SUMÁRIO. Introdução Objetivos...2. Recomendações Equipe Técnica Bibliografia... 61

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2 SUMÁRIO Introdução... 1 Objetivos...2 SUBPROJETO 1: APONTAMENTO DA PESCA NO RIO SÃO FRANCISCO...4 METODOLOGIA... 5 RESULTADOS... 9 Pesca Profissional... 9 Pesca Amadora Captura por unidade de esforço A pesca do barco da Colônia de Pescadores de Pirapora DISCUSSÃO Causas do colapso pesqueiro Alternativas para restauração da pesca Repovoamento Normalização Melhoria do hábitat: passagens de peixes Melhoria do hábitat: manejo hidrológico SUBPROJETO 2: REPOVOAMENTO DE LAGO URBANO...49 METODOLOGIA LAUDO DE ANÁLISE BACTERIOLÓGICA SUBPROJETO 3: EXTENSÃO PESQUEIRA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL...52 METODOLOGIA PEIXAMENTOS: UMA CONTROVERTIDA ESTRATÉGIA PARA RECUPERAÇÃO DOS AMBIENTES AQUÁTICOS.. 53 Recomendações Equipe Técnica Bibliografia... 61

3 INTRODUÇÃO O rio São Francisco foi, historicamente, uma das principais fontes brasileiras de pescado. Sua importância está registrada em muitas publicações, grande parte das quais estão catalogadas em Menezes (1973). A produção pesqueira do São Francisco era suficiente para sua população ribeirinha e para atender ao mercado de outras regiões do Brasil. Não existem estatísticas atualizadas da pesca para o rio São Francisco e, além disto, os registros existentes não são consistentes. Baseando-se em estatística efetuada em 29 municípios ribeirinhos, Menezes (1956) estimou a produção de pescado entre e t.ano -1 para 1951 e Cerca de pescadores profissionais atuavam no São Francisco em com produção de t.ano -1 (SUDEPE/CODEVASF 1980). Segundo PLANVASF (1989), pescadores trabalhavam no vale do São Francisco em 1985 quando a produção de pescado foi estimada em t.ano -1. De qualquer forma, a pesca no São Francisco certamente foi uma das importantes fontes geradoras de recursos para sua população ribeirinha. Além da pesca comercial, provavelmente milhares de pescadores desportivos dirigiam-se anualmente às suas margens. Centenas de estabelecimentos comerciais como hotéis, restaurantes, clubes de pesca, peixarias e lojas situados às margens do rio tinham na pesca fonte principal ou secundária de recursos. A receita gerada pela pesca pode ter atingido a casa das dezenas ou mesmo centena de milhões de reais anuais. Além disto tudo, o rio fornecia proteína animal para milhares de ribeirinhos. 1

4 Dados circunstanciais indicam que a produção pesqueira no rio São Francisco a jusante de Três Marias vem diminuindo drasticamente nas últimas décadas. Há 10 anos, cerca de pescadores profissionais encontravam-se associados às colônias de pescadores no trecho mineiro do São Francisco. Nesta época, apenas 1/3 deles exercia exclusivamente a atividade, pois esta não era mais capaz de "propiciar condições mínimas para seu sustento" (Miranda et alii 1988). Muitos dos centenas de milhares de pescadores amadores do estado que freqüentavam o São Francisco hoje deslocam-se para pesqueiros mais longínquos e dispendiosos. O colapso pesqueiro é voz corrente entre os ribeirinhos, e manchetes sobre o problema são freqüentes em jornais. Em conseqüência da redução dos peixes, algumas espécies importantes da pesca, como o surubim, dourado, pirá e matrinchã foram incluídos na lista das espécies presumivelmente ameaçadas de extinção em Minas Gerais (Lins et alii 1997). OBJETIVOS Cientes do grave problema da redução da pesca, o Instituto Estadual de Florestas em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais implementaram programa de pesquisa para geração e divulgação de informações básicas e aplicadas sobre a restauração e conservação dos recursos pesqueiros de Minas Gerais. A execução do programa foi dividida em três subprojetos: i) APONTAMENTO DA PESCA NO RIO SÃO FRANCISCO com objetivo de implementar sistema de apontamento das pescas profissional e amadora para quantificar o desembarque pesqueiro em três localidades do trecho mineiro do rio São Francisco a jusante da barragem de Três Marias; 2

5 ii) REPOVOAMENTO DE LAGO URBANO com objetivo de avaliar a qualidade sanitária do pescado da lagoa da Pampulha e; iii) EXTENSÃO PESQUEIRA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL com objetivo de preparação material de conscientização pública sobre a pesca e a conservação do meio ambiente e dos estoques pesqueiros. 3

6 SUBPROJETO 1: APONTAMENTO DA PESCA NO RIO SÃO FRANCISCO 4

7 METODOLOGIA O apontamento da pesca no rio São Francisco foi realizado para as modalidades profissional e amadora. A pesca profissional foi apontada em três localidades (Três Marias, Buritizeiro/Pirapora e Januária) e a amadora em duas (Três Marias e Ibiaí) (Figura 1). Para cada localidade, foi contratada uma pessoa da comunidade local para a coleta dos dados. Em todas as localidades e modalidades de pesca foram obtidos os seguintes dados do desembarque: data, nome do(s) pescador(es), etnoespécie (nome comum do peixe), número de exemplares capturados e biomassa em kg. Para a pesca em Buritizeiro/Pirapora os peixes capturados foram identificados até o nível de espécie segundo Britski et alii (1986). Em Três Marias, o apontamento da pesca profissional foi realizado de abril de 1999 a maio de 2000 no ponto de desembarque localizado à margem direita do rio a cerca de 30 metros a jusante da ponte da BR-040. O apontamento foi realizado pela senhorita Luciene Antônio dos Santos. Em Buritizeiro/Pirapora, o apontamento da pesca profissional foi realizado para duas estratégias de pesca: a das corredeiras de Buritizeiro e a do barco Safra Aley da Colônia de Pescadores Z1 de Pirapora (Figuras 2 e 3). A pesca das corredeiras foi apontada em pesqueiro tradicional localizado à frente da sede do município normalmente de segunda a sexta-feira durante duas semanas por mês de janeiro a dezembro de A pesca do barco Safra Aley foi apontada, de março a novembro de 1999, durante três a cinco dias consecutivos por mês. O barco Safra Aley, com capacidade para até 3 duplas de pescadores, descia o rio São Francisco a partir de 5

8 Pirapora, parando nos pesqueiros durante o trajeto. Para ambas estratégias, o apontamento foi realizado pelo biól. Marcelo Fulgêncio Guedes de Brito. Figura 1. Mapa da bacia do rio São Francisco com a indicação de três localidades (Três Marias, Pirapora e Januária) de apontamento da pesca. 6

9 Em Januária, o apontamento também foi realizado para duas estratégias de pesca comumente utilizadas pelos pescadores locais. A primeira, praticada no rio em frente à sede do município, caracteriza-se pelo retorno diário dos pescadores às suas residências. A comercialização da produção é também diária e ocorre logo após o término da pescaria. Figura 2. Vista aérea das cidades de Buritizeiro (primeiro plano) e Pirapora (segundo plano) com indicação (círculo amarelo) do sítio de pesca apontado. A segunda estratégia de pesca é praticada nas proximidades de Januária. Nessa, os pescadores permanecem acampados durante determinado período. O pescado é mantido vivo, engaiolado ou amarrado. O produto da pesca é comercializado quando do retorno dos pescadores às suas residências. Em razão do peixe ser mantido vivo, a biomassa do pescado teve que ser estimada. O apontamento das duas estratégias de pesca em Januária foi realizado pelo Sr. Adalberto Leite dos Santos, ex-presidente e extesoureiro da colônia de pescadores local. 7

10 Figura 3. Barco Safra Aley da Colônia de Pescadores Z1 de Pirapora. Em Três Marias, a pesca amadora foi apontada pela mesma pessoa, durante o mesmo período e no mesmo local de desembarque da pesca profissional. O dados foram coligidos junto aos pescadores amadores clientes do serviço de aluguel de barcos do senhor Norberto Antônio dos Santos. A pesca amadora na localidade de Ibiaí, distante cerca de 90 km a jusante de Pirapora, foi apontada de março de 1999 a abril de 2000, exceto nos meses de novembro a janeiro, junto aos sócios do Clube de Pesca Tangará pelo Sr Jair, funcionário do clube. Para cada localidade e modalidade de pesca, foi determinada a captura por unidade de esforço (CPUE) que representa a quantidade de quilos capturada por pescador por dia. A unidade de medida da CPUE foi expressa em kg.pescador -1.dia -1. Para o cálculo da CPUE, a biomassa (total de quilos de peixes) capturada em cada mês foi dividida pelo esforço de pesca do mês. Para se determinar o esforço de pesca do mês, somou-se o número de dias de pesca de cada pescador, independentemente da 8

11 duração da pesca. Para o Clube de Pesca Tangará, considerou como esforço de pesca o número de dias em que o sócio ficou hospedado no clube, e para a pesca nos acampamentos de Januária, o número de dias acampado. RESULTADOS Pesca Profissional A relação das espécies, do número de indivíduos e da biomassa capturadas pela pesca profissional por localidade estão apresentadas na Tabela 1 e nas Figuras 4 a 6. No apontamento da pesca em Três Marias foram registrados kg de peixes, totalizando peixes pertencentes à, pelo menos, 15 espécies. O peixe mais capturado em biomassa foi o dourado com 864 kg (37,9% do total) seguindo do curimbatá (668 kg, 29,3%) e surubim (490 kg, 21,5%). Em conjunto, essas três espécies totalizaram 88,8% de toda a biomassa capturada. Numericamente, curimbatá (822 indivíduos e 56,0% do total) e dourado (269, 18,3%) foram os mais capturados em Três Marias. As demais espécies representaram menos de 7% cada. Quarenta e oito surubins, 3,3% do total, foram registrados nessa localidade. O apontamento em Buritizeiro registrou a captura de kg de peixes e indivíduos, pertencentes à 22 espécies. A maior parte da biomassa capturada pertencia a quatro espécies: curimbatá-pacu (998 kg e 42,4% do total), surubim (340 kg, 14,4%), dourado (210 kg, 8,9%) e pirá (196 kg, 8,3%). Em número de indivíduos, a espécie mais capturada foi o curimbatá-pacu com indivíduos (53,2% do total), seguido do pirá (298, 14,3%) e matrinchã (134, 6,4%). Dourado foi a quarta espécie mais capturada (79, 3,8%) e o surubim, a sexta (66, 3,2%). 9

12 Tabela 1. Lista das espécies de peixes capturadas pelas pescas profissional e amadora (TM = Três Marias, B = Buritizeiro, J = Januária, SA = barco Safra Aley e T = Tangará). Nome comum (nome científico)* Profissional Amadora TM B J SA TM T Bagre (Rhamdia spp.) Cascudo (a) (Hypostomus spp.) Cascudo (b) (Pterygoplichthyes etentaculatus) Cascudo-preto (Rhineleps aspera) Curimbatá (Prochilodus marggravii e P. affinis) Curimbatá-pacu (Prochilodus marggravii) Curimbatá-pioa (Prochilodus affinis) Curvina (Pachyurus spp.) Curvina (a) (Pachyurus francisci) Curvina (b) (Pachyurus squamipinnis) Dourado (Salminus brasiliensis) Mandi (Bergiaria westermani) Mandi (Pimelodus spp.) Mandi-amarelo (Pimelodus maculatus) Mandi-branco (Pimelodus sp.) Matrinchã (Brycon lundi) Pacamã (Lophiosilurus alexandri) Pacu (Myleus micans e Piaractus mesopotamicus) Pacu (Myleus micans) Pacu-caranha (Piaractus mesopotamicus) Peixe-sapo (Pseudopimelodus fowleri) Piaba (Tetragonopterinae) Piaba-facão (Triportheus guentheri) Piau (Anostomidae) Piau-canudo (Schizodon knerii) Piau-jejo (Leporinus taeniatus) Piau-rola (Leporellus vittatus) Piau-três-pintas (Leporinus reinhardti) Piau-verdadeiro (Leporinus elongatus) Pirá (Conorhynchus conirostris) Pirambeba (Serrasalmus brandti) Piranha (Pygocentrus piraya) Sarapó (Eigenmannia virescens) Sarapó (Gymnotoidei) Serrudo (Franciscodoras marmoratus) Surubim (Pseudoplatystoma coruscans) Tabarana (Salminus hilarii) Traíra (Hoplias malabaricus e H. cf. lacerdae) Trairão (Hoplias cf. lacerdae) Número de espécies * De acordo com Britski, H.A. et alii (1986). 10

13 Espécie Dourado Curimatá Surubim Matrinchã Mandi Pirá Piranha Pacu Curvina Cascudo Traíra Piau Pacamã Sarapó Três Marias Miscelânea Espécie Biomassa (kg) Curimatá Dourado Mandi Matrinchã Surubim Pirá Pacu Curvina Cascudo Piranha Piau Traíra Pacamã Sarapó Três Marias Miscelânea Número de indivíduos Figura 4. Biomassa e número de indivíduos capturados pela pesca profissional na localidade de Três Marias no período de abril de 1999 a março de

14 Espécie Curimatá-pacu Surubim Dourado Pirá Matrinchã Curimatá-pioa Curvina Piranha Tabarana Piau-verdadeiro Mandi-amarelo Pacamã Cascudo (a) Pacu Mandi-branco Piau-canudo Piau-rola Mandi Peixe-sapo Piau-jejo Buritizeiro Sarapó Miscelânea Espécie Biomassa (kg) Curimatá-pacu Pirá Matrinchã Dourado Curimatá-pioa Surubim Curvina Mandi-amarelo Mandi-branco Piau-verdadeiro Piranha Tabarana Mandi Pacu Cascudo (a) Piau-jejo Piau-rola Piau-canudo Pacamã Peixe-sapo Buritizeiro Sarapó Miscelânea Número de indivíduos Figura 5. Biomassa e número de indivíduos capturados pela pesca profissional na localidade de Buritizeiro no período de janeiro a dezembro de

15 Em Januária, o apontamento da pesca registrou a captura de kg e indivíduos de, pelo menos, 16 espécies. Curimatá foi a espécies mais apanhada com 60,3% da biomassa total. Quatro outras espécies (mandi, surubim, pirá e dourado) em conjunto perfizeram mais 36,3% do total capturado. Cada uma das demais espécies contribuiu com menos de 1,1% do total. Em número de indivíduos, a pesca em Januária concentrou-se no mandi (52,3% do total) e no curimbatá (38,9%). As demais espécies contribuíram com menos de 3,2% cada. Foram capturados 189 dourados e 181 surubins. Pesca Amadora A relação das espécies, do número de indivíduos e da biomassa capturadas pela pesca profissional por localidade estão apresentadas na Tabela 1 e nas Figuras 7 e 8. Na pesca amadora em Três Marias, foi registrada a captura de 768 kg de peixes e 480 indivíduos pertencentes à, pelo menos, 19 espécies. A maior contribuição na biomassa capturada foi a do dourado com 76% do total, muito superior as das demais espécies. Mandi, surubim e curimbatá são as espécies que vêm em seguida, cada uma com menos de 7% da biomassa capturada. Numericamente, dourado e mandi perfizeram, em conjunto, 75% do total capturado. Cinco espécies (curimbatá, matrinchã, piranha, curvina e pacu) vêm em seguida com menos de 26 indivíduos capturados cada. Na pesca amadora do Tangará, foram registrados kg de peixes e indivíduos pertencentes à, pelo menos, 18 espécies. Várias espécies tiveram participação expressiva nessa pesca. A mais capturada, com 21% da biomassa total, foi o dourado. Mandi, surubim e piau foram também apanhados em quantidades expressivas, cada um contribuindo entre 14 e 17% da biomassa. Em número de indivíduos, o mandi destaca-se na pesca amadora do Tangará com 45% do total capturado. As demais espécies contribuíram com menos de 12% cada. 13

16 Espécie Curimatá Mandi Surubim Pirá Dourado Piau Pacamã Piranha Pacu Serrudo Matrinchã Curvina Piranha Traíra Espécie Mandi Curimatá Pirá Dourado Surubim Serrudo Piau Piranha Pacamã Pacu Matrinchã Curvina Traíra Piranha Biomassa (kg) Januária Número de indivíduos Januária Figura 6. Biomassa e número de indivíduos capturados pela pesca profissional na localidade de Januária no período de abril de 1999 a março de

17 Espécie Dourado Mandi Surubim Curimatá Piranha Matrinchã Curvina Pacu Pirá Traíra Cascudo Sarapó Bagre Piau Pacamã Pirambeba Piaba Três Marias Miscelânea Biomassa (kg) Espécie Dourado Mandi Curimatá Matrinchã Piranha Curvina Pacu Pirambeba Surubim Traíra Pirá Sarapó Bagre Cascudo Pacamã Piaba Piau Três Marias Miscelânea Número de indivíduos Figura 7. Biomassa e número de indivíduos capturados pela pesca amadora na localidade de Três Marias no período de abril de 1999 a março de

18 Espécie Dourado Mandi Surubim Piau Curvina Piranha Matrinchã Pirá Pacu-caranha Curimatá Traíra Serrudo Pacamã Pacu Bagre Tangará Piaba Biomassa (kg) Espécie Mandi Piau Piaba Curvina Matrinchã Serrudo Piranha Dourado Surubim Curimatá Pirá Pacu Traíra Pacamã Bagre Tangará Pacu-caranha Número de indivíduos Figura 8. Biomassa e número de indivíduos capturados pela pesca amadora no Clube de Pesca Tangará, município de Ibiaí, no período de março de 1999 a abril de

19 Captura por unidade de esforço A captura por unidade de esforço, cuja sigla é CPUE, representa a quantidade de quilos capturada por pescador por cada dia de pesca. Os valores médios da CPUE para cada localidade e modalidade de pesca encontram-se na Figura 9. Para a pesca profissional os valores médios obtidos variaram de 3 a 5 kg de peixes por pescador por dia de pesca, exceto para os acampamentos da localidade de Januária cuja a CPUE foi pouco inferior a 3 kg. A CPUE da pesca amadora foi de 1,9 para a localidade de Três Marias e 1,0 para o Tangará. A CPUE mensal para cada localidade monitorada está representada na Figura 10. Nota-se que a CPUE apresentou variações mensais e que nenhum padrão aparente ocorreu. O menor valor obtido foi de 0,5 kg para o mês de março de 2000 na localidade de Januária enquanto que o maior foi de 10,0 kg no mês de outubro de 1999 na localidade de Três Marias. 12 CPUE Três Marias Buritizeiro Januária A Januária B Três Marias Tangará Localidade Figura 9. Amplitude, média e desvio padrão da CPUE (kg.pescador -1.dia -1 ) mensal para as pescas profissional (azul) e amadora (vermelha) no rio São Francisco (Januária A = praia de Januária e Januária B = acampamentos de Januária). 17

20 12 CPUE Três Marias 4 CPUE Três Marias 9 Buritizeiro Januária A Januária B Mês/Ano 3 Tangará Mês/Ano Figura 10. Média mensal da CPUE (captura por unidade de esforço em quilos por pescador por dia) da pesca profissional (gráfico superior) e amadora (gráfico inferior) em diferentes localidades do rio São Francisco. 18

21 A pesca do barco da Colônia de Pescadores de Pirapora A relação das espécies, do número de indivíduos e da biomassa capturadas pela pesca no barco Safra Aley estão apresentadas na Tabela 1 e na Figura 11. Na pesca do barco Safra Aley foram apanhados 531 kg de peixes e 317 indivíduos, pertencentes à 24 espécies. Quatro espécies foram responsáveis por 82,6% da biomassa capturada. Curimbatá-pacu, com 165 kg e 31% do total, foi o mais capturado seguido do surubim (141 kg, 26,5%), dourado (73 kg, 13,7%) e pirá (60 kg, 11,3%) Essas quatro espécies foram também as mais capturadas em número de indivíduos. Curimbatá, com 101 exemplares e 31,9% do total, pirá (33, 10,4%), surubim (32, 10,1%) e dourado (25 e 7,9%) perfizeram 60,3% do total capturado. A CPUE para cada mês monitorado do barco Safra Aley está representada na Figura 12. Na mesma figura está também representada a CPUE obtida durante estudo semelhante conduzido no barco Andradina do Rio no ano de 1987 por Godinho et alii (1997). O barco Andradina do Rio pertencia à Colônia de Pescadores de Pirapora e foi desativado há alguns anos atrás, tendo sido substituído pelo Safra Aley. As CPUEs obtidas para o Safra Aley variaram de 0,6 kg no mês de maio de 1999 a 12,7 kg no mês de novembro. Para todos os meses, exceto novembro, as CPUEs de 1999 foram nitidamente menores do que aquelas obtidas em A média da CPUE mensal obtida no presente estudo foi de 3,1 kg. Isso representa apenas 26% da CPUE obtida em 1987 que foi de 11,7 kg. A Figura 12 também compara a biomassa capturada por espécie em 1999 pelo Safra Aley com a capturada em 1987 pelo barco Andradina do Rio no estudo conduzido por Godinho et alii (1997). Destaca-se a expressiva redução verificada na captura do surubim. Em 1987 ela foi de kg enquanto que em 1999, de apenas 141 kg. Para as 19

22 outras espécies, como o curimbatá e o dourado, houve ligeiro aumento na biomassa capturada. A Figura 13 compara a quantidade e tamanho dos surubins fêmeas e machos capturados em 1999 pelo barco Safra Aley com aqueles apanhados em 1987 pelo barco Andradina do Rio (dados pessoais). Em 1999 foram capturadas 3 fêmeas e 28 machos enquanto que em 1987, 62 fêmeas e 90 machos. Em 1999, além da captura de número muito inferior de surubins, esses foram de tamanho menores comparados aos capturados em

23 Espécie Curimatá-pacu Surubim Dourado Pirá Piranha Curimatá-pioa Cascudo-preto Pacamã Matrinchã Piau verdadeiro Curvina (b) Tabarana Serrudo Curvina (a) Trairão Cascudo (a) Mandi-branco Mandi-amarelo Peixe-sapo Cascudo (b) Pacu Pacamã Piau-três-pintas Barco Safra Aley Piau-jejo Piaba-facão Biomassa (kg) Espécie Curimatá-pacu Pirá Surubim Dourado Curimatá-pioa Piranha Mandi-branco Curvina (b) Cascudo-preto Serrudo Matrinchã Curvina (a) Piau-três-pintas Pacamã Piau verdadeiro Tabarana Mandi-amarelo Trairão Piau-jejo Cascudo (a) Pacamã Cascudo (b) Peixe-sapo Barco Safra Aley Pacu Piaba-facão Número de indivíduos Figura 11. Biomassa e número de indivíduos capturados pela pesca profissional no barco Safra Aley no período de março a novembro de

24 16 CPUE 12 Andradina do Rio (1987) Safra Aley (1999) Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Mês Espécie Curimatá Surubim Dourado Pirá Piranha Cascudo-preto Pacamã Matrinchã Piau-verdadeiro Trairão Cascudo (a) Cascudo (b) Outras 2000 Andradina do Rio (1987) Safra Aley (1999) Biomassa (kg) Biomassa (kg) Figura 12. Média mensal da CPUE (captura por unidade de esforço em quilos por pescador por dia) (gráfico superior) e biomassa capturada por espécie (gráfico inferior) no rio São Francisco pelos barcos Andradina do Rio em 1987 e Safra Aley em

25 60 N Fêmeas (1999) 45 Fêmeas (1987) Classe de comprimento total (cm) 60 N Machos (1999) 45 Machos (1987) Classe de comprimento total (cm) Figura 13. Número de surubins (N) capturados por classe de comprimento total no rio São Francisco pelos barcos Andradina do Rio em 1987 e Safra Aley em

26 DISCUSSÃO Embora o rio São Francisco seja o principal sítio pesqueiro de Minas Gerais, muito poucos estudos foram conduzidos sobre sua produção pesqueira. Sato e Osório (1988) obtiveram na Colônia de Pescadores de Três Marias, com atravessadores de peixes e pescadores profissionais, além de trabalho de campo, dados que os permitiram determinar que, em 1986, (i) cada pescador capturava cerca de 11,1 kg de peixes por dia de pesca e (ii) as espécies mais capturadas eram curimatás (Prochilodus marggravii e P. affinis), dourado e surubim. O estudo mais detalhado sobre o rendimento pesqueiro no São Francisco foi realizado em 1987 por Godinho et alii (1997) que acompanharam e quantificaram durante uma semana por mês de julho a dezembro, exceto setembro, a atividade pesqueira do barco Andradina do Rio pertencente à Colônia de Pesca Z-1 de Pirapora. Esse estudo revelou que que cada pescador capturava 11,7 quilos de peixes por dia e que o surubim representava quase 90% da biomassa total capturada. Os dados de captura obtidos no presente estudo comparados com os de Godinho et alii (1997) indicam que houve acentuada queda no rendimento da pesca entre os anos de 1987 e Esta afirmativa é válida quando comparado o rendimento atual com aquele obtido por Godinho et alii (1997) já que a metodologia empregada no apontamento da pesca foi o mesmo em ambos os estudos. Sato & Osório (1988) obtiveram rendimento da pesca semelhante ao obtido por Godinho et alii e também muito superiores aos obtidos no presente estudo (4 kg.pescador -1.dia -1 ) para a região de Três Marias. Devido às diferenças metodológicas utilizadas na estimativa do rendimento pesqueiro entre o presente estudo e aquele conduzido em 1986 na região de 24

27 Três Marias, é mais cauteloso afirmar apenas que queda na produção também pode ter ocorrido nessa área. Além da redução do rendimento da pesca, outros fatos chamam a atenção quando comparados os dados da pesca do barco da colônia de pesca de Pirapora entre 1987 e A sensível redução da quantidade e do tamanho dos surubins capturados e o aumento da distância da viagem realizada pelos barcos. Em 1987, o barco da colônia descia até a cidade de Ibiaí, distante 89 km de Pirapora (Godinho et alii 1997). Em 1999, das nove saídas monitoradas, em quatro delas o barco ele desceu até a foz do rio Paracatu (~150 km a jusante de Pirapora) e em duas, até a região de São Romão e foz do Urucuia (~ 200 km a jusante). A redução da quantidade e tamanho dos peixes capturados e o aumento da distância de viagem são conseqüências típicas da redução dos estoques pesqueiros. O rendimento da pesca nas corredeiras de Buritizeiro sugere que sua ilegalidade pode ser revista. A Portaria n o 92, de 6/11/1995, que estabelece as normas para o exercício da pesca na bacia hidrográfica do rio São Francisco, proíbe, no seu artigo 7 o, a pesca profissional e amadora a menos de 200 metros a montante e a jusante de cachoeiras e corredeiras. A premissa dessa proibição baseia-se na concepção que a pesca em corredeiras e cachoeiras é mais produtiva devido à dificuldade que os peixes têm de ultrapassar esses trechos. O rendimento da pesca nas corredeiras de Buritizeiro comparado com o rendimento da pesca profissional das outras localidades apontadas indica que a premissa, nesse caso e para o período analisado, não é verdadeira. Para a legalização da pesca nas corredeiras de Buritizeiro é necessário considerar suas particularidades. Essa pesca é tradicional, praticada por um número limitado de pescadores e que tem regras próprias relativas à permissão para se pescar no local. A 25

28 legalização da pesca nas corredeiras de Buritizeiro necessita levar essas peculiaridades em consideração para evitar que a estrutura social em vigor seja rompida. Causas do colapso pesqueiro A queda da produção pesqueira está associada a ações antrópicas e naturais. Entre as causas antrópicas, as mais freqüentemente citadas são o desmatamento, a poluição, o assoreamento, o barramento e a sobrepesca. Entre as causas naturais, estão os fatores climáticos que severamente comprometem a sobrevivência da prole. A falta de apontamento do desembarque pesqueiro no rio São Francisco e, consequentemente, de série histórica sobre o rendimento da pesca impede determinar exatamente qual é a principal causa do colapso pesqueiro. Com bases em evidências circunstanciais, serão discutidas qual ou quais poderiam ser as principais causas. Todas as ações antrópicas citadas anteriormente podem estar contribuindo concomitantemente para a redução da pesca no São Francisco. Sabemos que o avanço da fronteira agrícola, associada ao uso de técnicas de cultivo inadequadas, aceleram o processo de assoreamento e aumentam os níveis de agrotóxicos nos cursos d água. Certamente os níveis de poluição provenientes de fontes domésticas e industriais aumentaram nos últimos anos. É particularmente preocupante, por exemplo, a poluição do rio das Velhas que apresenta elevada carga de esgotos domésticos e industriais. No entanto, a inexistência de estudos que tenham analisado ou discutido o impacto dessas ações antrópicas sobre o rendimento da pesca no São Francisco impede qualquer conclusão mais definitiva sobre esse aspecto. 26

29 Em 1987, cada pescador apanhava cerca de 12 kg de peixe por dia de trabalho. Naquela época, surubim era o principal peixe da pesca do barco da colônia de Pirapora. A captura de grande exemplares era fato corriqueiro. Uma década depois, a captura do barco da colônia de Pirapora caiu para cerca de 3 kg de peixes por dia por pescador. O surubim já não é o principal peixe da pesca e a captura de grandes exemplares é uma raridade. 27

30 A sobrepesca é também reconhecida com uma das importantes causas da redução do peixes. No caso do São Francisco, devido a inexistência de dados, não é possível afirmar se a sobrepesca é ou não importante. O aumento do desemprego ocorrido nos últimos anos pode ter induzido o aumento do número de pescadores que buscam na pesca alternativa legítima de prover seu próprio sustento e de seus familiares. Certamente novos pescadores solicitaram licença profissional devido à carência de empregos em outros setores. De qualquer forma, o desconhecimento do número de pescadores, tanto profissionais quanto amadores, que pescam anualmente no rio São Francisco impede uma discussão mais bem fundamentada sobre a eventual importância da sobrepesca no colapso pesqueiro do São Francisco. A expectativa de uma boa pescaria é essencial para atrair pescadores amadores para o rio São Francisco e estimular o turismo local. As capturas atuais certamente estão muito aquém do desejável, acarretando em prejuízos sócio-econômicos para a população ribeirinha. 28

31 O barramento dos rios tem sido uma das principais causas da redução da pesca em diversas partes do mundo. As barragens atuam negativamente sobre os estoques pesqueiros por alterar o regime hidrológico e a qualidade físico-química da água, além de bloquear as migrações. No rio São Francisco, a barragem de Três Marias, finalizada no início da década de 1960, alterou drasticamente o regime hidrológico até a foz do rio das Velhas (Fig. 14). Antes da barragem, o rio chegou a atingir a cota de 10 metros. Com freqüência, a cota máxima anual atingia mais de 6 m. Após a barragem, as cotas máximas anuais têm variado entre 2 e 5 metros. Às margens do São Francisco existem vários clubes de pesca que congregam pescadores amadores. Como usuários de recurso cada vez mais escasso, o número de pescadores amadores que pescam anualmente no rio necessita ser permanentemente determinado. Embora a ausência de série histórica da produção pesqueira impeça uma conclusão definitiva, a influência da construção de Três Marias no rendimento da pesca possivelmente se fez sentir de maneira mais intensa nos primeiros anos após sua 29

32 construção. De qualquer forma, sua influência continua a existir até os dias atuais pois a mudança do regime hidrológico e a fragmentação do contínuo do rio pela construção de barragem têm sido considerados como os principais fatores que afetam a produção pesqueira devido à alteração no recrutamento (Crisp 1991). A jusante da foz do rio das Velhas, a influência da barragem não é tão visível mas, mesmo assim, ela está presente. O volume de água que aporta a represa de Três Marias (volume afluente) no período das chuvas atinge valores freqüentemente superiores à 5 bilhões de m 3 (Fig. 15). Nesse mesmo período, nota-se que o volume defluente (volume turbinado mais volume vertido) é, na maior parte do tempo, inferior ao volume afluente, indicando que água é retida no reservatório nessa época do ano. O volume de água mensal retido na represa é da ordem de 2 a 4 bilhões de m 3. As alterações no regime hidrológico imposto pela represa de Três Marias podem estar contribuindo para a redução da pesca no São Francisco. A redução do volume de água defluente durante o período das chuvas reduz a intensidade da cheia a jusante, mais notavelmente, a montante da foz do rio das Velhas. Dessa forma, menos lagoas marginais recebem água e menos peixes retornam anualmente para o rio. A ocorrência desse problema é fato mas os dados atualmente disponíveis não permitem estabelecer o quanto da redução da pesca pode ser creditado ao controle das cheias imposto por Três Marias. A última causa que aqui merece destaque é o clima. Chama atenção nesse aspecto a ausência de cheias de maior intensidade no rio ao longo da década de 90 como pode ser observado na Figura 14. Diferentemente da década de 80, quando grandes cheias foram freqüentes, a última grande cheia da década de 1990 ocorreu em 1992, quando foi atingida a cota de 13 metros em São Romão. Desde então, as cheias têm sido 30

33 de pequena a média intensidade, variando entre 5 e 8 metros. Como conseqüência da ausência de cheias de maior intensidade, número certamente expressivo de lagoas marginais não tem recebido água. As lagoas marginais são os principais berçários dos peixes de importância comercial do rio São Francisco. Ovos e larvas desses peixes têm poucas chances de sobrevivência na calha do rio devido à pequena quantidade de alimento aí disponível. Suas chances são bem maiores nas lagoas marginais e, por isso, altas concentrações de alevinos são encontradas nesses ambientes. Quanto menos lagoas marginais recebem água, menos peixes irão repor o estoque pesqueiro e menor será a produção pesqueira. O papel fundamental de berçários das lagoas marginais é alcançado quando cheias sucessivas ocorrem. Na primeira cheia, ovos e larvas são carreados para dentro das lagoas. Na cheia seguinte, nova leva de ovos e larvas é lançada na lagoa enquanto que a primeira, já de fase de alevinos e/ou jovens peixes, abandona as lagoas. Caso a cheia seguinte não venha, os peixes da primeira leva ficam aprisionados nas lagoas, e quanto mais tempo decorrer entre duas cheias sucessivas, menos peixes retornam ao rio devido à mortalidade que ocorre no período. As principais causas de mortalidade são predação, incluindo pesca, e dessecação. 31

34 Imagem de satélite do rio São Francisco. Na porção esquerda inferior da imagem, na margem esquerda do rio, está a cidade de Januária. Acompanhando o rio, em ambas as margens na tonalidade vermelha, encontram-se as várzeas com as suas inúmeras lagoas. As várzeas sanfranciscanas têm em Januária cerca de 9 km de largura e em Xique-Xique (BA), cerca de 84 km. A presença de várzeas tão extensas é a principal causa do rio São Francisco abrigar a maior concentração de pescadores de Minas Gerais. Lagoa marginal na região de Pirapora. A preservação desses ambientes e a revitalização do seu papel de criatório natural de peixes são ações fundamentais para trazer o peixe de volta ao rio São Francisco. 32

35 14 Cota (m) Pirapora Ano 14 Cota (m) São Romão Ano Figura 14. Cota máxima anual alcançada pelo rio São Francisco na cidade de Pirapora e São Romão. 33

36 12 Volume (bilhões de m3) Afluente Turbinado Vertido JulJanJulJanJulJanJulJanJulJanJulJanJulJanJulJanJulJanJulJanJul Mês/Ano 6 Volume retido (bilhões de m3) JulJanJulJanJulJanJulJanJulJanJulJanJulJanJulJanJulJanJulJanJul Mês/Ano Figura 15. Volume mensal da água afluente, turbinada e vertida (gráfico superior) e retida (gráfico inferior) da represa de Três Marias para período de julho de 1984 a julho de

37 A ausência de cheias de grande intensidade durante a década de 1990 surge como a causa principal mais provável da queda do rendimento pesqueiro detectado no rio São Francisco. A ocorrência de cheias de pequena magnitude sucessivas ao longo de vários anos tem com conseqüência direta a redução dos estoques pesqueiros devido à redução do recrutamento. Para o rio São Francisco, ainda não se conhece a relação entre a cota do rio e a quantidade de lagoas marginais que recebem água. Determinar tal relação é fundamental para corroborar a importância da falta de cheias na queda da produção pesqueira. O surubim, como as demais espécies importantes para a pesca do São Francisco, depende das cheias para que sua prole tenha acesso às lagoas marginais. A falta de grandes cheias ao longo da década de 1990 é uma das mais prováveis causas da atual falta de peixes no rio. A redução dos estoques pesqueiros não implica necessariamente em proibição da pesca. Mesmo com cheias de média magnitude, certa quantidade de lagoas marginais aparentemente continua recebendo água pois jovens de peixes de importância comercial 35

38 têm sido ainda capturados pela pesca. O recrutamento atual, embora menor que o da década de 1980, pode ser ainda suficiente para manter uma pesca sustentável a longo prazo. A pesca, no entanto, será menos produtiva do que a anterior. Somente com a continuidade do monitoramento do desembarque pesqueiro será possível obter dados necessários para determinar se a pesca atual é sustentável. Cheia do dia 12 de março de 2000 quando o rio atingiu a cota de 3,82 metros em Pirapora. Devido ao controle da vazão do rio imposto pela represa de Três, as pequenas cheias no trecho entre a barragem e a foz do rio das Velhas pode ser uma das possíveis causas da falta de peixe. Mantido o atual regime de cheias do São Francisco, a proibição da pesca por prazo determinado poderá ter efeito benéfico de curta duração. Proibindo-se a pesca, os estoques pesqueiros talvez sejam incrementados mas, devido aos baixos níveis do recrutamento, a liberação da pesca irar reduzir os estoques aos baixos patamares atuais em curto espaço de tempo. Pelo caráter efêmero que essa medida possa ter na produção pesqueira, pela mazela social que poderá se acometer sobre a população ribeirinha e 36

39 pela inexistência de dados suficientes sobre a pesca, a proibição temporária da pesca no São Francisco é desaconselhada. Novamente aqui a continuidade do monitoramento da pesca é fundamental para que uma tomada de decisão dessa importância possa ser calcada num melhor conhecimento da realidade. O controle das cheias pela represa de Três Marias se faz sentir com muita intensidade até a foz do rio das Velhas (à direita). Alternativas para restauração da pesca A restauração da pesca consiste na aplicação de técnicas que promovam o aumento dos estoques pesqueiros através de ações curativas que focalizam-se nas causas da debilitação da pesca. As principais técnicas disponíveis para a restauração da pesca podem ser agrupadas em repovoamento, normalização da pesca, melhoria do hábitat, biomanipulação, reflorestamento, controle da poluição e educação (Cowx 1994). No presente relatório, serão discutidas alternativas para restauração da pesca no rio São Francisco através do repovoamento, normalização e melhoria do hábitat. 37

40 Milhares de pescadores e outros tantos ribeirinhos têm na pesca importante fonte de recursos para sustento próprio e de seus familiares. Reverter o colapso pesqueiro no São Francisco é prover dignidade e resgatar a cidadania desses brasileiros. Repovoamento O repovoamento tem sido uma das medidas mais utilizadas para a restauração da pesca no Brasil, particularmente em represas, e, segundo (Hickley, 1994), ela é uma das mais usadas no mundo. O repovoamento é uma técnica extremamente complexa e, algumas vezes, controvérsia (Cowx 1994). Segundo ainda esse autor, quando empregada isoladamente, ela atua como medida mitigadora de curto prazo e não atinge as causas da debilitação da pesca. Apesar desses problemas, Welcomme (1989) acredita que o repovoamento se tornará uma ferramenta cada vez mais importante. Tanto no Brasil quanto em Minas Gerais, infelizmente, os repovoamentos têm sido conduzidos com pouca ou nenhuma metodologia científica tanto na liberação dos peixes quanto na avaliação dos resultados alcançados. Como consequência, o país ainda não domina a técnica embora ela vem sendo empregada intensamente desde os meados 38

41 da década de Todos os esforços e recursos investidos em repovoamento têm sido, na prática, de pouca utilidade para a restauração da pesca. Normalização A normalização é uma das principais medidas em curso para o manejo da pesca no Brasil. De maneira geral, as normas têm como objetivo a conservação da pesca, sendo poucas aquelas destinadas à restauração. Mais freqüentemente as normas indicam os petrechos, os tamanhos dos peixes, as quantidades, as épocas e os locais proibidos à pesca. Legislação inadequada pode ter contribuído para a redução da pesca no São Francisco. O menor tamanho permitido para a captura de surubim é 80 cm mas suas fêmeas atingem maturidade sexual somente a partir dos 100 cm. Normas para serem efetivas devem ser fundamentadas em conhecimento científico sólido e a sua eficiência deve ser avaliada através do monitoramento do desembarque pesqueiro. Infelizmente, o conhecimento científico necessário para a elaboração de normas adequadas para o São Francisco não existe e, além disso, não dispomos ainda de dados sobre o rendimento pesqueiro que permitam avaliar a eficiência das mesmas. Em um contexto de desinformação, a eficiência de qualquer 39

42 norma pode variar de completamente inócua até severamente maléfica. Apenas por acaso, podem normas elaboradas sob a total falta de conhecimento virem a ser eficientes e benéficas. Corredeiras de Buritizeiro. Aqui se pesca desde quando as primeiras civilizações ocuparam estas margens. É uma pesca tradicional, praticada por número limitado de pescadores e de maneira organizada. O rendimento pesqueiro semelhante ao de outras estratégias de pesca no São Francisco indica que não há razões para que ela continue ilegal. Pesca nas corredeiras de Buritizeiro. A pesca neste local está estruturada de maneira tão peculiar que sua eventual legalização não poderá seguir os modelos tradicionais existentes. 40

43 Melhoria do hábitat: passagens de peixes A restauração da pesca através da melhoria do hábitat inclui, entre outras, a construção de passagens de peixes e o manejo hidrológico (Cowx 1994). O estado de Minas Gerais obriga, desde 1997, a implementação de passagens de peixes nas represas a serem construídas (Lei de 9/4/1997) e naquelas construídas em rios de domínio do estado (Decreto de 9/4/1997). Passagens de peixes são estruturas hidráulicas caras e complexas que dependem de estudos de engenheiros e biólogos para serem eficientes (Martinez 2000). Com objetivo de desenvolvimento de pesquisas e formação de pessoal qualificado que busquem respostas para os principais problemas da passagem de peixes encontra-se em fase de implantação na Universidade Federal de Minas Gerais o Centro de Estudos de Mecanismos de Transposição de Peixes com recursos da Cemig e do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Godinho et alii 2000). A instalação indiscriminada de passagens pode levar a Lei e o artigo 20 o do Decreto ao descrédito caso sejam construídas passagens ineficientes ou em barragens onde elas não seriam necessárias. Esforços devem ser implementados para evitar que essa situação aconteça, pois a obrigatoriedade das passagens é um dos principais aspectos das leis estaduais de proteção à fauna de peixes. Passagens eficientes dependem, entre outras coisas, da ausência de barreiras que impeçam o acesso dos peixes à elas. A água turbinada das represas de acumulação, no entanto, são geralmente frias o suficiente para que possam atuar como barreira. A represa de Três Marias é um exemplo. A sua água turbinada é cerca de 5 a 7 o C mais fria que a temperatura normal e mantém-se assim até o primeiro afluente de porte, o rio Abaeté, localizado a cerca de 40 km a jusante. 41

44 Caso essa água fria realmente atue como barreira, a passagem de peixes em Três Marias poderia ser ineficiente pois atenderia a uma quantidade de peixes inferior à esperada. Prevemos que situação semelhante possa ocorrer nas diversas represas de acumulação que, só no estado de Minas Gerais, são, além de Três Marias, as represas de Furnas, Emborcação, São Simão, Nova Ponte e Irapé. A importância da qualidade da água defluente no planejamento da passagem de peixes está resumida na Figura 16. A sua importância fica ainda mais evidente quando os custos da construção das passagens são levados em consideração; cerca de 1 a 2 milhões de reais para cada barragem. A água turbinada A água turbinada têm têm qualidade qualidade adequada? adequada? Não Os peixes migradores Os peixes migradores têm têm acesso acesso ao ao sopé da barragem? sopé da barragem? Não A A qualidade qualidade da da água água pode ser melhorada Não pode ser melhorada através de manejo ou através de manejo ou estruturas hidráulicas? estruturas hidráulicas? Sim Sim Sim Passagem poderá Passagem poderá ser ser eficiente eficiente Eficiência da Eficiência da passagem passagem poderá poderá ficar comprometida ficar comprometida Figura 16. Modelo de decisão para instalação de passagem de de peixes em represas de acumulação. 42

45 Com objetivo de verificar se a qualidade da água defluente de Três Marias impede o acesso à barragem dos peixes em migração, está em andamento estudo pioneiro no país sobre a migração do surubim com o uso da radiotelemetria. Esse estudo, coordenado pela UFMG, tem a colaboração das instituições norte-americanas, Universidade de Massachussttes (UMass) e Centro de Pesquisas de Peixes Anadromous Sílvio Conte (CAFRC), e financiamento do Ministério de Ciência e Tecnologia. O estudo tem investimentos previstos de 150 a 200 mil reais em equipamentos e permitirão acompanhar cerca de 25 fêmeas de surubim. Por motivos diversos, apenas uma pequena fração do investimento pôde ser empregada na aquisição dos transmissores e, assim, uma única espécie está sendo estudada. Duas estações de telemetria estão instaladas as margens do rio São Francisco para o estudo da migração surubim. Uma encontra-se em Buritizeiro (foto da esquerda) e outra em Três Marias (direita). Uma terceira estação será instalada a cerca de 40 km a jusante da barragem de Três Marias, no Pontal do Abaeté. Estas estações têm a capacidade de detectar e registrar a passagem de peixes portando radio transmissor, além de determinarem em direção o peixe está migrando. Esforços devem ser dirigidos para que estudo semelhantes possa ser também conduzido com as outras espécies importantes do São Francisco. 43

46 Esta fêmea de surubim, pesando 13 kg, foi submetida a uma cirurgia para a implantação de um radio transmissor na cavidade do seu corpo. Ela foi solta em Pirapora no dia 11/03/2000 e dois dias depois foi localizada a cerca de 55 km a jusante do local de soltura onde ainda se encontrava 40 dias depois. Em razão da existência de outras espécies migradoras importantes para a pesca no São Francisco, o estudo em andamento necessita, com urgência, ser ampliado para elas antes que os equipamentos instalados no rio sejam transferidos para outra bacia. A Cemig vem investindo recursos em radiotelemetria de peixes no rio Grande e caso novos recursos não sejam investidos no São Francisco, os equipamentos aí instalados serão, ao término do estudo em 2002 e a critério do coordenador do presente convênio, transferidos para o rio Grande. Caso a transferência se concretize, o país terá perdido a oportunidade de desvendar um dos mais importantes aspectos da biologia dos peixes do 44

47 São Francisco, a piracema. Para que essa oportunidade única não seja perdida, novos investimentos necessitam ser feitos na aquisição de mais transmissores para a marcação de outros peixes migradores da bacia. Assim como para os demais peixes importantes para a pesca do São Francisco, o muito pouco que se conhece sobre o comportamento migratório do pirá é insuficiente para proteger seus estoques. Melhoria do hábitat: manejo hidrológico O manejo hidrológico é umas das ferramentas que pode ser utilizada para incremento da produção pesqueira (Petts 1989, Welcomme 1989, Orth & White 1993, Godinho 1993, Swales 1994, Alves 1995) e a que tem sido considerada uma das mais promissoras para a restauração da pesca. O manejo hidrológico de rios visa proporcionar vazões em época e quantidade certas para atender necessidades biológicas. Para os nossos peixes, o objetivo é prover água suficiente para produzir uma cheia que possua as características necessárias para provocar a desova natural dos peixes (Welcomme 1989). Tal cheia pode ser definida como a liberação programada de uma 45

48 descarga de volume predeterminado por um certo período de tempo (Reiser et alii 1989). Segundo Welcomme (1989) descargas controladas de água têm sido utilizadas em alguns rios tais como o Pongolo onde cheias experimentais induziram, com sucesso, a desova de seus peixes. Similarmente, suficiente água foi liberada da barragem Rio Shire com resultados satisfatórios para a pesca. Juvenis de diversas espécies de peixes apareceram nas lagoas marginais no rio Zambezi após descargas controladas do reservatório Kariba. Troféus eram freqüentes na pesca passada do São Francisco. Surubim de 72 kg e 1,78 m capturado em setembro de No caso do rio São Francisco, o manejo hidrológico pode ser utilizado para elevar a altura da cheia (cheia artificial) para que mais lagoas marginais recebam água e voltem a desempenhar o papel fundamental de berçários de peixes. Estudos das cheias 46

49 artificiais são urgentemente necessários para conciliar as nossas necessidades energéticas com os requerimentos dos peixes migratórios para completar seu ciclo de vida (Sato & Godinho 2000). Estudos sobre cheias artificiais estão na suas fases iniciais. A UFMG, novamente em parceria com a UMass e o CAFRC, estão determinando a melhor época para realização de uma cheia artificial no São Francisco. A Fundação Biodiversitas e a UFMG submeteram recentemente projeto ao Ministério do Meio Ambiente para financiamento de estudo para o mapeamento das lagoas marginais do rio São Francisco e a estimativa do volume de água necessário para inundá-las. Tais estudos fornecerão as informações básicas para estimar quando a cheia artificial deve ser realizada, qual o volume de água que precisará ser liberado e qual será a perda de receita pela não geração de energia. Os estudos sobre cheia artificial no rio São Francisco são ainda insuficientes e mais recursos serão necessários a fim de se agilizar sua implementação. A utilização da cheia artificial para a restauração da pesca nunca foi aplicada no Brasil e, portanto, os estudos em andamento são pioneiros. A CODEVASF iniciou no ano passado negociações com o US Bureu of Reclamation para o desenvolvimento de estudos semelhantes a jusante da barragem de Xingó, na foz do rio São Francisco. Para que a cheia artificial venha a ser uma realidade e chegue a fase de teste será necessário sensibilizar as instituições envolvidas. Através de convênio entre a UFMG e agência da embaixada canadense Canadian International Development Agency, técnico da Cemig visitou barragem nos EUA onde o manejo hidrológico tem sido utilizado em benefício do meio ambiente. Cheias artificiais possivelmente farão parte do plano diretor dos afluentes do rio São Francisco e da minuta de projeto de alteração da Lei 47

50 que dispõe sobre a política de proteção a fauna aquática e de desenvolvimento da pesca do estado de Minas Gerais. Novas pesquisas têm que ser financiadas para a implementação das cheias artificias. Embora pesquisa nesse sentido já vem sendo desenvolvida, ela é ainda muito preliminar e mais recursos necessitam ser alocados para que cheias artificiais possam ser mais rapidamente implementadas e devidamente aplicada e avaliadas. A continuidade do monitoramento do desembarque pesqueiro é fundamental para que os dados necessários existam para adequada avaliação da eficiência das cheias. Em canais que ligam as lagoas marginais ao rio têm sido construídas pequenas barragens ou comportas que impedem a livre movimentação dos peixes. Dispositivos dessa natureza são obviamente prejudiciais aos peixes e à pesca. Seu uso deve ser coibido. 48

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