Nicarágua: Muro de contenção contra o narcotráfico

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Alexandra Macedo Leão
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Nicarágua: Muro de contenção contra o narcotráfico Embora atualmente estejam em evidência os países do Triângulo Norte da América Central Guatemala, El Salvador e Honduras pelos resultados positivos

1 Nicarágua: Muro de contenção contra o narcotráfico Embora atualmente estejam em evidência os países do Triângulo Norte da América Central Guatemala, El Salvador e Honduras pelos resultados positivos da cooperação entre as Forças Armadas e os órgãos de segurança na redução da violência decorrente do narcotráfico e da atividade de gangues dentro de suas fronteiras, seus vizinhos regionais também estão fazendo a parte deles para impedir que essa violência penetre através de suas fronteiras. Claudia Sánchez-Bustamante/Diálogo 14 julho 2015 AMEAÇAS TRANSNACIONAIS Forma original de um barco após ser capturado. (Foto: Claudia Sánchez-Bustamante/Diálogo) Embora atualmente estejam em evidência os países do Triângulo Norte da América Central Guatemala, El Salvador e Honduras devido aos resultados positivos da cooperação entre as Forças Armadas e os órgãos de segurança na redução da violência decorrente do narcotráfico e da atividade de gangues dentro de suas fronteiras, seus vizinhos regionais também estão fazendo a parte deles para impedir que essa violência penetre através de suas fronteiras. É o caso da Nicarágua, que tem se empenhado fortemente contra o tráfico de drogas através de uma política presidencial que promove um muro de contenção contra essa ameaça, não construindo um muro

em si, mas aumentando suas capacidades navais a fim de combater a ameaça e contê-la no mar para que Um dos primeiros barcos remodelados após serem transformados em embarcações poderosas, de última

2 em si, mas aumentando suas capacidades navais a fim de combater a ameaça e contê-la no mar para que Um dos primeiros barcos remodelados após serem transformados em embarcações poderosas, de última geração e adaptadas para operações antinarcóticos. (Foto: Claudia Sánchez-Bustamante/Diálogo) não entre no continente. Para apoiar os esforços da marinha da Nicarágua na construção dessa barreira, o Comando Sul dos Estados Unidos (SOUTHCOM), através do Escritório de Cooperação em Segurança em Manágua (OSC-N), aceitou trabalhar de forma conjunta para remodelar quase 20 lanchas tipo Eduardoño nos próximos três anos. Eduardoño é um estaleiro colombiano, pioneiro na construção de diferentes modelos de lanchas esportivas na região, projetadas para usos diversos, incluindo pesca, mergulho, lazer e patrulhamento. Mas o nome também é usado para certo tipo de barco, tornando-se uma espécie de marca genérica. Os barcos sob remodelação foram apreendidos pela Marinha da Nicarágua em várias operações antidrogas no mar. Portanto, tirá-las dos traficantes, reconstruí-las e reequipá-las, e usá-las contra as redes de narcotráfico é por si só uma história de sucesso. É um recado aos próprios narcos : Este é o seu barco, e agora estamos usando-o para combater vocês, diz Alberto Michell, fundador e principal projetista do Naviego Marine, o estaleiro nicaraguense responsável pela remodelação. Três barcos foram remodelados até agora e estão sendo testados em águas nicaraguenses. Foram adaptados conforme as necessidades do usuário final a Marinha da Nicarágua. Essa participação direta muda a dinâmica, disse Michell enquanto mostrava a Diálogo como é a remodelação de cada barco ou panga, como são chamados na Nicarágua. Depois da reforma, os barcos pesam cerca de 5 toneladas, então agregamos ao redor de libras aos cascos, incluindo chapas de madeira compensada preparada em estufa de secagem e camadas de fibra de

vidro, e 5.000 libras em equipamentos de comunicação, propulsão e navegação de última geração. Isso permite que cada barco finalizado alcance velocidades de 35 a 48 nós no mar, diz Michell.

3 vidro, e libras em equipamentos de comunicação, propulsão e navegação de última geração. Isso permite que cada barco finalizado alcance velocidades de 35 a 48 nós no mar, diz Michell. O Capitão de Mar e Guerra da Marinha nicaraguense Jeraldo Fornos (esquerda) e o Sargento William B. Zaiser observam um dos barcos remodelados no cais da base da Marinha em Corinto, Nicarágua. (Foto: Claudia Sánchez- Bustamante/Diálogo) O trabalho realizado em cada barco, que pode medir 32, 38 ou 45 pés de comprimento por 8 pés de largura no ponto mais largo, é uma incrível transformação que começa despindo os barcos originais até o casco e prossegue com a construção de modernas maravilhas navais equipadas com capacidades táticas e operacionais para buscar e interceptar os criminosos mais bem escondidos do mar. A Marinha da Nicarágua está muito comprometida com essa colaboração. A Marinha inspeciona o trabalho que estamos fazendo e tem voz em todo o processo, diz Michell. De acordo com o Capitão de Corveta da Marinha dos EUA Roberto Colon Cruz, Chefe da Seção Naval na OSC-N e responsável pela supervisão do projeto, isso aumentará suas capacidades operacionais, a vida útil dos barcos e a sua proteção. Já estamos vendo os resultados com uma das lanchas, diz o Capitão de Mar e Guerra da Marinha nicaraguense Jeraldo Fornos, Comandante da Base Naval de Corinto, situada a cerca de 155 quilômetros a noroeste de Manágua, sobre a costa do Pacífico. Ele disse a Diálogo que, quando o primeiro barco remodelado foi colocado na água para ser testado, encontrou outro barco do tipo que transportava drogas, então, sua viagem inaugural produziu um ganho para a Nicarágua e para a luta regional contra o narcotráfico. Os operadores da Marinha nicaraguense que testavam o barco conseguiram apreender a lancha dos criminosos e confiscar 76 quilos de cocaína a bordo, diz o CMG Fornos.

Para reforçar o compromisso de cooperação entre os militares americanos e nicaraguenses e fortalecer a relação entre eles, o Sargento William B.

4 Para reforçar o compromisso de cooperação entre os militares americanos e nicaraguenses e fortalecer a relação entre eles, o Sargento William B. Zaiser do SOUTHCOM não apenas visitou o local da remodelação, mas também reuniu-se com os altos oficiais da Marinha nicaraguense para discutir os projetos apoiados pelo SOUTHCOM e o valor de um corpo profissional de suboficiais. Nossos envolvimentos na região são muito importantes, diz o Sargento. A Marinha nicaraguense avança o quanto pode para perseguir os barcos de drogas e executar operações antinarcóticos, mostrando grande convicção. Sabemos que eles estão comprometidos com a luta. O Capitão de Mar e Guerra Fornos, da Marinha nicaraguense, diz que o trabalho conjunto é a única forma de vencer a luta contra o narcotráfico. (Foto: Claudia Sánchez-Bustamante/Diálogo) Somos profissionais, diz o CMG Fornos. Não entramos em política e temos uma relação muito positiva, profissional e bem-sucedida com os militares dos EUA. Ao mostrar um dos barcos remodelados ao Sargento, atracado no cais da base, o CMF Fornos destacou a importância desse esforço. O elemento central nessa luta é o muro de contenção que estamos construindo para manter o narcotráfico fora de nosso país. Os três barcos [remodelados] já nos deram resultados positivos. Ele explicou que, dependendo de quantos barcos forem remodelados, cerca de sete serão posicionados nas águas do Pacífico, enquanto outros dez serão mobilizados no Caribe, onde há um maior tráfego de barcos transportando drogas de sul a norte. O narcotráfico é uma atividade bem organizada e protegida. Assim, se quisermos ter sucesso, devemos ser constantes em nossa luta, afirma. Quando [os operadores] saem em missões contra o narcotráfico eles ficam ansiosos por uma captura, diz o CMF Fornos. Saímos com o que temos disponível. Conhecemos o mar e as rotas que os traficantes usam. Mas a comunicação com a aeronave que nos orienta e dá a posição deles é essencial nesta atividade."

5 O esforço de colaboração não envolve apenas a remodelação dos barcos. É um pacote completo que também inclui treinamento operacional, logístico, de manutenção e de comunicações. De fato, no início de julho, os parceiros militares da Nicarágua e dos EUA estão escalados para levar ao mar os três barcos remodelados e outros utilizados especificamente para operações antinarcóticos. Participarão de um exercício de dois dias para facilitar a comunicação entre terra, mar e ar, a fim de aumentar as taxas de apreensão. É o mínimo que podemos fazer por nosso povo. Isso [o narcotráfico] é uma doença que temos de combater juntos, completa o CMG Fornos. Copyright 2017 Diálogo Americas. All Rights Reserved.

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