SABOR DE MUDANÇA. Diretores Ad Hoc Luiz Lopes Mendonça Filho e José Rubens Rúbio. Presidente Comissão de Ética Franco José Gedda

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1 editorial SABOR DE MUDANÇA 2 Com a linha inteira renovada, a MAN Latin America adentra 2012 pronta para entregar ao mercado as melhores opções em cada segmento, em cada atividade. 011 se despede com o sabor de um bom ano com um prenúncio de mudanças significativas à frente. E mudar é sempre algo construtivo. As muitas modificações implicadas pelos novos parâmetros de emissões da norma Proconve 7 determinados para os veículos do ciclo diesel os quais o leitor pode conferir e entender mais a fundo na matéria de capa desta edição de Via ACAV trarão toda a sorte de benefícios aos transportadores, desde os operacionais aos financeiros, ainda que seu custo de aquisição seja um pouco maior do que a versão anterior P5 ou Euro 3. E, ainda, têm a vantagem imensurável de preservarem nosso planeta para nós mesmos e nossas futuras gerações. Com a linha inteira renovada, a MAN Latin America adentra 2012 pronta para entregar ao mercado as melhores opções em cada segmento, em cada atividade. É o caso, por exemplo, da tecnologia EGR, de recirculação dos gases de exaustão, que será oferecida exclusivamente pela companhia em veículos de médio porte. O ineditismo é reflexo dos mais de 250 anos de história de nossa concedente, e de sua tradição em inovar. Afinal, foi nas bancadas de testes da então embrionária MAN que um de nossos colaboradores mais celebrados, Rudolf Diesel, desenvolveu o primeiro motor batizado em sua homenagem. Por nosso turno nós, concessionários MAN, estamos investindo em nossas casas, deixando-as mais modernas e equipadas para receber os novos produtos e tecnologias que chegam ao mercado brasileiro em 2012, conhecidas de longa data por nossos pares europeus. É um enorme orgulho dizer que somos parte desta história de sucesso, que se renova mais uma vez. Feliz 2012 a todos, com muitas novidades pela frente! Sérgio Dante Zonta Presidente da ACAV Via ACAV é uma publicação mensal dirigida aos associados da ACAV, Associação Brasileira dos Concessionários MAN Latin America. Avenida Indianópolis, 2 422, São Paulo - SP, CEP Telefone (11) Fax (11) Homepage: acav@acav.com.br Diretoria Presidente Sérgio Dante Zonta Vice-Presidentes Diego Comolatti Paulo Pires Simões Filho Diretores Clóvis Müller, José Carlos Chinaglia, Rui Denardin e Wladimir Gazzola Jr. Diretores Ad Hoc Luiz Lopes Mendonça Filho e José Rubens Rúbio. Presidente Comissão de Ética Franco José Gedda Via ACAV é editada por AutoData Serviços Editoriais Ltda., associada à AutoData Editora Ltda. Coordenação Otávio Ferreira Silva Jornalista Responsável Fred Carvalho, MTB Edição Camila Waddington Colaboração Vinícius Romero Projeto gráfico lm arte e imagem Diagramação e arte Romeu Bassi Neto Camila Rodrigues Cunha, estagiária Fotografia Arquivo AutoData Arquivo ACAV Foto de capa Mauro Donati Impressão Margraf Tiragem 8 mil exemplares É permitida a reprodução de artigos e imagens desde que citada a fonte. 2

2 índice entre dois mundos As novas tecnologias que, embora com a mesma finalidade, farão de 2012 um ano de mudanças e desafios nas operações com caminhões e ônibus nossa rede 10 encontro 8 Um mundo de possibilidades Com o mote O Futuro e suas oportunidades ACAV fecha o ciclo de eventos de 2011 Atendimento Revigorado Dibracam inaugura sede no ABC paulista em amplo terreno, e quer aumentar suas passagens de oficina em 50% até meados de 2012 com a nova estrutura cartilha 14 por dentro do Proconve P7 Uma cartilha elaborada pela Anfavea simplifica o entendimento da nova norma Proconve P7 para os motores 17 JANEIRO DE 2012 VIA ACAV 3

3 capa Entre dois 4 As novas tecnologias que, embora com a mesma finalidade, farão de 2012 um ano de mudanças e desafios nas operações com caminhões e ônibus mundos Com 2012 a pleno vapor, a indústria automobilística se prepara para adentrar o novo ano com a casa em ordem para atender às exigências da Proconve 7, que determina novos limites de emissões de gases poluentes para motores a diesel. A redução gira em torno de 80% menos emissões de particulados e entre 60% e 98% nas emissões de óxidos de nitrogênio (NOx) em comparação com a legislação vigente até dia 31 de dezembro de A reboque, a vantagem do corte substancial também das emissões de material particulado e de gás carbônico. Para isso, os fabricantes trabalharam o ano todo atrás das melhores soluções para cada aplicação, na média sem grandes variações de uma montadora para outra, marcadas mais por diferenças estratégicas, apenas. São dois os sistemas de tratamento de emissões que compõem, essencialmente, esta nova tecnologia do P7: EGR, Exaust Gas Recirculation, ou SCR, Selective Catalytic Reduction. A diferença é que o processo EGR recircula parte do fluxo de gases de escape para reduzir as emissões de NOx, enquanto o SCR é um processo de pós-tratamento em que um composto químico à base de ureia é injetado no escapamento para reagir quimicamente com NOx, resultando em vapor de água e nitrogênio em estado gasoso. A tendência que tem se delineado no Brasil, no entanto, é a de adoção do EGR para os modelos leves e o SCR para as linhas pesadas. A decisão se deve, principalmente, ao fator espaço: como o sistema de redução catalítica exige mais espaço para acomodar componentes agregados para tornar o sistema de arrefecimento mais

4 capa UM ALERTA Diferentemente do óleo diesel, pelo qual única e exclusivamente a Petrobras responde tanto por produzir quanto por distribuir por seus exíguos 900 postos cadastrados até o momento, o Arla 32, ou Agente Redutor Líquido de NOx Automotivo, tem uma boa gama de fabricantes e distribuidores no País. Empresas reconhecidas internacionalmente por já comercializarem o produto em outros países que já usam o sistema, como Basf, Cummins, Tirreno-Kruse e Yara, e mais recentemente a Petrobras, com sua marca Flua. Foi dela, aliás, o último investimento anunciado pela companhia, de R$ 105 milhões na unidade de produção do próprio Arla 32 em Camaçari, BA, iniciada em outubro último com capacidade de 63 mil m³ e, em um ano, subirá para 200 mil m³. Um dado importante, e, no entanto, pouco aventado na mídia em geral, é de que, ao contrário do que muitos pensam, o Arla 32 não é um aditivo, mas uma solução de água desmineralizada adicionada de 32,5% de ureia, que age no tratamento dos gases de escape. De acordo com a Afeevas, Associação dos Fabricantes de Equipamentos para Controle de Emissões Veiculares da América do Sul, tal esclarecimento é de suma importância para evitar dúvidas e mesmo falsificações do produto que comprometam sua eficiência. Ou, por pior, conforme reitera Elcio Luiz Farah, diretor executivo da entidade, os fabricantes de veículos a diesel não garantem a eficácia do sistema em termos de emissões ou tampouco seu funcionamento adequado caso seja usado um reagente de baixa qualidade, uma solução adulterada ou fabricada com componentes de baixa pureza, ou ainda manuseada incorretamente. O custo do Arla 32 ainda está indefinido, embora especule-se sobre algo em torno de 50% do valor do diesel nas bombas. No Brasil, 70% da produção de amônia, base para o Arla 32, vem de fora. Os outros 30% estão divididos entre Petrobras e Vale, somando cerca de 500 mil toneladas da substância. Com uma demanda estimada de 1 bilhão de toneladas em dez anos para o mercado brasileiro, já em 2012 as duas juntas pretendem produzir 1,1 bilhão de toneladas. Sistema EGR Turbo Compressor de Geometria Variável Válvula EGR EGR - cooler Intercooler JANEIRO DE 2012 VIA ACAV 5

5 capa Como funciona O NOx gerado na combustão é reduzido pelos catalisadores presentes no Acumulador de óxidos de nitrogênio (LNT) e Catalisador de Redução Seletiva (SCR) O LNT armazena NOx e passa por uma regeneração periódica controlada, liberando o NOx retido como nitrogênio e amônia O Filtro de Partículas para Diesel (DPF) captura partículas sólidas (PM) e passa por regeneração periódica O SCR coleta a amônia produzida pela LNT e a utiliza para tratar continuamente o NOx remanescente nos gases eficiente, veículos leves, em geral, não o comportam. Daí, então, a escolha pelo EGR, sistema mais simples e menos oneroso em termos de estrutura do chassi além de dispensar o uso do Arla 32, solução exigida pelo sistema SCR. Por outro lado a redução catalítica não interfere no desempenho do motor, ao contrário do EGR, que perde algo entre 10% e 15% da potência final em função da perda de calor e dos próprios gases ao longo do ciclo. Diferencial Na linha de produtos MAN 2012, destaque para o fato de ser a única no País a adotar a tecnologia EGR para veículos de médio porte. Mas este é apenas um dos muitos destaques das novas famílias de caminhões e ônibus, cada um em sua categoria. A começar dos modelos leves Delivery, todos equipados com motor Cummins ISF de 3,8 litros com Sistema SCR Dosador de Controle de pressão do Diesel combustìvel combustìvel Módulo de controle sistema de pós-tratamento SCR e alimentados por Arla 32. Dotados de turbo de duplo estágio, oferece maior robustez e respostas mais rápidas, mesmo em baixas rotações, o que o torna ideal para as severas aplicações urbanas, assim como para as rodoviárias de curtas e médias distâncias. Já os caminhões das famílias Worker e Constellation, que prometem abalar o mercado com a exclusividade da tecnologia EGR de recirculação dos gases de exaustão em seus motores MAN D08 de 4,6 litros para os de potência de 190 cavalos, e 6,9 litros para os de 260 e 280 cavalos de potência, contam com dois turbocompressores e sistema de injeção do tipo Common Rail. Além de promover melhor aproveitamento do espaço interno dos chassis, uma vez que dispensa o uso do Arla 32, deste modo não implica mudanças no encarroçamento. LNT Acumulador de óxidos de nitrogênio SCR Catalizador de Redução Seletiva DPF Filtro de partículas para Diesel sensores Reformador LNT DPF SCR Produção de Hidrogênio e CO Gerenciamento térmico Controle de NOx (1o estágio) Produção de amônia Controle de material particulado Controle de NOx (2o estágio) Armazenamento de amônia Fonte: SAE Brasil 6

6 encontro Um mundo de Com o mote O Futuro possibilidades e suas oportunidades ACAV fecha ciclo de eventos de Os investimentos públicos no Brasil triplicaram na última década. É um momento de grandes oportunidades no País, e o mundo está enxergando isso. Com esta afirmação, o analista econômico Ricardo Amorim abriu o 7º Encontro de Gerentes Administrativos da rede MAN Latin America, em 10 de novembro, no Bourbon Convention, na cidade de São Paulo. O tão falado crescimento da classe média, que trouxe 55 milhões de consumidores à economia brasileira, foi outro corresponsável indicado pelo especialista por esta corrida de investimentos no País. O fato de a população brasileira estar numa curva ascendente em termos de idade, o que significa mais gente em idade produtiva, também é um aspecto que contribui para este desempenho positivo. Tem mais gente trabalhando, com renda própria, e consumindo mais. O Brasil está crescendo o dobro do que crescia há duas décadas, virou a terra das oportunidades. O aquecimento dos mercados de ônibus e caminhões são bons indicativos disso: somos o terceiro maior produtor de ônibus do mundo, com o mais do que dobro de unidades fabricadas em seis anos, enquanto em caminhões o volume de negócios triplicou em oito anos. E não apenas porque os brasileiros estão se deslocando e consumindo mais, mas também, de acordo com Amorim, porque o BNDES está com dinheiro em caixa, e como cerca 90% das vendas por financiamento de caminhões sai via Finame, a indústria não deve diminuir tão cedo. Desafios O bom momento traz consigo oportunidades de negócios que, segundo Antônio Cammarosano, diretor de vendas da MAN Latin America, pressupõem ambiente ideal para amparar as novas linhas de produtos da companhia lançadas ao longo do ano. Dos 25 novos modelos de caminhões apresentados na Fenatran, o executivo destacou algumas características, como novos paineis de instrumentos, sistema de freios com filtro coalescente, o que o torna muito mais eficiente e seguro, e modificações visuais tanto no design interno quanto externo. Mas, sem sombra de dúvida, os motores MAN são a novidade mais aguardada para 2012, bem como os caminhões da marca principalmente no que diz respeito a novos nichos de mercado. A partir de janeiro começaremos o programa de demonstração para grandes frotistas, e nossos concessionários darão o suporte regional necessário para clientes com frota de menor porte. Que o diga Sérgio Beraldo, gerente de desenvolvimento de rede, que manteve a agenda dos colaboradores da rede MAN bastante ocupada ao longo de 2011 com treinamentos técnicos e gerenciais para a chegada

7 encontro Fotos: Mauro Donati. Encontro de gerentes administrativos da rede MAN reúne cerca de 130 profissionais da área no último evento de 2011 dos produtos. E para 2012 não será diferente: Será outro ano movimentado. Com as novas normas de emissões em vigor e as tecnologias a elas atreladas teremos muito conhecimento a transmitir. No quesito finanças, Sérgio Petri, gerente de negócios especiais do Banco Volkswagen, apresentou números relativos ao volume financiando, ainda melhores após as aprovações de crédito pelo Finame BNDES terem se tornado mais rápidas a partir de meados de outubro. A roda está girando melhor com o novo sistema, e devemos ter um fim de ano mais tranquilo em termos de recursos. No acumulado até novembro, a financeira tinha 90% de suas operações com caminhões e ônibus feitas por esta modalidade, e 55% de penetração nas vendas da MAN. No ranking geral, o Banco Volkswagen é o quarto colocado e, tomando por base apenas aqueles ligados a montadoras, é o maior em repasses de recursos do BNDES. Elo A parte lúdica porém não menos instrutiva do evento ficou por conta do professor e palestrante Luiz Marins. Para ele, o bom atendimento pressupõe cumprir com a palavra, mantendo a qualidade e a excelência são as características que realmente conquistam o cliente, e não somente preço ou produto. Segundo Marins, estima-se que em 2012 o Brasil vai ser a 7ª economia mundial, em 2014 a 6ª, em 2016 a 5ª, e em 2040 talvez chegue a ser 4ª economia do mundo, e isso demanda um olhar mais amplo, que contemple necessidades que o mercado sequer identifica ainda. Antecipando-se a isso, a equipe de Marco Túlio Alexandre, assessor de comercialização da ACAV, está reforçando o elo entre banco, fábrica e rede a que se propõe a ser a entidade, por meio da maior integração operacional. Um novo DEF, Demonstrativo Econômico Financeiro, para citar apenas um exemplo, é um dos muitos projetos para O objetivo é torná-lo mais eficiente e ainda mais condizentes com a realidade, de modo que possamos aprimorar o que for necessário com agilidade. O palestrante Daniel Godri, com sua performática apresentação, fechou o evento falando sobre motivação e da importância de reconhecer as próprias limitações e principalmente qualidades. Motivação vem de dentro, ninguém pode motivar outra pessoa. Valorize-se e procure a melhoria contínua por si mesmo. JANEIRO DE 2012 VIA ACAV 9

8 nossa rede Atendimento Dibracam inaugura sede na Grande São Paulo em amplo terreno, e quer aumentar suas passagens de oficina em 50% até meados de 2012 com a nova estrutura Referência em operações: este é o objetivo da Dibracam com a nova casa, em amplo terreno e 40 boxes de serviços, no ABC paulista. Revigorado Os preparativos para a chegada da norma Proconve 7 na virada de 2012 causaram alvoroço não apenas na indústria de modo geral, mas também nas redes de distribuição de caminhões e ônibus. Dentre as muitas inaugurações ao longo de 2011, e outras tantas por vir em 2012, no grupo Dibracam a orientação foi começar o processo de renovação de suas três casas pela sede, em Santo André, ABC paulista. As demais, uma em São Paulo e outra em Sorocaba, Interior do estado, constam dos planos de 2012 e Inaugurada em 1997 em um espaço reduzido num bairro mais central do município, a antiga matriz deu lugar a um moderno prédio totalmente dentro das especificações da concedente alemã, tanto em termos visuais como operacionais, no último dia 23 de novembro. De acordo com Heitor Tosi Neto, diretor-presidente da Dibracam, o terreno de 21 mil m² foi inteiramente pensado no aspecto operacional, de modo que oferecesse as melhores condições para os clientes. Nosso objetivo é ser referência em caminhões e ônibus em São Paulo, em vendas e em prestação de serviços. Em termos de volume de negócios o incremento nem será tão grande, de 185 por mês em 2011 para 200 em O pulo do gato é mesmo no pós-vendas, em que o grupo colocou a maior parte de suas fichas. Além de uma enorme cabina de pintura, são 40 boxes, dos quais 26 de oficina e 14 valetas, 2 mil m² de estoque de peças e componentes, e dez oficinas volantes. A expectativa é de incrementar o número de passagens para manutenção em 50% sobre as 1 mil hoje alcançadas até o meio de Na parte de peças há ainda um sistema de armazenagem de peças em contêineres por veículo em manu- 10

9 nossa rede tenção para não dar aquele aspecto desorganizado à oficina. Um negócio com veículos comerciais tem de ser rentável e operacional, com todas as áreas girando sem exceções. O departamento de usados, portanto, também não foi esquecido. Com 190 metros de frente, a nova Dibracam dispõe de uma vitrine de enorme visibilidade, em um dos endereços mais movimentados da Grande São Paulo no que diz respeito ao tráfego de caminhões, a Avenida dos Estados, por onde passam cerca de 40 mil caminhões diariamente. É a terceira avenida com maior fluxo de caminhões do País, e estes números não são novos. Agora, com as restrições à circulação de veículos de carga nas Marginais e na Avenida dos Bandeirantes, esse volume deve ser ainda maior. Sustentável A preocupação com a questão ambiental foi pontuada ao longo de todo o projeto. Basta dizer que o processo de concessão de todas as devidas autorizações de operação e medidas para evitar a contaminação do solo e da água foi o que mais tomou tempo dos empresários. Ademais de três caixas de retenção de águas pluviais e o máximo aproveitamento da iluminação natural dos ambientes, a concessionária possui um sistema de troca e descarte de óleo lubrificante e fluídos totalmente automatizado, da fabricante Incospray. Funciona assim: as valetas são todas alimentadas de lubrificantes por via aérea, ou seja, sem contato nenhum do operador. Os óleos são mantidos isolados ao lado da oficina, em enormes tambores, um para descarte e outro com o lubrificante novo um para cada tipo de destinação, câmbio, freios, diferencial. Isso evita, segundo afirma Tosi, desperdício e quaisquer riscos de vazamento. Os carretéis por onde circulam os fluídos têm bicos que são engatados diretamente no componente do veículo que deve recebê-lo, na medida exata necessária. A margem de erro é zero. Desde o projeto inicial da nova casa o aspecto ambiental foi considerado. E não apenas nos quesitos operacionais, mas até mesmo na compensação das 49 árvores retiradas do terreno para dar espaço à concessionária. A Dibracam, então, repôs 250 mudas de árvores nativas para reconstituir o ecossistema no próprio jardim da distribuidora, que conta agora com uma área verde de m², quase 8% da área total do terreno. Ao todo, o grupo investiu mais de R$ 50 milhões no empreendimento. JANEIRO DE 2012 VIA ACAV 11

10 cartilha por dentro do Uma cartilha elaborada pela PROCONVE P7 Anfavea simplifica o entendimento da nova norma Proconve P7 para os motores 14 Diante das muitas dúvidas que podem surgir a respeito da próxima etapa do Proconve, a P7, a Anfavea, Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, elaborou uma cartilha para facilitar o entendimento do público sobre a nova norma de emissões estabelecida pelo Conama, Conselho Nacional do Meio Ambiente, em vigor desde 1º de janeiro. O documento também está disponível em arquivo PDF no site Os ganhos ambientais para a sociedade O que é a fase P7 do Proconve? A nova fase do Proconve P7, Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores, entrará em vigor em janeiro de É uma legislação similar à europeia Euro 5. Para serem atendidos, os novos limites de emissões da P7 exigem, além de modificações nos motores, novos sistemas de pós- -tratamento dos gases de escapamento e diesel com reduzido teor de enxofre. Quais são os ganhos nas emissões com esta fase P7? A nova legislação P7 traz redução de 60% de óxido de nitrogênio (NOx) e de 80% das emissões de material particulado (MP) em relação à fase atual (P5, equivalente à Euro 3, válida para veículos produzidos até dezembro de 2011). Se comparada com o início do Proconve, em 1986, a redução de material particulado da nova fase é de 96,3% e a de NOx, de 87,3%. Até quando poderão ser comercializados os veículos P5 produzidos em 2011? A legislação prevê que esses veículos deverão estar na rede de concessionária até o final de março de As mudanças nos motores e veículos O que muda nos veículos para atender aos novos limites de emissões? A legislação exige novas tecnologias para caminhões e ônibus. Uma tecnologia é a recirculação do gás de escapamento, chamada de EGR, Exhaust Gas Recirculation, por meio da qual esse gás retorna à admissão, reduzindo a temperatura da combustão e eliminando óxido de nitrogênio (NOx). Adicionalmente, é necessário um sistema de turboalimentação mais complexo e filtro de partículas no sistema de escape. A outra tecnologia é a redução catalítica seletiva, SCR (Selective Catalityc Reduction). Um reagente líquido (o Arla 32) é pulverizado no gás de escapamento, ocorrendo uma reação química no catalisador que praticamente neutraliza a geração de NOx. Quanto ao material particulado (MP), esse poluente é reduzido no próprio motor, durante a combustão. E qual é a melhor tecnologia? As duas tecnologias apresentam vantagens, dependendo da aplicação do veículo. Cada fabricante selecionou a mais adequada para seus produtos e definiu sua estratégia levando em conta, principalmente, os custos e as condições operacionais dos veículos. A importância dos novos diesel S10 e S50 Por que é necessário um novo diesel para atender aos limites de emissões da P7? Para atender aos novos limites de emissões, são utilizados sistemas de pós-tratamento sensíveis ao enxofre. Portanto, é necessário um diesel com menor teor de enxofre, inicialmente, o S50 (50 partes por milhão ppm) e, posteriormente, o S10. Então, o que muda no diesel? O que são os diesel S10 e S50? Nas mudanças das especificações, a principal é a redução do teor de enxofre. A partir de 2012, os veículos P7 serão abastecidos com o S50, de 50 ppm de enxofre. A partir de 2013, o S50 será substituído pelo S10. Atualmente, o diesel vendido nos grandes centros urbanos é o S500, de 500 ppm de enxofre e, no interior do país, o S Desde 2009, porém, o S50 já é fornecido para as frotas de ônibus urbanos das principais regiões metropolitanas.

11 cartilha O novo diesel com baixo teor de enxofre pode ser usado nos veículos mais antigos? Pode e também com vantagens: redução das emissões de material particulado, menor desgaste dos anéis e cilindros, com aumento da vida útil, e menor deterioração do óleo lubrificante. DiESEL E EmiSSõES O que acontece se um veículo P7 for abastecido com diesel que não o S50? É totalmente desaconselhável. Provocará aumento das emissões, entupimento do catalisador e filtro, formação de depósitos, carbonização do motor, aumento do consumo de combustível, redução da vida útil do veículo, entre outros problemas. Apenas em situações de emergência, e raras, os motores P7 podem funcionar com o diesel antigo, mas isso deve ser evitado ao máximo e o veículo deve ser reabastecido com o diesel novo (S50) o mais rápido possível. Será fácil encontrar o novo combustível em todo o país a partir de 2012? A NOVA LEGiSLAçãO 2012 O S50 deverá estar disponível a partir de 2012 nos principais corredores rodoviários, grandes centros urbanos e suas periferias. Em locais mais afastados, a ANP, Agência Nacional do Petróleo, informa que haverá uma distância máxima estabelecida entre um e outro posto com o S50, que permita o abastecimento. O ARLA 32 não pode ser misturado ao diesel. Todos os veículos terão um tanque para o ARLA 32, com tampa azul, separado e devidamente identificado. Qual é o consumo desse produto? Com um tanque de ARLA 32, quanto será possível rodar? O consumo de ARLA 32 é aproximadamente 5% do de diesel. Em geral, a capacidade do tanque de ARLA 32 deve ser suficiente para um reabastecimento a cada 3 ou 4 tanques de diesel. A necessidade de reabastecimento do ARLA 32 será indicada no painel do veículo. Onde estará à venda o ARLA 32? O ARLA 32 estará disponível nas principais redes de distribuição de combustível do país, em oficinas especializadas e em redes de concessionárias dos fabricantes de veículos e motores. O ARLA 32 faz algum mal à saúde? Que cuidados devem ser tomados com ele? Ele é inofensivo e pode ser manuseado sem problemas. Não tem cheiro, não irrita a pele, não é explosivo e nem poluente. Só não deve ser armazenado em recipientes metálicos, que podem enferrujar. É importante ler e seguir as instruções de uso e manuseio escritas na embalagem do produto. O uso do reagente líquido ARLA 32 O que é e como funciona o ARLA 32? É um reagente líquido, à base de ureia, específico para aplicação veicular, injetado no escapamento por um sistema de dosagem, necessário nos veículos com a tecnologia SCR. No catalisador, ocorre reação química que transforma o óxido de nitrogênio (NOx) em nitrogênio e vapor d água, reduzindo os níveis de emissões. O ARLA 32 somente pode ser fabricado e vendido mediante certificação de órgãos técnicos. O ARLA 32 é misturado ao diesel ou vai em tanque separado? O que ocorre se acabar o ARLA 32 do tanque ou se for abastecido com produto errado? Dependendo da categoria do veículo, o motor pode perder 25% ou 40% do seu torque até que o tanque seja abastecido corretamente. O motor só funcionará adequadamente com o produto fabricado de acordo com as especificações técnicas. OBD, sistema de diagnóstico de falhas O que é OBD? O OBD (On Board Diagnose), sistema de diagnóstico de falhas a bordo, é um novo equipamento obrigatório nos veículos P7, que monitora e registra JANEIRO DE 2012 VIA ACAV 15

12 cartilha proconve p7 16 permanentemente mais de 200 possibilidades de falhas, especialmente as do sistema de pós-tratamento do gás de escapamento. O OBD atua quando algo está errado e alerta o motorista por meio de luzes indicadoras no painel. O que ocorre quando o OBD encontra algo errado? Ocorrendo uma falha grave, a perda de torque será percebida já após a primeira partida do veículo. No caso de outros tipos de falha, será indicada a necessidade de reparação em um prazo de até 48 horas. O manual do proprietário de cada modelo de caminhão ou ônibus trará as informações sobre cada código e qual providência deve ser tomada. Quais problemas são considerados graves para reduzir o desempenho, cortando o torque? Nos veículos com o sistema SCR, por exemplo, ocorrerão problemas se for usado produto inadequado no tanque do ARLA 32 ou se o veículo rodar com esse tanque vazio. Em geral, se a eficiência do sistema de póstratamento cair em razão de contaminação pelo uso de diesel que não o S50, por exemplo, o OBD, tanto no sistema SCR quanto no EGR, pode cortar o torque do motor. Os sensores de NOx no sistema de escapamento devem estar sempre em perfeito funcionamento; caso contrário, o torque também será reduzido. Não é perigoso cortar o torque quando o veículo está rodando? Exatamente pelo risco de acidente o torque só é cortado na primeira parada do veículo após o diagnóstico de algum problema. Já na arrancada seguinte, o motorista sente a perda de desempenho. Até quanto pode ser a redução de torque? Dá para continuar trabalhando? É de 25% nos veículos de até 16 t e de 40% naqueles com 17 t ou mais de PBT, Peso Bruto Total. O corte é grande, mas o motorista ainda consegue ir até um local que possa corrigir o problema. DiESEL E EmiSSõES A NOVA LEGiSLAçãO 2012 Os custos operacionais e a manutenção Como será o consumo e o desempenho dos veículos P7 em relação aos atuais? Os fabricantes de caminhões e ônibus promoveram diversas melhorias nos motores e nos veículos para que os resultados finais sejam melhores para o transportador. Para isso, os veículos novos contam com transmissões, motores, eixos motrizes e sistemas de refrigeração mais eficientes e mapas dos sistemas de regulagem eletrônica dos motores adequadamente calibrados para a nova tecnologia. O que muda na manutenção dos novos veículos? Basicamente, espera-se melhorias gerais no desempenho dos veículos em função dos avanços incorporados pelas engenharias dos fabricantes. Atenção especial deve ser dada aos sistemas de pós-tratamento do gás de escapamento, por adicionarem novos componentes e tecnologias. Cada fabricante informará aos usuários os novos parâmetros de manutenção. Qual o adicional de preço dos veículos P7 em relação aos anteriores? Em função da incorporação de novas tecnologias e equipamentos, o custo de produção dos novos veículos é maior. A questão do preço para o consumidor, entretanto, é da política de mercado de cada fabricante. A importância do usuário É de fundamental importância o papel do operador ou usuário para o cumprimento da nova legislação de melhoria ambiental e para a durabilidade dos veículos. Para isso, ele deve seguir as recomendações dos fabricantes para a correta utilização das novas tecnologias.

13 notas Selo Desde a criação do Selo Anfir, que atesta a regularidade e conformidade às normas vigentes, na Fenatran 2011 catorze associadas já conquistaram o direito de usá-lo. São elas: Randon, Facchini, Fibrasil, Boreal, Pastre, Rodo Linea, Rodofort, Librelato, Planalto, MM, Kronorte, Truckvan, Universal Kit e Guerra. Atualmente outras oito empresas estão em processo de obtenção. O certificado inclui também em sua avaliação algumas normas oficiais ligadas à sustentabilidade, como licença do Ibama e demais órgãos ambientais, programa de descarte de resíduos entre outros itens. Petrobras garante A Petrobras garante que o diesel S50 estará disponível a partir de janeiro de 2012 inicialmente em mais de 900 postos de serviços Petrobras em todos os Estados. Entre 2005 e 2010 foram investidos R$ 16,6 bilhões para a produção do diesel de baixo teor de enxofre e entre 2011 e 2015 serão investidos mais R$ 21,8 bilhões com destino ao programa de qualidade do diesel. Junto com o novo diesel a estatal comercializará o Arla 32 com a marca Flua. A produção em escala comercial do Arla 32 teve início em outubro de 2011 com capacidade de 63 mil m³ e chegará a 200 mil m³ em outubro de O investimento ultrapassou R$ 105 milhões na unidade de produção em sua fábrica de fertilizantes em Camaçari, na Bahia. JANEIRO DE 2012 VIA ACAV 17

14 notas Cotas crescentes O Consórcio Nacional Volkswagen fechou setembro com cotas comercializadas, número 62% maior do que o registrado em No acumulado deste ano são cotas, crescimento de 56,5% em comparação ao mesmo período do ano passado, e 10% acima da média de mercado. A financeira atingiu 11,3% de participação de mercado, o maior nível dos últimos 12 meses. Em relação ao número de clientes ativos no mercado nacional de consórcios, a participação atingiu 8,9%. No mês de setembro, o mercado bateu recorde de clientes ativos, com Novas regras A ANP, Agência Nacional do Petróleo, publicou resolução com novas regras para garantir o abastecimento em todo o Brasil de diesel de baixo teor de enxofre (S10 e S50) a partir de janeiro de Entre as novas regras, os postos de combustíveis que tenham número de bicos abastecedores de diesel superior ao número de bicos do Ciclo Otto (gasolina e etanol) deverão ofertar diesel. A ANP também pode determinar a comercialização por revendedores em municípios que não ofereçam o combustível e, nesses casos, será concedido o prazo de 60 dias para a adequação. Noma em Tatuí A Noma do Brasil, que completará 45 anos em 2012, assinou contrato de aquisição de um terreno de 313 mil m² em Tatuí, Interior de São Paulo, onde construirá sua segunda fábrica. O investimento será de R$ 75 milhões e prevê 450 empregos diretos. A empresa pretende dobrar sua capacidade de produção para 1,3 mil unidades por mês e se tornar até 2015 a terceira maior fabricante de implementos rodoviários da América do Sul. Ritmo lento Segundo a Anfir, Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários, as vendas de implementos rodoviários seguem em ritmo lento. A análise dos dados até novembro de 2011, por segmento, revela que o Pesado (Reboque e Semirreboque) pode encerrar a ano com retração de 1% e Leve (Carroçaria sobre chassi) deve ser 8% positivo. A queda foi causada pela redução de acesso ao crédito de 100% da parte financiável para 70% e pelo redirecionamento da verba que normalmente seria utilizada para a aquisição de implementos rodoviários. As empresas optaram por comprar caminhões Euro 3 ao invés de renovarem ou expandirem sua base logística. A entidade crê que a recuperação da indústria poderá acontecer a partir do ano que vem. 18 F-Truck O piloto Felipe Giaffone, da equipe RM/Volkswagen, conquistou o campeonato brasileiro da temporada 2011 da Fórmula Truck. Foi o quarto título do paulista, sendo três nacionais (2007, 2009 e 2011) e um sulamericano. Para a equipe Volkswagen foi o quinto título de marcas: são quatro campeonatos brasileiros (2007, 2009, 2010 e 2011) e um sulamericano.

15 notas Diesel mineiro A rodovia BR 262, que corta o estado de Minas Gerais, tem o menor preço de óleo diesel do Brasil. Segundo levantamento do IPTC, Índice de Preços Ticket Car, os motoristas que trafegam por essas regiões pagam, em média, R$ 1,950 pelo litro do combustível, enquanto no estado do Mato Grosso, a BR 163 tem o maior valor do País, em média R$ 2,309 por litro. Vias restritas A Prefeitura de São Paulo publicou a Portaria nº 143/11, da Secretaria Municipal de Transportes, com as regras para a circulação de caminhões em vias importantes, como a Marginal Tietê. A CET espera, com a medida, melhorar a fluidez do trânsito em 20%. As multas, de R$ 85,13, começam em janeiro. Motorista regulamentado O Senado aprovou a emenda substitutiva para regulamentar a profissão do motorista, que agora deverá ser votada na Câmara dos Deputados no primeiro semestre de O substitutivo ao Projeto de Lei na Câmara 319/2010 visa à regulamentação da profissão do motorista, de sua jornada de trabalho e do tempo de direção. O texto estabelece a jornada de trabalho e proíbe motoristas profissionais de dirigirem por mais de quatro horas ininterruptas. Após esse período, deve haver intervalo mínimo de 30 minutos para descanso. Em situações excepcionais, contudo, fica permitida a prorrogação do tempo ao volante por até uma hora, para que o veículo chegue a um lugar que ofereça segurança para parar. Gestão de frete A Ticket lançou o Ticket Frete, com bandeira MasterCard, com o objetivo de facilitar o gerenciamento de pagamentos realizados aos motoristas autônomos que prestam serviços as transportadoras. A transportadora contrata o motorista autônomo e realiza o pagamento do serviço por meio do Ticket Frete, podendo, inclusive, programar as datas em que os créditos ficarão disponíveis no cartão. Desde o início da viagem, o cartão está habilitado a realizar saques, compras em postos, oficinas, borracharias, supermercados, farmácias, restaurantes, lojas e outros estabelecimentos credenciados MasterCard. Uma vez a carga entregue no ponto de destino, com a devida confirmação, é realizada a quitação do frete e liberação do restante do pagamento ao caminhoneiro. Exceções Os VUCs estão liberados para circular em qualquer horário, mas os caminhões estão proibidos de circular das 4h às 10h e das 16h às 22h, de segunda a sexta, nas vias estabelecidas. Exceções: veículos de urgência, socorro mecânico de emergência, cobertura jornalística, obras e serviços de emergência, correios, serviço emergencial de sinalização de trânsito, concretagem e concretagem- -bomba, remoção de terra em obras civis, coleta de lixo e transporte de valores. Veículos no acesso a estacionamento próprio, de transporte de produtos alimentícios perecíveis, de mudança e de feiras livres também entram nas exceções, mas precisam portar autorização especial. JANEIRO DE 2012 VIA ACAV 19