A presença do mito edipiano no Coração Satânico de Alan Parker. Palavra-chave: Édipo Rei; Coração Satânico; narrativa; intertextualidade.

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1 A presença do mito edipiano no Coração Satânico de Alan Parker Emerson CERDAS 1 Resumo O presente artigo procura analisar a influência da tragédia Édipo Rei de Sófocles no filme de 1987 de Alan Parker, Coração Satânico. As obras, ao tratarem do tema do incesto e da cegueira do homem diante do destino, apresentam uma estrutura narrativa que se assemelha. Deve-se levar em consideração que Sófocles rearranja o mito de Édipo de acordo com as necessidades do drama, dando a ele uma nova forma e um novo significado que praticamente obscureceu as outras versões do mito. É dessa versão sofocliana, e da sua interpretação freudiana, que devemos a grande influência do mito no século XX nas artes. Analisaremos como a narrativa do filme estrutura seu enredo utilizando da mesma estratégia narrativa que fez o drama de Sófocles ser considerado por Aristóteles como a maior obra do teatro grego clássico: a confluência entre reconhecimento e peripécia, que causa o desfecho da narrativa. Palavra-chave: Édipo Rei; Coração Satânico; narrativa; intertextualidade. Abstract This paper tries to analyze the influence of Sophocles' Oedipus Rex on Alan Parker's 1987 movie, Angel Heart. Dealing with incest and the blindness of the men in presence of fate, both works present a similar narrative structure. It must be considered that Sophocles rearranges Oedipus' myth in line with the demands of the Greek drama, giving to it a new form and a new meaning which overshadowed the myth's former renderings. The force of this myth's influence in the 20th century arts it's due to the Sophoclean version, through its Freudian interpretation. We will analyze how the narrative of the said movie structured its plot using the same narrative strategy that made the Sophoclean's play to be considered by Aristotle as classical Greek drama's 1 Doutorando em Estudos Literários. UNESP Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Ciências e Letras Departamento de Linguística. Araraquara SP Brasil emersoncerdas@yahoo.com.br

2 best piece: the confluence of recognition and peripeteia, which causes the narrative's final outcome Keywords: Oedipus The King; Angel Heart; narrative; intertextuality. 1. Introdução Ó desgraçado, oxalá nunca soubesses quem és Sófocles, Édipo Rei, (1979,p.114) Nenhum mito da mitologia grega teve tanta repercussão no século XX principalmente pela influência da psicanálise freudiana quanto o mito de Édipo e não é de se estranhar que o cinema seja afetado pela força dessa narrativa. Genette (1982) estabelece que a intertextualidade é uma relação de co-presença entre dois ou mais textos. Nem sempre a intertextualidade é clara e evidente. Além disso, as relações entre os textos ocorrem de diversos modos e essa retomada de outros textos faz parte mesmo do próprio trabalho artístico. Os índices dos textos indicam o movimento de retomada, não só de temas, mas também de métodos narrativos. Ao tratarmos da relação literatura e cinema, pensamos, primeiramente, na adaptação de obras literárias pelo cinema. Em De la literatura al cine (2000), José Noriega, comenta que existem dois procedimentos na adaptação, a adaptação integral e adaptação livre. Enquanto na adaptação integral o filme seria o mais fiel possível ao texto de partida, na adaptação livre, o texto primeiro serve como ponto de partida para a construção do discurso fílmico, porém este será autônomo. Ocorre que nem sempre o texto literário a que se refere o texto está claramente indicado. A intertextualidade, nesse caso, torna-se um poderoso recurso de criação, já que está subjacente e exige do expectador um conhecimento prévio para que o reconheça. O filme que passaremos analisar, em primeira instância, nada tem a ver com o mito de Édipo. O filme Coração Satânico apresenta uma narrativa independente a do mito do rei tebano e pode, desse modo, ser interpretado sem o (re)conhecimento do mito. Nosso intuito é mostrar que suas referências estão subjacentes à estrutura narrativa que conduz a ação do filme. Em nossa análise, demonstraremos que essa estrutura narrativa está intimamente ligada à estrutura do drama Édipo Rei de Sófocles. Desse modo, não é tanto a incidência do mito de Édipo em si, enquanto tema, que nos interessa, mas a incidência no filme da forma artística com que Sófocles enredou e

3 apresentou esse mito, retomando temas e questões caras à tragédia sofocliana, como por exemplo, a ambiguidade, a cegueira e a posição do homem diante das forças do destino. A matéria prima da tragédia clássica grega era o mito, narrativa tradicional do acervo religioso da cidade grega, que os espectadores do teatro conheciam previamente. Isso não significa que os autores dramáticos não podiam trabalhar com certa liberdade esses mitos, de acordo com as necessidades narrativas, estéticas e cênicas. Vidal-Naquet (1999, p.271) afirma que O mito heroico não é trágico por si só, é o poeta trágico que lhe dá esse caráter. Fazia parte, portanto, do trabalho do dramaturgo a reorganização do enredo do mito em vista da adequação dele aos requisitos do gênero trágico. Cada autor dá ao seu material uma ênfase, cria situações que melhor expressem esse caráter trágico, afinal, as tragédias não são mitos, mas obras literárias que trabalham com mitos. Assim, à medida que nos defrontamos com o uso de estratégias narrativas semelhantes no filme àquelas usadas por Sófocles, acreditamos demonstrar que não só há um reaproveitamento consciente e artístico do drama grego, mas também que o efeito estético produzido nessa construção cênica da obra que Aristóteles na Poética julgava a mais perfeita de todas as tragédias ainda hoje nos arrebata e é artística e esteticamente produtivo. 2. O Édipo Rei de Sófocles. A peça Édipo Rei de Sófocles foi apresentada, provavelmente, no ano de a.c. Curiosamente, esta que tem sido apreciada por séculos, não conseguiu ganhar o primeiro prêmio no concurso trágico, perdendo para um autor que hoje nos é desconhecido, Filocles, sobrinho de Ésquilo. Não apresentaremos aqui um resumo muito detalhado da peça, dando atenção apenas aos aspectos que nos interessam para a análise do filme Coração Satânico (1987). A peça se inicia com um grupo de suplicantes pedindo a Édipo que ele salve a cidade de Tebas da peste que a assola. Édipo é considerado o salvador da cidade, já que subira ao trono de Tebas por ter conseguido resolver o enigma da monstruosa Esfinge 2. 2 A Esfinge é um monstro metade mulher e metade leão, que possuía asas. Esse monstro ficava em uma montanha e apresentava enigmas aos viajantes. Quando os viajantes não conseguiam decifrá-los, o monstro então os matava.

4 Édipo avisa aos suplicantes que já enviara seu cunhado Creonte ao oráculo de Delfos para que Apolo lhe ajudasse a resolver a questão. Creonte retorna trazendo o oráculo: de acordo com o deus, era necessário punir com o exílio o assassino de Laio, antigo rei de Tebas. Assim, Édipo passa a investigar quem é esse assassino. Nessa investigação, Édipo interroga algumas personagens (por exemplo, Tirésias) que lhe vão revelando aos poucos que o próprio Édipo é o assassino de Laio. Mais do que isso, que o antigo rei é seu verdadeiro pai e que, por conseguinte, sua esposa Jocasta é a sua mãe. Diante de tal verdade, Jocasta se enforca, Édipo se cega com o broche do vestido da esposa-mãe. Édipo, assim, passa a conhecer a sua verdadeira origem. Diante dos fatos esclarecidos, compreende a verdade escondida nos antigos oráculos que prediziam que mataria o pai e dormiria com a mãe, oráculos estes cuja tentativa de impedir a realização criou os mecanismos necessários para a realização deles. Em linhas gerais esse é o enredo do Édipo de Sófocles. Os principais eventos dessa narrativa estão fora do drama, já que a peça em si é a revelação deles e a consequência dessa revelação. Esses eventos surgem na forma de narrativa dos mensageiros e na fala de Tirésias, que já no primeiro episódio da peça anuncia a Édipo que ele é o assassino de Laio. Édipo passa a maior parte da peça, buscando informações para refutar a acusação proferida por Tirésias. Nessa investigação, ele descobre que aquela fala terrível de Tirésias era verdade. Antes de analisarmos a estrutura da narrativa sofocliana, é preciso ter claro que essa não é a única ou a verdadeira versão sobre o mito de Édipo que circulava na Grécia Antiga. Falemos um pouco a respeito dessas versões para que melhor possamos compreender a importante inovação realizada por Sófocles. As referências que dispomos do mito de Édipo datam desde as primeiras obras da literatura grega, a Ilíada e a Odisseia. Havia também ciclos épicos (séc. VIII a.c.) sobre os mitos tebanos, dos quais temos hoje um vago conhecimento. Porém foi a tragédia clássica o principal veículo de transmissão das aventuras de Édipo. Para Ordep Serra (2007, p.588), os trágicos apresentam uma sutil transformação na legenda tebana, e essa transformação ocorreu quando Apolo e o oráculo de Delfos passaram a ter papel central nesse mito. Ésquilo, Sófocles e Eurípides compuseram obras com a temática da família de Édipo: Ésquilo levou em cena a trilogia Laio, Édipo e Os Sete contra Tebas, seguidos do drama satírico A Esfinge, das quais apenas Os Sete contra Tebas chegou até nós. Eurípides também escreveu um Édipo, drama hoje perdido do qual resta apenas alguns

5 fragmentos, além da tragédia As Fenícias. Das sete tragédias que nos chegaram de Sófocles, três tratam do mito edipiano: Édipo Rei, Antígona e Édipo em Colono. Apesar de existir todas essas versões da temática tebana, conforme nos mostra Ordep Serra (2007), todas elas foram, de algum modo, suplantadas pela versão de Sófocles que acabou tornando-se uma espécie de verdadeira narrativa sobre Édipo 3. No mito tal qual nos narra Homero, por exemplo, Édipo não se exila de Tebas, mas continua a governar a cidade, após descobrir o parricídio e a relação incestuosa com sua mãe. O exílio seria uma inovação dos trágicos, trabalhado, principalmente, por Sófocles, como decorrência de uma imprecação que Édipo lançou ao assassino de Laio, que depois revela ser o próprio Édipo. Também é uma inovação trágica a autopunição com o cegamento de Édipo. Essas punições sofridas fazem parte da interpretação trágica do mito. A tragédia, segundo Vernant (1999), trabalha o mito a partir do pensamento social da cidade do século V a.c., [...] com as contradições e tensões presentes nela, quando a chegada do direito e das instituições da vida política questionam no plano religioso e moral, os antigos valores tradicionais. (VERNANT, 1999, p.54). Não podemos deixar de pensar que no drama de Sófocles está em aberto a questão do crime voluntário e involuntário, discussão essa importante para o direito de qualquer época. Nesse novo contexto, o cidadão começa a sentir-se agente de seus atos, dotado de certa autonomia em relação às potências divinas, capaz de decidir seus atos na esfera político e pessoal. A expressão desta vontade, na tragédia, aparece na forma [...] de uma interrogação angustiante, referindo-se às relações do homem com seus atos: em que medida o homem é realmente a fonte de suas ações? (VERNANT, 1999, p.56). Voltaremos a esse ponto ao tratarmos da culpabilidade de Édipo, mas é importante termos em mente que, na tragédia, consciente ou não de seus atos, o homem é responsável por eles, portanto, deve sofrer as consequências. Conforme Vidal-Naquet (1999, p.272), sem os trágicos, o mito de Édipo é apenas uma história de uma criança abandonada e conquistadora, cujos eventos familiares não têm o fundo psicológico e moral com que se alcança nessa avaliação que os trágicos dão. Outro aspecto importante da inovação no enredo apresentada por Sófocles centra-se na participação da Esfinge. No mito tradicional, a Esfinge foi enviada a Tebas 3 Sobre a trajetória das variantes do mito de Édipo na literatura grega e as modificações apresentadas pelo drama de Sófocles cf. SERRA, O. A Trilha. In:. O Reinado de Édipo. (2007). Também recomendamos a leitura do verbete Édipo no Dicionário de mitologia grega e romana de Pierre Grimal (2011).

6 para castigar Laio, pois este se apaixonara pelo filho de Pélops, Crisipo e o raptara, tendo, assim, criado na mitologia grega o homossexualismo (SERRA, 2007, p.616). Pélops então teria amaldiçoado Laio e os sucessos ocorridos a posteriori seriam consequências dessa maldição. No drama de Sófocles não se conecta aos eventos de Édipo o rapto de Pélops. Não é esse o evento catalizador, mas sim o oráculo proferido em Delfos que leva Laio a expor seu filho nas montanhas. Sófocles, ao que nos parece, concentra na figura de Édipo a crise trágica. É no seu nascimento que ela germina, é na sua vida que ela se concentra, é na revelação que ela explode. O mito, portanto, tem um tratamento único na peça de Sófocles. Outras inovações podem ser citadas, como por exemplo, a distância temporal entre o assassinato de Laio e a descoberta de Édipo, a presença dos pastores tebano e coríntio e a participação ativa deles na história de Édipo. Contudo, em nossa opinião, a mais importante inovação de Sófocles está em, justamente, ter composto a narrativa como uma investigação policial. Para Trajano Vieira (2001, p.18), A investigação do assassinato de Laio e, num segundo momento, a indagação sobre a própria identidade, por parte de Édipo, ocupam lugar central na peça, substituindo o papel relevante que a maldição familiar tinha nas outras versões do mito. Segundo Ordep Serra (2007, p.116), muitos estudiosos, que notaram esse núcleo investigativo na peça sofocliana, apontaram essa tragédia como antepassada das histórias de detetives. Para Segal (2001, p.61), a estrutura do Édipo de Sófocles, por causa do seu peculiar modo de narrar, como uma investigação cujo investigador é no fim o investigado, é uma peça que também fala sobre a arte de narrar. Toda a ação da narrativa está fora do espaço cênico. Essa ação é trazida à cena por meio das narrativas das personagens. Mas o que assistimos (ou lemos) é a descoberta, pouco a pouco, do passado de Édipo e, com isso, podemos acompanhar também o impacto dessa descoberta na psicologia e no comportamento da personagem. A investigação lembra um interrogatório diante do tribunal. Cada personagem que aparece em cena surge como potencial testemunha do assassinato de Laio e no final da investigação policial, numa reviravolta fantástica, o investigador se descobre o investigado. Essa estrutura é única no teatro grego, pois Das tragédias que sobreviveram ao nosso tempo, Édipo Rei é a única que se constrói sob a forma de uma reconstituição do passado. (HIRATA, 2003, p.253).

7 Winkler (2009, p.138), analisando a influência da cultura e da literatura grega no cinema, afirma que os filmes de suspense tem um débito com narrativa de Sófocles, pois além de sua forma inovadora de narrar, o mito de Édipo envolve diferentes temas como incesto, assassinatos dentro da família e conflitos entre pais e filhos, a inevitabilidade do destino, que ainda hoje despertam nosso interesse. Ordep Serra (2007, p.28-29) nos lembra de que em nosso mundo, onde os mitos perderam seu caráter religioso, essas narrativas míticas se prestam como modelos de comportamento, como objeto de filósofos e pensadores, mas também como modelo para recriações artísticas. Nesse sentido, não se pode desprezar a presença dos mitos na cultura de massa [...] e com certeza está longe de cessar o movimento que lhes infunde vida nova por meio de contínuas recriações poéticas. (p.29) A estrutura da investigação em que o investigador é, sem o saber, o investigado possibilitou que o reconhecimento e a peripécia se concatenassem no mesmo evento, a descoberta do passado de Édipo. Segundo Aristóteles, na Poética (1452a), o mythos trágico, ou o enredo, pode ser simples ou complexo. Os simples são aqueles em que a mudança de fortuna ocorre sem peripécia (peripéteia) ou reconhecimento (anagnórisis), enquanto que os enredos complexos são aqueles em que a mutação se dá ou pelo reconhecimento ou pela peripécia ou por ambos conjuntamente. Assim, A mais bela de todas as formas de reconhecimento é a que se dá juntamente com a peripécia, como, por exemplo, no Édipo. [...] [Essa forma é a] que melhor corresponde à essência do mito e da ação, porque o reconhecimento com peripécia suscitará terror e piedade, e nós mostramos que a tragédia é imitação de ações que despertam tais sentimentos. (ARISTÓTELES, 1252a.62) O efeito estético produzido pela combinação entre reconhecimento e peripécia se eleva por meio das ambiguidades que se expressam na fala de Édipo, uma vez que Édipo, sem o saber, diz coisas que, no fim da peça, recaem sobre ele. Em seu ensaio Ambiguidade e reviravolta (1999b), Vernant explora como essas formulações ambíguas estão presentes no texto e desembocam na reviravolta do drama. Segundo o helenista francês, há na fala de Édipo um duplo estatuto: o discurso humano, que se revela falso, e o discurso divino, que se revela verdadeiro. Os deuses sabem e dizem a verdade, mas eles a manifestam formulando-as em palavras que aos homens parecem dizer outra coisa. Édipo não sabe nem diz a verdade, mas as palavras que ele emprega

8 para dizer outra coisa, manifestam-na, sem que ele saiba. (VERNANT, 1999b, p.77) Ocorre que o discurso divino é subentendido no discurso humano, mas só será compreendido quando, ao final da narrativa, tudo for revelado. Quando a verdade vem à tona, o que foi dito anteriormente e em outro contexto ganha novo significado, colocando o homem na frágil posição de ser um cego em meio a forças que não pode compreender. Daí o ensinamento universal dessa tragédia. Alguns exemplos dessa ambiguidade na fala de Édipo: no início do drama, ele se coloca como investigador do assassino de Laio, prometendo exilar o culpado, para no fim revelar-se o assassinoinvestigado e ser obrigado a exilar-se de Tebas; quando Édipo anuncia que fará a investigação do assassinato de Laio, ele diz que o fará como se ele fosse seu próprio pai 4 ; Édipo é reconhecido como salvador pelos habitantes de Tebas, o decifrador de enigmas. O próprio rei tem orgulho dessa posição alcançada com sua clarividência, com sua capacidade de raciocínio. No entanto, o decifrador de enigmas é incapaz de decifrar o enigma cujo resultado é ele mesmo. Nesses exemplos revela-se a manifestação da posição da personagem dentro do drama e, na visão de mundo de Sófocles, a própria posição do homem dentro de um universo de forças que ele desconhece. Posição cuja autopunição de Édipo é o exemplo máximo: enquanto enxergava, Édipo acreditava-se sábio, desconsidera as palavras do cego Tirésias e até o desdenha por viver sempre nas trevas 5. Mas Édipo nada sabe; quando descobre a verdade sobre si mesmo e sobre as forças que regem o universo, só lhe resta se cegar. Seu conhecimento lhe arrasta para um novo mundo, o mundo solitário do adivinho Tirésias. Ele não é mais um ser-humano comum. Ele precisa se apartar da sociedade 6. Outro aspecto importante para a nossa análise diz respeito à culpa de Édipo no drama. Já Aristóteles salientou que a ação praticada na tragédia pode ser tanto efetuada por personagens que sabem o que fazem, como a Medéia ao matar seus filhos, ou por personagens que agem sem conhecimento [...] do que há de malvadez em seus atos, e só depois se revele o laço de parentesco, como no Édipo de Sófocles. (ARISTÓTELES, 1966, 1453b, p.83). Esse aspecto é importante, pois muito se tem 4 Édipo Rei, v Idem, v Para Vernant (1999, p.79-80), Édipo se cega, pois ele não mais suporta a ideia de ser visto como uma criatura abominável. Além do mais, [...] se tivesse podido, ele teria também obstruído os seus ouvidos para isolar-se numa solidão que o separasse da sociedade dos homens..

9 debatido a respeito da culpa de Édipo. Por exemplo, o estudioso português Manuel de O. Pulquério (1968) questiona aqueles que veem Édipo como causador de sua ruína, pois, na opinião do autor, o herói não teve intenção nem de matar Laio nem de se casar com Jocasta. As ações, no entanto, foram uma forma de punição dos deuses. Mas punição a que? Segundo o autor, ao ceticismo e ao desrespeito de Jocasta e Laio com relação aos oráculos. Os pais de Édipo receberam o oráculo de que o filho assassinaria o pai, porém, além de desrespeitarem essa predição, concebendo a criança, procuram se livrar de qualquer perigo assassinando-a. Em várias passagens da peça, Jocasta, acreditando que Laio fora assassinado por ladrões desconhecidos, faz imprecações céticas com relação ao oráculo, tentando apaziguar os receios de Édipo. Para Knox (1998), no entanto, sem excluir a predestinação do destino, Édipo é responsável pela sua ruína, pois ainda que Apolo tenha informado dos sucessos futuros, foram as mãos de Édipo que assassinaram o desconhecido na encruzilhada. A questão, de fato, é problemática, já que o golpe sofrido por Édipo é duro demais em comparação aos seus erros. Vernant (1999a), retomando a clássica interpretação de que o drama de Édipo é a tragédia da fatalidade, demonstra a inconsciência que Édipo tem de seus atos, e que, por isso mesmo, não há em Édipo qualquer sinal de complexo. Estando de um lado ou de outro na discussão, nos parece que não há como negar que, no mundo do drama de Sófocles, As espantosas coincidências, que impelem a ação para o seu desfecho, não são, no fundo, coincidências porque o mundo de Sófocles não é governado pelo acaso. São os deuses que tudo determinam e a aceitação desta verdade até às ultimas consequências constitui, afinal, a autêntica peculiaridade deste drama, o mais fundamente religioso de todo teatro grego. (PULQUÉRIO, 1968, p.92) As divindades governam o universo de Édipo e seus atos são marcas dos limites da consciência humana. Sua inconsciência em relação ao seu passado e, por conseguinte, ao seu presente e futuro, o levam a cair nas artimanhas preparadas pelo destino. Segundo Trajano Vieira (2001, p.19), Nossa admiração só aumenta quando nos damos conta de que a destruição do herói não é causada por traço negativo de caráter ou pelo cometimento de ato impiedoso, mas pela limitação comum ao

10 homem, decorrente de sua incapacidade de conhecer e dominar as variáveis que configuram o destino. Édipo age, são suas mãos que causam o assassinato de Laio, mas é na inconsciência de seus atos que o poder divino se revela. Em uma célebre passagem de outra peça de Sófocles, Édipo em Colono, Édipo não se inocenta dos crimes cometidos, mas também não se culpa totalmente. Que benefício me traz este renome, se me arrancais deste assento, se me banis, só porque meu nome vos assombra? Não me refiro a meu aspecto, nem a meus atos. Quanto a estes, o sofrido supera o cometido, desde os temidos desacertos de minha mãe e de meu pai. Sei o que digo. Como poderia eu ser taxado de mau por natureza se revidei a agressões? Se tivesse pensado ao agir, teria incorrido em crimes? Ignorante de tudo, cheguei ao lugar em que estou. (v ) Édipo Rei é, assim, a tragédia do homem perdido frente às forças divinas do universo e se, desde seu início o cinema voltou os olhos para a Antiguidade, para John Solomon 7 (2001), isso deve justamente ao caráter universal dessa cultura. Segundo o autor, O mundo antigo foi a principal fonte para nosso próprio mundo. Nosso mundo moderno deve muito da sua existência à antiguidade. E, embora o mundo antigo, como quase todos os aspectos da vida humana, pareça diferente na tela, os espectadores podem ainda ver que o mundo antigo era habitado por pessoas que agiam como muitas pessoas em nosso próprio mundo. (SOLOMON, 2001, p.3). 3. Édipo Rei e o cinema: Coração Satânico. Como já assinalamos, os filmes de suspense têm débito à narrativa de Sófocles (WINKLER, 2009, p. 138). Isso pode indicar que a relação entre o filme que analisaremos e o drama de Sófocles se dê de modo indireto, por meio de outras referências. Não podemos esquecer também que o roteiro do filme Coração Satânico é baseado no romance Falling Angel (1978) do escritor nova-yorkino William Hjortsberg, e que uma análise completa e segura dessas relações deve ser permeada pela leitura desse romance. Há, além disso, relações desse filme com os filmes noir, gênero policial do cinema americano de ampla divulgação na década de 40, cuja temática de 7 Nesse livro Solomon faz um levantamento bastante amplo dos filmes com temática clássica.

11 investigação envolvia o submundo do crime. Esse gênero, segundo Gamel (2001, p.163) tem grandes afinidades formais e temáticas com a tragédia grega. Assim, muitos desses elementos podem ter sido influenciados por via indireta. No entanto, uma passagem no fim do filme nos parece muito sugestiva para confirmar uma relação consciente de intertextualidade entre o filme e o drama de Sófocles. O filme Coração Satânico (Angel Heart, 1987) de Alan Parker é um thriller de suspense sobrenatural, que rearranja alguns dos principais elementos da narrativa de Sófocles. Apresentemos um resumo do enredo: a história começa em 1955, em Nova York, quando o detetive particular Harry Angel (Mickey Rourke) é contratado pelo misterioso Louis Cyphre (Robert de Niro) para encontrar o desaparecido cantor Johnny Favorite, cujo nome verdadeiro era Jonathan Liebling. Favorite fizera um contrato com Louis Cyphre, para que este o ajudasse em sua carreira de músico, mas depois de participar da Segunda Guerra Mundial, voltara com neurose de guerra. Mas agora Cyphre tinha a suspeita de que ele desaparecera do hospital onde estava se recuperando. Angel descobre que, na verdade, Johnny estava desaparecido há doze anos, pois alguém pagara ao médico para que mentisse nos relatórios do hospital, fingindo que Johnny ainda estava sob seus cuidados. Segundo o médico, ele fora levado do hospital ainda com amnésia. Sem muitas informações, Angel vai à Nova Orleans onde residem algumas pessoas do passado de Favorite: seu antigo companheiro de banda, Toots Sweet (Brownie McGhee), sua namorada, a cartomante Margaret Krussemark (Charlote Rampling) e a amante de Johnny, a bruxa Evangeline Proudfoot. Em Nova Orleans, ele descobre que Evangeline está morta; além disso, todos os outros personagens interrogados por Angel vão sendo assassinados, logo após seu encontro com eles. As mortes, no entanto, não lhe impedem de continuar a investigar, assim como as tentativas de intimidação do pai de Krussemark, um poderoso e rico homem sulista. Quando Cyphre oferece mais dinheiro para Angel, este recusa, pois está obcecado em conhecer a verdade. Além disso, Angel se apaixona por Epiphany (Lisa Bonet), a filha de Johnny Favorite com sua amante Evangeline Proudfoot, que também é sacerdotisa de um grupo religioso de magia negra. Depois de descobrir que Margaret Krussemark fora morta, Angel procura o pai dela e com violência consegue que o velho lhe conte a história toda. Todos eles estavam envolvidos com rituais satânicos e Favorite fizera um pacto com o diabo para obter sucesso em sua carreira. Porém, buscou nos rituais um meio de enganar o diabo e não

12 ter que lhe pagar o pacto, trocando de corpo com alguém da sua idade. Para isso era necessário comer o coração dessa vítima. Enquanto o velho conta essa história, alguns flashbacks entrecortam a cena, nos mostrando Angel mais novo, soldado comemorando a virada de ano na Avenida Times Square, sendo abordado por desconhecido. Harry Angel descobre então a verdade: ele é Johnny Favorite. Johnny Favorite o escolhera, comera seu coração e se apossara de seu corpo. Porém, na posse desse novo corpo, Favorite fora convocado para a guerra, onde perdera a memória. Transtornado, Angel corre até a casa de Margaret onde encontra a placa de identificação do soldado escolhido e nela estava escrito Harold Angel e a data de seu nascimento, a mesma da de Johnny Favorite. Nesse momento, surge em seu esplendor demoníaco Louis Cyphre. Angel ainda tenta desafiar Cyphre, acusando-o de ter criado uma armadilha contra ele, enquanto grita sucessivamente Eu sei quem eu sou. Cyphre então confirma a história e revela sua verdadeira identidade: Lúcifer. Mais do que isso, lhe mostra que fora ele, Angel, quem matara aquelas pessoas, inclusive Epiphany, sua filha que fora, por uma noite, sua amante. Nesse enredo, transparece a influência do drama de Sófocles no percurso que desenvolve a personagem principal, Harry Angel. Angel, como Édipo, é levado a fazer uma investigação. E à medida que investiga se descobre também o investigado. Se para Édipo descobrir o assassino de Laio é descobrir-se assassino de Laio, para Angel, descobrir o paradeiro de Johnny Favorite é descobrir-se Johnny Favorite. A narrativa concebida sob essa ambiguidade consegue obter o mesmo efeito elogiado por Aristóteles, de combinar peripécia e reconhecimento. O reconhecimento causa a reviravolta da narrativa. A partir desse momento, a narrativa caminha para o desfecho. A verdade estava escondida em um véu cuja cegueira do homem aceita passivamente. Lúcifer, como Apolo, criam os mecanismos para que esse véu seja retirado. Desde o início, Angel, como Édipo, é incentivado a desistir da investigação, seja com os personagens evitando responder-lhe sobre o caso, seja por meio da magia negra. Mas, com o mesmo temperamento de Édipo no drama de Sófocles, Angel é obstinado em descobrir a verdade. Seu desejo de conhecê-la lhe impede de parar. É interessante que, quando Cyphre entrevista Angel para contratar seus serviços, Angel lhe diz: Não me envolvo em assuntos violentos. Costumo lidar com coisas pequenas, seguros, divórcios, coisas assim. Nem por isso a sucessão de corpos que encontra em sua jornada lhe impede de continuar a investigação.

13 Sob a ambiguidade principal da narrativa se constrói o discurso da personagem que, quando sabemos o final, se reveste de uma ironia muito trágica. A palavra de Harry Angel se volta contra ele, porque ele, de fato, não se conhece. O que ele diz está envolto à cegueira. Ao mesmo tempo, as outras personagens, que sabem mais do que ele sobre a história de Favorite, lhe dizem coisas que vão recair sobre Angel. Eis alguns exemplos: na entrevista com Cyphre, este conta a Angel que Favorite voltara da guerra com amnésia. Angel prontamente pergunta se não seria neurose de guerra e diante da confirmação de Cyphre, Angel diz que sabe o que é isso, pois também sofrera desse problema; quando Cyphre se encontra com Angel em um restaurante, Cyphre está comendo ovos cozidos. Ao pegar um, ele quebra a casca com prazer e diz a Angel que, em algumas culturas, o ovo simboliza a alma. Depois ele come o ovo. No fim do filme, quando Louis Cyphre se anuncia Lúcifer, suas últimas palavras são Só a alma é imortal. E a sua é minha. Quando Harry Angel está com Epiphany, ele pergunta a ela o que sua mãe, Evangeline, teria visto num homem mulherengo como Johnny. A resposta de Epiphany é que por esses homens que as mulheres se apaixonam. A cena, de algum modo, reconstrói a relação Favorite-Evangeline no casal Angel-Epiphany. A atração imediata que Angel sente por Epiphany é a atração que Favorite sentia por Evangeline. No entanto, sem o sabermos, estamos assistindo a uma cena de incesto. Também os nomes das personagens apresentam uma espécie de informação que, quando se dá a reviravolta nas narrativas, se mostram bem reveladores: Édipo significa pés inchados, marca do enjeitamento sofrido pela criança por seus pais e que, no decorrer do drama de Sófocles, será um ponto importante no reconhecimento da criança enjeitada por Laio e Jocasta como a criança adotada por Mérope e Pólibo. No Coração Satânico, os nomes Favorite e Angel indicam o caráter demoníaco que circunscreve as personagens. O nome verdadeiro de Johnny Favorite é Jonathan Liebling. Liebling é uma palavra alemã que significa Favorito, ou Favorite em inglês. Quando o Sr. Krusselmark conta a verdadeira história para Angel da vida de Favorite, ele afirma que Favorite era capaz de invocar o diabo, e que ele próprio assistira a uma sessão de invocação de Lúcifer. Johnny é o favorito do diabo, seu poder sobrenatural é imenso. Angel, em contrapartida, significa anjo. Lúcifer na mitologia cristã era o anjo favorito de Deus que caiu em pecado e foi expulso do céu. Como Lúcifer, Angel é face de Favorite que foi expulsa do paraíso.

14 No cinema, essa ambiguidade não é exclusividade da fala, do discurso dito pelas personagens, mas todos os signos fílmicos podem expressar esse caráter. No filme que analisamos, sempre que Angel se despede de uma personagem que ele interrogou, na tela vemos a cena de um ventilador em movimento. Esse ventilador, de repente, para e começa a girar em movimento contrário. Os interrogados então são mortos. Quando, ao fim do filme, descobrimos que Angel é Favorite e matara aquelas pessoas, o ventilador ganha novo sentido: símbolo da ambiguidade do caráter da personagem Angel-Favorite, cujos movimentos são duplos, o reto e normal e o contrário e sobrenatural. O incesto é outro tema comum entre o filme e o mito de Édipo. E como no Édipo, é um incesto sem conhecimento. Isso é importante, pois não se trata de traumas infantis que despertam alguma neurose nos indivíduos. Angel é um homem perdido que não se conhece e, por conseguinte, Angel não sabe que Epiphany é sua filha. Ele a vê, portanto, como uma mulher. Seus desejos são inteiramente normais psicologicamente, ele não sofre de nenhum tipo de neurose por conflitos sexuais internos. Segundo Freud (1989), o tabu do incesto é uma imposição exterior ao indivíduo, ou seja, provêm da sociedade. No entanto, como desejo do ser humano é inteiramente natural, já que a criança, na formação da sua identidade sexual, deposita sobre os parentes próximos, aqueles que convivem com ele na infância, seus impulsos sexuais. O neurótico é, nesse sentido, aquele que não conseguiu passar por essa fase infantil de modo saudável. Mais do que relação consanguínea, é a afetividade despertada pelo contato contínuo entre as pessoas e pela garantia de prazeres como alimento e proteção que gera esse sentimento. No Coração Satânico, Angel não só não sabe que Epiphany é sua filha, como jamais a vira antes. Nem mesmo quando ele era ainda Johnny Favorite tivera maiores contatos com a menina, pois fora para a guerra, quando Evangeline estava grávida. Logo, essa mútua atração sentida por Angel e Epiphany não se explica por traumas sexuais. Não há impulsos latentes, como também não os havia em Édipo. Se o Édipo tivesse complexo de Édipo, esse seria por sua mãe adotiva Mérope, aquela que ele acreditava ser sua verdadeira mãe e que estivera presente no período de sua formação como indivíduo (VERNANT, 1999, p.69). A relação de incesto é fruto da orquestração do destino (no filme, orquestração de Lúcifer), que coloca as duas personagens em um momento que favorece a sua aproximação. Mas é inconsciente. Porém, isso não significa que seu ato não deva ser punido.

15 Assim como ocorre com Édipo, podemos questionar até que ponto Angel é culpado de seus atos. Angel, quando é afrontado com a verdade de que matou todas aquelas pessoas, acusa Louis Cyphre de criar uma armadilha para ele e de ter matado aquelas pessoas e estar agora lhe responsabilizando. Lúcifer lhe responde: Todos mortos por você, pelas suas próprias mãos, mas orientado por mim, é claro. Selou sua sentença ao matar aquele soldado [Harry Angel]. Essa fala lembra o discurso de Édipo ao coro, no final do Édipo Rei. Já cego, ele comenta seu infortúnio: Apolo, amigos, Apolo foi destes males, destes meus males, destes meus sofrimentos promotor. Mas ninguém mais os atingiu senão eu, infortunado, eu, por minhas próprias mãos (1979, p.128, vv ). Édipo é culpado pelos seus atos, mas é também inocente. Favorite-Angel também é culpado fez um pacto com o diabo e tentou enganá-lo; mas ao mesmo tempo é inocente, porque é seu lado inconsciente, guiado por Lúcifer quem comete os assassinatos. O desespero com que Angel fica ao descobrir seu passado revela de algum modo a sua inocência. A inocência dos atos, no entanto, não impede que ambos sejam punidos. Ao descobrir-se assassino do pai e esposo da mãe, Édipo torna-se um miásma, uma polução à cidade, que deve, por isso ser purificada. Sua decisão de viver em exílio confirma a necessidade de purificar o espaço da cidade. Angel ao descobrir que teve uma relação incestuosa com sua filha, corre ao quarto em que dormira com ela e lá a encontra morta, ensanguentada. Dois policiais estão no quarto. Um deles, ao ver Angel diz: Você vai queimar por isso, Angel, ao que responde Angel: Eu sei. No inferno. Angel-Favorite se tornou também uma espécie de miásma, pois é alguém que infringiu os limites do humano ao negociar diretamente com o diabo e como punição, que começa nessa jornada terrena, é levado a praticar assassinatos e a cometer incesto. A punição, no entanto, só termina com a sua ida ao inferno. Ele deve ser expulso da sociedade. A cena final do filme, entrecortada pelos créditos, mostra-nos um elevador descendo, em referência à viagem de sua alma ao inferno. Isso nos leva a outro tema em comum que é a posição do homem diante dos deuses e do destino. No Édipo Rei de Sófocles, Édipo age mirando os oráculos de Apolo que consultara. Enquanto tenta evitá-los, os cumpre. Acreditando estar tomando o caminho do bem, pratica o mal. Acreditando ser livre e independente, traça o caminho que os deuses lhe anunciaram. A força do destino nessa tragédia grega coloca o homem como um cego diante dos acontecimentos, pois como afirma Lesky (1976, p.140) [...] o

16 destino o envolveu em suas redes e ele vê como as malhas vão se apertando de modo cada vez mais inextrincável.. Johnny Favorite tentou enganar a divindade, Lúcifer. Mas Harry Angel é uma vítima de Johnny Favorite. No processo de troca de corpo, Favorite passou a viver como Harry Angel, ou seja, está inconsciente de todo o seu passado. Mas, no processo de descoberta de sua identidade, Favorite-Angel é vítima de Lúcifer. Quando, no fim do filme, Angel já descobriu toda a verdade, ele diz: Louis Cyphre. Lúcifer. Até teu nome é uma brincadeira.. Toda a ação do filme é um jogo de Lúcifer, que busca fazer com que Angel descubra sua verdadeira identidade do modo mais terrível: matando pessoas e dormindo com a filha. É a sua punição por tentar não cumprir o pacto que fizeram. Favorite-Angel acredita estar agindo por conta própria na sua investigação, quando na verdade está só sendo dominado. Suas ações são todas premeditadas, não por ele, mas por Lúcifer. As palavras de Vernant sobre Édipo servem também para Angel: No fim do caminho que traçou contra tudo e contra todos, Édipo descobre que, conduzindo o jogo do princípio ao fim, é ele do começo ao fim que foi o joguete. (1999, p.76). Para concluirmos nossa análise, relembremos que a construção desse enredo e a semelhança com o enredo da peça de Sófocles pode ter sido de forma indireta, já que a influência dessa construção sofocliana é muito vasta. Ocorre, no entanto, no fim do filme uma referência direta à peça de Sófocles, que nos permite supor uma relação consciente de intertextualidade entre as obras. Quando Harry Angel se encontra com Cyphre, já sabendo da verdade, mas sem aceitá-la, passa a acusá-lo de louco. A resposta de Cyphre é: Como é terrível o conhecimento quando este não trás nenhum lucro ao sábio. Esta frase retoma o verso do Édipo Rei de Sófocles, as primeiras frases de Tirésias quando este entra em cena: Oh, oh, como é terrível o saber quando não traz vantagem possuí-lo. 8. No entanto, se na peça, a frase é dita com tristeza e dor pela condição miserável do ser humano, na boca de Lúcifer, a fase sai como uma galhofa. Ao mesmo tempo, Angel-Favorite grita seguidamente Eu sei quem eu sou, frase que retoma umas das máximas gregas mais famosas, inscrição do oráculo de Apolo de Delfos: Conhece-te a ti mesmo. Angel, como Édipo, não se conhecia e era feliz em sua ignorância. Com o conhecimento ele obteve a verdade, mas com isso também obteve a ruína e a desgraça. 8 A tradução de Trajano Vieira para essa passagem mantém o jogo de palavras do texto grego, que está presente também na fala de Lúcifer: Terrível o saber se ao sabedor/ é ineficaz. (vv )

17 O mito de Édipo tem uma particular importância no século XX. Porém esse mito é por nós conhecido principalmente por meio da peça de Sófocles. Quando analisamos os principais elementos da peça em um filme, que fez muito sucesso no final da década de 80, é sinal de que a cultura clássica sobrevive mesmo nesse meio novo de arte, não apenas pelo tema, mas também pela estrutura. Coração Satânico, em um primeiro momento, não se refere a Édipo e pode-se mesmo assistir ao filme sem esse subtexto. No entanto, o filme ganha uma nova cor quando temos em vista esse processo de releitura não do mito clássico, mas da peça que tornou esse mito conhecido para a modernidade. O filme de Alan Parker trabalha com as mesmas estratégias com que Sófocles trabalhou seu drama, criando, assim, um novo Édipo, um homem perdido nas ruas modernas de New York e New Orleans, que não se conhece, e que, por isso, está perdido em meio às forças divinas do universo. Referências Bibliográficas ARISTÓTELES. Poética. Prefácio, introdução, comentário e tradução de Eudoro de Souza. Porto Alegre: Globo, CORAÇÃO SATÂNICO. Direção e roteiro: Allan Parker. Produtor: Alan Marshal e Elliot Kastner. Distribuidora: Canal-Image International, DVD (112 min.):, som, color. Título original: Angel Heart. FREUD, S. Três ensaios sobre a sexualidade. In:. Um caso de histeria; Três ensaios sobre a sexualidade; Outros trabalhos. Rio de Janeiro: Imago Editora, v.vii. Ed. Standard Brasileira das Obras Completas de Sigmund Freud. p GAMEL, M-K. An american tragedy: Chinatown. In: WINKLER, M. M. Classical myth and culture in the cinema. New York: Oxford University Press, pp GENETTE, G. PALIMPSESTES. La Littérature au second degré. Éditions du Seuil, GRIMAL, P. Dicionário de mitologia grega e romana. Tradução de Victor Jabouille. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, HIRATA, F. Y. O Édipo de Knox. Revista Usp. São Paulo, junho/agosto de nº 58, pp KNOX, B. Oedipus at Thebes: Sophocles tragic hero and his time. New Haven: Yale University Press, 1998.

18 LESKY, A. A Tragédia Grega. Trad. J. Guinsburg, Geraldo Gerson de Souza e Alberto Guzik. São Paulo: Perspectiva, PULQUÉRIO, M. de O. O motivo da culpa no Rei Édipo. In: Problemática da tragédia sofocliana. Coimbra: Instituto de Alta Cultura, pp SÁNCHEZ, J. L. N. De la literatura al cine. Buenos Aires: Paidós Ibérica, SEGAL, C. Oedipus Tyrannus. Tragic heroism and the limits of knowledge. New York: Oxford University Press, SERRA, O. O Reinado de Édipo. Brasília: Editora Universidade de Brasília, SÓFOCLES. Rei Édipo. Introdução, versão do grego e notas de Maria do Céu Z. Fialho. Coimbra: Instituto Nacional de Investigação Científica, Édipo em Colono. Tradução do grego e prefácio de Donaldo Schüler. Porto Alegre: L&PM, SOLOMON, J. The Ancient World in the Cinema. New Haven and London: Yale University Press, VERNANT, J-P. Édipo sem complexo. In: VERNANT, J-P; VIDAL-NAQUET, P. Mito e Tragédia na Grécia Antiga. São Paulo: Perspectiva, pp Ambiguidade e reviravolta. Sobre a estrutura enigmática de Édipo Rei. In: VERNANT, J-P; VIDAL-NAQUET, P. Mito e Tragédia na Grécia Antiga. São Paulo: Perspectiva, pp VIDAL-NAQUET, P. Édipo em Atenas. In: VERNANT, J-P; VIDAL-NAQUET, P. Mito e Tragédia na Grécia Antiga. São Paulo: Perspectiva, pp VIEIRA, T. Entre a razão e o daímon. In:. Édipo Rei de Sófocles. Tradução de Trajano Vieira. São Paulo: Perspectiva, WINKLER, M. M. Cinema and classical texts. Apollo s new light. New York: Cambridge University Press, 2009.

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