3. AS OPERAÇÕES AGRÍCOLAS

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1 Instituto Superior de Agronomia Departamento de Produção Agrícola e Animal Secção de Agricultura Apontamentos de estudo n.º 3 Janeiro de 1996 Prof. Pedro Aguiar Pinto 3. AS OPERAÇÕES AGRÍCOLAS A outra perspectiva de consideração da exploração agrícola, complementar com a que olha para a sua organização, é a que incide sobre o exercício ou funcionamento das suas componentes, ou seja, a que incide sobre as operações agrícolas. O processo de produção agrícola é uma sucessão de decisões sobre o modo de funcionamento dos diferentes órgãos ou constituintes da exxploração. São as decisões operacionais, que têm características eminentemente dinâmicas. Para que a sequência de decisões tenha lógica e portanto, consiga assegurar o bom funcionamento da estrutura, é necessário que as operações sejam planeadas, isto é, que os objectivos sejam sequencialmente ordenados no tempo e que os meios necessários sejam previstos e estejam disponíveis para serem utilizados quando a operação se realize (Azevedo et al., 1972). As relações entre estrutura e funcionamento são biunívocas. A estrutura da empresa agrícola condiciona o funcionamento das suas componentes, ou seja, condiciona as operações e inversamente, de modo a melhorar a eficiência de funcionamento, é, muitas vezes necessário proceder a alterações estruturais. O funcionamento da empresa agrícola, o processo de produção agrícola, reúne factores (terra, plantas e animais, trabalho, capital e factores externos de produção) para obter as produções que são o seu objectivo. A combinação ordenada e sequencial destes factores constitui uma sequência de operações que se torna necessária para conseguir atingir os objectivos de determinada actividade produtiva. A técnica de produção resulta da solução encontrada pelo engenho do homem para solucionar o problema da obtenção de um produto agrícola, através da combinação de factores e da sequência de operações mais adequadas. Ainda hoje, muitas das estruturas agrárias existentes nasceram "num meio técnico onde a energia era representada pelo braço humano e pelo animal de tracção, a ferramenta pelo arado, charrua, foice, nora e engenho, a técnica pela velha rotina empiricamente elaborada" (Caldas, 1960). O progresso técnico da segunda metade do século tem dificuldade em instalar-se neste tipo de ambiente, porque se a estrutura se estava perfeitamente adaptada às técnicas de produção que recorriam à força do homem ou dos animais, já se adaptam pior a técnicas de produção mecanizadas O factor trabalho As operações agrícolas incluem sempre trabalho humano na movimentação de materiais, plantas e animais. Incluem também o equipamento utilizado (tractores, máquinas agrícolas, ferramentas, construções, vedações, canais de irrigação, etc.) nelas utilizado ou que as condiciona. A importância do trabalho humano, porque afecta a qualidade de vida dos que o praticam, tem sido o factor determinante na evolução verificada na execução das operações agrícolas. O trabalho humano necessário à execução de uma tarefa em particular, depende do equipamento disponível e do modo como é utilizado. A história da evolução das sociedades humanas está intimamente associada à história das suas agriculturas que, por sua vez, foram determinadas pela evolução das técnicas empregues na execução das tarefas (operações) agrícolas História O fabrico e uso de ferramentas manuais terá sido iniciado quando o Homem limpou e semeou, pela primeira vez, uma área de terreno ou eventualmente antes, quando cortou forragem para armazenar para os animais que já domesticara. Cerca de 4000 A.C., foram fabricados instrumentos rudimentares de pedra lascada, osso e chifres de animais, de modo a constituírem uma lâmina afiada num suporte em forma de foice. O uso de enxadas e outros instrumentos de cava conduziram ao emprego de animais de tracção com arados primitivos antes de 3000 A.C. na Mesopotâmia. O uso da tracção animal na elevação de água só foi tornado possível, com eficiência depois da invenção árabe da nora. No início da revolução industrial, em Inglaterra ( ) os utensílios para melhorar a tracção animal foram substancialmente melhorados. Os animais de tracção (nomeadamente, cavalos) foram melhorados, com o intuito de conseguir melhores características para o trabalho. Os motores a vapor, inicialmente usados na bombagem de água, foram depois adaptados à debulha de cereais. O desbravamento do Mid-West e das pradarias da América do Norte não teria sido tão rápido sem a invenção das grades de bicos de secção triangular, das ceifeiras-atadeiras e das ceifeiras debulhadoras de tracção animal A mecanização agrícola A era actual de mecanização agrícola começou nos anos 1890, quando, nos EUA, se começou a usar o motor de combustão interna em trabalho de campo. As duas grandes guerras e a rarefacção de mão-de-obra masculina contribuiram decisivamente para grandes saltos qualitativos na evolução e generalização da mecanização agrícola, não só pela necessidade de substituir a força de trabalho dos homens mobilizados, como também para responder a exigências acrescidas de uma maior intensificação cultural. O desenho dos tractores foi muito melhorado e a actual gama de tractores, adaptada a inúmeras circunstâncias de uso, é muito grande. As máquinas agrícolas foram desenhadas para se ajustarem aos tractores de modo a executarem uma gama ainda maior de tarefas. O engate de três pontos e o sistema de elevação hidráulico popularizou-se a partir dos anos 50. As ceifeiras-debulhadoras automotrizes têm hoje muito maior capacidade e fiabilidade. Foram também desenvolvidas colhedoras automotrizes para uma variedade de culturas diferenciadas: (batata, algodão, beteraba, tomate,etc.). Conseguiram-se também, inúmeros melhoramentos nas construções rurais, especialmente nas modernas salas de ordenha mecânica, pocilgas e aviários. O uso de motores eléctricos permitiu que uma grande série de operações (mungição, moagem e mistura de rações, etc.) se façam hoje, com muito maior rapidez. Nos sistemas culturais actuais, todos estes desenvolvimentos 1

2 aumentaram enormemente a potência e o equipamento existentes ou disponíveis nas explorações agrícolas, permitindo que as operações possam ser executadas mais rapidamente e, por isso, mais a tempo. Hoje há poucas tarefas que requeiram exclusivamente o poder do músculo humano. O músculo humano é limitado no trabalho que pode executar, isto é, no produto da força que pode exercer pela distância que pode movimentar o objecto em que a força se exerce. É também limitado na potência desenvolvida, i. e., na taxa ou velocidade de execução do trabalho (durante quanto tempo é que o músculo humano consegue exercer uma força sobre um objecto, movendo-o ao longo de unm determinado percurso); pode exercer mais potência por períodos curtos do que em períodos longos, mas mesmo para períodos curtos há limites apertados. É também importante considerar que, quando há desempenho de trabalho, uma grande parte da energia corporal é convertida em calor que deve ser dissipado para evitar a subida da temperatura corporal. Contudo, o ritmo a que a transpiração pode ocorrer é limitado e, se a temperatura e humidade relativa do ar forem elevadas, o ritmo de disspação de calor é ainda mais lento. A importância destas limitações pode ser ilustrada com um simples exemplo: Um jardineiro em boas condições físicas, sob tempo frio, nas regiões temperadas pode suster um trabalho de cava de um solo facilmente mobilizável, durante 8 horas por dia e 6 dias por semana, a um ritmo de 0,002 ha por hora, isto é, demorando 500 horas, 500/8=62,5 dias, a cavar um hectare. Uma charrua de aivecas de dois ferros, montada num tractor de 45 HP poderia executar o mesmo trabalho a um ritmo de 0.02 ha.h-1, isto é, completando o trabalho em pouco mais de 6 horas. A potência necessária para puxar a charrua está muito para além da capacidade humana. Um homem e uma junta de bois com um arado pode executar o mesmo trabalho, fazendo 0,02 ha.h-1, durante 6 horas por dia. Este exemplo, mostra que o problema está na capacidade de desempenhar trabalho, no ritmo de execução (potência) e no equipamento (um homem não consegue puxar uma charrua, uma junta de bois não pode usar equipamento que não seja rebocado). Todas as inovações tecnológicas tendem a diminuir o tempo necessário à actividade envolvida. Os objectivos desta redução de tempos de trabalho são vários: Aumento dos tempos livres da humanidade que, desse modo, poderão ser dedicados a outras actividades mais agradáveis; Satisfação das necessidades crescentes de uma população em crescimento, com fracções cada vez maiores de não activos: reformados (tendência generalizada para a redução da idade de reforma, aumento da esperança de vida). A potência mecânica derivada do emprego de combústiveis fósseis e o equipamento desenvolvido estenderam as capacidades humanas muito para além dos seus limites biológicos. Consequentemente, tornou-se possível estender a actividade agrícola a áreas cada vez maiores, reduzindo ao mesmo tempo, a necessidade do trabalho humano Efeitos colaterais Nos EUA a população activa agrícola representa 3% do total da população activa, o que significa que um trabalhador agrícola 2 produz alimentos suficientes (mais do que suficientes, aliás; os Estados Unidos são exportadores líquidos em produtos alimentares) para satisfazer as necessidades de alimentação de 33 seus conterrâneos; em Portugal, a situação é bastante diferente, uma vez que a percentagem de população activa agrícola, ronda os 12% e que o nosso país não é um exportador líquido de bens alimentares. A tendência actual de evolução da população activa portuguesa é de uma rápida redução da população activa agrícola que deverá ser desviada para os outros sectores económicos. Esta tendência é inevitável apesar de muitos agricultores e empresários agrícolas se queixarem de carências de mão-de-obra agrícola e do seu elevado e crescente custo. A actividade agrícola, apesar de muito aliviada na necessidade de recorrer ao trabalho humano, é, por natureza, mais árdua que as outras actividades económicas. Só por isso se justificaria a tendência do êxodo rural: É uma actividade a céu aberto, cujos actores estão sujeitos à inclemência da chuva, do vento, do frio e do calor Tem grande exigência de esforços físicos pesados Os seus horários não se compadecem com as regras geralmente observadas noutras actividades: Mungição de vacas leiteiras (horários exigentes e sem folgas semanais) Pastoreio (necessidade de acompanhamento ermanente dos animais) Problema das férias. O período de férias a que tem direito qualquer trabalhador constitui um problema para muitas explorações agrícolas, que não podem interromper a sua actividade temporariamente, que não têm dimensão para substituírem o trabalhador em férias, que têm o seu ponto de actividade mais intenso no período normal legal de férias, etc Importância da mecanização: Aspectos agronómicos A oportunidade e a qualidade do trabalho efectuado podem afectar decisivamente os objectivos pretendidos com a sua execução. Adicionalmente, a qualidade de um tipo de trabalho pode afectar a qualidade dos trabalhos que se lhe seguem. Por Figura 3.1. Evolução do índice de produtividade do trabalho po hora, para anos seleccionados entre 1938 e O índice tem o valor 100 para a produtividade do trabalho verificada em Adaptado de Lins, D. A. (1994) Evolução do Indice da Produtividade do Trabalho por hora nos EUA (1967=100) ANO Índice

3 exemplo, a preparação da cama de semente para culturas em linhas (milho, beterraba, etc.) deve ser tal que a profundidade de sementeria e as distâncias entre plantas sejam precisas e a germinação rápida e uniforme. Só assim, uma eventual monda ou desbaste serão totalmente efectivos. Exemplos como este são oportunidades de melhor qualidade de trabalho ou de redução de perdas, quando se usa equipamento avançado. Mas em última análise, estes efeitos estão dependentes da observação humana dirigida por uma atitude deliberada de atenção e controlo. Assim, o equipamento sofisticado ou uma boa sequência operacional não substituem o controlo pessoal e em tempo real. (por exemplo, o caudal de ágia de rega na folha de cultura, o débito do bico do pulverizador, a higiene e o horário da mungição de vacas leiteiras, etc.). A observação próxima e o trabalho manual minucioso podem executar, algumas tarefas, ainda (...), muito melhor do que as máquinas (ex: colheita de horto-frutícolas, escolha de frutos com defeitos visíveis, propagação vegetativa em horticultura. Outras tarefas complexas são muito mais precisa e rapidamente executadas por máquinas (ex: calibração de batatas ou maçãs) Rapidez de execução do trabalho Assume particular importância em operações que se realizam em condições óptimas durante um período de tempo reduzido (sazão, colheita de determinados produtos, etc.) Melhoria da qualidade do trabalho Colheita de feno Regularidade nos semeadores de linhas e distribuidores de adubo. Pulverizadores de alta pressão Aspectos económicos Redução de perdas inerentes a operações como a colheita. Melhoria do trabalho executado como resultado duma execução mais rápida (oportunidade). Economia do emprego da máquina (na generalidade dos casos) Aspectos sociais O aumento de produtividade do trabalho possibilita a melhoria de salários A exigência de melhores qualificações técnicas introduz a necessidade de formação profissional, melhorando as capacidades funcionais dos operadores Libertação de tempo para outras actividades 3.2. Tempos de Trabalho das Operações Agrícolas O estudo dos tempos de trabalho desenvolveu-se inicialmente no âmbito das actividades industrial e comercial. No entanto, foi rapidamente reconhecido o seu interesse na actividade agrícola sendo inúmeros os trabalhos publicados a este propósito. P Todos estes trabalhos têm por meta a melhoria das condições de trabalho, interessando-se, separada ou cumulativamente, na simplificação e aligeiramento do esforço físico envolvido nos trabalhos a realizar. As medidas do desempenho das máquinas agrícolas são a rapidez e a qualidade com que as operações são executadas. A rapidez é uma medida importante porque poucas actividades económicas requerem operações com períodos de execução tão precisos como a agricultura com a sua grande sensibilidade às condições meteorológicas. O outro aspecto está relacionado com a característica de operar minimizando perdas mageriais, é particularmente importante em Agricultura, uma vez que a maior parte dos produtos agrícolas são frágeis ou perecíveis, é muitas vezes, ignorado pelos operadores, que, geralmente, têm uma boa percepção da necessidade de rapidez nas operações agrícolas. Quer a quantidade quer a qualidade do trabalho devem ser incluídas na avaliação do desempenho de uma operação agrícola Capacidade de trabalho A quantidade de trabalho é normalmente reportada como uma taxa, isto é, uma quantidade por unidade de tempo. A maior parte das referências ao rendimento de trabalho de uma máquina, exprime o seu desempenho em área por hora. Contudo, nas máquinas de colheita, o seu rendimento é, muitas vezes referido em toneladas por hora, ou sacos por hora, ou fardos por hora, etc. O desempenho da maquinaria usada no processamento de produtos agrícolas é expresso em toneladas ou kilograms por hora. O termo adequado para designar este desempenho é capacidade. A capacidade, quando expressa em área por hora, não é um indicador suficiente do desempenho de uma máquina, particularmente no caso de máquinas de colheita. As diferenças em produtividade das culturas e das condições de colheita podem significar que uma máquina pode ter uma menor capacidade de área, mas uma maior capacidade de massa, quando comparada com outra máquina semelhante desempenhando a mesma operação num campo diferente. No exemplo seguinte, explicita-se o cálculo de capacidade de uma máquina: capacidade de campo, capacidade de massa e capacidade de processamento: Uma ceifeira debulhadora de 5 m de barra de corte desloca-se a uma velocidade de 1.5 m/s. Num minuto são colhidos 50 kg de grão para o tegão e 60 kg de material são descarregados na traseira da máquina. Capacidade de campo (3600s.h-1)(1ha.(104m2)-1) x 5m x 1.5 m.s-1 = = (3600 x 5 x 1.5) /10000 ha. h-1 = 2.7 ha.h-1 Capacidade de massa (60min.h -1 ) ( 50kg.min -1 ) = 3000 kg.h -1 Capacidade de processamento (60min.h -1 ) [t.(10 3 kg) -1 )] [(60+50) kg.min -1 ] = = 60/1000 x 110 t.h -1 = 6.6 t.h -1 As capacidades calculadas são capacidades teóricas, distintas das capacidades efectivas. É, geralmente, impossível operar máquinas de modo contínuo à sua capacidade teórica; assim, a sua capacidade efectiva é sempre muito inferior do que a sua capacidade teórica ou potencial. A eficiência de tempo ou, vulgarmente a eficiência de campo, é uma razão, vulgarmente expressa em percentagem, entre o tempo em que a máquina está efectivamente em operação e o tempo total durante o qual a máquina se dedica a essa operação. Qualquer período durante o qual a máquina não está efectivamente em processamento, é considerado uma perda de tempo. 3

4 Quadro 3.1. Eficiências de campo e velocidades de trabalho típicas para algumas operações. Adaptado de Hunt (1983) Por isso, é necessário decompor e classificar com precisão o tempo durante o qual se considera que a máquina está dedicada a uma determinada operação. Os problemas da mecanização dos trabalhos agrícolas, têm dado particular ênfase ao estudo das relações entre as condições de utilização e a eficiência do trabalho das máquinas. Com efeito, enquanto existem muitos dados fiáveis e precisos acerca das especificações técnicas das máquinas, o conhecimento da eficiência de trabalho das máquinas é diminuto e pouco preciso, porque é influenciada por uma grande variabilidade de factores. a habilidade do operador (H); a organização do trabalho e em particular das movimentações e transporte de produtos (O); a topografia do terreno (T); a natureza e o teor de humidade do solo (N); as características espaciais das parcelas, nas quais se incluem a superfície da parcela (S), o comprimento da faixa de trabalho (C), a forma da parcela (F) e a distância ao assento de lavoura (D). Uma vez estabelecida a eficiência de campo, pode se escrever uma equação para a Capacidade efectiva de campo: 4 Operação Equipamento CEC = CTC x EC = Eficiência de campo (%) = velocidade (km/h) x largura de trabalho (m) x EC (n.º decimal) /(constante =10) =[km.(10 3 m.km -1 ).h -1 ].m.(10-4 ha.m -2 ) = ha.h -1 /10 O tempo de trabalho (T.T.) para uma dada operação é uma função de: H, O, T, N, S, C, F e D. T.T. = f ( H, O, T, N, S, C, F, D ) Velocidade de operação (km/h) Mobilização do solo (trabalhos Charrua de aivecas preparatórios) Grade de discos Escarificador pesado Chisel Sacha mecânica Escarificador Fresa Sementeira Semeador-fertilizador de linhas Semeador-fertilizador de pequenos grãos Distribuidor centrífugo Plantador de batatas Colheita Colhedor-condicionador de forragens Virador-juntador de feno Enfardadeira de fardos prismáticos Enfardadeira de fardos cilíndricos Colhedor de forragens com gadanheira rotativa Ceifeira-debulhadora Colhedor de milho Colhedor de batatas Pulverização Pulverizador Destroçamento Destroçador de restolho Considere-se que factores como a habilidade do operador, a organização do trabalho e a topografia do terreno são fixos e prédeterminados; a influência da natureza e teor de humidade do solo faz-se sentir a dois níveis: na maior ou menor facilidade com que o solo é mobilizado e na possibilidade de realização da operação em boas condições. O primeiro aspecto assumia grande importância no passado, sobretudo no caso das mobilizações de solo efectuadas manualmente. Hoje em dia, com o recurso à mecanização e com o aperfeiçoamento crescente das máquinas de mobilização, a sua importância tem vindo a esbater-se. O segundo aspecto é de facto muito importante mas, terá melhor cabimento, no estudo dos dias disponíveis. Eliminando H, O, T e N pelos motivos anteriormente referidos, tem-se que: T.T.= f ( S, C, F, D ) O tempo total consagrado à realização de uma dada operação pode ser decomposto em cinco divisões, que por sua vez apresentam ainda, em alguns casos, subdivisões. O Tempo de Operação ou de Tarefa (T.T.) é igual à soma de todos os tempos, excepto o tempo morto evitável, ou seja: T.T. = T.E. + T.A. + T.P. + T.I. + T.M.I. Finalmente importa ainda considerar o chamado Tempo de Execução (T.X.), definido como sendo o somatório do tempo efectivo, do tempo acessório e do tempo morto inevitável, ou seja: T.X. = T.E. + T.A. + T.M.I. Os tempos referidos são unitários exprimindo-se, por isso, em horas por hectare. O seu produto pela superfície a trabalhar Quadro 3.2. Definição e decomposição do tempo de trabalho (OCDE (1957), descrita por Lourenço e Alves (1968)). Classificação dos Tempos de Trabalho segundo a OCDE (1957). 1 - Tempo Principal ou Efectivo (T.E.) 2 - Tempo Subsidiário ou Acessório (T.A.) Tempo Acessório de Viragem (T.A.V.) Tempo Acessório de Abastecimento (T.A.S.) Tempo Acessório de Manutenção (T.A.C.) Tempo Acessório de Repouso (T.A.R.) 3 - Tempo de Preparação (T.P.) Tempo de Preparação no Assento de Lavoura (T.P.H.) Tempo de Preparação no Local de Trabalho (T.P.L.) 4 - Tempo de Deslocação (T.I.) 5 - Tempo Morto (T.M.) Tempo Morto Inevitável (T.M.I.) Tempo morto devido a avarias (T.M.F.) Tempo morto devido a descanso ou necessidades fisiológicas do operador (T.M.A.) Tempo morto devido ao material (T.M.M.) Tempo Morto Evitável (T.M.E.) Tempos morto devido a ócio (T.M.T.) Tempo morto devido a erros (T.M.D.)

5 exprime-se em horas e constitui por analogia os chamados períodos de execução (P.X.), de preparação (P.P.) e de deslocação (P.I.). É, ainda, importante o período de trabalho (P.T.), que define o número de horas de trabalho diárias. Uma vez conhecidas as velocidades de trabalho e de deslocação das máquinas, a largura efectiva de trabalho das máquinas e os tempos unitários referentes às diversas categorias acima definidas é possível prever a variação dos tempos de acordo com a variação das características das parcelas. Todos os cálculos subjacentes às relações que a seguir se analisam foram realizados com base na simulação do trabalho efectuado por um conjunto composto por um tractor de 45 cv e uma charrua de aivecas, montada, de um ferro com 14 polegadas, com as seguintes características: 0.35 m de largura de trabalho; 6 km/h de velocidade de trabalho; 13 km/h de velocidade de deslocação; 12 min = 0.2 h de tempo de preparação; 24 s = h de tempo unitário de viragem. Período diário de trabalho = 8 h. Superfície da parcela (S) A variação da superfície da parcela traz como consequência uma variação directamente proporcional do período de execução, já que o tempo de execução se mantem inalterado. Por outro lado, a variação da superfície faz-se sempre sentir ao nível dos tempos de preparação e de deslocação, podendo ou não afectar os períodos correspondentes. Tempo de tarefa (horas/ha) O O Superfície da parcela (ha) Figura 3.2. Evolução do tempo de tarefa (horas/ha) com a superfície da folha trabalhada (Coelho, 1993). Comprimento da parcela (C) O comprimento da parcela e o comprimento da faixa de trabalho, desde que se siga um traçado de trabalho racional e desde que não exista qualquer impedimento físico ao trabalho segundo essa direcção, são coincidentes. Repercute-se no tempo de trabalho, através da influência que exerce no número e, consequentemente, no tempo das viragens. A situação óptima hipotética consistiria numa parcela de largura igual à largura de trabalho da máquina a usar e com um comprimento igual ao necessário para perfazer a superfície desejada; o tempo acessório de viragem seria nulo. 20m 8.06 horas/ha 100m 2m 6.34 horas/ha 1000 m 0.35m 6.13 horas/ha m Figura 3.3. Evolução do tempo de tarefa para três parcelas rectangulares com a área de 2000 m 2 e diferentes comprimentos (Coelho, 1993). Tempo de tarefa (horas/ha) ha 1.0 ha Comprimento da parcela (m) Figura 3.4. Evolução do tempo de tarefa para duas parcelas de comprimentos diferentes em função da área (Coelho, 1993). Distância da parcela ao assento de lavoura (D) A variação da distância traz como consequência uma variação directamente proporcional do período de deslocação, salvo nos casos em que tal variação se faça sentir no número de períodos de trabalho requeridos para completar a operação. PT Tempo de Tarefa (horas/ha) Períodos (horas) PI PX+PP PI = D x Vd PX + PP = constante PT= PX + PP +PI Distância (km) D1 D2 PT - Período de trabalho PX - Período de execução PP - Período de preparação PI - Período de deslocação D1 - módulo de superfície trabalhável num dia de trabalho (PT) Figura 3.5..Evolução do período de trabalho com a variação da distância da parcela ao assento de lavoura (Coelho, 1993) 0.1 ha 1.3 ha Distância ao assento de lavoura (km) Figura 3.6. Evolução do tempo de tarefa com a variação da distância ao assento de lavoura (Coelho, 1993) Forma da parcela (F) A alteração da forma da parcela implica sempre a alteração de algum ou alguns dos factores anteriormente discutidos, concretamente da superfície e/ou do comprimento da faixa de trabalho. Apesar de não existirem estudos empíricos acerca da influência da forma da parcela nas operações agrícolas, várias tentativas têm sido feitas para teorizar estas relações, concluindo, de um modo geral que em operações lineares mecanizadas a forma rectangular é a mais eficiente. É possível, dentro de certos limites, reduzir o efeito da forma da parcela nos tempos de tarefa através da escolha de um traçado de trabalho mais ajustado. Contudo, os efeitos da forma da parcela sobre os tempos de tarefa são muito evidentes aos olhos dos agricultores, pelo que parcelas com formas muito irregulares são evitadas, tornando-se por isso pouco frequentes. 5

6 Trabalho em faixas contíguas paralelas e em sentidos alternos Trabalho à volta, faixas de viragem nas diagonais Trabalho em faixas paralelas, de fora para dentro, com cabeceiras Trabalho à volta, cantos arredondados Trabalho em faixas paralelas, de dentro para fora, com cabeceiras Figura 3.7. Vários tipos de traçados de trabalho agrícola linear. (Adaptado de Hunt, 1983). Trabalho à volta, de dentro para fora,com viragens de 270 Trabalho em faixas paralelas, não contíguas e alternas Trabalho em faixas paralelas, não contíguas, alternas com sobreposição Trabalho à volta, cantos rectos 3.3. Dias Disponíveis para a Realização das Operações Culturais O estabelecimento de um plano de trabalho para uma exploração agrícola, exige a definição da mão-de-obra e do equipamento disponível, conhecer a natureza e os tempos-padrão dos trabalhos inerentes ao sistema cultural de cada exploração e determinar os períodos reais de trabalho. Os períodos reais de trabalho ao longo do ano são os elementos de mais difícil determinação, já que dependem de inúmeros factores, como sejam o estado fenológico da planta, as condições meteorológicas, o estado do solo, as características dos equipamentos utilizados, os horários de trabalho, etc. A previsão da realização do trabalho em agricultura é tarefa de primordial importância, já que permite ao agricultor e ao técnico planear as operações com evidentes vantagens, no que diz respeito à optimização da utilização das disponibilidades de trabalho e de tracção e, consequentemente, ao nível da qualidade e produtividade das culturas. O trabalho agrícola reveste-se de características muito próprias, que o distinguem do trabalho realizado noutras actividades. De entre essas características importa salientar a estreita relação de dependência entre as condições climáticas e os ciclos biológicos, por um lado, e o trabalho agrícola, por outro. A produção agrícola é por natureza sazonal; o ritmo de realização dos trabalhos não é uniforme e é submetido a uma ordem ditada pelas exigências biológicas das plantas e animais. O processo de produção agrícola está, pois, sujeito a restrições mais ou menos rigorosas impostas pelo calendário cultural. Estes atributos do trabalho agrícola podem ser vistos como vantagens, pois tornam-no mais estimulante e variado, mas trazem dificuldades quanto ao planeamento geral das empresas agrícolas. O trabalho numa exploração agrícola pode ser classificado em várias categorias, que, por sua vez, podem ser agrupado em dois grandes grupos: - ''... Trabalhos diferíveis, cuja execução pode ser deslocada no tempo, isto é, cujas datas de realização não são rígidas, e em que a sua alteração não afecta as produções. 6 - Trabalhos não diferíveis, cuja data de realização é mais ou menos rígida e em que uma alteração dessas datas pode acarretar prejuízos para a produção...'' São os trabalhos não diferíveis os que condicionam as técnicas e os meios a utilizar e a organização geral do trabalho na exploração agrícola, já que nestes, a época durante a qual cada trabalho é realizado tem uma influência determinante na qualidade e características da sua execução. A variação das datas de execução das tarefas para além de determinados limites conduz a acentuados prejuízos na produção. De entre os trabalhos não diferíveis, existem ainda os trabalhos realizados sob coberto e os realizados a céu aberto, podendo-se ainda nestes últimos distinguir ''...os que têm significado fenológico, isto é, cuja realização tem a ver com os estádios de desenvolvimento das plantas, muito específicos, como sejam, a sementeira, a colheita, a poda, os tratamentos fitossanitários, etc., e os outros cuja execução é condicionada pelos anteriores tais como mobilizações superficiais, lavouras, adubações, estrumações, etc...''. A determinação das datas de execução dos trabalhos exteriores apresenta-se sujeita a diversas restrições ligadas ao meio Diferíveis Trabalhos agrícolas Associado a fases fenológicas Não Diferíveis Em campo aberto Não associado a fases fenológicas Sob coberto Figura 3.8. Modalidades de trabalho agrícola (Adaptado de Mendes, 1983).

7 natural e económico. Em primeiro lugar, refiram-se as restrições resultantes da natureza biológica da produção agrícola e da sua dependência das condições meteorológicas: as sementeiras e plantações exigem condições climáticas definidas; de igual modo as regas, os tratamentos fitossanitários, as adubações de cobertura e a colheita de produtos são efectuados em momentos correspondentes a fases fenológicas mais ou menos precisas. Por outro lado, determinadas condições meteorológicas impedem completamente a realização dos trabalhos exteriores: o final das chuvas, no início da Primavera, ou o seu começo, no Outono, definem datas de início e fim dos trabalhos cujo significado é bem conhecido. O estado físico do solo e o teor de água da planta são frequentemente os factores que mais restringem a possibilidade de execução do trabalho, determinando as condições de transitabilidade e cultivabilidade do solo e limitando a possibilidade de colher em condições favoráveis, respectivamente. É, normalmente, possível definir, para uma dada região e operação cultural, datas limites de um intervalo durante o qual a operação pode ser realizada nas melhores condições de execução. A quantificação das perdas resultantes da realização da operação fora destes limites exige o conhecimento da variação dos rendimentos em função da oportunidade de intervenção. Cary e Azevedo (1972) definem dias disponíveis para um determinado trabalho como ''... aqueles para os quais é possível prever, com uma elevada probabilidade de ocorrência, efectuar a operação em condições técnicas satisfatórias...''. Desta definição, pode concluir-se que o conceito de dias disponíveis envolve três aspectos distintos: 1 - Definição dos períodos de trabalho na exploração agrícola entre limites bem precisos, nas várias regiões; 2 - Definição, dentro de cada período, das ''condições técnicas satisfatórias'' para a execução de cada trabalho; 3 - Previsão probabilística da ocorrência de dias disponíveis em cada região, no ano agrícola. A disponibilidade de um dia para a execução de uma determinada operação é o resultado da acção de um conjunto de factores que, associados ou isoladamente, limitam a possibilidade de realização dos trabalhos. Estes factores são usualmente agrupados em três grandes categorias: factores culturais, ambientais e estruturais. tempo pode originar perdas de produção. Por exemplo, a data de instalação de uma cultura afecta a magnitude da produção colhida; uma sementeira demasiado precoce, num solo húmido e frio, pode limitar a taxa de desenvolvimento da cultura ou incrementar a susceptibilidade a doenças; uma sementeira muito tardia resulta numa duração insuficiente do período de assimilação para a obtenção do máximo de produção ou em perdas de produtividade devidas a condições desfavoráveis de solo ou clima durante o período cultural. Os problemas que se colocam à organização do trabalho nas explorações agrícolas são, muitas vezes, resolvidos com desrespeito pelas datas mais aconselháveis para a realização do trabalho. A questão que se põe é a de conhecer melhor o efeito de um tal desfasamento, a fim de avaliar a sua aceptabilidade, em função da variação do rendimento provocada. A solução do problema passa, pois, pelo conhecimento das curvas de variação das produções colhidas em função dos períodos de execução dos diversos trabalhos. É evidente que, se, por um lado, existem tarefas em que a alteração da época da sua realização pouca influência exerce no rendimento, como por exemplo a lavoura ou a estrumação, por outro, há tarefas que apresentam uma elevada sensibilidade à época da realização, como sejam a sementeira, os tratamentos fitossanitários, as regas, as fertilizações de cobertura e a colheita. Uma das primeiras tentativas de quantificar este tipo de relações entre a produção e a época de execução foi efectuada por Link (1967). No modelo de Link, a data óptima (to) de execução de uma operação corresponde ao dia em que a função de produção atinge o máximo (Yo). A não ser que a escala da operação seja muito pequena, é necessário iniciar a operação antes (t1) e acabá-la depois (t2) dessa data óptima. Isto quer dizer que a produção média (Ym) será sempre inferior à máxima. Assim a produção total (P) a esperar será: P = A/(t2 - t1 ) x t1st2 y(t) dt em que: A - área a operar y(t) - função de produção (produção/unidade área) t1 - tempo de início da operação t2 - tempo de finalização da operação t1st2 - integral da função de produção entre os tempos t1 e t Factores Culturais Entre os factores culturais incluem-se o calendário de operações culturais e a sensibilidade dos diversos trabalhos. O primeiro consiste no estudo, para uma dada região e ano médio, do intervalo de tempo ideal, numa óptica exclusivamente agronómica, para a realização de cada operação cultural. Este intervalo de tempo está, por sua vez, intimamente relacionado com os ciclos culturais das espécies e cultivares utilizadas, sendo o seu início normalmente fixado fenologicamente, isto é, dependente das características das espécies e das cultivares utilizadas e da sua interacção com os factores climáticos. A óptica agronómica usa, habitualmente, como referência indicadora da oportunidade e da eficácia da operação, o rendimento físico à colheita. Admite-se, pois, que um trabalho efectuado na altura ideal implicará um rendimento à colheita mais elevado. A não realização dos diferentes trabalhos em devido Figura 3.9. Representação esquemática da variação da produção com a época de realização dos trabalhos. Figura Forma geral das curvas de produção em resposta à variação da época de execução da operação (Adaptado de Link, 1967). Produção Produção Y 0 t 1 t 0 t 2 Trabalho com Tempo Ym Elevada sensibilidade Tempo Fraca sensibilidade 7

8 A função de produção pode ser representada por uma função geral de forma quadrática Y = a t2 + b t + c, na qual Y representa a produção obtenível com uma operação executada no tempo t e a, b e c são coeficientes de produção/tempo. A este propósito ainda, Oskoui (1986) deu uma contribuição significativa ao propor que o tempo devia ser normalizado com base na data óptima de estabelecimento da cultura. A equação tomaria então a seguinte forma: Y 0 8 Y = a1 (to - t ) 2 + b1 (to -t) + c1yo +d1 Tempo Figura 3.11.Curva de resposta da produção de milho à variação da data de sementeira (Adaptado de Witney e Elbanna, 1985) Um exemplo concreto deste tipo de curvas foi apresentado por Witney e Elbanna (1985) que, ao estudarem o caso da data de sementeira na cultura do milho na região Americana do Corn Belt, concluiram poder restringirse a curva de resposta ao caso mais simples, ou seja, a uma recta. y = x x n = 40; r2= 0.581; F = 25,634 significativo ao nível de probabilidade de Data de sementeira (dia juliano) Figura Relação entre a data de sementeira e a produção de milho grão para a região de Valença no ano de 1988 (Coelho, 1993) Factores Ambientais De entre estes é usual distinguirem-se os de natureza climática e os de natureza edáfica. Os factores climáticos são, sem dúvida, os mais importantes na determinação da disponibilidade de um determinado dia para a realização dos diferentes trabalhos. De entre estes destacamse: a radiação, a temperatura, a humidade do ar, a precipitação, o vento e a evapo-transpiração. Estes elementos actuam, de forma directa ou indirecta, na disponibilidade para a realização dos diferentes trabalhos. É, por exemplo, conhecida a sensibilidade dos trabalhos de mobilização do solo ao teor de humidade do solo, a sensibilidade das sementeiras ao teor de humidade e à temperatura do solo, a sensibilidade das colheitas ao teor de água da planta e à temperatura do ar, etc. A precipitação constitui o factor ambiental relativamente ao qual mais frequentemente se estabelecem limitações à execução dos trabalhos. Com efeito, diversos autores estabeleceram critérios de classificação quanto à possibilidade de realizar diferentes trabalhos, baseados na precipitação diária. De acordo com estes valores é possível estabelecer uma classificação sobre a sensibilidade relativa dos diversos traba- TRABALHOS KREHER (1955) Figura Precipitação diária (R) que interdita a realização de alguns trabalhos segundo diversos autores. lhos em três categorias. Porém, a precipitação ocorrida no dia de trabalho é um critério de disponibilidade, no mínimo, discutível, especialmente para os trabalhos de mobilização do solo, pois, por exemplo, não entra em linha de conta com a água anteriormente armazenada no solo. Também a noção de um limite rígido de precipitação para além do qual o trabalho é inviabilizado, é uma forma simplista de colocar o problema, já que, tal limite deverá variar para a mesma operação, com a evapotranspiração real, o tipo de solo, o coberto vegetal, etc. O solo é também um factor condicionante da mecanização agrícola, por via das limitações que impõe quer sobre a transitabilidade, onde a deslocação das máquinas é afectada por fenómenos de escorregamento, quer sobre a cultivabilidade do solo, onde o terreno não oferece condições que garantam uma boa qualidade do trabalho efectuado. As condições favoráveis ao trabalho são, deste modo, função do estado físico do solo que, por sua vez, depende de três características principais: textura, estrutura e teor de humidade. Quando se pretende estudar as limitações impostas pelo solo à disponibilidade de um dia para a realização de diferentes trabalhos, torna-se necessário analisar três tipos de relações: entre o clima e o teor de humidade do solo, entre o teor de humidade do solo e o estado mecânico do solo e entre o estado mecânico do solo e a qualidade do trabalho efectuado. As relações entre o clima e o teor de humidade do solo são normalmente investigadas com base em balanços hídricos onde se contabilizam as entradas e saídas de água no solo, ao numa parcela de terreno Factores Estruturais Entre estes consideram-se o parque de máquinas e o horário de trabalho. Através da escolha e do dimensionamento criterioso do parque de máquinas o agricultor pode obstar aos inconvenientes de R CNEEMA (1955) (mm/dia) REBOUL et al. (1979) REGATO e MENDES (1979) Lavoura Gradagem Escarificação Rolagem Sacha Sementeira Adubação de fundo Colheita de cereais Corte de forragens Fenação 0,5-0 - Arranque de sachadas Sensibilidade das operações à precipitação diária fraca média elevada Lavoura Gradagem Colheita Subsolagem Fresagem Corte de forragens Arranque de sachadas Rolagem Enfardação Transportes vários Sachas Monda química Poda e Empa Sementeiras Adubação de cobertura Figura Classificação de diferentes operações culturais de acordo com a sua sensibilidade aos valores da precipitação diária.

9 Precipitação diária 1 Teor de humidade do solo Precipitação anterior Coberto vegetal Evapotranspiração Características do solo: - textura - estrutura - espessura - nível do lençol freático 2 Possibilidade e capacidade de trabalho 3 Tipo de maquinaria e operação uma época de ponta e de um curto período disponível, podendo ainda, em algumas situações, recorrer a empresas prestadoras de serviços de máquinas. De entre as soluções mais conseguidas na resolução dos problemas levantados à organização do trabalho pelas condições adversas de clima e de estado de humidade do solo destacam-se, por um lado, o acréscimo de potência dos meios de tracção e da largura de trabalho das máquinas e, por outro, a modificação da técnica tradicional como, por exemplo, a utilização de máquinas combinadas. Com ambas as soluções visa-se o aumento do rendimento de trabalho, ou seja uma diminuição dos tempos de tarefa por unidade de superfície, o que pode ser muito importante em explorações onde se disponha de um período de tempo reduzido para a realização do trabalho de campo. O horário de trabalho apresenta também importantes implicações ao nível da organização do trabalho das explorações. De um modo geral, há um ou dois dias de descanso semanal e ainda dias feriados que devem ser considerados como indisponíveis para a realização dos trabalhos agrícolas. Contudo, sobretudo no caso das explorações familiares e por conta própria, é usual o trabalho extraordinário, que se prolonga pela noite, pelo fim de semana ou pelo feriado, como forma de resolver problemas relacionados com a falta de tempo por indisponibilidade de condições. Estas explorações podem, ainda, dispor de mão-deobra complementar, seja ela vicinal (fenómeno das trocas de trabalho) seja ela ''familiar migrada'', que, em dados períodos, sobretudo nos chamados ''períodos de ponta'', se integra na exploração Metodologia de Cálculo dos Dias Disponíveis Estamos agora em condições de descrever os diversos métodos que têm sido propostos para o cálculo dos dias disponíveis. Genericamente, estes métodos determinam o tempo disponível através da estimativa da sua distribuição de probabilidade com base em observações passadas. Até hoje três tipos de métodos têm sido usados para prever os dias disponíveis: - Métodos estatísticos - são sobretudo usados por investigadores de trabalhos agrícolas e consistem na recolha de dados climáticos e de execução desses trabalhos, com vista à definição das relações entre a intensidade da precipitação e os dias disponíveis, nomeadamente os efeitos de 1, 2 e 3 em 4 da Figura. Este tipo de métodos tem como principais inconvenientes a especificidade local, que não permite a extrapolação dos resultados para outras situações, e a morosidade do processo de recolha de dados. Os modelos mais simples estabelecem relações lineares entre os dias disponíveis e os Dia Disponível 4 Figura Diagrama de dependência da disponibilidade diária de trabalho. valores da precipitação apenas nesse dia ou nesse dia e nos dois dias antecedentes. - Métodos experimentais são usados, sobretudo, para obter informações que permitam relacionar características físicas do solo, experimentalmente mensuráveis, com as condições de operabilidade. O método mais vulgarizado procura relacionar a resistência oferecida pelo solo à penetração de um cone (penetrómetro) com as condições de transitabilidade e cultivabilidade. São métodos mais rápidos do que os anteriores, mas ainda com inconvenientes no que se refere à especificidade dos resultados. A construção de tabelas que relacionam os valores da resistência com as características físicas de diferentes tipos de solos, particularmente com a sua textura, possibilitam a generalização dos resultados.. - Métodos de dinâmica do solo procuram relacionar as propriedades dinâmicas do solo com a eficiência e a qualidade do trabalho produzido pelas máquinas. A disponibilidade dos dias para a realização dos trabalhos é, em larga escala, condicionada pelas características físicas dos solos e em especial pelo seu teor de humidade. Esta constatação levou muitos autores a definir critérios de disponibilidade com base nos teores de humidade do solo exigidos pelas diversas operações. A forma mais generalizada deste tipo de métodos consiste no balanço hidrológico do solo, que representa já uma boa aproximação à realidade pois toma em consideração os factores mais importantes na determinação da disponibilidade: precipitação, evapotranspiração, características do solo e sensibilidade dos trabalhos. Como forma de ultrapassar os inconvenientes dos métodos anteriores, estabeleceram-se relações de variação entre os dias disponíveis e os teores de humidade do solo, utilizando-se, depois, dados estatísticos de estações meteorológicas para determinar, por extrapolação, os dias disponíveis de elevado número de anos, evitando-se, deste modo, longos períodos de registo. Referências bibliográficas Azevedo, A. L, A. M. Portas e F. C. C. Cary O planeamento das operações em sistemas de exploração da terra. Informação Científica, 6. Nova Lisboa. 54 p. Caldas, E. Q. C Modernização da Agricultura. Conferências, palestras e artigos. Liv. Sá da Costa. Lisboa Cary e Azevedo (1972) Cary, F. C. e A. L. Azevedo Metodologia dos períodos e dos dias disponíveis para a realização dos trabalhos agrícolas. Anais do Instituto Superior de Agronomia, 33: Coelho, J. P Análise de projectos de emparcelamento rural. O caso de Valença do Minho. Tese de doutoramento. ISA, UTL. Hunt, D Farm Power and Machinery Management. Iowa University Press. Ames Iowa. 352 p. Link, D. A Activity network technique applied to farm machinery selection problems. Transactions of the ASAE, 10: Lins, D. A U.S. Farms: Changing Size and Structure. In: Encyclopedia of Agricultural Scince, 4: Mendes, J. M Contribuição para o estudo dos dias disponíveis para a realização dos trabalhos agrícolas. Relatório de actividade do curso de engenheiro agrónomo. ISA, UTL. Lisboa Oskoui, K. E Days available for field work. Tech. Note, 97. Scottish Agricultural Colleges. Raeburn, J. R Agriculture. Foundations, Principles and Development. John Wiley. New York. 329 p. Witney, B. 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