A EFICÁCIA OU INEFICÁCIA DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA THE EFFECTIVENESS OR INEFICANCIA SECURITY MEASURES

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1 A EFICÁCIA OU INEFICÁCIA DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA THE EFFECTIVENESS OR INEFICANCIA SECURITY MEASURES Denise de Carvalho Sousa Graduando do curso de Direito das Faculdades Integradas Icesp Promove Resumo: o presente artigo visa a analisar, de modo breve, a eficácia ou a ineficácia da medida de segurança como instituto de apenação aos indivíduos que praticam conduta ilícita e são, juridicamente, inimputáveis. A rigor, as medidas de segurança têm a finalidade diversa da pena, pois tem caráter preventivo, e visam ao tratamento daquele que praticou o ato delituoso. Neste artigo, apresentar-se-á a evolução do conceito de sanção penal, entre os quais a aplicação das medidas de segurança. Para tal, será demonstrado as espécies, os pressupostos para sua aplicação, a sua natureza jurídica, os preceitos estabelecidos pelo Código Penal bem como as garantias e os princípios constitucionais fundamentais à aplicação dessa sanção penal. Observou-se ainda, o posicionamento dos Tribunais Superiores acerca desse tema, assim como as divergências doutrinárias referentes à medida. Para ampliar o escopo de análise, realizou-se uma revisão bibliográfica, e com igual objetivo, foi realizado uma visita ao Presídio Feminino do Distrito Federal, ala dos submetidos a medida de segurança, com o objetivo de fundamentar, pela via da observação, o que fora analisado ao longo da escrita deste trabalho. Palavras-chave: Medida de segurança, inimputabilidade, periculosidade. Abstract: this article aims to analyze, briefly, the effectiveness or ineffectiveness of the security measure as a sanction Institute to individuals who practice illegal conduct and are legally imputable. Strictly speaking, the security measures have a purpose pen, it has a preventive nature, and aim to treatment of him who committed the criminal act. In this article, it shall be presented to the evolution of the concept of criminal sanction, including the applicable tion of security measures. To this end, we intend to demonstrate the species, the conditions for its implementation, its legal status, the precepts established by the Penal Code as well as the guarantees and the fundamental constitutional principles the application of this penalty. There was also the position of the superior courts on this subject, as well as the doctrinal differences concerning the measure. To expand the scope of analysis, we carried out a literature review, and with the same goal, was carried out a visit to Prison Female Federal District, wing of undergoing a security measure, in order to support, by means of observation, which was analyzed along the writing of this work. Keywords: security measure, unaccountability, dangerous. Sumário: Introdução. 1. Princípios relacionados ao tema. 2. Evolução Histórica. 3. Pena e Medida de Segurança. 4. Medida de segurança Natureza Jurídica Sistemas Pressupostos Espécies Prazo Desinternação. Conclusão. Referencial bibliográfico.

2 Introdução Inicia-se o presente trabalho, apresentando a evolução das medidas de segurança e a sua aplicabilidade. Nota-se, segundo os pressupostos da criminologia pré-científica, que alguns agentes que mantinham um comportamento criminoso não eram percebidos socialmente como responsáveis pelos seus atos. Assim sendo, de acordo com esses estudos criminológicos, o crime era tratado como produto de uma causa independente da vontade do indivíduo. No ato do crime, o agente poderia estar acometido pela influência de um espírito demoníaco (período demonológico). Igualmente, ele não seria responsável se se apresentasse anomalia craniofaciais (fase frenológica). Considerava-se, também, aspectos físico-morfológicos que, se observados no agente, o eximia da culpa (fase fisionômica). Por último, por meio de Pinel, na fase psiquiátrica, a responsabilidade recaia sobre um quadro psicopatológico nato. Nessa época, as medidas de segurança, tal como a concebemos, ainda não haviam sido instituídas e os "loucos criminosos" eram tratados de maneira desumana pela sociedade à época. O trabalho, portanto, visa a demonstrar as mudanças históricas em relação à implantação de tais medidas, nas quais a presença de um fator criminógeno nesses indivíduos começam a ser percebidas de outro modo. Por essa razão, passaram a ser separados dos criminosos comuns e alocados em Hospitais de Custódia, sendo submetidos a um tratamento biopsicossocial e, principalmente, psiquiátrico. O objetivo de tal medida era evitar a emergência desse fator criminógeno, assim, protegendo, também a população da periculosidade desses indivíduos. Assim sendo, a medida de segurança é uma espécie de sanção penal aplicada a indivíduos que cometem crimes e são considerados inimputáveis, pois possuem doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, previstos no artigo 26 do Código Penal. Existem várias divergências sobre essa medida, pois entra em conflito com princípios constitucionais. O Código Penal deixa explícito em seu artigo 97, 1⁰, a indeterminação do tempo aplicado para o cumprimento da pena, o que caracteriza a perpetuidade, sem contar nas condições inóspitas dos estabelecimentos aos quais são submetidos para cumprimento da medida. Diante disto, questiona-se: A medida de segurança é eficaz ou ineficaz para solucionar os atos criminosos cometidos por inimputáveis? No decorrer do trabalho, serão apontadas as observações para tal questionamento e outros pontos importantes que não podem deixar de ser mencionados. 2

3 Metodologicamente, para o desenvolvimento deste artigo, foi realizada no dia 16 de novembro uma visita à Penitenciária Feminina do Distrito Federal (popularmente conhecida como Colméia), propondo-se a adentrar o cotidiano desses agentes submetidos à medida de segurança. Também, foram utilizadas leituras prévias de diversos autores, onde se utilizou como metodologia de procedimento, o método explicativo, que procura analisar e demonstrar os fatos explicando o porquê das coisas. Foi utilizado também, o método indutivo, que por sua vez procura estudar cada caso chegando a uma conclusão, partindo de fatos particulares e comprovados. Diante do atual quadro de discussões doutrinárias, a escolha do tema se justifica porque esse breve estudo pretende ampliar o escopo do debate sobre os direitos desses indivíduos tutelados em tais instituições. Com isso, espera-se lançar outra luz ao tema, ao processo de ressocialização de tais indivíduos, verificando-se, por fim, se tal medida produz ou não impactos na redução de criminalidade dos submetidos a esse tratamento. Princípios relacionados ao tema Sinteticamente, considerando os aspectos principiológicos da Constituição Federal, essa carta traz em seu interior os valores fundamentais sem os quais uma sociedade pode existir. Como norma limitadora do poder político do Estado, esses princípios também asseguram aos cidadãos direitos individuais fundamentais. Portanto, segundo tais princípios, na atual Constituição, observa-se que todo cidadão tem direitos e garantias resguardadas e assegurados pelo Estado. Assim sendo, da mesma maneira que o Estado tem o poder de punir, detendo o monopólio legal da violência, ele também tem a obrigação de manter o bem-estar e a segurança dos cidadãos. Consequentemente, o princípio da reserva legal ou da legalidade é um princípio de suma importância, pois ele opera como regulador dos poderes do Estado e está previsto no artigo 5º, inciso XXXIX da Constituição Federal de "Artigo 5º, inciso XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal". 1 Cezar Roberto Bitencourt, em sua obra, Tratado de Direito Penal, acerca do princípio da 1 BRASIL. Constituição Federal de Promulgada em 5 de outubro de Disponível em: < Acesso em: 11 de novembro de

4 legalidade se refere: Em termos bem esquemáticos, pode-se dizer que, pelo princípio da legalidade, a elaboração de normas incriminadoras é função exclusiva da lei, isto é, nenhum fato pode ser considerado crime e nenhuma pena criminal pode ser aplicada sem que antes da ocorrência desse fato exista uma lei definindo-o como crime e cominando-lhe a sanção correspondente. A lei deve definir com precisão e de forma cristalina a conduta proibida. 2 Para Guilherme de Souza Nucci (2011) 3, O Princípio da Legalidade ou da Reserva Legal demonstra claramente que, uma norma incriminadora só poderá ser aplicada a um indivíduo, se a lei para o ilícito penal tiver sido estabelecida antes do mesmo do ato ser cometido. Nesse âmbito, com o intuito de ampliar a discussão, convém também analisar o princípio da dignidade da pessoa humana previsto no artigo 1⁰, inciso III da Constituição Federal de 1988, que serve como unificador de todos os princípios. Devendo por sua vez, garantir a um inimputável, por exemplo, um tratamento em local adequado, assim como a presença de profissionais especializados. Com o mesmo entendimento, se posiciona DEGANI: A dignidade da pessoa humana, princípio constitucional explícito, consagrou-se como um valor que visa a proteger todo e qualquer ser humano contra tudo que lhe possa levar ao desrespeito, sendo-lhe inerente e independente de qualquer requisito ou condição, tais como: raça, cor, religião ou sexo. 4 Acerca do Princípio da Igualdade está claramente descrito na Constituição Federal que todos os cidadãos são iguais, independente de raça, sexo, credo religioso ou de qualquer outra natureza, com isso, o Estado tem a obrigação de tratar a todos de maneira igualitária. O princípio da igualdade prevê a igualdade de aptidões e de possibilidades virtuais dos cidadãos de gozar de tratamento isonômico pela lei. Por meio desse princípio são vedadas as diferenciações arbitrárias e absurdas, não justificáveis pelos valores da Constituição Federal, e tem por finalidade 2 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, p NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal - 7. ed. rev., atual. e ampl. - São Paulo: Revista dos Tribunais, p DEGANI, Priscila Marques. Princípio da dignidade da pessoa humana. Disponível em < Acesso em: 06 de novembro de

5 limitar a atuação do legislador, do intérprete ou autoridade pública e do particular. 5 De modo a elucidar o contexto a partir do qual se desenvolve essa análise, observemos o Princípio da Proporcionalidade, previsto no Art. 5º incisos XLVI e XLVII, ambos presentes na CF/88. Segundo tal princípio, garante-se que, para cada crime cometido, será aplicada uma pena, na qual sua complexidade será estabelecida de acordo com grau do agravo cometido. Com isso, percebe-se que, por mais que o indivíduo seja infrator e até mesmo que cause algum perigo a sociedade, ele continua tendo esse direito garantido. No que diz respeito especificamente à proporcionalidade em concreto, ou seja, aquela levada a efeito pelo juiz, sua aferição não é tão tormentosa quanto aquela que deve ser realizada no plano abstrato. Isso porque o art. 68 do Código Penal, ao implementar o critério trifásico de aplicação da pena, forneceu ao julgador meios para pudesse, no caso concreto, individualizar a pena do agente, encontrando, com isso, aquela proporcional ao fator por ele cometido. Assim, por exemplo, se depois de analisar, isoladamente, as circunstâncias judiciais o juiz concluir que todas são favoráveis ao agente, jamais poderá determinar a pena-base na quantidade máxima cominada ao delito por ele cometido, o que levaria, ao final de todas as três fases, a aplicar uma pena desproporcional ao fato praticado. 6 Finalmente, outro princípio do qual não se pode fugir a análise, pois tem grande relação com o estudo demonstrado neste artigo, é o Princípio da Individualização da pena (Art. 5º inciso XLVI da CF). Descrito na obra de Rogério Greco (2011) 7, o doutrinador formula que o legislador deverá impor a pena em conformidade com a conduta praticada em relação ao bem acometido. Sendo mais didático, o autor insiste na sua exposição, exemplificando, que, tal princípio, ao ser aplicado àquele que executa um crime hediondo deverá responder o agente com mais severidade do que àquele que pratica um homicídio culposo. Com isso, explicita-se que, com tal princípio, que a pena deve ser administrada segundo o grau de importância e da gravidade do ato. 5 JusBrasil, Princípio Constitucional da Igualdade. Disponível em: < noticias/ /principio-constitucional-da-igualdade>. Acesso em: 07 de novembro de GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal - Parte Geral - 13 ed. Rio de Janeiro: Impetus, p GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal- Parte Geral - 13 ed. Rio de Janeiro: Impetus, p

6 Evolução Histórica Na história do Direito Penal, a pena era imposta ao indivíduo sem que existissem critérios claros e gerais aplicáveis a todos na mesma situação delituosa. Não é sem razão que a pena era pensada como um tipo organizado de vingança social, aplicada a todos que infringiam algum tipo de norma social, independentemente da gravidade do ato relacionado ou do grau de periculosidade apresentado pelos agentes infratores. Com a sistematização do Direito Penal, as leis penais passavam a assegurar critérios objetivos e aplicáveis aos infratores dos bens protegidos pelo Estado. De acordo com o entendimento do ilustre doutrinador Fernando Capez sobre pena: Sanção penal de caráter aflitivo, imposta pelo Estado, em execução de uma sentença, ao culpado pela prática de uma infração penal, consistente na restrição ou privação de um bem jurídico, cuja finalidade é aplicar a retribuição punitiva ao delinqüente, promover a sua readaptação social e prevenir novas transgressões pela intimidação dirigida à coletividade. 8 A julgar pelo exposto neste item, é correto, pois, reconhecer a existência da pena como um fato histórico primitivo, bem como considerar o Direito Penal a primeira e mais antiga camada da história da evolução do Direito. Além disso, as diversas fases da evolução da vingança penal deixam evidente que não se trata de uma progressão sistemática, com princípios, períodos e épocas capazes de distinguir cada um de seus estágios, mas algo que foi se desenvolvendo para atender as necessidades de seu tempo. 9 Não sem razão, doutrinariamente, entende-se que ambos, o Direito Penal em conjunto com a sistematização das leis, surgiram para estabelecer e reorganizar o Estado de modo a assegurar a todos um convívio social pacífico e harmonioso. Assim, descreve Cesar Roberto Bittencourt em sua obra Tratado de Direito Penal ; Quando as infrações aos direitos e interesses dos indivíduos assumem determinadas proporções, e os demais meios de controle social mostramse insuficientes ou ineficazes para harmonizar o convívio social, surge o Direito Penal com sua natureza peculiar de meio de controle social 8 CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal - Parte Geral - 15 ed. São Paulo: Saraiva, p MASSON, Cleber Rogério. Direito Penal esquematizado Parte Geral 4 ed. ver. atual. e ampl. São Paulo: Método, p. 53 6

7 formalizado, procurando resolver conflitos e suturando rupturas produzidas pela desinteligência dos homens. 10 Como discutido até então, a arbitrariedade que imperava no âmbito legal no que tange à aplicação da lei a quem cometia infrações penais, também era notada na classificação e no tratamento daqueles considerados inimputáveis. Atribuía-lhes como fator criminógeno padrões decadentes de imoralidade que justificava os desvios de conduta. Assim sendo, o agente não era responsável pelos atos, pois o impulso ao crime era de ordem imperativa e fora do controle do indivíduo. Na história da criminologia, então, observaremos que Na época clássica (séculos XVII e XVIII), os critérios para definir a loucura ainda não eram médicos - a designação de louco [criminoso] não dependia de uma ciência médica. Esta designação era atribuída à percepção que instituições como a igreja, a justiça e a família tinham do indivíduo e os critérios referiam-se à transgressão da lei e da moralidade. No final do século XVII, foi criado, em Paris, o Hospital Geral. Neste hospital, iniciou-se "a grande internação"; a população internada era heterogênea, embora pudesse ser agrupada em quarto grandes categorias: aos devassos (doentes venéreos), os feiticeiros (profanadores), os libertinos e os loucos. O Hospital Geral não uma instituição médica, mas sim assistencial. Não havia tratamento. Os loucos eram vistos como doentes e, por isso, integravam um conjunto composto por todos os segregados da sociedade. O critério da exclusão baseava-se na inadequação do louco à vida social. 11 (grifo meu) Ao longo do desenvolvimento da criminologia, até a escola positiva, imperava um senso comum jurídico de que não existia uma distinção entre o crime e a loucura. Na ausência de parâmetros precisos, em razão do parco desenvolvimento das ciências criminais, compreender a motivação que, induzia alguns indivíduos ao crime, parecia pouco provável. Assim, é compreensível que o Estado os tratassem como criminosos, uma vez que praticaram um ato delituoso, porém também eram classificados como loucos, porque não era arrazoado a manutenção de tal conduta naqueles indivíduos. Na Idade Média, informados por parâmetros médico-religiosos, passou-se a entender que esses indivíduos deveriam ser separados dos outros criminosos. No entanto, atuavam de forma 10 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal - Parte Geral ed. rev., atual. e ampl. - São Paulo: Saraiva, p PINHEIRO, Carla. Psicologia jurídica - 1ª ed. São Paulo: Saraiva, (Coleção direito vivo) P. 50 7

8 errônea, pois eles eram colocados em estabelecimentos e asilos, jogados à própria sorte, onde muitas vezes eram acorrentados. No século XVIII, na França, foram feitas as primeiras análises desses doentes por médicos, mais precisamente por Phillippe Pinel, que teve a visão de separar os loucos que cometiam crimes dos criminosos comuns, colocando-os em manicômios para que fossem realizados tratamentos adequados, diferente da forma que era feita anteriormente. Para os indivíduos tachados como loucos, a lei passou a classificá-los, seguindo agora padrões médicos, como inimputáveis. A medicina, então, respaldou o campo criminal acerca desse tema, definindo que os indivíduos com algum tipo de anormalidade mental, que não tinham a capacidade própria de responder por si só pelos seus atos. Nesse caso, se um indivíduo considerado legalmente como inimputável cometer algum crime, seria realizada uma avaliação por uma equipe especializada. Em seguida, comprovada a inimputabilidade do agente, o juiz determinaria uma sanção penal diversa da pena que um indivíduo comum responderia. Nasce daí a Medida de Segurança. Tal como descritos, no artigo 26 do Código Penal de 1940, classificam-se como inimputáveis. Art É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 12 O Código Penal de 1940 adotou o sistema chamado duplo binário. Instituto esse que o inimputável cumpria duas penas, ao mesmo tempo, sendo elas; a medida de segurança e a pena privativa de liberdade. Após a Reforma Penal de 1984, o sistema até então utilizado foi extinto e entrou em vigor o sistema vicariante, que é considerado também como sistema de substituição, em que o indivíduo cumpre ou a pena ou a medida de segurança. Pena e Medida de Segurança "Art. 4º O Estado deverá recorrer à cooperação da comunidade nas atividades de execução da pena e da medida de segurança" BRASIL. Decreto-Lei n⁰ de 07 de dezembro de Disponível em < ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm>. Acesso em: 11 de novembro de BRASIL. Lei de Execução Penal n⁰ de 11 de julho de Disponível em: < Acesso em: 11 de novembro de

9 Apesar de a medida de segurança, assim como a pena, serem uma sanção penal, existem algumas distinções entre uma e outra. Esclarecendo, se, por um lado, a medida de segurança propõe-se a prevenção, objetivando que o inimputável não volte a cometer novamente crimes. Por outro lado, a pena tem o caráter retributivo como forma de reprimir o ato ilícito, assim como também o caráter preventivo para que o criminoso não volte a atacar o bem jurídico. A medida de segurança tem por fundamento para a sua aplicação, exclusivamente, a periculosidade, enquanto na pena observa-se a culpabilidade do agente. O prazo para as penas se constitui de período determinado em lei, enquanto as medidas de segurança não tem prazo determinado, de modo que só se extingue esse prazo com a cessação da periculosidade do inimputável. As penas são aplicadas aos imputáveis e semi-imputáveis e as medidas de segurança aos inimputáveis e em alguns casos aos semi-imputáveis. 14 Assim se posicionam também, Luiz Flávio Gomes e António Garcia-Pablos de Molina: A medida de segurança, como espécie do gênero sanção penal, também no sistema jurídico penal brasileiro conta com finalidade preventiva especial (procura-se por meio dela, evitar o cometimento de novos crimes). Distingue-se, desse ponto, da pena visto que a esta se atribui a finalidade retributivo-preventiva. A pena, antes de tudo, por força do art. 59 do CP, é retributiva (é castigo). Mas também conta com finalidade preventiva, sobretudo geral (efeito intimidatório). Fundamento: as medidas de segurança tem por fundamento a periculosidade do agente (a pena, por turno, tem por fundamento primeiro a culpabilidade). O agente é sancionado não somente pelo que ele "fez" (cometimento de infração penal). Não existe medida prédelitual no nosso Direito Pena, ou seja, pressuposto jurídico primeiro para a imposição de uma medida de segurança é a prática de uma infração penal. Antes de o sujeito delinqüir não é possível impor-lhe qualquer medida de segurança, nos termos do Código Penal. 15 Medida de Segurança Até então, este trabalho discorreu acerca do percurso histórico e do contexto sócio jurídico de modo a contextualizar a aplicação da medida de segurança. Também se preocupou em demonstrar como os agentes infratores inimputáveis eram desrespeitados e severamente castigados diante de uma situação fora do alcance deles próprios. Todavia, ao longo do tempo 14 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal - 21 ed. rev., ampl. e atual. - São Paulo: Saraiva, p GOMES, Luiz Flávio, Molina António Garcia-Pablos de. Coleção Ciências Criminais - 2 ed. rev., atual. e ampl. - São Paulo: Revista dos Tribunais Ltda p

10 e, apesar do progresso científico, esses indivíduos continuam sofrendo o mesmo tipo de tratamento. À mercê da Justiça, eles ainda se vêem envolvidos nesse conflito, pois existem diferentes posicionamentos sobre o assunto, tanto no Código Penal, quanto na Constituição Federal e nos Tribunais Superiores. As medidas de segurança são medidas de natureza totalmente preventivas, impostas pelo Estado àqueles indivíduos inimputáveis que cometem crimes, tendo por finalidade após a cessação da periculosidade, a reinserção desses agentes ao convívio social. Com a comprovação da inimputabilidade, o indivíduo, não cumpre pena e sim medida de segurança. No entendimento de Fernando Capez, medida de segurança é: "Sanção penal imposta pelo Estado, na execução de uma sentença, cuja finalidade é exclusivamente preventiva, no sentido de evitar que o autor de uma infração penal que tenha demonstrado periculosidade volte a delinqüir". 16 Para Guilherme de Souza Nucci, a medida de segurança, além de prevenção, também tem finalidade curativa. Vejamos: Natureza Jurídica Trata- se de uma forma de sanção penal, com caráter preventivo e curativo, visando a evitar que o autor de um fato havido como infração penal, inimputável ou semi-imputável, mostrando periculosidade, torne a cometer outro injusto e receba tratamento adequado. 17 No campo jurídico, a natureza da medida de segurança tem sido um assunto do qual ainda existem algumas divergências doutrinárias. A corrente minoritária administrativista trata pelo viés meramente administrativo, enquanto a corrente penalista compreende a natureza da responsabilidade do agente pela ótica exclusivamente penal. Portanto, segundo o entendimento administrativista, a medida de segurança não pode ser considerada como pena, pois parte da premissa de que se cumpre pena somente aquele que praticou ilícito suscetível de tal punição. Em razão desse fato, entendem a necessidade da culpa como elemento definidor da responsabilidade. Como consequência, no caso, em exame, observa-se que não cabe aplicar pena a quem foi considerado inimputável. Todavia, no entendimento majoritário, a corrente penalista entende que a medida de 16 CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal - Parte Geral - 15 ed. São Paulo: Saraiva, p NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal - 7. ed. rev., atual. e ampl. - São Paulo: Revista dos Tribunais, p

11 segurança tem natureza jurídica exclusivamente penal, pois tanto a pena como a medida de segurança são aplicadas por meio do caráter jus puniendi do Estado. Assim sendo, tem o poder político e pode agir na punição do criminoso, seguindo a ritualística penal cabível em cada caso. Como menciona Noronha (2014): Se a pena também possui fim preventivo, por seu lado a medida de segurança participa de sua natureza, já que não deixa de ser reação contra o ataque ao bem jurídico. Ambas são manifestação do jus puniendi estatal, colimando que o indivíduo que delinqüiu e se revelou perigoso não torne a delinquir, e ambas são aplicadas jurisdicionalmente. 18 Com o mesmo entendimento, Júlio Fabbrini Mirabete amplia: A medida de segurança não deixa de ser uma sanção penal e, embora mantenha semelhança com a pena, diminuindo um bem jurídico, visa precipuamente à prevenção, no sentido de preservar a sociedade da ação de delinqüentes temíveis e de recuperá-los com tratamento curativo. 19 Desse modo, conclui-se que as medidas de segurança têm caráter jurisdicional aplicado àqueles que demonstram ofensividade ao bem jurídico, assim ela apenas age de forma a proteger a sociedade da periculosidade de determinados indivíduos. Sistemas Existem dois sistemas acerca da aplicabilidade da medida de segurança. Refere-se aqui, ao sistema duplo binário e ao sistema vicariante. No primeiro sistema, entende-se que as penas eram cumulativas, portanto se cumpria a pena e a medida de segurança ao mesmo tempo, contudo no sistema vicariante, considerado como medida de substituição, o indivíduo cumpria ou a pena ou a medida de segurança. O sistema duplo binário foi extinto e, depois da reforma penal de 1984, passou a vigorar apenas o sistema vicariante. Dessa forma, sintetiza Cezar Roberto Bitencourt: Consciente da iniqüidade e da disfuncionalidade do chamado sistema duplo binário, a Reforma Penal de 1984 adotou, em toda a sua extensão, o sistema vicariante, eliminando definitivamente a aplicação dupla de pena e medida de segurança, para os imputáveis e semi-imputáveis. A aplicação conjunta de pena e medida de segurança lesa o principio do ne bis in idem, pois, por mais que se diga que o fundamento e os fins de uma e outra são distintos, na 18 NORONHA, E. Magalhães. Introdução e Parte Geral - 38 ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva p MIRABETE, Júlio Fabbrini, FABBRINI, Renato N. Manual de Direito Penal - 26 ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Atlas p

12 realidade, e o mesmo indivíduo que suporta as duas conseqüências pelo mesmo fato praticado. Seguindo essa orientação, o fundamento da pena passa a ser exclusivamente a culpabilidade, enquanto a medida de segurança encontra justificativa somente na periculosidade aliada a incapacidade penal do agente. Na pratica, a medida de segurança não se diferenciava em nada da pena privativa de liberdade. A hipocrisia era tão grande que, quando o sentenciado concluía a pena, continuava, no mesmo local, cumprindo a medida de segurança, nas mesmas condições em que acabara de cumprir a pena. Era a maior violência que o cidadão sofria em seu direito de liberdade, pois, primeiro, cumpria uma pena certa e determinada, depois, cumpria outra pena, esta indeterminada, que ironicamente denominavam medida de segurança. 20 Pressupostos Para a aplicação das medidas de segurança é necessário o preenchimento de alguns pressupostos, os quais são imprescindíveis para a aplicação da medida. São eles: prática de um ato punível, identificação da periculosidade do agente e a detecção de inimputabilidade. Isso posto, deverá ser comprovado que existiu a prática de um ato punível para que, a partir daí, sejam avaliados outros pontos, pois se for provado quesitos como: presunção de inocência, coação irresistível ou qualquer outro fator que não represente um ato punível, será descartada a aplicação da medida de segurança. Além disso, igualmente deverá ser constatada a presença de periculosidade no indivíduo, pois a partir disto, o juiz determinará se o mesmo necessita de tratamento biopsicossocial e psiquiátrico, visando a minimizar ou a controlar o fator criminógeno de modo que a sociedade esteja protegida. Como ilustra o nobre jurista Damásio de Jesus, na concepção de periculosidade: A verificação da periculosidade se faz por intermédio de um juízo sobre o futuro, ao contrário do juízo de culpabilidade, que se projeta sobre o passado. Nessa verificação, o juiz vale-se de fatores (ou elementos) e indícios (ou sintoma) do estado perigoso BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal - 15 ed. rev., atual. e ampl. - São Paulo: Saraiva, p JESUS, Damásio de. Direito Penal - 33 ed. São Paulo: Saraiva, p

13 Partindo do pressuposto acima, amplia Souza (2015): O fundamento norteador das medidas de segurança ainda está extremamente ligado entre a loucura e o perigo. Haja vista que isolamento dos portadores de doença mental passa a ser justificado pelo risco para a harmonia social, legitimado por meio da periculosidade. 22 E, por fim, deverá ser constatada também a inimputabilidade do agente, pois ao imputável a sanção determinada em lei é a pena. Ao semi-imputável deverá ser aplicada a pena ou a medida de segurança, se o agente necessitar de tratamento, isso de acordo com o que o juiz determinar, e ao inimputável sim, aplicar-se-á a medida de segurança. Vejamos o posicionamento de Cezar Roberto Bitencourt acerca do tema: a) Prática de fato típico punível E indispensável que o sujeito tenha praticado um ilícito típico. Assim, deixara de existir esse primeiro requisito se houver, por exemplo, excludentes de criminalidade, excludentes de culpabilidade como erro de proibição invencível, coação irresistível e obediência hierárquica, embriaguez completa fortuita ou por forca maior) com exceção da inimputabilidade, ou ainda se não houver prova do crime ou da autoria etc. Resumindo, a presença de excludentes de criminalidade ou de culpabilidade e a ausência de prova impedem a aplicação de medida de segurança. b) Periculosidade do agente E indispensável que o sujeito que praticou o ilícito penal típico seja dotado de periculosidade. Periculosidade pode ser definida como um estado subjetivo mais ou menos duradouro de antissociabilidade. E um juízo de probabilidade tendo por base a conduta antissocial e a anomalia psíquica do agente de que este voltara a delinquir. O Código Penal prevê dois tipos de periculosidade: 1) periculosidade presumida quando o sujeito for inimputável, nos termos do art. 26, caput; 2) periculosidade real também dita judicial ou reconhecida pelo juiz, quando se tratar de agente semi-imputável (art. 26, parágrafo único), e o juiz constatar que necessita de especial tratamento curativo. c) Ausência de imputabilidade plena O agente imputável não pode sofrer medida de segurança, somente pena. E o semi-imputável só excepcionalmente estará sujeito a medida de segurança, isto e, se necessitar de especial tratamento curativo, caso contrario, também ficara sujeito 22 SOUZA, Daniela Moreira de. A natureza jurídica das medidas de segurança e o conceito subjetivo de periculosidade. Disponível em: < Acesso em: 09 de novembro de

14 somente a pena: ou pena ou medida de segurança, nunca as duas. Assim, a partir da proibição de aplicação de medida de segurança ao agente imputável, a ausência de imputabilidade plena passou a ser pressuposto ou requisito para aplicação de dita medida. 23 Espécies As medidas de segurança são divididas em duas espécies e estão previstas no artigo 96⁰ do Código Penal, in verbis: "Art. 96. As medidas de segurança são: I - Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento adequado; II - sujeição a tratamento ambulatorial" 24. Depois de diagnosticada a inimputabilidade, o agente deverá cumprir a medida de segurança detentiva ou restritiva. Caberá ao juiz a determinação de qual é cabível no caso em exame. Para tal, o magistrado considerará não apenas o tipo de crime cometido, mas também o grau de periculosidade do agente. Se o crime for punível com reclusão, o agente deverá cumprir medida detentiva em Hospital de Custódia ou em outro estabelecimento com o mesmo fim. Se, no caso em questão, tiver cometido crime com pena de detenção, deverá ser instituído a ele medida de segurança restritiva, sendo submetido também a tratamento ambulatorial. "Art Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial". 25 Se um indivíduo imputável, no decorrer do cumprimento de uma pena, demonstrar algum retardo ou desenvolvimento de doença mental, a pena deverá ser convertida em medida de segurança. Assim como, também, poderá ser alterada a medida restritiva para medida detentiva a qualquer momento do tratamento. Nos casos em que tal mudança ocorre, ela é 23 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal - 15 ed. rev., atual. e ampl. - São Paulo: Saraiva, p BRASIL. Decreto-Lei n⁰ de 07 de dezembro de Disponível em: ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm. Acesso em: 11 de novembro de BRASIL. Decreto-Lei n⁰ de 07 de dezembro de Disponível em: < ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm>. Acesso em: 12 de novembro de

15 determinada pelo juiz a partir de uma avaliação acerca do comportamento agente. Tal afirmativa se encontra descrita no artigo 183 e 184 da LEP, in verbis: Art Quando, no curso da execução da pena privativa de liberdade, sobrevier doença mental ou perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da Defensoria Pública ou da autoridade administrativa, poderá determinar a substituição da pena por medida de segurança. Art O tratamento ambulatorial poderá ser convertido em internação se o agente revelar incompatibilidade com a medida. 26 O tratamento ambulatorial será realizado sem a necessidade de internação e sem a necessidade de um médico em tempo integral. O agente deverá apenas comparecer ao hospital em período determinado pelo médico para dar continuidade ao tratamento. O Hospital de Custódia ou estabelecimento ao qual o inimputável será direcionado deverá ser dotado de instalações adequadas, assim como equipe interdisciplinar de profissionais especializados. Segundo o artigo 43⁰ da Lei de Execução Penal, caso a família do indivíduo queira e tenha um médico de confiança, poderá contratá-lo para ser o responsável pelo tratamento, podendo ser tanto para o internado quanto para o que cumpre o tratamento ambulatorial. Entre as várias descrições de autores, sobre Hospitais de Custódia e Estabelecimentos adequados, vale ressaltar a de Cezar Roberto Bitencourt: a) Hospital de custódia e tratamento psiquiátrico: Hospital de custódia e tratamento psiquiátrico não passa de uma expressão eufemística utilizada pelo legislador da Reforma Penal de 1984 para definir o velho e deficiente manicômio judiciário, que no Rio Grande do Sul e chamado de Instituto Psiquiátrico Forense. Ocorre que, apesar, da boa intenção do legislador, nenhum Estado brasileiro investiu na construção dos novos estabelecimentos. b) Estabelecimento adequado: O que seria estabelecimento adequado? A lei não diz, mas da uma pista, quando fala que o internado tem direito de ser recolhido a estabelecimento dotado de características hospitalares, para submeter-se a tratamento (art. 99 do CP). Ironicamente, por apresentarem características hospitalares, os 26 BRASIL. Lei de Execução Penal n⁰ de 11 de julho de Disponível em: < Acesso em: 13 de novembro de

16 manicômios judiciários tem sido considerados "estabelecimentos adequados. 27 Prazo De acordo com o artigo 171 da LEP, só poderá dar início à medida de segurança após transitada em julgado a sentença, juntamente com a expedição da guia de execução e depois da ciência da aplicação da medida ao Ministério Público. O prazo determinado para a medida de segurança é um assunto delicado e com muitas divergências doutrinárias, pois existem posicionamentos diferentes sobre a mesma questão no campo jurídico. Tendo a medida de segurança por finalidade a cura, o agente será sujeitado a medida e o tempo máximo da sanção será indeterminado. Será determinada pela autoridade competente, a realização de perícia médica anual ou, a qualquer tempo antes do prazo mínimo, até que se verifique a cessação da periculosidade do agente. Referente ao entendimento da indeterminação temporal, o Código Penal só menciona o prazo mínimo de 1 a 3 anos. Com isso, o inimputável criminoso será submetido à medida até que ele seja considerado apto ao convívio social, caso contrário, ele permanecerá cumprindo a medida de segurança, chegando, em alguns casos, morrer ainda cumprindo a medida. O art. 98 elucida a questão de modo breve e claro: Art Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Código e necessitando o condenado de especial tratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser substituída pela internação, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos, nos termos do artigo anterior e respectivos 1º a 4º. 28 Diante disso, abriram-se várias discussões, pois o próprio Código Penal, em seu artigo 75, diz que o prazo máximo para aplicação das penas privativas de liberdade não pode ser 27 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal - 15 ed. rev., atual. e ampl. - São Paulo: Saraiva, p BRASIL. Decreto-Lei n⁰ de 07 de dezembro de Disponível em: < ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm>. Acesso em: 14 de novembro de

17 superior a 30 anos. Todavia, a aplicação de um prazo indeterminado para as medidas de segurança tal como menciona o mesmo Código Penal, entra em confronto com a Constituição Federal, que deixa claro a proibição de penas de caráter perpétuo, em seu artigo 5⁰, inciso, XLVII, alínea b. O nobre jurista Cezar Roberto Bitencourt demonstra com clareza tal entendimento. As duas espécies de medida de segurança internação e tratamento ambulatorial tem duração indeterminada, segundo a previsão do nosso Código Penal (art. 97, I a), perdurando enquanto não for constatada a cessação da periculosidade, através de pericia medica. Pode-se, assim, atribuir, indiscutivelmente, o caráter de perpetuidade a essa espécie de resposta penal, ao arrepio da proibição constitucional, considerando-se que pena e medida de segurança são duas espécies do gênero sanção penal [...] No entanto, não se pode ignorar que a Constituição de 1988 consagra, como uma de suas clausulas pétreas, a proibição de prisão perpétua; e, como pena e medida de segurança não se distinguem ontologicamente, e licito sustentar que essa previsão legal - vigência por prazo indeterminado da medida de segurança - não foi recepcionada pelo atual texto, constitucional. Em trabalhos anteriores, sustentamos que em obediência ao postulado que proíbe a prisão perpétua dever-se-ia, necessariamente, limitar o cumprimento das medidas de segurança a prazo não superior a trinta anos. 29 Diante de tal embate, deve-se também destacar o posicionamento dos Tribunais Superiores no que tange às decisões tomadas sobre essa questão. Esse debate envolve não somente a interpretação e a aplicação de leis ou discussões doutrinárias, ela afeta diretamente as famílias do criminoso e, principalmente, o indivíduo que sofre, à mercê de uma decisão não pacificada jurisprudencial e doutrinariamente pela e na Justiça. Essa indeterminação, em alguns casos, fere a dignidade do próprio indivíduo já declarado pela perícia como mentalmente incapacitado, deixando-os em uma pena de caráter perpétuo. Nessa linha argumentativa, o Superior Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça defendem que a medida de segurança ao contrário do que o Código Penal diz, não deve perdurar enquanto não cessar a periculosidade, pois se isso não ocorrer, o indivíduo permanecerá encarcerado por tempo indeterminado e até mesmo chegando a morrer dentro 29 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal - 15 ed. rev., atual. e ampl. - São Paulo: Saraiva, p

18 desses estabelecimentos. Com isso, fere-se a Constituição Federal, tornando a medida de segurança uma medida de caráter perpétuo, o que não é permitido em nosso ordenamento jurídico. Contudo, embora compartilhem dessa visão, os mesmos Tribunais Superiores ainda divergem entre eles sobre o assunto. O Superior Tribunal Federal, assim como descrito no artigo 75 do Código Penal, entende que as medidas de segurança devem ter o tempo máximo de 30 anos, não podendo o agente ultrapassar esse limite independente de qualquer outro quesito, caso contrário, estaria cumprindo regime perpétuo. Segue julgado do STF, em que se verifica tal entendimento: Ementa: PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. MEDIDA DE SEGURANÇA. CUMPRIMENTO DA MEDIDA EM PRAZO SUPERIOR AO DA PENA MÁXIMA COMINADA AO DELITO. PRESCRIÇÃO. INOCORRÊNCIA. INÍCIO DO CUMPRIMENTO. MARÇO INTERRUPTIVO. PERICULOSIDADE DO AGENTE. CONTINUIDADE. PRAZO MÁXIMO DA MEDIDA. 30 (TRINTA) ANOS. PRECEDENTES DO STF. DESINTERNAÇÃO PROGRESSIVA. ART. 5º DA LEI /2001. APLICABILIDADE. ALTA PROGRESSIVA DA MEDIDA DE SEGURANÇA. PRAZO DE 6 (SEIS) MESES. RECURSO PROVIDO EM PARTE. 1. A prescrição da medida de segurança deve ser calculada pelo máximo da pena cominada ao delito cometido pelo agente, ocorrendo o março interruptivo do prazo pelo início do cumprimento daquela, sendo certo que deve perdurar enquanto não haja cessado a periculosidade do agente, limitada, contudo, ao período máximo de 30 (trinta) anos, conforme a jurisprudência pacificada do STF. Segue precedente: Precedentes : HC /RS, Relator Min. Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, Julgamento em 24/5/2011; HC /RS, Relator Min. Cezar Peluso, Julgamento em 2/6/ In casu: a) o recorrente, em 6/4/1988, quando contava com 26 (vinte e seis) anos de idade, incidiu na conduta tipificada pelo art. 129, 1º, incisos I e II, do Código Penal (lesões corporais com incapacidade para o trabalho por mais de 30 dias), sendo reconhecida a sua inimputabilidade, nos termos do caput do artigo 26 do CP. b) processada a ação penal, ao recorrente foi aplicada a medida de segurança de internação hospitalar em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico, 18

19 pelo prazo mínimo de 3 (três) anos, sendo certo que o recorrente foi internado no Instituto Psiquiátrico Forense, onde permanece até a presente data, decorridos mais de 23 (vinte e três) anos desde a sua segregação; c) o recorrente tem apresentado melhoras, tanto que não está mais em regime de internação, mas de alta progressiva, conforme laudo psiquiátrico que atesta seu retorno gradativo ao convívio social. 3. A desinternação progressiva é medida que se impõe, provendo-se em parte o recurso para o restabelecimento da decisão de primeiro grau, que aplicou o art. 5º da Lei /2001, determinando-se ao Instituto Psiquiátrico Forense que apresente plano de desligamento, em 60 (sessenta) dias, para que as autoridades competentes procedam à política específica de alta planejada e reabilitação psicossocial assistida fora do âmbito do IPF. 4. Recurso provido em parte O Superior Tribunal de Justiça se posiciona, seguindo os princípios da isonomia e da proporcionalidade, tendo o mesmo raciocínio diante do caráter perpétuo das medidas, porém, destaca que o agente deverá cumprir período máximo da pena, em abstrato, de acordo com crime praticado, não podendo superar 30 anos. Nesse entendimento, segue posicionamento do STJ: EMENTA: EXECUÇÃO PENAL. HOMICÍDIO. PACIENTE INIMPUTÁVEL. SENTENÇA ABSOLUTÓRIA IMPRÓPRIA. MEDIDA DE SEGURANÇA. PRAZO. LIMITAÇÃO. MÁXIMO DA PENA ABSTRATAMENTE COMINADA AO DELITO. 1. Levando em conta o preceito segundo o qual "não haverá penas de caráter perpétuo" (art. 5º, XLII, b, da CF) e os princípios da isonomia e da proporcionalidade, a Sexta Turma adotou o entendimento de que o tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado. 2. No caso, o paciente iniciou o cumprimento da segunda internação em 11/2/1985, pela prática do delito previsto no art. 121, caput, do Código Penal, cuja pena máxima é de 20 anos. À época do indulto concedido na origem (2/7/2009), cuja decisão está pendente de análise pelo Tribunal a quo, já tinham decorrido mais de 24 anos de segregação social, patente, portanto, o constrangimento ilegal. 3. Ordem concedida para declarar o término do cumprimento da medida de segurança 30 JusBrasil. STF - RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS RHC AP (STF). Disponível em: < Acesso em: 15 de novembro de

20 imposta ao paciente. (STJ, Relator: Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, Data de Julgamento: 11/10/2011, T6 - SEXTA TURMA). Segue recurso: RECURSO ESPECIAL. PENAL. HOMICÍDIO QUALIFICADO. INIMPUTÁVEL. SENTENÇA ABSOLUTÓRIA IMPRÓPRIA. PRETENSÃO MINISTERIAL DE AFASTAR ALIMITAÇÃO DA MEDIDA DE SEGURANÇA. IMPOSSIBILIDADE. LIMITE DEDURAÇÃO: PENA MÁXIMA ABSTRATAMENTE COMINADA AO DELITO E PRAZO DE 30 ANOS PREVISTO NO ART. 75 DO CÓDIGO PENAL. RECURSO DESPROVIDO. 1. Nos termos do atual posicionamento desta Corte, o art. 97, 1.º,do Código Penal, deve ser interpretado em consonância com os princípios da isonomia e da razoabilidade. Assim, o tempo de cumprimento da medida de segurança, na modalidade internação ou tratamento ambulatorial, deve ser limitado à pena máxima abstratamente cominada ao delito perpetrado ou ao limite de 30 (trinta) anos estabelecido no art. 75 do Código Penal, caso o máximo da pena cominada seja superior a este período. 2. O Supremo Tribunal Federal, ao examinar a controvérsia, manifestou-se no sentido de que a medida de segurança deve obedecera garantia constitucional que veda as penas de caráter perpétuo, nos termos do art. 5.º, XLVII, alínea b, da Constituição da República, aplicando, por analogia, o limite temporal de 30 (trinta) anos previsto no art. 75 do Código Penal. 3. Recurso especial desprovido (STJ, Relator: Ministra LAURITA VAZ, Data de Julgamento: 13/03/2012, T5 - QUINTA TURMA). 31 Desinternação A desinternação ocorrerá com a cessação da periculosidade do agente, aferida em uma perícia médica. A liberação da medida de segurança será feita como uma forma de suspensão da medida, sendo uma espécie de liberdade condicional. Determinar-se-á que o indivíduo deverá se estabelecer de maneira que não apresente fato que demonstre periculosidade no período de um ano. Se, nesse tempo, o inimputável cometer qualquer agravo ou demonstrar-se perigoso, lhes será estabelecido o retorno à medida de segurança. Vale ressaltar que a lei não menciona somente a prática de um novo crime, mas sim, a presença de periculosidade. 31 JusBrasil. STJ - HABEAS CORPUS: HC RS 2010/ < jurisprudencia/ /recurso-especial-resp df stj/inteiro-teor >. Acesso em: 15 de novembro de

21 De acordo com o artigo 178 da LEP para que ocorra a desinternação, o agente deverá seguir os mesmos requisitos do livramento condicional. Somente passado esse período, sem demonstrar nenhuma desordem comportamental, o inimputável terá sua medida de segurança extinta. Assim, sendo comprovada pericialmente a cessação da periculosidade, o juiz da execução determinara a revogação da medida de segurança, com a desinternação ou a liberação, em caráter provisório, aplicando as condições próprias do livramento condicional (art. 178 da LEP). Na verdade, essa revogação não passa de uma simples suspensão condicional da medida de segurança, pois, se o desinternado ou liberado, durante um ano, praticar fato indicativo de persistência de sua periculosidade, será restabelecida a medida de segurança suspensa. Somente se ultrapassar esse período in albis a medida de segurança será definitivamente extinta. 32 Conclusão Diante de todo o exposto, conclui-se que a medida de segurança não se mostra eficaz o suficiente para realizar tudo que teoricamente determina a lei, pois a medida, assim como meio de prevenção, também deveria funcionar com um tratamento com a finalidade de curar o indivíduo. Durante o desenvolvimento do trabalho, além de revisões bibliográficas, realizou-se uma visita ao Presídio Feminino do Distrito Federal (Colméia), onde situa a ala específica para o tratamento dos submetidos à medida de segurança. Nesta visita, realizou-se uma entrevista com a diretora do presídio, a Delegada de polícia, Draª Deuselita Pereira Martins. Nessa ocasião, a entrevista proporcionou observar vários pontos em relação à aplicação da medida de segurança. Destaco, a princípio, a ausência no Distrito Federal de um Hospital de Custódia ou de lugar adequado onde se possa alocar esses indivíduos. Sobre esse aspecto, a inexistência de um espaço adequado, o único local ao qual foi instituído pelo Estado para o cumprimento da medida é um presídio. Observa-se, de imediato, a inadequação desse local uma vez que, lá, também se alocam indivíduos imputáveis, submetidos ao cumprimento de pena pelo cometimento de algum delito. Nessa mesma entrevista, constatou-se ainda que os agentes inimputáveis do sexo masculino ficam em um 32 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal - 15 ed. rev., atual. e ampl. - São Paulo: Saraiva, p

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