REGIME HIDROLÓGICO DO RIO MUNDAÚ ALAGOAS.
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- Eric de Lacerda Barros
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1 REGIME HIDROLÓGICO DO RIO MUNDAÚ ALAGOAS. MORAES; J. C 1 ; OLIVEIRA; M. C. F 2. ; COSTA; M.C.; 3 RESUMO Este trabalho apresenta o regime hidrológico do Rio Mundaú, na estação fluviométrica da Fazenda Boa Fortuna, localizada no município de Rio Largo AL, na latitude de 9º S, longitude de 35º W e 42 m de altitude, com estudo das vazões médias anuais, sazonais e mensais no período de 1974 a 2001, bem como a vazão máxima provável e período de retorno. A vazão máxima na estação fluviométrica verificada no período foi no ano de 1977 com valor de 60,10m 3 /s e a mínima vazão no ano de 1999 com valor de 10,50m 3 /s. O trimestre com maior vazão foi julho, agosto e setembro, e o trimestre com menores vazões foram os meses de janeiro, fevereiro e março. ABSTRACT This work presents Rio Mundaú's regime hydrologic, in the station of Boa Fortuna Farm, located in the municipal district of Rio Largo - AL, in the latitude of 9th 28' 03 '' S, longitude of 35th 51' 23 '' W and 42 m of altitude, with study of the annual, seasonal and monthly medium flows in the period from 1974 to 2001, as well as the probable maximum flow and return period. The maximum flow in the station verified in the period was in the year of 1977 with value around 62,10 m 3 /s and the lowest flow in the year of 1999 with value of 10,50 m 3 /s. The quarter with larger flows was July, August and September, and the quarter with smaller flows was the months of January, February and March. PALAVRA CHAVE Hidrologia, Bacia, Hidrográficas INTRODUÇÃO A Bacia Hidrográfica do Rio Mundaú, Figura 1 apresenta uma área geográfica de capitação de 4.102,6 km² distribuída em 30 municípios, nos Estados de Pernambuco e de Alagoas. O Rio Mundaú é perene e sua rede de drenagem é intensa, apresentando seu rio principal com uma extensão de 141 km. Um dos fatores importantes que devemos levar em consideração é a ação desordenada do homem nessa bacia, modificando grande parte do ecossistema nas margens dos rios, através de desmatamentos e queimadas, etc, isso tudo acarreta uma maior compactação do solo, fazendo com que o escoamento superficial aumente, contribuindo com um maior volume de água nos rios, que trazem quantidades significativas de materiais sólidos, provocando o assoreamento e proporcionando maiores ocorrências de inundação. 1 - Professor Adjunto 4 Universidade Federal do Pará carvalho@ufpa.br. 2 - Professor Adjunto 4 Universidade Federal do Pará - marcarmo@nautilus.com.br. 3 - Meteorologista Universidade Federal do Pará hidromau@bol.com.br
2 Figura 1 Localização da Bacia do Rio Mundaú Alagoas. Devido à importância econômica e estratégica que a Bacia do Rio Mundaú representa para a população e para o equilíbrio do micro clima local, faz-se necessário o estudo do regime hidrológico da Bacia do Rio Mundaú, contribuindo para o estabelecimento de políticas que atendam às necessidades da população e minimize efeitos negativos de eventos climáticos extremos como: secas, inundações, assoreamento, etc. MATERIAIS E MÉTODOS Os dados de vazão foram obtidos nos arquivos da ANA (Agencia Nacional de Águas), dos quais foram selecionados dados de vazões médias, máximas anuais, mais intensas ocorridas na estação fluviométrica da Fazenda Boa Fortuna. O período de retorno e a freqüência para os máximos valores observados na estação fluviométrica, foi calculado com base na Distribuição de Gumbel. Foi verificada a relação de dados diários de cota x vazão do período correspondente de 1965 a 2002, plotando os pares de pontos e em seguida fazendo-se o ajuste a uma equação, de forma que o resultado correspondesse à tendência da serie, como sugerido por VILELLA E MATTOS (1975). No caso foram testados os seguintes ajustes: linear; curvas exponenciais; de potencia e polinomiais de 2º e 3º graus. Após a escolha do melhor ajuste, foram identificados e analisados os pontos destoantes de estação fluviométrica.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES A Figura 2, mostra a variação anual de vazão da estação fluviométrica, observa-se que os valores máximos de vazão foram encontrados nos anos de 1977 e 1978 com médias de 62,1 m³/s e 54 m³/s anuais respectivamente, onde esses valores máximos coincidem com os valores de máxima precipitação na bacia, principalmente nas estações de Pernambuco. O menor valor correspondeu ao ano de 1999 com 10,5 m ³/s, o qual não podemos relacionar com o regime de precipitação, pois somente temos dados ate o período de Tendência da Vazão média anual para a Estação Fazenda Boa Fortuna. VAZÂO ( m3/s ) 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0, ANOS ( ) Vazão Média Anual Figura 2 - Variação Anual da Vazão na Estação da Fazenda Boa Fortuna, Rio Largo AL Para o Período de A Figura 3 mostra a variação mensal de vazão onde os seis meses que apresentam as maiores vazões ocorrem de abril a setembro, com 76% de toda a vazão anual, apresentando o mês de julho como o de maior vazão, com aproximadamente 20% de toda a vazão anual e o mês de menor valor corresponde ao mês de janeiro com apenas 3% do total anual. Variação média mensal da Vazão na Est ação Fazenda Boa Fort una JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV Meses Vazão média Figura 3 - Variação Mensal da Vazão Média na Estação da Fazenda Boa Fortuna, Rio Largo AL Para o Período de
4 A Figura 4, mostra a variação sazonal da vazão na estação fluviométrica da Fazenda Boa Fortuna e observa-se que a estação de maiores vazões é o inverno que correspondeu aos meses de julho, agosto e setembro, com 43% da vazão anual, seguido do outono que corresponde aos meses de abril, maio e junho, com aproximadamente 33% de toda a vazão e a estão de menor vazão foi o verão que corresponde aos meses de janeiro, fevereiro e março, com apenas 12% da vazão anual. Variação Sazonal da Vazão na Bacia do Rio Mundaú. OUT, NOV, DEZ 12% JUL,AGO, SET 43% JAN, FEV, MAR 12% ABR, MAI, JUN 33% Figura 4 - Variação Sazonal da Vazão na Estação da Fazenda Boa Fortuna, Rio Largo AL Para o Período de PERÍODO DE RETORNO DE VAZÃO MÁXIMA. O Período de retorno para a vazão máxima observada (206,2 m³/s) na estação da Fazenda Boa Fortuna foi de 34 anos, calculado pela Distribuição de Gumbell CURVA CHAVE DO RIO MUNDAÚ A Figura 5 mostra a curva chave do rio na seção considerada COTA ( m ) y = -3E-05x 2 + 0,0173x + 4,3437 7,50 R 2 = 0,9839 7,00 6,50 6,00 5,50 5,00 4,50 4,00 0,00 50,00 100,00 150,00 200,00 250,00 VAZÂO ( m3/ s ) Figura 5 Relação Cota (m) X Vazão (m³/s), (Curva Chave) da Estação da Fazenda Boa Fortuna no Rio Mundaú, Município de Rio Largo AL, com Dados do Período de
5 O ajuste dos pontos Cota X Vazão (Curva Chave), no período de 1974 a 2002, foi melhor encontrado, através de uma equação polinomial do 2º grau, do tipo: h = -3 X 10-5Q ²+ 0,173Q + 4,3437, com um coeficiente de determinação igual à R² = 0,9839, o que confirma uma boa correlação, como mostra na tabela 1 abaixo. Tabela 1 Valores dos Coeficientes de Determinação do ajuste da Curva Chave para a Estação da Fazendo Boa Fortuna, Rio Largo AL. Curva de Ajuste Coeficiente de Determinação Linear 95,5% Potencia 84,7% Polinomial do 2º grau 98,3% Exponencial 92,4% CONCLUSÃO O regime hidrológico do Rio Mundaú observado na estação fluviométrica da Fazenda Boa Fortuna, para o período de 1974 a 2001, apresentou uma variação mensal bastante suavizada com o máximo valor sendo observado no mês de julho com aproximadamente 20% de toda a vazão anual, e o mínimo valor sendo observado em janeiro com apenas 3% do total anual A variação anual da vazão observada mostrou valor máximo no ano de 1977 com média de 62,1 m³/s e o valor mínimo em 1999 com média de 10,5 m³/s. A variação sazonal observada na estação nos mostra que a estação de maior vazão é o inverso com 43% da vazão anual, enquanto que a estação de menor vazão é o verão com apenas 12% da vazão anual. O período de retorno encontrado para o valor máximo observado de vazão foi de 34 anos. A curva-chave calculada através da equação polinomial de 2º grau, mostrou-se confiável, devido à boa correlação encontrada, r² = 0,98. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÀFICAS. BARBOSA, A. M; FILL, H.D. Modelo de Previsão de Vazão Baseado no Hidrograma Unitário. (RBRH) Revista Brasileira de Recursos Hídrico, vol 6, nº4, p. 165 a 174, out/dez (2001). BRUSA, L. C; CLARKE, R. T. Erros Envolvidos na Estimativa da Razão Máxima Utilizando Curva-Chave. Caso de Estudo: Bacia do Rio Ibicuí, RS. (RBRH) Revista Brasileira de Recurso Hídrico, vol 4, nº3, p. 91 a 95, jul/set 1999.
6 COSTA. M. C. Estudos Hidrometeorológico da Bacia do Rio Mundaú Alagoas e Pernambuco. Tese de Mestrado, Maceió - Alagoas MEDEIROS, e MOLION. Influência do Clima Global Nos Prognósticos das Descargas de Bacia Hidrográficas do Estado de Alagoas. Tese de Pós-Graduação em meteorologia Maceió-AL, (2002). SILVA, E. A. S; TUCCI, C.E.M. Relação Entre as Vazões Máximas Diárias e Instantâneas. (RBRH) Revista Brasileira de Recurso Hídrico, vol 3, nº 1, pág , (1998). VILLELA, S. M; MATOS, A. Hidrologia Aplicada, Editora Mc Graw-Hill do Brasil Ltda (1975).
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