ADRIANA MACHADO SARAIVA

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "ADRIANA MACHADO SARAIVA"

Transcrição

1 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Faculdade de Odontologia AVALIAÇÃO DA EXPRESSÃO DO RECEPTOR DE QUIMIOCINAS CCR5 NAS LESÕES DE CÉLULAS GIGANTES BUCAIS ADRIANA MACHADO SARAIVA Belo Horizonte MG 2008

2 Adriana Machado Saraiva Avaliação da expressão do receptor de quimiocinas CCR5 nas lesões de células gigantes bucais Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Odontologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Odontologia, área de concentração Clínicas Odontológicas - Ênfase em Estomatologia. Orientador: Prof. Dr. Paulo Eduardo Alencar de Souza Co-orientadora: Dra. Daniela Rodrigues de Faria Belo Horizonte MG 2008

3 FICHA CATALOGRÁFICA Elaborada pela Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais S243a Saraiva, Adriana Machado Avaliação da expressão do receptor de quimiocinas CCR5 nas lesões de células gigantes bucais / Adriana Machado Saraiva. Belo Horizonte, f. : Il. Orientador: Paulo Eduardo Alencar de Souza Co-orientadora: Daniela Rodrigues de Faria Dissertação (Mestrado) Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Programa de Pós-Graduação em Odontologia 1. Células gigantes Lesões. 2. Receptores de quimiocina. 3. Lesões faciais. I. Souza, Paulo Eduardo Alencar de. II. Faria, Daniela Rodrigues de. III. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Programa e Pós-Graduação em Odontologia. IV. Título. CDU:

4

5 À minha mãe, Janine Rabelo Machado, dedico não só este trabalho, mas também meus passos; minha força; minhas conquistas; meu amor eterno. À você, minha inspiração, agradeço o amor, a dedicação, a confiança e o constante carinho.

6 AGRADECIMENTOS Ao professor Paulo Eduardo Alencar de Souza, meu orientador, por ter me mostrado que a ciência humana pode ser colorida e compreendida, misturando dedicação e paixão pelo conhecimento. À Professora Walderez Ornelas Dutra e a todos do Laboratório das Interações Celulares da UFMG pelo acolhimento e disponibilidade. À co-orientadora Daniela Rodrigues de Faria, pela garra, disponibilidade, companheirismo e carinho. Ao Professor Roberval de Almeida Cruz, coordenador do Mestrado em Odontologia da PUC Minas, pela busca constante da melhoria da qualidade do ensino na pós-graduação. Aos maravilhosos Professores da área de Patologia Bucal: Carlos, Helenice, Hermínia, Martinho, Rosana, Sebastião Armond e Franca pela compreensão, conhecimentos transmitidos e confiança. Vocês deixaram esta etapa de minha vida mais prazerosa. Aos professores do curso de Mestrado em Clínicas Odontológicas, pelo compartilhamento de seus conhecimentos. A Angélica e Silvania, pelo carinho e apoio em toda esta fase. Ao Professor Marco Antônio Prado e a doutoranda Cristina Martins do Laboratório de Neurofarmacologia do Departamento de Farmacologia do ICB-UFMG. À Sabrina de Alvarenga Guerra, minha grande amiga, pelo incentivo, amizade, presença e apoio constante. Ao meu pai João Antonio Filocre Saraiva, que me ajudou, de forma tão carinhosa, a subir mais um degrau no meu desenvolvimento. Às minhas amigas Patrícia M., Carolina O., Fernanda M. pelo constante carinho. À minha avó Vilma e aos tios Gisele, Celso, Liliane, Denise, Bruno, Vera Lúcia Brandão e Maria Emília Brandão pela doçura e presença. Ao José Ciro C. Mesquita, agradeço o empenho na busca do meu crescimento, sempre com cuidado, disponibilidade e carinho. À irmã Marina pelo imenso amor, carinho, companheirismo, alegria e cuidado. À irmã Juliana pela ternura e o brilho nos olhos ao ver me conquistar mais um desejo. À irmã Carolina pelo exemplo de garra, amizade e alegria. Ao sobrinho Thiago pela sua presença e amor. À FAPEMIG pelo apoio financeiro fundamental para a execução deste projeto.

7 A única batalha que traz satisfação é aquela em que o indivíduo conquista a si mesmo, (...). (MARIA AUXILIADORA DE SOUZA BRASIL)

8 RESUMO As lesões central (LCCG) e periférica (LPCG) de células gigantes são de etiologia desconhecida, embora suas características clínicas e histopatológicas apontem para o envolvimento de mecanismos inflamatórios relacionados ao surgimento e desenvolvimento destas lesões. Sabendo que células monocíticas podem ser recrutadas para sítios inflamatórios, formar células gigantes e controlar os mecanismos celulares através da produção de mediadores químicos, torna-se necessária a análise das características funcionais dessas células nos sítios das lesões. Diante da alta freqüência de células macrofágicas nas lesões de células gigantes, além dos achados que suportam a participação efetiva de mediadores imunoinflamatórios nos processos de comunicação celular, a participação de quimiocinas e seus receptores pode constituir um importante mecanismo para o crescimento dessas lesões a partir do recrutamento de células sanguíneas. O receptor de quimiocina CCR5 participa ativamente do recrutamento de monócitos do sangue para sítios de lesões, da ativação leucocitária, da angiogênese e da osteoclastogênese, processos que ocorrem nas lesões de células gigantes. Dessa forma, neste trabalho nos propusemos avaliar a expressão do receptor de quimiocina CCR5 pelas células da LCCG e da LPCG, correlacionando-a com os processos biológicos que ocorrem nessas lesões. Para isso, utilizamos reações de imunofluorescência em cortes de tecidos congelados das lesões e análises ao microscópio de fluorescência. Nossos resultados revelaram que todas as células gigantes e a grande maioria das células mononucleares da LCCG e da LPCG expressam CCR5. Não há diferenças nas freqüências de células positivas para CCR5 entre ambas as lesões estudadas. A detecção de elevadas freqüências de células mononucleares e gigantes expressando o receptor CCR5 sugere a participação dessa molécula nos processos relacionados ao desenvolvimento das lesões. Outros estudos avaliando a expressão de outros receptores de quimiocinas e a produção de quimiocinas ligantes de CCR5 serão úteis para maior esclarecimento sobre a etiopatogênese dessas lesões. Palavras-chave: lesões de células gigantes, receptor de quimiocina CCR5.

9 ABSTRACT The central giant cell lesion (CGCL) and the peripheral giant cell lesion (PGCL) are mouth lesions with unknown etiology and pathogenesis. Their clinical and histological characteristics suggest the involvement of inflammatory mechanisms in the development of both lesions. The high frequency of macrophagic and osteoclastic cells in CGCL and PGCL encourage the study of cell communication through chemokines and chemokines receptors. The chemokine receptor CCR5 participates actively in recruitment of circulating monocytes, cell activation, angiogenesis, osteoclastogenesis, and bone resorption. All of these processes occur in CGCL and PGCL. Therefore, the aim of the present study was evaluate the expression of the chemokine receptor CCR5 by mononuclear and giant cells in CGCL and PGCL, using immunofluorescence reactions in frozen sections and fluorescence microscopy. The results revealed that all giant cells in CGCL and PGCL were CCR5+ and almost all mononuclear cells in both lesions were also positive for CCR5. There was no difference between the frequencies of CCR5+ cells in both lesions. The extremely high frequencies of cells expressing CCR5 suggests an important role for this chemokine receptor on the mechanisms involved in the pathogenesis of these lesions. Future studies evaluating CCR5 ligands and other chemokine receptors in CGCL and PGCL should improve the comprehension of the mechanisms involved on their development. Key-words: giant cell lesions, chemokine receptor CCR5.

10 FIGURA 1 - FIGURA 2 - LISTA DE ILUSTRAÇÕES Imagem obtida através do microscópio de fluorescência, de corte histológico de LCCG submetido à reação de imunofluorescência com anticorpo anti-ccr5 conjugado a PE (vermelho), além do DAPI que cora em azul os núcleos celulares (aumento óptico de 400X) Imagem obtida através do microscópio de fluorescência, de corte histológico de LPCG submetido à reação de imunofluorescência com anticorpo anti-ccr5 conjugado a PE (vermelho), além do DAPI que cora em azul os núcleos celulares (aumento óptico de 400X) Página 40 41

11 LISTA DE TABELAS Página TABELA 1 - Caracterização dos pacientes com LPCG. 34 TABELA 2 - Caracterização dos pacientes com LCCG. 35 TABELA 3 - Freqüência de células gigantes e mononucleares positivas para o receptor de quimiocina CCR5 nos casos de LCCG e LPCG. 42

12 LISTA DE ABREVIATURAS APC - Célula apresentadora de antígeno BSA: - Albumina bovina b-fgf - Fator de crescimento de fibroblastos básico C - Grau centígrado CAII - Anidrase carbônica II CC - Citocina com cisteína adjacente CXC - Citocina com cisteínas separadas por um aminoácido CX3C - Citocina com cisteínas separadas por 3 aminoácidos CD - Grupo de diferenciação CTL - Controle de isotipo DAPI - 4,6-diamino-2-phenylindole, dihydrochloride, substância fluorescente que se liga ao ácido desoxirribonucléico GRα - Receptor de glicocorticóide alfa HLA-DR - Antígeno leucocitário humano IgG - Anticorpo G IL - Interleucina IFN-γ - Interferon gama KD - Quilodaltons LCA - Antígeno comum de leucócitos LCCG - Lesão central de células gigantes LDL - Lipoproteína de baixa densidade LPCG - Lesão periférica de células gigantes LT - Linfócito T M - Molar M-CSF - Fator estimulador de colônia de macrófagos MIP - Proteína de inflamação de macrófago µm - Micrômetro MMP-9 - Metaloproteinase de matriz 9 NF-κB - Fator nuclear kappa B NFAT - Fator de transcrição nuclear nm - Nanômetro

13 OPG PBS PCNA PE PRP PTH PUC RANK RANKL RNAm STAT TCG TNF-α TRAIL TRAP UFMG V-ATPase VEGF VNR - Osteoprotegerina - Tampão fosfato-salina - Antígeno nuclear de proliferação celular - Ficoeritrina - Plasma rico em plaquetas - Paratormônio - Pontifícia Universidade Católica - Ativador do receptor de NF-κB - Ligante do ativador do receptor de NF-κB - Ácido ribonucléico mensageiro - Transdutor de sinal e ativador de transcrição - Tumor de células gigantes - Fator de necrose tumoral alfa - Ligante de indução de apoptose relacionado ao TNF - Fosfatase ácida tartarato-resistente - Universidade Federal de Minas Gerais - Enzima H + ATPase vacuolar - Fator de crescimento do endotélio vascular - Receptor para vitronectina

14 SUMÁRIO Página 1 INTRODUÇÃO REVISÃO DE LITERATURA Lesões central e periférica de células gigantes Características clínicas e radiográficas Características celulares e histopatológicas Tratamento Comunicação celular através de citocinas Receptor de quimiocina CCR OBJETIVOS Objetivo geral Objetivos específicos MATERIAIS E MÉTODOS Seleção dos pacientes Aprovação pelo comitê de ética em pesquisa Obtenção e processamento das amostras Reações de imunofluorescência Aquisição, processamento e análise das imagens Análise dos resultados RESULTADOS Avaliação da expressão de CCR DISCUSSÃO CONCLUSÕES REFERÊNCIAS ANEXOS... 53

15 12 1. INTRODUÇÃO A lesão central de células gigante (LCCG) e a lesão periférica de células gigantes (LPCG) são lesões que acometem tecidos bucais, classificadas como lesões proliferativas não neoplásicas, e que têm gerado incansáveis estudos para a descoberta de suas etiopatogêneses. Embora a LCCG e a LPCG sejam lesões de etiologia desconhecida, suas características clínicas e histopatológicas apontam para o envolvimento de mecanismos inflamatórios relacionados ao surgimento e desenvolvimento destas lesões. Sabe-se que diversos mediadores químicos controlam os processos inflamatórios como recrutamento e ativação celular, além do processo de reabsorção óssea, fenômenos presentes nessas lesões. Estudos anteriores demonstraram alterações na freqüência de linfócitos e monócitos circulantes, produtores de citocinas anti e pró-inflamatórias, em pacientes portadores de LCCG. Sabendo que células monocíticas podem ser recrutadas para sítios inflamatórios, formar células gigantes e controlar os mecanismos celulares através da produção de mediadores químicos, torna-se necessária a análise das características funcionais dessas células nos sítios das lesões. O estudo da comunicação celular através da identificação de mediadores produzidos e das fontes celulares produtoras, além do reconhecimento dos receptores para esses mediadores, constitui instrumento fundamental para a compreensão dos mecanismos envolvidos na patogênese das lesões contendo células gigantes.

16 13 2. REVISÃO DA LITERATURA 2.1 Lesões central e periférica de células gigantes Etiopatogênese, características clínicas e radiográficas A lesão central de células gigantes (LCCG), também conhecida como granuloma central de células gigantes, é uma lesão intra-óssea, descrita inicialmente por Jaffé em 1953, como uma lesão de características benignas. As lesões ocorrem duas vezes mais na mandíbula do que na maxila; surgem geralmente antes dos trinta anos de idade; acometem, segundo vários autores, duas vezes mais as mulheres do que os homens (LANGE et al., 2005; LOMBARDI et al., 2006). Lange et al. (2007), relata em seus estudos uma baixa incidência da lesão na população geral (aproximadamente 0,00011%) e ressalta que em seus trabalhos a diferença de acometimento entre mulheres e homens não seguiu o padrão relatado na literatura, sendo menor do que M:F=1:2. Sua etiologia, patogênese e tratamento ainda não estão totalmente definidos. A LCCG foi recentemente definida pela Organização Mundial de Saúde como uma lesão benigna local, embora, algumas vezes, apresente proliferação osteolítica agressiva. Padrões clínicos e radiográficos variados permitiram uma subclassificação desta lesão: a) lesão de caráter agressivo, de crescimento rápido, sintomatologia dolorosa, de proporções grandes, causando destruição de cortical óssea, reabsorção de raiz e tendência a recidivas, predominando em indivíduos jovens; e b) lesão não-agressiva, assintomática, de crescimento lento, sem reabsorção de cortical ou envolvimento de raízes dentárias, além de baixa recorrência (COSSÍO et al., 2007 ). Segundo Lange et al. (2004), o padrão de recorrência é de 13-49%, sendo influenciado pelos seguintes fatores: aspectos clínicos (72% dos casos de

17 14 recorrência estão na forma agressiva, e 3% das recorrências na forma não agressiva), idade mais jovem dos pacientes, perfuração de cortical e tamanho das lesões (COSSÍO et al., 2007). Os aspectos radiográficos da LCCG mostram-se na maioria das vezes como áreas radiolúcidas multiloculares bem delimitadas, podendo aparecer de forma unilocular (COSSÍO et al., 2007). A primeira proposta para se definir a etiologia desta lesão ocorreu em 1953, por Jaffé et al., que sugeriram se tratar de um processo reparativo local. Esta teoria permitiu diferenciar o granuloma central de células gigantes do tumor de células gigantes, lesões histologicamente semelhantes. Este último se destaca por ser um processo neoplásico que acomete epífise de ossos longos, com taxa de recorrência mais elevada do que o granuloma de células gigantes, além de envolver pacientes mais velhos. Souza et al. (1999), citam pequenas diferenças histológicas entre essas lesões: no tumor de células gigantes existe uma extensa área fibrosa, células gigantes mais arredondadas e com um maior número de núcleos; no granuloma central de células gigantes a presença de hemorragia, depósito de hemossiderina e tecido osteóide são mais freqüentes. Devido à sua variada apresentação clínica e prognóstico imprevisível, Cossío et al. (2007), consideram a LCCG uma lesão não reparativa que destrói estruturas adjacentes e cresce quando não tratada. Ainda neste artigo Cossío et al. (2007) mencionam que alguns autores acreditam que o fator trauma possa estar associado (SIDHU et al., 1995) e que uma hemorragia intramedular nos ossos maxilares, causada por trauma, poderia levar à formação da lesão (Leban et al., 1971). Para Shklar e Meyer (1961), trata-se de uma lesão inflamatória com alguma alteração no processo de reparo dos tecidos. Vered et al. (2006), através de reações de imunoistoquímica, avaliaram a expressão do fator de crescimento do endotélio vascular (VEGF) e do fator de crescimento de fibroblastos básico (b-fgf) pelas células da LCCG e da LPCG. Eles observaram células

18 15 positivas para ambos os marcadores nas áreas características das lesões, mas em menor proporção quando comparadas às áreas adjacentes contendo inflamação inespecífica, sugerindo que estas lesões não se tratassem de entidades de etiopatogênese essencialmente proliferativa vascular. Ainda neste trabalho, os autores sugerem que a presença de VEGF, nestas lesões, esteja mais relacionada ao processo de osteoclastogênese do que de angiogênese. O diagnóstico clínico diferencial para LCCG deve ser feito com querubismo, tumor marrom do hiperparatireoidismo, ameloblastoma e tumor odontogênico ceratocistico. Nos casos em que a lesão se localiza periapicalmente, pode ser confundida com cistos ou granulomas radiculares de origem endodôntica, principalmente quando não houver resposta pulpar (LOMBARDI et al., 2006). A lesão periférica de células gigantes (LPCG) é uma lesão exofítica relativamente freqüente que ocorre na gengiva e mucosa do rebordo alveolar de áreas edêntulas. Há divergência entre alguns autores com relação à manifestação desta entidade sobre a região mucoperióstea (TIFFEE et al., 1997; HIRSHBERG et al., 2003). Hirshberg et al. (2003), sugerem que a manifestação desta lesão em áreas dentadas e desdentadas, se deve à presença de remanescentes celulares do ligamento periodontal, mesmo após extração. Este mesmo autor infere haver, a partir deste dado, diferença no mecanismo etiopatogênico das lesões de células gigantes intra-ósseas e extra-ósseas. As lesões são geralmente únicas, assintomáticas, de crescimento lento, com características reativas, hiperplásicas e benignas. Manifestam-se como um nódulo firme, brilhante, de coloração vermelha ou vermelho-arroxeada, sendo que a maioria de diâmetro inferior a dois centímetros. As lesões podem ser sésseis ou pedunculadas, podendo apresentar, algumas vezes, áreas de ulceração. Estas úlceras surgem em decorrência de trauma, não sendo uma característica da lesão. Surgem em qualquer idade, porém, com maior incidência entre a quinta e sexta décadas de vida, e apresentam predileção pelo sexo

19 16 feminino (HIRSHBERG et al., 2003; NEVILLE et al., 2004; CHAPARO-AVENDAÑO et al., 2005). Sua etiologia não é totalmente conhecida, entretanto, fatores traumáticos ou irritativos locais como exodontia, restaurações e próteses mal adaptadas, acúmulo de placa, cálculo e peri-implantites, parecem estar relacionados com o desenvolvimento das lesões (HIRSHBERG et al., 2003). Chaparo-Avendaño et al. (2005) acreditam que a LPCG seja de natureza inflamatória em resposta a uma irritação crônica sobre o tecido conjuntivo do periósteo, gengiva ou ligamento periodontal. Através de técnica imunoistoquímica e estudos ultra-estruturais, mostrando marcação para células monocíticas, macrófagos, miofibroblastos, células endoteliais, entre outras, tem-se chegado a uma teoria de origem reativa desta lesão (HIRSBERG et al., 2003). Alterações radiográficas são raramente observadas e, quando presentes, revelam aspectos de reabsorção óssea em forma de taça (LOMBARDI et al., 1995; NEVILLE et al., 2004). O diagnóstico diferencial deve ser feito com granuloma piogênico, hiperplasia fibrosa inflamatória, fibroma cemento-ossificante periférico, hemangioma e, quando reabsorve a cortical óssea, lesão central de células gigantes (NEVILLE et al., 2004; LOMBARDI et al., 2006) Características celulares e histopatológicas Histologicamente a LCCG e a LPCG são idênticas, contendo numerosas células mononucleares de variada morfologia (fusiforme, ovóide e arredondada), células gigantes multinucleadas, células tipo fibroblastos em um estroma fibroso, além de pequenos vasos sanguíneos com focos de hemorragia e deposição de hemossiderina (LOMBARDI et al.,

20 ). A morfologia das células gigantes multinucleadas varia em tamanho e número de núcleos. Estas aparecem em toda parte do estroma das lesões, embora nem sempre em grande quantidade (LANGE et al., 2007). Mesmo que em alguns casos estas células gigantes apareçam localizadas em maior número ao redor de áreas hemorrágicas, o padrão de distribuição delas é irregular (LANGE et al., 2007). Em alguns casos pode ser encontrada área de calcificação distrófica e ossificação metaplásica especialmente na periferia das lesões (LOMBARDI et al., 2006; LANGE et al., 2007). Lange et al. (2007) relatam que histologicamente a lesão central de células gigantes e o tumor de células gigantes (TCG) são idênticos, sendo encontrada diferença significativa apenas no número de núcleos presentes nas células gigantes. Análises histológicas da LCCG e da LPCG mostram dois tipos morfológicos entre as células mononucleares: a maioria representada como células fusiformes, contendo núcleos alongados, assemelhando-se a fibroblastos e células com núcleos mais arredondados, apresentando grânulos citoplasmáticos, assemelhando-se morfologicamente aos macrófagos (HIRSHBERG et al., 2003; ITONAGA et al., 2003; LANGE et al., 2006; LANGE et al., 2007; LIM et al., 1995). Várias pesquisas através de técnicas de imunoistoquímica têm demonstrado a presença de marcadores e enzimas característicos de macrófagos, tais como CD68, HLA-DR, LCA, muramidase, alfa-1 antitripsina e alfa-1 antiquimiotripsina, na maioria das células mononucleares e células gigantes multinucleadas da LCCG e da LPCG. Isso sugere que essas células se originem a partir de células do sistema fagocitário mononuclear (REGEZI et al., 1986; REGEZI et al., 1987; O MALLEY et al., 1997, TIFFEE et al., 1997; LIU et al., 2003; ITONAGA et al., 2003). Porém, contradizendo estes dados, estudos realizados por O Malley et al. (1997) mostraram que menos de 10% das células mononucleares da LCCG eram positivas para CD68, através de reações de imunoistoquímica.

21 18 O CD68 é uma glicoproteína de 110KD, de função desconhecida, expressa principalmente por monócitos do sangue e macrófagos em vários tecidos humanos. Também pode ser expressa por células dendríticas, granulócitos, linfócitos T ativados, e alguns subtipos de linfócitos B. É uma proteína intracelular com fraca expressão na superfície das células (ABBAS & LICHTMAN, 2005). Por se tratar de uma mucina, uma das funções supostas para o CD68 é a de se ligar às selectinas, o que possibilitaria a adesão a outras células teciduais e ao endotélio vascular, permitindo a diapedese. O Malley et al. (1997), avaliando as células mononucleares da LCCG, demonstraram que 80% destas, eram positivas para o marcador de fibroblastos prolil-4- hidroxilase, sugerindo que estas possam ter origem fibroblástica. Lim et al. (1995), citam em seu trabalho o experimento realizado por El-Mofty e Osdoby (1985) em que através de cultura de células mononucleares da LCCG, mostraram resposta negativa para a marcação específica de macrófagos/monócitos e notaram produção de elastina. A presença de colagenase não foi detectada, propondo que essas células não sejam fibroblastos típicos. Regesi et al. (1986) observaram imunomarcação para o antígeno do complexo principal de histocompatibilidade humana HLA-DR em parte das células mononucleares e em células gigantes multinucleadas bi ou trinucleadas da LCCG. Segundo estes autores, à medida que estas células adquirem mais núcleos, a positividade para este antígeno é perdida. Estes achados sustentam a tese de que, as células gigantes originam-se a partir da fusão de células mononucleares e perdem a capacidade de expressar esse antígeno algum tempo após a fusão. Mais recentemente, Itonaga et al. (2003) realizaram melhor caracterização das células mononucleares e gigantes da LCCG, verificando a presença de células ósseas nas lesões. Três populações distintas foram identificadas entre as células mononucleares através de reações de imunoistoquímica e imunofluorescência. A maioria das células apresentou características típicas de macrófagos como positividade para CD68, CD11a, CD11b, CD14 e

22 19 HLA-DR. A minoria das células mononucleares apresentou características típicas de precursores de osteoclastos como positividade para receptor de vitronectina (VNR) e para fosfatase ácida tartarato-resistente (TRAP). Poucas células fusiformes isoladas apresentaram características de osteoblastos como positividade para fosfatase alcalina e se encontravam espalhadas pela lesão ou ao redor de áreas de formação óssea. Estas células também foram positivas para o PCNA, ou seja, eram células em proliferação. Através de culturas de células da LCCG, Itonaga et al. (2003) observaram ainda que as células fusiformes proliferavam e permaneciam por maior tempo que as células gigantes e as mononucleares ovóides. Elas ainda expressavam os marcadores de osteoblasto RANKL e fosfatase alcalina, além de marcadores de fibroblasto como prolil-4-hidroxilase e vimentina. Ainda neste trabalho os autores fizeram co-cultura de células mononucleares da LCCG com células mononucleares de sangue periférico de indivíduos sadios; acrescentaram à cultura M-CSF; observando posteriormente a formação de células multinucleadas TRAP+ e VNR+ (ITONAGA et al., 2003). Dado este que confirma a tese de que células tipo osteoblastos possibilitam a formação de osteoclastos. Atualmente, sabe-se que parte das células mononucleares da LCCG e da LPCG apresenta características de precursores de osteoclastos, como positividade para CD68, VNR e TRAP. Estas células podem ser a fonte para formação das células gigantes tipo osteoclasto (ITONAGA et al., 2003). A origem e a formação das células gigantes multinucleadas na LCCG e na LPCG tem sido alvo de vários estudos. A teoria que prevalece é de fusão entre as células mononucleares da lesão, através de interdigitações na membrana citoplasmática das mesmas (TIFFEE et al., 1997). Várias pesquisas na literatura já mostraram haver importante influência de fatores imunológicos do desenvolvimento das LPCG e LCCG, sendo o recrutamento de células mononucleares do sangue periférico, para o estroma da lesão, com posterior fusão dos

23 20 mesmos, um possível mecanismo de crescimento das lesões (ITONAGA et al., 2002; ITONAGA et al., 2003; LUI et al., 2003; LANGE et al., 2006). As células gigantes multinucleadas constituintes da LCCG e da LPCG são morfologicamente e histoquimicamente semelhantes à osteoclastos (LIU et al., 2003). Possuem enzimas hidrolíticas e antígenos específicos de osteoclastos, além de receptores para calcitonina. São capazes de reabsorver osso in vitro, tendo sua função de reabsorção óssea e mobilidade celular moduladas na presença de calcitonina (LIU et al., 2003). Sendo a característica funcional mais importante dos osteoclastos, a capacidade de reabsorver osso, Liu et al. (2003) avaliaram as células gigantes da LCCG e da LPCG, utilizando um painel de anticorpos dirigidos às enzimas H+-ATPase vacuolar (V-ATPase), anidrase carbônica II (CAII), catepsina K e metaloproteinase de matriz 9 (MMP-9), essenciais para desmineralização óssea e degradação dos colágenos tipo I e II. Os autores verificaram que, as células gigantes de ambas as lesões foram fortemente positivas para esses marcadores, confirmando as características de osteoclasto expressas por essas células. Além disso, cerca de 10-15% das células mononucleares da LCCG e da LPCG também foram positivas para esses marcadores de osteoclasto, reforçando a idéia de que parte das células mononucleares dessas lesões é precursora das células gigantes multinucleadas. Liu et al. (2003) estudaram várias lesões contendo células gigantes, inclusive LCCG e LPCG, e detectaram através de técnicas de hibridização in situ, a expressão de RNAm de RANKL, principalmente pelas células mononucleares fusiformes das lesões. Eles observaram ainda expressão de RNAm de RANK pelas células gigantes e por parte das células mononucleares ovóides, além da expressão de RNAm de OPG em diversos tipos celulares. RANK, RANKL e OPG são os principais mediadores da osteoclastogênese e da reabsorção óssea (LIU et al., 2003; LANGE et al., 2007).

24 21 Os osteoblastos, osteoclastos e seus precursores comunicam-se através de mediadores químicos. Precursores osteoclásticos são células de origem hematopoiética da linhagem monocítica/macrofágica recrutadas do sangue para sítios de reabsorção óssea. Fatores osteolíticos como o paratormônio (PTH) e a interleucina-1 (IL-1) agem nos préosteoblastos determinando a secreção de mediadores que, por sua vez, agem nos precursores osteoclásticos, diferenciando-os em osteoclastos e ativando-os para a reabsorção óssea. As três principais moléculas efetoras produzidas pelos pré-osteoblastos são: o fator estimulador de colônia de macrófagos (M-CSF), a osteoprotegerina (OPG) e o ligante do receptor ativador do fator nuclear kappa B (RANKL), o qual é expresso em pré-osteoblastos, tanto numa forma solúvel como numa forma ligada à membrana. O M-CSF estimula a proliferação e diferenciação de precursores de osteoclastos. RANKL exerce suas funções ao se ligar ao seu receptor expresso na membrana das células da linhagem osteoclástica, chamado RANK, de maneira parácrina ou através do contato célula-célula. A ligação RANKL/RANK resulta em rápida diferenciação de precursores osteoclásticos para osteoclastos maduros, ativação da função reabsortiva e redução de apoptose em osteoclastos maduros. A osteoprotegerina, um membro da superfamília de receptores para o fator de necrose tumoral (TNF), atua bloqueando a ligação de RANKL em seu receptor, agindo como um potencial inibidor da osteoclastogênese (LANGE et al., 2007). A reabsorção óssea é um dos mecanismos que permitem o desenvolvimento da LCCG, uma vez que, por sua localização intra-óssea, a evolução da lesão depende da capacidade de destruição do osso. A LPCG, apesar de envolver preferencialmente tecido mole, denominada assim periférica, também apresenta capacidade destrutiva para tecido ósseo, representada pela reabsorção em forma de taça do osso adjacente. O fato das células da LCCG e da LPCG expressarem indutores e moduladores da osteoclastogênese e reabsorção óssea, como RANK, RANKL e OPG, além de serem capazes de induzir a formação de células

25 22 gigantes in vitro, sugere que o processo de crescimento das lesões ocorra através de mecanismo semelhante ao sistema RANK/RANKL, que ocorre em situações de normalidade em que atuam osteoclastos maduros (ITONAGA et al., 2003; LIU et al., 2003). Frequentemente observa-se na LCCG e na LPCG presença de tecido mineralizado, na maioria das vezes sob forma de delicadas trabéculas ósseas ou áreas de calcificação distrófica. Liu et al. (2003) sugerem que as células mononucleares fusiformes que expressam genes associados ao fenótipo osteoblástico nestas lesões, produzem fosfatase alcalina e sintetizam proteínas da matriz óssea, estando assim envolvidas na formação do tecido mineralizado. A LCCG e a LPCG são bastante vascularizadas e apresentam áreas de hemorragia com deposição de hemossiderina (CHUONG et al., 1986). Um infiltrado inflamatório misto constituído por macrófagos, linfócitos e plasmócitos pode ser observado ao longo da LCCG e da LPCG (CHUONG et al., 1986; HIRSHBERG et al., 2003). Através de microscopia eletrônica, Lim e Gibbins (1995) observaram vários leucócitos, principalmente macrófagos e neutrófilos, associados às células endoteliais e em processo de migração através das junções celulares inter-endoteliais nos vasos da periferia da LCCG. Na LPCG, uma faixa de tecido conjuntivo fibroso separa a lesão do epitélio de revestimento da mucosa bucal, onde podem ser encontradas áreas de ulceração. Geralmente, próximo a essas áreas de ulceração, nota-se infiltrado inflamatório predominantemente polimorfonuclear (HIRSHBERG et al., 2003). Não há correlação entre a presença de ulceração na superfície e a presença, localização ou extensão do infiltrado inflamatório crônico (TIFFEE et al., 1997).

26 Tratamento O tratamento preconizado para as LCCG tem sido a enucleação através de curetagem ou curetagem associada à osteotomia periférica (COSSÍO et al., 2007). Carlos et al. (2007) preconizam que a osteotomia, ou margem de segurança, seja feita com broca diamantada sobre a loja cirúrgica. Alguns casos requerem uma abordagem que pode levar a uma séria mutilação facial e perda de elementos dentários. Nesses casos, podem ser feitas reconstruções através de enxerto autógeno e exógeno, associados a PRP (Plasma Rico em Plaqueta). Estudos anteriores relatam a capacidade do PRP de aceleração da regeneração óssea, após perda de estrutura, especialmente quando associado a enxertos ósseos (COSSÍO et al., 2007). Injeções intralesionais de calcitonina e glicocorticóides têm sido propostas como uma alternativa de tratamento, objetivando a regressão das lesões (CARLOS et al., 2002). A calcitonina apresenta alta afinidade de ligação sobre receptores presentes na membrana celular de osteoclastos, e células gigantes multinucleadas presentes na lesão de células gigantes (CARLOS et al., 2002; TOBÓN-ARROYAVE et al., 2005). Estudos realizados por Itonaga et al. (2003), mostraram que a adição de calcitonina intra-lesional, provoca retração do citoplasma, e posterior redução da mobilidade das células gigantes e células mononucleares do estroma. Através de imunoistoquímica, Tobón-Arroyave et al. (2005) avaliaram a expressão de marcação de receptor de calcitonina sobre as células gigantes e mononucleares da LCCG, observando curiosamente, poucas células positivas. Já os glicocorticóides possuem ação indutora de apoptose sobre as células osteoclásticas, além de inibir a secreção de proteases lisossomais (catepsina-β, catepsina-l, β- glicuronidase, lisozima e fosfatase ácida tártaro-resistente). Estes últimos atuam permitindo a acidez extracelular, necessária para que ocorra o processo de reabsorção óssea, muito presente na LCCG. Vered et al. (2006) relatam que a adição de corticosteróides ao tratamento com

27 24 calcitonina, promove um aumento na expressão de receptor de calcitonina nas células da linhagem dos osteoclastos, potencializando sua ação. Neste mesmo trabalho os autores alertam que a administração em altas doses ou por um tempo prolongado de calcitonina, causa diminuição progressiva da expressão do gene de seu receptor; mecanismo ainda desconhecido. Em 2005, Tobon-Arroyave et al. observaram forte marcação imunoistoquímica para o receptor de glicocorticóides (GR-α) na superfície de células gigantes e mononucleares fusiformes (osteoblatos) na LCCG. Com relação à ação da dexametasona sobre as células da LCCG, observou-se que baixas concentrações da droga estimulavam a osteoclastogênese, enquanto altas concentrações inibiam esse processo (VERED et al., 2006). Vered et al. (2006), analisando células mononucleares da LCCG, observaram que as células da linhagem osteoclástica eram positivas para receptores de calcitonina e negativas para receptores de glicocorticóides. Já as células da linhagem monocítica/macrofágica eram positivas para receptores de glicocorticóides e negativas para receptores de calcitonina. Com base nesses achados, os autores sugeriram a existência de dois tipos de LCCG: um contendo principalmente células da linhagem monocítica/macrofágica (positivas para receptores de glicocorticóides, tanto mononucleares quanto células gigantes) e outro possuindo células de ambas as linhagens macrofágica e osteoclástica. Isso justificaria, segundo os autores, a variação das respostas aos tratamentos com corticosteróides e calcitonina. Outras alternativas não cirúrgicas podem ser: aplicação intralesional de interferon-alfa, bifosfanatos e osteoprotegerina (LANGE et al., 2006). Lange et al. (2006) sugerem que a osteoprotegerina seja uma promessa para o tratamento da LCCG, pois esta atua bloqueando efetivamente a interação RANK-RANKL, inibindo desta forma a osteoclastogênese. O tratamento mais utilizado para a LPCG consiste de excisão cirúrgica e remoção dos fatores irritativos locais (HIRSHBERG et al., 2003; NEVILLE et al., 2004).

28 Comunicação celular através de citocinas A entrada de moléculas estranhas ou a ocorrência de injúria aos tecidos promovem a ativação de diversos tipos celulares, desencadeando eventos celulares e moleculares que caracterizam localmente o processo inflamatório. Estes eventos são promovidos, em parte, por polipeptídios denominados citocinas, secretados pelas células da imunidade inata e adaptativa. Esses polipeptídios participam da comunicação intercelular em sítios específicos (inflamatórios ou não), atuando no recrutamento, crescimento, ativação ou inibição celular, desencadeando alterações fisiológicas significativas na região (ABBAS & LICHTMAN, 2005). As citocinas são capazes de atuar em diferentes tipos celulares (pleiotropismo), gerando efeitos biológicos diversos. Podem atuar de forma autócrina, ou seja, na própria célula produtora; parácrina, em uma célula vizinha; ou endócrina, em células distantes do sítio de produção, quando produzidas em grande quantidade. Seus mecanismos de ação iniciam assim que entram em contato, ou se ligam a seus receptores específicos expressos na membrana das células-alvo. A ligação citocina/receptor é de alta afinidade, não sendo necessários níveis elevados de receptores e citocinas para que se tenha uma resposta biológica (ABBAS & LICHTMAN, 2005). A expressão de citocinas e seus receptores é controlada pela presença de antígenos e pelas próprias citocinas. A resposta imunológica inata envolve mecanismos celulares e bioquímicos de defesa que já existem antes de se iniciar uma infecção ou contato com antígeno, sendo capaz de imediata resposta a uma agressão. Algumas das citocinas que medeiam a resposta imunológica inata são: fator de necrose tumoral (TNF), interleucina-1 (IL-1), interferon tipo 1 (IFN-1), interleucina 10 (IL-10) e as quimiocinas.

29 26 Quimiocina significa citocina quimiotática (chemo: químico; kinetic: cinética/movimento). Estas fazem parte de uma pequena superfamília de proteínas de 8 a 12 kd, que podem ser produzidas por vários tipos celulares, sendo algumas em resposta a um antígeno, processo inflamatório ou injúria, e outras produzidas naturalmente sem qualquer estímulo. Em ambas as condições, as quimiocinas mantêm seu papel de regulação do trafego (recrutamento) e passagem de células dos vasos para o tecido em direção à região alvo (inflamada ou não). Este tráfego celular recebe o nome de diapedese (ALBELDA et a., 1994; MANCARDI et al., 2003; WONG et al., 2003). A interação de quimiocinas na superfície das células endoteliais tem sido estudada para avaliar este recrutamento e extravasamento de leucócitos dos vasos para a região extravascular (ALBELDA et al., 1994). Mancardi, et al. (2003) mostraram em seus estudos que as células circulantes do sangue periférico são capazes de aderir às células endoteliais de capilares terminais e imigrar para a área requisitante (área de injúria, inflamada, infectada ou não). Os autores relatam também que células macrofágicas e granulócitos permanecem acumulados na região recrutante, enquanto linfócitos que encontram antígenos específicos ficam acumulados apenas transitoriamente (MANCARDI et al., 2003). Além desta função quimiotática, estas proteínas são capazes de interferir na maturação de células dendríticas, ativação de macrófagos, degranulação de neutrófilos, transferência de anticorpos e ativação de células T (WONG et al., 2003). As quimiocinas são divididas em famílias que se diferem pela disposição de seus resíduos de cisteínas: CC (com cisteínas adjacentes), CXC (cisteínas separadas por um aminoácido), C (possui apenas uma cisteína) e CX 3 C (duas cisteínas separadas por três aminoácidos). As principais quimiocinas são as do grupo CC e CXC. O subgrupo CC atua mais sobre monócitos, linfócitos e eosinófilos, enquanto as CXC agem principalmente sobre neutrófilos (MANCARDI et al., 2003).

30 27 No recrutamento celular, as quimiocinas se ligam às proteoglicanas sulfato de heparan em células endoteliais, sendo assim expostas aos leucócitos circulantes. Segundo Abbas et al. (2005), A exibição celular aparentemente proporciona uma alta concentração local de quimiocinas, as quais atuam estimulando a mobilidade dos leucócitos que se ligam ao endotélio por meio das moléculas de adesão. Dentre as moléculas de adesão presentes na superfície dos leucócitos, se encontram receptores específicos para cada quimiocina determinando qual tipo celular deverá responder naquele local e instante, em direção ao gradiente de concentração (área que expressa maior quantidade de quimiocina). A ligação quimiocina-receptor desencadeia uma série de ativações enzimáticas intracelulares, promovendo, por exemplo, a locomoção celular ou mesmo uma regulação negativa capaz de interromper a resposta celular (ALBELDA et al., 1994; MANCAEDI et al., 2003; MENU et al., 2006; ROSSI et al., 2008). Histologicamente a LPCG e a LCCG possuem como característica predominante um estroma repleto de células mononucleares semelhantes a macrófagos (CARLOS et al., 2002; HIRSHBERG et al., 2003; LANGE et al., 2005; LANGE et al., 2007). De forma geral, os principais receptores de quimiocinas expressos por macrófagos são CCR1, CCR2 e CCR5 (MENU et al., 2006; MARZIO et al., 2005; ROSSI et al., 2000). Estes receptores podem se ligar e responder a diferentes quimiocinas como RANTES (CCL5), MIP-1α (CCL3) e MCP-1 (CCL2), todas produzidas pelas células endoteliais quando ativadas pelo LDL (lipoproteína de baixa densidade), por citocinas inflamatórias ou quando o endotélio é agredido (MARZIO et al., 2005; ROSSI et al., 2000). Estudos anteriores realizados por Souza et al. (2005), analisando a expressão de moléculas de adesão e de citocinas por células linfocíticas e monocíticas de sangue periférico, relataram alterações na expressão dessas moléculas em pacientes com LCCG quando

31 28 comparados a indivíduos não acometidos pela lesão. Foi observado aumento considerável na freqüência de monócitos circulantes expressando a citocina IL-10 no grupo LCCG. Resultados obtidos por Melo et al. (2006), mostram altas freqüências de células macrofágicas produtoras de IL-10 nos fragmentos de LCCG e de LPCG, sugerindo que essas células possam estar sendo recrutadas do sangue para os sítios de lesão. Por outro lado, por se tratarem de lesões bastante vascularizadas, seria possível que os mediadores solúveis produzidos nos sítios da lesão causassem alterações funcionais nos leucócitos que passam pelos vasos sanguíneos que as permeiam. Dessa forma, as alterações locais das lesões poderiam causar alterações sistêmicas nos leucócitos circulantes, como sugerido por Souza et al. (2005). Porém uma questão ainda ficava pendente: por que a ação antiinflamatória de IL-10 não impedia o crescimento da lesão? Melo et al., 2005, sugere, então, haver alterações nas vias moleculares de sinalização ativadas pela IL-10, ou que a produção de citocinas próinflamatórias seja bastante elevada a ponto de suplantar as ações antiinflamatórias da IL-10. Diante da alta freqüência de células macrofágicas nas lesões de células gigantes bucais, das baixas freqüências de células expressando marcadores de proliferação celular (SOUZA et al., 1999; SOUZA et al., 2000) e dos achados que suportam a participação efetiva de mediadores imuno-inflamatórios nos processos de comunicação celular, a participação de quimiocinas e seus receptores pode constituir um importante mecanismo para o crescimento dessas lesões a partir do recrutamento de células sanguíneas. 2.3 Receptor de quimiocina CCR5 O CCR5 é um polipeptídio estruturado por sete domínios α-hélicoidais transmembrânicos dispostos na superfície celular, capaz de se ligar a várias quimiocinas da

32 29 subfamília CC (LEACH et al., 2007; ABBAS et al., 2005). O CCR5 faz parte do grupo de receptores de quimiocina acoplados à proteína G (GPCRs) que, além de induzir a migração de células do sangue periférico para o tecido, é capaz de iniciar várias respostas intracelulares por meio do trifosfato de guanosina trimérico (GTP) associado à proteína de ligação G. Numa célula em repouso as proteínas G associadas ao receptor formam um complexo inativo estável que contêm difosfato de guanosina (GDP) ligado a subunidade Gα. A ocupação do receptor pelo ligante resulta em uma troca de GDP por GTP. A proteína G na forma ligada ao GTP, ativa numerosas enzimas celulares, incluindo uma isoforma de fosfatase C específica para fosfatidilinositol que atua aumentando o cálcio intracelular e ativando a proteína quinase C; importantes fatores de transcrição (LEACH et al., 2007). O CCR5 e o CCR1 desencadeiam outras cascatas bioquímicas orientadas pela via PI3-K e/ou FAK, que interferem na reorganização do citoesqueleto resultando em mobilidade celular aumentada, adesão focal, quimiotaxia e receptor de ligação (MARZIO et al., 2005). Samson et al. (1996), foram os primeiros a identificar o CCR5 como um receptor para MIP-1α (CCL3) e MIP-1β (CCL4) em células mononucleares de sangue periférico e em células transfectadas (LEACH et al., 2007). Raport et al. (1996) relataram expressão de mrna de CCR5 em células do timo e do baço e em células macrofágicas e linfócitos periféricos. Neste mesmo trabalho os autores relatam haver semelhança na seqüência de aminoácidos entre CCR5 e CCR2 (71%), CCR1 (55%), CCR3 (49%) e CCR4 (48%). Wong e Fish (2003) afirmam que o CCR5 é um receptor quimiotático expresso por células do tipo Th1 pró-inflamatórias. O CCR5 pode ser ativado pela ligação das quimiocinas MIP-1α (CCL3) e MIP-1β (CCL4), além de RANTES (CCL5) (WONG e FISH, 2003; LEACH, et al., 2007). Em 1999, Blanpain et al. mostraram que as quimiocinas MCP-2 e MCP-4 possuíam fraca capacidade de ativação do receptor CCR5 e que as quimiocinas MCP-1, MCP-3 e eotaxina

33 30 eram capazes de se ligar ao CCR5 competindo, desta forma, com a ligação da quimiocina MIP1-α ao CCR5. A ligação de MIP-1α e RANTES ao CCR5 promove fosforilação e intensa internalização deste receptor, o que reduz sua expressão na superfície celular, refletindo ativação da célula. Por outro lado, a ligação de MIP-1β promove menor internalização de CCR5 (MUELLER et al., 2002). Enquanto RANTES mostra-se como o mais potente ativador de CCR5, as quimiocinas MCP-2, MCP-3 e MCP-4 não desencadeiam internalização nem fosforilação deste receptor (MUELLER et al., 2002). A interação entre o receptor CCR5 e seus diferentes ligantes desencadeia cascatas de ativação intracelular variadas, podendo haver interligação entre elas ou não (LEACH et al., 2007; ROSSI e ZLOTNIK, 2000). A resposta celular vai então depender da quantidade e potência de ligação receptor-quimiocina (LEACH et al., 2007). Essa promiscuidade de ligação permite ao receptor CCR5 atuar no recrutamento misto de leucócitos, como células T, células dendríticas, monócitos e células natural killer (ABBAS et al., 2005; LEACH et al., 2007; MARZIO et al., 2005; MENU et al., 2006; MUELLER et al., 2002). Completando esta multifuncionalidade, o CCR5 age como um importante coreceptor, associado à superfície de células CD4+, para o vírus HIV (ROSSI & ZLOTNIK, 2000; MURDOCH & FINN, 2000). Na infecção pelo HIV, quimiocinas liberadas por linfócitos ativados se ligam ao CCR5, bloqueando (disputando) a ligação do vírus com a superfície da célula hospedeira (ROSSI e ZLOTNIK, 2000; MURDOCH e FINN, 2000; ABBAS et al., 2005; ROSSI et al., 2008). Isso retarda o desenvolvimento da infecção, uma vez que o vírus é intracelular obrigatório. Segundo Wong e Finn (2003), o CCR5 além de atuar no recrutamento celular para a área de inflamação, ele facilita a formação da sinapse imunológica. A sinapse imunológica corresponde à área de contato entre células T e as células apresentadoras de antígeno (APC),

34 31 favorecendo a interação entre moléculas sinalizadoras e seus receptores, permitindo uma reorganização do citoesqueleto e a ativação de novas cascatas de sinalização (ABBAS et al., 2005). Com a formação das sinapses, as moléculas sinalizadoras se aproximam umas das outras e de seus receptores, sendo então ativadas (WONG & FINN, 2003). Citocinas antiinflamatórias como IL-10 e imunossupressores são capazes de aumentar a expressão de CCR5 em monócitos humanos por prolongar a meia vida de seu RNA mensageiro. Este aumento de expressão é regulado pelas quinases STAT (transdutores de sinal e ativadores de transcrição) e MAP (quinase ativadora de mitose). Autores relatam também haver relação entre aumento de expressão de CCR5 e a estimulação de linfócitos T por IL-15 (LEACH et al., 2007). Menu et al. (2006), utilizando modelo experimental de mieloma múltiplo em camundongos, mostraram que a injeção de inibidor específico para CCR1 não afeta a migração de células neoplásicas para a medula, enquanto a injeção de inibidor de CCR5 causa bloqueio da migração celular. Este trabalho mostrou ainda que a quimiocina MIP-1α induz a migração de células do mieloma para dentro da medula óssea (processo denominado homing ) por ligação com CCR5 e não por CCR1. Analisando a interferência destes receptores na osteólise e angiogênese, os mesmos autores concluíram que a inibição de CCR1 provoca redução no tamanho das lesões (40%), as trabéculas ósseas aparecem com tamanho duas vezes maior que o normal e a densidade microvascular chega quase a níveis normais. Enquanto isso a inibição de CCR5 provoca uma redução da lesão apenas à metade da encontrada por CCR1 (20%), as trabéculas ósseas ficam aumentadas em uma vez e meia e a densidade microvascular fica totalmente reduzida. Os autores concluem que CCR1 interfere preferencialmente na osteólise enquanto CCR5 atua mais na osteoclastogênese, migração celular e angiogênese (MENU et al., 2006).

35 32 Sabendo que o receptor de quimiocina CCR5 participa ativamente do recrutamento de monócitos do sangue para sítios de lesões, da ativação leucocitária, da angiogênese e da osteoclastogênese, processos que ocorrem nas lesões de células gigantes bucais, o estudo da expressão desse receptor bem como de suas interações com diferentes quimiocinas pode ser útil pra a melhor compreensão dos mecanismos de desenvolvimento dessas lesões.

Inflamação aguda e crônica. Profa Alessandra Barone

Inflamação aguda e crônica. Profa Alessandra Barone e crônica Profa Alessandra Barone Inflamação Inflamação Resposta do sistema imune frente a infecções e lesões teciduais através do recrutamento de leucócitos e proteínas plasmáticas com o objetivo de neutralização,

Leia mais

Resposta Imunológica celular. Alessandra Barone

Resposta Imunológica celular. Alessandra Barone Resposta Imunológica celular Alessandra Barone Resposta mediada pelos linfócitos T: TCD4 e TCD8 Resposta contra microrganismos que estão localizados no interior de fagócitos e de células não fagocíticas

Leia mais

Universidade Federal Fluminense Resposta do hospedeiro às infecções virais

Universidade Federal Fluminense Resposta do hospedeiro às infecções virais Universidade Federal Fluminense Resposta do hospedeiro às infecções virais Disciplina de Virologia Departamento de Microbiologia e Parasitologia (MIP) Mecanismos de resposta inespecífica Barreiras anatômicas

Leia mais

Resposta imune adquirida do tipo celular

Resposta imune adquirida do tipo celular Universidade Federal do Pampa Campus Itaqui Curso de Nutrição Imunologia Resposta imune adquirida do tipo celular Profa. Dra. Silvana Boeira Imunidade adquirida Imunidade adaptativa = específica = adquirida

Leia mais

Granulopoese. Profa Elvira Shinohara

Granulopoese. Profa Elvira Shinohara Granulopoese Profa Elvira Shinohara Granulopoese = formação de neutrófilos, eosinófilos e basófilos Neutrófilos Eosinófilos Meia vida de 7 horas no sangue Basófilos NÚMERO TOTAL DE CÉLULAS NUCLEADAS NA

Leia mais

Aspectos Moleculares da Inflamação:

Aspectos Moleculares da Inflamação: Patologia Molecular Lucas Brandão Aspectos Moleculares da Inflamação: os mediadores químicos inflamatórios Inflamação São uma série de eventos programados que permitem com que Leucócitos e outras proteínas

Leia mais

Resposta imune inata (natural ou nativa)

Resposta imune inata (natural ou nativa) Universidade Federal do Pampa Campus Itaqui Curso de Nutrição Imunologia Resposta imune inata (natural ou nativa) Profa. Dra. Silvana Boeira Acreditou-se por muitos anos que a imunidade inata fosse inespecífica

Leia mais

HISTOLOGIA. Tecido Conjuntivo

HISTOLOGIA. Tecido Conjuntivo HISTOLOGIA Tecido Conjuntivo Tecido Conjuntivo Constituição: Células Matriz Extracelular: Fibras colágenas, elásticas e reticulares Substância Fundamental Amorfa glicosaminoglicanas e proteínas Líquido

Leia mais

Bases celulares, histológicas e anatômicas da resposta imune. Pós-doutoranda Viviane Mariguela

Bases celulares, histológicas e anatômicas da resposta imune. Pós-doutoranda Viviane Mariguela Bases celulares, histológicas e anatômicas da resposta imune Pós-doutoranda Viviane Mariguela As células do SI inato e adaptativo estão presentes como: - células circulantes no sangue e na linfa; - aglomerados

Leia mais

Imunologia. Introdução ao Sistema Imune. Lairton Souza Borja. Módulo Imunopatológico I (MED B21)

Imunologia. Introdução ao Sistema Imune. Lairton Souza Borja. Módulo Imunopatológico I (MED B21) Imunologia Introdução ao Sistema Imune Módulo Imunopatológico I (MED B21) Lairton Souza Borja Objetivos 1. O que é o sistema imune (SI) 2. Revisão dos componentes do SI 3. Resposta imune inata 4. Inflamação

Leia mais

Tecido Conjuntivo/Células. Células Residentes: presença constante

Tecido Conjuntivo/Células. Células Residentes: presença constante Tecido Conjuntivo/Células Populações Distintas: Células Residentes: presença constante Células Transitórias: originadas do sangue circulante. Migram para o conjuntivo em processos inflamatórios Tecido

Leia mais

TECIDO CONJUNTIVO. Depto de Morfologia, IB/UNESP-Botucatu

TECIDO CONJUNTIVO. Depto de Morfologia, IB/UNESP-Botucatu TECIDO CONJUNTIVO Depto de Morfologia, IB/UNESP-Botucatu TECIDO CONJUNTIVO Constituintes? - Matriz extracelular Proteínas fibrosas - Substância Fundamental - Células Residentes e Transitórias Variação

Leia mais

TECIDO CONJUNTIVO. Constituintes? - Matriz extracelular. - Substância Fundamental. - Células Residentes e Transitórias

TECIDO CONJUNTIVO. Constituintes? - Matriz extracelular. - Substância Fundamental. - Células Residentes e Transitórias TECIDO CONJUNTIVO TECIDO CONJUNTIVO Constituintes? - Matriz extracelular - Substância Fundamental - Células Residentes e Transitórias Células do Tecido Conjuntivo 1. Residentes: estáveis, permanentes -

Leia mais

Microambiente tumoral. Cristiane C. Bandeira A. Nimir

Microambiente tumoral. Cristiane C. Bandeira A. Nimir Microambiente tumoral Cristiane C. Bandeira A. Nimir cristiane@nimir.com.br PROGRESSÃO E AGRESSÃO TUMORAL CÉLULA NEOPLÁSICA: - Acúmulo de mutações CONTROLE DO CICLO CELULAR!! PROGRESSÃO E AGRESSÃO TUMORAL

Leia mais

Senha para inscrição no Moodle Mecanismos de Agressão e Defesa turma E. #aluno-mad1e

Senha para inscrição no Moodle Mecanismos de Agressão e Defesa turma E. #aluno-mad1e Senha para inscrição no Moodle Mecanismos de Agressão e Defesa turma E #aluno-mad1e Células do Sistema Imunitário e órgãos linfóides Neutrófilo fagocitando Candida albicans Professora Patrícia Albuquerque

Leia mais

INFLAMAÇÃO & REPARO TECIDUAL

INFLAMAÇÃO & REPARO TECIDUAL UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA UnB PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA MOLECULAR INFLAMAÇÃO & REPARO TECIDUAL Mestranda: Diane Oliveira Sumário 1) Inflamação 1.1- Visão geral 1.2- Inflamação Aguda Estímulos

Leia mais

Imunidade adaptativa (adquirida / específica):

Imunidade adaptativa (adquirida / específica): Prof. Thais Almeida Imunidade inata (natural / nativa): defesa de primeira linha impede infecção do hospedeiro podendo eliminar o patógeno Imunidade adaptativa (adquirida / específica): após contato inicial

Leia mais

Células do Sistema Imune

Células do Sistema Imune Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação Professora Ana Paula Peconick Tutor Karlos Henrique Martins Kalks Lavras/MG 2011 1 P ágina Ficha catalográfica preparada pela Divisão de Processos Técnicos

Leia mais

O sistema imune é composto por células e substâncias solúveis.

O sistema imune é composto por células e substâncias solúveis. Definição: estudo do sistema imune (SI) e dos mecanismos que os seres humanos e outros animais usam para defender seus corpos da invasão de microorganimos Eficiente no combate a microorganismos invasores.

Leia mais

Reparação. Regeneração Tecidual 30/06/2010. Controlada por fatores bioquímicos Liberada em resposta a lesão celular, necrose ou trauma mecânico

Reparação. Regeneração Tecidual 30/06/2010. Controlada por fatores bioquímicos Liberada em resposta a lesão celular, necrose ou trauma mecânico UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ COORDENAÇÃO DO CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA DISCIPLINA DE PATOLOGIA VETERINÁRIA Reparação Prof. Raimundo Tostes Reparação Regeneração: reposição de um grupo de células destruídas

Leia mais

Complexo Principal de Histocompatibilidade. Alessandra Barone

Complexo Principal de Histocompatibilidade. Alessandra Barone Complexo Principal de Histocompatibilidade Alessandra Barone MHC Complexo principal de histocompatibilidade (MHC) ou antígeno leucocitário humano (HLA) Conjunto de proteínas associadas a membrana celular

Leia mais

- Tecidos e órgãos linfoides - Inflamação aguda

- Tecidos e órgãos linfoides - Inflamação aguda - Tecidos e órgãos linfoides - Inflamação aguda ÓRGÃOS LINFÓIDES ÓRGÃOS LINFÓIDES PRIMÁRIOS: - Medula óssea - Timo ÓRGÃOS LINFÓIDES SECUNDÁRIOS: - Linfonodos - Placas de Peyer - Tonsilas - Baço ÓRGÃO LINFÓIDE

Leia mais

Profº André Montillo

Profº André Montillo Profº André Montillo www.montillo.com.br Sistema Imunológico Simples: Não Antecipatório / Inespecífico Sistema Imune Antígeno Específico: Antecipatório Sistema Imunológico Simples: Não Antecipatório /

Leia mais

ADRIANA MACHADO SARAIVA

ADRIANA MACHADO SARAIVA Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Faculdade de Odontologia AVALIAÇÃO DA EXPRESSÃO DO RECEPTOR DE QUIMIOCINAS CCR5 NAS LESÕES DE CÉLULAS GIGANTES BUCAIS ADRIANA MACHADO SARAIVA Belo Horizonte

Leia mais

Faculdade de Medicina da Universidade do Porto Regulação e Amplificação da reacção imunológica : Citocinas e Quimiocinas

Faculdade de Medicina da Universidade do Porto Regulação e Amplificação da reacção imunológica : Citocinas e Quimiocinas Faculdade de Medicina da Universidade do Porto Regulação e Amplificação da reacção imunológica : Citocinas e Quimiocinas 16-11- 06 Imunologia 2006/2007 8 páginas Citocinas: características gerais Citocinas

Leia mais

CITOCINAS. Aarestrup, F.M.

CITOCINAS. Aarestrup, F.M. CITOCINAS Propriedades gerais Proteínas de baixo peso molecular Comunicação Cel-Cel Mensageiros do sistema imune Receptores de membrana Signal transduction Célula Alvo Expressão de genes Gene Citocina

Leia mais

Imunologia. Diferenciar as células e os mecanismos efetores do Sistema imune adquirido do sistema imune inato. AULA 02: Sistema imune adquirido

Imunologia. Diferenciar as células e os mecanismos efetores do Sistema imune adquirido do sistema imune inato. AULA 02: Sistema imune adquirido Imunologia AULA 02: Sistema imune adquirido Professor Luiz Felipe Leomil Coelho Departamento de Ciências Biológicas E-mail: coelho@unifal-mg.edu.br OBJETIVO Diferenciar as células e os mecanismos efetores

Leia mais

Células do Sistema Imune

Células do Sistema Imune Células Células do Sistema Imune Linfócitos NK Células Dendríticas Macrófagos e Monócitos Neutrófilos Eosinófilos Mastócitos Basófilos 1 2 Linfócitos São as únicas células com receptores específicos para

Leia mais

INFLAMAÇÃO. Prof a Adriana Azevedo Prof. Archangelo P. Fernandes Processos Patológicos Gerais

INFLAMAÇÃO. Prof a Adriana Azevedo Prof. Archangelo P. Fernandes Processos Patológicos Gerais INFLAMAÇÃO Prof a Adriana Azevedo Prof. Archangelo P. Fernandes Processos Patológicos Gerais Para quê serve? A INFLAMAÇÃO é uma resposta do tecido à lesão, ela procura conter e isolar a lesão e preparar

Leia mais

Tecido Conjuntivo. Prof Cristiano Ricardo Jesse

Tecido Conjuntivo. Prof Cristiano Ricardo Jesse Tecido Conjuntivo Prof Cristiano Ricardo Jesse Tecido conjuntivo Estabelecimento e manutenção da forma do corpo Conjunto de moléculas Conecta e liga as células e órgãos Suporte ao corpo Tecido conjuntivo

Leia mais

TECIDO CONJUNTIVO TECIDO CONJUNTIVO TECIDO CONJUNTIVO 25/10/2016. Origem: mesoderma Constituição: Funções:

TECIDO CONJUNTIVO TECIDO CONJUNTIVO TECIDO CONJUNTIVO 25/10/2016. Origem: mesoderma Constituição: Funções: TECIDO CONJUNTIVO TECIDO CONJUNTIVO Origem: mesoderma Constituição: Diversos tipos de células Matriz extracelular: substância fundamental e fibras TECIDO CONJUNTIVO Funções: Sustentação estrutural Preenchimento

Leia mais

Reparo Tecidual: Regeneração e Cicatrização. Processos Patológicos Gerais Profa. Adriana Azevedo Prof. Archangelo P. Fernandes

Reparo Tecidual: Regeneração e Cicatrização. Processos Patológicos Gerais Profa. Adriana Azevedo Prof. Archangelo P. Fernandes Reparo Tecidual: Regeneração e Cicatrização Processos Patológicos Gerais Profa. Adriana Azevedo Prof. Archangelo P. Fernandes Reparo Tecidual Ferida (lesão) 3 processos envolvidos no reparo: 1.Hemostasia

Leia mais

06/11/2009 TIMO. Seleção e educação de linfócitos ÓRGÃOS LINFÓIDES E CÉLULAS DO SISTEMA IMUNE ÓRGÃOS LINFÓIDES. Primários: Medula óssea e timo

06/11/2009 TIMO. Seleção e educação de linfócitos ÓRGÃOS LINFÓIDES E CÉLULAS DO SISTEMA IMUNE ÓRGÃOS LINFÓIDES. Primários: Medula óssea e timo ÓRGÃOS LINFÓIDES Primários: Medula óssea e timo ÓRGÃOS LINFÓIDES E CÉLULAS DO SISTEMA IMUNE Secundários: Linfonodos Baço Tecidos linfóides associado a mucosa Prof. Renato Nisihara Ossos chatos Esterno,,

Leia mais

Expansão clonal de Linfócitos T Helper

Expansão clonal de Linfócitos T Helper Expansão clonal de Linfócitos T Helper Ativação dos linfócitos T Entrada do antígeno no organismo Captura do antígeno pelas células dendríticas Migração da célula dendrítica para gânglio linfático ou baço

Leia mais

DISCIPLINA DE PATOLOGIA GERAL

DISCIPLINA DE PATOLOGIA GERAL DISCIPLINA DE PATOLOGIA GERAL INFLAMAÇÃO CRÔNICA PARTE 4 http://lucinei.wikispaces.com Prof.Dr. Lucinei Roberto de Oliveira 2013 INFLAMAÇÃO CRÔNICA Inflamação de duração prolongada na qual a inflamação

Leia mais

TECIDOS LINFÓIDES PRIMÁRIOS ONTOGENIA DE LINFÓCITOS

TECIDOS LINFÓIDES PRIMÁRIOS ONTOGENIA DE LINFÓCITOS TECIDOS LINFÓIDES PRIMÁRIOS ONTOGENIA DE LINFÓCITOS Organização anatômica do sistema imune De onde vêm e para onde vão as células do sistema imune Como é a organização dos tecidos/órgãos linfóides Tecidos

Leia mais

COMPLEXO PRINCIPAL DE HISTOCOMPATIBILIDADE - MHC. Profa Valeska Portela Lima

COMPLEXO PRINCIPAL DE HISTOCOMPATIBILIDADE - MHC. Profa Valeska Portela Lima COMPLEXO PRINCIPAL DE HISTOCOMPATIBILIDADE - MHC Profa Valeska Portela Lima Introdução Todas as espécies possuem um conjunto de genes denominado MHC, cujos produtos são de importância para o reconhecimento

Leia mais

Reações de Hipersensibilidade

Reações de Hipersensibilidade UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA Reações de Hipersensibilidade Conceito Todos os distúrbios causados pela resposta imune são chamados de doenças de Hipersensibilidade Prof. Gilson C.Macedo Classificação

Leia mais

Processo Inflamatório e Lesão Celular. Professor: Vinicius Coca

Processo Inflamatório e Lesão Celular. Professor: Vinicius Coca Processo Inflamatório e Lesão Celular Professor: Vinicius Coca www.facebook.com/profviniciuscoca www.viniciuscoca.com O que é inflamação? INFLAMAÇÃO - Inflamare (latim) ação de acender, chama FLOGOSE phlogos

Leia mais

Resposta Imunológica humoral. Alessandra Barone

Resposta Imunológica humoral. Alessandra Barone Resposta Imunológica humoral Alessandra Barone Estimulada por antígenos extracelulares Mediada por anticorpos produzidos por plasmócitos. Linfócito B Resposta T independente: Estimulada diretamente por

Leia mais

CÉLULAS SANGUÍNEAS. Professora Janaina Serra Azul Monteiro Evangelista

CÉLULAS SANGUÍNEAS. Professora Janaina Serra Azul Monteiro Evangelista CÉLULAS SANGUÍNEAS Professora Janaina Serra Azul Monteiro Evangelista No nosso sangue circulam vários tipos de células Glóbulos vermelhos Que também podem ser chamados hemácias ou eritrócitos. Glóbulos

Leia mais

Imunologia. Células do Sistema Imune. Professora Melissa Kayser

Imunologia. Células do Sistema Imune. Professora Melissa Kayser Imunologia Células do Sistema Imune Professora Melissa Kayser Composição do sangue Origem Origem Células sanguíneas Hematoxilina: Corante básico. Eosina: Corante ácido. Células do sistema imune Leucograma

Leia mais

Resposta imune inata e adaptativa. Profa. Alessandra Barone

Resposta imune inata e adaptativa. Profa. Alessandra Barone Resposta imune inata e adaptativa Profa. Alessandra Barone Resposta imune Resposta imunológica Reação a componentes de microrganismos, macromoléculas como proteínas, polissacarídeos e substâncias químicas

Leia mais

Regulação Endócrina do metabolismo do cálcio e do fosfato

Regulação Endócrina do metabolismo do cálcio e do fosfato Regulação Endócrina do metabolismo do cálcio e do fosfato Profa. Letícia Lotufo Distribuição de cálcio Intracelular: 10-7 M Livre: 0,2 mg Pode aumentar de 10 a 100x Potencial de ação Contração Motilidade

Leia mais

Órgãos e Células do Sistema Imune

Órgãos e Células do Sistema Imune Curso: farmácia Componente curricular: Imunologia Órgãos e Células do Sistema Imune DEYSIANE OLIVEIRA BRANDÃO ORIGEM DO SISTEMA IMUNE Origina-se a partir de células jovens denominadas STEM CELLS ou hemocitoblastos.

Leia mais

Mecanismos bio-moleculares responsáveis pela captação e interpretação dos sinais do meio externo e interno comunicação celular

Mecanismos bio-moleculares responsáveis pela captação e interpretação dos sinais do meio externo e interno comunicação celular Mecanismos bio-moleculares responsáveis pela captação e interpretação dos sinais do meio externo e interno comunicação celular Transferência citoplasmática direta de sinais elétricos e químicos Como as

Leia mais

Resposta imune adquirida

Resposta imune adquirida Resposta imune adquirida Resposta imune adquirida Também denominada: - Resposta imune tardia - Resposta imune adaptativa É caracterizada por ocorrer em períodos mais tardios após o contato com um agente

Leia mais

IMUNIDADE INATA. Profa. Rosa Maria Tavares Haido Profa. Associada Disciplina de Imunologia

IMUNIDADE INATA. Profa. Rosa Maria Tavares Haido Profa. Associada Disciplina de Imunologia Profa. Rosa Maria Tavares Haido Profa. Associada Disciplina de Imunologia Barreiras Físicas Pele e Mucosas integridade colonização rompimento Cirurgia,queimadura, perfuração. Etc. aderência Pili, PTN M,

Leia mais

Medula Óssea. Doutoranda: Luciene Terezina de Lima

Medula Óssea. Doutoranda: Luciene Terezina de Lima Medula Óssea Doutoranda: Luciene Terezina de Lima Hemopoese É a produção de células sanguineas. Processo dinamico que requer o reabastecimento de mais de 7x10 9 células (leucócitos, eritrócitos e plaquetas)/

Leia mais

TECIDO HEMATOPOIÉTICO E SANGUÍNEO

TECIDO HEMATOPOIÉTICO E SANGUÍNEO TECIDO HEMATOPOIÉTICO E SANGUÍNEO CARACTERÍSTICAS Denomina-se hematopoiese o processo de formação dos elementos figurados do sangue; A hematopoiese antes do nascimento ocorre no saco vitelínico do embrião

Leia mais

Hematopoese. Prof. Archangelo P. Fernandes Profa. Alessandra Barone

Hematopoese. Prof. Archangelo P. Fernandes Profa. Alessandra Barone Hematopoese Prof. Archangelo P. Fernandes Profa. Alessandra Barone www.profbio.com.br Sangue Tecido fluido circulante, formado por uma fase sólida de células diferenciadas e por uma fase líquida denominada

Leia mais

Importância dos processos de sinalização. Moléculas sinalizadoras (proteínas, peptídeos, aminoácidos, hormônios, gases)

Importância dos processos de sinalização. Moléculas sinalizadoras (proteínas, peptídeos, aminoácidos, hormônios, gases) Sinalização celular Importância dos processos de sinalização Seres unicelulares Seres multicelulares Moléculas sinalizadoras (proteínas, peptídeos, aminoácidos, hormônios, gases) Receptores Proteínas -

Leia mais

Patologia Buco Dental Prof. Dr. Renato Rossi Jr.

Patologia Buco Dental Prof. Dr. Renato Rossi Jr. Cistos Odontogênicos Introdução Os cistos derivados dos tecidos odontogênicos são caracterizados como lesões de extraordinária variedade. O complexo desenvolvimento das estruturas dentárias é refletido

Leia mais

Fisiologia celular I. Fisiologia Prof. Msc Brunno Macedo

Fisiologia celular I. Fisiologia Prof. Msc Brunno Macedo celular I celular I Objetivo Conhecer os aspectos relacionados a manutenção da homeostasia e sinalização celular Conteúdo Ambiente interno da célula Os meios de comunicação e sinalização As bases moleculares

Leia mais

A Resposta Imune Adaptativa

A Resposta Imune Adaptativa A Resposta Imune Adaptativa Defesa Inata Infecção domina Acúmulo de antígeno Replicação do patógeno Mudanças no ambiente celular Ativação da Resposta Imune Adaptativa Envolve células T e B antígenoespecíficas

Leia mais

DOS TECIDOS BUCAIS. Periodontopatias. Pulpopatias. Periapicopatias TIPOS: -INCIPIENTE -CRÔNICA -HIPERPLÁSICA. Causada pelo biofilme bacteriano

DOS TECIDOS BUCAIS. Periodontopatias. Pulpopatias. Periapicopatias TIPOS: -INCIPIENTE -CRÔNICA -HIPERPLÁSICA. Causada pelo biofilme bacteriano LESÕES INFLAMATÓRIAS DOS TECIDOS BUCAIS PERIODONTOPATIAS PERIODONTOPATIAS DOENÇAS DO PERIODONTO Periodontopatias Pulpopatias Periapicopatias Inflamação limitada aos tecidos moles que circundam os dentes(tec.peridentais).

Leia mais

Resposta inicial que, em muitos casos, impede a infecção do hospedeiro podendo eliminar os micróbios

Resposta inicial que, em muitos casos, impede a infecção do hospedeiro podendo eliminar os micróbios Resposta inicial que, em muitos casos, impede a infecção do hospedeiro podendo eliminar os micróbios Células da imunidade inata (macrófagos e neutrófilos) chegam rapidamente e em grande número no foco

Leia mais

Sangue e Sistema Linfoide

Sangue e Sistema Linfoide Sangue e Sistema Linfoide Objetivos da aula os estudantes deverão ser capazes de... Listar os componentes celulares (fração celular) e não celulares (fração fluida) do sangue e relatar sua morfologia e

Leia mais

Histologia. Leonardo Rodrigues EEEFM GRAÇA ARANHA

Histologia. Leonardo Rodrigues EEEFM GRAÇA ARANHA Histologia. Leonardo Rodrigues EEEFM GRAÇA ARANHA Histologia Ramo da Biologia que estuda os tecidos; Tecido - é um conjunto de células, separadas ou não por substâncias intercelulares e que realizam determinada

Leia mais

Imunidade adaptativa celular

Imunidade adaptativa celular Universidade de São Paulo Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Pós-graduação em Imunologia Básica e Aplicada Disciplina RIM 5757 Integração Imunologia Básica-Clínica Imunidade adaptativa celular Cássia

Leia mais

Ontogenia do Linfócito T

Ontogenia do Linfócito T Ontogenia do Linfócito T Processamento e Apresentação de Antígenos para Reconhecimento por TCR Diferente da imunoglobulina, o receptor do linfócito T reconhece antígeno protéico somente quando associado

Leia mais

UNIVERSIDADE ESTADUAL DA BAHIA - UNEB DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA VIDA DCV CCS006 - BIOLOGIA CELULAR. Sinalização Celular SALVADOR - BA 2016

UNIVERSIDADE ESTADUAL DA BAHIA - UNEB DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA VIDA DCV CCS006 - BIOLOGIA CELULAR. Sinalização Celular SALVADOR - BA 2016 UNIVERSIDADE ESTADUAL DA BAHIA - UNEB DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA VIDA DCV CCS006 - BIOLOGIA CELULAR Sinalização Celular PROFª POLYANNA CARÔZO DE OLIVEIRA SALVADOR - BA 2016 Introdução Evolução da multicelularidade

Leia mais

SANGUE Funções (transporte):

SANGUE Funções (transporte): Funções (transporte): Nutrientes Produtos do metabolismo Metábolitos Hormônios e outras moléculas sinalizadoras Eletrólitos Funções (transporte): Células diapedese tecidos diapedese microorganismo diapedese

Leia mais

EFEITOS GERAIS DA INFLAMAÇÃO

EFEITOS GERAIS DA INFLAMAÇÃO EFEITOS GERAIS DA INFLAMAÇÃO Inflamação: reação local, multimediada e esteriotipada, mas tende a envolver o organismo como um todo. Mensageiros químicos liberados do foco de lesão: Moléculas de células

Leia mais

10/02/2011 VACINAS IMUNIZAÇÃO. Referências Bibliográficas:

10/02/2011 VACINAS IMUNIZAÇÃO. Referências Bibliográficas: INTRODUÇÃO À IMUNOLOGIA: PROPRIEDADES GERAIS Prof. MSc. Weverson Pires wlp_cell@yahoo.com.br pirescell@gmail.com Referências Bibliográficas: ANTUNES, L. Imunologia Geral. Rio de Janeiro: Atheneu, 1998.

Leia mais

Princípios imunológicos do transplante renal

Princípios imunológicos do transplante renal Princípios imunológicos do transplante renal Profª. Drª. Elen Almeida Romão Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Disciplina de pós-graduação RCM 5893-1 Área: Clinica Médica 2017 Parte 1 - Histórico.

Leia mais

Hematopoiese. Aarestrup, F.M.

Hematopoiese. Aarestrup, F.M. Hematopoiese Stem cells - pluripotencial Baixa frequência -1/10 4 cels da M.O Proliferação e diferenciação - linhagens linfóide e mielóide (3.7 X 10 11 cels/dia) Cels do estroma M.O - hematopoietic-inducing

Leia mais

TECIDO HEMATOPOIETICO E SANGUÍNEO

TECIDO HEMATOPOIETICO E SANGUÍNEO TECIDO HEMATOPOIETICO E SANGUÍNEO CARACTERÍSTICAS O sangue é o único tecido conjuntivo líquido do copo; Funções: + Transporte (O 2, CO 2, nutrientes, resíduos, hormônios); + Regulação (ph, temperatura,

Leia mais

Carlos Sinogas Imunologia 2016/17

Carlos Sinogas Imunologia 2016/17 Teoria de Paul-Ehrlich (1900) Características da resposta imune Especificidade Discriminação entre diferente moléculas e resposta apenas às relevantes Adaptabilidade Capacidade de resposta a entidades

Leia mais

Ontogenia de Linfócito T. Alessandra Barone

Ontogenia de Linfócito T. Alessandra Barone Ontogenia de Linfócito T Alessandra Barone Ontogenia de Linfócitos Desenvolvimento dos linfócitos Necessidade de desenvolvimento e maturação de linfócitos para produção de receptores de antígenos Estímulos

Leia mais

Requisitos básicos. Nas regiões hematopoéticas, 50% do tecido medular é representado por gordura. O tecido hematopoético pode ocupar áreas de gordura.

Requisitos básicos. Nas regiões hematopoéticas, 50% do tecido medular é representado por gordura. O tecido hematopoético pode ocupar áreas de gordura. Hematopoese Requisitos básicos. 1. Stem cells (células tronco hematopoéticas). 2. Meio ambiente medular (fibroblastos, macrófagos e células endoteliais). 3. Fatores de crescimento (GM-CSF, Eritropoietina...)

Leia mais

Anatomia patológica da rejeição de transplantes

Anatomia patológica da rejeição de transplantes Anatomia patológica da rejeição de transplantes Transplantes de Órgãos e Tecidos Aspectos inflamatórios e imunológicos da rejeição Daniel Adonai Machado Caldeira Orientador: Prof. Nivaldo Hartung Toppa

Leia mais

Resposta Imune Humoral Dr. Carlos R Prudencio

Resposta Imune Humoral Dr. Carlos R Prudencio Resposta Imune Humoral Dr. Carlos R Prudencio O Sistema Imune e os agentes infecciosos Técnicas sorológicas e de biologia molecular no diagnóstico de agentes infecciosos Órgãos do sistema linfóide Introdução:

Leia mais

Antiinflamatórios 21/03/2017. Córtex da SR. Fascicular: Glicocorticoides Cortisol AINES. Esteroidais. Hormônios da SR

Antiinflamatórios 21/03/2017. Córtex da SR. Fascicular: Glicocorticoides Cortisol AINES. Esteroidais. Hormônios da SR Glicocorticoides Antiinflamatórios AINES Esteroidais Prof. Herval de Lacerda Bonfante Departamento de Farmacologia Corticosteroides - Glicorticoides Hormônios da SR Medular: SNA (Adrenalina) Córtex: Corticosteróides

Leia mais

Disciplina: Imunologia Tema: Imunologia Iniciando o Conteúdo

Disciplina: Imunologia Tema: Imunologia Iniciando o Conteúdo Disciplina: Imunologia Tema: Imunologia Iniciando o Conteúdo Os microrganismos patogênicos são capazes de provocar doenças? A principal função do sistema imunológico é, prevenir ou limitar infecções causadas

Leia mais

Hematopoese Aspectos gerais

Hematopoese Aspectos gerais Hematopoese Aspectos gerais Hematopoese As células do sangue têm um tempo de vida limitado! Renovação celular proliferação mitótica Células precursoras. Órgãos hemocitopoéticos: Vida pré-natal: Mesoderma

Leia mais

4ª Ficha de Trabalho para Avaliação Biologia (12º ano)

4ª Ficha de Trabalho para Avaliação Biologia (12º ano) 4ª Ficha de Trabalho para Avaliação Biologia (12º ano) Ano Lectivo: 2008/2009 Nome: Nº Turma: CT Curso: CH-CT Data: 06/03/2009 Docente: Catarina Reis NOTA: Todas as Respostas são obrigatoriamente dadas

Leia mais

Cada célula é programada para responder a combinações específicas de moléculas sinalizadoras

Cada célula é programada para responder a combinações específicas de moléculas sinalizadoras Sinalização celular Cada célula é programada para responder a combinações específicas de moléculas sinalizadoras Etapas da Sinalização 1) Síntese e liberação da molécula sinalizadora pela célula sinalizadora

Leia mais

IHQ em material fixado em formol e incluído em parafina ð Método de escolha

IHQ em material fixado em formol e incluído em parafina ð Método de escolha Imuno-histoquímica IHQ em material fixado em formol e incluído em parafina ð Método de escolha Vantagens: material coletado, fixado e processado convencionalmente: biópsias incisionais e excisionais, core

Leia mais

Prática 00. Total 02 Pré-requisitos 2 CBI257. N o. de Créditos 02. Período 3º. Aprovado pelo Colegiado de curso DATA: Presidente do Colegiado

Prática 00. Total 02 Pré-requisitos 2 CBI257. N o. de Créditos 02. Período 3º. Aprovado pelo Colegiado de curso DATA: Presidente do Colegiado 1 Disciplina IMUNOLOGIA PROGRAMA DE DISCIPLINA Departamento DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Carga Horária Semanal Pré-requisitos Teórica 02 Prática 00 Total 02 Pré-requisitos Unidade ICEB Código CBI126

Leia mais

Tecido conjuntivo e tecido osseo

Tecido conjuntivo e tecido osseo Tecido conjuntivo e tecido osseo Tipos de tecido conjuntivo Tecidos responsáveis por unir, ligar, nutrir, proteger e sustentar os outros tecidos Tecidos Conjuntivos Propriamente Ditos Frouxo Denso Modelado

Leia mais

O SANGUE HUMANO. Professora Catarina

O SANGUE HUMANO. Professora Catarina O SANGUE HUMANO Professora Catarina SANGUE Principais funções: Transportar O 2 e nutrientes a todas as células do corpo; Recolher CO 2 e excreções; Transportar hormônios; Proteger o corpo contra a invasão

Leia mais

Biologia. Transplantes e Doenças Autoimunes. Professor Enrico Blota.

Biologia. Transplantes e Doenças Autoimunes. Professor Enrico Blota. Biologia Transplantes e Doenças Autoimunes Professor Enrico Blota www.acasadoconcurseiro.com.br Biologia HEREDITARIEDADE E DIVERSIDADE DA VIDA- TRANSPLANTES, IMUNIDADE E DOENÇAS AUTOIMUNES Os transplantes

Leia mais

TECIDO ÓSSEO. Prof a Cristiane Oliveira

TECIDO ÓSSEO. Prof a Cristiane Oliveira TECIDO ÓSSEO Prof a Cristiane Oliveira TECIDO ÓSSEO QUAIS SUAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS? Componente principal do esqueleto; Caracterizado pela rigidez e dureza, mas é dinâmico, adaptando-se as demandas

Leia mais

TECIDO ÓSSEO PARTE ORGÂNICA DA MATRIZ ÓSSEA (MATRIZ ORGÂNICA) COMPOSIÇÃO: FIBRAS COLÁGENAS, GLICOPROTEÍNAS, PROTEOGLICANAS E GLICOSAMINOGLICANAS)

TECIDO ÓSSEO PARTE ORGÂNICA DA MATRIZ ÓSSEA (MATRIZ ORGÂNICA) COMPOSIÇÃO: FIBRAS COLÁGENAS, GLICOPROTEÍNAS, PROTEOGLICANAS E GLICOSAMINOGLICANAS) TECIDO ÓSSEO TECIDO ÓSSEO CÉLULAS ÓSSEAS MATRIZ ÓSSEA CÉLULA OSTEOPROGENITORA OSTEOBLASTO OSTEÓCITO CÉLULA DE REVESTIMENTO ÓSSEO OSTEOCLASTO PARTE ORGÂNICA DA MATRIZ ÓSSEA (MATRIZ ORGÂNICA) COMPOSIÇÃO:

Leia mais

Introdução. Sangue. Tecido líquido Elementos figurados. Plasma. Glóbulos Sanguíneos. Matriz Extracelular. Glóbulos Vermelhos. Plasma.

Introdução. Sangue. Tecido líquido Elementos figurados. Plasma. Glóbulos Sanguíneos. Matriz Extracelular. Glóbulos Vermelhos. Plasma. Introdução Sangue Tecido líquido Elementos figurados Glóbulos Sanguíneos Plasma Matriz Extracelular Plasma Glóbulos Vermelhos Capilar Plaquetas Glóbulos Brancos http://www.sobiologia.com.br/conteudos/histologia/epitelio16.php

Leia mais

Tecido conjuntivo de preenchimento. Pele

Tecido conjuntivo de preenchimento. Pele Tecido conjuntivo de preenchimento Pele derme epiderme Pele papila dérmica crista epidérmica corte histológico da pele observado em microscopia de luz Camadas da Epiderme proliferação e diferenciação dos

Leia mais

ESPECIALIZAÇÃO EM MICROBIOLOGIA APLICADA UNIOESTE PROF. RAFAEL ANDRADE MENOLLI

ESPECIALIZAÇÃO EM MICROBIOLOGIA APLICADA UNIOESTE PROF. RAFAEL ANDRADE MENOLLI ESPECIALIZAÇÃO EM MICROBIOLOGIA APLICADA UNIOESTE PROF. RAFAEL ANDRADE MENOLLI Imunologia Definição: estudo do sistema imune (SI) e dos mecanismos que os seres humanos e outros animais usam para defender

Leia mais

Defesa não Especifica. Realizado por: Ricardo Neves

Defesa não Especifica. Realizado por: Ricardo Neves Defesa não Especifica Realizado por: Ricardo Neves Como se defende o nosso corpo das doenças? Vacinas? Como são feitas? Como funcionam? http://www.theimmunology.com/animations/vaccine.htm Constituição

Leia mais

TECIDO CONJUNTIVO. Prof. Cristiane Oliveira

TECIDO CONJUNTIVO. Prof. Cristiane Oliveira TECIDO CONJUNTIVO Prof. Cristiane Oliveira Tecido Conjuntivo Introdução e Funções - Caracteriza-se pela grande variedade de células e abundância de matriz extracelular; - Termo CONJUNTIVO Algo que junta

Leia mais