Brasil: Resultados do Plano de Fronteiras são positivos

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Bento Carlos Vilarinho Caires
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Brasil: Resultados do Plano de Fronteiras são positivos Nos últimos cinco meses de 2011, o Plano Estratégico de Fronteiras permitiu a apreensão de 115 toneladas de maconha e cocaína 14 vezes mais que

1 Brasil: Resultados do Plano de Fronteiras são positivos Nos últimos cinco meses de 2011, o Plano Estratégico de Fronteiras permitiu a apreensão de 115 toneladas de maconha e cocaína 14 vezes mais que nos primeiros cinco meses do ano. Isabel Estrada 3 janeiro 2012 Veículo transportando turistas cruza a fronteira Brasil-Venezuela na cidade de Santa Elena, Venezuela. [Larry Luxner] Nos últimos cinco meses de 2011, o Plano Estratégico de Fronteiras permitiu a apreensão de 115 toneladas de maconha e cocaína 14 vezes mais que nos primeiros cinco meses do ano. Foram resultados tremendamente benéficos para o país e para a região, afirmou o vice-presidente Michel Temer, encarregado do Plano Estratégico de Fronteiras, em entrevista coletiva à imprensa, anunciando a avaliação do andamento do Plano. Os dados mostram o acerto dessa política e a necessidade de continuidade das ações em O Plano Estratégico de Fronteiras foi lançado em junho pela presidente Dilma Rousseff para combater o tráfico de drogas e de pessoas, o contrabando de armas e outras atividades ilegais que beneficiavam-se do deficiente controle da região de fronteira.

Centro de Ponta Porã, Brasil, município que se estende pela fronteira brasileira com o Paraguai, em uma região conhecida pelo tráfico de drogas e pela violência.

2 Centro de Ponta Porã, Brasil, município que se estende pela fronteira brasileira com o Paraguai, em uma região conhecida pelo tráfico de drogas e pela violência. [Larry Luxner] O Plano integra múltiplas ações para intensificar a segurança ao longo dos km de fronteiras com 10 países, por onde entra a maior parte das drogas, armas e bens ilícitos no Brasil, além de proporcionar melhorias na qualidade de vida de mais de seis milhões de moradores da fronteira, que vivem em 500 localidades remotas. O Plano mudou a situação de semiabandono em que se encontravam os limites territoriais brasileiros, declarou o vice-presidente Temer em um artigo que escreveu manifestando a opinião oficial do governo, publicado recentemente no jornal O Estado de São Paulo. O artigo foi escrito em parceria com os ministros da Defesa, da Justiça, e de Assuntos Estratégicos, como parte do empenho oficial de chamar atenção para essa questão. Além disso, as operações resultaram na interdição de garimpos e madeireiras ilegais, e na destruição de pistas de pouso clandestinas, muitas vezes usadas por traficantes ou contrabandistas. Em menos de seis meses, note-se, escreveu Temer. Integração é a chave O ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, e o ex-ministro da Defesa, Nelson Jobim, ajudaram Dilma a lançar o Plano no início de junho, uma vez que foi concebido desde o início como uma iniciativa de cooperação conjunta. Na verdade, a implementação do Plano deu-se através de duas operações distintas conduzidas pelos militares e pelas forças de segurança pública. Tanto a Operação Ágata, do Ministério da Defesa, quanto a Operação Sentinela, comandada pelo Ministério da Justiça, buscaram combater o crime na região de fronteira.

3 Dilma enfatizou que a força do Plano reside na natureza complementar das duas operações e de seu caráter integrativo. Enquanto a Operação Ágata mostra a força de um Estado atento, a Operação Sentinela faz o trabalho cotidiano, permanente, de investigação e informação, disse Dilma na edição de outubro de seu programa de rádio Café com a Presidenta. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (esquerda), discute os primeiros 30 dias da Operação Sentinela, parte do Plano Estratégico de Fronteiras, com Leandro Daiello, diretor da Polícia Federal. [ABR/Valter/Campanato] A Operação Sentinela baseia-se no trabalho de inteligência e nos esforços conjuntos da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública. Já as entidades de segurança pública e as três Forças Armadas são as responsáveis pela Operação Ágata. Vinte e seis entidades federais e doze ministérios estão envolvidos no gerenciamento, proteção e controle das fronteiras e estão trabalhando nessas operações. Temos tido um resultado muito positivo no combate a esse contrabando, disse Dilma. Conseguimos evitar que uma quantidade grande de maconha, cocaína e outras drogas chegasse às cidades brasileiras. Estados fronteiriços aderem ao plano No início de dezembro, 11 estados brasileiros aprovaram o plano, que lhes concede R$ 37 milhões para serem investidos localmente, e todos já apresentaram seus projetos de integração. A participação dos estados fortalece a Estratégia Nacional de Segurança Pública nas Fronteiras (Enafron), resultante do Plano Estratégico de Fronteiras, disse Cardozo. Os recursos serão investidos em 68 municípios vulneráveis nos estados do Acre, Amazonas, Amapá, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Os recursos serão usados para desenvolver o trabalho de inteligência, modernizar as unidades policiais militares e fortalecer a segurança nas hidrovias, e para a instalação de outras entidades de

4 Os recursos serão usados para desenvolver o trabalho de inteligência, modernizar as unidades policiais militares e fortalecer a segurança nas hidrovias, e para a instalação de outras entidades de combate ao crime em áreas de fronteira. Segundo Cardozo, antes da Operação Sentinela nunca havíamos conseguido o nível de integração [com estados e municípios] que temos hoje. Tudo nos leva a crer que, no ano que vem, a maior integração resultará em dados ainda mais expressivos. Até o momento, três pistas de pouso clandestinas foram destruídas, e uma área de garimpo ilegal, escondida em território indígena, foi desativada. Cerca de km de rios e lagos foram patrulhados como parte da Operação Ágata, que resultou em 46 embarcações apreendidas ou denunciadas. As Forças Armadas apreenderam 59 motocicletas, 20 caminhões, 211 kg de pesticidas, 150 kg de maconha, 19,5 kg de cocaína, 63 armas de fogo, 8 toneladas de explosivos, R$ e US$ em espécie. Placa sobre a Ponte da Amizade, que une Foz Iguaçu, Brasil, a Ciudad del Este, Paraguai. [Larry Luxner] A proteção ao meio ambiente é também um importante componente dessas operações: cinco madeireiras ilegais e três garimpos clandestinos foram desativados. Além das 115 toneladas de cocaína e maconha, a Operação Sentinela apreendeu pílulas, 4,4 milhões de pacotes de cigarros e 534 armas de fogo; pessoas foram presas. Os resultados ultrapassaram todas as expectativas iniciais, disse o ministro. O apoio que estamos recebendo das Forças Armadas é fundamental para visitar e desativar garimpos ilegais, ressaltou Sérgio Lúcio, superintendente da Polícia Federal, lembrando que, apenas na fase preparatória da Ágata, a Marinha brasileira confiscou 300 kg de cocaína.

5 Operação Ágata Em 7 de agosto, o navio-hospital Oswaldo Cruz, do Comando do 9º Distrito Naval, apreendeu uma balsa com um carregamento de peixes ornamentais. Através da Operação Ágata, as autoridades contataram o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA) para assumir a questão. Essas operações conjuntas com as Forças Armadas servem de impulso para o IBAMA no combate à extração ilegal de madeira e minérios, assim como o comércio ilícito de valiosas espécies protegidas. Dilma disse que a Operação Ágata, que mobilizou homens e mulheres das Forças Armadas, é uma ação temporária, localizada, mas que reforça visivelmente a presença do Estado em regiões onde identificamos a atuação de traficantes, contrabandistas e quadrilhas. Um modelo para o Chile No último mês de outubro, durante sua visita ao Brasil, o ministro da Defesa chileno, Andrés Allamand, elogiou o Plano Estratégico de Fronteiras e mostrou interesse em usá-lo como modelo para desenvolver um plano para seu país. Temos problemas semelhantes e podemos nos beneficiar do trabalho desenvolvido pelo Brasil, disse Allamand ao colega brasileiro, Celso Amorim, que prometeu ajudar o programa do Chile, que se encontra em fase de desenvolvimento. O modelo brasileiro envolve o uso de aeronaves teleguiadas, satélites com sensores remotos, radares e aeronaves eletrônicas de vigilância e reconhecimento. Copyright 2017 Diálogo Americas. All Rights Reserved.

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