4. Sobre as contas externas do país, pois o aumento do preço dos bens produzidos internamente encarece o produto nacional relativamente ao produzido n
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1 MACROECONOMIA AULA 03: ECONOMIA MONETÁRIA E INFLAÇÃO TÓPICO 03: INFLAÇÃO 3.1 CONCEITO De um modo geral, entende-se por inflação como sendo um aumento generalizado e continuado nos níveis de todos os preços da economia. Fonte [1] 3.2 TIPOS DE INFLAÇÃO A literatura econômica costuma definir dois tipos de inflação: INFLAÇÃO DE DEMANDA Ocorre quando o processo inflacionário é decorrente de um desequilíbrio no mercado de bens e serviços, ou seja, quando ocorre um excesso de demanda em relação à oferta. INFLAÇÃO DE CUSTO Ocorre quando o germe da inflação emerge da estrutura de produção das empresas, face ao poder dos oligopólios, elevação dos preços dos insumos de produção, importados ou não (choque de oferta). Contudo, as causas geradoras dos movimentos persistentes dos níveis de preço em uma economia são diversas e interativas, daí o surgimento de outros tipos de inflação, além dos anteriormente definidos, por exemplo, a INFLAÇÃO INERCIAL, que ocorre quando se estabelece um processo de autoalimentação (via indexação) no aumento dos níveis de preços. Outros conceitos, por exemplo, são os que estão associados à intensidade estabelecida no ritmo de crescimento dos níveis de preços, como no caso, o de HIPERINFLAÇÃO - quando o crescimento inflacionário é muito elevado ou dito galopante. 3.3 EFEITOS PROVOCADOS PELA INFLAÇÃO São inúmeros os efeitos adversos provocados pela inflação. Apresentamos a seguir algumas distorções que provocam mais impactos na sociedade: 1. Sobre a distribuição de renda, que penaliza a classe dos assalariados em favor dos mais ricos. A inflação é um verdadeiro imposto sobre os pobres, pois como estes recebem salários fixos, seu valor monetário é corroído ao longo do mês reduzindo drasticamente seu poder de compra. Os que têm conta bancária e podem aplicar recursos no mercado financeiro estão protegidos pelo mecanismo de indexação ( -- correção monetária). 2. Sobre a produção de bens e serviços, com impacto no crescimento do PIB. Os empresários adiam ou diminuem investimentos produtivos, pois numa conjuntura inflacionária e imprevisível eles preferem manter seus recursos aplicados nos bancos. 3. Sobre a deterioração da arrecadação fiscal do governo, tendo em vista a defasagem entre o fato gerador e o recolhimento do imposto.
2 4. Sobre as contas externas do país, pois o aumento do preço dos bens produzidos internamente encarece o produto nacional relativamente ao produzido no exterior. Assim, temos estímulo as importações e desestímulos as exportações, diminuindo o saldo da balança comercial e afetando o Balanço de Pagamentos do país. 3.4 TEORIAS DA INFLAÇÃO TEORIA CLÁSSICA OU MONETARISTA A Teoria Clássica da inflação, ou ainda, denominada deteoria monetarista, que indicava que a elevação no nível geral de preços era consequência de uma expansão na oferta de moeda no mercado, mas, todavia, seus efeitos situavam-se tão somente no lado monetário da economia, isto é, o não afetava o lado real da economia (é o chamado efeito neutralidade da moeda). Essa teoria tem como fundamentos os seguintes pontos: TEORIA MONETARISTA Monetarismo é uma teoria econômica que defende a estabilidade de preços de uma economia, pelo controle da oferta de moeda disponível, utilizando os instrumentos de política monetária em vigor. a base é dada pela "Teoria Quantitativa da Moeda". A demanda de moeda só deveria existir para atender as transações (compra e venda); Perfeita flexibilidade de preços e salários, para os ajustes; Livre concorrência em todos os mercados; Sempre existirá uma taxa de juros que equilibrará o mercado de fundos (poupança e investimento); A economia tende funcionar no equilíbrio e com pleno emprego. TEORIA HETERODOXA A teoria heterodoxa contrapõe-se ao pensamento monetarista clássico e baseia-se nas contribuições e pensamentos que surgiram após a Depressão de 1929, fundamentalmente: Na curva de Philips (mostra a relação inversa entre a variação da inflação e o nível de desemprego, sendo este último representativo do grau de crescimento econômico); Na rigidez de preços e salários para baixo e na ocorrência dos choques de oferta (face à existência e dominação de estrutura de mercado monopolizada ou oligopolizada e do poder dos sindicatos de classes); Recomenda intervenções do Governo na economia de forma contundente no combate à inflação, como o congelamento de preços e salários. 3.5 AS EXPERIÊNCIAS INFLACIONÁRIAS
3 No contexto mundial as experiências inflacionárias vivenciadas em determinadas economia têm revelado situações marcantes em época e países diversos. Entre os casos mais emblemáticos destacam-se: Os países envolvidos diretamente na primeira guerra mundial, como a Áustria, a Hungria, a Polônia e a Alemanha. No período 1921/25 essas nações experimentaram ritmos inflacionários gigantescos, a inflação na Alemanha, por exemplo, chegou a mais de % num ano; Mais recentemente, o Brasil (1986/1994) e países africanos (Tanzânia e Somália, entre outros). 3.6 A EXPERIÊNCIA BRASILEIRA Fonte [2] A população brasileira tem convivido por muito tempo com a realidade do Fantasma da Inflação, notadamente a partir de meados do século passado. Alterando períodos de elevada aceleração inflacionária (1947/65 e 1973/94) com poucos períodos de inflação moderada (1966/72 e, a partir de 1995, com o Plano Real). A literatura sobre a inflação no Brasil é abundante e diversificado. A par das controvérsias de natureza ideológicas e de cunho eminentemente teórico, os estudo são bastante pródigos quando o assunto é focado na verificação da causas do processo inflacionário no Brasil. O agravamento do processo inflacionário durante a segunda metade do século passado transformou o Brasil num interessante campo de pesquisa e de batalha no combate ao Dragão da Inflação. Os estudos mais recentes, embora controvertidos, trazem como causa geral o chamado déficit público. Paradoxalmente, as estratégias e as armas de combate recomendadas têm sido as mais variadas. Além das discussões entre os ditos monetaristas e estruturalistas, o neologismo moderno converteu os confrontadores em ortodoxos e heterodoxos. Ajustes e programas de estabilização foram frequentemente lançados sobre a economia brasileira, principalmente entre 1986 e 1993 ( -- foram tentados cinco planos Cruzado, Bresser, Verão, Collor I e Collor II), impondo taxas de sacrifícios insuportáveis, notadamente à parcela da população mais vulnerável e de baixa renda. Todavia, a partir da adoção do Plano Real [3] concebido em abril de 1994, o processo inflacionário foi drasticamente desacelerado, mediante o equilíbrio do orçamento público, a desindexação da economia com a troca e moeda ( -- Cruzeiro real para URV e em seguida o Real.) e a sustentabilidade mantida pelas denominadas âncoras, ou seja, sistema de câmbio fixo (até 1998) com valorização do Real e depois câmbio flutuante, taxa básica de juros controlada (Selic), aumento da taxa do compulsório sobre os depósitos bancários e adoção do regime de metas de inflação (a partir de 1999), amparados pela produção de superávits primários. Até então o legado histórico resultante dos fracassos anteriores no combate ao processo inflacionário no Brasil, resultou apenas nos cortes de zeros nos momentos de substituição das diversas unidades monetárias já adotadas no país até agora, tais como, réis, cruzeiro, cruzado, cruzado novo, cruzeiro novo, cruzeiro real e real.
4 3.7 IMPORTANTES LIÇÕES APREENDIDAS As experiências vivenciadas no Brasil, e em outros países no resto do mundo, no combate à inflação, tem favorecido à criação de um cabedal de aprendizado à luz das evidências empíricas, com destaques para as seguintes constatações: A inflação tem causas interligadas e complexas; A inflação acarreta distorções nos preços relativos e, consequentemente, na alocação e distribuição dos recursos escassos e da renda; Que existe uma relação inversa entre inflação e desemprego (Curva de Phillips); Que um processo inflacionário galopante permite que os governantes mascarem os déficits das contas públicas mediante o chamado imposto inflacionário (ao financiarem parte de suas despesas com emissão de moeda); Os programas de combate à inflação focados em congelamento de preços são efêmeros; As políticas de combate à inflação exigem taxas de sacrifícios geralmente elevadas, notadamente às camadas mais vulneráveis da população. ATIVIDADE DE PORTFÓLIO Resolva as seguintes questões e envie as resposta através do seu portfólio no SOLAR. 1. Quais as características e funções da moeda. Como a inflação pode afetar a capacidade da moeda cumprir essas funções? 2. Os cartões de crédito e os de débito têm sido cada vez mais utilizados nas transações de aquisição de bens e serviços, então podem ser considerados como moeda? (justifique) 3. Como o Banco Central pode interferir na capacidade que tem os bancos de criar de moeda? 4. Em que consiste o multiplicador da moeda? Se o Banco Central eleva a taxa de recolhimento (reserva) do sistema bancário de 40% para 80% quais os valores dos respectivos multiplicadores? 5. Qual a variação na oferta de moeda se ocorre um aumento no volume dos depósitos a vista de R$ 200 milhões e se a razão de reserva (R) é de 1/4? 6. Quais os instrumentos que o Banco Central pode utilizar para destruir ou criar moeda? (explique a aplicação de cada instrumento). 7. Conceitue inflação e especifique os tipos de inflação? 8. Se o Banco Central planeja expandir a oferta de moeda em 10% e o Governo estabelece como meta, para o mesmo período, um crescimento do PIB de 4,5%, diante desse cenário o que deve se esperar que ocorra com o nível geral de preços? 9. Com base na Teoria Monetarista da Inflação, em que consiste o princípio da neutralidade monetária?
5 10. Nas duas últimas décadas do século passado foram adotados vários programas de combate à inflação na busca pela estabilização dos preços (Plano Cruzado, Plano Verão, Plano Collor e Plano Real), na sua opinião porque apenas o Plano Real teve sucesso (fundamente)? EXERCITANDO Exercícios para resolver (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.). GABARITO 1- b 7- c 2- d 8- c 3- d 9- b 4- b 10- a 5- c 11- e 6- a 12- c REFERÊNCIAS BANCO CENTRAL DO BRASIL - MANKIW, N. Gregory Introdução à economia, São Paulo: Cengage Learning, 2008 (Tradução da 3ª. edição norte-americana), Capítulos 29 e 30 (pg ). FONTES DAS IMAGENS 1. STkrk/SEVPaDwQwRI/AAAAAAAAATo/BPH7jw-_nyQ/s320/Drag%C3% A3o+da+Infla%C3%A7%C3%A3o.jpg Responsável: Prof. Raul dos Santos Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual
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