam elas normais ( dominantes ) ou contra-normais ( exóticas ). Fragmentação, diversidade, e pluralismo parecem representar o panorama atual 4

5 em que novas formas organizacionais têm desafiado as certezas do passado e o conforto consensual garantido pela ortodoxia funcionalista/positivista. Maior diversidade, maior desacordo, mas também mais pontos de interseção e maior razão para diálogo e disputa (CLEGG e HARDY, 1999; BURRELL, 1999; LEWIS e GRIMES, 2005). Como parte e resultado desse debate, é cada vez mais comum observar nos fóruns dos Estudos Organizacionais, discussões sobre novas formas de se encarar os nossos objetos de pesquisa diferentes daquela prevista pelo consenso ortodoxo a respeito do papel central desempenhado pela organização burocrática como explanandum (fenômeno a ser explicado) e pelo funcionalismo/positivismo como explanans (quadro explanatório) que predominava na teoria das organizações até a década de 60 (BURRELL, 1999; CLEGG e HARDY, 1999). Novas questões teóricas e metodológicas têm (re)surgido obrigando os pesquisadores da Administração a (re)estabelecerem suas conversações com disciplinas das Ciências Humanas e Sociais, como a Psicologia, a Sociologia e a Antropologia. É nesse contexto de abertura e de pluralidade que abordagens de caráter interpretativo e subjetivista ( qualitativas, por natureza), como a fenomenologia, o interacionismo simbólico e a grounded theory têm sido (re)descobertas e (re)discutidas. 3 A Fenomenologia Mais do que uma escola ou uma tradição filosófica rígida e uniforme, o termo fenomenologia parece abraçar uma grande diversidade de correntes de pensamento que talvez pudessem ser mais adequadamente reunidos em uma espécie de movimento fenomenológico (COPE, 2005; GOULDING, 1999; COSTEA, 2000) que começou a se delinear a partir de Edmund Husserl ( ) e que foi posteriormente ampliado e desenvolvido por Alfred Schutz ( ), bem como por Martin Heidegger ( ) e Maurice Merleau-Ponty ( ). Vale destacar, entretanto, que a chamada família fenomenológica, apresenta, além de uma série de pontos em comum entre os seus membros, divergências consideráveis que dificultam qualquer tentativa de se encontrar uma boa e única definição do que seja fenomenologia (COSTEA, 2000). Diante da multiplicidade de linhas de investigação e de procedimentos desenvolvidos a partir das idéias de Husserl, Thiry- Cherques (2004), por exemplo, prefere falar não de um método fenomenológico, mas de um conjunto de proposições metodológicas que compõem o movimento fenomenológico aplicado às ciências humanas e sociais. A fenomenologia permite adaptações e diversidades porque é antes uma atitude do que uma filosofia, e o seu método é antes uma forma de pensar do que um sistema rígido de dispositivos e indicações (THIRY-CHERQUES, 2004) Assim, menos do que nos lançar no desafio de tentar traçar o caminho percorrido pelo movimento fenomenológico detalhando as suas diferentes linhas de evolução, vale um esforço para recuperar apenas uma pequena parte dessa história, costurando alguns princípios básicos originais propostos por Husserl (em sua fenomenologia transcendental) com contribuições e (re)leituras feitas principalmente por Heidegger e Merleau-Ponty (em sua fenomenologia existencial), que são recorrentes em diferentes trabalhos e que nos parecem centrais para fundamentar uma investigação de caráter fenomenológico. A idéia aqui é procurar verificar como/onde e se - as trajetórias desse movimento fenomenológico, do interacionismo simbólico e, principalmente, da grounded theory se encontram. A palavra fenomenologia tem a sua origem em duas outras palavras de raiz grega: phainomenon (aquilo que se mostra a partir de si mesmo an appearance) e logos (ciência ou estudo). Por fenômeno, no seu sentido mais genérico, entende-se tudo aquilo o que aparece, que se manifesta ou se revela por si mesmo na consciência de alguém (COPE, 2005). Dado qualquer objeto no mundo ao nosso redor, objeto esse que nós percebemos através dos sentidos, fenômeno é a percepção desse objeto que se torna visível à nossa consciência (MOREIRA, 2002). Além da aparência das coisas físicas na consciência, também a 5

6 aparência de algo intuído, de algo julgado, de algo imaginado, de algo fantasiado, de algo simbolizado, etc é também um fenômeno (MOREIRA, 2004). Portanto, em termos literais, fenomenologia significa o estudo ou a descrição de um fenômeno. Ou, de maneira mais próxima ao conceito proposto por Husserl, a descrição de fenômenos tal como as pessoas os experimentam, tal como ele é dado à consciência das pessoas. A apreensão, análise e descrição do fenômeno que assim se dá à nossa consciência é o objeto primário da fenomenologia (MOREIRA, 2002). A fenomenologia envolveria, conseqüentemente, a volta às coisas mesmas, interessando-se pelo puro fenômeno tal como se torna presente e se mostra à consciência das pessoas (MOREIRA, 2002; 2004). Para Husserl, a fenomenologia deveria proporcionar um método filosófico que fosse livre por completo de todas as suposições que pudesse ter aquele que refletisse; a fenomenologia descreveria os fenômenos enfocando exclusivamente a eles, deixando de lado quaisquer questões sobre suas origens causais e sua natureza fora do próprio ato da consciência (COPE, 2005; MOREIRA, 2004). Assim, a fenomenologia seria uma ciência de essências puras, abstraindo-se de todas as características factuais de nossa experiência. As essências referem-se ao sentido ideal ou verdadeiro de alguma coisa, são unidades de sentido vistas por diferentes indivíduos nos mesmos atos ou pelo mesmo indivíduo em diferentes atos, ou seja, representam as unidades básicas de entendimento comum de qualquer fenômeno, aquilo sem o que o próprio fenômeno não pode ser pensado (MOREIRA, 2002). Dessa forma, seria preciso nos colocar em uma condição de absolute clear beginning para podermos perceber as coisas mesmas, independentemente de qualquer tipo de pré-conceito. Só assim poderíamos falar sobre as coisas como elas realmente são na sua essência - e não como elas deveriam ou parecem - ser (COPE, 2005). Todas as pressuposições científicas, filosóficas, culturais - relativas à natureza do mundo real seriam então rejeitadas e qualquer julgamento acerca delas seria mantido em suspenso até que elas pudessem ser fundamentadas em bases mais sólidas, construídas a partir de uma cuidadosa descrição das experiências feita de dentro do fenômeno (COPE, 2005). Assim, a fenomenologia não pressupõe nada, nem o senso comum, nem o mundo natural, nem as descobertas e as teorias da ciência (MOREIRA, 2002). A fenomenologia fica postada antes de qualquer crença e de qualquer juízo, para explorar simplesmente o fenômeno tal como é dado à consciência (MOREIRA, 2004). Julgamentos e pressupostos são colocados de lado, permitindo que o pesquisador possa descrever e clarificar a estrutura essencial do mundo real através da experiência (CARVALHO E VERGARA, 2002; BAUER, 2002; GOULDING, 1999). Para se livrar de seus pré-conceitos, o pesquisador precisaria se mover desde uma atitude natural, para uma atitude filosófica ou fenomenológica. Em sua atitude natural, o homem não se preocupa em questionar a realidade do mundo em que vive tão pouco em desvendar as estruturas fundamentais de uma realidade que lhe parece auto-evidente (BAUER, 2002; COPE, 2005). Para Thiry-Cherques (2004) o método fenomenológico envolve dois movimentos básicos que ajudam a ordenar a reflexão que fazemos sobre os fenômenos. O primeiro desses movimentos é a redução fenomenológica, ou seja, a suspensão de toda e qualquer crença (natural ou filosófica) prévia acerca do mundo. A realidade do mundo não é negada nem afirmada, simplesmente colocada entre parênteses. O que temos, após a eliminação de toda a crença, de todo o saber, é o fenômeno reduzido a uma unidade com sentido e significação no mundo interno de nossa consciência individual (THIRY- CHERQUES, 2004, p.98). O segundo movimento é a redução eidética, em que o fenômeno é depurado de todo elemento empírico e psicológico de forma que permaneça apenas a sua essência, isto é, aqueles atributos que são invariantes nas diversas perspectivas segundo as quais tomamos o fenômeno e sem os quais o fenômeno já não poderia ser identificado como 6

7 tal. Com a redução não há perda, não se retira nada do fenômeno. Reduzir é tirar do fenômeno o que não está nele, portanto, o que se obtém com a redução é o fenômeno mesmo. O objetivo aqui é separar o que é essencial (eidético) do que é acidental no fenômeno. A fenomenologia de Husserl é geralmente descrita como transcendental justamente por exigir que o pesquisador vá além (se liberte) da sua atitude natural e/ou filosófica/científica para poder refletir sobre o fenômeno de uma maneira filosófica. Sokolowski (2000) apud Cope (2005) aponta que quando nos movemos para uma atitude fenomenológica, nos tornamos observadores descolados da cena ou meros espectadores de um jogo (...) nós nos tornamos não simplesmente participantes no mundo, nós contemplamos o que é ser um participante no mundo e as suas manifestações. Ao contrário da fenomenologia transcendental de Husserl, a fenomenologia existencial, desenvolvida principalmente pelos trabalhos de Martin Heiddeger e Merleau-Ponty, enfatiza que a investigação da existência humana não pode se dar colocando o mundo entre parênteses. Ao tentar descrever o mundo vivido como um observador separado da cena, o pesquisador acaba se afastando demais do contexto situado/localizado em que a experiência humana é vivida (COPE, 2005). A redução fenomenológica, nesse caso, não poderia ser alcançada. Nossa mente pode muita coisa, mas não há esforço do intelecto que nos livre do que somos e do que sabemos (THIRY-CHERQUES, 2004, p.103). Assim, não há uma realidade objetiva, independente esperando para ser descoberta através de métodos racionais/ científicos. Para os fenomenologistas, o único mundo real que pode ser descrito adequadamente é aquele que pré-científico, subjetivamente experimentado (COPE, 2005). Não se pode esquecer que para a fenomenologia os fatos não podem ser tomados como coisas em si, independente dos sujeitos envolvidos, como preconizava Durkheim, pois não existe coisa em si fora do vivido (ANDION, 2002). Um ponto central para a fenomenologia é, portanto, que não se pode separar o domínio do subjetivo do domínio do mundo natural objetivo é impossível separar a experiência de alguém daquilo que está sendo experimentado (COPE, 2005, p.166). Nesse sentido, a preocupação principal da fenomenologia existencial está em estudar os indivíduos no ambiente em que eles vivem/convivem, ou seja, em descrever o homem como ser no mundo (human-being-in-the-world), em dar conta da experiência humana como ela emerge em determinado(s) contexto(s), como ela é vivida (THOMPSON, LOCANDER e POLLIO, 1989). A existência humana é, sob essa perspectiva, definida pelo contexto no qual ela é experimentada. O mundo vivido, ou Lebenswelt (conceito originalmente introduzido por Husserl), ou ainda lifeworld (como tem sido descrito em inglês) representa o mundo ordinário e a experiência imediata. É o pano de fundo de todo o empreendimento humano e o contexto de toda a experiência (COPE, 2005; GOULDING, 1999). Assim, menos do que uma revolução, a fenomenologia existencial deve ser vista como uma continuação do movimento fenomenológico, ou uma re-interpretação, do ideal original da redução fenomenológica. Sua contribuição fundamental está em re-inserir o intérprete no mundo que está sendo interpretado. Mais do que o estudo das essências, a fenomenologia, para os existencialistas, busca recolocar as essências na existência - ao invés de revelar o sujeito puro, busca o sujeito encarnado, situado no mundo (BAUER, 2002). Aponta, assim, na direção de que a condição humana só pode ser entendida através da experiência vivida no mundo, e que é ela o fundamento de todo significado (COSTEA, 2000, p.5). Ao incorporar o conceito de Lebenswelt, a fenomenologia não se restringe aos objetos e atores sociais isolados. Ela passa a considerar a totalidade das relações humanas, procurando compreender como a realidade se constrói em termos das experiências concretas dos indivíduos imbricados em um determinado contexto/situação/fenômeno (CARVALHO e VERGARA, 2002). De maneira geral, pode-se dizer então que a fenomenologia, enquanto movimento, tem como objetivo central, descrever a natureza subjetiva das experiências 7

8 vividas no mundo a partir da perspectiva daqueles que as experimentaram, explorando os significados e as explicações que esses indivíduos atribuem a essas suas experiências. O comportamento humano ou aquilo que as pessoas dizem e fazem - é um produto da maneira como as pessoas interpretam o mundo em que vivem. A tarefa do pesquisador, portanto, é capturar esse processo de interpretação para compreender os significados do comportamento das pessoas a partir do ponto de vista delas (COPE, 2005). 4 O Interacionismo Simbólico No escopo da fenomenologia se inserem duas escolas de pensamento cujos pressupostos podem ser bastante utilizados no estudo das organizações: a etnometodologia e o interacionismo simbólico (VERGARA e CALDAS, 2005). A etnometodologia busca investigar de que modo e o que as pessoas fazem no seu dia-a-dia em sociedade para construir a realidade social, bem como a natureza da sociedade construída. Já os seguidores do interacionismo simbólico advogam que as pessoas agem em relação a outras pessoas e as coisas com base no significado que esse algo tem para ela. Tal significado não só se origina de algum tipo de interação social, como também é estabelecido e modificado pela interpretação das pessoas sobre outras pessoas e coisas (VERGARA e CALDAS, 2005; GODOY, 1995). Para Fine (2005), o interacionismo simbólico é uma abordagem sociológica especificamente americana, grandemente decorrente dos estudos de George Herbert Mead, que é considerado um dos seus primeiros pensadores mais influentes. Entre seus fundadores também podem ser incluídos John Dewel, Charles Cooley e William T. Thomas. Porém, foi Herbert Blumer, seguidor de Mead, quem cunhou o termo interacionismo simbólico para essa escola de pensamento sociológico. Para muitos, Blumer era o interacionismo simbólico. Pode-se perceber a emergência de duas orientações metodológicas diferentes no tocante à abordagem. A primeira é defendida por Herbert Blumer da Universidade de Chicago. A segunda segue a orientação de Manford Kuhn da Universidade de Iowa. Ambas as escolas aceitam os princípios básicos do interacionismo simbólico, porém percebe-se diferenças em questões metodológicas (FINE, 2005; MENDONÇA, 2001), uma vez que Manford Kuhn desenvolveu um programa de pesquisa para a investigação empírica mais próxima da abordagem da ciência natural. De qualquer forma, vale afirmar que o interacionismo simbólico pode ser situado no campo do paradigma interpretativo, uma vez que considera que o mundo social tem uma condição ontológica precária. Além disso, o que ocorre no mundo na realidade social não existe em sentido concreto, mas é produto das experiências subjetivas e intersubjetivas dos indivíduos. Como bem enfatizado por Mendonça (2001), os pressupostos epistemológicos do interacionismo simbólico enfatizam a natureza e a modelagem dos símbolos através dos quais os indivíduos negociam suas realidades sociais. Assim, os conhecimentos gerados são vistos como sendo relativo e específico para o contexto e a situação imediata da qual ela é gerada, construindo uma teoria substantiva. Dessa forma, o interacionismo simbólico contraria a perspectiva do realismo filosófico, visto que este sustenta o significado como intrínseco aos objetos, como sua constituição natural. O significado é uma expressão dos elementos psicológicos que são colocados em ação quando da percepção do objeto (SAUERBRONN e AYROSA, 2005) Ao tratar da natureza do interacionismo simbólico, Blumer (1986, p. 02) apud Mendonça (2001) enfatiza que esta abordagem leva em consideração três premissas: A primeira é que os seres humanos agem em relação as coisas com base nos significados que as coisas tem para eles. Tais coisas incluem tudo que o ser humano possa notar em seu mundo de objetos físicos, tal como árvores ou cadeiras; outros seres humanos, tais como uma mãe ou um balconista de 8

9 loja; categorias de seres humanos, tais como amigos ou inimigos; instituições, como uma escola ou um governo; ideais guias, tais como independência individual ou honestidade; atividades de outros, tais como seus comandos ou pedidos; e tais situações como um encontro individual em sua vida diária. A segunda premissa é que o significado de tais coisas é derivado de, ou origina-se da, interação social que alguém tem com um companheiro. A terceira premissa é que esses significados são manejados, e modificados através de um processo interpretativo usado pelas pessoas ao lidar com as coisas que elas encontram. Bryman (1995) também destaca que dois conceitos são centrais para o interacionismo simbólico: a definição da situação e o self social. O conceito de definição da situação tem sido um instrumento para o entendimento das bases da ação, assim como prover a consciência das implicações de diversas definições para o comportamento humano. Já o self social encerra a abordagem do ser humano como uma complexa mistura de instintos biológicos e de obrigações sociais internalizadas. Importante para Fine (2005) é a contribuição da abordagem interacionista: (i) ao debate sobre a relação macro-micro em sociologia; (ii) ao debate função/estrutura e (iii) à divisão entre realistas sociais e interpretacionistas. Esse autor também discute os domínios do interacionismo simbólico e examina as áreas mais significativas: (i) teoria da coordenação social; (ii) trabalho emotivo e experiência; (iii) construcionismo social; (iv) criação do self; (v) macrointeracionismo; e (vi) interacionismo de políticas relevantes. A grounded theory, como um conjunto de práticas de pesquisa reflete algumas das pressuposições teóricas e metodológicas do interacionismo simbólico sobre a natureza do mundo social e a forma como ele pode ser estudado, ou seja, observando e entendendo o comportamento das pessoas a partir do ponto de vista delas, aprendendo sobre o mundo dos pesquisados, sobre a interpretação que eles fazem de si no contexto de uma dada interação. Além disso, incorpora a noção de que todo processo de pesquisa deve estar sujeito e precisa ser validado pelo teste do mundo empírico. Assim, questões apropriadas para estudo seriam aquelas relevantes e problemáticas em uma dada situação social real. Os pesquisadores engajados no movimento interacionista simbólico têm também, em geral, a pretensão de interpretar as ações, de ir além de descrições densas para desenvolver uma teoria que incorpore conceitos de self, linguagem, contexto e objetos sociais (GOULDING, 1999). 5 - A grounded theory Traduzida em português para teoria fundamentada nos dados, a grounded theory é uma metodologia de pesquisa que tem as suas origens nos trabalhos dos sociólogos Barney Glaser e Anselm Strauss. Ela surgiu como uma reação e se apresentou como uma alternativa à hegemonia da lógica hipotético-dedutiva dos trabalhos de orientação positivista nos estudos sociológicos na década de 1960 (CHARMAZ, 2006). O objetivo principal de Glaser e Strauss (1967) era desenvolver uma metodologia, ou um estilo de se fazer pesquisa, que fosse capaz de preencher o espaço existente entre as pesquisas empíricas teoricamente desinformadas (baseada em testes e verificações ao invés de construção de teorias) e as teorias empiricamente desinformadas (teorias abstratas demais, distantes da realidade) que predominavam, segundo eles, nas ciências sociais naquela época. É na tentativa de minimizar esse tipo de problema que Glaser e Strauss (1967) procuraram conceber um método de pesquisa em que o pesquisador, ao invés de forçar pressuposições ou categorias/conceitos teóricos pré-existentes, ou seja, de tomar a teoria como ponto de partida; deveria procurar conceber uma teoria fundamentada em dados representativos da realidade dos sujeitos estudados. O termo grounded é utilizado 9

10 justamente para reforçar a idéia de que a teoria é construída a partir de comportamentos, palavras, e ações daqueles que estão sendo pesquisados (GOULDING, 2002). A preocupação fundamental da grounded theory está, portanto, em tentar evitar que idéias pré-concebidas assumam o controle do processo de construção de novas teorias. A idéia, nesse caso, é começar a pesquisa não pela definição de uma estrutura teórica-analítica, mas sim com um problema geral concebido apenas em termos de perspectivas disciplinares mais amplas (DEY, 1999). Essa área substantiva de pesquisa seria suficiente como ponto de partida para que o pesquisador decida o que e onde estudar. Uma vez tendo identificado o problema definido em termos gerais e selecionado o lugar onde esse problema pode ser estudado, o pesquisador deve permitir que as evidências que, aos poucos vão emergindo e se somando, ditem a sua agenda de pesquisa (DEY, 1999). No entanto, quando se fala de uma teoria que emerge dos dados, parece natural perguntar sobre que tipo de teoria é essa. Glaser e Strauss (1967) utilizam uma classificação que considera dois tipos de teoria: formal e substantiva. As teorias formais são mais amplas, mais gerais e têm a pretensão de poderem ser generalizadas, ou seja, de se aplicarem a uma grande variedade de disciplinas, interesses e problemas (GOULDING, 2002). Em geral são teorias que procuram simplificar e ordenar a complexidade da vida social e que não se prendem aos detalhes e/ou aos diferentes contextos (DEY, 1999). Remetem ao sentido positivista de teoria, associado às grandes narrativas que procuram dar conta de um mesmo fenômeno ainda que sob diferentes condições. As teorias substantivas, por sua vez, procuram refletir a complexidade da vida social. São específicas, limitadas em seu escopo, ricas em detalhes e aplicáveis apenas dentro dos limites de um dado contexto social. Sem a preocupação de generalização estatística para além da sua área substantiva, procura aprofundar a explicação de uma realidade local, particular, construída a partir das experiências vividas por um determinado grupo social (DEY, 1999; GOULDING, 2002). É à geração desse tipo de teoria, especialmente importante quando se trata de um fenômeno social insuficientemente explicado pelas teorias formais existentes, que a grounded theory se propõe. Teoria, entendida aqui, como um conjunto bem desenvolvido de categorias (temas, conceitos) que são sistematicamente inter-relacionadas através de proposições de relação para formar um modelo teórico capaz de explicar de maneira plausível - um fenômeno social relevante (STRAUSS e CORBIN, 1998, p.22). Essas proposições de relação procuram explicar quem, o que, quando, onde, por que, como, e com que conseqüências um evento ocorre. É essa interligação entre os conceitos que dá aos achados da pesquisa o caráter de teoria. Conceitos teóricos per si ( isolados ) podem até ser utilizados para descrever um determinado fenômeno social, mas são insuficientes para explicá-lo ou prevê-lo. Para tanto, é necessário conectar dois ou mais conceitos (STRAUSS e CORBIN, 1998). O foco da grounded theory está, portanto, não nos testes de hipóteses, mas em gerar categorias relevantes e desenvolver proposições acerca dos relacionamentos entre elas, a partir da investigação de como os atores agem, interagem e se engajam em situações/processos sociais específicos (CRESWELL, 1998). A despeito de outros critérios de avaliação da qualidade de uma teoria substantiva, Glaser e Strauss (1967) destacam que uma boa teoria substantiva precisa fazer sentido para aqueles que vivem o fenômeno que está sendo estudado, tem que falar a mesma língua desses sujeitos, deve ser facilmente relacionada com as experiências dessas pessoas. Esse tipo de teoria se encaixa e funciona bem porque é construída com conceitos e categorias que emergem a partir dos termos que os próprios agentes sociais usam para interpretar e organizar o seu mundo. 10

11 Por mais consciente que o pesquisador esteja de que precisa capturar a realidade empírica dos pesquisados, é ele quem define o que vê nos dados e quem escolhe as palavras, os rótulos, os termos que vão constituir os códigos-categorias-teoria (CHARMAZ, 2006). Uma das formas de lidar com esse problema, a interação pesquisador-pesquisados, está no cerne da grounded theory enquanto metodologia de pesquisa. É preciso que o pesquisador interaja se encontre - com os pesquisados, quantas vezes forem necessárias ao longo de todo o processo de pesquisa a fim de co-construir com eles os sentidos das suas palavras e dos seus comportamentos/ações observados e de revisitar com eles os cenários nos quais eles agiram/interagiram. Vale ressaltar nesse ponto, que o processo de codificação na grounded theory difere da lógica quantitativa que parte de categorias (ou códigos) pré-concebidas, ou nós criamos os nossos códigos a partir daquilo que enxergamos nos dados (...) há uma espécie de interação entre pesquisador e dados (...) os códigos emergem na medida em que o pesquisador explora os dados e constrói os sentidos deles (CHARMAZ, 2006, p.46). Esse processo pode levar (e em geral leva) o pesquisador a questões imprevistas sobre as quais ele ainda não tinha pensado. Sob essa perspectiva, a codificação torna-se um processo fundamentalmente criativo, que inspira o pesquisador a examinar aspectos escondidos dos fenômenos sob investigação. Assim, uma teoria substantiva pretende descrever e explicar uma realidade particular que é constituída pelas experiências vividas por um grupo e traduzida - tornada real, trazida à tona - pelos próprios sujeitos. Os dados empíricos são considerados então como reconstruções dessas experiências. Cabe ao pesquisador, em conjunto com os sujeitos, recontar e tentar explicar essas experiências por meio de uma teoria (BANDEIRA-DE- MELLO e CUNHA, 2006, p.247). Nesse sentido, vale ressaltar a idéia de Charmaz (2006, p. 46) ao afirmar que Nosso interesse está em saber o que acontece na vida das pessoas (...) em entender os pontos de vista, as situações e as ações delas dentro de um contexto, de um cenário específico. Strauss e Corbin (1998) apontam que no coração do processo de teorizar segundo a perspectiva da grounded theory - está a constante interação indução dedução verificação. Ou seja, um fluxo contínuo de induções (derivar conceitos e suas propriedades e dimensões dos dados primários), deduções (construir proposições sobre as relações entre os conceitos utilizando os dados que foram tratados pelo pesquisador a partir dos dados primários) e verificações/validações (checar se novos dados primários sobre o fenômeno em estudo podem ser explicados pelo modelo teórico formulado). Haig (1995, p. 5) chama esse processo de inferencialismo explanatório abdutivo e o descreve de maneira breve, assim: algumas observações (fenômenos) que encontramos são surpreendentes porque não se encaixam em nenhuma hipótese (proposição) aceita; entretanto, nós podemos perceber que essas observações (fenômenos) poderiam vir a ser consideradas como verdadeiras constituindo, em conjunto com proposições auxiliares já aceitas, elementos válidos para se estabelecer uma (ou mais) nova(s) hipótese(s); é possível concluir então que essa(s) nova(s) hipótese(s) construída(s) a partir das nossas observações é (são) plausível(is) e merece(m) ser seriamente discutidas e investigadas Esse é um processo que consiste em tomar decisões sobre, e agir, em relação às diferentes questões que aparecem ao longo da pesquisa o que, quando, onde, como, quem etc e que precisam ser consideradas sob diferentes perspectivas. Qualquer proposição (ou hipótese) derivada dos dados previamente coletados deve, portanto, ser continuamente verificada (modificada, ampliada, mantida ou excluída) sempre que novas informações sejam 11

12 incorporadas. Constitui-se, dessa maneira, em um esforço contínuo que o pesquisador precisa empreender de idas e vindas entre o nível conceitual, mais abstrato, bem organizado em categorias e relações entre elas, e o nível dos dados, mais concreto, mais desorganizado. Em todos os estágios da pesquisa, para reduzir o grau de inadequação conceitual da teoria que está desenvolvendo, o pesquisador precisa se engajar ativamente na busca de explicações alternativas para o fenômeno que estuda e no teste para confirmar ou rejeitar as categorias/conceitos que desenvolve (DOUGLAS, 2003). A FIG. 2 apresenta o processo de indução, dedução e validação da grounded theory. De acordo com a lógica abdutiva, a partir dos dados coletados em campo, princípios gerais são estabelecidos indutivamente processo indutivo de interpretação. Desses princípios, são deduzidas categorias específicas e relações entre elas para constituir um primeiro esboço da teoria substantiva que se pretende gerar. Com esse modelo teórico inicial em mãos, é preciso voltar ao campo para verificar como ele se comporta diante de um novo conjunto de material empírico (BANDEIRA-DE-MELLO e CUNHA, 2006; CHARMAZ, 2006). Dados Dados Interpretação Indutiva Dedução Validação Interpretação Indutiva Dedução Validação Teoria Dados Dados Dados - Tempo desenrolar da pesquisa + FIGURA 2 - Indução, dedução e validação na grounded theory Fonte: HEATH e COWLEY (2004) Nesse sentido, optar pela grounded theory implica reconhecer coleta de dados, a sua análise, a formulação e a validação da teoria substantiva como elementos indissociáveis do processo de pesquisa social. A teoria vai sendo desenvolvida durante e ao longo do processo de pesquisa em si e emerge como um produto da interação contínua entre análise e coleta de dados (GOULDING, 2002). Assim, as teorias são abdutivamente geradas a partir de um conjunto rico de dados, elaboradas através da construção de modelos teóricos plausíveis e verificadas em termos da sua coerência explanatória (HAIG, 1995). Assim, os procedimentos da grounded theory ajudam a construir não só explicações, mas também descrições e, implicitamente, podem contribuir com algum grau de previsão (CORBIN e STRAUSS, 1990). Uma importante consideração para a implementação da Grounded Theory, conforme salientado por Strauss e Corbin (1998), é a importância da sensibilidade teórica do pesquisador na identificação, construção e medição dos conceitos que compõem a teoria emergente. Essa sensibilidade teórica, de acordo com os autores, refere-se à habilidade de dar significado aos dados e advém do conhecimento científico acumulado pelo pesquisador, além de sua experiência profissional e pessoal. Nesse caso, o pesquisador deve iniciar o seu trabalho de campo munido apenas de um modelo teórico parcial composto por construtos minimalistas que serão necessariamente reconstruídos ao longo do processo de pesquisa. É então importante ressaltar que uma teoria fundamentada não é sempre e necessariamente construída exclusivamente a partir dos dados coletados. Caso haja referências teóricas 12

13 existentes que pareçam ser adequadas para o fenômeno que está sob investigação, elas não só podem, como devem ser utilizadas, refinadas, modificadas, adaptadas através da justa(ou contra)posição das observações feitas no campo (STRAUSS e CORBIN, 1998). Com relação à coleta de dados, para Strauss e Corbin (1998), a Grounded Theory compartilha algumas similaridades com outros métodos de pesquisa qualitativa. A origem dos dados são as mesmas: entrevistas e observações de campo, assim como documentos de todos os tipos (incluindo diários, cartas, biografias, autobiografias, jornais e outros materiais). Vídeos também podem ser usados. Os pesquisadores usuários dessa metodologia podem lançar mão da utilização tanto de dados quantitativos ou combinar técnicas quali e quanti de análise. 6 - Reflexões Finais Reunir fenomenologia, interacionismo simbólico e grounded theory em uma mesma reflexão é, ao mesmo tempo, um exercício arriscado, em função das especificidades filosóficas e operacionais de cada uma dessas opções teórico-metodológicas, e um desafio interessante, na medida em que ambas tratam de questões e inspiram discussões que transcendem a sua utilização/aplicação isolada, pura, restrita. Se, por um lado, não há como negar as suas diferenças, por outro, suas semelhanças podem ajudar a compor um estilo de pesquisa mais atento ao mundo vivido seja por consumidores, trabalhadores, gerentes, estrategistas ou qualquer outro tipo de ator organizacional. Essa é uma preocupação que tem incomodado diversos pesquisadores no campo dos estudos organizacionais preocupados em explorar os significados construídos e as experiências vividas pelas pessoas, e que os tem incentivado a buscar soluções alternativas capazes de lançar mão de teorias-metodologias complementares que permitam lidar com as ambigüidades, fluidez e contradições da vida real. No que tange às suas semelhanças, fenomenologia e grounded theory compartilham a importância de se voltar/aproximar à realidade dos sujeitos pesquisados; de se encarar as pessoas em relação umas com as outras e com o mundo próprio delas (e nosso) socialmente construído; de se redescobrir o papel da linguagem, dos símbolos e do corpo na vida vivida cotidianamente; de se relativizar a onipotência das grandes teorias; de se reconhecer que a observação faz parte é um produto de um processo de interpretação; e de se recuperar a humildade - consciente de que não é possível argumentar pela verdade, mas apenas por uma versão plausível. Essa base comum parece ser suficiente para colocá-las lado a lado em um paradigma predominantemente interpretacionista. Do ponto de vista metodológico, a discussão das diferenças entre a fenomenologia e a grounded theory levam necessariamente a três questões diretamente relacionadas fonte principal de dados, tipo de amostragem e análise dos dados (e produto final). Na medida em que a experiência subjetiva é crucial para a fenomenologia, ela toma como dados legítimos, apenas as narrativas daqueles que vivenciaram o fenômeno. Nos estudos fenomenológicos, portanto, os participantes da pesquisa são selecionados de forma intencional e premeditada por terem experimentado o fenômeno sob investigação. A análise dos dados, nesse caso, se dá esmiuçando-se os textos em busca de unidades de sentido (essências) capazes de descrever os aspectos centrais e de compor (como produto final) uma descrição geral (densa) de toda a experiência que se está querendo compreender. A grounded theory, por sua vez, se utiliza de várias fontes de dados, sejam eles primários ou secundários. O processo de amostragem é teórico, ou seja, orientado pela teoria que vai emergindo ao longo do trabalho. Os casos a serem amostrados são escolhidos ao longo do processo de pesquisa e não antes - na medida em que o pesquisador precisa deles. Na medida em que caminha no processo de refinamento e desenvolvimento conceitual das categorias é comum encontrar uma série de espaços em branco nos dados e alguns furos 13

14 na teoria em construção. Nesse caso, é necessário voltar ao campo para coletar novos dados que sejam capazes de fornecer as peças que faltam para montar o quebra-cabeça. Ao contrário do que é feito tradicionalmente, a amostragem teórica não precede a coleta de dados. Essa é uma característica que não permite, portanto, que se faça qualquer previsão antecipada acerca do tamanho da amostra. As decisões sobre que dados coletar e onde encontra-los devem esperar pelas análises iniciais do pesquisador. É uma forma de seleção de amostra baseado não em fatores que delimitam/caracterizam uma população sobre a qual se pretende fazer alguma inferência, mas sim em termos dos conceitos e categorias que estão sendo investigados (DEY, 1999). A grounded theory se diferencia, ainda, da fenomenologia, do interacionismo simbólico e das demais formas de metodologia qualitativa, principalmente pelo fato de ela se preocupar diretamente com o desenvolvimento e a criação de teoria. Essa preocupação exige que os grounded theorists se preocupem em identificar relações de causa e conseqüência, coisa que os pesquisadores qualitativos, em geral, evitam fazer (GOULDING, 2002). Tradicionalmente, nos estudos de caráter fenomenológico, o objetivo e o resultado são apenas descrições densas. O apenas entre aspas serve para indicar que esse esforço de descrição, por si só, pode ser, e em geral o é, um trabalho hercúleo e muito valioso. Entretanto, quando se pensa em termos de grounded theory e, conseqüentemente na construção de teorias, é preciso ter em mente um trabalho com objetivos e resultados diferentes (CRESWELL, 1998). É preciso ir além da descrição. O processo de pesquisa, no caso da grounded theory, ajuda o pesquisador a construir gradualmente uma teoria partindo do nível concreto, descritivo dos dados até chegar a um nível mais abstrato, mais analítico/conceitual em que se estabelecem as categorias teóricas e as suas inter-relações (GOULDING, 2002). Associar fenomenologia descrição densa da realidade vivida e grounded theory construção de teoria a partir da experiência nos parece ser uma alternativa não só possível, mas desejável, principalmente quando se trata de pesquisas no Brasil. Se, por um lado, uma abordagem fenomenológica pode permitir darmos novamente uma voz efetiva aos nossos pesquisados para nos (re)aproximarmos do complexo mundo da prática da administração, por outro, a grounded theory abre a possibilidade de construirmos teorias locais úteis libertando-nos da condição de consumidores, repetidores e divulgadores de idéias produzidas no exterior, com aplicabilidade prática reduzida, baixa originalidade (BERTERO e KEINERT, 1994), qualidade duvidosa, analiticamente fraca e com um tom de prescrição (MACHADO-DA-SILVA, CUNHA e AMBONI, 1990). 7 - Referências Bibliográficas ANDION, Carolina. Ser ou Estar Gerente? Reflexões sobre a trajetória e o aprendizado gerencial. In: EnANPAD, 26º. Anais Salvador: ANPAD, BANDEIRA-DE-MELLO, Rodrigo; CUNHA, Cristiano J. C. de A. Grounded Theory. In: GODOI, Christiane K.; BANDEIRA-DE-MELLO, Rodrigo; SILVA, Anielson B. Pesquisa Qualitativa em Estudos Organizacionais: paradigmas, estratégias e métodos. São Paulo: Saraiva, BAUER, M. Fenomenologia: a Filosofia Aplicada à Pesquisa em Administração. In: ASSEMBLÉIA DO CONSELHO LATINO-AMERICANO DE ESCOLAS DE ADMINISTRAÇÃO, 37., Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: Cladea, BERTERO, Carlos O.; KEINERT, Tania M. M. A evolução da Análise Organizacional no Brasil. Revista de Administração de Empresas, v.34, n.3, p.81-90, mai./jun BRYMAN. A. Quantity and Quality in Social Research. London: Routledge,

Metodologia do Trabalho Científico

Metodologia do Trabalho Científico Metodologia do Trabalho Científico Teoria e Prática Científica Antônio Joaquim Severino Grupo de pesquisa: Educação e saúde /enfermagem: políticas, práticas, formação profissional e formação de professores

Leia mais

NOTAS DE AULA CONSTRUÇÃO DO MARCO TEÓRICO CONCEITUAL 1

NOTAS DE AULA CONSTRUÇÃO DO MARCO TEÓRICO CONCEITUAL 1 NOTAS DE AULA CONSTRUÇÃO DO MARCO TEÓRICO CONCEITUAL 1 Profa. Gláucia Russo Um projeto de pesquisa pode se organizar de diversas formas, naquela que estamos trabalhando aqui, a problematização estaria

Leia mais

Método e Metodologia Conceitos de método e seus princípios

Método e Metodologia Conceitos de método e seus princípios Conceitos de método e seus princípios Caminho pelo qual se chega a determinado resultado... É fator de segurança. Seleção de técnicas para uma ação científica... Forma de proceder ao longo de um caminho

Leia mais

Piaget. A epistemologia genética de Jean Piaget

Piaget. A epistemologia genética de Jean Piaget + Piaget A epistemologia genética de Jean Piaget Jean Piaget (1896-1980) n Posição filosófica: o conhecimento humano é uma construção do próprio homem à CONSTRUTIVISMO n Cada pessoa constrói ativamente

Leia mais

Quais são os objetivos mais comuns da pesquisa social?

Quais são os objetivos mais comuns da pesquisa social? A pesquisa científica O que é pesquisa? Quais são os objetivos mais comuns da pesquisa social? 1. Identificar padrões de ocorrência de fenômenos e as relações entre eles; 2. Testar teorias; 3. Fazer previsões;

Leia mais

Husserl, Heidegger e a

Husserl, Heidegger e a Husserl, Heidegger e a fenomenologia Mariângela Areal Guimarães, professora de Filosofia do Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ, Doutora em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro

Leia mais

Metodologias de Investigação

Metodologias de Investigação Metodologias de Investigação Projecto de Investigação e Intervenção Educativa Autor: Mestre Maria dos Anjos Cohen ISCE Odivelas Temáticas 1.Esclarecimento de Conceitos 1. Conhecimento 2. Método 3. Técnica

Leia mais

Método fenomenológico de investigação psicológica

Método fenomenológico de investigação psicológica Método fenomenológico de investigação psicológica Método de investigação filosófico versus psicológico Teoria F Descrição Reduções Essência Intencionalidade P Descrição de outros sujeitos Redução fenomenológica

Leia mais

Teoria e Análise das Organizações. Prof. Dr. Onofre R. de Miranda Setembro, 2014

Teoria e Análise das Organizações. Prof. Dr. Onofre R. de Miranda Setembro, 2014 Teoria e Análise das Organizações Prof. Dr. Onofre R. de Miranda Setembro, 2014 OBJETIVOS OBJETIVO GERAL: Ressaltar a organização enquanto objeto de estudo científico; OBJETIVOS ESPECÍFICOS: o Comparar

Leia mais

DIFERENTES PERSPECTIVAS EPISTEMOLÓGICAS EM PESQUISA. Prof. Dto. Luiz Antonio de OLIVEIRA.

DIFERENTES PERSPECTIVAS EPISTEMOLÓGICAS EM PESQUISA. Prof. Dto. Luiz Antonio de OLIVEIRA. DIFERENTES PERSPECTIVAS EPISTEMOLÓGICAS EM PESQUISA Prof. Dto. Luiz Antonio de OLIVEIRA. PARADIGMAS DE INVESTIGAÇÃO EM EDUCAÇÃO Pesquisar: Para quem? (sentido social) Por quê? (histórico) De qual lados

Leia mais

Universidade Estadual de Roraima Mestrado Profissional em Ensino de Ciência

Universidade Estadual de Roraima Mestrado Profissional em Ensino de Ciência Universidade Estadual de Roraima Mestrado Profissional em Ensino de Ciência Metodologia para a Pesquisa em Ensino de Ciências O Método Cientifico. Classificação das pesquisas segundo o problema, objetivos

Leia mais

Plano de aula PESQUISA QUALITATIVA 23/05/2018 A EVOLUÇÃO DA PESQUISA EM ENFERMAGEM. Críticas aos dados quantitativos

Plano de aula PESQUISA QUALITATIVA 23/05/2018 A EVOLUÇÃO DA PESQUISA EM ENFERMAGEM. Críticas aos dados quantitativos Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto PESQUISA QUALITATIVA Profª Drª Maria Helena Pinto 2018 Plano de aula Objetivo geral - o aluno deverá conhecer em linhas gerais os pressupostos da pesquisa

Leia mais

A construção do objeto nas Ciências Sociais: formulando problemas e hipóteses de pesquisa. - Ruptura e construção => inerentes à produção científica;

A construção do objeto nas Ciências Sociais: formulando problemas e hipóteses de pesquisa. - Ruptura e construção => inerentes à produção científica; A construção do objeto nas Ciências Sociais: formulando problemas e hipóteses de pesquisa Como transformar um interesse vago e confuso por um tópico de pesquisa em operações científicas práticas? 1. Construção

Leia mais

3. Metodologia Definição do Problema e das Perguntas da Pesquisa

3. Metodologia Definição do Problema e das Perguntas da Pesquisa 59 3. Metodologia Neste capítulo é apresentada a metodologia adotada no presente estudo. No início são definidos o problema e as perguntas que orientaram a pesquisa. Em seguida, descreve-se o método de

Leia mais

PARADIGMAS, METODOLOGIA E CAMINHOS DA CIÊNCIA

PARADIGMAS, METODOLOGIA E CAMINHOS DA CIÊNCIA Universidade Estadual Paulista Faculdade de Ciências e Tecnologia Presidente Prudente - SP PARADIGMAS, METODOLOGIA E CAMINHOS DA CIÊNCIA ALBERTO ALBUQUERQUE GOMES FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA PROGRAMA

Leia mais

METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA

METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA MÉTODO CIENTÍFICO - CONCEITOS TCOR RUI PAIS DOS SANTOS santos.rjrp@ium.pt AGENDA 1. CONCEITOS E PRINCÍPIOS ASSOCIADOS AO MÉTODO CIENTÍFICO 2. ESTRATÉGIAS E DESENHOS

Leia mais

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE. O que é Ciência?

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE. O que é Ciência? CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE O que é Ciência? O QUE É CIÊNCIA? 1 Conhecimento sistematizado como campo de estudo. 2 Observação e classificação dos fatos inerentes a um determinado grupo de fenômenos

Leia mais

Vocabulário Filosófico Dr. Greg L. Bahnsen

Vocabulário Filosófico Dr. Greg L. Bahnsen 1 Vocabulário Filosófico Dr. Greg L. Bahnsen Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto / felipe@monergismo.com GERAL Razão: capacidade intelectual ou mental do homem. Pressuposição: uma suposição elementar,

Leia mais

PERSPECTIVAS DO ENSINO DE FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO.

PERSPECTIVAS DO ENSINO DE FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO. UNIVERSIDADE DO CONTESTADO CANOINHAS I FÓRUM DE PROFESSORES DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA DO PLANALTO NORTE CATARINENSE - 2007 PERSPECTIVAS DO ENSINO DE FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO. Sandro Luiz Bazzanella sandroba@terra.com.br

Leia mais

e a intencionalidade da consciência na Fenomenologia

e a intencionalidade da consciência na Fenomenologia Consciência transcendental e a intencionalidade da consciência na Fenomenologia do Direito André R. C. Fontes* A noção de consciência na Filosofia emerge nas obras contemporâneas e sofre limites internos

Leia mais

AS ETAPAS DA PESQUISA AS ETAPAS DA PESQUISA

AS ETAPAS DA PESQUISA AS ETAPAS DA PESQUISA AS ETAPAS DA PESQUISA Prof. MSc: Anael Krelling 1 O planejamento e a execução de uma pesquisa fazem parte de um processo sistematizado que compreende etapas que podem ser detalhadas da seguinte forma:

Leia mais

3 Metodologia de pesquisa 3.1. Procedimentos metodológicos

3 Metodologia de pesquisa 3.1. Procedimentos metodológicos 3 Metodologia de pesquisa 3.1. Procedimentos metodológicos Esta pesquisa é qualitativa. As pesquisas qualitativas interessam-se mais pelos processos do que pelos produtos (BOGDAN e BIKLEN, 1994; LUDKE

Leia mais

6. Conclusão. Contingência da Linguagem em Richard Rorty, seção 1.2).

6. Conclusão. Contingência da Linguagem em Richard Rorty, seção 1.2). 6. Conclusão A escolha de tratar neste trabalho da concepção de Rorty sobre a contingência está relacionada ao fato de que o tema perpassa importantes questões da reflexão filosófica, e nos permite termos

Leia mais

4. Metodologia da Pesquisa

4. Metodologia da Pesquisa 4. Metodologia da Pesquisa 4.1. Tipo de Pesquisa Entre as diversas estratégias que a pesquisa qualitativa abarca, o presente trabalho ficou restrito a uma determinada empresa - a Empresa Júnior da PUC-Rio

Leia mais

Universidade Estadual de Roraima Mestrado Profissionalizante em Ensino de Ciência

Universidade Estadual de Roraima Mestrado Profissionalizante em Ensino de Ciência Universidade Estadual de Roraima Mestrado Profissionalizante em Ensino de Ciência Métodos Qualitativos da Pesquisa em Educação Classificação das pesquisas segundo o problema, objetivos e procedimentos.

Leia mais

INTRODUÇÃO À NATUREZA DA CIÊNCIA. O conhecimento científico é uma forma específica de conhecer e perceber o mundo!!! 2. A PRINCIPAL QUESTÃO: Modelos

INTRODUÇÃO À NATUREZA DA CIÊNCIA. O conhecimento científico é uma forma específica de conhecer e perceber o mundo!!! 2. A PRINCIPAL QUESTÃO: Modelos INTRODUÇÃO À NATUREZA DA CIÊNCIA 2. A PRINCIPAL QUESTÃO: 1. INTRODUZINDO A QUESTÃO: O QUE É CIÊNCIA, AFINAL????? Modelos Leis Por que estudar natureza da ciência???? Qual a importância desses conhecimentos

Leia mais

DISCIPLINA. Requisitos do pesquisador

DISCIPLINA. Requisitos do pesquisador DISCIPLINA Requisitos do pesquisador PAPEL DA UNIVERSIDADE Extensão Serviço à comunidade local Ensino Transmissão do conhecimento científico UNIVERSIDADE Pesquisa Revisão e produção do conhecimento dito

Leia mais

Metodologia de Dissertação II. Renata Lèbre La Rovere IE/UFRJ

Metodologia de Dissertação II. Renata Lèbre La Rovere IE/UFRJ Metodologia de Dissertação II Renata Lèbre La Rovere IE/UFRJ Recapitulando- bibliografia das aulas anteriores CRESWELL, J.W. Projeto de Pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. Porto Alegre:

Leia mais

Hermenêutica e humanização:

Hermenêutica e humanização: : Contribuições conceituais para a reconstrução das práticas de saúde Hermes, Tiepolo Salvador 23 de novembro de 2012 1. Qual humanização? Organização da atenção à saúde em diferentes aspectos e dimensões:

Leia mais

PESQUISA QUALITATIVA E PESQUISA FENOMENOLÓGICA. Aula 3 Profª Jordana Calil

PESQUISA QUALITATIVA E PESQUISA FENOMENOLÓGICA. Aula 3 Profª Jordana Calil PESQUISA QUALITATIVA E PESQUISA FENOMENOLÓGICA Aula 3 Profª Jordana Calil A PESQUISA QUALITATIVA Nas abordagens qualitativas, o termo pesquisa ganha novo significado, passando a ser concebido como uma

Leia mais

Universidade Federal de Roraima Departamento de matemática

Universidade Federal de Roraima Departamento de matemática Universidade Federal de Roraima Departamento de matemática Metodologia do Trabalho Científico O Método Cientifico: o positivismo, a fenomenologia, o estruturalismo e o materialismo dialético. Héctor José

Leia mais

Assistente: Ana Lúcia de Medeiros. Observatório de Estudo em Grounded Theory do GEPAIE

Assistente: Ana Lúcia de Medeiros. Observatório de Estudo em Grounded Theory do GEPAIE Assistente: Ana Lúcia de Medeiros Observatório de Estudo em Grounded Theory do GEPAIE 1 Surgimento com o trabalho The Discovery of Grounded Theory: Stretegies for Qualitative Research em 1967, tendo como

Leia mais

Trabalho Interdisciplinar Dirigido I

Trabalho Interdisciplinar Dirigido I Trabalho Interdisciplinar Dirigido I Metodologia de Pesquisa para Engenharia Ambiental e Civil Prof. Ms. Alonso Goes Guimarães O que é pesquisa? Atividade básica das ciências na sua indagação e descoberta

Leia mais

Aula 1: Métodos de pesquisa

Aula 1: Métodos de pesquisa Aula 1: Métodos de pesquisa Quanti/Qualitativos Professores: Jose Renato de Campos Araujo Rogério Mugnaini 1 Métodos de pesquisa Artigo de Turato (2005), com os seguintes objetivos: Oferecer maior clareza

Leia mais

CURSO: MEDICINA VETERINÁRIA DISCIPLINA: METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA

CURSO: MEDICINA VETERINÁRIA DISCIPLINA: METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA CURSO: MEDICINA VETERINÁRIA DISCIPLINA: METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA Prof. Dra. Renata Cristina da Penha França E-mail: renataagropec@yahoo.com.br -Recife- 2015 MÉTODO Método, palavra que vem do

Leia mais

Departamento de Geografia. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Universidade de São Paulo. Iniciação à Pesquisa em Geografia I

Departamento de Geografia. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Universidade de São Paulo. Iniciação à Pesquisa em Geografia I Departamento de Geografia Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas Universidade de São Paulo Iniciação à Pesquisa em Geografia I Método e Hipótese Prof. Dr. Fernando Nadal Junqueira Villela Método

Leia mais

AULA 03 A lógica da ciência

AULA 03 A lógica da ciência 1 AULA 03 A lógica da ciência Ernesto F. L. Amaral 11 de fevereiro de 2014 Metodologia (DCP 033) Fonte: Babbie, Earl. Métodos de Pesquisas de Survey. 2001. Belo Horizonte: Editora UFMG. pp.35-56. DISCUSSÃO

Leia mais

AULA 10 Questão de pesquisa e amostragem

AULA 10 Questão de pesquisa e amostragem 1 AULA 10 Questão de pesquisa e amostragem Ernesto F. L. Amaral 03 de setembro de 2010 Metodologia (DCP 033) Fonte: Flick, Uwe. 2009. Desenho da pesquisa qualitativa. Porto Alegre: Artmed. pp.33-42 & 43-55.

Leia mais

PESQUISA QUALITATIVA E QUANTITATIVA: DEFINIÇÕES E CONCEITOS

PESQUISA QUALITATIVA E QUANTITATIVA: DEFINIÇÕES E CONCEITOS PESQUISA QUALITATIVA E QUANTITATIVA: DEFINIÇÕES E CONCEITOS Prof. Dr. Alexandre Mantovani mantovani@eerp.usp.br EPISTEMOLOGIA Epistemologia: ramo da filosofia que se dedica ao estudo do conhecimento. Mais

Leia mais

ENSAIO-RESENHA. Robert E.Verhine*

ENSAIO-RESENHA. Robert E.Verhine* ENSAIO-RESENHA Robert E.Verhine* Kirk, J. & Miller, M. Reliability and Validity in Qualitative Research. Newberry Park: Sage. 1986. (Qualitative Research Methods Series, 1) Agar, M. H. Speakinq of Ethnographv.

Leia mais

1 ESTRUTURA DO PROJETO DE PESQUISA

1 ESTRUTURA DO PROJETO DE PESQUISA SUMÁRIO 1 ESTRUTURA DO PROJETO DE PESQUISA... 3 1.1 Bases Lógicas de Investigação... 3 1.2 Métodos Dedutivo e Indutivo... 3 1.3 Método Hipotético-Dedutivo... 5 1.4 Método Dialético e Fenomenológico...

Leia mais

Aprendendo o dinamismo do mundo vivido

Aprendendo o dinamismo do mundo vivido Aprendendo o dinamismo do mundo vivido Anne Buttimer In.: CHRISTOFOLETTI, A. Perspectivas da Geografia. São Paulo: DIFEL, 1985. Habitação na Floresta Negra, Sudoeste da Alemanha Habitação, arquitetura

Leia mais

Especialização em docência em saúde. METODOLOGIA DE PESQUISA e ESCRITA CIENTÍFICA. Profa. Cida Praeiro

Especialização em docência em saúde. METODOLOGIA DE PESQUISA e ESCRITA CIENTÍFICA. Profa. Cida Praeiro METODOLOGIA DE PESQUISA e ESCRITA CIENTÍFICA Profa. Cida Praeiro Parte I. OLHAR PARA A HISTÓRIA: caminho para compreender a ciência hoje O que é ciência? Parte I. OLHAR PARA A HISTÓRIA: caminho para compreender

Leia mais

Mestrado Acadêmico em Divulgação da Ciência, Tecnologia e Saúde. Ementas 2016

Mestrado Acadêmico em Divulgação da Ciência, Tecnologia e Saúde. Ementas 2016 Mestrado Acadêmico em Divulgação da Ciência, Tecnologia e Saúde Obrigatórias Ementas 2016 Disciplina: Divulgação científica: história, conceitos e modelos O objetivo da disciplina é fazer uma introdução

Leia mais

II - Métodos das Ciências. Métodos das Ciências. Métodos das Ciências. 2.1 Métodos que proporcionam as bases lógicas da investigação

II - Métodos das Ciências. Métodos das Ciências. Métodos das Ciências. 2.1 Métodos que proporcionam as bases lógicas da investigação UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA CAMPUS DE JI-PARAN PARANÁ DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTAL Metodologia Científica II - Métodos das Ciências Aula 3 Profa. Renata G. Aguiar 1 2 Métodos das Ciências

Leia mais

Metodologia Científica. Thaís Gaudencio do Rêgo

Metodologia Científica. Thaís Gaudencio do Rêgo Metodologia Científica Thaís Gaudencio do Rêgo gaudenciothais@gmail.com Ciência O conhecimento fornecido pela ciência distingue-se por um grau de certeza alto Desfruta de uma posição privilegiada com relação

Leia mais

CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA. Professora Renata Lèbre La Rovere. Tutor: Guilherme Santos

CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA. Professora Renata Lèbre La Rovere. Tutor: Guilherme Santos CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA Professora Renata Lèbre La Rovere Tutor: Guilherme Santos Ementa da Disciplina Noções de Filosofia da Ciência: positivismo, Popper, Kuhn, Lakatos e tópicos de pesquisa recentes.

Leia mais

A PESQUISA FUNDAMENTADA NA FENOMENOLOGIA SOCIAL DE ALFRED SCHÜTZ

A PESQUISA FUNDAMENTADA NA FENOMENOLOGIA SOCIAL DE ALFRED SCHÜTZ A PESQUISA FUNDAMENTADA NA FENOMENOLOGIA SOCIAL DE ALFRED SCHÜTZ Maria Cristina Pinto de Jesus A fenomenologia se baseia no estudo das essências, as quais se referem ao sentido dado a algo, que confere

Leia mais

INVESTIGAÇÃO QUALITATIVA EM EDUCAÇÃO IFRN/UERN/UFERSA MESTRADO EM ENSINO METODOLOGIA DA PESQUISA EM ENSINO

INVESTIGAÇÃO QUALITATIVA EM EDUCAÇÃO IFRN/UERN/UFERSA MESTRADO EM ENSINO METODOLOGIA DA PESQUISA EM ENSINO INVESTIGAÇÃO QUALITATIVA EM EDUCAÇÃO IFRN/UERN/UFERSA MESTRADO EM ENSINO METODOLOGIA DA PESQUISA EM ENSINO Adaptado de: BOGDAN, R.; BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria

Leia mais

INTRODUÇÃO À PESQUISA EM ARTE 4

INTRODUÇÃO À PESQUISA EM ARTE 4 INTRODUÇÃO À PESQUISA EM ARTE 4 Professor Isaac Antonio Camargo Licenciado em Desenho e Plástica UNAERP/SP Mestre em Educação UEL/PR Doutor em Comunicação e Semiótica PUC/SP Relações entre Considerando

Leia mais

Uma teoria sobre o conhecimento e a aprendizagem. Se ocupa: O que é conhecimento O que é o conhecer Como se chega a conhecer

Uma teoria sobre o conhecimento e a aprendizagem. Se ocupa: O que é conhecimento O que é o conhecer Como se chega a conhecer CONSTRUTIVISMO Uma teoria sobre o conhecimento e a aprendizagem. Se ocupa: O que é conhecimento O que é o conhecer Como se chega a conhecer Baseado na psicologia, na filosofia e na antropologia. Procura

Leia mais

Método Científico. Prof. a Dra. Carolina Davanzzo Gomes dos Santos. Disciplina: Metodologia do Trabalho Academico

Método Científico. Prof. a Dra. Carolina Davanzzo Gomes dos Santos. Disciplina: Metodologia do Trabalho Academico Disciplina: Metodologia do Trabalho Academico Método Científico Prof. a Dra. Carolina Davanzzo Gomes dos Santos Email: profcarolinadgs@gmail.com Página: profcarolinadgs.webnode.com.br Ciência Pode-se afirmar

Leia mais

O caráter não-ontológico do eu na Crítica da Razão Pura

O caráter não-ontológico do eu na Crítica da Razão Pura O caráter não-ontológico do eu na Crítica da Razão Pura Adriano Bueno Kurle 1 1.Introdução A questão a tratar aqui é a do conceito de eu na filosofia teórica de Kant, mais especificamente na Crítica da

Leia mais

Representações cotidianas: um desenvolvimento da teoria da consciência de Marx e Engels

Representações cotidianas: um desenvolvimento da teoria da consciência de Marx e Engels Hugo Leonnardo Cassimiro Representações cotidianas: um desenvolvimento da teoria da consciência de Marx e Engels Hugo Leonnardo Cassimiro 1 VIANA, Nildo. Senso comum, representações sociais e representações

Leia mais

I CONSIDERAÇÕES SOBRE CIÊNCIA E PESQUISA CIENTÍFICA,

I CONSIDERAÇÕES SOBRE CIÊNCIA E PESQUISA CIENTÍFICA, SUMÁRIO Prefácio, xv Parte I CONSIDERAÇÕES SOBRE CIÊNCIA E PESQUISA CIENTÍFICA, 1 1 PROCESSO DE PESQUISA, 3 1.1 O processo de pesquisa: características e exigências, 4 1.2 Para que pesquisar?, 5 1.2.1

Leia mais

RELAÇÃO ENTRE OBSERVADOR E REALIDADE NOS PARADIGMAS POSITIVISTA, INTERPRETATIVISTA E COMPLEXO: E AÍ, JUIZ, FOI OU NÃO FOI PÊNALTI?

RELAÇÃO ENTRE OBSERVADOR E REALIDADE NOS PARADIGMAS POSITIVISTA, INTERPRETATIVISTA E COMPLEXO: E AÍ, JUIZ, FOI OU NÃO FOI PÊNALTI? RELAÇÃO ENTRE OBSERVADOR E REALIDADE NOS PARADIGMAS POSITIVISTA, INTERPRETATIVISTA E COMPLEXO: E AÍ, JUIZ, FOI OU NÃO FOI PÊNALTI? Diego Gonzales Chevarria Fernando Cesar Russo Gomes POSITIVISMO: o observador

Leia mais

Desenvolvimento da Pesquisa

Desenvolvimento da Pesquisa Desenvolvimento da Pesquisa Ricardo de Almeida Falbo Metodologia de Pesquisa Departamento de Informática Universidade Federal do Espírito Santo Agenda Modelo de Processo de Pesquisa Estratégias de Pesquisa

Leia mais

NATUREZA DO CONHECIMENTO

NATUREZA DO CONHECIMENTO NATUREZA DO CONHECIMENTO CONHECER E PENSAR Conhecer e pensar são uma necessidade para o ser humano e indispensável para o progresso. Sabemos que existimos porque pensamos. Se nada soubéssemos sobre o universo

Leia mais

O MÉTODO CIENTÍFICO. Dto. Luiz Antonio de OLIVEIRA

O MÉTODO CIENTÍFICO. Dto. Luiz Antonio de OLIVEIRA O MÉTODO CIENTÍFICO Dto. Luiz Antonio de OLIVEIRA Para que serve isso de Metodologia? Ciência e Conhecimento. A produção de Conhecimento: Pesquisa O Processo de Pesquisa A importância do Método Scientia...palavra

Leia mais

Saúde e espaço social: reflexões Bourdieusianas. Ligia Maria Vieira da Silva Instituto de Saúde Coletiva - UFBa

Saúde e espaço social: reflexões Bourdieusianas. Ligia Maria Vieira da Silva Instituto de Saúde Coletiva - UFBa Saúde e espaço social: reflexões Bourdieusianas Ligia Maria Vieira da Silva Instituto de Saúde Coletiva - UFBa Plano da exposição Lacunas no conhecimento Conceitos de saúde e de normatividade em Canguilhem

Leia mais

Da teoria da ação mediada ao modelo topológico de ensino.

Da teoria da ação mediada ao modelo topológico de ensino. Da teoria da ação mediada ao modelo topológico de ensino. A idéia de ação mediada que trazemos para compreender a sala de aula inspira-se nos estudos de James Wertsch, discutidas em seu livro Mind as Action

Leia mais

Metodologia Científica e Tecnológica

Metodologia Científica e Tecnológica Metodologia Científica e Tecnológica Classificação e Métodos Científicos Prof. M.Sc. Gustavo Meireles 2014 Gustavo S. C. Meireles 1 Tipologias de pesquisa científica 2014 Gustavo S. C. Meireles 2 Quanto

Leia mais

PROFESSOR: MAC DOWELL DISCIPLINA: FILOSOFIA CONTEÚDO: TEORIA DO CONHECIMENTO aula - 02

PROFESSOR: MAC DOWELL DISCIPLINA: FILOSOFIA CONTEÚDO: TEORIA DO CONHECIMENTO aula - 02 PROFESSOR: MAC DOWELL DISCIPLINA: FILOSOFIA CONTEÚDO: TEORIA DO CONHECIMENTO aula - 02 2 A EPISTEMOLOGIA: TEORIA DO CONHECIMENTO Ramo da filosofia que estuda a natureza do conhecimento. Como podemos conhecer

Leia mais

I g o r H e r o s o M a t h e u s P i c u s s a

I g o r H e r o s o M a t h e u s P i c u s s a Filosofia da Ciência Realidade Axioma Empirismo Realismo cientifico Instrumentalismo I g o r H e r o s o M a t h e u s P i c u s s a Definição Filosofia da ciência é a área que estuda os fundamentos e

Leia mais

Agenealogia dos Estudos Culturais é objeto de dissenso

Agenealogia dos Estudos Culturais é objeto de dissenso Cinqüentenário de um discurso cultural fundador WILLIAMS, R. Culture and society 1780-1950. [Londres, Longman, 1958]. Cultura e sociedade. São Paulo, Cia. Editora Nacional, 1969. Agenealogia dos Estudos

Leia mais

Modulo 5. Técnicas de análise e interpretação dos dados.

Modulo 5. Técnicas de análise e interpretação dos dados. Metodologia de Estudo e de Pesquisa em Administração Modulo 5 Técnicas de análise e interpretação dos dados. Estatística descritiva Estatística inferencial Análise de conteúdo Análise de discurso Analogias

Leia mais

Psicologia da Educação I. Profa. Elisabete Martins da Fonseca

Psicologia da Educação I. Profa. Elisabete Martins da Fonseca Psicologia da Educação I Profa. Elisabete Martins da Fonseca Dizem que o que todos procuramos é um sentido para a vida. Não penso que seja assim. Penso que o que estamos procurando é uma experiência de

Leia mais

A Estrutura da Ação Social: argumentos centrais

A Estrutura da Ação Social: argumentos centrais A Estrutura da Ação Social: argumentos centrais 1. A teoria social clássica foi incapaz de oferecer uma explicação da ação, nos termos de uma epistemologia racionalista e positivista, e uma explicação

Leia mais

A psicologia humanista surgiu na década de 50, ganhando força nos anos 60 e 70; Reação às ideias psicológicas pré-existentes: o behaviorismo e a

A psicologia humanista surgiu na década de 50, ganhando força nos anos 60 e 70; Reação às ideias psicológicas pré-existentes: o behaviorismo e a Humanismo A psicologia humanista surgiu na década de 50, ganhando força nos anos 60 e 70; Reação às ideias psicológicas pré-existentes: o behaviorismo e a psicanálise Os principais constituintes deste

Leia mais

Psicologia da Educação I. Profa. Elisabete Martins da Fonseca

Psicologia da Educação I. Profa. Elisabete Martins da Fonseca Psicologia da Educação I Profa. Elisabete Martins da Fonseca Dizem que o que todos procuramos é um sentido para a vida. Não penso que seja assim. Penso que o que estamos procurando é uma experiência de

Leia mais

3 Metodologia da Pesquisa

3 Metodologia da Pesquisa 50 3 Metodologia da Pesquisa 3.1 Tipo da Pesquisa O Tipo de pesquisa utilizada foi a pesquisa qualitativa. Segundo Wolcott (2001 apud CRESWELL, 2007) a pesquisa qualitativa é interpretativa, ou seja, o

Leia mais

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA 1

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA 1 MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA 1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA - A atividade básica na pesquisa bibliográfica é a investigação em material teórico sobre o assunto de interesse. Ela precede o reconhecimento do

Leia mais

A Reconstrução/Reorganização do Conhecimento na Educação de Jovens e Adultos e a Organização do Trabalho Pedagógico

A Reconstrução/Reorganização do Conhecimento na Educação de Jovens e Adultos e a Organização do Trabalho Pedagógico A Reconstrução/Reorganização do Conhecimento na Educação de Jovens e Adultos e a Organização do Trabalho Pedagógico Pesquisadores: Stela C. Bertholo Piconez (coordenadora), Gabriele Greggersen Bretzke,

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO. Relatório Perfil Curricular

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO. Relatório Perfil Curricular CICLO PROFISSIONAL OU TRONCO COMUM FL237 - ETICA OBRIGATÓRIO 3 60 0 60 4.0 PRESSUPOSTOS ANTROPOLÓGICOS DA ÉTICA. A ESTRUTURA DO AGIR MORAL: ESTRUTURA OBJETIVA E SUBJETIVA; A CONSISTÊNCIA MORAL; A LIBERDADE;

Leia mais

Objetividade do conhecimento nas ciências sociais. - primeiro passo: evitar confusões entre juízos de fato e juízos de valor.

Objetividade do conhecimento nas ciências sociais. - primeiro passo: evitar confusões entre juízos de fato e juízos de valor. Objetividade do conhecimento nas ciências sociais Objetividade +> rejeição à posição positivista no que se refere à neutralidade valorativa: rígida separação entre fatos e valores; => demarcação entre

Leia mais

Espiritismo e fenomenologia. Trabalho apresentado no 9º. ENLIHPE 24 e 25 de agosto de 2013

Espiritismo e fenomenologia. Trabalho apresentado no 9º. ENLIHPE 24 e 25 de agosto de 2013 Espiritismo e fenomenologia Trabalho apresentado no 9º. ENLIHPE 24 e 25 de agosto de 2013 Classificação das Ciências (Jean Ladrière) O Ciências formais (matemática e lógica - signos) O Ciências empírico-formais

Leia mais

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM ANÁLISE E DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DISCIPLINA : METODOLOGIA DA PESQUISA ASSUNTO: PESQUISA

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM ANÁLISE E DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DISCIPLINA : METODOLOGIA DA PESQUISA ASSUNTO: PESQUISA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM ANÁLISE E DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DISCIPLINA : METODOLOGIA DA PESQUISA ASSUNTO: PESQUISA PROFESSOR : Romilson Lopes Sampaio PESQUISA Pesquisa é o conjunto de investigações,

Leia mais

A ilusão transcendental da Crítica da razão pura e os princípios P1 e P2: uma contraposição de interpretações

A ilusão transcendental da Crítica da razão pura e os princípios P1 e P2: uma contraposição de interpretações A ilusão transcendental da Crítica da razão pura e os princípios P1 e P2: uma contraposição de interpretações Marcio Tadeu Girotti * RESUMO Nosso objetivo consiste em apresentar a interpretação de Michelle

Leia mais

PEDAGOGIA. Currículo (Teoria e Prática) Teorias curriculares Parte 2. Professora: Nathália Bastos

PEDAGOGIA. Currículo (Teoria e Prática) Teorias curriculares Parte 2. Professora: Nathália Bastos PEDAGOGIA Currículo (Teoria e Prática) Parte 2 Professora: Nathália Bastos A escola é dividida em duas grandes redes: Rede PP= primário =profissional, destinada aos trabalhadores; Rede SS = secundário

Leia mais

Enfoque sistêmico na agricultura

Enfoque sistêmico na agricultura Enfoque sistêmico na agricultura Fundamentos Metodológicos Benedito Silva Neto Disciplina Enfoque sistêmico na agricultura Curso de Agronomia Linha de Formação em Agroecologia Universidade Federal da Fronteira

Leia mais

RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS: COMBINATÓRIA EM GEOMETRIA. Palavras-chave: Resolução de problemas; Combinatória; Geometria.

RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS: COMBINATÓRIA EM GEOMETRIA. Palavras-chave: Resolução de problemas; Combinatória; Geometria. RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS: COMBINATÓRIA EM GEOMETRIA Heitor Achilles Dutra da Rosa Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ heitor_achilles@yahoo.com.br Resumo: Existem várias questões geométricas que podem

Leia mais

Metodologia da Pesquisa

Metodologia da Pesquisa Metodologia da Pesquisa Apresentação Nome Área de atuação Tema de interesse para pesquisa O SABER CIENTÍFICO O SER HUMANO TEM UMA NECESSIDADE DE CONSTRUIR SABER POR SI SÓ. O PRINCIPAL OBJETIVO DA PESQUISA

Leia mais

Procedimentos de Pesquisa em Ciências Sociais

Procedimentos de Pesquisa em Ciências Sociais 1 Procedimentos de Pesquisa em Ciências Sociais Ana Maria Doimo Ernesto F. L. Amaral 21 de setembro de 2009 www.ernestoamaral.com/met20092.html Fonte: Banco Mundial. Monitorização e Avaliação: algumas

Leia mais

Classificação das Ciências. Tipos de conhecimento. Conhecimento Popular. Conhecimento Religioso. Conhecimento Filosófico. Metodologia Científica

Classificação das Ciências. Tipos de conhecimento. Conhecimento Popular. Conhecimento Religioso. Conhecimento Filosófico. Metodologia Científica UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA CAMPUS DE JI-PARANÁ DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTAL Classificação das Ciências FORMAIS Lógica Matemática Metodologia Científica Prof. a Renata Gonçalves Aguiar CIÊNCIAS

Leia mais

Método de Pesquisa: Estudo de Caso. Baseado no livro do YIN. Elaborado por Prof. Liliana

Método de Pesquisa: Estudo de Caso. Baseado no livro do YIN. Elaborado por Prof. Liliana Método de Pesquisa: Baseado no livro do YIN Elaborado por Prof. Liliana - 2012 Estudo de Caso O estudo de caso como estratégia de pesquisa Os estudos de caso são especialmente indicados como estratégia

Leia mais

FUNDAMENTOS SOCIOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO INTRODUÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

FUNDAMENTOS SOCIOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO INTRODUÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA UNIVERSIDADE VALE DO ACARAÚ - UVA UNIVERSIDADE ABERTA VIDA - UNAVIDA CURSO: PEDAGOGIA PROFESSOR: TIBÉRIO MENDONÇA DISCIPLINA: FUNDAMENTOS SOCIOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO INTRODUÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA INTRODUÇÃO

Leia mais

AULA 01 Introdução. Ernesto F. L. Amaral. 09 de agosto de 2011 Avaliação de Políticas Públicas (DCP 046)

AULA 01 Introdução. Ernesto F. L. Amaral. 09 de agosto de 2011 Avaliação de Políticas Públicas (DCP 046) 1 AULA 01 Introdução Ernesto F. L. Amaral 09 de agosto de 2011 Avaliação de Políticas Públicas (DCP 046) ESTRUTURA DA AULA 2 Abordagem de pesquisa quantitativa Abordagem de pesquisa qualitativa Métodos

Leia mais

PESQUISA QUANTITATIVA PESQUISA QUALITATIVA

PESQUISA QUANTITATIVA PESQUISA QUALITATIVA PESQUISA QUANTITATIVA PESQUISA QUALITATIVA Felipe José Rocha Vieira Roberto Pizzi Gomes Neto O REAL NÃO EXISTE!!! Os objetos com que a razão pode se ocupar classificam-se em: Relação de ideias Matérias

Leia mais

Níveis de Pesquisa. Delineamentos das Pesquisas. Métodos de Pesquisa. Ciência da Computação Sistemas de Informação

Níveis de Pesquisa. Delineamentos das Pesquisas. Métodos de Pesquisa. Ciência da Computação Sistemas de Informação Métodos de Pesquisa Ciência da Computação Sistemas de Informação Níveis de Pesquisa Os níveis de pesquisa variam de acordo com os objetivos a que a pesquisa se propõe. Podem ser assim classificados: Exploratória

Leia mais

I ENCONTRO DE PESQUISADORES FAZENDÁRIOS METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE PESQUISA CIENTÍFICA: ORIENTAÇÕES INICIAIS UNIDADE II O MÉTODO CIENTÍFICO

I ENCONTRO DE PESQUISADORES FAZENDÁRIOS METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE PESQUISA CIENTÍFICA: ORIENTAÇÕES INICIAIS UNIDADE II O MÉTODO CIENTÍFICO I ENCONTRO DE PESQUISADORES FAZENDÁRIOS METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE PESQUISA CIENTÍFICA: ORIENTAÇÕES INICIAIS UNIDADE II O MÉTODO CIENTÍFICO Germana Parente Neiva Belchior germana.belchior@sefaz.ce.gov.br

Leia mais

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM ESTUDOS DE LINGUAGENS ARTIGO ACADÊMICO 1

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM ESTUDOS DE LINGUAGENS ARTIGO ACADÊMICO 1 PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM ESTUDOS DE LINGUAGENS ARTIGO ACADÊMICO 1 Função social: relatar resultados de uma pesquisa, avaliando-os em relação à literatura da área e fornecendo uma conclusão

Leia mais

IPUSP - HISTÓRIA E FILOSOFIA DA PSICOLOGIA. Notas para reflexão e discussão sobre a natureza da psicologia como campo

IPUSP - HISTÓRIA E FILOSOFIA DA PSICOLOGIA. Notas para reflexão e discussão sobre a natureza da psicologia como campo IPUSP - HISTÓRIA E FILOSOFIA DA PSICOLOGIA Notas para reflexão e discussão sobre a natureza da psicologia como campo de conhecimento Profa. Lívia Mathias Simão A Psicologia, desde que vem se constituindo

Leia mais

SOCIOLOGIA. Texto Elaborado por Rafael Barossi

SOCIOLOGIA. Texto Elaborado por Rafael Barossi 1 Texto Elaborado por Rafael Barossi SOCIOLOGIA A Sociologia surgiu como uma disciplina no século XVIII, na forma de resposta acadêmica para um desafio de modernidade: se o mundo está ficando mais integrado,

Leia mais

TEXTOS SAGRADOS. Noções introdutórias

TEXTOS SAGRADOS. Noções introdutórias TEXTOS SAGRADOS Noções introdutórias A ORIGEM Os Textos Sagrados, via de regra, tiveram uma origem comum: Experiência do sagrado. Oralidade. Pequenos textos. Primeiras redações. Redação definitiva. Organização

Leia mais

CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA. Professora Renata Lèbre La Rovere. Tutor: Guilherme Santos

CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA. Professora Renata Lèbre La Rovere. Tutor: Guilherme Santos CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA Professora Renata Lèbre La Rovere Tutor: Guilherme Santos A crítica aos ortodoxos Bresser Pereira Questão: qual o papel do método hipotético-dedutivo para a Economia? Contextualizando

Leia mais

Escritos de Max Weber

Escritos de Max Weber Escritos de Max Weber i) 1903-1906 - A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo (1ª parte, em 1904; 2ª parte em 1905; introdução redigida em 1920); - A objetividade do conhecimento nas Ciências Sociais

Leia mais

RESENHA. Evanilton Gonçalves Gois da Crus 1

RESENHA. Evanilton Gonçalves Gois da Crus 1 RESENHA STREET, V. Brian. Letramentos sociais: abordagens críticas do letramento no desenvolvimento, na etnografia e na educação. São Paulo: Parábola, 2014, p. 240. Evanilton Gonçalves Gois da Crus 1 Os

Leia mais