BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA NO PERÍODO GESTACIONAL RESUMO

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1 32 BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA NO PERÍODO GESTACIONAL Sandriane de Sousa Martins Oliveira Juliana Gonçalves Silva de Mattos** RESUMO A gestação é um momento de muita importância na vida da mulher, apresentando sentimentos diversos. No passado, acreditava-se que a atividade física (AF) aumentava o risco de trabalho de parto prematuro devido à estimulação uterina. Atualmente, sabe-se que os benefícios da AF para gestantes são muitos. Este estudo objetiva relatar os benefícios da AF no período gestacional, enfatizando a prática da hidroginástica e o papel do educador físico frente à orientação durante a gestação. Foi realizada uma revisão de literatura elaborada através das bases virtuais, tendo como descritores: atividade física, exercícios físicos, hidroginástica, gestação e gravidez. Foram pesquisados artigos, monografias, dissertações e teses publicadas em português entre os anos de 2002 e Os textos encontram-se na base de dados BIREME. Encontrou-se apenas 66 publicações entre artigos, monografias, dissertações e teses e documentos do Ministério da Saúde que abordavam especificamente a temática em questão. Percebeu-se na literatura que a hidroginástica foi a AF mais procurada pelas gestantes devido ao fato de não possuir impacto, por trabalhar vários músculos, proporcionando melhor equilíbrio, conforto e diminuição dos edemas. Assim, o educador físico deve incentivar e acompanhar a prática desta atividade a fim de promover uma melhor qualidade de vida das gestantes. Palavras chave: Atividade Física. Gestação. Hidroginástica. Qualidade de vida. Educação Física. ABSTRACT Gestation is a moment of great importance in the woman s life, presenting many different feelings. It was believed that physical activity (PA) increased the risk of preterm labor due to uterine stimulation. It is known that the benefits of PA for Graduada em Educação Física pela Faculdade Cidade de Coromandel. Endereço: Avenida Adolfo Timóteo da Silva, 433. Tel: sanincorpore@gmail.com ** Enfermeira. Mestre em Atenção à Saúde pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro-UFTM. Especialista em Docência do Ensino Superior e Enfermagem do Trabalho pela Instituição Passo1 de Ensino e Pesquisa. Pós-graduada em Formação Pedagógica em Educação Profissional na Área da Saúde: Enfermagem, pela Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG. Docente da graduação (Curso de Educação Física e Psicologia) e Pós-Graduação da Faculdade Cidade de Coromandel FCC. Docente da Graduação no Centro Universitário do Cerrado Patrocínio UNICERP, nos cursos da Saúde. Endereço: Avenida Adolfo Timóteo da Silva, 433 CEP: , Coromandel-MG. Tel: juju_enf@hotmail.com

2 33 pregnant women are many. This study aims to report the benefits of PA in the gestational period, emphasizing the practice of water gymnastics and the role of the physical educator in relation to orientation during pregnancy. A literature review was carried out through the virtual bases, having as descriptors: physical activity, physical exercises, water aerobics, gestation and pregnancy. Articles, monographs, dissertations and theses published in Portuguese between the years of 2002 and 2015 were searched. The texts are found in the BIREME database. There were only 66 publications among articles, monographs, dissertations and theses and documents of the Ministry of Health. It was noticed that the hydrogymnastics was the AF most sought by the pregnant women due to the fact of not having impact, by working several muscles, providing a better balance, comfort and decreased edema. Thus, the physical educator should encourage and follow the practice of this activity in order to promote a better quality of life for pregnant women. Keywords: Physical Activity. Pregnancy. Hydrogymnastics. Quality of life. Physical education. 1 INTRODUÇÃO A gestação é um momento de muita importância na vida da mulher, apresentando sentimentos diversos (PICCININI et al., 2004), além de mudanças no organismo que alteram o humor, a autoestima, o peso corporal, a dificuldade na coordenação motora e a agilidade (BEUREN; BAGNARA, 2011; OLIVEIRA et al., 2007). No passado acreditava-se que a atividade física (AF) aumentava o risco de trabalho de parto prematuro devido à estimulação uterina (BATISTA et al., 2003). Os riscos mais incidentes eram as dores músculo-esquelético, devido à mudança do centro da gravidade, a rotação anterior da pelve, o aumento da lordose lombar e o aumento da lassidão ligamentar (LIMA; OLIVEIRA, 2005; OLIVEIRA et al., 2007). Atualmente concebe-se que atividades praticadas regularmente resultam em um comportamento humano ativo e voluntário, com presença de determinantes biológicos e psico-sócio-cultural (BATISTA et al., 2003). As evidências epidemiológicas da prática da AF para a promoção da saúde e da qualidade de vida (QV) são comprovadas com a prevenção de doenças. Os benefícios da AF para gestantes são vários, no entanto, ainda não possuem conformidade em relação à gestação (BATISTA et al., 2003). Para que a gestante usufrua destes benefícios é necessária uma avaliação da mulher e da

3 34 gestação no intuito de prescrever os exercícios adequados e de agradar e estimular a gestante identificando suas preferências. É importante também respeitar o limite físico da gestante que é variável de acordo com o dia, a temperatura e o estado mental, sendo os exageros totalmente contraindicados (BEUREN; BAGNARA, 2011). Sabe-se que a maioria das literaturas é consonante no que tange à prática da AF nos últimos meses de gestação, orientando que estes devem ser limitados (BATISTA et al., 2003; CAVALCANTE et al., 2005). A AF é um bem não só para a gestante, mas também para o bebê. É muito importante o profissional ter conhecimento sobre a conduta que utilizará com a gestante. Socialmente, este estudo faz-se relevante, por não se encontrar facilmente nas cidades do interior profissionais habilitados para trabalhar com as gestantes de maneira segura e eficiente, o que torna a profissão de educação física uma excelente opção para atuar no mercado em questão. Em relação aos achados científicos, nas bases de dados BIREME identificouse um número elevado de publicados há mais de 10 anos em comparação à década mais recente, o que torna este tema interessante para se retratar na atualidade, no intuito de agregar conhecimentos aos profissionais em detrimento à saúde das gestantes. Dessa forma, objetiva-se com o presente estudo relatar os benefícios da AF no período gestacional, buscando identificar os benefícios da hidroginástica para as gestantes, assim como identificar o papel do profissional de educação física frente à orientação das AF durante a gestação. 2 BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA PARA AS GESTANTES A AF é uma movimentação corporal que consome um gasto energético bem maior que no estado de repouso, ocorrido pelas mudanças na composição do corpo (BATISTA et al., 2003). Os benefícios apresentados pela sua prática vão desde aqueles que asseguram a QV até aqueles que objetivam prevenir e controlar várias doenças (TAKITO; NERI; BENICIO, 2008). Em relação às gestantes, as melhorias podem ser observadas quanto ao aumento da força física, flexibilidade e resistência. Mas o papel fundamental de tais práticas é a redução e prevenção de lombalgias com segura correção e orientação

4 35 postural da gestante, diminuindo os impactos que as modificações anatômicas provocam neste período (BATISTA et al., 2003). Ainda, proporcionam melhorias na qualidade do sono e da diástase do músculo reto-abdominal (DERTKIGIL et al., 2005). Previnem e reduzem as dores das mãos e dos pés e o estresse cardiovascular. A AF fortalece a musculatura pélvica, reduz a prevalência das dores do parto e dos partos prematuros e/ou cesáreas, eleva a autoestima da gestante, auxilia no controle do ganho de peso, assim como o aumento do peso e melhorias da condição nutricional do feto (BATISTA et al., 2003). Estudos relatam a redução da pressão arterial de repouso, controle do diabetes, diminuição do colesterol total e o aumento do HDL-colesterol (CAMARA et al., 2007; RICARDO; ARAUJO, 2006; UMPIERRE; STEIN, 2007). A realização de uma AF auxilia na manutenção dos níveis glicêmicos normais, visto que a diabetes gestacional pode ocorrer na fase tardia da gestação, sendo, talvez, o excesso de peso corporal um dos elementos contribuintes para o aparecimento da patologia (HELMRICH; RAGLAND; PAFFENBARGER, 1994; MOTA, 2014). O grande incentivo ao acompanhamento pré-natal tornou-se um marco importante na saúde gestacional, pois a equipe de saúde passou a preconizar as orientações às gestantes de risco habitual tendo a prática de AF como facilitador da assistência materno-fetal. Para este grupo específico os exercícios devem possuir intensidades diferentes, respeitando a individualidade da gestante e tendo conhecimento do seu estado clínico, evitando riscos e problemas decorrentes de uma atividade inadequada (BATISTA et al., 2003). Fatores como os níveis de gastos e demandas energéticas devem ser considerados no atendimento a este público (BEUREN; BAGNARA, 2011), que tem uma rotina pautada em atividades orientadas três vezes por semana (NOGUEIRA, 2009). Existem vários tipos de AF que podem ser utilizadas para gestantes. Na escolha dos tipos de exercícios é necessário estar atento às particularidades de cada um, como o impacto, o ambiente, a postura e, principalmente, a opção de escolha de exercícios agradáveis a este público (CHISTOFALO; MARTINS; TUMELERO, 2003). Segundo Beuren e Bagnara (2011) a atividade aquática é muito citada e recomendada em detrimento às atividades de solo, por ser um local seguro, que

5 36 geralmente não afeta as condições físicas e fisiológicas e que não são indicativos às contrações do trabalho de parto (BEUREN; BAGNARA, 2011). 2.1 A Hidroginástica como ferramenta auxiliar do cuidado com a gestante Essencial para a vida, a água é utilizada desde a antiguidade não somente para a higiene, mas também para fins curativos e até mesmo recreativos, assim como ainda acontece com frequência (SCARTON, 2008). O desenvolvimento de atividades aquáticas traz benefícios devido às propriedades do meio líquido, como segurança, prazer e eficiência da atividade (NASSAR, 2004). Dentre elas estão a densidade relativa, a flutuação, a pressão hidrostática e a resistência (ABOARRAGE, 2008). A água contém propriedades físicas peliculares que a transformam em uma forma terapêutica muito eficiente e até mais segura para realização da sessão. Porém, é necessário que a água não seja muito quente, com temperatura aproximada de 28º C (CASTRO et al., 2009). A temperatura influencia algumas alterações cardiorrespiratórias (BARROS, 2007), pois quanto maior, aumenta a frequência cardíaca e o consumo de oxigênio. A temperatura é caracterizada como muito fria quando está entre 0 a 13 graus, fria de 13 a 21 graus, fresca de 21 a 27 graus, tépida de 27 a 33 graus, morna de 22 a 38 graus e quente de 38 a 40 graus. Na hidroginástica é recomendada para a água entre 27 a 29 graus Celsius (BARROS, 2007; CASTRO et al., 2009). Esse tipo de atividade recebeu inúmeras denominações, dentre elas, exercício aquático ou de imersão e hidroginástica. Outros estudiosos preferem o termo hidroterapia pelos efeitos curativos relacionados ao exercício (PREVEDEL et al., 2003). A hidroginástica surgiu na Alemanha com o intuito de atender aos idosos (BONACHELA, 1994). Posteriormente, foi sendo ampliada para os demais indivíduos com necessidades específicas (QUIRINO, 2009). Atualmente é vista como uma atividade estimulante e motivadora, procurada por diversos grupos com finalidades específicas promovendo uma socialização dos indivíduos (CARVALHO, 2014). Estudos apontam que a água é utilizada para demonstrar que existem vários programas de exercícios aquáticos praticados em posição vertical, buscando a

6 37 aptidão física em indivíduos sedentários e a complementação da preparação física de atletas de alto nível. As atividades aquáticas auxiliam na diminuição dos impactos nos joelhos e geralmente são mais relaxantes que outros tipos de exercícios (BATISTA et al., 2003). Segundo Bonachela (1994) a prática regular da hidroginástica traz como benefícios o bem-estar físico-mental além de ser uma atividade que proporciona um baixo impacto nas articulações, ossos e músculos, evitando o risco de lesões a seus praticantes. São realizados exercícios com saltos, caminhadas, corridas e deslocamentos de longa duração bem como de baixa intensidade, o que caracteriza a hidroaeróbica (QUIRINO, 2009). Além da promoção da saúde, ela auxilia na diminuição dos efeitos do envelhecimento. Sua prática regular desenvolve a capacidade cardiorrespiratória, aumenta o consumo máximo de oxigênio, vasculariza o miocárdio e também ajuda no controle da pressão arterial em repouso, resultando em melhorias na pressão arterial de repouso (PORTO et al., s/a). Nesse contexto, a hidroginástica é uma das AF mais adequadas para o período gestacional por apresentar baixo impacto articular, aumento do retorno venoso devido à pressão hidrostática e um comportamento de frequência cardíaca e pressão arterial mais baixa (FINKELSTEIN et al., 2006). Também, promove melhoria na termorregulação, do efeito natriurético e diurético, eliminando a retenção hídrica (MATSUDO; MATSUDO, 2008). Diversos indivíduos com diagnósticos de doenças não transmissíveis procuram a hidroginástica com vistas a uma melhora ou inibição de problemas como asma, bronquite, fadiga, ansiedade, contusões, torções, colesterol, triglicerídeos, diabetes e hipertensão (DI MASI, 2003). Na prática, as aulas são realizadas na piscina e possuem duração aproximada entre 50 minutos e uma hora. De forma geral, começam com um aquecimento, seguidas da parte principal e o relaxamento. Para o acompanhamento dos exercícios são utilizadas músicas com ritmos e gêneros diferentes conforme a preferência do professor e dos alunos (ABOARRAGE, 2008). As gestantes que participaram de aulas de hidroginástica retrataram que a AF fez com que o parto fosse mais fácil, além de cooperar para um bem-estar físico no pós-parto. Cerca de 90% das alunas gestantes entre a 28º e 36º semana de

7 38 gestação considerou de alguma forma a hidroginástica benéfica (VALLIM et al., 2011). Pesquisas realizadas com médicos da cidade de Araçatuba-SP demonstraram que a hidroginástica foi indicada por 50% dos obstetras, seguido de caminhada (30%), hidroterapia/alongamento (10%) e musculação ou esporte coletivo (10%). A maioria das mulheres entrevistadas apresentou elevada autoestima e autoimagem, indicando que a atividade aquática pode proporcionar benefícios psicossociais fundamentais para a manutenção da prática da AF regularmente e para a promoção da QV (CHISTÓFALO; MARTINS; TUMELERO, 2003; MATTOS, 2012). Há vários motivos para se escolher as atividades aquáticas e, dentre eles, está o simples fato das pessoas gostarem e se adaptarem bem à água (TEIXEIRA, 2008). Estudos demonstraram que os principais motivos que levaram as mulheres entre 20 e 65 anos de idade a procurarem a hidroginástica foram os benefícios físicos e mentais que a atividade proporcionou como o ânimo e a melhoria das suas atividades orgânicas. Tal procura vem sendo incentivada por indicação médica e de amigos, além da curiosidade própria acerca de uma atividade aquática (DALLACORTE; VILELA, 2006). 3 AS ORIENTAÇÕES DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO TRABALHO COM GESTANTES O profissional de educação física é considerado tanto da área educacional quanto da saúde, já que o curso Educação Física tem o foco de trabalho no movimento corporal e suas diversas manifestações (RIBEIRO; PORFIRO, 2012) O profissional de educação física estão em contato direto com os indivíduos, promovendo a saúde (MOREIRA, 2012). Para Castellani (2004, p. 132): A Educação Física é uma das áreas do conhecimento humano ligada ao estudo e atividades de aperfeiçoamento, manutenção ou reabilitação da saúde do corpo e mente do ser humano, além de ser fundamental no desenvolvimento do ser como um todo. Ela trabalha, num sentido amplo, com prevenção de determinadas doenças humanas e também é fundamental na formação básica do ser humano, devido sua atuação no contexto psicossocial no conhecimento corporal (conhecimento do próprio corpo) suas possibilidades de ação e suas limitações. É a área de atuação

8 39 do profissional formado em uma Faculdade de Educação Física. É um termo usado para designar tanto o conjunto de atividades físicas não competitivas, quanto à ciência que fundamenta a correta prática destas atividades, resultado de uma série de pesquisas e procedimentos estabelecidos. A atividade corporal bem estruturada não deve ser compreendida apenas como movimentos automáticos (MOREIRA, 2012), mas que tragam diversos efeitos que contribuam para a melhoria da qualidade de vida, da autoestima, da vitalidade e da própria vontade de viver (TEIXEIRA et al., 2007). Quando bem realizadas e acompanhadas por um profissional qualificado, com o acompanhamento concomitante de um médico obstetra, auxiliarão numa gestação saudável (RIBEIRO; PORFIRO, 2012). O obstetra, neste contexto, será responsável pela avaliação clínica e solicitação e acompanhamento de exames laboratoriais e de imagem específicos, que influenciará diretamente na liberação da gestante à prática da AF com acompanhamento profissional de um educador físico (REINEHR; SIQUEIRA, 2009). As orientações às mulheres no período gestacional são de suma importância na prevenção de complicações na realização da atividade física, que deve ser específica para seu momento, contribuindo para um ganho corporal e psicológico na gestação (BEUREN; BAGNARA, 2011). Assim, o profissional de educação física deve possuir conhecimentos quanto aos riscos, complicações e precauções que podem ocorrer durante a realização de AF por gestantes. A prescrição de exercícios e a elaboração de um programa de atividades com gestantes devem ser realizados apenas quando o educador físico estiver ciente de todas contraindicações que a gestante apresentar, que são destacadas pelo Colégio Americano de Ginecologia e Obstetrícia (ACOG). Os exercícios devem ser realizados por até 30 minutos por dia (NASCIMENTO; SEREJO, 2012). O profissional de educação física, neste cenário, deve trabalhar com o corpo, adaptá-lo e estimulá-lo para que as gestantes consigam modificar ou manter os níveis favoráveis para uma QV satisfatória em vários aspectos (ALMEIDA; BARBOSA, 2009; SANTOS, 2015). O bem-estar físico, direito de todos, e não obstante às gestantes, também está relacionado às boas práticas alimentares (MARTIN; AINHAGNE, 2009).

9 40 O trabalho de um professor de educação física capacitado é atender públicosalvo, modificando, aumentando ou diminuindo as atividades de acordo com as necessidades, e agindo da melhor forma possível (RIBEIRO; PORFIRO, 2012). Os autores ainda afirmam que o trabalho se iniciará com uma avaliação do quadro físico e identificação dos possíveis fatores de risco que poderão limitar o indivíduo à prática da AF, além de fazer o controle da duração, intensidade, velocidade, frequência e intervalos das modalidades do programa. Neste contexto gestacional, então, o educador físico se faz extremamente relevante para a prevenção de complicações. Durante o período gestacional, o profissional de educação física deve objetivar não o condicionamento físico, mas a promoção de conforto e qualidade de vida para a mulher nesta nova fase (RIBEIRO; PORFIRO, 2012). Este trabalho, considerado uma ferramenta de importância para a evolução da saúde da gestante, deve acontecer independente do tipo de atendimento de saúde em que a gestante esteja cadastrada. As atividades de educação em saúde, ferramentas utilizadas para a promoção da saúde, despertam o desenvolvimento crítico e reflexivo que pode ocorrer em qualquer espaço onde possa existir o encontro dos cuidadores com os cuidados (MOURA et al., 2014). Ressalta-se a importância de elaboração de uma proposta de treinamento para uma gestante no início da gravidez. Para isso, primeiramente ela seria aconselhada a procurar o seu médico que analisará seu estado de saúde e as particularidades de sua gravidez, verificando se ela está apta a praticar exercícios físicos. Se for verificado que está tudo bem, ela deverá procurar um educador físico preparado profissionalmente para atender a esses casos. Assim, o educador físico verificará qual a melhor atividade a ser desempenhada, bem como sua duração, intensidade e quantidade, assim como verificar se a gestante já praticava AF antes de engravidar, o que será um diferencial no momento de propor uma atividade a ser desempenhada e como ela deverá ser realizada. Diante desta reflexão, faz-se necessária a persistência dos profissionais no sentido de que sejam implementadas atividades que visem a melhoria das ações educativas na área de saúde da mulher como criação e manutenção de grupos de gestantes, para o compartilhamento de saberes e interação entre os usuários. Deve

10 41 haver esforços para a realização da prática educativa como forma de melhorar o impacto dessa ação na saúde física, mental e emocional da mulher no ciclo gravídico-puerperal (MOURA et al., 2014). 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Durante as leituras e os estudos para realização deste artigo, por inúmeras vezes, identificou-se a importância e os benefícios adquiridos por meio da prática da AF, especialmente, para a gestante e para o feto, nos diversos âmbitos da saúde. A AF garante para a mulher benefícios como o bem-estar físico e mental durante todo o período gestacional, assim como o fortalecimento da musculatura, o alongamento e o relaxamento. Cita-se a hidroginástica como uma das atividades mais indicadas e também mais solicitadas pelas mulheres em período gestacional, por ser uma atividade sem impacto, que promove e trabalha vários músculos, proporcionando melhor equilíbrio, conforto e diminuição dos edemas. O profissional de educação física, neste cenário, é de suma importância, pois é capaz de planejar e desenvolver atividades que trabalhem, evolutivamente, as necessidades musculares das gestantes. Por isso, se torna relevante, também, que o profissional tenha conhecimento tanto dos benefícios quanto dos malefícios para que haja uma promoção da saúde da gestante e do feto. REFERÊNCIAS ABOARRAGE, N. Treinamento de força na água: uma estratégia de observação e abordagem pedagógica. São Paulo: Phorte, ALMEIDA, N. F. A.; BARBOSA, S. S. R. A Educação Física no melhoramento da qualidade de vida e consciência ambiental. Revista Digital - Buenos Aires, año 14, n. 131,abr BARROS, A. Hidroginástica, BATISTA, D. C et al. Atividade física e gestação: saúde da gestante não atleta e crescimento fetal. Revista Bras. Saúde Matern. Infant., Recife, v. 3, 2, p , abr./jun

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