ABRIL 2017 ABRIL/2017 CONJUNTURA DO SETOR AÉREO MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES, PORTOS E AVIAÇÃO CIVIL

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1 ABRIL 2017 ABRIL/2017 CONJUNTURA DO SETOR AÉREO MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES, PORTOS E AVIAÇÃO CIVIL 1

2 CONJUNTURA DO SETOR AÉREO SUMÁRIO RESUMO EXECUTIVO 3 MOVIMENTAÇÃO DE PASSAGEIROS 5 MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS 9 COMPANHIAS AÉREAS 11 INDICADORES DE ATIVIDADE ECONÔMICA PARA O SETOR AÉREO 13 FATOS RELEVANTES 17

3 ABRIL 2017 RESUMO EXECUTIVO Movimentação de passageiros volta a crescer no mês de março após 19 quedas consecutivas. A movimentação total de passageiros nos aeroportos brasileiros apresentou crescimento de 3,85% em março de 2017, na comparação com o mesmo período de. Após os dois primeiros meses de 2017 registrarem retrações na movimentação de passageiros nos aeroportos, mantendo o cenário de dificuldades observado em, o mês de março trouxe de volta o crescimento após 19 quedas consecutivas na movimentação dos aeroportos. Ainda que o resultado tenha sido positivo no mês, no acumulado dos últimos 12 meses (abr./16 mar./17) a movimentação ainda se encontra 6,68% inferior ao acumulado dos 12 meses anteriores (abr./15 mar./16). MOVIMENTAÇÃO DE PASSAGEIROS No mercado doméstico, a oferta de assentos (ASK) cresceu 3,47% em relação a março de, enquanto a demanda (RPK) cresceu 5,40%. Em concordância com os dados anteriores, março de 2017 registrou crescimento no número de passageiros pagantes de 3,55% com relação ao mesmo período do ano anterior. Desse modo, a taxa de ocupação em março de 2017 registrou crescimento de 1,87% em relação ao mesmo período do ano anterior, alcançando 78,96% de ocupação no mês, ante 77,51% em março de. MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS O primeiro trimestre do ano apresentou-se positivo para a movimentação de cargas no País. Foi observada uma movimentação de 254 mil toneladas nos três primeiros meses, registrando um crescimento de 5,28% em relação ao mesmo período do ano anterior. O mês de março registrou o maior montante movimentado até o momento no ano, com um total de 93 mil toneladas. Na comparação entre a movimentação de março de 2017 e março de, foi registrado um crescimento de 3,7%. COMPANHIAS AÉREAS Das quatro maiores companhias do transporte aéreo brasileiro, Avianca, Azul e Gol obtiveram crescimento no transporte de passageiros no comparativo de março de 2017 e, apresentando um aumento de 9,37%, 11,74% e 4,82% no número de passageiros pagantes transportados, respectivamente. INDICADORES DE ATIVIDADE ECONÔMICA Os primeiros resultados do setor quanto à empregabilidade vêm demonstrando, a cada mês, redução no ritmo de corte de postos de trabalho, podendo indicar que o período de encolhimento do setor esteja chegando ao fim. FATOS RELEVANTES A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) aprovou a revisão do contrato do Aeroporto de Confins (MG), abatendo R$3,229 milhões do valor fixo anual a ser pago pela BH Airport, concessionária do aeroporto, que em chegou a R$74,44 milhões (BITENCOURT, 2017). 3

4 CONJUNTURA DO SETOR AÉREO No Gráfico 1 é possível observar a série histórica de movimentação de passageiros em voos domésticos e sua respectiva taxa de ocupação para os meses de março de até março de O último dado registrado para o mês de março foi uma movimentação de 7,4 milhões de passageiros, alcançando uma taxa de ocupação de 79,0%. Quando analisado em relação à movimentação de passageiros de março de, neste ano foi registrado um crescimento de 5,4%. Entretanto, a quantidade total de passageiros movimentada no primeiro trimestre manteve-se praticamente constante em relação ao ano anterior, com uma variação de -0,68%. Vale destacar, também, que houve um aumento na oferta de assentos superior ao aumento da demanda, de forma a diminuir a taxa de ocupação observada para o mês de março, com relação ao mês anterior. PAX doméstico Milhões Taxa de ocupação 86,00% 9,00 8,00 84,00% 7,00 82,00% 6,00 5,00 80,00% 4,00 3,00 78,00% 2,00 76,00% 1,00 0,00 ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN 2017 Gráfico 1: Movimentação de passageiros vs. taxa de ocupação em voos domésticos (mar./ mar./2017) Fonte: ANAC (2017). Elaboração: LabTrans/UFSC (2017) 4 FEV 74,00%

5 ABRIL 2017 MOVIMENTAÇÃO DE PASSAGEIROS A movimentação total de passageiros nos aeroportos brasileiros apresentou crescimento de 3,85% em março de 2017, na comparação com o mesmo período de. Após os dois primeiros meses de 2017 registrarem retrações na movimentação de passageiros nos aeroportos, mantendo o cenário de dificuldades observado em, o mês de março trouxe de volta o crescimento, após 19 quedas consecutivas nessa movimentação. Ainda que o resultado tenha sido positivo no mês, no acumulado dos últimos 12 meses (abr./16 mar./17) a movimentação ainda se encontra 6,68% inferior ao acumulado dos 12 meses anteriores (abr./15 mar./16). Milhões de passageiros ABR/ / ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV ABR/ - / ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV Gráfico 2: Acima, movimentação acumulada de passageiros nos aeroportos brasileiros ( ); Abaixo, movimentação mensal de passageiros nos aerportos brasileiros ( ) Fonte: MTPA (2017). Elaboração LabTrans/UFSC (2017) 5

6 CONJUNTURA DO SETOR AÉREO Como pode ser observado na série histórica do Gráfico 3, o mês de março de 2017 apresentou crescimento, ante a queda de aproximadamente 8% registrada em. O comparativo dos meses de março aponta que mesmo com o crescimento registrado em 2017 o patamar da série ainda se encontra em nível 4,36% inferior ao registrado em Milhões de passageiros 20 35% 18 30% 16 25% % 15% 10% 5% 4 0% 2-5% % Movimentação mensal de passageiros Variação percentual da movimentação de passageiros Gráfico 3: Evolução e variação anual da movimentação de passageiros nos aeroportos brasileiros. Comparativo entre os meses de março ( ) Fonte: MTPA (2017). Elaboração: LabTrans/UFSC (2017) No mercado doméstico, a oferta de assentos (ASK) cresceu 3,47% em relação a março de, enquanto a demanda (RPK) cresceu 5,40%. Em concordância com os dados anteriores, março de 2017 registrou crescimento no número de passageiros pagantes de 3,55% com relação ao mesmo período do ano anterior. Bilhões de RPK e ASK RPK ASK Janeiro Fevereiro Março % 74% 76% 78% 80% 82% 84% 86% Gráfico 4: À esquerda, RPK, ASK: comparativo dos meses de março ( ); à direita, taxa de ocupação nos voos domésticos: comparativo 1º trimestre Fonte: ANAC (2017). Elaboração: LabTrans/UFSC (2017) 6

7 ABRIL 2017 Em decorrência do crescimento da demanda superior ao da oferta, a taxa de ocupação para março de 2017 registrou crescimento de 1,87% em relação ao mesmo período do ano anterior, alcançando 78,96% de ocupação no mês, ante 77,51% em março de Santos Dumont (RJ) - Congonhas (SP) Congonhas (SP) - Santos Dumont (RJ) Congonhas (SP) - Brasília (DF) Brasília (DF) - Congonhas (SP) Confins (MG) - Congonhas (SP) Salvador (BA) - Guarulhos (SP) Congonhas (SP) - Confins (MG) Recife (PE) - Guarulhos (SP) Guarulhos (SP) - Porto Alegre (RS) Porto Alegre (RS) - Guarulhos (SP) 3,31% -0,23% 8,53% -1,08% 6,12% 2,56% -0,94% -3,67% 13,83% 9,95% Milhares de passageiros Gráfico 5: Movimentação de passageiros nas principais rotas nacionais em março : vs Fonte: MTPA (2017). Elaboração: LabTrans/UFSC (2017) Dentre as dez rotas mais frequentes, seis registraram crescimento quando comparadas com março de, conforme indicado no Gráfico 5. Destaca-se o crescimento de 11,89% da ponte aérea Rio-São Paulo, no trecho entre os Aeroportos de Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ), e da rota entre os Aeroportos de Confins (MG) e Congonhas (SP), que cresceu 7,33%. As quatro quedas registradas para o mês de março em média, -1,48% não foram expressivas diante do crescimento da movimentação de passageiros no conjunto dessas dez maiores rotas, no comparativo com o mesmo mês do ano anterior. As rotas internacionais tiveram crescimento no número de passageiros pagantes transportados, com 1,768 milhões em março de 2017 contra 1,638 milhões em, ou seja, crescimento aproximado de 7,97%. No caso das rotas internacionais operadas por companhias brasileiras, houve crescimento no número de passageiros pagantes, com 670 mil em março de 2017 contra 579 mil em março de, ou seja, acréscimo de 15,71%. As métricas de oferta e demanda ASK e RPK para o mercado internacional mostram uma retração da oferta (ASK) por companhias estrangeiras de 11,60%, enquanto as companhias brasileiras foram em direção contrária, aumentando a oferta em 9,18%. Do ponto de vista da demanda (RPK), as companhias estrangeiras e brasileiras viram esse número crescer 1,51% e 17,91%, respectivamente. Desse modo, tanto companhias nacionais quanto internacionais tiveram incremento na taxa de ocupação de 14,8% e 7,8%, alcançando 82,4% e 84,1% de ocupação, respectivamente. 7

8 CONJUNTURA DO SETOR AÉREO Considerando o mercado internacional em sua totalidade, ou seja, companhias nacionais e internacionais, a oferta (ASK) caiu 6,69% em relação a março de, enquanto a demanda (RPK) cresceu 5,59%, resultando em uma taxa de aproveitamento de 82,86%, 13,16% superior àquela registrada em março de. passo que apenas o aeroporto de Brasília (DF) registrou queda de 8% na movimentação de passageiros. Os demais aeroportos registraram crescimento médio de 6,31%, com destaque para o aeroporto de Congonhas, em São Paulo (SP), que registrou crescimento de 12% em relação a março de. O cenário relativamente positivo, se comparado aos resultados de meses anteriores, reflete-se nos dez aeroportos com movimentação elevada de passageiros registrada no mês de março. Com relação ao ano de, nove aeroportos obtiveram crescimento na movimentação, ao O cenário apresentado reflete a evolução do setor no mês de março, em que a recuperação começou a tomar forma, ainda que necessite de uma maior consistência e continuidade de crescimento para que se possam vislumbrar melhores perspectivas futuras. Milhões de passageiros 2017 Recife (PE) Porto Alegre (RS) Salvador (BA) Rio de Janeiro (RJ) - Santos Dumont Confins (MG) Campinas (SP) 8,77% 2,38% 6,35% 8,24% 0,51% 5,20% Rio de Janeiro (RJ) - Galeão Brasília (DF) 8,58% -8% São Paulo (SP) 12,19% Guarulhos (SP) 4,55% Gráfico 6: Dez maiores movimentações nos aeroportos brasileiros e sua variação em março: vs Fonte: ANAC (2017). Elaboração: LabTrans/UFSC (2017) Milhões de passageiros Cruzeiro do Sul (AC) Valença (BA) Lábrea (AM) Cacoal (RO) São Gabriel da Cachoeira (AM) Campina Grande (PB) Oriximiná (PA) Eirunepé (AM) Araxá (MG) Jaguaruna (SC) 0% 20% 40% 60% 80% 100% 120% 140% 160% Dourados (MS) Altamira (PA) Araguaína (TO) Itaituba (PA) Belo Horizonte (MG) Parintins (AM) São José dos Campos (SP) Poços de Caldas (MG) Juiz de Fora (MG) Forquilhinha (SC) -100% -80% -60% -40% -20% 0% Gráfico 7: Maiores variações percentuais (positivas, à esquerda, e negativas, à direita) em movimentação de passageiros nos aeroportos brasileiros, nos meses de março de e Fonte: MTPA (2017). Elaboração: LabTrans/UFSC (2017) 8

9 ABRIL 2017 MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS O primeiro trimestre do ano apresentou-se positivo para a movimentação de cargas no país. Foi observada uma movimentação de 254 mil toneladas nos três primeiros meses, registrando um crescimento de 5,28% em relação ao mesmo período do ano anterior. O mês de março registrou o maior montante movimentado no ano até o momento, com um total de 93 mil toneladas. Na comparação entre a movimentação de março de 2017 e março de foi registrado um crescimento de 3,7%. Bilhões de RTK e ATK 5 RTK ATK Abril Março Fevereiro % 50% 52% 54% 56% Gráfico 8: À esquerda, ATK e RTK: comparativo dos meses de março ( ); à direita, aproveitamento geral doméstico e internacional: comparativo do 1º trimestre Fonte: ANAC (2017). Elaboração: LabTrans/UFSC (2017) No Gráfico 8 é possível observar o comportamento da quantidade de tonelada ofertada por quilômetro (ATK) e da receita de tonelada por quilômetro (RTK) para o mês de março durante o último triênio. O desempenho observado em 2017 registrou um crescimento, quando comparado ao ano de, tanto para ATK quanto RTK, alcançando uma variação de 5,10% e 4,47%, respectivamente. No entanto, ambas se mantiveram abaixo do nível observado em A taxa de aproveitamento geral das aeronaves retraiu 0,6% na análise comparativa entre março de 2017 e março de. Com esse desempenho, o aproveitamento passou a ser de 51,27%. Vale destacar, entretanto, que o aproveitamento geral das aeronaves apresentou um crescimento de 0,19 p.p. no primeiro trimestre do ano, em relação ao mesmo período do ano anterior. Do ponto de vista exclusivo do mercado interno, as taxas de aproveitamento se situaram na casa dos 65,02% em março de 2017, patamar mais favorável e viável para a operação das companhias aéreas, 6,83% superior ao registrado em março de, quando a taxa de ocupação foi de 60,86%. 9

10 CONJUNTURA DO SETOR AÉREO O Gráfico 9 apresenta a movimentação de cargas, em toneladas, por rota realizada no mês de março, nos anos de e Miami (EUA) - Campinas (SP) Guarulhos (SP) - Manaus (AM) Manaus (AM) - Guarulhos (SP) Miami (EUA) - Manaus (AM) Guarulhos (SP) Miami (EUA) Santiago (CHI) - Guarulhos (SP) Miami (EUA) - Guarulhos (SP) Campinas (SP) - Miami (EUA) Luxemburgo (LUX) - Campinas (SP) Frankfurt (ALE) - Campinas (SP) 12,4% -2,7% 43,4% 8,7% -11,7% 26,2% -0,1% -3,1% 30,6% 10,0% Gráfico 9: Movimentação de cargas (em t) por rota no mês de março: 2017 vs. Fonte: ANAC (2017). Elaboração: LabTrans/UFSC Após três anos de queda na movimentação de carga observada no mês de março para a rota Miami (EUA) Campinas (SP), em 2017 foi registrado um crescimento de 10%. Essa rota continua sendo a que apresenta maior movimentação de cargas no país. Destaques, também, para as rotas Miami (EUA) Manaus (AM) e Frankfurt (ALE) Campinas (SP), que registraram os maiores crescimentos no período de análise, alcançando 43,4% e 30,6%, respectivamente. O crescimento médio observado entre as dez maiores rotas é de 11,4%. O Gráfico 10 apresenta os dez aeroportos que registraram maior movimentação de cargas no mês de março de 2017, além dos valores observados no ano anterior, para comparação. O aeroporto que mais movimentou cargas em março de 2017 foi o de Guarulhos (SP), alcançando 41,8 mil toneladas, registrando um crescimento de 5,85%. Destacam-se ainda os aeroportos de São Paulo (SP) Congonhas e Porto Alegre (RS), que registraram as maiores variações percentuais, com crescimento de 38,04% e 13,03%, respectivamente. O crescimento médio observado entre os dez aeroportos foi de 7,96%. Porto Alegre (RS) Salvador (BA) Fortaleza (CE) Recife (PE) São Paulo (SP) Brasília(DF) Rio de Janeiro (RJ) - Galeão Manaus (AM) Campinas (SP) Guarulhos (SP) 13,03% -4,23% 2,29% -6,51% 38,04% 2,44% 12,46% 11,61% 4,59% Gráfico 10: Movimentação de cargas (em t) nos principais aeroportos brasileiros no mês de março: 2017 vs. Fonte: ANAC (2017). Elaboração: LabTrans/UFSC (2017) Março/ Março/2017 5,85%

11 ABRIL 2017 COMPANHIAS AÉREAS Das quatro maiores companhias do transporte aéreo brasileiro, Avianca, Azul e Gol obtiveram crescimento no transporte de passageiros no comparativo de março de 2017 e, apresentando um aumento de 9,37%, 11,74% e 4,82% no número de passageiros pagantes transportados, respectivamente. Por outro lado, a Latam viu esse número encolher 3,03%. Os dados do mês de março refletem diretamente na variação da participação das companhias no mercado brasileiro. Gol 10,00% 18,70% 35,03% Azul Avianca 7,96% 7,41% 0,57% 12,71% Latam 5,20% 5,00% Gol Latam 0,00% Azul Avianca Outras -5,00% 32,98% -10,00% -10,43% -15,00% Gráfico 11: À esquerda, participação das empresas aéreas no mercado brasileiro: mar./2017; à direita, variação percentual da participação de mercado (em RPK): mar./ vs. mar./2017 Fonte: ANAC (2017). Elaboração: LabTrans/UFSC (2017) As companhias que apresentaram crescimento no transporte de passageiros Avianca, Azul e Gol, registraram também crescimento na participação de mercado, medida em termos de RPK, ampliando a participação em 7,96%, 5,20% e 7,41%, respectivamente, quando comparada a março de. Por outro lado, a Latam enfrentou queda mais do que proporcional na participação de mercado no comparativo de março, registrando queda de 10,43%. O resultado, de magnitude superior à da queda no número de passageiros, se dá pelo ganho de mercado das companhias concorrentes. 11

12 CONJUNTURA DO SETOR AÉREO Como forma de acompanhar a produtividade da frota, é possível observar a taxa de aproveitamento das principais companhias, bem como a utilização média diária das aeronaves. Companhia Aproveitamento Janeiro Fevereiro Março Utilização média diária da frota Latam 85% 83% 85% 12,66 h/d Gol 83% 77% 81% 16,16 h/d Azul 83% 79% 82% 12,54 h/d Avianca 88% 85% 87% 13,69 h/d Tabela 1: Aproveitamento das aeronaves (percentual de ocupação mensal) e utilização média diária da frota, acumulada do ano (horas/dia), por companhia aérea: jan./mar Fonte: ANAC (2017). Elaboração: LabTrans/UFSC (2017) De maneira geral, as companhias aéreas brasileiras mantêm níveis próximos de utilização média diária da frota, de forma a maximizar a utilidade das aeronaves. A utilização média diária da frota traduz-se em uma estimativa de quantas horas, em média, uma aeronave de determinada empresa se mantém em voo, baseada nos registros de horas de voo da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Acompanhado da utilização média da frota está o aproveitamento das aeronaves por parte de cada empresa. Os números das principais empresas brasileiras encontram-se em um bom nível para a eficiência operacional, sendo os dados do mês de março superiores aos de fevereiro, devido ao crescimento da demanda em magnitude superior ao crescimento da oferta. 12

13 ABRIL 2017 INDICADORES DE ATIVIDADE ECONÔMICA PARA O SETOR AÉREO No que se refere aos voos domésticos e internacionais, o consumo de combustível das companhias brasileiras registrou queda de 7,62% em março de 2017 em comparação ao mesmo mês do ano anterior. Considerando somente os voos internacionais, a queda foi de 28,37% de retração, enquanto o consumo em voos domésticos registrou queda de 0,48%. Taxa de câmbio (R$/US$) 3,8 3,6 3,4 3,2 3 2,8 2,6 2,4 2,2 Preço do galão (US$) 1,6 1,5 1,4 1,3 1,2 1,1 1 0,9 2 ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV ,8 Taxa de câmbio (R$ x US$) Preço do combustível da aviação (US$ por galão) Gráfico 12: Taxa de câmbio (R$ x US$) vs. preço do combustível da aviação (US$ por galão) Fonte: BCB (2017) e EIA (2017). Elaboração: LabTrans/UFSC (2017) A maior estabilidade da taxa de câmbio continua promovendo alívio para os custos das companhias, registrando queda de 15,55% em relação ao mesmo mês de. A queda na taxa de câmbio impacta positivamente um dos principais componentes de custos das empresas, o combustível. Por outro lado, o preço do combustível registrou alta de 35,17% em relação a fevereiro de. Cabe ressaltar que a base de comparação de março é sobre um valor que não se observava nesse mercado desde 2005 e, portanto, o valor expressivo corresponde a um cenário atípico. 13

14 CONJUNTURA DO SETOR AÉREO 13% 64% 23% Regionais Nacionais Internacionais JAN FEV 2017 Gráfico 13: À esquerda, participação da natureza de operação registrada no HOTRAN de 31 de março de 2017; à direita, variação da quantidade de voos autorizados por natureza de operaçãono HOTRAN: 31/01/ a 31/03/ vs. 31/01/2017 a 31/03/2017 Fonte: ANAC (2017). Elaboração: LabTrans/UFSC (2017) O acompanhamento do Horário de Transportes (HOTRAN), documento que registra e autoriza as concessões para a exploração de linhas aéreas pelas empresas de transporte aéreo, bem como horários, números de voos, frequências, tipos de aeronaves e oferta de assentos, registrou queda de 2,67% entre fevereiro e março de 2017, considerando voos vigentes comerciais de passageiros. Na comparação entre os três últimos meses observados de 2017 com os mesmos três meses de (Gráfico 13, à direita), fica visível o menor patamar encontrado no ano mais recente. Apesar de o mês de março de 2017 ter sido marcado pela volta do crescimento da demanda e da oferta, a queda no número de voos pelo HOTRAN, superior ao registrado na variação entre fevereiro e março de, indica que as companhias estão buscando maior rentabilidade das rotas consolidadas e estão excluindo de seu portfólio rotas menos lucrativas. A queda no número de voos registrados também se deve à queda da oferta de voos internacionais de companhias estrangeiras no Brasil. Ambos os fatos indicam que o cenário, ainda que tenha sido registrado um aumento na movimentação de passageiros em março, ainda é de dificuldade para o setor aéreo e, portanto, ajustes são necessários para manter a rentabilidade das operações. Os voos autorizados no HOTRAN, assim como os preços de combustíveis e a taxa de câmbio, e também o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) e os indicadores de empregabilidade, podem ser vistos como indicadores antecedentes. 14

15 ABRIL 2017 No Gráfico 14 é possível observar que o índice de atividade econômica vem retomando patamares registrados anteriormente. O nível do índice registrado para fevereiro de 2017, último dado disponível, demonstra que a atividade econômica alcançou o mesmo nível de fevereiro de. O crescimento dos últimos dois meses pode indicar um futuro aquecimento de demanda para o setor aéreo se o crescimento do índice se mantiver em períodos subsequentes, e também se a movimentação de passageiros der mais sinais de recuperação, visto que somente um dado positivo não pode ser interpretado como uma mudança de tendência. Milhões de passageiros JAN PAX doméstico IBC-Br FEV ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV 2017 IBC-Br , , , , ,5 Gráfico 14: Movimentação de passageiros em voos domésticos vs. IBC-BR*. Fonte: ANAC (2017) e BCB (2017). Elaboração: LabTrans/UFSC (2017) Os primeiros resultados do setor quanto à empregabilidade vêm demonstrando a cada mês redução no ritmo de corte de postos de trabalho, podendo indicar que o período de encolhimento do setor esteja chegando ao fim. No mês de março foram registradas mais demissões do que contratações em duas das três modalidades de transporte aéreo. No total, os três subsetores registraram um saldo negativo de 148 postos de trabalho, havendo cortes de 117 postos no transporte regular de passageiros e 38 no táxi aéreo. * O IBC-BR apresentou mudanças dos resultados nos primeiros meses do ano devido revisões metodológicas em itens que compõem os indicadores, mais especificamente a pesquisa mensal do comércio (PMC) e Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 15

16 CONJUNTURA DO SETOR AÉREO Em contrapartida, o subsetor de transporte de carga registrou a abertura de sete postos de trabalho e contribuiu, ainda que de maneira pequena, para diminuir a queda no mês de março. No mesmo mês de, o saldo negativo registrado foi de postos de trabalho no conjunto das três modalidades: novamente, o transporte regular de passageiros foi responsável pelo maior montante, com corte de 944 postos de trabalho; o taxi aéreo registrou diminuição de 86 postos; e o transporte de cargas, mais uma vez em direção oposta, promoveu a abertura de um posto de trabalho. Saldo de postos de trabalho Transporte regular de passageiros Táxi aéreo Transporte de carga JUL NOV JUL NOV JUL NOV JUL NOV JUL NOV JUL NOV JUL NOV JUL NOV Número de postos de trabalho (transporte regular de passageiros) Número de postos de trabalho (táxi aéreo e transporte de carga) OUT 2009 MAI 2010 DEZ 2010 JUL 2011 FEV 2012 SET 2012 ABR 2013 NOV 2013 JUN 2014 JAN 2015 AGO 2015 Transporte regular de passageiros Táxi aéreo Transporte de carga OUT Gráfico 15: Acima, postos de trabalho por setor do transporte aéreo (saldo de 12 meses): ; abaixo, número de empregos por setor do transporte aéreo: Fonte: MTE (2017). Elaboração: LabTrans/UFSC (2017) 16

17 ABRIL 2017 FATOS RELEVANTES * A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) aprovou a revisão do contrato do Aeroporto de Confins, abatendo R$ 3,229 milhões do valor fixo anual a ser pago pela BH Airport, concessionária do aeroporto, que em chegou a R$ 74,44 milhões (BITENCOURT, 2017) Tal medida dá aos aeroportos de Guarulhos, Galeão, Brasília e Natal a possibilidade de renegociação de suas outorgas, mesmo com a retirada dessa possibilidade do texto da MP das Concessões que previa a repactuação das outorgas por votação ocorrida no dia 2 de maio. O Ministério dos Transportes entende que a repactuação pode ser feita sem alterações na lei, abrindo possibilidade aos aeroportos que vêm enfrentando dificuldade. Até o momento somente o Aeroporto do Galeão, que enfrenta uma das piores situações entre os demais aeroportos concedidos, fez o pedido formal, ainda sem resposta da ANAC (MANTOAN; RITTNER; PIRES, 2017). O principal motivo do pedido de recompactuação se dá devido à frustração de demanda ante ao projetado no período em que aeroportos foram concedidos e que balizou o valor das outorgas. Natal (RN) Brasília (DF) Confins (MG) Galeão (RJ) Guarulhos (SP) Em outro setor do mercado, o das companhias aéreas, repercute a permissão da cobrança de bagagens. A partir de agora as companhias não são mais obrigadas a incluir no preço da passagem o transporte da bagagem. A medida passou a vigorar para as passagens compradas a partir do dia 30 de abril (CUNHA, 2017). Cabe ressaltar que as companhias não são obrigadas a migrar para esse novo modelo de cobrança, podendo manter a inclusão da franquia de bagagem dentro do preço da passagem. Outro ponto importante é que as tarifas e práticas para o despacho de bagagem ficam a cargo das companhias aéreas. O mercado aéreo de passageiros também conta com boas notícias vindas de fora do país. A companhia Air France KLM vai ampliar a oferta de assentos em 13% até o final do ano e ainda acrescentar um novo destino na região nordeste do País. Atualmente a companhia conta com 32 voos semanais para o país e estima-se que a partir de novembro a companhia conte com 35 voos semanais (OLIVEIRA, 2017). * Contrário ao processo de elaboração da análise da conjuntura, que depende de dados temporais, divulgados com defasagem, busca-se na análise dos fatos relevantes discorrer sobre os dados mais atuais possíveis até o fechamento da edição. 17

18 CONJUNTURA DO SETOR AÉREO A análise da conjuntura do setor aéreo brasileiro é um produto mensal de acompanhamento do mercado de aviação. O documento é dividido em: movimentação de passageiros, movimentação de cargas, companhias aéreas, indicadores antecedentes para o mercado e fatos relevantes para o setor. A elaboração e análise são de autoria da equipe do Laboratório de Transportes e Logística da Universidade Federal de Santa Catarina (LabTrans/UFSC), em parceria com a Secretaria Nacional de Aviação Civil do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil (SNAC/MTPA). As interpretações dos dados e análises são de inteira responsabilidade do leitor. Mais informações sobre as fontes e análises dos dados se encontram nas notas metodológicas deste documento. REFERÊNCIAS AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL (ANAC). Base de Dados Estatísticos do Transporte Aéreo Disponível em: < setor-regulado/empresas/envio-de-informacoes/base-de-dados-estatisticos-dotransporte-aereo/>. Acesso em: 5 maio MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE). Cadastro Geral de Empregados e Desempregados Disponível em: <mte.gov.br>. Acesso em: 10 maio MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES, PORTOS E AVIAÇÃO CIVIL (MTPA). Secretaria de Aviação Civil (SAC). Laboratório de Transportes e Logística da Universidade Federal de Santa Catarina (LabTrans/UFSC). Sistema Hórus. [S.l]: SAC/LabTrans. Última BANCO CENTRAL DO BRASIL (BCB). Sistema Gerenciador de Séries Temporais Disponível em: < atualização: 18 abr Disponível em: <horus.labtrans.ufsc.br>. Acesso em: 8 maio do?method=preparartelalocalizarseries>. Acesso em: 8 maio OLIVEIRA, J. J. Air France-KLM vai ampliar oferta de voos para o Brasil. BITENCOURT, R. Anac reduz parcela fixa de Confins. Valor Econômico, 25 abr Disponível em: < Acesso em: 10 maio Valor Econômico, 24 abr Disponível em: < empresas/ /air-france-klm-vai-ampliar-oferta-de-voos-para-o-brasil>. Acesso em: 10 maio CUNHA, J. Justiça derruba liminar que suspendia cobrança de bagagem despachada. Folha de São Paulo, 29 abr Disponível em: < uol.com.br/cotidiano/2017/04/ justica-revoga-liminar-que-suspendiacobranca-de-bagagem-despachada.shtmll>. Acesso em: 10 maio U.S. ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION (EIA). U.S. Gulf Coast Kerosene-Type Jet Fuel Spot Price FOB (Dollars per Gallon) Disponível em: < eia.gov/dnav/pet/hist/leafhandler.ashx?n=pet&s=eer_epjk_pf4_rgc_dpg&f=d>. Acesso em: 10 mai MANTOAN, V.; RITTNER, D.; PIRES, F. Câmara retira de MP a renegociação de outorgas para aeroportos. Valor Econômico, 3 maio Disponível em: < Acesso em: 10 maio

19 ABRIL 2017 CONJUNTURA DO SETOR AÉREO ABRIL 2017 MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES, PORTOS E AVIAÇÃO CIVIL 19