DIMENSÃO TEOLOGIA NA OBRA DE PAULO FREIRE. Resumo

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1 1 DIMENSÃO TEOLOGIA NA OBRA DE PAULO FREIRE Josinaldo Dantas Resumo O objetivo deste estudo é abordar a dimensão teológica na obra de Paulo Freire partindo do surgimento de obras teológicas que em tempos equivalentes contribuiu como formadora de opinião tanto para as comunidades de base quanto para intelectuais, como: Leonardo Boff e Gustavo Gutiérrez. Numa ligação estreita entre teologia e pedagogia Freire passa a ser utilizada na educação cristã, como forma de implantar esta nova pedagogia no processo evangelizador e com método libertador. Sendo assim o grande desafio apontado pelo próprio estudo é analisar a dimensão teológica na obra de Paulo Freire, observando a qualidade teológica presente na proposta freireana. Para tanto a preocupação de não cair na limitação de usar a teologia na pedagogia de Freire numa ótica de transmissão de doutrina, e sim num caráter transformador. O estudo buscou analisar no método freireano o surgimento do diálogo e da dialogia, como caminho de abertura para outras ciências em pró da libertação do homem. Enfim, o estudo teve como preocupação abordar a dimensão teológica na obra de Freire respeitando seu direcionamento aos oprimidos do mundo que carrega em seu interior o opressor que lhe tira sua autonomia e a liberdade; oprimidos estes que tem vários rostos pelo mundo inteiro. Palavras chaves: Diálogo e Dialogia.

2 2 O DIALOGO DA TEOLOGIA E PEDAGOGIA EM PRÓ DA DIALOGIA A chamada educação libertadora surge no Brasil como núcleo do raciocínio pedagógico de Paulo freire em época em que o país era uma sociedade de desigualdade, e dependência econômica; onde a consciência ainda ingênua e mitologizada eram comuns entre as populações em miséria, isto é, uma realidade típica de ex-colônia explorada. No mesmo período e realidade nasce á teologia da libertação, como reflexão critica da cruz e das cruzes do povo latino-americano. Freire por ser um intelectual da esquerda, vinculou a educação à luta e organização de classe do oprimido, tendo como finalidade da pedagogia libertadora a conscientização, num sentido não desumanizante. A racionalidade freireana torna fundamento num posicionamento ideológico, que é o enfrentamento contrario a ética mercadológica neo-liberal, tendo como base raízes humanistas. Para Freire prática educativa é pratica formadora, e tem natureza ética, e a postura neo-liberal é de maldade, cuja meta se resume no lucro (Freire 1996, p.16). Diante da visão das duas ciências ( teologia e a pedagogia) que deu inicio com a mesma perspectiva libertaria em uma realidade cultural de exploração, que caminho tomar para uma descoberta do dialogo? Tal caminho pode ser o do próprio ser humano como ser aberto ao dialogo. Numa visão própria de Paulo Freire onde o ser humano não educa outro, e sim nós nos educamos em comunhão, mostrando um processo que aponta a necessidade do individuo na sua educação pelo outro (educador). Mostrando a educação libertadora como aquela que não surge inteiramente do individuo, mas depende do agente externo. Da mesma forma a teologia ao falar do ser humano também o apresentará como ser de socialização de comunicação e de relações. L. Boff dirá: O ser humano sempre coexiste como um nó de relações; o eu se constitui a partir de um jogo de relações com outras alteridades profundas com quem entretém reciprocidade e complementariedade ( BOFF,1996. p. 247). Percebe-se que tanto na pedagogia de Freire como na teologia de Leonardo Boff a relação com o outro será pautada numa preocupação por expectativas com base nas suas realizações, de sermos pacientes ou impacientes junto aos outros, de termos considerações para com o outro ou de sermos indiferentes. Outro modo perceptivel de preocupação para com os outros tem como horizonte o ficar ao lado, acompanhando-o e até relembrando-o daquilo que lhe compete, ou seja, deixando que o outro assuma suas próprias responsabilidades.

3 3 Leonardo Boff na sua concepção antropológica vê o homem como ser determinado desde o seu nascimento até a sua situação de ser-no-mundo. O mundo que este homem vive já está decidido antes de sua chegada, porém com caminhos feitos e por fazer. Mas o que Boff enfatizará é a originalidade deste homem, que na sua condição de homem brotará a autodeterminação sobre a determinação que se encontra. É o que exprime o tema auto: força própria e por isso livre pela qual o homem coloca uma determinação nova (sobredeterminação) ou assume, rejeita, crítica a determinação na qual já está. Liberdade é poder auto-realizar a si mesmo dentro de sua determinação existencial, social e política. (BOFF, 2014, p.138) O homem é simultaneamente livre e cativo, sempre estará numa dialética entre a determinação existencial e sua autodeterminação; é senhor livre enquanto se liberta das conjunturas que o prendem, mas cativo enquanto fica preso a uma situação e mergulhado no mundo o qual convive. (BOFF, 2014, p.139). A teologia de Boff apresenta diante das prisões do mundo o homem-espírito como aquele que transcende a tudo o que advém. É impenetrável e por isso sacrossanto, é um sujeito que jamais poderá ser objetivado (BOFF, 2014, p.135). A pessoa enquanto relação consigo mesmo faz-se uma ideia de si, objetiva-se a si mesmo, porém não se identifica com nenhuma objetivação, isto porque está além das ações ou atos, é a própria transcendência do homem-espírito. Numa mesma ótica Freire aponta as consequências da cultura neo-liberal como aquela que retira a fé do homem, destruindo sua capacidade de fazer e rafazer, de criar e recriar; desmotivando sua vocação de ser mais. Para isto freire aponta proposta de libertação do homem para restaurar sua verdadeira vocação, apresentando assim um modelo bíblico teológico como ponto de partida: A fé, o amor e a esperança. A tríade como é conhecida na teologia ( fé, amor e esperança), assumida por Freire como proposta de libertação do homem, traz um diferencial das cartas paulinas. Enquanto Paulo enfatiza o amor como maior elemento na tríade, Freire o colocará no mesmo patamar da fé e da esperança. Ao tratar da fé no homem, Freire a abordará dentro do aspecto do a priori. Destacando-a como aquela que antecede toda ação relacional e dialogal do próprio homem. Ela não existe a partir da educação externa, mas algo que antecede todo diálogo. É a priori que deve ser respeitado no processo do dialogo. Isto porque ele antecede qualquer relação humana.

4 4 A fé nos homens é um dado a priori do diálogo. Por isto, existe antes mesmo de que ele se instale. O homem dialógico tem fé nos homens antes de encontrar-se frente a frente com eles. Esta contudo não é uma ingênua fé. O homem dialógico, que é critico, sabe que, se o poder de fazer, de criar, de transformar, é um poder dos homens, sabe também que podem eles, em situação concreta, alienados, ter este poder prejudicado. ( FREIRE,2005.p. 95). Para Freire o a priori antecede a toda relação dialógica na prática educativa. Mesmo sendo um aspecto usado pela teologia ganha um caráter pedagógico onde resgata a fé no ser humano. Para ele a todos foi concedida esta graça. Porem é necessário que cada ser humano deseje querer. E vivendo esta graça a fé do homem o faz viver socialmente e o coloca também num processo de aprendizagem continuo, no poder de ser co-criador. Quanto ao amor este dar ao sujeito a força de agir na transformação da realidade, libertando a humanidade. Ele é a base para um compromisso maior, e uma ação dialógica transformadora e libertadora. Sem ele não há construção da aprendizagem. O amor na tríade antropológica de Paulo Freire está acompanhado da esperança. Nela o amor acredita nas pessoas e o leva também para assumir o compromisso de transformar a realidade. Freire acredita que o sujeito já vem agradecido com a fé, o amor e a esperança formando a famosa tríade a priori. Num possível dialogo com Freire podemos apresentar Karl Rahner quando fala do homem que nasce livre e que carrega em si a infinitude. O homem é e continua sendo o ser de transcendência, ou seja, aquele ente ao qual a infinitude indisponível e silenciosa da realidade se apresenta continuamente como mistério. ( RAHNER,1989.p.50) Nesta relação perceptível da pedagogia de Freire e a teologia pode-se perceber que toda ação do homem passa pelo processo do amor. É a partir do amor que as ciências dialoga, e a visão antropológica do pedagogo não nega a visão de fé da teologia. Pois mesmo sendo a tríade fundamentos bíblicos/teológicos, em Freire ganha um caráter antropológico que possibilita a pedagogia critico libertaria a promover caminhos com valorização da participação do outro enquanto co-criador. Gerando o confiar na capacidade do outro enquanto transformador da realidade de morte a uma realidade de vida. A DIMENSÃO TEOLÓGICA NA OBRA DE PAULO FREIRE

5 5 Outra dimensão teológica presente na pedagogia de Freire é a palavra como criadora. Ele a aborda como algo que estar além de um meio para comunicar expressão, e sim como criadora, transformadora. Ela tem liberdade de expressão como ato novo na vida das estruturas sociais. A palavra em Freire é constituída em duas dimensões inseparáveis: ação e reflexão. Nela está a transformação do mundo e a reflexão da realidade. Seu pronunciamento deve estar ligado a ação e a existência no mundo, e a não transformação a sua inutilidade. É neste ponto de vista de Freire que podemos analisar a dimensão teológica. Analisando na bíblia o sentido da palavra no capitulo primeiro de Gênesis observamos o uso da palavra como via para criar, e dar sentido ao nada. Num dialogo entre Deus e o já existente ( o nada) a vida ganha um novo sentido. Com Freire em sua visão antropológica também a palavra tem o poder de criar, de refazer, de transformar. Isto porque o homem só se faz um ser de relação no dialogo, na palavra. Não dar pra ser existente no silêncio, mas na palavra. Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na açãoreflexão. ( FREIRE,2005.p. 90) Neste dialogo com certeza acontecerá a verdadeira transcendência do educador e do educando. E pensar a obra de Freire numa visão teológica é mergulhar também em um período histórico onde germinava na América Latina uma nova perspectiva teológica a partir do concilio do vaticano segundo, mas principalmente do fortalecimento da teologia da libertação. De um surgimento da filosofia da libertação que parte sua teoria da práxis; da vida real e que tem como objetivo ser instrumento de libertação. Fica obvio para Freire que ao escrever: Pedagogia do oprimido, pedagogia da esperança e pedagogia da autonomia, seu pensamento diante de sua realidade não poderá ficar fora da vida sofrida daquele povo o qual conhecia das periferias e do campo, mas deveria aparecer como uma consonância de libertação. Podemos ver também em Paulo Freire uma hermenêutica alimentada por uma filosofia vigente de seu período. É através do humanismo que Freire busca reorientar as energias do homem para devolvê-lo ao lugar de protagonista da historia, rejeitando toda forma de visões e de mundo que reduza e minimize a capacidade do ser a coisa. Ao olhar a fonte filosófica do teólogo Leonardo Boff, de uma hermenêutica que parte do olhar do ser real expresso pela palavra e interpretado pela escrita, onde busca trabalhar o cuidar como saída do grande de sentido de si. Percebe-se o mesmo caminhar de Freire nas suas obras por despertar o transcendental do ser a partir do mundo em que vive. É um

6 6 humanismo e existencialismo que ressoa nas obras de Freire em busca do valor do homem e da busca de sua libertação. O educando se reconhece conhecendo os objetos, descobrindo que é capaz de conhecer, assistindo à imersão dos significados em cujo processo s vai tornando também significador crítico. Mais do que ser educando por causa de uma razão qualquer, o educando precisa torna-se educando assumindo-se como sujeito cognoscente e não como incidência do discurso do educador. (FREIRE,2008.p.47). Leonardo Boff no prefacio da obra Pedagogia da esperança refletirá algo muito importante a respeito da visão de Freire. A esperança nasce do coração mesmo da pedagogia que tem o oprimido como sujeito. Pois ela implica uma denuncia das injustiças sociais e das opressões que se perpetuam ao longo da historia. Ao mesmo tempo anuncia a capacidade humana de desfatalizar esta situação perversa e construir um futuro eticamente mais justo, politicamente mais democrático, esteticamente mais radiante e espiritualmente mais humanizador ( FREIRE,2008.p.8). Fica claro que Freire na sua vida religiosa culturalmente nordestina absorveu uma visão teológica da relação homem/deus e criação. E por outras vias traduziu sua concepção a uma visão antropológica. Ao tratar do esforço humano de buscar pela consciência, a libertação tem um valor transcendente. Ao falar do homem como co-criador, como aquele que tem o papel de dar continuidade a criação, Freire dirá que só é possível pelo superar da alienação( do pecado), e da busca incessante da libertação; da humanização. Freire: A primeira condição para saber ouvir e efetivamente pôr em prática a palavra de Deus é, na minha opinião, estar genuinamente dispostos a se comprometer no processo de libertação do homem; a palavra de Deus me convida, em ultima analise, a re-criar o mundo, não para a dominação dos irmãos, mas para a libertação; os homens devem se transformar-se em sujeitos de sua salvação e libertação( FREIRE, 1979.p.90). A partir desta visão podemos ver três antagonismos que nos leva a chamar de chaves de interpretação da influencia religiosa na vida e na obra de Freire: primeiro a opressão/libertação; segundo a esperança/consciência e terceiro a denuncia/anuncio. Porem a sua base teológica deve ser vista sempre numa ótica antropológica onde o homem para transcender é necessário a aproximação com o mundo. É neste antagonismo interpretado nas obras de Paulo Freire que também encontramos qualidades teológicas na pedagogia deste pensador, hora pedagogo, hora defensor da libertação dos oprimidos, mas principalmente do seu ideal que é fazer do homem escravizado

7 7 a um homem que sonha e realiza seus ideais. Tais qualidades são identificados nos aspectos do a priori, do poder da palavra e da comunhão do homem na busca por libertação. No aspecto do a priori as qualidades teológicas está relacionadas a fé como algo que antecede a relação e o dialogo; o poder da palavra por ser ela além de um meio de comunicar um ato criador, gerador de novas reflexões, e a comunhão como processo de libertação dos homens na busca de ser-mais. Ao abordar o a priori em Freire percebe-se a presença bíblica teológica em sua tríade antropológica em que ele apresenta o ser humano como aquele que se relaciona e busca. Para Freire é a fé, a esperança e o amor que motiva o homem a abertura para o novo. Porem é na fé que o homem encontra o motor gerador do confiar, do acreditar no diferente como aquele que pode participar de seus projetos. Se a fé nos homens é um dado a priori do diálogo, a confiança se instaura com ele. A confiança vai fazendo os sujeitos dialógicos cada vez mais companheiros na pronuncia do mundo. (FREIRE,2005.p. 94) A fé aqui é uma graça concedida que cada um de nós seja educador ou educando, pobre ou rico, analfabeto ou letrado traz consigo como potencial para uma relação dialógica permanente que ajudará na prática educativa em qualquer área ou lugar. Nesta visão de Freire podemos relacionar ao texto bíblico de Mateus: capitulo 5, versus 45; Assim vocês se tornarão filhos do Pai que está no céu, porque ele faz o sol nascer sobre maus e bons, e a chuva cair sobre justos e injustos. ( ED. PASTORAL,1990). Dentro desta visão da fé como graça concedida a todos, observa-se outra grande qualidade teológica na obra de Freire, a comunhão. Ela que para o pedagogo, representa a força da coletividade em pró da libertação de todos. Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: Os homens se libertam em comunhão. ( FREIRE,2005.p. 58). Ao observar o processo da comunhão em Freire identificamos uma forte característica das primeiras comunidades cristãs ao tratar da vida fraterna At, 2,42-46.( ED. PASTORAL). É no processo de comunhão que Freire acredita ser o espaço de libertação coletiva. Só na comunhão que os oprimidos encontra força e solução para sair dos cativeiros. Da mesma forma também o opressor se ver enfraquecido diante da unidade gerada pela comunhão do oprimido. Somente quando os oprimidos descobrem, nitidamente, o opressor, e se engajam na luta organizada por sua libertação, começam a crer em si mesmos, superando assim, sua convivência com o regime opressor. ( FREIRE, 2005.p.58)

8 8 A comunhão renova e faz da luta pela libertação o processo de descoberta da verdadeira vocação ontológica do homem a de ser mais. É o homem que se encontra na historia assumindo verdadeiramente a sua realidade e sua liberdade. Processo que acontece principalmente no diálogo critico e reflexivo do próprio oprimido, onde o acreditar no seu potencial deve ser primordial para a verdadeira libertação. Ao observar estes processos pedagógicos na obra de Freire é perceptível a dimensão teológica presente no percurso direcionado a libertação do homem. Ao contemplar a dimensão da fé, da esperança e do amor em seguida do poder da palavra e da comunhão em pró libertação logo sentimos a relação forte com a teologia cristã. 1. CONCLUSÃO Freire marca toda uma pedagogia não só do reduto escolar, mas de movimentos populares, eclesiais e acadêmicos. Falar de Freire é falar de um místico que acreditava em uma utopia que poderia se realizar ( Topia). Que acreditava principalmente no homem no humano como percussor da libertação. Numa verdadeira preocupação da humanização do homem, Freire percorreu caminhos diversos mas tomou como base a fé, porque nela o homem se abre ao outro, ao diferente; a esperança porque nela o homem sonha, e no amor porque o homem concretiza sua luta se doando em pró da libertação. Enfim, Freire ao buscar um método que liberte a consciência critica do oprimido apresenta caminhos largos para um forte dialogo com a teologia, seja ele na tríade( fé, esperança e amor); ou na comunhão para libertação. Como também na fé como forma de transcendência do próprio homem. Mas do que nunca precisamos aplicar e viver mais os sonhos de Freire na vida nossa de cada dia. 2. REFERÊNCIAS

9 9 BIBLIA, Sagrada. Edição Pastoral. Ed. Paulus. São Paulo BOFF, Leonardo. Ecologia: Grito da Terra, Grito dos Pobres. 2ª edição. Editora Ática. São Paulo Leonardo. Teologia do Cativeiro e da Libertação. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à pratica educativa. São Paulo: Ed. Paz e Terra, Pedagogia do oprimido. 48ª Impressão. Rio de Janeiro, Paz e Terra Terceiro Mundo e Teologia: Carta a um jovem teólogo. Consciência e historia: A práxis educativa de Paulo Freire. São Paulo: Ed. Loyola Pedagogia da Esperança: Um reencontro com a pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Ed. Paz e Terra, RAHNER, Karl. Curso Fundamental da Fé. Introdução ao conceito de cristianismo. Ed. Paulus. São Paulo. 4ª edição. 2008