ESTIMATIVA DO ÍNDICE DA EROSIVIDADE DA CHUVA NO PERÍODO DE BELÉM - PA, VISANDO UM MELHOR PLANEJAMENTO URBANO DE SOLO
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1 ESTIMATIVA DO ÍNDICE DA EROSIVIDADE DA CHUVA NO PERÍODO DE BELÉM - PA, VISANDO UM MELHOR PLANEJAMENTO URBANO DE SOLO Alexandra Lima TAVARES 1, Raimundo Mainar de MEDEIROS 2, Virgínia M. A. SILVA 3, Maria C. M. PATRÍCIO 4, Anailton Sales de MÉLO 5 1 Mestranda da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)- ale.meteoro@hotmail.com RESUMO: Estimou-se a erosividade das chuvas na cidade de Belém - PA objetivando o desenvolvimento de manejos apropriados para um melhor aproveitamento do solo da região. Os índices de erosividades das chuvas vem sendo amplamente utilizado no Brasil, visto que, para cada região a erosão varia de diferentes maneiras praticadas em espaços intra e/ou peri urbanos. A estimativa do índice da erosividade das chuvas (RIBEIRO et. al., 2011), define qual a melhor época para o planejamento das práticas de manejo e conservação do solo e principalmente das culturas agronômicas, a sustentabilidade da região, o planejamento e reestruturação dos solos e manejo das culturas. A necessidade de aquisição de dados referentes a erosividade das chuvas para a cidade de Belém, tem como finalidade de estabelecer as mais eficientes práticas de manejo e conservação dos solos, para que sejam evitadas perdas de solo para a erosão. Foram utilizados dados de precipitação mensal de 1978 a Através da equação determinada por Wischmeier & Smith, o fator erosividade (R) encontrado foi 6.607,5 MJ mm/há -1.h -1.ano. Os maiores índices de erosividade foram decorridos nos meses de janeiro a abril que coincidem com o do período chuvoso e a capacidade de campo em valores máximos e para os meses de maio, a primeira quinzena do mês de outubro ocorreram os menores índices de erosividade que corresponde ao período seco e início das chuvas de pré-estação. Palavras-chave: erosão, solo, sustentabilidade, erosividade das chuvas. ABSTRACT: Was estimated the rainfall erosivity in Belem - PA aiming the development of appropriate management for a better use of local soil, the rainfall erosivity index has been widely used in Brazil, since for each region varies erosion practiced in different ways in spaces within and / or peri-urban. The estimate of the rainfall erosivity index (Ribeiro et. Al., 2011), which defines the best time for planning of management practices and soil conservation, and particularly of agronomic crops, the sustainability of the region, planning and restructuring of soil and crop management. The need to acquire data on rainfall erosivity for the city of Belem, aims to establish more efficient management practices and soil conservation, to be avoided losses of soil to erosion. We used monthly precipitation data from 1978 to Using the equation given by Wischmeier & Smith, the erosivity factor (R) was found to be MJ mm/há-1.h-1.ano. The highest erosivity were after in the months January to April to coincide with the
2 rainy season and the ability to field and maximum values for the months of May, the first fortnight of October occurred the lowest levels of erosivity that corresponds to dry period and early pre-rains season. Key Words: erosion, soil, sustainability, rainfall erosivity. INTRODUÇÃO A erosão é um processo de deslocamento de terra ou de rochas de uma superfície. Pode ocorrer por ação de fenômenos da natureza ou por ação humana. No que se refere às ações da natureza, podemos citar as chuvas como principal causadora da erosão. Ao atingir o solo, em grande quantidade, provoca deslizamentos, infiltrações e mudanças na consistência do terreno, provocando o deslocamento de terra, o processo é acentuado pelo vento e a mudança de temperatura. As ações antropogênicas contribuem diretamente para o avanço da erosão, com a retirada da cobertura vegetal o solo perde sua consistência, pois a água, que antes era absorvida pelas raízes dos vegetais, passa a infiltrar no solo, podendo causar instabilidade do solo e erosão. O processo erosivo e sua intensidade dependem principalmente das condições climáticas da região, fatores relacionados à topografia, cobertura do solo e às propriedades do mesmo (GONÇALVES, 2002). A erosividade da chuva é função da quantidade, intensidade e duração da mesma (LEMOS e BAHIA, 1992). Os fatores climáticos demonstram influências relevantes no comportamento da erosividade da chuva para a cidade de Belém do Pará. Constatou-se que a precipitação amazônica aumentou significativamente durante o século e que a retirada da floresta, ao expor os solos frágeis da região ao impacto das gotas e ao volume aumentado de água na superfície, acelera a degradação dos solos, a erosão e assoreamento de canais, deteriorando rapidamente a qualidade da água e da vida aquática (CUTRIN et. al., 2000). A necessidade de obter uma metodologia capaz de avaliar os fatores que causam a erosão hídrica e de estimar perdas anuais de solo resultou no desenvolvimento da Equação Universal de Perdas de Solo estimada por WISCHMEIER & SMITH (1978). Esta equação é considerada um bom instrumento na previsão das perdas de solo, exigindo um número de informações relativamente pequeno quando comparado aos modelos mais complexos e é bastante conhecida e estudada no Brasil. No entanto, para sua utilização, é necessário o levantamento de vários fatores dentre eles a Erosividade das Chuvas (R), que permite a avaliação do potencial erosivo das precipitações de determinado local. Neste trabalho objetivou determinar e estudar o índice de erosividade da chuva (R) na cidade de Belém do Pará. METODOLOGIA: A cidade de Belém (PA) está situada na zona equatorial, as margens da Baía do Guajará e Rio Guamá, distante 120 quilômetros do Oceano Atlântico no estuário do Rio Pará, com coordenadas de latitude 01º 26 S e longitude 48º 26 W, com altitude média de 10 metros e ocupa uma área territorial de km² e habitantes, de acordo com o censo 2010 (IBGE, 2011). Os dados utilizados compreendem as séries dos anos de 1978 a A partir desses dados calculouse a média mensal de cada ano e com os valores encontrados foi possível determinar valores médios
3 de precipitação mensal no período de 31 anos. Desta forma, a equação proposta por WISCHMEIER & SMITH (1978) pode ser aplicada para que fosse determinado o fator erosividade da região. Estes autores definiram que o produto da energia cinética total pela intensidade máxima em trinta minutos (EI 30 ) é a relação que melhor expressa o potencial da chuva em causar erosão, considerando as fases de impacto das gotas da chuva, a desagregação do solo, a turbulência do fluxo, e o transporte das partículas. A equação é definida como: (1) Sendo, EI 30 a média mensal do índice de erosividade das chuvas (MJ.mm.ha -1.h -1 ), r a precipitação média mensal (mm) e p a precipitação média anual (mm). O fator R (erosividade das chuvas) permite a avaliação do potencial erosivo das precipitações de determinado local, sendo possível conhecer a capacidade e o potencial da chuva em causar erosão no solo, para que assim se faça um manejo adequado e ocupação correta do mesmo (BARBOSA, et. al. 2010; MENEZES et al. 2010). O cálculo desse fator é o somatório dos valores mensais da erosividade, conforme a equação: (2) RESULTADOS Os valores históricos pluviométricos de 31 anos foram adquiridos junto ao INMET, sendo os valores calculados de erosividade e do R demonstrados na Tabela 1. Tabela 1- Média mensal e anual de precipitação em Belém do Pará com os valores de EI 30 e Fator R, respectivamente. Meses Médias mensais EI 30 R JAN 384,1 963,9 FEV 390,7 992,0 MAR 454,3 1282,2 ABR 441,2 1219,7 MAI 265,9 515,8 JUN 208,7 341, ,5 JUL 142,9 179,5 AGO 125,7 144,2 SET 138,5 170,2 OUT 124,2 141,4 NOV 125,4 143,6 DEZ 265,2 513,6 ANUAL 3.366, ,5
4 A Tabela 1 demonstra a variação das médias mensais históricas da precipitação em Belém (PA), dos índices de EI 30 e do fator R. Os meses de julho a novembro apresentam os menores índices pluviométricos, os maiores índices pluviométricos estão centrados nos meses de janeiro a abril, que corresponde a 67,46% do total da precipitação ocorrida, e o mês de abril, com o índice pluviométrico de maior valor, representa 18,46% das chuvas ocorridas. A distribuição da precipitação média histórica esta demonstrada na Figura 1. Em regiões tropicais é comum a evento de chuvas erosivas, principalmente no período de ascendente precipitação, podendo chegar a 40,0% do total anual das chuvas, em regiões de clima temperado, apenas 50% dos índices pluviométricos são consideradas erosivas (HUDSON, 1971). Os cálculos dos valores de erosividade, demonstrados na tabela 1, observamos que o mês de máximo valor ocorre em março, seguido dos meses de abril, fevereiro, janeiro, maio e junho. O mês de outubro é o que apresenta menor erosividade, acompanhados dos meses de novembro, agosto, setembro e julho. Os valores obtidos para a cidade de Belém (PA) tem-se que a precipitação máxima anual oscilaram entre 2.314,5 mm (1983) a 4.322,0 mm (1993), tem-se uma precipitação média histórica de 3.066,5 mm. O fator R da área em estudo é de 6.607,5 MJ.mm.ha -1.ano -1. Segundo SILVA (2004) a erosividade anual é altamente dependente do total precipitado. Figura 1: Precipitação média mensal climatológica da cidade de Belém do Pará no período de 1978 a Fonte: INMET Figura 2: Erosividade média mensal para a cidade de Belém do Pará no período de 1978 a 2008.
5 Os índices de erosividade basicamente seguem o critério da precipitação com os seus valores de altos e baixos, comprovando deste modo o que foi proposto por LEMOS e BAHIA (1992). Como demonstrados na figura 2. CONCLUSÕES: Belém do Pará enquadra-se como sendo uma cidade de moderada a alta erosividade uma vez que o fator erosividade (R) encontrado foi de 6.607,5 MJ.mm.ha -1.ano -1, O maior índice de erosividade encontrado foi no mês de março (1.282,2 MJ.mm.ha -1.ano -1 ) coincidindo com o mês mais chuvoso (454,3 mm), e o mês de outubro apresentou o menor índice de erosividade, (141,4 MJ.mm.ha -1.ano -1 ) sendo este o mês de menor precipitação (124,2 mm). Para os resultados obtidos da região existe a necessidade do planejamento prévio de qualquer tipo de construção (rodovias, prédios, hidrelétricas, túneis, etc) para que não ocorra, no momento ou futuramente, o deslocamento de terra, amparado num monitoramento das mudanças que ocorrem no solo, e também realizar o reflorestamento de áreas devastadas, principalmente em regiões de encosta. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BARBOSA, G.S.; IOST, C.; SCHIESSL, M.A.; MACIEL, G,F. Estimativa da erosividade da chuva (R) na Bacia Hidrográfica do rio Manoel Alves Grande localizado no cerrado Tocantinense. In: Congresso Brasileiro De Meteorologia, Belém CUTRIM, E. M. C, MOLION, L. B.; NECHET, D. Chuvas na Amazônia Durante o Século XX. Anais: XI Congresso Brasileiro de Meteorologia. Rio de Janeiro GONÇALVES, J.L. de M.; STAPE, J. L; WICHERT, M.C. P.; GAVA, J. Manejo de resíduos vegetais e preparo do solo. Conservação e cultivo de solos para plantações florestais. Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais IPEF. Cap. 3, p , Piracicaba, S.Paulo, HUDSON, N. Soil conservation. 2.ed. Ithaca, Cornell University Press, p IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em : < Acesso em: 24/03/2011. LEMOS, M.do S. S.; BAHIA, V.G. Erosividade da chuva. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v. 16, n. 176, p , RIBEIRO, B.G.; SOUZA,M.J.H.DE;CUPOLILL.F;. Estimativa da erosividade da chuva em Diamantina MG-( ). Apresentado no XVII Congresso Brasileiro de Agrometeorologia 18 a 21 de Julho de SESC Centro de Turismo de Guarapari, Guarapari - ES. CD-ROOM. SILVA, A.M. Rainfall erosivity map for Brazil. Catena, 57: , MENEZES, M.D.; LEITE, F.P. Avaliação e espacialização da erosividade da chuva no Vale do Rio Doce, região centro-leste de Minas Gerais. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.34, p , Tecnologias de Produção de Soja Região Central do Brasil 2004, manejo do solo. Disponível em: < >. Acesso em 11 de janeiro de WISCHMEIER, W.H.; SMITH, D.D. Predicting rainfall erosion losses: a guide to conservation planning. Washington: USDA, p.
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