CRIMINOLOGIA Elaborado com base nos editais de concursos públicos para ingresso em diversas carreiras jurídicas

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1 José César Naves de Lima Júnior Manual de CRIMINOLOGIA Elaborado com base nos editais de concursos públicos para ingresso em diversas carreiras jurídicas 4ª edição Revista, ampliada e atualizada 2017

2 Capítulo 1 NOÇÕES GERAIS SOBRE CRIMINOLOGIA 1.1. ASPECTOS HISTÓRICOS DA CRIMINOLOGIA A história da criminologia costuma a ser estruturada por meio de períodos ou fases distintas, no intuito de facilitar a sua compreensão. Partindo-se desta premissa, o período da antiguidade é marcado pelos grandes pensadores que opinavam e forneciam diversos conceitos sobre assuntos relacionados ao estudo criminológico, como os delitos e as respectivas sanções. A título de ilustração, o Código de Hammurabi possuía dispositivo punindo o delito de corrupção praticado por funcionários públicos de elevada autoridade, e a legislação de Moisés (sec. XVI a.c.) apresentava aspectos punitivos. Dentre os pensadores de destaque ao longo da história, convém apontar Isócrates ( a.c.), pois ao atribuir responsabilidade ao agente que ocultava o delito, forneceu as bases do conceito de coautoria. Protágoras ( a.c.) compreendia a pena como meio de evitar a prática de novas infrações pelo exemplo que deveria dar a todos os membros de um corpo social, e com isso lhe conferia um caráter preventivo afastado da ideia de retribuição, ou de castigo. Sócrates ( a.c.) parece destacar a importância da ressocialização, na medida em que pregava a necessidade de ensinar o delinquente a não reiterar a conduta delitiva. Hipócrates ( a.c.) relacionava os vícios a loucura, do que se deduzia que os delitos estavam ligados a demência, fornecendo-se

3 42 José César Naves de Lima Júnior as premissas da inimputabilidade penal. Com isso, o homem acometido de insanidade seria irresponsável penalmente. Platão ( a.c.) sustentava que a ganância, cobiça ou cupidez geravam a criminalidade, logo, parece ter relacionado a prática delituosa a fatores de ordem econômica. Aristóteles ( a.c.), seguindo a mesma linha de pensamento de Platão, imputava a fatores econômicos a causa do fenômeno criminal. Logo, pode-se concluir que esta fase ou período é responsável por lançar as bases ou premissas éticas do delito e sua punição, com destaque para as causas, e finalidades. 1 No período da Idade Média vigorava na Europa o sistema feudal, e o cristianismo era a ideologia religiosa dominante da época. Nesta fase, é conveniente citar São Tomás de Aquino ( ), precursor da Justiça Distributiva, isto é, de se dar a cada um o que é seu segundo certa igualdade. Sustentava que a pobreza desencadeava o roubo e defendia o furto famélico, origem da excludente estado de necessidade. Outra personalidade marcante, tida como pensador medieval, é Santo Agostinho (354 a 430 d.c.), que compreendia a pena de talião como uma injustiça, vez que para ele a pena deveria assumir um papel de defesa social, e promover a ressocialização do delinquente sem perder de vista seu cunho intimidatório. Não menos interessante revela-se o período da antropologia criminal, que teve como maior expoente Cesare Lombroso; médico italiano, é responsável por estudos do homem sob uma perspectiva morfológica. Neste período, como se nota, o estudo da criminalidade abandona a Escola Clássica defensora do livre-arbítrio, e migra para o terreno do concretismo, da verificação prática do delito, e do delinquente. Desta maneira, para o positivismo antropológico de 1. FERNANDES, Newton. FERNANDES, Valter. Criminologia Integrada. 4ª ed. revista, atualizada e ampliada. São Paulo: Revista dos Tribunais, p

4 NOÇÕES GERAIS SOBRE CRIMINOLOGIA 43 Lombroso o criminoso nato poderia ser identificado por sinais físicos e psíquicos, como a forma da calota craniana e da face, maxilar inferior, fartas sobrancelhas, orelhas grandes e deformadas, molares salientes, grande envergadura dos braços, dessimetria corporal, dentre outras características. Em síntese, o criminoso nato seria propenso à prática de delitos devido aos aspectos morfológicos advindos de seus ancestrais. Enrico Ferri ( ) e seu determinismo social também contribuíram para a evolução da criminologia. Autor da obra Sociologia Criminal publicada em 1914, apontava os fatores antropológicos, sociais e físicos como as causas do delito. Entre os seus estudos, e de maior polêmica, pode ser apontada a tese de negativa do livre-arbítrio, e a defesa do determinismo social. 2 Desta forma, não admitia que o crime pudesse ser produto da liberdade de escolha do delinquente, e defendia a ideia da responsabilidade social. Acreditava, assim, que todo criminoso deveria ser afastado do convívio social, não como pena ou castigo, mas como meio de defesa da sociedade. Ferri também foi o idealizador da Lei da Saturação Criminal que realizava a seguinte associação: da mesma forma que um líquido em determinada temperatura diluía em parte, assim também ocorria com o fenômeno criminal, pois em determinadas condições sociais seriam produzidos determinados delitos. Importante ainda registrar, segundo as lições de Valter Fernandes e Newton Fernandes citando Leonídio Ribeiro 3, que a expressão criminoso nato foi preconizada por Enrico Ferri, e não Lombroso. Em 1881, em sua obra Os criminosos na arte e na literatura, foi a primeira vez que esta expressão foi de fato utilizada. Avançando nesta singela análise histórica, o termo criminologia foi criado pelo jurista e ministro da Corte de Apelação de Nápoles, 2. Ibid., p RIBEIRO, Leonídio, in FERNANDES, 2010, p.85.

5 44 José César Naves de Lima Júnior Raphael Garofalo, que a compreendia como a ciência da criminalidade, do delito e da pena. Merece menção o termo delito natural fundamento de sua doutrina; sustentava que se havia o criminoso nato também haveria de existir o delito dessa mesma natureza. Portanto, Garofalo acreditava na existência de duas espécies de delitos: delitos legais e delitos naturais. Os primeiros sofriam variações conforme o local, pois não ofendiam o senso de moralidade comum, enquanto estes últimos lesavam sentimentos de altruísmo, ou de piedade inerentes à própria condição humana, independentes de onde se encontrassem. Delitos contra a ordem tributária poderiam exemplificar a primeira espécie, e delitos contra a vida, a exemplo do homicídio, os delitos naturais. As ofensas a ordem tributária variam conforme o país, e o que pode ser delito em determinado Estado, em outro não é impossível que seja apenas um indiferente penal. Nesses delitos não existe ofensa ao senso comum, ou a valores altruístas, aproximando-se mais de uma tipificação plástica movida por interesses em se tutelar determinados bens que sejam importantes ao funcionamento do sistema público. Diferente da situação dos delitos naturais, que ofendem bens inerentes a pessoa humana, como a honra, vida, e integridade física. Posteriormente, inicia-se o período da sociologia criminal em que Augusto Comte ( ) conforme asseverado por Fernandes e Fernandes 4, aparece como o fundador da sociologia moderna, que se ergue para combater a teoria de Lombroso, alegando que fatores exógenos desencadeavam a prática de delitos. Adolphe Quetelet ( ) foi o criador da estatística científica que possibilitou o surgimento da estatística criminal, e defendia três princípios que foram a base de sua teoria chamada de Leis Térmicas de Quetelet: 1 o delito é um fenômeno social; 2 os delitos são cometidos com periodicidade; 3 a prática de delitos está relacionada a determinados fatores, como o analfabetismo, miséria, e outros. As Leis Térmicas associam as estações do ano à prática de delitos, como no inverno, em tese, se praticariam mais crimes contra 4. Ibid., p

6 NOÇÕES GERAIS SOBRE CRIMINOLOGIA 45 o patrimônio, no verão contra a vida, e na primavera delitos contra a liberdade sexual Direito de Punir No final do século XVIII e início do século XX vale apontar, dentre as grandes transformações operadas no direito, o desaparecimento progressivo dos suplícios que cederam espaço a meios mais sutis ou indiretos de punição. Na medida em que o caráter corretivo das penas avançava, em sentido diametralmente oposto o corpo supliciado por esquartejamentos, amputações em cerimônias públicas vai desaparecendo gradativamente e com isso deixou de ser o alvo da repressão penal. O suplício se tornara cada vez mais inaceitável na segunda metade do século XVIII formando-se um consenso entre teóricos do direito, filósofos, e parlamentares de que era preciso punir de outro modo, com penas moderadas e proporcionais aos delitos. As execuções públicas pelos carrascos do soberano revelavam a ideia de poder absoluto, de despotismo exercido sobre o povo que em muitos casos deixava de punir para se vingar de revoltosos. O poder da monarquia absolutista identificava no direito de punir seu próprio poder soberano, e assim o exercia não somente quanto aos acusados, mas também sobre os juízes, tanto que o rei podia modificar suas decisões, substituí-las, e até suspender o curso da justiça. Tratava-se, portanto, de um poder excessivo e arbitrário voltado contra tudo e todos que pudessem de alguma forma se opor, e limitá-lo. Era preciso que o direito de punir encontrasse limites no processo de intervenção sobre o homem que existe no criminoso, como objeto que se pretende corrigir e socializar em respeito a sua humanidade. O homem e sua humanidade são limites ao castigo que deve ser razoável e proporcional ao delito praticado. A reforma do direito na esfera criminal necessitava ser densa, profunda, pois implicava na transformação do próprio direito de punir de forma a dissociá-lo do poder absolutista do rei. Desse modo, a

7 46 José César Naves de Lima Júnior codificação das práticas ilícitas previamente delineadas, e a suavização das respectivas sanções revelavam traços da reforma que buscava limitar o poder punitivo e conter as arbitrariedades. A partir desse momento, o cidadão começa a aceitar as leis da sociedade, inclusive as que poderiam puni-lo, evidenciando o contrato social. A prática do delito revela o rompimento do pacto social numa espécie de ataque à sociedade e do próprio delinquente que dela é parte integrante, autorizando a punição. Com isso, o direito de punir se afasta da vingança exercida pelo déspota no regime absolutista e passa a defender o corpo social. Na defesa da sociedade a vingança continua nas mãos do poder público com todo o seu aparato, não deixando de ser um superpoder que necessitava de moderação. As punições deveriam ser humanizadas, ou melhor, partir do princípio que o delinquente antes de tudo é um ser humano e na mensuração de sua responsabilidade criminal não poderia se perder de vista esta racionalidade. Essa necessidade de um castigo sem suplício é formulada primeiro como um grito do coração ou da natureza indignada: no pior dos assassinos, uma coisa pelo menos deve ser respeitada quando punimos: sua humanidade. Chegará o dia, no século XIX, em que esse homem, descoberto no criminoso, se tornará o alvo da intervenção penal, o objeto que ela pretende corrigir e transformar, o domínio de uma série de ciências e de práticas estranhas penitenciárias, criminológicas. Mas, nessa época das Luzes, não é como tema de um saber positivo que o homem é posto como objeção contra a barbárie dos suplícios, mas como limite de direito, como fronteira legítima do poder de punir. Não o que ela tem de atingir se quiser modificá-lo, mas o que ela deve deixar intacto para estar em condições de respeitá-lo. Noli me tangere. Marca o ponto de parada imposto à vingança do soberano. O homem que os reformadores puseram em destaque contra o despotismo do cadafalso é também um homem-medida: não das coisas, mas do poder FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. História da Violência nas Prisões. 40ª ed., São Paulo: Vozes, 2012, p. 72.

8 NOÇÕES GERAIS SOBRE CRIMINOLOGIA 47 Os espetáculos punitivos proporcionados em execuções públicas acabam, e a pena no processo penal deixa o campo da percepção e assume um papel mais velado, da consciência abstrata. Desse modo, sua eficácia está relacionada com a fatalidade e não com a realidade visível. É a crença na certeza da punição que deverá persuadir o indivíduo a não cometer um delito, e não as execuções em praças públicas com requintes de crueldade a gerar mais violência e derramamento de sangue. A reclusão, os trabalhos forçados, enfim, as reprimendas procuram atingir a liberdade considerada, além de direito, um dos bens mais valiosos da pessoa natural. Perceba que o sofrimento físico e a dor deixam de constituir elementos integrantes da pena, o carrasco é substituído por uma gama de profissionais como o carcereiro, médico, psicólogo, psiquiatra, educadores e a pena de morte é executada rapidamente o que confere ao ato de punir uma nova moral, uma nova concepção. Esse afrouxamento do rigor punitivo nos últimos séculos tem como essência o deslocamento do objeto da punição, que antes se dirigia ao corpo supliciado do delinquente e agora busca atingir sua alma, quer dizer, seu intelecto, vontade, ou disposições. Princípios fundamentais são esperados no sistema penitenciário, como a recuperação do condenado, sua classificação em conformidade com o sexo, personalidade, e periculosidade, além do sistema progressivo no cumprimento das penas pela regeneração, trabalho e educação como meios de socializá-lo. A presença de pessoas moral e tecnicamente capacitadas zelando por sua boa formação, controle e acompanhamento durante e após o término do cumprimento de pena com vistas a sua readaptação definitiva, também são compartimentos deste novo modelo de humanização do sistema penal. Neste cenário, não foi apenas o objeto da punição que sofreu mudanças, mas a definição dos delitos e sua gravidade. O que era importante e intolerável deixou de sê-lo, pois os dogmas se modificaram ao longo dos últimos séculos. Demais disso, o conhecimento do delinquente, do delito por ele praticado, seu passado, presente e perspectivas quanto ao futuro passam a interessar ao direito que dispensa

9 48 José César Naves de Lima Júnior as sanções uma finalidade além do retribucionismo, procurando controlar o comportamento desviante, neutralizar a periculosidade, e promover a socialização. É perceptível que punir passa a se justificar não somente pelo fato praticado, mas também pela pessoa do delinquente no sentido do que foi, é, e será dentro da coletividade. A partir daí, novos elementos são inseridos na análise do fenômeno criminal de modo a explicá- -lo, de determinar seu autor e a pena mais adequada. Busca-se agora compreender o delito, suas causas, origem, a pessoa do delinquente que o praticou perquirindo os motivos, influências do meio ambiente circundante, instinto, índole, hereditariedade, etc. Dentre todos os progressos, convém destacar uma série de instâncias que passaram a atuar na apreciação do fenômeno criminal, como na hipótese do louco infrator. A chance de serem postos em semiliberdade, liberdade condicional, ou sob a tutela de medidas de segurança são analisadas por profissionais de outras áreas do conhecimento, isto é, por peritos com formação em psiquiatria ou psicologia. A periculosidade e a medida mais compatível com o examinando passam a ser estuados, demonstrando-se claramente a relevância da interdisciplinaridade para a compreensão e resposta social aos delitos e violência. A justiça criminal passa a contar com elementos extrajurídicos, com um novo regime de verdade, e técnicas que conferem certo caráter científico ao poder punitivo do Estado. Então, como bem asseverado por Calhau, 6 a história da criminologia pode ser dividida em duas fases: período pré-científico e período científico. Naquele alguns autores desde a antiguidade e por meio de textos esparsos demonstravam certa preocupação com o delito, mas a criminologia somente veio a surgir como ciência a partir dos estudos Beccaria e Lombroso. Neste caso, existe celeuma sobre o nascimento da criminologia científica, sendo, para a maioria da doutrina, que os estudos de Cesare Lombroso marcaram seu início 6. CALHAU, Lélio Braga. Resumo de Criminologia. 7ª ed. atualizada Rio de Janeiro: Impetus, p

10 NOÇÕES GERAIS SOBRE CRIMINOLOGIA 49 por meio da obra O homem delinquente, publicada em 1876, todavia, como já dito, há controvérsias. Durante a idade média aflora o poder da Igreja identificando o delito com o pecado, e o delinquente com o pecador. Mesmo antes da inquisição os sacerdotes podiam aplicar uma espécie de pena (pequena excomunhão) retirando-se do indivíduo os sacramentos da igreja, mas a excomunhão maior que retirava a pessoa do convívio social somente poderia ser aplicada por um concílio. Na origem da inquisição este tipo de reprimenda era da competência dos bispos que se utilizavam das ordálias ou juízos de Deus para a produção de provas. Führer 7 aduz que o papa tinha o poder de suspender os serviços religiosos em determinada região para impor uma vingança contra o excomungado. Logo, as pessoas temerosas de morrer em pecado obrigavam o faltoso a se reconciliar com a Igreja. Nota-se que o direito canônico foi o primeiro a se preocupar com a recuperação do pecador, com a sua salvação; origem do caráter ressocializatório das penas. Cesare Bonesana, o Marquês de Beccaria, sem dúvida, por meio de sua obra Dos Delitos e das Penas publicada em 1764, protagoniza um marco histórico da criminologia ao fundamentar o direito de punir do Estado a partir da ideia de contrato social. Aponta-se ainda o surgimento do positivismo criminológico no final do sec. XIX. Trata-se da Escola Positiva baseada no empirismo, ou seja, na observação dos fatos, dos dados, contrapondo-se a criminologia clássica, doravante apoiada em método abstrato e dedutivo. Dentre os precursores daquela escola destacam-se Lombroso e Ferri, cujos estudos do delito caminharam em direções opostas. Enquanto aquele se preocupava com o fator individual revelando o caráter antropológico de seu trabalho, este se apoiava no fator social para explicar a etiologia do delito. 7. FÜHRER, Maximiliano Roberto Ernesto. História do Direito Penal (crime natural e crime plástico). São Paulo: Malheiros, p

11 50 José César Naves de Lima Júnior Oportuno mencionar a Escola de Lyon que criticava severamente as ideias de Lombroso, e defendia que o meio social aliado a predisposição do indivíduo a prática de delitos criava o delinquente. No final do século XIX predominavam as teorias sociológicas. Dürkheim, um de seus precursores, sustentava que o delito, por estar atrelado às condições de vida coletiva, revelava-se como algo natural nas sociedades. Neste período aparece ainda a criminologia socialista que apontava como causa do conflito criminal a natureza da sociedade capitalista. No século seguinte as teorias em voga são as de natureza psicológica, psicanalítica e psiquiátrica, focando seus estudos nas leis da hereditariedade. Como se pode notar, a Escola Clássica desempenhou papel decisivo na construção de um sistema de normas abstratas do direito. Buscava-se abranger todas as hipóteses imagináveis por meio da aplicação da dogmática jurídica. Por tal ponto de vista, a aplicação do direito deveria ser capaz de solucionar todos os problemas envolvendo a criminalidade, e esse pensar sofreria mais tarde profundas mudanças com a chegada da Escola Positivista, que transferiu o foco de sua atenção das definições abstratas de delito e delinquente para o mundo real e concreto. Pode-se afirmar que houve um deslocamento do objeto de estudo e alteração de seu método, agora empírico. Considerando a importância do estudo dos aspectos históricos da criminologia, vale explicitar como este assunto vem sendo cobrado em concursos públicos: EXEMPLOS DE QUESTÕES SOBRE O TEMA (Investigador de Polícia-SP/2009) A obra clássica de Cesare Bonesana tem o seguinte título: a) Utopia. b) A origem das espécies. c) O homem delinquente. d) O Estado das prisões.

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