TÍTULO: DA COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE ESPECIAL PARA FINS DE APOSENTADORIA ESPECIAL

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1 Anais do Conic-Semesp. Volume 1, Faculdade Anhanguera de Campinas - Unidade 3. ISSN TÍTULO: DA COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE ESPECIAL PARA FINS DE APOSENTADORIA ESPECIAL CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS SUBÁREA: DIREITO INSTITUIÇÃO: FACULDADES INTEGRADAS PADRE ALBINO AUTOR(ES): LEILA RENATA RAMIRES MASTEGUIN, EVANDRO DE OLIVEIRA TINTI, ISAQUE DARIO VALENTIN, MARCIO FERREIRA DE SOUZA ORIENTADOR(ES): WILLIAN DELFINO

2 DA COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE ESPECIAL PARA FINS DE APOSENTADORIA ESPECIAL RESUMO A presente pesquisa tem por objetivo elucidar o benefício previdenciário de aposentadoria especial, mormente a comprovação da exposição do trabalhador aos agentes insalubres, sendo este um dos pressupostos para concessão do referido benefício, analisando os meios exigidos para a comprovação tanto no âmbito administrativo quanto no meio judicial. Também visa demonstrar que tal benefício ainda está em vigor, embora a grande maioria dos segurados que o requer acredita que não, bem como sopesar as imensas dificuldades que o segurado enfrenta, pois, raramente se consegue obter a concessão do benefício em estudo administrativamente. INTRODUÇÃO O presente trabalho visa aclarar sobre a concessão da Aposentadoria Especial, a qual é concedida aos segurados que trabalhem expostos a condições especiais, penosidade, insalubridade ou periculosidade, sendo que a exposição a agentes nocivos a saúde acabam por diminuir o poder de labor dos segurados que se sujeitam a tais riscos inerentes a determinadas funções. É muito comum na atualidade uma classe menos informada, notadamente, na sua grande maioria, a classe dos segurados que fazem jus a tal benefício, acreditar que este tipo de aposentadoria já se extinguiu e não se aplica mais, porém, sequer têm noção que na atualidade continua em pleno vigor.

3 Em muitos casos são concedidos benefícios de aposentadoria por tempo de contribuição, quando na realidade, se fosse reconhecido os períodos em que o segurado permaneceu exposto a agentes agressivos, poderia ter sido concedido o benefício em estudo, que é amplamente mais vantajoso ao segurado do RGPS. Há uma diferença de tratamento da Aposentadoria Especial e a comprovação da Atividade Especial pelo INSS e pelo Poder Judiciário, e os reflexos destas interpretações. Administrativamente é muito comum ocorrer uma luta injusta, sendo que, de um lado há segurados que pretendem ter reconhecido seu direito, e de outro uma Autarquia que na grande maioria dos casos, indefere os benefícios, orientando-se em inúmeras Instruções Normativas e Decretos, dentre outros mandamentos que aparentemente lhe dão alicerce. Enquanto isso, por outro lado, o Poder Judiciário se pauta pela legislação e constituição para analisar o direito do segurado em receber o benefício, o INSS observa apenas a Instrução Normativa 45/2010, a qual geralmente cria indevidamente novos requisitos para a concessão deste benefício, além do que já foi criado pela própria legislação. OBJETIVOS i) compreender e explicitar as divergências existentes entre os meios exigidos para a comprovação da atividade insalubre no âmbito administrativo e judicial; ii) apontar e analisar o sistema jurídico voltado à aposentadoria especial, em especial, o não cumprimento da função social que cabe ao INSS, qual seja a concessão do benefício mais vantajoso para o segurado, além do que, adequação dos Ordens de Serviços e Instruções Normativas em sintonia com o entendimento do Poder Judiciário a respeito da respectiva matéria;

4 iii) investigar e demonstrar os motivos pelos quais as empresas se recusam a fornecer os documentos / formulários preenchidos de forma adequada para que o segurado possa comprovar a atividade laborada em condições insalubres; METODOLOGIA A investigação do tema em comento recorre aos métodos dedutivo, indutivo, analítico e materialista. Ao abordar a legislação aplicável parte da dedução para explicá-la. Em seguida, parte para o estudo fragmentado dos tópicos de trabalho, extraídos da doutrina e da pesquisa em campo, para perquirir os dispositivos legais que dão suporte às decisões administrativas que indeferem a concessão do benefício em estudo ao segurado, bem como apresentar a evolução histórica dos meios exigidos para a comprovação da exposição a agentes nocivos à saúde. DESENVOLVIMENTO A investigação tem por referência proporcionar o reconhecimento de que o benefício em estudo ainda está em plena aplicação, mesmo encontrando enorme resistência por parte da Autarquia Previdenciária em concedê-lo, como, aliás, acontece com vários outros benefícios que dependam de provas, principalmente as periciais. Ressaltar, também, que a emissão dos PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário) e demais impressos são feito de forma unilateral e, com efeito, tais informações podem ser questionadas pelo segurado, tanto na esfera administrativa, quanto na esfera judicial. Demonstrar que mesmo o Poder Judiciário corrigindo os vários indeferimentos administrativos no tocante ao benefício em tela, o ente

5 autárquico continua a ter entendimento a parte em relação ao preenchimento dos requisitos por parte dos segurados. RESULTADOS PRELIMINARES Com efeito, nota-se que se houvesse flexibilização por parte do INSS ao conceder o referido benefício na via administrativa, além de proporcionar aos segurados a satisfação de um direito perseguido por vários anos, também diminuiria as despesas do ente autárquico com valores em atrasos e outros números que contribuem para o empobrecimento do sistema. Dessa forma, a partir da experiência pragmática, constata-se, de maneira inequívoca, que é muito comum os segurados desconhecerem seus direitos, principalmente no momento de pleiteá-los administrativamente, tendo em vista o tratamento restritivo que o INSS dá ao tema, cabendo aos estudiosos divulgá-los de maneira a fazer valer o direito dos segurados. Por outro vértice, porém, perante o Poder Judiciário, uma vez cumprido os preceitos técnico/jurídicos, o benefício será concedido, gerando ao INSS uma despesa muito maior, pois, além dos gastos com honorários advocatícios, há juros e correção, além de valores em atraso, que normalmente são fixados a partir do protocolo administrativo. Assim, o que se demonstra ao longo da pesquisa é que essa relutância do INSS quanto à concessão da Aposentadoria Especial, volta-se contra ele mesmo, sendo necessária, portanto, uma reforma de algumas de suas políticas internas. Além do mais, por ser órgão do Poder Executivo deveria haver preocupação em cumprir os preceitos constitucionais de defesa da cidadania e dos direitos dos cidadãos. Apenas desta forma se atingiria um nível de qualidade no atendimento ao segurado do RGPS, que muitas vezes tem que esperar anos

6 por um direito que já está conhecido e que, na maioria dos casos, não pode esperar tanto tempo para ser recebido. FONTES CONSULTADAS ALENCAR, Hermes Arrais. Benefícios Previdenciários. 3ª edição. LEUD. São Paulo: BALERA, Wagner. Noções Preliminares de direito previdenciário. 2ª edição. São Paulo: Quartier Latin, BERBEL, Fábio Lopes Vilela. Teoria Geral da Previdência Social. São Paulo: Quartier Latin BRASIL. Lei nº. 8213, de 24 de Julho de Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Disponível em: < >. Acesso em: 29 Ago BRASIL. Decreto nº , de 24 de Janeiro de Aprova o Regulamento dos Benefícios da Previdência Social. Disponível em: < Acesso em: 29 Ago BRASIL. Instrução Normativa nº. 45, de 06 de Agosto de Dispõe sobre a administração de informações dos segurados, o reconhecimento, a manutenção e a revisão de direitos dos beneficiários da Previdência Social e disciplina o processo administrativo previdenciário no âmbito do Instituto Nacional do Seguro Social INSS. Disponível em: < Acesso em: 29 Ago

7 DINIZ, Maria Helena. Conflito de Normas. São Paulo: Editora Saraiva, CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de Direito Previdenciário. 5ª ed. São Paulo: Ltr FREUDENTHAL, Sérgio Pardal. Aposentadoria Especial. Caderno Previdenciário, Revista de Jurisprudência Trabalhista n. 196, Porto Alegre: HS Editora Ltda., abril/2000. HORVATH, Miguel Jr. Direito Previdenciário. 6ª ed. São Paulo: Quartier Latin, LAZZARI, João Batista. Manual de Direito Previdenciário. 5ª. São Paulo: LTr