CARACTERIZAÇÃO DA ATIVIDADE PECUÁRIA DE CRIA NOS BIOMAS PANTANAL, AMAZÔNICO E CERRADO

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1 CARACTERIZAÇÃO DA ATIVIDADE PECUÁRIA DE CRIA NOS BIOMAS PANTANAL, AMAZÔNICO E CERRADO tbcarval@cepea.org.br APRESENTACAO ORAL-Economia e Gestão no Agronegócio THIAGO BERNARDINO DE CARVALHO; SERGIO DE ZEN. ESALQ/USP, PIRACICABA - SP - BRASIL. CARACTERIZAÇÃO DA ATIVIDADE PECUÁRIA DE CRIA NOS BIOMAS PANTANAL, AMAZÔNICO E CERRADO RESUMO A atividade pecuária no Brasil é responsável por um terço do Produto Interno Bruto do setor agrícola, de acordo com o PIB agrícola do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) e CNA. Dentro da pecuária, o segmento de pecuária bovina de corte é um destaque pela presença em um grande número de propriedades em todo território nacional e em todos os biomas brasileiros, entre eles o Pantanal, o Amazônico e o Cerrado. No entanto, algumas regiões tradicionais na atividade, principalmente no sistema de cria dos animais há alguns anos vêm perdendo área para outras atividades devido a baixa produtividade e custo alto. A maioria dos pecuaristas, pressionada pela agricultura, teve de escolher entre duas opções: abandonar a área e partir para regiões de fronteira agrícola ou intensificar sua atividade. Portanto, o aumento da produtividade pecuária e a sustentabilidade do sistema produtivo devem ser metas a serem alcançadas pela comunidade produtiva do setor pecuário, sendo que apenas os produtores e as regiões mais eficientes terão condições de se manter competitivos. O objetivo é uma análise comparativa da rentabilidade da produção pecuária no sistema de cria em diferentes regiões nos três biomas com maior importância na produção de gado de corte do Brasil, utilizando-se da metodologia Painel. No mesmo sentindo, também serão determinados os principais fatores que contribuem para diferenciação de custos entre os municípios analisados. Os resultados da pesquisa mostram que há diferenças enormes, de uma maneira geral no uso de técnicas de produção. Isto ocorre tanto no manejo dos animais quanto no manejo das pastagens. Isto tem refletido nos índices zootécnicos e conseqüentemente nos resultados econômicos. As fazendas com resultados positivos para a produção foram uma do Pantanal e outra do Bioma Amazônico. Palavras-chave: Pecuária de Corte, Custo, Índices Zootécnicos e Bioma ABSTRACT: The cattle producrtion in Brazil is responsible for one third of GDP in the agricultural sector, according to the agricultural GDP of the Center for Advanced Studies in Applied Economics (Cepea / ESALQ / USP) and CNA. Within livestock, the segment of beef cattle is a highlight for the presence of a large number of properties nationwide and in all biomes, including the Pantanal, the Amazon and the Cerrado. However, some regions in the traditional activity, especially in the cow-calf system, a few years ago are losing area to 1

2 other activities due to low productivity and high cost. Most cattle porducers, down by agriculture, had to choose between two options: leave the area and go to regions of the agricultural frontier or enhance its activity. Therefore, increasing productivity and sustainability of livestock production system should be goals to be achieved by the community's productive livestock sector, with only the producers and regions more efficient will be able to remain competitive. The porposal is a comparative analysis of the profitability of livestock production in the cow-calf system in different regions in the three biomes with the highest importance in the cattle beef production in Brazil, using the methodology Panel. That same feeling will also be determined the main factors that contribute to differentiation of costs between cities analyzed. The survey results show that there are huge differences, in general the use of production techniques. This occurs both in animal handling and treatment of the pastures. This is reflected in the indexes, and consequently in the economic results. The farms with positive results were for production and another one of the Pantanal of the Amazon biome. Key Words: Beef Cattle, Cost, Zootechnic Indexes and Biome 1 INTRODUÇÃO Nos últimos anos o cenário da pecuária nacional passou por momentos distintos, que mudou em muitos casos o cenário da produção no país. A rentabilidade da pecuária no período de 2003 a 2007 caiu expressivamente. O aumento nos custos de produção (sal mineral e mão-de-obra) e, principalmente, decréscimos do preço recebido pelo produtor, foram os principais fatores que contribuíram para essa situação. A produção de algumas commodities vem crescendo para atender a demanda, tanto no Brasil como a nível internacional. Ocorrendo em muito desses mercados forte inter-relação entre os preços internos e externos. Por outro lado o período de 2007 a 2008, os preços dos animais, bezerro e boi gordo sofreram forte valorização, muito devido ao descarte de matrizes, mas também pelo bom cenário econômico, que possibilitou o aumento do consumo doméstico de carnes no geral, entre elas a bovina. Isso possibilitou uma recuperação de renda do produtor neste período. E a comercialização de animais de reposição ganhou importância maior devido a menor oferta e aumento dos números de confinamentos no país. Porém a partir do segundo semestre de 2008 a cadeia de pecuária se deparou com a crise financeira global, que culminou com a quebra de alguns frigoríficos e conseqüentemente junto com as exportações em queda, desvalorização nas cotações, fusões das indústrias nacionais, que concentra mais o mercado e por fim nas discussões sobre meio-ambiente, no qual a pecuária se torna o centro das atenções pela emissão de metano, um dos causadores do efeito estufa. Vide esse cenário da última década, os produtores que são tomadores de preços e atuam em um mercado caracterizado pela concorrência tem como alternativa o controle de custos produção. Para isto, muitas vezes é preciso investir em novas tecnologias e em novos tratamentos/manejos da cultura (Alves et al., 2005). A informação sobre o custo de produção é uma das ferramentas mais importantes para qualquer atividade produtiva, sendo fundamental para a tomada de decisões dos agentes. No setor rural, por exemplo, informações sobre custo de produção passam a ser 2

3 relevante na medida em servem de base para subsidiar uma decisão gerencial de curto, médio e longo prazo. Sendo ainda importante para um empreendimento agrícola no longo prazo, medindo a capacidade de pagamento de uma criação e a viabilidade econômica de uma tecnologia alternativa, entre outras. Na Figura 1 observa-se o preço deflacionado do bezerro (base dezembro 2009). Como citado acima, o período de final dos anos 2007 até o meio de 2008, as cotações do bezerro atingiu patamares históricos de alta. R$ kg fev/00 out/00 jun/01 fev/02 out/02 jun/03 fev/04 out/04 jun/05 fev/06 out/06 jun/07 fev/08 out/08 jun/09 Indicador Bezerro Peso Figura 1 Indicador de Preços do Bezerro no Mato grosso do Sul, deflacionado pelo IGP- DI Dezembro/2009 e Peso dos animais em kg (fev/02 a dez/09). Fonte: Cepea/Esalq/USP (2009) Segundo Cepea/Esalq/USP e CNA, os custos operacionais totais somente no ano de 2009 acumulam baixa de 3,39%. Entretanto, o preço da arroba do boi gordo nesse mesmo período acumula uma desvalorização de 7,28% e o preço do bezerro queda de 5,27%. Apesar dos custos em queda, o produtor brasileiro no ano de 2009 teve que administrar a queda na receita, auferindo em muitos casos prejuízos. Poucas áreas no mundo estarão disponíveis para produção de carne bovina a pasto, e isto representa oportunidades ao Brasil, onde há abundância destas áreas, sejam elas nos biomas do Cerrado, Pantanal e Amazônico. No Brasil existe uma diversidade climática, o que pode favorecer a utilização de várias raças, atendendo diversos segmentos de consumo de diferentes mercados. E o investimento na criação dos animais, principalmente no sistema de cria, é de fundamental importância para se buscar uma produtividade maior da cadeia, assim como aumentar a oferta de bezerros para a engorda. 2 REVISÃO DE LITERATURA A atividade pecuária no Brasil é um dos principais segmentos da economia nacional. A pecuária bovina na formação do valor total da produção animal no Brasil é de extrema importância, onde, segundo a FAO (Food and Agriculture Organization, 2004), a 3

4 produção de carne bovina contribui com 39,76% do total da produção (em toneladas) de carne bovina, suína e aves. Apesar dessa importância os níveis de produtividade no país estão abaixo da real potencialidade. Atualmente o rebanho bovino brasileiro está estimado em 195,5 milhões de cabeças, sendo 20% com finalidade de produção leiteira e 80% para corte (IBGE). A demanda global por produtos pecuários deve apresentar um forte crescimento até 2050 em meio a aumentos de população, e investimentos substanciais no setor são necessários para ampliar a produção, afirmou a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). De acordo com a instituição, o rebanho de bovinos deve subir de 1,5 bilhão de cabeças para 2,6 bilhões, e o de cabras e ovelhas passaria de 1,7 bilhão para 2,7 bilhões. Juntamente com esse crescimento, a demanda por áreas de pastagem e de grãos para a produção de ração deverá aumentar, obrigando os países que ainda detêm áreas disponíveis para a agropecuária focar na produção de alimentos. Por outro lado, ganhos de produtividade e eficiência se tornarão essenciais para manter a oferta de alimentos. Neste cenário se encaixa o Brasil. Um dos principais players na produção de alimentos (carnes e grãos) se favorece de áreas altamente agricultáveis e clima propício para o desenvolvimento do setor. Pineda (2000) aponta que a posição privilegiada por diversidade climática, extensão territorial, qualidade edáfica, adaptabilidade da raça zebuína aos trópicos e vocação do criador dá ao Brasil condições ímpares para o crescimento. O quadro abaixo mostra a disposição de áreas com os diferentes tipos de ocupação. Tabela 1 Ocupação do território brasileiro em hectares milhões de hectares % Pastagem e Campos Naturais ,2 Unidades de Conservação ,7 Áreas Indígenas ,9 Áreas de Assentamentos Rurais 77 9 Lavouras Temporárias 55 6,4 Lavouras Permanentes 17 2 Florestas Cultivadas 5 0,6 Áreas Devolutas e outros usos ,8 Áreas Inexploradas Disponíveis para Agricultura ,5 (não considera Floresta Amazônica) Total Fonte: IBGE, MAPA e Conab O que chama a atenção nos números mostrados acima é a quantidade de áreas inexploradas disponíveis para a agricultura e que não considera a Floresta Amazônica, 106 milhões de hectares (12,5%). Atualmente, para a pecuária de corte, cerca de 170 milhões de hectares são utilizados para a produção. De acordo com estudos do Cepea, caso fosse implantado 4

5 sistemas de produção intensiva nos pastos brasileiros, nesta mesma área onde são criados cerca de 190 milhões de cabeças de gado (IBGE, 2006), poderiam abrigar 821,6 milhões de cabeças, 84% do rebanho mundial em 170 milhões de ha em pasto. Isso ocorreria com um aumento significativo em investimento, tornando a produção altamente tecnificada. Mesmo não atingido este número (800 milhões de cabeças), mas próximo disso, o Brasil poderia ocupar os 106 milhões de ha restantes para a produção de grãos. A atividade de cria, produção de bezerros, se torna muito importante neste cenário, devido à necessidade de animais com ótimo desempenho zootécnico (baixa taxa de mortalidade, maior ganho de peso, diminuição no intervalo entre partos, entre outros). Somado a esses fatores (disponibilidade de áreas e de aumento da produção de animais no país e intensificação da produção), a rentabilidade do setor pecuária nacional é a mais competitiva do mundo. O Brasil possui maior competitividade quando comparado os custos de produção nos principais países produtores de carne bovina tanto para pecuária de cria como para a engorda. Na Erro! Fonte de referência não encontrada.2 serão apresentados os custos e a rentabilidade da atividade em diferentes países para o ano de 2009 para o sistema de produção de cria US$/100 kg peso carcaça Custo de Oportunidade Depreciação Custo Efetivo Bezerro + transferência Bezerro+transferência+descarte+reprodução Bezerro+transferência+descarte+reprodução+pagamento do governo AT-25C AT-30 DE-1100 DE-1400 FR-70C FR-80 FR-85 ES-90 ES-180 IE-25 UK-40 UK-105 SE-60 SE-80 NO-45 HU-150T HU-880T CZ-350 UA-410 CA-170 US-240 US-500 AR-700 AR-1000 AR-730 AR-800 BR-400 BR-1070 CO-240 MX-120 CN-2 ID-2 ID-4 ID-3 ID-30 AU-500 AU-540C AU-700 AU-1100 ZA-200 ZA-250 ZA-400 Figura 2- Comparação de custos e rentabilidade (US$/100 kg peso carcaça) da produção da pecuária de corte nos principais países produtores de carne bovina Fonte: Agribenchmark Beef Report Legenda: AT: Austria; DE: Alemanha; FR: França; ES: Espanha; IE: Irlanda; UK: Reino Unido; SE: Suécia; NO: Noruega; HU: Hungria; CZ: República Tcheca; UA: Ucrânia; CA: Canadá; US: Estados Unidos; AR: Argentina; BR: Brasil; CO: Colômbia; MX: México; CN: China; ID: Indonésia; AU: Austrália; ZA: África do Sul. Em algumas regiões do país, o uso de algumas tecnologias permitiu o aumento da produtividade, fortalecendo a atividade a enfrentar os mais diversos problemas 5

6 encontrados no seu desenvolvimento. Um fator de extrema importância é o avanço da agricultura sobre as áreas de pastagens nos últimos anos. Segundo estudo realizado pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS, 2000), o novo cenário determina uma nova postura do produtor rural frente ao seu negócio, que envolve necessariamente a gestão da empresa rural. De uma forma geral, identifica-se que a gestão das empresas não é profissionalizada e a gestão de custos é ineficiente. Outro problema a ser enfrentado pelo setor é a oscilação de produção de bovino e fornecimento de carne no mercado. Isso se deve basicamente devido à oscilação de produção de forragem nas principais regiões pecuárias brasileira. Esse cenário deve-se em parte pela perpetuação do conceito extrativista da produção bovina, ao estabelecer a atividade em áreas com limitações para culturas, favorecendo a resistência a mudanças nos procedimentos de manejo de pastagens, aceitando-se baixos índices de produtividade com naturalidade (CORSI, 1994). Fato esse que se soma a oferta de bezerros, que me muitas regiões é deficitário e com índices zootécnicos baixo da média nacional, o que causa inflação no mercado e baixa produtividade. A distribuição dos animais por todos os Estados da federação demonstra que a produção não está restrita a uma região ou estado. A pecuária de corte não sofre restrições climáticas importantes em nenhuma região do país. Devido a isso, o fato da atividade estar dispersa por praticamente todo o território nacional e não ter definidos sistemas de gerenciamento, os custos de produção são deficientemente acompanhados, sendo esse um dos principais pontos críticos da produção. Dessa forma muitos produtores ineficientes ainda sobrevivem na atividade. O produto final fica comprometido pela falta de homogeneidade dos animais produzidos; abatem-se animais jovens e animais de mais idade; o resultado é carne de todo tipo de qualidade. O produto final que o mercado brasileiro de carne exige deve ser de boa qualidade, padronizada e com preços competitivos com outras carnes. Isso exige que o produtor do boi saiba quanto custa o seu produto. Como a agricultura tem invadido áreas tradicionalmente de pastagens, como as da região Centro-Oeste, e expulsando a pecuária para regiões como Nordeste, Norte e Pantanal, resta aos pecuaristas, de certa forma, duas alternativas: intensificar a atividade ou buscar terras mais baratas, atualmente encontradas nas regiões de fronteira agrícola. Essas regiões de fronteira agrícola possuem grande importância não apenas pelo fato de serem mais baratas, mas também devida as condições climáticas que prevelacem nessas regiões clima mais chuvoso e quente, mais propício ao desenvolvimento das forrageiras. A tecnologia é uma fonte de diferenciação num sistema de concorrência. Os produtores que aderem primeiramente a nova tecnologia obtém um ganho neste primeiro instante, por isto o controle de custo, principalmente no processo de absorção tecnológica é fundamental para que os produtores acompanhem esse processo. Assim, é notória a necessidade de abandonar a posição tradicional de fazendeiro para assumir o papel de empresário rural, independente do tamanho de sua propriedade e do seu sistema de produção de gado de corte. 3 METODOLOGIA 6

7 3.1 Determinação das regiões de estudo As regiões escolhidas para o estudo foram as localizadas em 3 biomas nacionais, Cerrado, Pantanal e Amazônico. Nestas regiões foram determinados estados e cidades de acordo com o efetivo rebanho bovino (IBGE). Segue abaixo os estados e municípios por bioma onde foram feitos os levantamentos de dados e as análises. Cerrado: Mato Grosso do Sul (Camapuã, Amambaí, Bonito, Brasilândia, Ribas do Rio Pardo e São Gabriel do Oeste), Goiás (catalão, Rio Verde, Niquelândia e Porangatu), Minas Gerais (Carlos Chagas, Montes Claros, Uberaba e Uberlândia), São Paulo (Tupã), Tocantins (Paraíso do Tocantins e Alvorada) e Bahia (Itamarajú). Pantanal: Municípios de Aquidauana e Corumbá, ambos do estado do Mato Grosso do Sul. Amazônico: Acre (Brasiléia, Rio Branco e Sena Madureira) e Pará (Santana do Araguaia). 3.2 Painel Os dados primários foram levantados através do sistema de painel, o qual define propriedades representativas, de acordo com a descrição de Plaxico & Tweeten (1963). Estes autores descrevem o sistema de fazendas representativas como ideal para estudos de unidades produtivas do meio rural. Porém algumas definições e suposições devem ser razoavelmente adotadas pelo país, e as características devem ser constantemente revistas e os dados de produção freqüentemente revisados para refletir os avanços tecnológicos. A metodologia de coleta de dados primários é denominada Painel. Apesar da dificuldade de caracterizar uma única propriedade e um sistema de produção que seja representativo do município em estudo, o método busca, através da experiência dos produtores participantes, caracterizar a propriedade que seja mais comumente encontrada na região. Em algumas áreas, a impossibilidade de determinar essa tipicidade faz com que mais de uma propriedade ou sistema de produção representados sejam estabelecidos. A execução do Painel segue quatro etapas principais: Etapa 1. Levantamento de coeficientes técnicos de produção e de informações regionais Etapa 2. Visita às propriedades Etapa 3. Preparo de planilhas eletrônicas As informações obtidas nas etapas 1 e 2, referentes aos processos operacionais que determinam os custos de produção e a produtividade, proporcionam a elaboração de planilhas eletrônicas (previamente preenchidas) destinadas a facilitar o funcionamento da etapa 4. Etapa 4. Realização do Painel O Painel é um procedimento de obtenção de informações menos oneroso que o levantamento censitário ou amostral de unidades agrícolas. Outra vantagem é que proporciona uma maior agilidade e versatilidade na atualização dos dados, sem comprometer a qualidade dos mesmos. Contudo, não permite extrair inferências estatísticas, devido ao reduzido tamanho amostral. A técnica consiste em uma reunião com um grupo formado por um ou mais pesquisadores, um técnico regional e oito pecuaristas, em média pode variar de cinco a 7

8 dez produtores. As reuniões são marcadas com antecedência, utilizando-se de contatos em sindicatos regionais. Os temas e os números, determinados previamente em entrevistas com os técnicos locais, são debatidos com os produtores rurais. Para que todos os participantes interajam, utiliza-se um computador portátil e um aparelho destinado a projetar a planilha previamente elaborada (etapa 3). Cada coeficiente técnico (quantidade de insumos), preço e freqüência de uso é apresentado ao grupo que discute e aperfeiçoa as informações. Ao final desse debate, pode-se dizer que toda a caracterização da propriedade típica da região tem o aval dos produtores rurais. Com isso, os índices de produtividade, custos de implantação, custos fixos e variáveis, ou seja, todos os números resultantes do painel tendem a ser bastante próximos da realidade regional. Vale destacar que os índices e custos declarados por cada participante não estarão relacionados com as suas respectivas propriedades, mas sim, com uma única, declarada no início do painel como aquela que representa melhor o tamanho e o sistema de produção da maioria das propriedades locais. Esta metodologia de levantamento de dados é uma adaptação de sistemas de levantamento e acompanhamento de custos feitos em outros países, como nos EUA e Alemanha. No Brasil o Cepea/Esalq/USP usou esse tipo de metodologia para outros trabalhos de pesquisa de reconhecido rigor técnico como o Banco Mundial. 3.3 Definição das propriedades e sistemas típicos de produção A obtenção precisa dos dados de cada propriedade e de seu sistema de produção é uma tarefa bastante complexa do ponto de vista dos custos envolvidos. As propriedades se caracterizam por apresentar um nível significativo de heterogeneidade em relação a área física, tamanho do rebanho, sistema de produção, nível de tecnificação, existência de outras atividades na propriedade e forma de gerenciamento. Para contornar essa questão e, ao mesmo tempo, aproximar a análise da realidade, torna-se necessária a definição de uma propriedade que melhor represente as existentes na região. Essas propriedades, que serão chamadas de típicas, geralmente, possuem tamanhos médios e sistemas de produção não muito tecnificados e nem arcaicos, situando-se dentro de padrões modais do universo considerado. Resulta, dessa maneira, um conjunto de informações consistentes e úteis, obtidos dentro dos limites orçamentários. 3.4 Cálculo do Custo de Produção Projetar um sistema de apuração de custos exige pelo menos duas condições básicas. A primeira é que o profissional deva ter antecipadamente o conhecimento do propósito ou dos propósitos que o sistema deva atender simultaneamente. A segunda é que deve estar dotado de um conjunto de conceitos fundamentais que o permita lidar confortavelmente com as mais diversas situações organizacionais. A grande variabilidade de métodos empregados nos cálculos de custos de produção dificulta a comparação dos diversos estudos que se relacionam com esse tema, por isso são apresentados os principais itens que compõem os custos. O cálculo do custo de produção na pecuária foi com base nos conceitos obtidos através do Cepea/Esalq/USP. 8

9 3.4.1 Custo Operacional Efetivo (COE) Refere-se a todos os gastos assumidos pela propriedade ao longo de um ano e que serão consumidos neste mesmo intervalo de tempo. Divide-se este item em custos variáveis custos que variam conforme a quantidade produzida (ex: vacinas que variam conforme o número de animais) e custos fixos (ex: impostos, como o ITR, ou a contribuição sindical). No caso da utilização de máquinas e implementos em operações como a reforma de pastagem, os valores da hora-máquina e hora-implemento também são determinados Custo Operacional Total (COT) Refere-se à soma do COE com o valor das depreciações de construções, benfeitorias, máquinas e implementos. O custo de formação das pastagens também é incluído, no caso de regiões onde o processo de desmatamento e ocupação da terra ainda é um evento comum Cálculo das depreciações A depreciação das máquinas e dos implementos utilizados nesta planilha é igual aos cálculos das depreciações de construções, benfeitorias e equipamentos. Todos levam em consideração a depreciação linear, utilizando apenas o valor unitário, o valor residual e o tempo de vida útil em anos, de cada bem Cálculo do Retorno Operacional Efetivo (ROE) O ROE é obtido a partir da subtração do custo operacional efetivo da receita bruta calculada em cada painel. A partir desse dado é possível obter o retorno operacional efetivo anual por hectare de cada região em estudo Cálculo do Retorno Operacional Total (ROT) O ROT é obtido a partir da subtração do custo operacional total da receita bruta calculada em cada painel. A partir desse dado é possível obter o retorno operacional total anual por hectare de cada região em estudo. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Nesta secção serão descritos os principais índices zootécnicos das fazendas e os componentes do custo de produção da atividade de cria nos biomas, Amazônia, Pantanal e Cerrado em estudo. Busca-se verificar como os pecuaristas têm conduzido sua atividade nas principais áreas produtoras de gado de corte, analisando de forma econômica se a atividade é sustentável. Um total de 24 fazendas típicas das mais importantes regiões em 8 estados do Brasil foram analisadas para a pecuária com o sistema de produção de cria. Elas representam fazendas e sistemas de produção que sobrevive da produção de cria e/ou representam uma alta parte da pecuária de reprodução em seus estados. As fazendas variam de 35 a 1523 vacas. Nos painéis foi possível apurar alguns índices zootécnicos que permitiram inferências importantes quanto aos estágios de desenvolvimento da pecuária de corte 9

10 nacional. Para tanto, num primeiro momento, serão feitas comparações entre esses índices nas fazendas de cria. O nome das fazendas é feito com a combinação do nome do município com o número total de vacas destinadas a reprodução no ano. 4.1 Taxa de desfrute O primeiro parâmetro de comparação entre as fazendas será a taxa de desfrute. Esse indicador é calculado dividindo-se o número de animais vendidos anualmente pelo número total de animais na propriedade. A taxa de desfrute é uma medida de produtividade conclusiva e os demais indicadores são importantes para explicar o comportamento dessa taxa. A taxa de reposição varia em torno de 22,9% (Sena Madureira - AC) a 48,2% na fazenda goiana de Niquelândia, como mostra a Figura 3 abaixo. A média brasileira de taxa de desfrute com pecuária de cria das fazendas brasileiras é de 35,4%. 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% Camapuã-139 Amambai-306 Bonito-357 Brasilândia-626 RR Pardo-302 SG D'Oeste-202 Itamarajú-90 Catalão-171 Rio Verde-413 Niquelândia-73 Porangatu-98 Carlos Chagas-603 Montes Claros-99 Uberaba-138 Uberlândia-43 Tupã-97 Paraíso TO-250 Alvorada-302 Sant Araguaia-76 Brasiléia-127 Rio Branco-155 Sena Madur-35 Corumbá-1020 Aquidauana-1523 Figura 3 Taxa de desfrute nas fazendas com pecuária de cria no Brasil Fonte: Cepea Neste quesito o estado de Goiás é um dos estados que tem uma das maiores taxas de reposição, isto é, com uma vida útil da vaca parida muito baixa, sendo esta taxa acima de 38% nas quatro fazendas analisadas. Juntamente com o Goiás estão as fazendas de Tocantins (Paraíso de Tocantins 38,7% e Alvorada 41,9%). A taxa de reposição pode ser influenciada tanto pela raça do animal como o tipo de alimentação das vacas, além é claro de manejos sanitários dos animais. 4.2 Taxa de Prenhez e Intervalo entre Partos 10

11 Os próximos indicadores servem para medir a eficiência dos procedimentos com os animais realizados nas fazendas (taxa de prenhez, intervalo entre partos). O segundo parâmetro de comparação entre as fazendas será a taxa de prenhez, que é calculada dividindo-se a soma do total de bezerros e bezerras nascidos pela soma do número total de vacas paridas e total de vacas solteira na propriedade. A taxa de prenhez das fazendas varia em torno de 65,4% (Corumbá) a 86% na fazenda de Amanbaí, ambas no Mato Grosso do Sul, a primeira no Pantanal e a segunda no Cerrado. A média brasileira de taxa de prenhez com pecuária de cria das fazendas brasileiras é de 79,3%. 100,0% 90,0% 80,0% 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% Amanbaí-306 Bonito-357 Brasilândia-626 Camapuã-139 RRio Pardo-302 SG D'Oeste-202 Itamarajú-90 Catalão-171 Rio Verde-413 Niquelândia-73 Porangatu-98 Carlos Chagas-603 Montes Claros-99 Uberaba-138 Uberlândia-43 Tupã-97 Paraíso TO-250 Alvorada-302 Sant Araguaia-76 Brasiléia-127 Rio Branco-155 Sena Madur-35 Corumbá-1020 Aquidauana-1523 Figura 4 Taxa de prenhez nas fazendas com pecuária de cria no Brasil Fonte: Cepea O terceiro parâmetro de comparação entre as fazendas será o intervalo entre partos, que é o período entre uma cria e outra da mesma vaca em reprodução. Esse indicador é calculado em meses e varia entre 14 a 24 meses, este último verificado na fazenda de Corumbá (MS). Os menores intervalos são verificados nas fazendas de Amanbaí (MS), Alvorada (TO) e Rio Branco no Acre. A média brasileira de intervalo entre partos é de 16,34 meses. Este é um indicador que precisa se melhorado nas fazendas nacionais, visando o aumento de produtividade. 11

12 30,00 25,00 20,00 meses 15,00 10,00 5,00 0,00 Camapuã-139 Amambai-306 Bonito-357 Brasilândia-626 RR Pardo-302 SG D'Oeste-202 Itamarajú-90 Catalão-171 Rio Verde-413 Niquelândia-73 Porangatu-98 Carlos Chagas-603 Montes Claros-99 Uberaba-138 Uberlândia-43 Tupã-97 Paraíso TO-250 Alvorada-302 Sant Araguaia-76 Brasiléia-127 Rio Branco-155 Sena Madur-35 Corumbá-1020 Aquidauana-1523 Figura 5 Intervalo entre partos nas fazendas com pecuária de cria no Brasil Fonte: Cepea 4.3 Taxa de reposição A taxa de reposição de matrizes e a reposição de touros servem para explicar o comportamento dos indicadores de desempenho dos animais. A taxa de reposição de matrizes é a divisão do número de vacas vendidas anualmente pelo número total de fêmeas destinadas a reprodução, enquanto que a taxa de reposição dos touros é a divisão do número de touros vendidos anualmente pelo número total de touro na propriedade. A Figura 6 abaixo mostra a variação dos dois indicadores nas fazendas analisadas. 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% Camapuã-139 Amambai-306 Bonito-357 Brasilândia-626 RR Pardo-302 SG D'Oeste-202 Itamarajú-90 Catalão-171 Rio Verde-413 Niquelândia-73 Porangatu-98 Carlos Chagas-603 Montes Claros-99 Uberaba-138 Uberlândia-43 Tupã-97 Paraíso TO-250 Alvorada-302 Sant Araguaia-76 Brasiléia-127 Rio Branco-155 Sena Madur-35 Corumbá-1020 Aquidauana-1523 Tx Rep. Touros/ano Tx Rep. Desc./matrizes 12

13 Figura 6 Taxa de reposição de matrizes e touros nas fazendas com pecuária de cria no Brasil Fonte: Cepea Os maiores índices para reposição de matriz são encontrados nas fazendas de Rio Branco (AC) e Brasilândia (MS). A média nacional é em torno de 15%. Para a reposição de touros, com média de 20% entre as propriedades analisadas, as maiores taxas são encontradas no estado do Acre (Rio Branco e Sena Madureira). 4.4 Taxa de Lotação Como medida de eficiência da pastagem é utilizada a taxa de lotação, que é a lotação por unidade de área, calculada dividindo-se a unidade animal pelo total de hectare de pastagem, sendo que 1 unidade animal é = 450 kg. As maiores taxas de lotação verificadas foram nos biomas amazônicos e cerrado. Em Brasiléia e Rio Branco, ambos no estado do Acre, a taxa de lotação foi de 1,77 e 1,49 respectivamente. Em Catalão (GO), no bioma cerrado, a taxa chegou a 1,3 UA/ha, sendo que a média Brasil é de 0,81. As piores taxas de lotação foram verificadas no bioma Pantanal, 0,21 em Corumbá e 0,41 em Aquidauana, ambas no estado do Mato Grosso do Sul. 2 1,8 1,6 1,4 1,2 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 Camapuã-139 Amambai-306 Bonito-357 Brasilândia-626 RR Pardo-302 SG D'Oeste-202 UA/ha Itamarajú-90 Catalão-171 Rio Verde-413 Niquelândia-73 Porangatu-98 Carlos Chagas-603 Montes Claros-99 Uberaba-138 Uberlândia-43 Tupã-97 Paraíso TO-250 Alvorada-302 Sant Araguaia-76 Brasiléia-127 Rio Branco-155 Sena Madur-35 Corumbá-1020 Aquidauana-1523 Figura 7 Taxa de lotação nas fazendas com pecuária de cria no Brasil (UA/ha) Fonte: Cepea 4.5 Ganho de Peso Por fim, o último indicador de análise de desempenho da atividade de cria nas fazendas é o ganho de peso diário. O ganho de peso de bezerros e bezerras é analisado 13

14 dividindo-se o ganho total de peso desses animais até o período de desmame pelo tempo total desse período. Nas fazendas analisadas a média de tempo de fase de criação de bezerros e bezerras é de 8 meses. Algumas fazendas criam os bezerros em 7 meses e outras em até 10 meses, para posteriormente começar a recria. O ganho de peso total desses animais neste ciclo da produção varia entre 45 e 173 quilos para os bezerros e 50 a 158 quilos para bezerras. Os menores ganhos totais foram verificados em Sena Madureira (AC) e os maiores em Rio Verde (GO). A média Brasil é de 136 quilos para os machos e 121 quilos para as fêmeas. gramas/dia Camapuã-139 Amambai-306 Bonito-357 Brasilândia-626 RR Pardo-302 SG D'Oeste-202 Itamarajú-90 Catalão-171 Rio Verde-413 Niquelândia-73 Porangatu-98 Carlos Chagas-603 Montes Claros-99 Uberaba-138 Uberlândia-43 Tupã-97 Paraíso TO-250 Alvorada-302 Sant Araguaia-76 Brasiléia-127 Rio Branco-155 Sena Madur-35 Corumbá-1020 Aquidauana-1523 Bezerro Bezerra Figura 8 - Ganho de peso diário (gramas/dia) nas fazendas típicas de cria Fonte: Cepea Para o ganho de peso diário, a Figura 8 acima mostra a situação das propriedades de cria. Os menores ganhos de peso diário foram registrados em Sena Madureira (AC) e na região de Niquelândia (GO). Já os maiores índices foram observados em Rio Verde (GO, lavras do Sul (RS) e Santana do Araguaia (PA). A média Brasil foi de 554 gramas/dia para bezerros e 493 gramas/dia para bezerras. Considerando os biomas Cerrado, Pantanal e Amazônico, tem-se o gráfico com a média de ganho de peso entre macho e fêmea nessas regiões. Encontra-se o maior ganho de peso diário nas fazendas do Cerrado brasileiro, muito devido à competição com lavouras, forçando o produtor a buscar maior eficiência na produção. Por outro lado, os menores ganhos são no bioma Pantanal, onde se observa uma concentração de água muito grande em relação às demais regiões, o que prejudica um ganho maior, devido à menor quantidade de alimento. 14

15 gramas/dia Bezerro Bezerra 0 Cerrado Pantanal Amazônico Figura 9- Ganho de peso diário (gramas/dia) nos Biomas Cerrado, Pantanal e Amazônica Fonte: Cepea 4.6 Receitas e Custos de Produção Todos os indicadores relatados acima têm a função de explicar o desempenho da atividade pecuária de cria, que combinados com os custos explicam o desempenho econômico. Nesta secção serão descritos os custos e receitas de produção nas fazendas citadas acima. A receita das fazendas típicas de produção de cria no Brasil em sua grande maioria vem da venda de bezerros e bezerras. Em média, 66% da renda vem com a venda dos animais machos com 8 meses de vida. Algumas fazendas em sua composição se diferenciam das demais, como em Uberaba (MG) onde se observa que 69% da receita vêm com a venda de garrotes, ou seja, um animal com peso e idade maiores que a do bezerro. Em Itamarajú (BA), observa-se também o comércio de novilhas entre 12 e 36 meses (33% da receita). 15

16 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Amanbaí-306 Bonito-357 Brasilândia-626 Camapuã-139 RRio Pardo-302 SG D'Oeste-202 Itamarajú-90 Catalão-171 Rio Verde-413 Niquelândia-73 Porangatu-98 Carlos Chagas-603 Montes Claros-99 Uberaba-138 Uberlândia-43 Tupã-97 Paraíso TO-250 Alvorada-302 Sant Araguaia-76 Brasiléia-127 Rio Branco-155 Sena Madur-35 Corumbá-1020 Aquidauana-1523 Bezerros Garrotes Boi Magro Boi Gordo Reprodutor Bezerras Novilhas 12 a 24 meses Novilhas 24 a 36 meses Vacas para descarte Figura 10 Composição da receita das fazendas de cria Fonte: Cepea Rentabilidade A Figura 11 a seguir apresenta resultados da rentabilidade nas comparações da produção de pecuária de cria. Mostra a comparação entre todas as fazendas dos diferentes estados e biomas. O custo está dividido em custo efetivo e depreciação, e estão sendo confrontados com o retorno total dos animais vendidos de todas as categorias. O resultado da rentabilidade no curto e longo-prazo é caracterizado pela diferença no retorno total (preço dos animais) e três níveis de custos serão mencionados. As diferenças entre os níveis de rentabilidade são calculadas deduzindo os custos do total das receitas: custo efetivo (COE) para curto prazo COE + depreciação para rentabilidade de longo prazo. Como apresentado na figura abaixo existem dez das 24 fazendas cobrindo o custo operacional efetivo mais a depreciação com suas receitas, isto é, rentabilidade de longo prazo. Estas fazendas são seis do bioma Cerrado (Amambaí, Bonito e Brasilândia, do Mato Grosso do Sul; Niquelândia (GO); Carlos Chagas (MG); Alvorada (TO)), duas do bioma Amazônico (Brasiléia e Rio Branco, ambos do Acre) e as duas fazendas do bioma Pantanal (Corumbá e Aquidauana, ambas do Mato Grosso do Sul). 16

17 100 Depreciação COE Receita Amanbaí-306 Bonito-357 Brasilândia-626 Camapuã-139 RRio Pardo-302 SG D'Oeste-202 Itamarajú-90 Catalão-171 Rio Verde-413 Niquelândia-73 Porangatu-98 Carlos Chagas-603 Montes Claros-99 Uberaba-138 Uberlândia-43 Tupã-97 Paraíso TO-250 Alvorada-302 Sant Araguaia-76 Brasiléia-127 Rio Branco-155 Sena Madur-35 Corumbá-1020 Aquidauana-1523 Figura 11 Comparação de custos e rentabilidade (R$/@) da produção da pecuária de corte de cria nos principais estados produtores de carne bovina Fonte: Cepea Vinte fazendas (83%) mostram uma rentabilidade de curto-prazo e há 4 fazendas (17%) que não são rentáveis: a fazenda sul-mato-grossense de São Gabriel do Oeste, a goiana de Porangatu, as fazendas típicas mineiras de Montes Claros (apesar de estar perto do ponto de break-even) e de Uberaba, todas elas localizadas no Cerrado e com competição de agricultura. As seguintes fazendas são rentáveis no curto prazo, mas não no longo-prazo: Camapuã e Ribas do Rio Pardo, ambas no Mato Grosso do Sul, a fazenda baiana de Itamarajú, as fazendas de Goiás, Catalão e Rio Verde, a menor fazenda mineira (Uberlândia), a única fazenda paulista, de Tupã, e a fazenda em Paraíso do Tocantins (TO). Todas elas no bioma Cerrado, representando 33% do total das fazendas típicas. No bioma Amazônico Santana do Araguaia (PA) e Sena Madureira (AC) apresentam retorno apenas no curto-prazo. No Pantanal, as fazendas são rentáveis no longo-prazo. Quando olhamos a rentabilidade de longo-prazo, as fazendas com melhores performances por R$/@ são as fazendas do Acre (Brasiléia) e a do Pantanal (Aquidauana), com o lucro em torno ou superior a R$ 20 por arroba. Quando levamos em consideração todas as fazendas com retorno de longo-prazo, tem-se que o estado do Mato Grosso do Sul, com os biomas cerrado e pantanal detêm o maior número de propriedades com saúde financeira favorável: cinco fazendas das dez, o que representa 50%. 17

18 5 CONCLUSÃO O sistema de cria analisado nos três biomas nos últimos anos se tornou representativo pela demanda para abastecer os confinamentos principalmente dos Estados de São Paulo e de Goiás, trazendo para a atividade a necessidade de eficiência na produção. Os resultados da pesquisa mostram que os produtores de uma maneira geral apresentam problemas no uso de técnicas de produção, ocorrendo tanto no manejo dos animais quanto no manejo das pastagens. Isto tem refletido nos índices zootécnicos apresentados nos gráficos comparativos das regiões. As propriedades típicas não apresentaram alto nível tecnológico de produção. Os pecuaristas conduzem a atividade da maneira tradicional, fazendo pouco uso de técnicas de produção. Dentre as regiões descritas no trabalho, principalmente quando analisada a rentabilidade, as duas fazendas pantaneiras e a acreana Brasiléia são as que mais se destacam entre aqueles cuja atividade está totalmente exposta aos riscos de mercado (dentre dez fazendas). O aperto das margens na atividade pecuária desde início de 2004 pode estar impossibilitando a adoção de novas tecnologias na atividade. Além disso, a cultura pecuarista não permite que o produtor incorpore novas técnicas, como por exemplo de manejo de pastagens e suplementação. Os produtores não buscam fontes de financiamento para atividade pecuária e a estratégia de sobrevivência é o arrendamento de parte de suas terras. Fica claro nos resultados apresentados acima que as regiões do Pantanal e Amazônico são as mais eficientes na oferta de animais e esta última com maior potencial, pois mesmo com os menores preços em condições de mercado é a região cuja produção tem mais condições de crescimento. Com mais incentivos, via preços, seguramente ganharia ainda mais importância no cenário nacional e na oferta de animais. Vale destacar também que o estado do Mato Grosso do Sul se destaca com o maior número de fazendas com resultados positivos. Por outro lado, as razões do porque da atividade estar continuando em regiões cujos resultados não são favoráveis podem ser: a) expectativa do retorno da rentabilidade e b) falta de alternativas de emprego. Destaca-se que em muitas das regiões analisadas há um grande potencial produtivo, mas estão carentes de incentivos para investimentos (principalmente em estados com pecuária tradicional), com a produtividade em queda e sofrendo a concorrência de atividades agrícolas que podem desestruturar toda a cadeia produtiva da carne na região. Lembrando sempre que a produção pecuária traz grandes benefícios locais que vão além da porteira, com indústrias que agregam valor à produção e criam empregos locais. O presente trabalho abre espaço para novas pesquisas, pois os dados fornecem resultados para tomadas de decisões importantes para o futuro da atividade. A competitividade da pecuária brasileira está calçada numa combinação de continuidade e crescimento de produtividade. 18

19 6 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA AGRI BENCHMARK BEEF REPORT 2008 < Acesso em 20/01/2010. AGRI BENCHMARK BEEF REPORT 2009 < Acesso em 15/02/2010. ALVES, L.R.A.; ANGELO, J.M.; BROECK, L.V.; SOUZA, M.M.A. de; SILVA, J.R.B. da. Análise Comparativa da rentabilidade da produção agrícola de mandioca em relação às principais culturas da região de Assis (SP): Cana-de-açúcar, milho, trigo e soja - Safra 2004/05. In: XI CONGRESSO BRASILEIRO DE MANDIOCA, 2005, CAMPO GRANDE AZEVEDO, P.F. de. Comercialização de Produtos Agroindustriais. In: BATALHA, M. O. Gestão Agroindustrial. São Paulo: Atlas, v. 1, cap. 2, p BARCELLOS, A O. Sistemas extensivos e semi-extensivos de produção pecuária bovina de corte nos Cerrados. In: SIMPÓSIO SOBRE OS CERRADOS, 8., Brasília, Anais. Planaltina: EMBRAPA CPAC, p CEPEA - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada. In: Metodologia do Índice de Preços dos Insumos Utilizados na Produção Pecuária Brasileira. < Acessado em 20/02/2010 CONAB Companhia Nacional de Abastecimento. < Acessado em 17/01/2010. CORSI, M. Pastagens de alta produtividade. In: PEIXOTO, A.M.; MOURA, J.C. de; FARIA, V.P. de (Ed.). Pastagens; fundamentos da exploração racional. Piracicaba: FEALQ, p DEBLITZ, C. International Farm Comparison Network. In: 15 th International Farm Managemente Congress. Campinas, FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION FAO. Statistical Databases. Disponível em faostat.fao.org. Acesso em 18/10/2009 IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. In: Pesquisa Pecuária Municipal. < Acessado em 22/03/2010. INTERNACIONAL FARM COMPARISON NETWORK - IFCN < Acessado em 20/06/2009. MAPA Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. < Acesso em 25/01/2010. NEVES, M.F.; ZYLBERSZTAJN, D.; MACHADO FILHO, C.P.; BOMBIG, R.T.; RIBEIRO, A.R.B.M.; CALEMAN, S.M.Q. A cadeia produtiva de carne bovina e o Mato Grosso do Sul. Ribeirão Preto: USP, FEA, p. PEIXOTO, A. M. Índices de produtividade da pecuária de corte. In: PEIXOTO, A.M.; MOURA, J. C. de; FARIA, V.P. de (Ed). Bovinocultura de corte: fundamentos da exploração racional. Piracicaba: FEALQ, p PINEDA, N. Influência do Nelore na Produção de Carne no Brasil. In: A cadeia produtiva de carne bovina e o Mato Grosso do Sul. Anais do Simpósio Nelore - Associação dos Criadores de Nelore do Brasil, Hotel JP. Ribeirão Preto, 8 e 9 de Agosto de 2000, p

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