ANÁLISE DA FORÇA DO ASSOALHO PÉLVICO NOS PERÍODOS DO PRÉ E PÓS-PARTO

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1 ANÁLISE DA FORÇA DO ASSOALHO PÉLVICO NOS PERÍODOS DO PRÉ E PÓS-PARTO Autor(a):Ednalva Dias da Silva G INESUL FISIOTERAPIA LONDRINA PR Orientadora e Docente: Mirela Casonato Roveratti PÔSTER tuca.dias@bol.com.br palavras-chave: gestante, assoalho pélvico, biofedback, fisioterapia. RESUMO O assoalho pélvico representa o conjunto das partes moles que fecha a pelve e suporta as vísceras em posição vertical. Suas funções são de sustentar e suspender os órgãos pélvicos e abdominais, mantendo a continência urinária e fecal. Durante a fase gestacional o assoalho pélvico deve se estender e relaxar oferecendo um apoio maior ao útero para sustentar o peso do feto. A disfunção do assoalho pélvico feminino é uma condição clínica que acomete números crescentes de gestantes a cada ano, tendo como conseqüências a incontinência urinária, os prolapsos genitais e a fraqueza do assoalho pélvico. Neste sentido, este trabalho teve como objetivo avaliar se há diminuição da força do assoalho pélvico durante a gestação e na fase do pós-parto. Para o desenvolvimento deste trabalho, foi realizado um recrutamento de pacientes grávidas na clinica de fisioterapia do Instituto de Ensino Superior - INESUL em Londrina no Paraná e foi aplicado a duas gestantes (uma controle e a outra tratamento) o seguinte protocolo: um questionário validado, avaliação das duas gestantes através do aparelho Biofeedback e foram realizadas 10 sessões de tratamento fisioterápico com o aparelho Biofeedback na gestante/tratamento, após o parto foi realizada uma reavaliação nas duas pacientes para comparar os resultados. Os resultados mostraram que a paciente em tratamento obteve melhora na força do assoalho pélvico em relação à paciente controle na qual foi observado uma diminuição da força muscular no pós-parto.

2 INTRODUÇÃO Na gestação ocorrem várias modificações e adaptações músculo-esquelético no organismo. Apesar do ganho de peso progressivo e da fraqueza ligamentar generalizada, esta fase na vida da mulher tem sido associada a uma diminuição da performance de vários grupos musculares, incluindo o assoalho pélvico. Durante a gestação a musculatura do assoalho pélvico sofre uma grande sobrecarga por sustentar a cabeça fetal enquanto o colo do útero está se dilatando para permitir a saída do feto. Atualmente, entende-se como assoalho pélvico todo o conjunto de estruturas que dá suporte às vísceras abdominais e pélvicas. A gravidez e a via do parto alteram a força muscular do assoalho pélvico porque aumentam a pressão sobre essa musculatura (BARBOSA et al., 2005). De acordo com Grosse e Sengle (2002), a fraqueza do assoalho pélvico é responsável pela maioria das causas de incontinência urinária e dos prolapsos genitais podendo permanecer mesmo após a gestação se não houver algum trabalho de fortalecimento das fibras muscular dessa região. O tratamento conservador para fortalecer o assoalho pélvico é adquirido através da prática de exercícios específicos para essa musculatura, sendo baseado no conceito de que os movimentos voluntários repetidos proporcionam aumento da força muscular e seus efeitos benéficos incluem desenvolvimento, melhora, restauração ou manutenção da força, da resistência, da mobilidade, da flexibilidade, do relaxamento, da coordenação e da habilidade através dos movimentos (MAZZARI et al., 2006). OBJETIVO Verificar o grau de força do assoalho pélvico no pré-parto e pós-parto e associar a conduta fisioterápica preventiva na melhora da fraqueza do assoalho pélvico. METODOLOGIA Este estudo foi realizado na cidade de Londrina Paraná. Os dados foram coletados através de um questionário para gestante composto por perguntas fechadas, visando obter informações a respeito das alterações do assoalho pélvico relacionados à gestação. A coleta de dados foi feita no período de novembro de 2008 a Janeiro 2009 na clinica de fisioterapia da Faculdade Integrada Inesul. As gestantes assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido e foram orientadas quanto ao objetivo e conteúdo da pesquisa. Após foi realizado Biofeedback, que é um aparelho da marca Quark modelo Perina. Para avaliação da força do assoalho pélvico que registra os potenciais de ação das contrações musculares do assoalho pélvico e traduz sua intensidade por sinais visuais, que são graduados em cmmh 2 O,através de uma escala linear de pressão representada por duas escalas de pressão A/B, sendo a escala A de 0 a 12 cmmh 2 O e a escala B de 0 a 48 cmmh 2 O. Há vários parâmetros no aparelho como teclas de navegação, que controlam o tempo de terapia (time), o tempo de contração (work), o tempo de repouso (rest) e a

3 freqüência em Hertz, além de fixar uma pressão-objetiva a ser atingida durante a terapia. O Biofeedback permite a reedução ativa controlada e exige a cooperação do paciente para avaliação da força do assoalho pélvico com o aparelho (MORENO, 2004). O estudo foi realizado com duas gestantes (controle e tratamento). Após a aplicação do questionário e do teste de força perineal, foi realizado o tratamento com a gestante/tratamento. No pós-parto foi feito uma nova reavaliação na gestante/controle e na gestante/ tratamento com o Biofeedbck (Perina), para verificar a força do períneo na gestante em tratamento e compará-la com a gestante/ controle. RESULTADOS Foi realizado o atendimento da gestante/tratamento durante dez sessões e observou-se um aumento significativo na força da musculatura do assoalho pélvico desde a avaliação até o período do pós-parto. Na avaliação graduou-se uma força de 2,5 cmmh 2 O da escala A e durante o tratamento, a gestante obteve ganhos de força gradativos indo de 3 cmmh 2 O da escala A até 4,5 cmmh 2 O da escala A nas duas últimas sessões, mantendo essa estabilidade após o parto. Já com a gestante/controle na reavaliação observou-se uma diminuição na força do assoalho pélvico desde a avaliação até o período do pós-parto,demonstrando uma piora na força desta musculatura. Na avaliação apresentou força 3 cmm H 2 O na escala A e na reavaliação após o parto, a paciente mostrou uma diminuição dessa força para 1,5 cmm H 2 O Com esses dados obtidos, podemos comprovar que o trabalho da fisioterapia no fortalecimento do assoalho pélvico na gestante, deu resultados significativos em mulheres na fase gestacional, comprovando assim os benefícios da gestante/tratamento em relação à gestante/controle. DISCUSSÃO Kegel apud Latorre e Sperandio (2008) sugeriram, testaram e comprovaram a eficácia de métodos para a avaliação da força muscular do assoalho pélvico, bem como de exercícios para o fortalecimento desta musculatura como forma de combate e prevenção da incontinência urinária pós-gestacional. Eles descrevem que, com fortalecimento muscular da musculatura do assoalho pélvico, obteve-se uma continência em todos os casos tratados dentro de sua metodologia. Latorre e Sperandio, (2008) mostraram que o treino intensivo da musculatura do assoalho pélvico durante a gestação previne a incontinência urinária durante a gestação e após o parto. Descreveu que 70% das pacientes submetidas a um programa de fortalecimento da musculatura abdominal e do assoalho pélvico apresentaram cura da incontinência urinária. De acordo com Kegel (1948) o Biofeedback é uma ajuda ao terapeuta no que diz respeito à explicação e a obtenção de uma contração correta do assoalho pélvico.

4 Oferece sem dúvida, um ganho de tempo importante na conscientização do assoalho pélvico. CONCLUSÃO Após a realização deste estudo concluiu-se que apesar da pequena amostra (duas pacientes), os resultados obtidos demonstraram que a força do assoalho pélvico sofre várias alterações durante a gestação e na fase do pós-parto e também o quanto é importante o trabalho da fisioterapia no fortalecimento do assoalho pélvico durante a fase gestacional. Verificou-se que através do tratamento fisioterápico utilizando Biofeedback, a paciente submetida ao tratamento, obteve uma manutenção e um aumento da força do assoalho pélvico durante o período gestacional. O tratamento fisioterápico é, portanto, um recurso eficaz e sem contra-indicações para a prevenção da fraqueza do assoalho pélvico durante a gestação. REFERÊNCIAS BARBOSA, Angélica Mércia Pascon et al. Efeito da via de parto sobre a força muscular do assoalho pélvico. Rev. Bras. Ginecol. Obstet., Rio de Janeiro, v. 27, n. 11, p , Nov LATORRE, Gustavo Fernando Sutter; SPERANDIO, Fabiana Flores. Prevenção das morbidades relacionadas ao enfraquecimento da musculatura do assoalho pélvico feminino: novo horizonte de prevenção. Disponível em: < Acesso em: 20 jan MAZZARI, Matheus L.M. et al. Influência dos exercícios perineais e dos cones vaginais,. Rev. Bras. Fisioter, São Carlos, v. 4, n. 10, p , out- dez Trimestral. GROSSE, Dominique; SEMGLER, Jean. Reeducação perineal. São Paulo: Manole, 2002.

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