AVALIAÇÃO DO RISCO OCUPACIONAL DE TRABALHADORES EXPOSTOS A AGROTÓXICOS NO MUNICÍPIO DE TOUROS/RIO GRANDE DO NORTE

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA REGIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE/PRODEMA AVALIAÇÃO DO RISCO OCUPACIONAL DE TRABALHADORES EXPOSTOS A AGROTÓXICOS NO MUNICÍPIO DE TOUROS/RIO GRANDE DO NORTE A BIOTECNOLOGIA VEGETALRNATIVA PARA A COTONICULTURA FAMILIAR ENTÁVEL A BIOTECNOLOGIA VEGETAL COALRNATIVA PARA A COTONICULTURA FAMILIAR SUSTENTÁVEL A BIOTECNOLOGIA VEGETAL COMO ALTER PARA A COTONICULTURA FAMILIAR SUSTENTÁVELAAA ANA FLÁVIA DE SANTANA RESENDE NAGEM 2013 Natal RN Brasil

2 AVALIAÇÃO DO RISCO OCUPACIONAL DE TRABALHADORES EXPOSTOS A AGROTÓXICOS NO MUNICÍPIO DE TOUROS/RIO GRANDE DO NORTE A BIOTECNOLOGIA VEGETAL COMO ALTERNATIVA PARA A COTONICULTURA FAMILIAR SUSTENTÁVEL A BIOTECNOLOGIA VEGETAL COMO ALTERNATIVA PARA A COTONICULTURA FAMILIAR SUSTENTÁVEL A BIOTECNOLOGIA VEGETAL COMO ALTER PARA A COTONICULTURA FAMILIAR SUSTENTÁVELAAA ANA FLÁVIA DE SANTANA RESENDE NAGEM 2013 Natal RN Brasil

3 Ana Flávia De Santana Resende Nagem AVALIAÇÃO DO RISCO OCUPACIONAL DE TRABALHADORES EXPOSTOS A AGROTÓXICOS NO MUNICÍPIO DE TOUROS/RIO GRANDE DO NORTE A BIOTECNOLOGIA VEGETAL COMO ALTERNATIVA PARA A COTONICULTURA FASTENTÁVEL A BIOTECNOLOGIA VEGETAL COMO ALTERNATIVA PARA A COTONICULTURA FAMILIAR STÁVEL A BIOTECNOLOGIA VEGETAL COMO ALTER PARA A COTONICULTURA FAMILIAR SUSTENTÁVELAAA Dissertação apresentada ao Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PRODEMA/UFRN), como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre. Orientador: PROF. DR(A). VIVIANE SOUZA DO AMARAL 2013 Natal RN Brasil

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5 ANA FLÁVIA DE SANTANA RESENDE NAGEM Dissertação submetida ao Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PRODEMA/UFRN), como requisito para obtenção do título de Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente. Aprovada em: BANCA EXAMINADORA: Prof(a). Dr(a). Viviane Souza do Amaral ORIENTADOR Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PRODEMA/UFRN) Prof(a). Dr(a). Marialva Sinigaglia Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGBM/UFRGS) Prof(a). Dr(a). Francisca de Souza Miller Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PRODEMA/UFRN)

6 Da realidade do campo para o laboratório. Dedico a todos os agricultores que participaram desta pesquisa, que debaixo do sol, enfrentam a dura realidade do homem do campo.

7 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal do Rio Grande do Norte pela oportunidade de realizar o mestrado. Ao Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente PRODEMA que a cada ano luta para a construção de mestrandos que sejam capazes de contribuir para o equacionamento dos problemas socioambientais em prol do Desenvolvimento Sustentável da Região Nordeste. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CAPES pelo apoio financeiro. Ao Departamento de Biologia Celular e Genética pelo apoio para o transporte até a área de estudo, assim como da utilização de laboratórios para testes e análises. Em especial a orientadora Dra. Viviane Souza do Amaral que mesmo sabendo da minha ausência acadêmica depois de 6 anos de formada, aceitou a orientação e deu seu crédito de confiança. Dra. Viviane, professora e pesquisadora na qual tenho muito respeito e admiração. Agradeço muito por tudo que aprendi! Muito Obrigada! Ao Professor Dr Francisco Pepino De Macedo que desde o inicio disponibilizou toda a sua boa vontade e conhecimento, sempre pronto a ajudar. A Professora Dra. Sílvia Regina Batistuzzo de Medeiros pela atenção e por disponibilizar o laboratório para os testes. Ao professor Dr. Marcos Antônio de Andrade Medeiros por fazer da ciência algo tão sensível, com suas palavras na construção do cordel. Em especial a colega Nilmara de Oliveira Alves que dedicou parte do seu tempo e seu conhecimento nas análises estatísticas, agradeço muito!!! A todos os colegas de pesquisa que participaram de todas as etapas para a conclusão desta pesquisa nas visitas a campo, coletas, testes de laboratório e análise: Giveldna Maria Costa Pereira, Luiz Cláudio Cardoso Chaves, e Tamires e a todos que contribuíram com seus conhecimentos e ajuda. Aos grandes exemplos da minha vida: meus pais, Marlene e Renato que sempre apoiaram todas as minhas decisões, sempre acreditando; aos meus sogros Lelena e Ronaldo, biólogos de formação, pesquisadores e educadores de paixão; ao Danilo meu esposo, pesquisador e professor de vocação, no qual apoiou a minha decisão. Valentia, força de vontade e querer foram os três elementos que nortearam o meu retorno na vida acadêmica. Após seis anos de formada decidi dedicar uma parte da minha vida aos

8 novos conhecimentos que surgirão! Desbravar este caminho sozinha não seria capaz, assim contei com a colaboração de todas essas pessoas. Muito obrigado! RESUMO AVALIAÇÃO DO RISCO OCUPACIONAL DE TRABALHADORES EXPOSTOS A AGROTÓXICOS NO MUNICÍPIO DE TOUROS/RIO GRANDE DO NORTE O uso de agrotóxicos esta sendo usado de maneira intensiva com graves consequências para os agricultores expostos. O presente estudo teve como objetivo descrever os perfis de saúde e socioeconômico de 60 agricultores no Município de Touros/RN através do questionário recomendado por: (International Commission for Protection against Environmental Mutagens and Carcinogens (ICPEMC). As análises desses dados permitiu comprovar a importância do conhecimento do perfil socioeconômico e de saúde de agricultores rurais como forma de entender a realidade dessa população, que pela falta de conhecimentos e condições encontram-se vulneráveis a exposição de agrotóxicos. Com objetivo de analisar a frequência de micronúcleos (MN) e outras anormalidade nucleares em células da mucosa oral de 54 agricultores que trabalham no Município de Touros/RN aplicou-se o Teste de micronúcleo (MN) em mucosa bucal. Os nossos resultados mostraram uma frequência aumentada de MN e outras anormalidades nucleares relacionados com a exposição e efeitos dos defensivos agrícolas na saúde. A partir dos resultados obtidos, fica notório que os agricultores estão aplicando os agrotóxicos de maneira errônea e comprometendo a sua saúde. Como estratégia socioeducativas foi desenvolvido um Cordel baseado no texto e nos resultados encontrados no presente estudo. Desta forma este estudo alerta para a necessidade de profundas mudanças sociais, culturais e no âmbito da saúde para diminuir os riscos a saúde tanto para as pessoas quanto para o ambiente. PALAVRAS-CHAVE Agrotóxicos, micronúcleo (MN), risco ocupacional, Touros, Rio Grande do Norte.

9 ABSTRACT OCCUPATIONAL RISK ASSESSMENT OF WORKERS EXPOSED TO PESTICIDES IN TOUROS -RN The use of pesticides is being used intensively with severe consequences for exposed farmers. This study aimed to describe the socioeconomic and health profiles of 60 farmers in the city of Touros / RN through the questionnaire recommended by: (International Commission for Protection against Environmental Mutagens and Carcinogens (ICPEMC). The analysis of these data allowed to prove the importance of knowledge about the socioeconomic and health profile of rural farmers as a way to understand the reality of this population, that is vulnerable to exposure due to the lack of knowledge and conditions. Aiming to analyze the frequency of micronucleus (MN) and other nuclear abnormalities in oral mucosa cells of 54 farmers that work in the city of Touros / RN it was applied the micronucleus test (MN) in oral mucosa. Our results showed an increased frequency of MN and other nuclear abnormalities related to the exposure and effects of pesticides on health. Based on the results, it is clear that farmers are using pesticide in the wrong way and compromising their health. A Cordel has been developed as a method to taking the results to the people affected by the pesticides. Therefore this study alerts to the need for profound changes in the social, cultural and health context to reduce health risks for both people and for the environment. KEYWORDS: pesticides, micronucleus (MN), occupational risk, Touros, Rio Grande do Norte.

10 LISTA DE FIGURAS Figura 1 (a) Imagem da célula da mucosa bucal com micronúcleo de indivíduo do grupo exposto; (b) citoplasma, núcleo principal e micronúcleo em destaque; (c) detalhe do núcleo principal e do micronúcleo em evidência. Identificado com objetiva de 100 X Figura 2- (a) Imagem da célula da mucosa bucal normal de indivíduo do grupo exposto ; (b) citoplasma e núcleo em destaque; (c) detalhe do núcleo em evidência Figura 3 - (a) Imagem da célula da mucosa bucal com núcleo binucleado de indivíduo do grupo exposto; (b) citoplasma e núcleo binucleado em destaque; (c) detalhe do núcleo binucleado em evidência Figura 4 - (a) Imagem da célula da mucosa bucal com cromatina condensada de indivíduo do grupo exposto; (b) citoplasma e núcleo com cromatina condensada em destaque; (c) detalhe do núcleo com cromatina condensada em evidência Figura 5 - (a) Imagem da célula da mucosa bucal em cariólise de indivíduo do grupo exposto; (b) citoplasma e núcleo em cariólise em destaque; (c) detalhe do núcleo em cariólise em evidência Figura 6 - (a) Imagem da célula da mucosa bucal em picnose de indivíduo do grupo exposto; (b) citoplasma e núcleo em picnose em destaque; (c) detalhe do núcleo em picnose em evidência Figura 7 - (a) Imagem da célula da mucosa bucal em cariorrexe de indivíduo do grupo exposto; (b) citoplasma e núcleo em cariorrexe em destaque; (c) detalhe do núcleo em cariorrexe em evidência Figura 8 - Mapa do Estado do Rio Grande do Norte indicando o Município de Touros, localidade da área de estudo sobre a avaliação do risco ocupacional de trabalhadores expostos a agrotóxicos Figura 9 - Mapa Geológico do Município de Touros Figura 10- Mapa do Estado do Rio Grande do Norte- Brasil indicando o Município de Touros em vermelho e a área em verde, que corresponde ao Projeto do Boqueirão local da área de estudo sobre a avaliação do risco ocupacional de trabalhadores expostos a agrotóxicos no Município de Touros/Rio Grande do Norte Figura 11 - Área em vermelho que corresponde ao Projeto do Boqueirão local da área de estudo sobre a avaliação do risco ocupacional de trabalhadores expostos a agrotóxicos no Município de Touros/Rio Grande do Norte Figura 12 (a) Foto da cultura de abacaxi da área de estudo localizada no Projeto do Boqueirão, Município de Touros- Rio Grande do Norte Brasil. (b) Foto da cultura de

11 abacaxi e milho da área de estudo sobre a avaliação do risco ocupacional de trabalhadores expostos a agrotóxicos no Município de Touros/Rio Grande do Norte Figura 13 (a) e (b) Foto da coleta de dados e assinatura do TCLE através dos questionários sobre a avaliação do risco ocupacional de trabalhadores expostos a agrotóxicos no Município de Touros/Rio Grande do Norte Figura 14 Foto da coleta de dados e células da mucosa bucal do grupo exposto em horário laboral no campo sobre a avaliação do risco ocupacional de trabalhadores expostos a agrotóxicos no Município de Touros/Rio Grande do Norte Figura 15 (a) - Foto da coleta de células da mucosa bucal em horário laboral no campo (b) - armazenamento das amostras sobre a avaliação do risco ocupacional de trabalhadores expostos a agrotóxicos no Município de Touros/Rio Grande do Norte LISTA DE FIGURAS CAPITULO 1 Figura. 1. Localização da área de estudo LISTA DE FIGURAS CAPITULO 2 Figura - 1 Mapa do Estado do Rio Grande do Norte indicando o Município de Touros local da área de estudo sobre avaliação do risco ocupacional de trabalhadores expostos a agrotóxicos no Município de Touros/Rio Grande do Norte

12 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Produção brasileira de abacaxi em Tabela 2 - Estimativas do Mercado de Defensivos Acumulado de Janeiro Outubro 2010 vs 2011 (Milhões R$) Tabela 3- - Classificação de toxicidade com a dose letal (DL 50) Tabela 4 - Classe toxicológica e cor da faixa do rótulo de agrotóxico LISTA DE TABELAS CAPITULO 1 Tabela. 1. Características socioeconômicas dos trabalhadores rurais entrevistados Tabela. 2 Histórico de Proteção e Exposição dos trabalhadores rurais Tabela. 3. História de fumo consumo de bebidas alcoólicas, dietas, medicamentos, doenças e história genética dos trabalhadores rurais Tabela. 4. Tabela de correlação entre fatores externos e problemas relacionados Tabela. 5Agrotóxicos mais utilizados no Projeto Boqueirão, Rio Grande do Norte LISTA DE TABELAS CAPITULO 2 Tabela Resultado das características do grupo exposto e não exposto sobre a avaliação do risco ocupacional de trabalhadores expostos a agrotóxicos no Município de Touros/Rio Grande do Norte Tabela - 2Resultado da frequência de micronúcleo MCN do grupo exposto e do grupo não exposto (média de MCN é para 2000 células) sobre a avaliação do risco ocupacional de trabalhadores expostos a agrotóxicos no Município de Touros/Rio Grande do Norte Tabela Resultado da frequência das alterações genéticas em células dos indivíduos expostos e não expostos (média das alterações são para células)... 75

13 SUMÁRIO INTRODUÇÃO GERAL Formulações e Toxicidade Teste de Micronúcleos Origem dos micronúcleos (MN) Característica do micronúcleo (MN) Outras anormalidades celulares 25 CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÁREA DE ESTUDO Touros RN - Brasil Clima, Vegetação e Solos Principais atividades População Escolha da Área de estudo - Projeto Boqueirão Touros RN 30 METODOLOGIA GERAL Procedimentos Metodológicos Questionário de Saúde Pessoal Coleta de Dados do Questionário Critérios de inclusão da amostra do grupo caso Critérios de exclusão da amostra do grupo caso Critérios de inclusão e exclusão da amostra do grupo controle Teste De Micronúcleo (MN) em Mucosa Coleta das amostras Preparações Citológicas Análise estatística 38 REFERENCIAS 39

14 CAPITULO 1 - DESCRIÇÃO DOS PERFIS DE SAÚDE E SOCIOECONÔMICOS DE AGRICULTORES NO MUNICÍPIO DE TOUROS- RIO GRANDE DO NORTE: UMA REALIDADE ALÉM DOS NÚMEROS 43 Resumo 43 Abstract 45 Introdução 46 Material e Método 47 Área de Estudo 47 Procedimento Metodológico 48 Resultados 49 Discussão 58 Conclusões 62 Colaboradores 63 Agradecimentos 63 Referências 63 CAPÍTULO 2 -ALTERAÇÕES GENÉTICAS EM TRABALHADORES RURAIS NO NORDESTE BRASILEIRO: INVESTIGAÇÃO DO POTENCIAL MUTAGÊNICO ASSOCIADO À EXPOSIÇÃO POR AGROTÓXICOS 66 Resumo Introdução Materiais e Métodos 69 Amostras Procedimento Metodológico 70 Caracterização da Amostra 70 Coleta das amostras de mucosa bucal 71 Preparações Citológicas 71 Análise Estatística Resultados 72

15 5. Discussão Referências 79 CONCLUSÕES GERAIS 82 APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 83 APENCIDE B TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO GRUPO CONTROLE 87 APENCIDE C - CORDEL 90 ANEXO A Agrotóxicos FORMULADOS ESPECÍFICOS PARA CULTURA DE ABACAXI. 93 ANEXO B - GRUPOS QUÍMICOS E MODO DE AÇÃO NOS QUAIS PERTENCEM OS AGROTÓXICOS. 97 ANEXO C - MAPA DO PROJETO BOQUEIRÃO 100 ANEXO D PARECER DE APROVAÇÃO DA PESQUISA NO COMITÊ DE ÉTICA DA UFRN. 102 ANEXO E - QUESTIONÁRIO DE SAÚDE PESSOAL 105 ANEXO F - DADOS DE INTERNAÇÃO HOSPITALAR NEOPLASIAS 114 ANEXO G - NORMAS DA REVISTA PARA PUBLICAÇÃO DO CAPÍTULO ANEXO H - NORMAS DA REVISTA PARA PUBLICAÇÃO DO CAPÍTULO 2 126

16 15 INTRODUÇÃO GERAL Desde os primórdios da colonização até o século XXI a agricultura passou por várias etapas de modificações tanto políticas, sociais e culturais. Inicialmente produtora de cana-de-açúcar e café, e, posteriormente, evoluindo para extensas monoculturas. De acordo com Ministério da Agricultura - MAPA (2012), o Brasil é um dos líderes mundiais na produção e exportação de vários produtos agropecuários. É o primeiro produtor e exportador de café, açúcar, etanol de cana-de-açúcar e suco de laranja e lidera o ranking das vendas externas do complexo soja (farelo, óleo e grãos). Além disso, o crescimento da produção agrícola no Brasil deve continuar acontecendo com base na produtividade. As projeções indicam que tanto a produção de grãos e a área de cultivo deverão expandir-se em 9,5% em A área plantada em 2011/12 é estimada em 51,05 milhões de hectares, sendo 2,4 % maior que a cultivada em 2010/11, passando de 49,87 milhões para 51,05 milhões de hectares Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB (2012). De fato, o setor de fruticultura dispõe de linhas de crédito com o objetivo de apoiar a comercialização de várias culturas, incentivando a agroindustrialização no setor e facilitando novos mercados (MAPA, 2012). Neste setor, podemos destacar o abacaxi. No que tange a esta cultura, no Brasil o desempenho em relação ao rendimento (frutos/ha) e a área de colheita (ha) do abacaxi vêm crescendo desde 1970, segundo dados do IBGE, De acordo com a Embrapa (2006) a produção desta fruta in natura cresceu 250% entre 1973 e 2003, e o Brasil produziu em 2008 aproximadamente 1.4 mil toneladas do fruto, tornando-se o 6º produtor de abacaxi do mundo, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária- EMBRAPA (2009). Adicionalmente, no Brasil os dados mostram que em cada Hectar (ha, m 2 ) há uma variação na produção de abacaxis entre 17 mil a 27 mil unidades. Em 2009 o Nordeste foi a região com maior produção desta fruta comparado com outras regiões, atingindo uma média de 2,7 abacaxis por m 2 e a região Sul foi a de menor produção sendo colhido 1,7 abacaxis por m 2 (Tabela 1). De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário 2011, a produção de abacaxi bate recorde no município de Touros - Rio Grande do Norte. Os Estados do Sudeste, como São Paulo e Rio de Janeiro são os maiores compradores e a produção tem comércio garantido para os estados nordestinos como o Ceará, Pernambuco e o próprio Rio Grande Norte.

17 16 Tabela 1 - Produção brasileira de abacaxi em 2009 Região Fisiográfica Área colhida (ha) Quantidade produzida (mil frutos) Rendimento médio (mil frutos/ha) Participação na produção (%) Norte ,43 Nordeste ,76 Sudeste ,90 Sul ,98 Centro-Oeste ,93 BRASIL ,00 Fonte: Embrapa, Consequentemente, esta intensa demanda agrícola no país reflete na necessidade de utilização de defensivos agrícolas. Considerando, em especial, a cultura do abacaxi, há um amplo uso de insumos químicos para que haja produtividade e rendimento. Os agrotóxicos específicos para este tipo de cultura, bem como suas características de ingredientes ativos e grupos químicos, estão apresentados no Anexo A. De acordo com a Lei Federal Nº 7802/1989 e Decreto Nº 4.074/ 2002 os agrotóxicos são definidos como produtos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou plantadas, e de outros ecossistemas e de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos, bem como as substâncias e produtos empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento. Essa definição exclui fertilizantes e químicos administrados a animais para estimular o crescimento ou modificar o comportamento reprodutivo (OPAS/OMS, 1996). Associada as potencialidades dos agrotóxicos, com seus diferentes mecanismos de ação, e a intensa prática agrícola no país, é crescente a comercialização destes defensivos agrícolas. Em 2009 foram consumidos mais de um bilhão de litros de agrotóxicos, segundo a Fundação Oswaldo Cruz FIOCRUZ e, nos últimos três anos, o Brasil vem ocupando o lugar de maior consumidor de agrotóxicos no mundo de acordo com a Associação Brasileira de Saúde Coletiva - ABRASCO no relatório divulgado dia 16/06/2012 na Cúpula dos Povos (Rio +20). Este documento serve de alerta já que o Brasil é o maior consumidor de pesticidas e está

18 17 aumentando sua utilização a uma velocidade duas vezes superior a dos demais países. No país, as vendas de agrotóxicos, acumuladas até outubro de 2011, apresentaram um crescimento estimado de 10% em comparação com o mesmo período de 2010, impulsionadas principalmente pelas culturas de soja, cana, milho, algodão, café e pastagem. Depois da soja, o algodão é o produto que tem maior participação nas vendas de agrotóxicos no mercado nacional, com 13% do total, a cana-de-açúcar e o milho vêm a seguir, com 12% e 9%, respectivamente (SINDAG, 2011). As estimativas de faturamento do mercado de agrotóxicos no Brasil de uso geral entre Janeiro a Outubro de 2010 foi de milhões de Reais e entre Janeiro a Outubro de 2011 foi de milhões de Reais. Dentre os principais tipos de agrotóxicos empregados podemos destacar os inseticidas e os herbicidas que lideraram as vendas de 2011 (Tabela 2). Outro ponto importante neste cenário de vendas de agrotóxicos está relacionado com o fato de que as indústrias químicas a cada ano investem no mercado e lançam novas formulações para atender a grande demanda existente no país gerando grande faturamento de vendas. Tabela 2 - Estimativas do Mercado de Defensivos no Brasil acumulado de Janeiro Outubro 2010 vs 2011 (Milhões R$) MERCADO (ESTIMATIVA) Segmentos % VAR Herbicidas % Fungicidas % Inseticidas % Acaricidas % Outros % Total % Fonte: Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (SINDAG, 2011). < os.pdf Em função disto, os defensivos agrícolas apresentam uma complexidade química, que impõe sérios riscos a saúde ambiental e humana. Várias agências de controle ambiental e de saúde vêm demonstrando o potencial destes compostos como agentes poluidores do ambiente e consequentemente, nocivos à vida, em particular, à saúde humana. Segundo a OMS (2010), os agrotóxicos estão entre os mais

19 18 importantes fatores de risco para a saúde da população em geral, especialmente para os agricultores e para os ecossistemas próximos as áreas agrícolas. Em função da grande diversidade dos produtos, há cerca de 300 ingredientes ativos e 2 mil formulações comerciais diferentes no Brasil sendo classificados quanto ao tipo de toxicidade, ação, e ao grupo químico a que pertencem. Por determinação legal todos os produtos devem apresentar nos rótulos uma faixa colorida indicativa de sua classe toxicológica (OPAS/ OMS, 1996). Adicionalmente, a finalidade de cada agrotóxico depende do alvo que deseja controlar/eliminar: acaricidas, fungicidas, herbicidas, inseticidas, dentre outros. Os vários grupos químicos e modos de ação nas quais pertencem os agrotóxicos apresentam-se no Anexo B. 1.1 Formulações e Toxicidade Os agrotóxicos podem apresentar-se em diferentes formulações: sólidos, líquidos e gasosos. Alguns são comercializados pronto para o uso e outros precisam ser preparados com água antes da aplicação. Segundo a OMS, 2009 a classificação distingue entre as formas mais ou menos perigosas de cada agrotóxico na qual se baseia na toxicidade do composto e nas suas formulações. A toxicidade de um agrotóxico é medida de acordo com índice de dose letal 50 (DL 50 ) oral e dérmica baseados em teste animais de laboratório. A dose letal (DL50) é o valor estimado estatisticamente em mg do tóxico por kg de peso que é suficiente para matar 50% da população de animais da mesma espécie. Tabela 3. Tabela 3- - Classificação de toxicidade com a dose letal (DL 50) Classe DL 50 para rato (mg/kg peso corporal) Oral Dérmica Ia Extremamente tóxico < 5 < 50 Ib Altamente tóxico II Moderadamente tóxico III Levemente tóxico Acima 2000 Acima 2000 U Muito pouco tóxico Suscetível de apresentar perigo agudo 5000 ou Superior Fonte: adaptado de OMS, Vários fatores podem influenciar a intoxicação, tais como a via de absorção, o estado físico do agrotóxico, o método de utilização e uso indevido. Por determinação legal todos os produtos devem apresentar nos rótulos uma faixa colorida indicativa de sua classe toxicológica. Tabela 4.

20 19 Tabela 4 - Classe toxicológica e cor da faixa do rótulo de agrotóxico Classe l Extremamente tóxicos Faixa vermelha Classe II Altamente tóxicos Faixa amarela Classe lll Medianamente tóxicos Faixa azul Classe IV Pouco tóxicos Faixa verde Fonte: OPAS/OMS, A busca pelo crescimento com base na produtividade aponta para um quadro preocupante no meio rural. Os agravos à saúde dos trabalhadores decorrentes da utilização de agrotóxicos podem ser visto como um dos maiores problemas de saúde pública, principalmente nos países em desenvolvimento (MS, 2010; MALASPINA, 2011). O elevado e indiscriminado uso de agrotóxicos no Brasil tem contribuído para a contaminação ambiental e para o aumento dos casos de intoxicações, principalmente as de origem ocupacional (PIGNATI et al.,2007., JACOBSON et al, 2009). Soma-se a isto, (i) a falta de orientação técnica, (ii) o desconhecimento dos riscos associados ao uso, (iii) instruções no rótulo de difícil compreensão, (iv) manipulação e aplicação sem os devidos equipamentos de proteção individual (EPI), (v) o não conhecimento das normas de descarte de embalagens, e (vi) o baixo nível de escolaridade. Todos estes fatores potencializam os riscos de intoxicações pelos trabalhadores do meio rural (RADIS/FIOCRUZ, 2010). Em função de todos os tipos de intoxicações, o Ministério da Saúde constituiu o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX) em Este sistema tem como principal atribuição coordenar a coleta, a compilação, a análise e a divulgação dos casos de intoxicação e envenenamento notificados no País. Os registros são realizados pela Rede Nacional de Centros de Informação e Assistência Toxicológica (RENACIAT), criada em 2005 pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 19 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). É composta por 35 unidades, localizadas em 19 estados brasileiros, e tem como função fornecer informação e orientação sobre o diagnóstico, prognóstico, tratamento e prevenção das intoxicações e envenenamentos, assim como sobre a toxicidade das substâncias químicas e biológicas e os riscos que elas ocasionam à saúde. Atende tanto o público em geral quanto os profissionais de saúde, e os resultados do trabalho são divulgados anualmente. Os registros das intoxicações são realizados de acordo com os agentes tóxicos: medicamentos, animais peçonhentos e agrotóxicos. No que se refere às intoxicações por

21 20 agrotóxicos, há uma distinção no site da SINITOX quanto: agrotóxico de uso agrícola, agrotóxico de uso doméstico, produtos veterinários, raticidas e agrotóxicos em geral (que insere todas as classes anteriores). Segundo estatísticas oficiais do Ministério da Saúde (MS), utilizando o SINITOX, é possível verificar casos de intoxicações por agrotóxicos em geral no Brasil no período de 1999 a Os números de intoxicações podem ser ainda maiores do que os relatados como apresenta BOCHNER (2007). Esta autora ressalta que a totalidade dos casos registrados no país em um dado período pelo SINITOX é diferente da totalidade dos casos ocorridos no país neste mesmo período porque, os números de Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CIATs) são insuficientes para cobrir toda a extensão territorial do país e as notificações dos casos a esses centros são espontâneas, e o envio dos dados pelos centros ao SINITOX é realizada de maneira voluntária. Dessa forma, são geradas irregularidades nas estatísticas divulgadas por esse sistema. Essa afirmação também corrobora com as informações obtidas pelo Protocolo de Atenção à Saúde dos Trabalhadores Expostos a Agrotóxicos (MS, 2006), que demonstram que os dados oficiais brasileiros sobre intoxicações por agrotóxicos não retratam a realidade do país. São insuficientes, parciais, fragmentados, desarticulados e/ou dispersos em várias fontes de dados. Bochner (2007) descreve em seu estudo que os casos de intoxicação por agrotóxicos, registrados pelo SINITOX, são em sua grande maioria decorrentes de exposição aguda a esses produtos e que os efeitos crônicos à saúde das populações são mais um forte componente da subnotificação desse sistema, pois não é difícil inferir que o número de intoxicação crônicas por agrotóxicos é superior ao das intoxicações agudas. Outro estudo indica que apesar do consumo intensivo de agrotóxicos, os registros oficiais sobre intoxicações são limitados para os casos agudos e quase inexistentes para as intoxicações crônicas (FARIA, 2009). É importante salientar que os diagnósticos para intoxicação crônica são difíceis de serem estabelecidos e há uma maior dificuldade na associação causa/efeito, principalmente quando há exposição a múltiplos produtos, situação muito comum na agricultura brasileira (OPAN/OMS, 1996; GRISOLIA, 2005; SILVA, 2005; SOLOMON, 2000). Não há estimativas confiáveis quanto ao número de pessoas que padeci por efeitos na saúde relacionados ao uso destes venenos e a taxa de incidência de intoxicação não é clara e é subestimada (THUNDIYIL, et al., 2008). Outro aspecto observado referente aos dados de óbitos por intoxicação, registrado pela SINITOX, é o uso de agrotóxicos com a finalidade de suicídio. Segundo a OMS (2006), quase 1 milhão de pessoas morrem a cada ano como

22 21 resultado de suicídio, sendo que um número significativo dessas mortes são por uso de produtos químicos. Estima-se que a ingestão deliberada de pesticidas provoca mortes por ano. O número destas mortes pode ser reduzido através das notificações de óbito, da limitação da disponibilidade e do acesso aos agrotóxicos altamente tóxicos. De fato, a exposição aos agrotóxicos pelos agricultores pode ser por via oral, inalatória e/ou dérmica, resultando em quadros sintomatológicos que podem ser confundidos com outras doenças comuns do dia a dia, levando a dificuldades e erros de diagnósticos além de tratamentos equivocados (ABRASCO, 2012; OPAS/OMS 1996). Esta exposição aos venenos agrícolas pode gerar as intoxicações, evidenciadas nos trabalhadores, sendo classificadas em: aguda, subaguda e crônica. Segundo o Manual de Vigilância a Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos, criados pela OPAS/OMS, 1996, na intoxicação aguda os sintomas surgem rapidamente, algumas horas após a exposição excessiva, por curto período, a produtos extremamente e altamente tóxicos. Pode ocorrer de forma leve, moderada ou grave, a depender da quantidade de veneno absorvido. A intoxicação subaguda ocorre por exposição moderada ou pequena a produtos altamente tóxicos ou mediamente tóxicos e tem aparecimento mais lento. Os sintomas são subjetivos e vagos, tais como dor de cabeça, fraqueza, mal-estar, dor de estomago e sonolência, entre outros. A intoxicação crônica caracteriza-se por surgimento tardio, após meses ou anos, por exposição pequena ou moderada a produtos tóxicos ou a múltiplos produtos, acarretando danos irreversíveis, do tipo paralisias e neoplasias. Considerando a intoxicação aguda, um estudo realizado por Thundiyil et al. (2008), demonstrou que estas intoxicações são causa de morbidade e mortalidade a nível mundial. Por outro lado, a intoxicação crônica pode gerar mutações no DNA, que contribuem para o surgimento de doenças, entre elas o câncer, as malformações congênitas e o envelhecimento (KUMAR e DAS, 2009). Adicionalmente, mesmo as mulheres que não trabalham na agricultura não estão isentas do contato direto com agrotóxicos, uma vez que as roupas dos maridos, usadas durante a pulverização, são lavadas nas suas próprias casas, desta forma, toda a família do agricultor está sujeita a estes riscos de contaminação e consequentemente, o desenvolvimento de doenças (RANGEL et al., 2011). Dentro desta perspectiva, está a exposição materna aos agrotóxicos. Vários trabalhos já demonstraram que o contato com estes venenos durante o período gestacional constitui riscos para a saúde do feto, aumentando a taxa de abortos espontâneos, a taxa de mortalidade por baixo peso ao nascer e o nascimento

23 22 de bebês prematuros (ZHANG et al., 1992; TAHA & GRAY, 1993; LONGNECKER et al.,2001). Outro aspecto crucial relacionado com a toxicidade crônica, como já foi mencionado anteriormente, são os riscos dos trabalhadores desenvolverem o câncer em virtude das mutações no material genético induzidas por estes agentes químicos. Cabe salientar que os riscos de câncer em agricultores em contato com os agrotóxicos são aproximadamente de 1,5 a 3 vezes maiores do que outras atividades ocupacionais não expostas a este fator (MATOS, VILENSKY & BOFFETTA, 1998; PERES & MOREIRA, 2003; STOPPELLI, 2005; ALGRANTI., et al 2010). KUMAR & DAS, (2009) publicou uma análise sobre os fatores ambientais que estão diretamente ou indiretamente associados com o câncer, e relatou uma evidente associação entre linfoma e o grupo de agrotóxicos caracterizados quimicamente como organoclorados, como o 1,3 dicloropropeno, e o herbicida 2,4 ácido diclorofenoxiacético, portanto o risco de exposição a esses químicos parece ser maior para os tumores sólidos. O 2,4 ácido diclorofenoxiacético (glicolatos) é o herbicida mais usado no mundo e o terceiro mais usado na América do Norte. A Agência Internacional para Pesquisa sobre o Câncer (IARC, 1987) classifica esse agrotóxico como um agente cancerígeno classe 2B- possivelmente indutor de câncer em seres humanos. Especialmente os agrotóxicos que pertencem a classe organoclorados, carbamatos e os grupos carbanóis são classificados como prováveis ou possíveis cancerígenos de acordo com a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos - US EPA e de acordo com a classificação da IARC, 1991, vários agrotóxicos são reconhecidos como carcinógenos em seres humanos. Considerando os tipos de agrotóxicos e a exposição de agricultores WEICHENTHAL et al (2010) identificou em uma revisão bibliográfica 12 tipos de agrotóxicos entre eles carbamatos, organofosforados, piretróide, cloroacetanilida, dinitroanilinas, imidazolinone com relações entre exposição e incidência de câncer como, por exemplo: de cólon, reto, melanoma, pulmão, leucemia, pâncreas, bexiga, mieloma, linfohematopoéticas. 1.2 Teste de Micronúcleos Diante deste panorama, vários métodos são aplicados para mensurar o potencial dos defensivos agrícolas em induzir danos genéticos no DNA. Um considerável número de

24 23 estudos tem sido conduzido usando biomarcadores para avaliar a genotoxicidade em células de trabalhadores expostos a agrotóxicos. Holland et al. (2008) consideram que a causa mais importante do desenvolvimento de doenças degenerativas é, provavelmente, o dano genômico. Segundo esses autores, as lesões no material genético são devidas a exposição ambiental a genotoxinas (radiação e produtos químicos). Além disso, fatores como a deficiência de micronutrientes (folato), estilo de vida (álcool, fumo, drogas, e estresse), e fatores genéticos, tais como defeitos hereditários no metabolismo e/ou reparo DNA também contribuem na indução de danos genéticos. Segundo Stich & Rosin, (1984), um dos principais métodos para o monitoramento de lesões genéticas em populações humanas é o Teste de Micronúcleos. Este método é minimamente invasivo e tem sido usado desde a década de 80 até os dias atuais. Esta metodologia está baseada na análise de células esfoliadas que podem ser obtidas a partir de vários tecidos, incluindo mucosa bucal, (raspagens de células bucais), brônquios (muco), bexiga e ureter (centrifugação da urina), colo do útero (manchas) e esófago (por biópsias). Para Thomas et al (2009), o Teste de Micronúcleos utilizando células da Mucosa Bucal vem sendo cada vez mais empregado em diversos estudos para mensurar danos no DNA, instabilidade cromossômica, morte celular e o potencial regenerativo de tecidos de mucosa bucal em humanos. Destaca-se também estudos em epidemiologia molecular para investigar os impactos da nutrição, hábito de fumar, consumo de álcool, incluindo a exposição a agrotóxicos nas pesquisas de Fan et al. (2006), Thomas, et al. (2009) e Holland et al. (2008). A importância de se analisar as células da mucosa oral, segundo Chen et al. (2006) e Holland et al.(2008), está centrada no fato de que estão em constante contato com os contaminantes ambientais, constituindo, assim, um tecido de extrema importância para avaliação dos danos induzidos através de ingestão ou inalação de substâncias com potenciais carcinogênicos. Cairns 1975 afirma que aproximadamente 90% dos cânceres humanos são originados em células epiteliais. Muitos estudos utilizaram o Teste de Micronúcleos em células da mucosa bucal para detectar e quantificar a ação genotóxica de carcinogênicos e mutagênicos por meio da análise da frequência de micronúcleos (MN) e outras alterações celulares em populações ocupacionalmente expostas a determinados agentes genotóxicos. Dentre eles podemos destacar os estudos de Bonassi et al. (2011), Bortoli et al. (2009), Thomas et al. (2009), Holland et al.(2008), Heuser et al. (2007), Martino-Roth et al. (2003), Basu et al. (2004), Tolbert et al. (1992).

25 Origem dos micronúcleos (MN) Segundo Fenech et al.(2011), os micronúcleos (MN) originam-se principalmente a partir de fragmentos do cromossomo acêntricos, fragmentos de cromátides acêntricos ou de cromossomos inteiros que não foram incluídos no núcleo da célula filha no término da telófase durante a mitose. 1.4 Característica do micronúcleo (MN) Micronúcleos são considerados biomarcadores de eventos genotóxicos e de instabilidade cromossômica (FENECH et al., 2011), sendo caracterizados pela presença de um núcleo principal e uma ou mais estruturas nucleares pequenas chamadas de micronúcleo (THOMAS et al., 2009). Figura 1- (MNi). Figura 1 (a) Imagem da célula da mucosa bucal com micronúcleo de indivíduo do grupo exposto; (b) citoplasma, núcleo principal e micronúcleo em destaque; (c) detalhe do núcleo principal e do micronúcleo em evidência. Identificado com objetiva de 100 X. Sua forma pode ser redonda ou oval e seu diâmetro deve variar de 1/3 a 1/6 do tamanho do núcleo principal. O MN tem que ter a mesma intensidade de coloração e textura do núcleo principal e deve estar localizado no citoplasma das células sendo marcados apenas em células diferenciadas com núcleos uniformemente corados (Figura 1-(a)). A frequência de células micronucleadas em mucosa bucal varia, geralmente, entre Mni/1.000 células (Thomas et al. 2009).

26 25 A figura 2 representa uma imagem da célula da mucosa bucal sem a presença de MNi. Figura 2- (a) Imagem da célula da mucosa bucal normal de indivíduo do grupo exposto ; (b) citoplasma e núcleo em destaque; (c) detalhe do núcleo em evidência. Desta forma, os micronúcleos podem ser biomarcadores de instabilidade cromossômica associada à exposição a agrotóxicos. Partindo desta problemática, o presente estudo objetivou avaliar a indução de micronúcleos em células da mucosa oral em agricultores que trabalham no Município de Touros/RN. Somado a esta investigação, foi realizado um perfil socioeconômico e de saúde destes trabalhadores através da aplicação de um questionário de Saúde Pessoal, de acordo com modelo recomendado pela International Commission for Protection Against Environmental Mutagens and Carcinogens (ICPEMC, 1988). 1.5 Outras anormalidades celulares Binucleada Figura 3 - (a) Imagem da célula da mucosa bucal com núcleo binucleado de indivíduo do grupo exposto; (b) citoplasma e núcleo binucleado em destaque; (c) detalhe do núcleo binucleado em evidência.

27 26 Cromatina condensada Figura 4 - (a) Imagem da célula da mucosa bucal com cromatina condensada de indivíduo do grupo exposto; (b) citoplasma e núcleo com cromatina condensada em destaque; (c) detalhe do núcleo com cromatina condensada em evidência. Cariólise Figura 5 - (a) Imagem da célula da mucosa bucal em cariólise de indivíduo do grupo exposto; (b) citoplasma e núcleo em cariólise em destaque; (c) detalhe do núcleo em cariólise em evidência. Picnose Figura 6 - (a) Imagem da célula da mucosa bucal em picnose de indivíduo do grupo exposto; (b) citoplasma e núcleo em picnose em destaque; (c) detalhe do núcleo em picnose em evidência.

28 27 Cariorrexe Figura 7 - (a) Imagem da célula da mucosa bucal em cariorrexe de indivíduo do grupo exposto; (b) citoplasma e núcleo em cariorrexe em destaque; (c) detalhe do núcleo em cariorrexe em evidência. Todas as imagens das células da mucosa bucal do grupo exposto foram tiradas com objetiva de 100X.

29 28 CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÁREA DE ESTUDO O município de Touros situa-se na mesorregião Leste Potiguar e na microrregião Litoral Nordeste, (IBGE, 2011) cerca de 87 km da capital, limitando-se com os municípios de Rio do Fogo, Pureza, João Câmara, Parazinho, São Miguel de Touros e o Oceano Atlântico, abrangendo uma área de 840 km² (Figura 2). Coordenadas geográficas: latitude 5º Sul e longitude 35º Oeste. 2.1 Touros RN - Brasil Figura 8 - Mapa do Estado do Rio Grande do Norte indicando o Município de Touros, localidade da área de estudo sobre a avaliação do risco ocupacional de trabalhadores expostos a agrotóxicos. Fonte: obtido em em 2012, adaptado. O município de Touros foi criado por Resolução do Conselho do Governo em 11/04/1833, desmembrado de Ceará-Mirim. O município de Touros encontra-se inserido nos domínios da bacia hidrográfica do Rio Maxaranguape e da Faixa Litorânea NE de Escoamento Difuso,

30 29 sendo banhado pelas sub-bacias dos rios Maxaranguape, das Piranhas e Punaú (MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL, 2005). 2.2 Clima, Vegetação e Solos Apresenta clima tropical chuvoso com verão seco, período chuvoso de março a junho. Os solos são predominantemente constituídos pelos sedimentos da formação Jandaíra, do grupo Barreiras (ENb), dos depósitos Colúvio- eluviais (NQc), de Dunas Inativas (Qd) e dos depósitos Litorâneos (Q2l) e aluvionares (Q2a) (Figura 3). Figura 9 - Mapa Geológico do Município de Touros Fonte: Ministério De Minas E Energia Secretaria De Geologia, Mineração E Transformação Mineral, Principais atividades As principais atividades são agropecuárias, pesca, extração vegetal e silvicultura. Destaca-se as culturas de subsistência e fruticultura com produções de abacaxi, abóbora, manga, coco da baia, banana e mandioca, em pequenas áreas. As práticas agrícolas estão condicionadas tanto ao trabalho braçal e à tração animal, com implementos agrícolas simples, como a

31 30 motomecanização (SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECUSROS HÍDRICOS - SEMARH, 2008). 2.4 População De acordo com o censo demográfico 2010 (IBGE), a população residente é de habitantes, sendo que são de residentes-urbanas e é de residentes - rurais. Dentro desse contexto, habitantes são do sexo masculino e são do sexo feminino. 2.5 Escolha da Área de estudo - Projeto Boqueirão Touros RN A escolha da área de estudo foi feita por meio de informações pelo Instituto de assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Norte - EMATER, sendo escolhido o Projeto do Boqueirão (Figura 4) situado na área rural do Município de Touros. Esse projeto foi criado e implementado pelo governador estadual José Cortez Pereira de Araújo no período de e posteriormente, reconhecido pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária INCRA como projeto de assentamento. Foram concedidos lotes para as famílias com o objetivo de proporcionar ao homem do campo uma possibilidade de trabalhar a terra de forma livre e independente. Figura 10- Mapa do Estado do Rio Grande do Norte- Brasil indicando o Município de Touros em vermelho e a área em verde, que corresponde ao Projeto do Boqueirão local da área de estudo sobre a avaliação do risco ocupacional de trabalhadores expostos a agrotóxicos no Município de Touros/Rio Grande do Norte Fonte: obtido em em 2012, adaptado.

32 31 Na figura 5 as linhas marcadas em vermelho se referem ao Projeto Boqueirão e cada quadrado equivale a um lote, conforme desenho do projeto no (Anexo C). O Projeto está localizado na área rural de Touros - RN, sendo dividas em três Vilas: Assis, Israel e Mayne com um total de 407 famílias, representando um total de 1142 pessoas cadastradas pelo Sistema de Informação de Atenção Básica- SIAB. Figura 11 - Área em vermelho que corresponde ao Projeto do Boqueirão local da área de estudo sobre a avaliação do risco ocupacional de trabalhadores expostos a agrotóxicos no Município de Touros/Rio Grande do Norte Fonte: Imagem obtida pelo Google Maps em julho de 2012, acrescida pela imagem fornecida pela Secretaria de Estado de Assuntos Fundiários e de Apoio à Reforma Agrária (SEARA) em julho de O objetivo da escolha dessa área rural dentro do Município de Touros está baseado no fato de possuir vários produtores rurais em atividade na qual se destacam as culturas de abóbora, mandioca, milho e fruticultura com a manga, coco da baia e principalmente cultura do abacaxi Instituto De Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte - IDEMA, (Figura 6).

33 32 (a) (b) Figura 12 (a) Foto da cultura de abacaxi da área de estudo localizada no Projeto do Boqueirão, Município de Touros- Rio Grande do Norte Brasil. (b) Foto da cultura de abacaxi e milho da área de estudo sobre a avaliação do risco ocupacional de trabalhadores expostos a agrotóxicos no Município de Touros/Rio Grande do Norte Fonte: Arquivo pessoal Desta forma, o município de Touros/RN, especificamente na área rural onde está localizado o Projeto do Boqueirão, constitui um cenário importante para pesquisas atuais e futuras, já que nesta região há poucos estudos da comunidade que reside e trabalha neste projeto, principalmente referentes a saúde dos trabalhadores rurais.

34 33 METODOLOGIA GERAL 3.1 Procedimentos Metodológicos Questionário de Saúde Pessoal O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) UFRN e aprovado dia 06/12/2011, conforme resolução a RESOLUÇÃO Nº 196, de 10 de outubro de 1996, Protocolo número 178/11-P, CAAE (Anexo D). Toda coleta de dados para análises e da mucosa bucal ocorreu com o conhecimento e consentimento do indivíduo, que assinou o termo de consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), (Apêndice A e B) no qual constam todos os esclarecimentos sobre a pesquisa, os objetivos, informações sobre confidencialidade e sigilo dos dados coletados de forma anônima na qual os indivíduos são identificados apenas por um número. Foi respeitada a autonomia dos indivíduos que podem optar livremente, em qualquer momento, pela participação ou não da pesquisa, de forma espontânea. Após a assinatura os voluntários responderam ao questionário de Saúde Pessoal (Anexo E) de acordo com o modelo recomendado por: (International Commission for Protection against Environmental Mutagens and Carcinogens (ICPEMC) Mutation Research, 204: , 1988 com adaptações). Esse questionário é reconhecido internacionalmente e utilizado por várias pesquisas dessa natureza Coleta de Dados do Questionário As coletas de dados foram realizado em campo em horário laboral, com a ajuda do GPS e através do mapa detalhado por números de lotes e por Vilas, fornecido pela Secretaria do Estado de Assuntos Fundiários e de Apoio à Reforma Agrária (SEARA). As coletas iniciaram em 16/02/2011 com periodicidade mensal até setembro de 2012 sendo aplicados 54 questionários para o grupo exposto a agrotóxico e 19 para o grupo controle. A amostra no meio rural foi escolhida por conveniência.

35 34 O primeiro contato foi realizado com o produtor ou com o responsável pelo lote, com o objetivo de explicar a pesquisa, assim como a confidencialidade e o sigilo das informações por eles fornecidas. Após, o deferimento do produtor e dos trabalhadores que optaram em participar da pesquisa, foi aplicado o questionário individualmente (Figura 7) (a) (b) Figura 13 (a) e (b) Foto da coleta de dados e assinatura do TCLE através dos questionários sobre a avaliação do risco ocupacional de trabalhadores expostos a agrotóxicos no Município de Touros/Rio Grande do Norte Fonte: Arquivo pessoal Após a assinatura do TCLE os 54 indivíduos responderam o questionário de saúde pessoal que apresenta-se semi-estruturado e está dividido em 7 blocos (ANEXO E). São abordadas questões relativas a: história pessoal, idade, sexo, estado civil, história ocupacional, local de trabalho, tipo de trabalho, carga horária, exposição, tempo de exposição, quais são os agentes químicos, se usa algum tipo de proteção (EPI), histórico de fumo, medicamentos, doenças, dietas e história familiar. Desta forma, através dos dados obtidos por meio destes questionários nos propusemos a descrever o perfil do trabalhador rural no Projeto do Boqueirão. Os dados obtidos através dos questionários foram revisados e foi construído um banco de dados com o programa do Excel. Para a análise e interpretação dos dados foi utilizado o programa SPSS Statistics 15.0 (Statistical Package for the Social Science) e BioEstat versão 5.0. Técnicas estatísticas descritivas foram utilizadas, tais como a distribuição de freqüência e a tabulação cruzada (ou crosstabs). Além disso, para avaliar a correlação entre os resultados encontrados foi utilizado o teste de Coeficiência Contingência C (Quiquadrado), com significância p<0.05.

36 Critérios de inclusão da amostra do grupo caso Trabalhar no campo, sexo masculino, ter idade acima de 18 anos, aceitar participar voluntariamente da pesquisa e assinar o TCLE Critérios de exclusão da amostra do grupo caso Menor de 18 anos e sexo feminino para padronizar as amostras Critérios de inclusão e exclusão da amostra do grupo controle Os critérios de inclusão do grupo controle sem contato com produtos tóxicos e/ou defensivos agrícolas foi residir na área urbana, sexo masculino, ter idade acima de 18 anos, aceitar participar da pesquisa e assinar o TCLE. Os critérios de exclusão são: sexo feminino, menor de 18 anos e ter contato com produtos tóxicos e/ou a agrotóxicos. 3.2 Teste De Micronúcleo (MN) em Mucosa O teste foi realizado junto com a coleta dos dados dos questionários sendo um total de 73 indivíduos divididos em dois grupos. O grupo caso foi composto de 54 trabalhadores rurais expostos a defensivos agrícolas utilizados na região. O grupo controle consistiu de 19 indivíduos do sexo masculino, que trabalham nas áreas administrativas em área urbana especificamente da Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN sem histórico de exposição ocupacional a defensivos agrícolas ou a qualquer agente tóxico. O teste de micronúcleo por meio das células esfoliadas da mucosa oral foi proposto por STICH et al.,1982 e atualmente tem sido utilizado para monitorar populações humanas expostas a uma variedade de agentes físicos e químicos com potencial mutagênico e carcinogênico (HOLLAND et al,2008). Além de ser relativamente fácil de realizar, fornecendo resultados com forte suporte estatístico (FENECH et al.,1999) é um método minimamente invasivo (HOLLAND et al., 2008).

37 Coleta das amostras As coletas das células da mucosa bucal do grupo exposto totalizando 54 indivíduos foram realizadas em campo em horário laboral, (Figura 8) sem exposição dos dados dos voluntários que são identificados por um número e de forma anônima. As coletas do grupo controle, totalizando 19 indivíduos foram realizadas na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com os funcionários das áreas administrativas, sem exposição a produtos químicos. Figura 14 Foto da coleta de dados e células da mucosa bucal do grupo exposto em horário laboral no campo sobre a avaliação do risco ocupacional de trabalhadores expostos a agrotóxicos no Município de Touros/Rio Grande do Norte Fonte: Arquivo pessoal Para a coleta das células da mucosa bucal utilizou-se uma escova estéril especifica de material biológico (endobrush). As células são retiradas com leves movimentos de raspagens do epitélio da mucosa bucal e são transferidas e emersas em tubos falcon contendo solução fisiológica (Figura 9). As amostras são armazenadas em caixas de isopor com gelo para preservar as características celulares e, logo após as coletas, esses materiais são transportados para o laboratório de Mutagênese Ambiental (LAMA) UFRN onde foram realizados testes e análises.

38 37 (a) (b) Figura 15 (a) - Foto da coleta de células da mucosa bucal em horário laboral no campo (b) - armazenamento das amostras sobre a avaliação do risco ocupacional de trabalhadores expostos a agrotóxicos no Município de Touros/Rio Grande do Norte Fonte: Arquivo pessoal Preparações Citológicas No laboratório o material é centrifugado por três vezes a 1500 RPM por 8 min e a cada ciclo de centrifugação retira-se o sobrenadante e troca a solução fisiológica no primeiro e no segundo ciclo, para eliminar os restos de alimentos. No terceiro ciclo adiciona o fixador metanol a 80%. Após a última centrifugação podemos observar as células depositadas no fundo do tubo falcon. Com uma pipeta essas células são ressuspendidas a 500 ml com o fixador, são feitas 5 lâminas por indivíduo. As lâminas contendo as amostras ficam expostas a temperatura ambiente para secar por 48 horas, após esse período, as lâminas são hidrolisadas em HCL (1 N) a 60º C aquecidos em banho-maria por 10 min, lavadas com água destilada e secas a temperatura ambiente por alguns minutos. Depois dessa etapa, as lâminas estão prontas para a coloração com corante reativo de Schiff por 3 a 4 horas no escuro, pois este corante é fotossensível. Após coradas as lâminas são lavadas em água destiladas para retirar o excesso do corante. Depois de secas, as lâminas estão prontas e são contra-coradas com o corante Fast Green (HEUSER et al., 2007, com adaptações). Após essa etapa de coloração, as lâminas estão prontas para serem analisadas em microscópio em objetiva de 100 X. Para a contagem de micronúcleos foram analisadas 2000 células para cada indivíduo, sendo contadas 1000 células por lâminas seguindo o critério de contagem descrito por (Tolbert et al.,1992 e THOMAS et al.,2009).

39 Análise estatística Os programas utilizados foram Statistical Package for the Social Science (SPSS) 15.0, BioEstat versão 5.0 e GraphPad Prism versão 5.0. Para os resultados dos questionários em relação às associações entre duas variáveis foram analisadas por correlação de Spearman. Inicialmente utilizou-se o teste de normalidade de Komogorov-Smirnov para verificar se as variáveis estão normalmente distribuídas e os dados obtidos são paramétricos. O teste t- Student foi usado para comparar a faixa etária entre o grupo exposto e não exposto. O teste do Qui-Quadrado foi utilizado para comparar as frequências entre os grupos. Realizou-se uma análise de variância (ANOVA) dos resultados de danos genéticos e a comparação entre as médias para verificar o nível de significância foram feitas utilizando os testes Dunnett e Tukey. A análise é significativa com p < 0,05.

40 39 REFERENCIAS 1. ABRASCO, Associação Brasileira de Saúde Coletiva. DOSSIÊ ABRASCO Uma alerta sobre os impactos dos Agrotóxicos na Saúde ABRASCO, Rio de Janeiro, abril de 2012, 1ª Parte.98p.Disponível em: < ABRASCODIVULGA/2012/DossieAGT.pdf>. Acesso em : 18 de jul,2012, 21: ALGRANTI,E; BUSCHINELLI, J.T.P; CAPITANI, E.M. Câncer de pulmão ocupacional. Jornal Brasileiro de Pneumologia, 2010;36(6): São Paulo. 3. BASU,A;GHOSH,P;DAS,J.K. Micronuclei as biomarkers of carcinogen exposure in populations exposed to arsenic through drinking water in West Bengal, India: A Comparative Study in Three Cell types. Cancer Epidemiology,biomarkers e prevention 2004;13: BOCHNER, R. Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas - SINITOX e as intoxicações humanas por agrotóxicos no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, 12(1) 73-89, BONASSI,S;EL-ZEIN,R;BOLOGNESI.C;FENECH,M. Review Micronuclei frequency in peripheral blood lymphocytes and câncer risk: evidence from human studies. Mutagenesis vol.26 no 1 pp , BORTOLI,G.M;AZEVEDO,M.B;SILVA,L.B. Cytogenetic biomonitoring of Brazilian workers exposed to pesticides: Micronucleus analysis in buccal epithelial cells of soybean growers.mutation Research, 2009, BRASIL. Lei n , de 11 de julho de Disponível em:< gov.br/ccivil_03/leis/l7802.htm>. Acesso em: 17 out 2010, 13h42min. 8. CARRANO, A.V; NATARAJAN,A.T.Considerations for population monitoring using cytogenetic techniques, International Commission for Protection against Environmental Mutagens and Carcinogens (ICPEMC publication 14).Mutation Research. 1988;204: CHEN, C; ARJOMANDI,M;QIN,H;BALMES,J;TAGER,I;HOLLAND,N. Citogenetic damage in buccal epithelia and peripheral lymphocytes of young healthy individuals exposed to ozone. Mutagenesis 2006, 21(2): CONAB, Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento da Safra Brasileira junho/2012. Disponível: < 04_11_15_04_18_boletim_abril_2012.pdf>. Acesso em: 18 jul, 2012, 21: Disponível em:< > 12. EMBRAPA, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Informativo Mensal da Equipe Técnica de Abacaxi ETA, Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical Volume 4, Número 2 Maio a Agosto/2006 Disponível em: < Acesso em 18 jul,2012, 21: EMBRAPA, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Produção brasileira de abacaxi em 2009.Disponível em:< Brasil_2009.pdf> Acesso em: 18 jul, 2012, 23: EMBRAPA, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Produção Internacional de abacaxi em Disponível em: i_mundo_2009.pdf> Acesso em: 18 jul,2012, 23:10.

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44 43 CAPITULO 1 - DESCRIÇÃO DOS PERFIS DE SAÚDE E SOCIOECONÔMICOS DE AGRICULTORES NO MUNICÍPIO DE TOUROS- RIO GRANDE DO NORTE: UMA REALIDADE ALÉM DOS NÚMEROS Ana Flávia De Santana Resende Nagem 1, Nilmara de Oliveira Alves 2, Giveldna Maria Costa Pereira 3, Luiz Cláudio Cardoso Chaves 4, Viviane Souza do Amaral 1, 2 1 Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio ambiente, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil 2 Programa de Pós-Graduação em Bioquímica, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil 3 Graduação em Biomedicina, Centro de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil 4 Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil ESTE ARTIGO FOI SUBMETIDO NO PERIÓDICO CIÊNCIA E SAÚDE COLETIVA DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PÓS- GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA Normas da revista ANEXO G Resumo O presente estudo teve como objetivo descrever os perfis de saúde e socioeconômico de 60 agricultores no Município de Touros/RN. A partir da análise de questionários foi possível identificar que 91% dos trabalhadores ganham até 3 salários mínimos, na qual a maioria tem jornada de trabalho de 40 horas semanais. Em relação à saúde, os agricultores apresentam frequentemente quadros de infecção, além de alguns sofrerem de doenças renais e cardiovasculares. A frequência de aborto foi de menos de 20% e alguns entrevistados (30%) declararam casos de doenças hereditárias. Além disso, foi possível observar que os agricultores não têm o hábito de procurar os postos de atendimento médico para fazer exames de rotina, exercendo uma implicação direta nos diagnósticos referentes a intoxicações agudas e crônicas. Desta forma, há uma dificuldade na associação de sintomas relacionados com as intoxicações de origem

45 44 ocupacional e este fator vem sendo uma preocupação no âmbito da saúde coletiva/epidemiológica. Por fim, esses resultados apontam para a necessidade de medidas sócio-educativas que tenham como objetivo a melhoria das condições de saúde e de trabalho para estes agricultores no município de Touros-RN. Keywords: Cultura de Abacaxi, Agrotóxicos, Risco Ocupacional, agricultores, Touros-RN.

46 45 Description of health and Socioeconomic profiles of Farmers in the Touros county-rio Grande do Norte: A Reality Beyond Numbers Abstract The present study describes the socioeconomic and health profiles of sixty farmers from Touros county/rn. According to the analysis of questionnaires it was possible to identify that 91% of the workers earn up to 3 minimum salaries and that most of them work 40 hours per week. Concerning to their health, the farmers frequently presented cases of infection, besides suffering from kidney and cardiovascular diseases. The frequency of abortion was lower than 20% in women and approximately 30% of the interviewed reported cases of hereditary diseases. Furthermore, it was possible to observe that farmers are not used to look for medical support neither to do routine exams, affecting directly on diagnostics related to chronic and acute poisoning. Therefore, there are difficulties associating symptoms related to poisoning and occupational origin, reflecting a concern in the public health/epidemiology. Finally, these results show the need of socio-educational measures that has the proposal of improvement of health and work conditions for these farmers from Touros County - RN. Key words: Pineapple Culture, Pesticides, Occupational Risk, farmers,touros RN.

47 46 Introdução Desde os primórdios da colonização até o século XXI, a agricultura tem passado por várias etapas de modificações tanto políticas, sociais e culturais, inicialmente na produção da canade-açúcar e do café, e, posteriormente, evoluindo para extensas monoculturas. O Brasil é um dos líderes mundiais na produção e exportação de vários produtos agropecuários. É o primeiro produtor e exportador de café, açúcar, etanol de cana-de-açúcar e suco de laranja; liderando o ranking das vendas externas do complexo soja (farelo,óleo e grãos). Além disso, o crescimento da produção agrícola no Brasil deve continuar acontecendo com base na produtividade. As projeções indicam que tanto a produção de grãos e a área de cultivo deverão expandir-se em 9,5% em de acordo com o Ministério da Agricultura - MAPA (2011) 1, Companhia Nacional de Abastecimento CONAB (2012) 2. De fato, o setor de fruticultura dispõe de linhas de crédito com o objetivo de apoiar a comercialização de várias culturas, incentivando a agroindustrialização no setor e facilitando novos mercados (MAPA, 2011) 1. No Brasil, o desempenho em relação ao rendimento (frutos/ha) e a área da colheita (ha) do abacaxi vêm crescendo desde 1970 EMBRAPA (2009) 3. Além disso, os dados mostram que em cada Hectar (ha, m 2 ) há uma variação na produção de abacaxis entre 17 a 27 mil unidades. Em 2009, o Nordeste foi a região com maior produção desta fruta comparado com outras regiões, atingindo uma média de 2,7 abacaxis por m 2. Em contrapartida, a região Sul foi a de menor produção, sendo colhido 1,7 abacaxis por m 2 Ministério do Desenvolvimento Agrário (2011) 4. Consequentemente, esta intensa demanda agrícola no país reflete na necessidade de utilização de defensivos agrícolas. Considerando, em especial, a cultura do abacaxi, há um amplo uso de insumos químicos para que haja produtividade e rendimento. Associada as potencialidades dos agrotóxicos, com seus diferentes mecanismos de ação e a intensa prática agrícola no país, é crescente a comercialização destes defensivos agrícolas. Em 2009, de acordo com a Fundação Oswaldo Cruz FIOCRUZ 5, foram consumidos mais de um bilhão de litros de agrotóxicos. É importante destacar que, nos últimos três anos, o Brasil vem ocupando o lugar de maior consumidor de agrotóxicos no mundo de acordo com a Associação Brasileira de Saúde Coletiva ABRASCO (2012) 6. Outro ponto importante relacionado ao comércio de agrotóxicos está no fato de que as indústrias químicas a cada ano investem no mercado e lançam novas formulações para atender a grande demanda existente no país. Em função disto, os defensivos agrícolas apresentam uma complexidade química, que impõe sérios riscos a saúde ambiental e humana. Várias agências de controle ambiental e de saúde vêm demonstrando o potencial destes compostos como

48 47 agentes poluidores do ambiente e consequentemente, nocivos à vida, em particular, à saúde humana. Segundo Ministério da Saúde (MS), os agrotóxicos estão entre os mais importantes fatores de risco para a saúde da população em geral, especialmente para os agricultores e para os ecossistemas próximos as áreas agrícolas (MS, 2010) 7. O elevado e indiscriminado uso de agrotóxicos no Brasil tem contribuído para a contaminação ambiental e para o aumento dos casos de intoxicações, principalmente as de origem ocupacional (JACOBSON et al, 2009) 8. Soma-se a isto, (i) a falta de orientação técnica, (ii) o desconhecimento dos riscos associados ao uso, (iii) instruções no rótulo de difícil compreensão, (iv) manipulação e aplicação sem os devidos equipamentos de proteção individual (EPI), (v) o não conhecimento das normas de descarte de embalagens, e (vi) o baixo nível de escolaridade. Todos estes fatores potencializam os riscos de intoxicações pelos trabalhadores do meio rural (FIOCRUZ, 2010) 1. Segundo as estatísticas oficiais do Ministério da Saúde (MS), utilizando o Sistema Nacional de Informações Toxico Farmacológicas - SINITOX, é possível verificar que, durante o período de 1999 a 2009, houve casos de intoxicações ocasionadas por envenenamento por agrotóxicos no Brasil. Dentro desta perspectiva de emprego de agrotóxico e saúde do trabalhador, o presente estudo teve como objetivo descrever o perfil de saúde pessoal e o perfil socioeconômico dos agricultores que trabalham na área rural do Município de Touros/RN/Brasil, além de criar um material socioeducativo em forma de cordel tendo como objetivo sumarizar os resultados encontrados na pesquisa e informar sobre medidas que possam minimizar o contato com os agrotóxicos. Este cordel poderá ser divulgado nas áreas de saúde, como no posto de saúde no município de Touros. Material e Método Área de Estudo O presente estudo foi realizado na cidade de Touros - Rio Grande do Norte, Brasil, especificamente no Projeto Boqueirão reconhecido pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária INCRA como projeto de assentamento. O município de Touros situa-se na mesorregião Leste Potiguar e na microrregião Litoral Nordeste, cerca de 87 km da capital. As principais atividades são a agropecuária, a pesca, a extração vegetal e a silvicultura. Destacam-se as culturas abóbora, mandioca e fruticultura com manga, coco da baia, banana e principalmente abacaxi Instituto De Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte - IDEMA (2008) 9.

49 48 Figura. 1. Localização do Minicípio de Touros Rn- Brasil Fonte: IBGE adaptado De acordo com o censo demográfico 2010 (IBGE) 10, a população residente no Município de Touros é de habitantes, sendo que uma parte da população (7.922 hab) reside na área urbana e a outra parte ( hab) residem na área rural. Dentro desse contexo, habitantes são do sexo masculino e são do sexo feminino. O projeto do Boqueirão localizado na área rural do Município de Touros RN é dividido em três vilas: Assis, Israel e Mayne onde vivem 407 famílias, representando aproximadamente um total de 1142 pessoas residentes. A escolha da área de estudo foi feita por meio de informações pelo Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Norte EMATER. Procedimento Metodológico Para a coleta de dados foi utilizado o questionário de Saúde Pessoal de acordo com o modelo recomendado por: International Commission for Protection against Environmental Mutagens and Carcinogens (ICPEMC) Mutation Research, 1988 com adaptações. Esse estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte conforme o Protocolo número 178/11-P, CAAE

50 49 Toda coleta de dados para análises ocorreu com o conhecimento do indivíduo, que assinou o termo de consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). As coletas de dados foram realizadas em campo em horário laboral no período de fevereiro a setembro de Com ajuda do GPS e através de um mapa (fornecido pela Secretaria do Estado de Assuntos Fundiários e de Apoio à Reforma Agrária SEARA) os lotes foram identificados para a realização das coletas. O questionário foi aplicado somente com os trabalhadores agrícolas que aceitaram participar da presente pesquisa. Devido à dificuldade de encontrar agricultores no dia das visitas no Projeto do Boqueirão a amostra foi escolhida por conveniência. Os critérios de inclusão da amostra foram: trabalhadores rurais, sexo masculino, ter idade acima de 18 anos, aceitar participar voluntariamente da pesquisa e assinar o TCLE. Após a assinatura do termo, os 60 indivíduos responderam o questionário que se apresenta em perguntas divididas em 7 módulos: história pessoal, história ocupacional, exposição, história de fumo, medicamentos e doenças, dietas e história genética. Para a análise e interpretação dos dados foi usado o programa SPSS Statistics 15.0 (Statistical Package for the Social Science) e BioEstat versão 5.0. Técnicas estatísticas descritivas foram utilizadas, tais como a distribuição de freqüência e a tabulação cruzada (ou crosstabs). Além disso, para avaliar a correlação entre os resultados encontrados foi utilizado o teste de Coeficiência Contingência C (Quiquadrado), com significância p<0.05. Resultados O projeto do Boqueirão foi criado e implementado entre 1971 a 1975, sendo concedidos lotes para as famílias com o objetivo de proporcionar ao homem do campo uma possibilidade de trabalhar a terra de forma livre e independente. Em relação à população entrevistada no Projeto do Boqueirão a maioria dos agricultores trabalha em diferentes lotes dependendo da época do ano. A Tabela1 apresenta as características socioeconômicas dos entrevistados tais como: gênero, idade, etnia, estado civil, números de filhos, renda familiar e carga horária de trabalho. As faixas etárias estão distribuídas de acordo com o SINITOX. Do total de 60 entrevistados a média de idade foi de 37,4 sendo que apenas 1,7% dos entrevistados encontram-se na faixa etária entre 60 a 69 anos. Em relação ao estado civil, mais da metade dos entrevistados são casados legalmente ou constituem relações estáveis, na qual (31,7%) tem 4 ou mais filhos. A principal fonte de renda familiar é o trabalho na agricultura sendo que 45,0% das famílias ganham menos de 1 salário mínimo e outros 46,7% ganham entre 1 e 3 salários mínimos, sendo que os ganhos salariais dependem dos dias trabalhados, sendo em torno de R$120,00 semanais.

51 50 Em relação ao tempo de trabalho no mesmo local 40,0% trabalham há menos de 1 ano, 41,7% de 1 a 5 ano e a maioria trabalha 40 horas por semana. Tabela. 1. Características socioeconômicas dos trabalhadores rurais entrevistados. Características Frequência *Porcentagem (%) Gráfico Amostra geral Faixa etária (anos) 15 a a a a ,7 50 a ,7 60 a ,7 Total Etnia Sem resposta 2 3,3 Caucasiano pardo negro 13 21,7 Total Estado Civil solteiro 23 38,3 convivente 13 21,7 casado separado 3 5 Total Números de filhos nenhum filho filhos 10 16,7 3 filhos 7 11,7 4 ou mais filhos 19 31,7 Total Renda Familiar menos de 1 salário entre 1 e 3 salários 28 46,7

52 51 acima de 3 salários 2 3,3 Total Tempo que trabalha no mesmo local menos de 1 ano a 5 anos 25 41,7 6 a 10 anos 4 6,7 11 a 16 anos 2 3,3 17 a 21 anos 2 3,3 acima de 22 anos 3 5 Total *valores aproximados Carga horária de trabalho por semana 30h 1 1,7 35h 2 3,3 40h h 1 1,7 48h 10 16,7 70h 1 1,7 Total Outro ponto abordado nesta análise está apresentado na Tabela 2. De acordo com os dados obtidos nos questionários sobre a utilização de algum tipo de proteção (71,7%) dos indivíduos responderam que usam, (25,0%) não usam, (3,3%) às vezes usam. Dentre os que citaram o uso de proteção, declararam que o uso de calça comprida, blusa de manga longa e boné representam a proteção. Quanto ao tipo de exposição, foi relatado que 81,7% se expõe a agrotóxicos, 1,7% a soda caustica e 16,7% não responderam. Tabela. 2 Histórico de Proteção e Exposição dos trabalhadores rurais. Variável Frequência *Porcentagem % Gráfico Você usa algum tipo de proteção? Sim 43 71,7 Não 15 25,0 Às vezes 2 3,3 Total ,0

53 52 Tipo de exposição Sem reposta 10 16,7 Agrotóxicos 49 81,7 Soda caustica 1 1,7 Total ,0 *valores aproximados Considerando o estilo de vida, a Tabela 3 apresenta as principais características relacionadas a hábitos de fumar, consumo de bebidas alcoólicas, dietas, uso de medicamentos, doenças e história genética. No que se refere à história de fumo (51,7%) dos entrevistados já fumou alguma vez na vida e (48,3%) nunca fumou. Nesse contexto, 33,3% fumam e 66,7% não fumam atualmente. Outro aspecto questionado foi o consumo de bebidas alcoólicas. Em destaque aos que bebem cerveja (58,3%), uma considerável parte dos entrevistados (40,0%) relatam consumir 1 a 6 garrafas por semana. Outros tipos de bebidas foram questionados e 31,7% afirmaram que bebem vinho e 50,0% consomem outras bebidas destiladas, como a cachaça. Com o objetivo de conhecer a dieta dos agricultores, os hábitos alimentares foram questionados. Os dados obtidos mostraram que 53,3% dos indivíduos consomem carne pelo menos 1 a 2 dias por semana e 36,7% consomem peixe pelo menos de 1 a 2 vezes na semana. Em relação ao histórico de medicamentos observou-se que 25,0% diz usar algum tipo de medicamento com prescrição médica enquanto que 55,0% usam medicamentos sem prescrição médica. Em relação aos problemas de saúde mais declarados pelos indivíduos, 56,7% são quadros de infecção bacteriana e viral. Além disso, 21,7% dos indivíduos relataram diversos incômodos, tais como: (a) dor nos olhos e ardência; (b) dor nas articulações; (c) dor renal; (d) dor no estomago; (e) dor no corpo; (f) dor nos ossos e falta de apetite; (g) dor na coluna e (h) pressão alta. Somente (1,7%) tem conhecimento que teve hepatite e 3,3% doença cardiovascular. Nenhum entrevistado relatou doenças como câncer, diabetes, herpes e AIDS. No que se referem a vacinações nos últimos 12 meses apenas 26,7% dos indivíduos relataram estar vacinados. Observou-se que 13,3% dos entrevistados declararam que os mesmos ou a esposa tiveram dificuldades reprodutivas e 8,3% dos filhos nasceram prematuros. É interessante ressaltar que 18,3% relataram que a esposa já abortaram e esse fato é recorrente em algumas famílias. É importante destacar um caso em particular no qual o agricultor relatou que na sua família sete bebês recém-nascidos morreram, além de ter tido 1 caso de aborto.

54 53 Considerando o surgimento de malformações congênitas e de doenças hereditárias, 30,0% relataram ter conhecimento de algum defeito de nascimento ou doença genética que afetou seus pais, irmãos ou seus filhos. Os distúrbios relatados foram: (a) língua pregada; (b) problemas intestinais; (c) epilepsia; (d) má formação óssea dos membros inferiores e diabetes; (e) problemas oculares; (f) problemas neurais. Ao correlacionar os indivíduos que estão expostos a agrotóxicos com o quadro de dificuldades de engravidar e abortos, esses dados não foram significativos, (p) =0,2757 e (p) =0,26 respectivamente. Entretanto, para os quadros de infecções mostrou-se significativo com (p)= 0,0025. Também foram feitas as correlações do hábito de fumar e consumir bebidas destiladas com doenças cardiovasculares, defeito genético, bebês prematuros e os resultados não foram significativos. Tabela. 3. História de fumo consumo de bebidas alcoólicas, dietas, medicamentos, doenças e história genética dos trabalhadores rurais. Informações Frequência *Porcentagem (%) Gráfico Alguma vez você já fumou? Sim 31 51,7 Não 29 48,3 Total ,0 Fuma atualmente? Sim 20 33,3 Não 40 66,7 Total ,0 Você bebe cerveja? Sim 35 58,3 Não 25 41,7 Total ,0 Consumo semanal de cerveja Nenhuma 25 41,7 Menos de 1 garrafa 7 11,7 1 a 6 garrafas 24 40,0 7 a 12 garrafas 2 3,3 13 a 24 garrafas 2 3,3 Total ,0 Você bebe vinho? Sim 19 31,7

55 54 Não 41 68,3 Total ,0 Consumo semanal de vinho Nenhum 42 70,0 1 a 4 copos 12 20,0 5 a 8 copos 5 8,3 Acima de 16 copos 1 1,7 Total ,0 Consumo de outras bebidas alcoólicas Sim 30 50,0 Não 30 50,0 Total ,0 Com qual frequência você come carne? Não come 2 3,3 1 a 2 dias 32 53,3 3 a 4 dias 19 31,7 5 a 6 dias 3 5,0 todos os dias 4 6,7 Total ,0 Com qual frequência você come peixe? Não come 7 11,7 1 a 2 dias 22 36,7 3 a 4 dias 14 23,3 5 a 6 dias 9 15,0 Todos os dias 8 13,3 Total ,0 Tem tomado algum remédio prescrito pelo medico? Sim 15 25,0 Não 45 75,0 Total ,0 Tem tomado algum remédio sem prescrição médica? Sim 33 55,0

56 55 Não 27 45,0 Total ,0 Você teve ou tem algum dessas doenças? Infecção bacteriana ou viral Sim 34 56,7 Não 26 43,3 Total ,0 Doença cardiovascular Sim 2 3,3 Não 58 96,7 Total ,0 Doença Renal Sim 5 8,3 Não 55 91,7 Total ,0 Outras doenças Sim 13 21,7 Não 47 78,3 Total ,0 Você tomou algum vacina nos últimos 12 meses? Sim 16 26,7 Não 32 53,3 Não lembra 12 20,0 Total ,0 Você tem conhecimento de algum defeito de nascimento ou outra desordem genética ou doença hereditária que tenha afetado seus pais, irmãs ou seus filhos? Sim 18 30,0 Não 42 70,0 Total ,0 Você ou sua esposa teve ou tem dificuldade reprodutiva? Sim 8 13,3 Não 52 86,7 Total ,0

57 56 Você já teve filho prematuro? Sim 5 8,3 Não 55 91,7 Total ,0 Já teve aborto? Sim 11 18,3 Não 49 81,7 Total ,0 Quantos filhos prematuros , ,7 Total ,0 Quantos abortos , , , , ,7 Total ,0 *valores arredondados Referente ao uso de agrotóxicos no Projeto do Boqueirão, foram relatados 9 tipos: dentre eles com finalidades de herbicidas, inseticidas, fungicidas, Tabela 4.

58 57 Tabela. 4 Agrotóxicos mais utilizados no Projeto Boqueirão, Rio Grande do Norte. Classe Grupo Químico Classificação Toxicológica Herbicida Uréia IV Pouco Tóxico Inseticida Metilcarbamato De Oxima I Extremamente Tóxico Inseticida Avermectinas III - Medianamente Tóxico Inseticida Antranilamida ou Diamida Antranílica III - Medianamente Tóxico Inseticida Piretróide III Medianamente Tóxico Fungicida Fungicida Acetamida (Cimoxanil) E Ditiocarbamato (Mancozebe Oxazolidinedionas Ou Oxazolidinedionas, Ou Ditiocarbamatos III- Medianamente Tóxico I Extremamente Tóxicos (Mancozebe Fungicida Benzimidazol IV- Pouco Tóxico Fungicida Triazol III Medianamente Tóxico Potencial de periculosidade ambiental (PPA) II - Muito Perigoso Ao Meio Ambiente II- Muito Perigo Para O Meio Ambiente III - Perigoso Ao Meio Ambiente II - Muito Perigoso Ao Meio Ambiente I Produto Altamente Perigoso Ao Meio Ambiente III- Perigoso Ao Meio Ambiente II Muito Perigoso Ao Meio Ambiente III- Perigoso Ao Meio Ambiente II Produto Muito Perigoso Ao Meio Ambiente Fonte: Informações extraídas das bulas das empresas fabricantes de agrotóxicos. Nota: Os agrotóxicos listados foram relatados pelos produtores. Recomendação Única Aplicação, Uso Exclusivamente Agrícola, Usar EPI Usar EPI, afastar de qualquer calor, altamente móvel, uso exclusivo agrícola Altamente persistente no meio ambiente, uso de EPI,exclusivamente agrícola, Não deve ser utilizado em mistura de tanque com qualquer outro agrotóxico, não entrar na área em que o produto foi aplicado antes da secagem completa da calda (no mínimo 24 horas após a aplicação),uso de EPI Uso de EPI, manter afastado do calor e fontes de ignição, altamente bioconcentrável em peixes. Uso de EPI e exclusivamente agrícola Perigoso para transporte e usar EPI Uso Exclusivamente Agrícola, Uso de EPI Altamente Persistente no meio ambiente Uso Exclusivamente Agrícola, uso De EPI evite o máximo possível o contato com a área tratada

59 58 Discussão O presente estudo apresenta o perfil da saúde e o perfil socioeconômico de agricultores rurais que trabalham na área rural Município de Touros/RN/Brasil especificamente nos lotes inseridos no Projeto Boqueirão. Os dados socioeconômicos dessa população em estudo mostraram que a população economicamente ativa está na faixa etária entre 20 a 59 anos. O fato da maioria dos entrevistados serem casados implica que os mesmos tem uma grande responsabilidade para o sustento da família e encontram na agricultura o meio de sobrevivência, mesmo que as condições de trabalho não sejam ideais para a saúde e ainda, com um salário relativamente baixo. As observações de campo relacionado a escolaridade nos mostraram que a maior parte dos entrevistados teve pouco tempo de estudo, alguns eram analfabetos sendo incapazes de assinar o TCLE, dessa forma a coleta da impressão digital se fez necessária. Os dados relacionados ao analfabetismo de pessoas que vivem no Nordeste segundo o IBGE, 2010, correspondem a 52,2 % da população. Contudo vale ressaltar que em outros estudos realizados no Brasil, mostram que a baixa renda e a baixa escolaridade têm sido predominante nas comunidades rurais (RANGEL, et al., , FARIA, et al., , JACOBSON et al., ). Em relação ao hábito de fumar, constatou-se que a metade da população entrevistada já fumou alguma vez na vida e consomem bebidas alcoólicas destiladas com frequência. Como foi observado o consumo de álcool no meio rural esta relacionado ao absenteísmo (falta no trabalho) o que pode prejudicar a produtividade econômica e consequentemente as relações sociais, familiares e até mesmo psicológicas dos entrevistados. Adicionalmente o teste de correlação não foi significativo para o consumo de álcool e fumo quando correlacionados a doenças cardiovasculares, bebês prematuros e defeito genético ou doença hereditária. O combate para eliminar pragas e doenças é uma preocupação comum no meio rural entre os agricultores nos diferentes lotes. Logo, foi relatado o uso de 9 tipos de agrotóxicos, sendo: (a) 2 são classe I- extremamente tóxicos; (b) 5 são agrotóxicos de classe III medianamente tóxicos; e (c) 2 são de classe IV Pouco tóxicos. Em relação ao Potencial de periculosidade ambiental (PPA) esses produtos representam risco: I altamente perigoso ao meio ambiente; II - muito perigoso; III - perigoso, com efeitos de alta persistência no meio ambiente, altamente móvel, apresentando características desde alto potencial de deslocamento no solo podendo atingir principalmente as águas subterrâneas. Além disso, são altamente bioconcentráveis em peixes e tóxicos para microcrustáceos. Nota-se que diferentes classes toxicológicas são utilizadas e mesmo o produto químico pouco tóxico, está envolvido com algum tipo de periculosidade e pode contaminar o ambiente, aumentando os casos de

60 59 intoxicações, principalmente as ocupacionais (JACOBSON et al, ). De acordo com WEICHENTHAL et al (2010) 13, os efeitos potenciais à saúde pela exposição a agrotóxicos são de particular interesse, uma vez que estes produtos químicos são projetados para dar efeitos biológicos adversos sobre organismos alvo. As vias de absorção desses produtos são orais, oculares e dérmicas podendo causar sintomas e sinais clínicos como irritação ocular transitória com lacrimejamento, dor ou visão borrada, irritação do trato respiratório superior, faringite, rinite, laringite, traqueobronquite, conjutivite, fraqueza, dor de cabeça, suores e náuseas. Através dessa pesquisa, constata-se que somente 3,3% desta população tem conhecimento de ter alguma doença cardiovascular e 8,3% tem conhecimento de ter doença renal. Como principais fatores disso destacam-se a ausência de exames de rotinas e diagnósticos, adicionalmente a falta de conhecimento pode-se justificar a pequena porcentagem de doenças nessa população entrevistada. Foi realizado o teste de correlação da população exposta aos agrotóxicos com quadros de infecções bacterianas ou virais, o resultado mostrou-se significante (p = 0,0025), na qual 56,7% dos trabalhadores expostos a agrotóxicos responderam que já teve ou têm quadros de infecções bacterianas ou virais. Essas infecções podem além de estar relacionados a gripe, resfriados também podem ser confundidos com irritações de mucosas, irritação do trato respiratório superior, pneumonite química pelo uso de herbicidas e fumigantes. Outras injúrias também foram declaradas, como: (a) dor nos olhos e ardência; (b) dor nos braços, pernas e nas articulações; (c) problemas renais; (d) dor no estomago; (e) dor no corpo; (f) dor nos ossos e falta de apetite; (g) dor na coluna e (h) pressão alta. Logo, a exposição aos agrotóxicos podem potencializar esses sintomas. Os agrotóxicos estão entre os mais importantes fatores de risco para a saúde da população geral, especialmente para a saúde dos trabalhadores e para o meio ambiente OMS (2010) 7, e seus efeitos biológicos na saúde podem ser adversos (WEICHENTHAL, et al.,2010) 13. Nessa população entrevistada nota-se que há uma frequente utilização de medicamentos sem prescrição médica tornando-se um quadro preocupante, pois a automedicação a certos fármacos pode mascarar a identificação das intoxicações pelo uso de agrotóxicos, além de contribuir para uma dupla intoxicação. Os remédios relatados e a finalidade do uso são: (a) dor no estomago, (b) fortificante, (c) remédio para os rins, (d) dores de coluna, (e) dor de cabeça. A exposição a múltiplos agrotóxicos e efeitos da exposição prolongada torna-se preocupante, pois as queixas mais frequentes e o uso desses medicamentos podem estar

61 60 relacionados aos agravos de saúde semelhantes a intoxicações subagudas que ocorrem por exposição moderada ou pequena a produtos altamente tóxicos, como os agrotóxicos. Esses quadros sintomatológicos podem ser confundidos com outras doenças comuns do dia a dia, levando a dificuldades e erros de diagnósticos além de tratamentos equivocados (OPAS/OMS 1996) 14. Considerando a intoxicação aguda, um estudo realizado por THUNDIYIL et al (2008) 15, demonstrou que estas intoxicações são causa de morbidade e mortalidade a nível mundial. Por outro lado, a intoxicação crônica pode gerar danos no DNA que quando não reparado podem surgir mutações, contribuindo assim para o surgimento de doenças, entre elas o câncer, malformações congênitas e envelhecimento (KUMAR & DAS, 2009) 16. Cabe salientar que os riscos de câncer em agricultores em contato com agrotóxicos são aproximadamente de 1,5 a 3 vezes maior do que outras atividades ocupacionais não expostas a este fator (MATOS, VILENSKY & BOFFETTA, ; PERES & MOREIRA, ; STOPPELLI, 2005) 19. Neoplasias malignas têm sido associadas com a exposição a fatores de risco ocupacionais e ambientais, assim como algumas doenças neuropsiquiátricas como Parkinson, e doenças pulmonares obstrutiva crônica tem sido associadas à exposição a químicos (OMS, 2006) 20. Embora entre os 60 entrevistados nenhum deles relatasse quadro de câncer, diabetes, herpes, AIDS, observa-se que os trabalhadores não têm o hábito de procurar os postos de atendimento médico para fazer diagnósticos de rotina o que pode ter uma relação com a ausência desses dados. Os diagnósticos referentes a intoxicações crônicas são uma preocupação em âmbito da saúde coletiva /epidemiológica, pois são difíceis de serem estabelecidos, os registros oficiais sobre intoxicações são limitados para os casos agudos e quase inexistentes para as intoxicações crônicas por FARIA (2009) 12 e há uma dificuldade na associação com as intoxicações de origem ocupacionais, suas causas/efeitos, principalmente quando há exposição a múltiplos produtos, situação muito comum na agricultura brasileira OPAN/OMS, ; GRISOLIA, ; SILVA, ; SOLOMON, Embora não tenha sido significante, um quadro preocupante nas implicações a saúde dos trabalhadores expostos a agrotóxicos foi observado em relação à história genética relacionada a relatos de dificuldades reprodutivas, abortos e filhos prematuros. Vários trabalhos já demonstraram que o contato com venenos durante o período gestacional constitui riscos para a saúde do feto, aumentando a taxa de abortos espontâneos, a taxa de mortalidade por baixo peso ao nascer e o nascimento de bebês prematuros (ZHANG, et al., ; TAHA & GRAY, ; LONGNECKER et al.,2001) 26.

62 61 Quanto ao uso de alguma proteção no presente estudo, mais da metade dos entrevistados responderam que usam alguma proteção. Porém, os tipos de proteção citados não são eficientes na proteção contra os agrotóxicos, por exemplo, uso de bermudas, boné, blusa de manga curta. Em campo pode-se observar que para as práticas agrícolas como preparo da calda e pulverização os trabalhadores utilizam roupas do uso comum do dia a dia, colocandoos em alto grau de exposição. É interessante destacar que alguns familiares como as esposas estão expostas aos produtos químicos pelo contato físico e pelo manuseio das roupas dos maridos usadas durante a pulverização, que são lavadas nas suas próprias residências (RANGEL et al., 2011) 11. Além disso, o uso adequado dos equipamentos de pulverização associados com precauções necessárias pode contribuir para reduzir a exposição aos agrotóxicos e a efeitos adversos à saúde humana e ao meio ambiente (DAMALAS & ELEFTHEROHORINOS, 2011) 27. É considerado Equipamento de Uso Individual EPI - próprio para uso e manipulação de agentes tóxicos: luvas; proteção respiratória como máscaras; proteção ocular e facial como óculos e viseiras; proteção de cabeça; roupas impermeáveis e bota. Segundo as estatísticas oficiais do MS, utilizando o Sistema Nacional de Informações Tóxico Farmacológicas 28 é possível verificar casos de intoxicações por agrotóxicos em geral no Brasil no período de 1999 a 2009, portanto não há estimativas confiáveis quanto ao número de pessoas que padece por efeitos na saúde relacionados ao uso destes venenos e a taxa de incidência de intoxicação não é clara e é subestimada (THUNDIYIL, et al., 2008) 15. Dada à magnitude dessa utilização e os agravos à saúde a Associação Brasileira de Saúde Coletiva - ABRASCO no relatório divulgado dia 16/06/2012 na Cúpula dos Povos que é um evento paralelo a Rio +20 alerta: O Brasil é o maior consumidor de pesticidas do mundo e aumenta sua utilização a uma velocidade duas vezes superior a dos demais países. Se o cenário atual já é suficientemente preocupante, do ponto de vista da saúde pública, deve-se levar em conta que as perspectivas são de agravamento dos problemas nos próximos anos (ABRASCO, 2012) 6. Buscando relacionar a literatura de cordel e a história desses indivíduos buscou-se desenvolver uma estratégia socioeducativas, como o cordel (Apêndice C). Foi desenvolvido baseado no texto e nos resultados encontrados no presente estudo. Espera-se que esta estratégia possa contribuir de forma lúdica como meio de divulgar e promover conhecimentos e medidas que possam minimizar os efeitos adversos sobre a saúde humana e ao meio ambiente no município de Touros, assim como em outras regiões que utilizam agrotóxicos de forma intensa. Espera-se que este cordel em forma de folheto possa ser divulgado de forma

63 62 lúdica na área de saúde e na população e possa ter resultados positivos, na construção de valores, idéias, conhecimentos destes indivíduos. Criado de forma lúdica possibilita mais aceitação dessa população e até mesmo espera-se que o leitor acate a idéia proposta. Conclusões Diante dos resultados e discussão apresentados a principal contribuição desse estudo foi abrir espaço para uma série de questões que extrapolam a realidade em números. Esse estudo comprova a importância do conhecimento do perfil socioeconômico e de saúde de agricultores rurais como forma de entender a realidade dessa população, que pela falta de conhecimentos e condições encontram-se vulneráveis a exposição. Dar-se a importância do Estado e de políticas que apoiem e contribuam para uma melhor qualidade de trabalho e consequentemente melhor qualidade de vida dos trabalhadores rurais. Além disso, este estudo nos mostra que a proteção do meio ambiente e da saúde constituem um desafio sendo urgente o desenvolvimento de medidas de controle de compra e utilização dos agrotóxicos com suas devidas fiscalizações, devendo ser realizadas campanhas de incentivo para a utilização dos EPIs, campanhas de educação, palestras, e incentivos. Adicionalmente a esses aspectos, é necessária a implementação de ambulatórios e hospitais especializados para ações de prevenção, triagens e acompanhamento, tanto para os trabalhadores e suas famílias relacionados à saúde ocupacional para os casos de intoxicações agudas e/ou crônicas. Uma vez que em Natal RN não possui ambulatórios e centros especializados relacionados à prevenção, tratamento e acompanhamento. Outro fator que deverá ser avaliado está relacionado aos atendimentos em consultórios referentes a diversos sintomas clínicos que são indicativos de exposição a agrotóxicos, mas que nem sempre são investigados. Todavia deverá ser reforçado o modelo de integração entre os casos de intoxicação notificados e a compilação dos dados nos sites oficiais de intoxicações atravésde formulários eletrônicos, notificando sem gerar dados irregulares e incompletos. Além disso, a partir da iniciativa de elaboração de um cordel, esperamos divulgar de maneira lúdica os resultados obtidos nesta pesquisa, assim como informar sobre medidas para minimizar o contato e o cuidado com os agrotóxicos, desta forma, diminuindo o risco à saúde dos trabalhadores. Contudo, além dessas ações de responsabilidades governamentais, um grande desafio será a implementação da agricultura alternativa como forma de possibilitar as gerações presentes e futuras uma melhor condição de saúde e consequentemente melhor qualidade de vida.

64 63 Colaboradores Nagem, A. F. S. R trabalhou na concepção do estudo, redação do texto, revisão bibliográfica, banco de dados; ALVES, N.O colaborou na análise dos dados, análise estatística; CHAVES, L.C.C participou do trabalho de campo e colaborou na construção do banco de dados, PEREIRA, G.M.C colaborou nas vistas a campo; este trabalho foi orientado por AMARAL, V. S. Agradecimentos Ediovar Varela da Silva da Secretária do Estado do Rio Grande do Norte, Betânia Freire Teixeira funcionária da EMATER, Amarildo SEARAS. Apoio financeiro CAPES e Departamento de Biologia Molecular e Genética e a todos envolvidos no projeto. Referências 1. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Projeções do Agronegócio 2010/2011 a 2020/2021, Assessoria De Gestão Estratégica Brasília, [Acessado jul 18,2012]. Disponível: gestao/projecao/projecoes%20do%20agronegocio% %20a% %20-%202_0.pdf 2.BRASIL.Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento da Safra Brasileira junho/2012. [Acessado jul 2012].Disponível: S/uploads/arquivos/12_04_11_15_04_18_boletim_abril_2012.pdf. 3. EMBRAPA, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Produção brasileira de abacaxi em [Acessado em jul 2012]. Disponível em: nilhas/abacaxi_brasil_2009.pdf 4. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Agrário. Portal do Brasil. Produção de abacaxi bate recorde no Rio Grande do Norte. Disponível em: [Acessado em jul 2012]. 5. BRASIL. Fundação Oswaldo Cruz. Agrotóxicos Proteção para quem? Rio de Janeiro, RJ Nº 95 Julho de RADIS Comunicação em Saúde. [Acessado em jul 2012]. Disponível em: 6. ABRASCO, Associação Brasileira de Saúde Coletiva. DOSSIÊ ABRASCO Uma alerta sobre os impactos dos Agrotóxicos na Saúde ABRASCO, Rio de Janeiro, abril de 2012, 1ª Parte. 98p. [Acessado em jul,2012].disponível em: erfiles/file/abrascodivulga/2012/dossieagt.pdf

65 64 7.BRASIL.Ministério da Saúde. Diretrizes para Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos [Acessado em jul,2012].disponível em: v.br/portal/arquivos/pdf/agrotoxico_ pdf. 8. JACOBSON, L.S. V; HACON,S.S;ALVARENGA.L;GOLDSTEIN,R.A;GUMS,C;BUSS, D.F;LEDA,L.R, Comunidade pomerana e uso de agrotóxicos:uma realidade pouco conhecida. Cien Saúde Colet 2009; 14(6): INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MEIO AMBIENTE DO RIO GRANDE DO NORTE. Perfil do seu Município [acessado jul 2012].Disponível em: rfil%202008/touros.pdf>. 10. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo demográfico 2010: características gerais da população Touros- RN. Resultados da amostra. [site da Internet] [Acessado em: jul 2012]. Disponível em: ow.htm?1 11. RANGEL, C.F; ROSA, A.C. S; SARCINELLI, P.N, Uso de agrotóxicos e suas implicações na saúde ocupacional e contaminação ambiental. Cad Saúde Coletiva 2011;19(4): FARIA, N.M.X;ROSA,J.A.R;FACCHINI,L.A, Intoxicações por agrotóxicos entre trabalhadores rurais de fruticultura,bento Gonçalves,RS.Rev. Saúde Publica 2009;43(2): WEICHENTHAL, S; MOASE. C; CHAN. P, A review of pesticide exposure and cancer incidence in the agricultural health study cohort. Environmental health perspectives 2010; 118: doi: /ehp Organização Pan-Americana de Saúde/ Organização Mundial de Saúde. Manual de vigilância da saúde de populações expostas a agrotóxicos, Brasília, [Acessado em: out 2010]. Disponível em: 15. THUNDIYIL, J.G; STOBER, J; BESBELLI, N; PRONCZUK,J, Acute pesticide poisoning: a proposed classification tool. Bulletin of the World Health Organization 2008; 86: KUMAR, R; DAS, B.C, Role os environmental factors is carcinogenesis. Environment & We an International Journal of Science & Technology 4(2009) MATOS M; VILENSKI, M; BOFFETTA, P, Environmental and occupational cancer in Argentina: a case control lung cancer study. Cad. Saúde Pública (3): PERES, F; MOREIRA, J.C. É veneno ou é remédio? Agrotóxicos, saúde e ambiente. Rio de Janeiro: Fiocruz, p STOPPELLI; I.M.B.S; MAGALHÃES,C.P, Saúde e segurança alimentar:a questão dos agrotóxicos. Cien.Saúde Colet 2005; 10(sup):

66 World Health Organization.Preventing disease through healthy environments: Towards an estimate of the environmental burden of disease [Acessado jul 2012]. Disponível em: ease.pdf 21. GRISOLIA, C.K. Agrotóxicos: mutações, câncer & reprodução. Brasília: Editora Universidade de Brasília; p. 22.SILVA,J.M;SILVA,E.N;FARIA,H.P;P,T.M.M, Agrotóxico e trabalho:uma combinação perigosa para a saúde do trabalhador rural. Cien. Saúde Colet 2005; 10(4): SOLOMON, G; OGUNSEITAN, O.A; KIRSCH, JAN. Pesticides and human health: a resource for health care professionals. California, Physicians for Social Responsibility and Californians for Pesticide Reform; p ZHANG, J; CAI, W.W; LEE, D.J,Occupational hazards and pregnancy outcomes. American Journal of Industrial Medicine 1992; 21(3): TAHA, T.E e GRAY, R.H, Agricultural pesticide exposure and perinatal mortality in central Sudan. Bulletin of the World Health Organization 1993; 71(3-4): LONGNECKER, M.P; KLEBANOFF,M.A; ZHOU, H; BROCK, J.W, Association between maternal serum concentration of the DDT metabolite DDE and preterm and smallfor-gestational-age babies at birth. Lancet 2001, 358(9276): DAMALAS, C.A; ELEFTHEROHORINOS, I.G, Review: Pesticide exposure, safety issues,and risk assessment indicators. Internat. J. Environ. Res.Public Health 2011, 8, SINITOX, Sistema Nacional de Informações Toxico Farmacológicas, Registros de intoxicações, Dados por agentes tóxicos, agrotóxicos de uso agrícola. [Acessado em: out 2010]. Disponível em: d=123

67 66 CAPÍTULO 2 -ALTERAÇÕES GENÉTICAS EM TRABALHADORES RURAIS NO NORDESTE BRASILEIRO: INVESTIGAÇÃO DO POTENCIAL MUTAGÊNICO ASSOCIADO À EXPOSIÇÃO POR AGROTÓXICOS Ana Flávia De Santana Resende Nagem 1, Nilmara de Oliveira Alves 2, Giveldna Maria Costa Pereira 3, Luiz Cláudio Cardoso Chaves 4, Tamires Leite Costa 3, Viviane Souza do Amaral 1, 2 1 Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio ambiente, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil 2 Programa de Pós-Graduação em Bioquímica, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil 3 Graduação em Biomedicina, Centro de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil 4 Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil ESTE ARTIGO SERÁ SUBMETIDO AO PERIÓDICO GENETICS AND MOLECULAR BIOLOGY Normas da Revista (ANEXO H)

68 67 Resumo O uso de defensivos agrícolas esta sendo usado de maneira intensiva com graves consequências para os agricultores expostos. Analisamos a frequência de micronúcleos (MN) e outras anormalidade nucleares em células da mucosa oral de 54 agricultores expostos a agrotóxicos e 19 indivíduos não expostos. Aplicou-se o Teste de micronúcleo (MN) em mucosa bucal e os resultados obtidos indicaram uma diferença significativa na indução de micronúcleos entre o grupo exposto (3.72 ± 1.82) e o grupo não exposto a agrotóxico (1.02 ± 1.00). Também foi observado um incremento significativo na frequência de células binucleadas, cariólise e cromatina condensada em indivíduos que estão expostos aos agrotóxicos. Os trabalhadores expostos a agrotóxicos apresentaram uma frequência muito maior de micronúcleos (MN) e de outras anormalidades nucleares quando comparados com os indivíduos sem esta exposição ocupacional. Com relação ao número de MCN quando comparado com o consumo (ou não) de álcool e de fumo nos indivíduos expostos e não expostos, não houve diferença significativa dentro dos grupos. A frequência aumentada de MN e outras anormalidades nucleares podem ser explicadas pela exposição dos trabalhadores rurais com os defensivos agrícolas. Abstract The use of pesticides is being used intensively with severe consequences for exposed farmers. We analyzed the frequency of micronucleus (MN) and other nuclear abnormalities in oral mucosa cells of 54 farmers exposed to pesticides and 19 unexposed individuals. The test of micronucleus (MN) in oral mucosa was applied and the findings indicated a significant difference on the induction of micronucleus between the exposed group (3.72 ± 1.82) and the unexposed group (1.02 ± 1.00). Workers exposed to pesticides had a much higher frequency of micronucleus (MN) and other nuclear abnormalities when compared with individuals without occupational exposure. Regarding the number of MCN when comparing with the consumption (or not) of alcohol and tobacco, of the exposed and unexposed individuals, there was no significant difference within the groups. The higher frequency of MN and other nuclear abnormalities can be explained by the exposition of the rural farmers to pesticides

69 68 1. Introdução O Brasil é um dos líderes mundiais na produção e exportação de vários produtos agropecuários segundo o Ministério da Agricultura - MAPA (2012). Dados do governo brasileiro apontam que em 2009 foram consumidos mais de um bilhão de litros de agrotóxicos, (FIOCRUZ, 2010) e nos últimos três anos, o Brasil vem ocupando o lugar de maior consumidor de agrotóxicos no mundo de acordo com a Associação Brasileira de Saúde Coletiva ABRASCO. Desta forma, a intensa demanda agrícola no Brasil reflete a necessidade de utilização de defensivos agrícolas. Entretanto, estes produtos, em função da sua complexidade química, são focos de investigação em várias agências de controle ambiental e de saúde que vêm demonstrando o potencial destes compostos como agentes poluidores do ambiente e consequentemente, nocivos à vida, em particular, à saúde humana. As intoxicações crônicas podem gerar mutações no DNA, que contribuem para o surgimento de doenças, entre elas o câncer, as malformações congênitas e o envelhecimento (KUMAR e DAS, 2009), assim como durante o período gestacional constitui riscos para a saúde do feto, aumentando a taxa de abortos espontâneos, a taxa de mortalidade por baixo peso ao nascer e o nascimento de bebês prematuros (ZHANG, et al., 1992; TAHA & GRAY, 1993; LONGNECKER et al.,2001). Cabe salientar que os riscos de câncer em agricultores em contato com os agrotóxicos são aproximadamente de 1,5 a 3 vezes maior do que outras atividades ocupacionais não expostas a este fator (MATOS, VILENSKY & BOFFETTA, 1998; PERES & MOREIRA, 2003; STOPPELLI, 2005; ALGRANTI., et al 2010). Diante deste panorama, várias metodologias são aplicadas para mensurar a indução de mutações no DNA de trabalhadores rurais expostos a agrotóxicos. Dentre os principais métodos, podemos destacar o Teste de Micronúcleos em Mucosa Bucal. Essa técnica é cada vez mais usada em estudos de epidemiologia molecular para investigar os impactos da nutrição, do hábito de fumar, do consumo de álcool, incluindo a exposição a agrotóxicos (FAN et al, 2006; THOMAS, et al., 2009; HOLLAND et al. 2008). A importância de se analisar as células da mucosa oral está centrada no fato de que estão em constante contato com os contaminantes ambientais, constituindo, assim, um tecido de extrema importância para avaliação dos danos induzidos através de ingestão ou inalação de substâncias com potenciais carcinogênicos (CHEN et al, 2006, HOLLAND et al.,2008), sendo que

70 69 aproximadamente 90% dos cânceres humanos são originados em células epiteliais, Cairns O Teste de Micronúcleos em Mucosa Bucal tem sido usado desde a década de 80 até os dias atuais (STICH et al.,1983; HOLLAND et al.,2008; THOMAS et al.,2009). Vários estudos já analisaram a frequência de micronúcleos em populações ocupacionalmente expostas a determinados agentes genotóxicos, inclusive a agrotóxicos (BONASSI et al., 2011, BORTOLI et al.,2009, THOMAS et al., 2009, HOLLAND et al., 2008, HEUSER et al.,2007, ROTH et al.,2003, BASU et al., 2004,TOLBERT et al.,1992). Portanto, os micronúcleos são excelentes indicadores de mutação cromossômica no material genético de indivíduos expostos a agentes químicos, como os defensivos agrícolas. Diante deste contexto, o objetivo deste estudo visou investigar o risco genotóxico da exposição a agrotóxicos através da detecção e quantificação de micronúcleos (MN) e outras alterações celulares como células binucleadas, cariólise, cromatina condensada, em células esfoliadas da mucosa oral de agricultores que trabalham principalmente na cultura do abacaxi no Município de Touros/RN. 2. Materiais e Métodos Amostras Os dados para este estudo foram coletados na área rural do município de Touros Estado Rio Grande do Norte, Brasil. Figura 1. O município de Touros situa-se na mesorregião Leste Potiguar e na microrregião Litoral Nordeste, cerca de 87 km da capital na qual se destacam as culturas de abóbora, mandioca e fruticultura com manga, coco da baia, banana e principalmente abacaxi. A população residente no Município de Touros é de habitantes, sendo que uma parte da população (7.922 hab) reside na área urbana e a outra parte ( hab) reside na área rural. A área escolhida para o presente estudo foi o projeto do Boqueirão localizado na área rural do Município de Touros RN, que é dividido em três vilas: Assis, Israel e Mayne onde vivem 407 famílias, representando aproximadamente um total de 1142 pessoas residentes.

71 70 Figura - 1 Mapa do Estado do Rio Grande do Norte indicando o Município de Touros local da área de estudo sobre avaliação do risco ocupacional de trabalhadores expostos a agrotóxicos no Município de Touros/Rio Grande do Norte Fonte: obtido em em 2012 adaptado 3. Procedimento Metodológico Caracterização da Amostra O estudo foi realizado com 73 indivíduos (expostos e não expostos). A amostra foi escolhida por conveniência na qual todos os indivíduos eram do sexo masculino e tinham idade acima de 18 anos. O grupo exposto foi composto de 54 trabalhadores rurais diretamente envolvidos com as atividades do campo e com a pulverização de agrotóxicos (Tabela 1). O grupo controle foi constituído por 19 indivíduos - que trabalham em áreas administrativas da Universidade Federal do Estado do RN - sem histórico ocupacional de exposição a agrotóxicos. Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte conforme o Protocolo número 178/11-P, CAAE Toda coleta de dados para análises ocorreu com o conhecimento do indivíduo, que assinou o termo de consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). As coletas

72 71 de dados e das células da mucosa bucal do grupo exposto foram realizadas em campo em horário laboral no período de fevereiro a setembro 2012 e as coletas do grupo controle foram realizadas no período de novembro de Todos os participantes da pesquisa responderam ao questionário adaptado de Saúde Pessoal (Anexo 1) de acordo com o modelo recomendado por: (International Commission for Protection against Environmental Mutagens and Carcinogens (ICPEMC) Mutation Research, 204: , Coleta das amostras de mucosa bucal Para a coleta das amostras das células da mucosa bucal, foram seguidas as recomendações conforme o protocolo estabelecido por Thomas et al.(2009) com adaptações. As coletas foram obtidas de forma anônima, sem exposição dos dados dos voluntários que são identificados por um número. Para as coletas das células da mucosa bucal utilizou uma escova estéril especifica de material biológico (endobrush). As células são retiradas com leves movimentos de raspagens do epitélio da mucosa bucal e são transferidas e emersas em tubos falcon contendo solução fisiológica, armazenados em caixas de isopor com gelo para preservar as características celulares e, logo após as coletas, esses materiais são transportados para o laboratório. Preparações Citológicas No laboratório o material é centrifugado por três vezes a 1500 RPM por 8 min e a cada ciclo de centrifugação retira-se o sobrenadante e troca a solução fisiológica no primeiro e segundo ciclo. No terceiro ciclo as amostras são fixadas com metanol gelado a 80%. Após a última centrifugação podemos observar as células depositadas no fundo do tubo falcon. Com uma pipeta essas células são ressuspendidas a 500 ml com o fixador e são espalhadas em 5 lâminas por indivíduo. As lâminas contendo as amostras ficam expostas a temperatura ambiente para secar por 48 horas, após esse período, as lâminas são hidrolisadas em HCL (1 N) a 60º C aquecidos em banho-maria por 10 min. Após secar as lâminas estão prontas para a coloração com corante Schiff por 3 a 4 horas e contra-coradas com o Fast Green. Após esta etapa de coloração, as lâminas estão prontas para serem analisadas em microscópio em objetiva de 100 X segundo Heuser et al., 2007 com adaptações.

73 72 Para cada indivíduo foram analisadas 2000 células, sendo contadas 1000 células por lâminas sendo identificadas por código seguindo o critério de contagem descrito por (Tolbert et al.,1992). Análise Estatística Os programas utilizados foram Statistical Package for the Social Science (SPSS) 15.0, BioEstat versão 5.0 e GraphPad Prism versão 5.0. Inicialmente utilizou-se o teste de normalidade de Komogorov-Smirnov para verificar se as variáveis estão normalmente distribuídas e os dados obtidos são paramétricos. O teste t-student foi usado para comparar a faixa etária entre o grupo exposto a agrotóxicos e não exposto a agrotóxicos. O teste do Qui-Quadrado foi utilizado para comparar as frequências entre os grupos. Realizou-se uma análise de variância (ANOVA) dos resultados de danos genéticos e a comparação entre as médias para verificar o nível de significância foram feitas utilizando os testes Dunnett e Tukey. A análise é significativa com p < 0, Resultados O perfil dos indivíduos pesquisados foi extraído do questionário de saúde pessoal aplicado aos dois grupos. A Tabela 1 indica a comparação feita entre os grupos, sendo um grupo de 54 indivíduos expostos e 19 não expostos. Quanto ao perfil dos indivíduos que participaram desta pesquisa, 19 (35.2%) homens do grupo exposto fumam e 35 (64.8%) não fumam, já no grupo controle apenas 3 (15.8%) indivíduos tem o hábito de fumar e 16 (84.2%) não, entretanto, não houve diferença estatística para essa variável entre os grupos estudados. Considerando o consumo de álcool, no grupo exposto 26 (48.1%) ingerem bebida alcoólica e 28 (51.9%) não ingerem. No grupo controle 7 (36.8%) ingerem bebida alcoólica e 12 (63.2%) não ingerem. Entretanto, tanto no grupo controle como no grupo exposto há o consumo de álcool e fumo, porém, esse fator não é significativo, mostrando que a exposição aos agrotóxicos que influência entre um grupo e o outro. Em relação ao uso de equipamento de proteção, 38 (70.4%) indivíduos do grupo exposto utilizam os EPIs e 16 (29.6%) dizem não usar. A análise estatística demonstrou que esta diferença é altamente significativa (p ).

74 73 Tabela Resultado das características do grupo exposto e não exposto sobre a avaliação do risco ocupacional de trabalhadores expostos a agrotóxicos no Município de Touros/Rio Grande do Norte Grupo exposto Grupo não exposto P Nº de indivíduos Idade (anos) a ± ± ,79 Hábito de fumar (Nº) Sim 19 (35.2%) 3 (15.8%) 0,11 Não 35 (64.8%) 16 (84.2%) Consumo de álcool (Nº) Sim 26 (48.1%) 7 (36.8%) 0,39 Não 28 (51.9%) 12 (63.2%) Uso de equipamentos de proteção (Nº) Sim 38 (70.4%) * Não 16 (29.6%) * (p ) a Média e desvio padrão Considerando os dados oriundos das análises dos micronúcleos nas células esfoliadas dos indivíduos expostos e não expostos, foram obtidas as seguintes frequências de MCN (Tabela 2): Entre o grupo exposto (3.72 ± 1.82) e o grupo não exposto (1.02 ± 1.00) os resultados mostram uma diferença significativa na indução de micronúcleos. Os trabalhadores expostos a agrotóxicos apresentaram uma frequência muito maior quando comparados com os indivíduos sem esta exposição ocupacional.

75 74 Tabela - 2 Resultado da frequência de micronúcleo MCN do grupo exposto e do grupo não exposto a agrotóxico (média de MCN é para 2000 células) sobre a avaliação do risco ocupacional de trabalhadores expostos a agrotóxicos no Município de Touros/Rio Grande do Norte Grupo Exposto Grupo não Exposto Grupos 3.72 ± 1.82*** 1.02 ± 1.00 Consumo de álcool Sim 3.11 ± ± 1.39 Não 4.28 ± ± 0.62 Fumantes Sim 3.84 ± ± 0.57 Não 3.65 ± ± 1.02 Uso de equipamentos de proteção Sim 4.40 ± 1.89 * Não 3.87 ± 1.72 * Teste Tukey *** p< Entretanto, é importante averiguar variáveis de confusão como o álcool e o fumo, que podem contribuir para a indução de danos genéticos. Desta forma, foram feitas análises que levaram em consideração estes parâmetros. Com relação ao número de MCN quando comparado com o consumo (ou não) de álcool e de fumo nos indivíduos expostos e não expostos, não houve diferença significativa dentro dos grupos. Os que consumiam álcool no grupo dos expostos apresentaram uma frequência de micronúcleos de 3.11 ± 1.58 e os que não consumiam mostraram uma frequência de 4.28 ± Comportamento semelhante foi observado entre os indivíduos fumantes e não fumantes. Quando analisadas estas variáveis entre o grupo não exposto, a mesma resposta foi observada, ou seja, tanto o álcool quanto o fumo não estavam contribuindo no aumento da frequência de micronúcleos em todos os indivíduos analisados.

76 75 O teste de Micronúcleos em mucosa oral permite também que sejam feitas análises adicionais quanto à estrutura nuclear. Os resultados provenientes destas análises são apresentados na Tabela 3. Tabela Resultado da frequência das alterações genéticas em células dos indivíduos expostos e não expostos a agrotóxicos no Município de Touros RN (média das alterações são para células). Alterações genéticas Grupo Exposto (n) Grupo não Exposto (n) Cariólise ± 99.56** ± Cariorrexe ± ± Piquinose 3.70 ± ± 1.21 Cromatina Condensada ± 20.09** ± Broto 3.33 ± ±1.28 Célula binucleada 1.29 ±1.69* 2.78 ± 1.90 Teste Dunnett * p<0.05 ** p<0.01 O resultado proveniente destas análises aponta para um incremento significativo na frequência de células binucleadas, cariólise e cromatina condensada em indivíduos que estão expostos aos agrotóxicos. Embora presentes nas células tanto no grupo exposto quanto no grupo não exposto o resultado não foi significativo para cariorrexe, piquinose e broto. 5. Discussão O uso de agrotóxicos na agricultura mundial, em especial na brasileira, é intenso e indiscriminado (Faria et al., 2004). Em função disso, a aplicação destes produtos gera um impacto tanto para o ambiente quanto para a saúde, principalmente para aqueles indivíduos que trabalham na agricultura (Bortoli, et al., 2009; Ergene et al., 2007). Um dos principais problemas dos agrotóxicos consiste no fato de que a maior parte aplicada não atinge os organismos-alvo, sendo carreada pelas águas das chuvas, lixiviada ou volatilizada (Braun et al., 2012). Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento estes produtos representam efeitos de alta persistência no meio ambiente, com potencial de

77 76 deslocamento no solo podendo atingir principalmente as águas subterrâneas, além disso, são altamente bioconcentráveis em peixes e tóxicos para microcrustáceos. Considerando a área de estudo, o Município de Touros/RN desenvolve várias atividades agrícolas com destaque para as culturas de abóbora, mandioca, milho, manga, coco da baia e principalmente o cultivo do abacaxi. Em 2009, o Nordeste foi a região com maior produção de abacaxi quando comparado com outras regiões no Brasil de acordo com Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA (2009). Foi relatado pelos produtores rurais cerca de nove tipos de pesticidas utilizados no local. Nossos achados indicam que entre estes produtos químicos apenas 1 é classificado como altamente perigoso ao meio ambiente - inseticida do grupo químico piretróide. É importante destacar que este tipo de composto é considerado pouco tóxico para o ser humano, entretanto pode apresentar um potencial de periculosidade ambiental muito alto ao meio ambiente. O piretroide é um derivado sintético das piretrinas. O grupo das piretrinas é considerado segundo Guidelines for Carcinogen Risk Assessment (EPA/630/P-03/001B) - EPA (2005) como apresentando um potencial carcinogêncio. Indica-se que uma reavaliação do mesmo deve ser feita considerando a evolução das formulações e sua avaliação de risco já que estudos que avaliam o impacto da exposição aos pesticidas sobre a incidência e mortalidade por câncer são muito escassos (Chrisman et al., 2009). Dentre os nove agrotóxicos relatados pelos produtores rurais, sendo 1 piretróide classificado como altamente perigoso ao meio ambiente; 5 agrotóxicos foram classificados como muito perigosos ao meio ambiente: (a) herbicida do grupo químico uréia, (b) inseticida do grupo químico metilcarbamato de oxima, (c) inseticida do grupo químico antranilamida, (d) fungicida do grupo químico ditiocarbamatos, (e) fungicida do grupo químico triazol, e apenas 2 tipos foram considerados como perigoso ao meio ambiente: um inseticida do grupo químico avermectinas, e 1 fungicida do grupo químico acetamida e ditiocarbamato. Tendo ciência do risco destes produtos químicos para a saúde dos trabalhadores, foi utilizado o Teste de Micronúcleos em células da mucosa bucal com o objetivo de detectar e quantificar a ação genotóxica por meio da análise da frequência de micronúcleos (MN) e outras alterações nucleares nos agricultores que trabalham no Município de Touros/RN, especificamente na área do Projeto Boqueirão. A aplicação desta metodologia permitiu observar a diferença significativa na frequência de MN do grupo exposto a agrotóxicos (3.72 ± 1.82) quando comparado com o grupo controle (1.02 ± 1.00). Além disso, a averiguação da influência das variáveis de confusão, tais como idade, hábito de fumar e consumo de álcool, demonstraram que o aumento detectado na

78 77 frequência de MN no grupo exposto é devido, provavelmente, a exposição aos defensivos agrícolas. Da mesma forma, podemos considerar que o incremento na frequência de eventos como a cariólise - células nas quais o núcleo é completamente ausente - cromatina condensada e células binucleadas é devido à exposição ocupacional. Em um recente estudo aplicando a mesma metodologia realizada pela presente pesquisa, Benedetti et al.(2013) observaram a ocorrência de danos no DNA em trabalhadores envolvidos com o cultivo de soja na cidade de Espumoso/RS com exposição a defensivos agrícolas. Também detectaram um aumento na frequência de micronúcleos, brotos nucleares e células binucleadas em comparação com os indivíduos controles. Neste estudo também foi observada morte celular através da visualização de alterações no núcleo, como cromatina condensada, cariorrexe e cariólise. Nenhuma associação com o uso de equipamentos de proteção individual, sexo ou modo de aplicação de pesticidas foram observados. Adicionalmente aos achados no estudo de Benedetti et al.(2013) também foi encontrado em nosso estudo defensivos agrícolas do grupo dos piretroides, ditiocarbamato e triazol. Resultados similares também foram encontrados por Bortoli et al. (2009). Nesse estudo, o número de células com MN não foi influenciada pela idade, hábito de fumar e tempo de fumo, mostrando que o uso de agrotóxicos usados na cultura de soja na cidade de Fortaleza dos Valos, Rio Grande do Sul, pode estar relacionado com o aumento de células com MN nos trabalhadores expostos. Martínez-Valenzuela et al.(2009) observaram em uma população de agricultores em Sinaloa, México, uma diferença significativa em relação a frequência de Mn nos indivíduos expostos do que no grupo não exposto a agrotóxicos. A análise de variância revelou que a idade, sexo, tabagismo e álcool não teve um efeito significativo sobre o dano genético. Desta forma, os nossos resultados estão de acordo com pesquisas que estudam a influência do agrotóxico em trabalhadores rurais, uma vez que relacionam a frequência aumentada de MN e outras anormalidades nucleares com a exposição e efeitos dos defensivos agrícolas na saúde de trabalhadores rurais. Segundo Bolognesi (2003) agrotóxicos são considerados mutagênicos químicos potenciais: dados experimentais revelaram que vários ingredientes de agrotóxicos possuem propriedades mutagênicas capazes de induzir mutações gênicas, alterações cromossômicas ou danos ao DNA. Dada à complexidade das misturas dos agrotóxicos, tempo de exposição, e a susceptibilidade interindividual de cada individuo, os efeitos potenciais a saúde pode ser de diferentes tipos. Fatores como idade, sexo, hábito de fumar e beber podem influenciar na frequência de MN assim como a dieta adequada de micronutrientes (HOLLAND et al.,2008). Entretanto, no

79 78 presente estudo, assim como em outros relatados, essas variáveis não foram as responsáveis pelo acréscimo na frequência de danos ao material genético dos indivíduos. Um ponto importante a ser considerado, é a relação entre o aumento na frequência de MN e a carcinogênese. Para Fenech et al. (2011), micronúcleos são biomarcadores de eventos genotóxicos e de instabilidade cromossômica e ao longo das últimas décadas estes biomarcadores têm sido aplicados na avaliação da exposição de agentes genotóxicos e aumentos nas suas frequências estão relacionados a inúmeras injúrias a saúde, inclusive o câncer (BONASSI et al.,2011). McDuffie et al.(2009), relatam que a história familiar positiva de câncer e /ou a exposição ambiental a substâncias químicas agrícolas desempenham um papel no desenvolvimento de câncer, e Kumar & Das (2009), esclarecem que os fatores genéticos são responsáveis por cerca de 5% a 10% de todos os cânceres e o restante pode ser atribuído a carcinógenos ambientais, como por exemplo, a exposição ocupacional a agrotóxicos. A partir dos resultados obtidos, fica notório que os agricultores estão aplicando os agrotóxicos de maneira errônea e comprometendo a sua saúde. Apesar das respostas do questionário mostrarem que 70.4% dos indivíduos declaram usar equipamento de proteção individual, o uso é incorreto. Uma vez que os trabalhadores consideram como EPIs roupas de uso diário, como calça, bermuda, camiseta, bota e boné. Esse panorama de má informação fomenta as injúrias a saúde dos trabalhadores rurais. Desta forma, profundas mudanças são necessárias para diminuir os riscos tanto para as pessoas quanto para o ambiente. Tais medidas poderiam envolver a implantação de uma vigilância epidemiológica, o acompanhamento dos agricultores que incluísse avaliações do estado de saúde para evitar não somente toxicidades agudas, mas também a toxicidade crônica que pode levar ao surgimento de neoplasias. Estas atitudes iriam proporcionar a melhoria das condições de trabalho, assim como, a redução dos efeitos adversos sobre a saúde humana e o meio ambiente, já que defensivos agrícolas vêm sendo usados de forma sistemática.

80 79 6. Referências BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Projeções do Agronegócio 2010/2011 a 2020/2021, Assessoria De Gestão Estratégica Brasília, [Acessado jul 18,2012]. Disponível: rio/gestao/projecao/projecoes%20do%20agronegocio% %20a% %20-%202_0.pdf EMBRAPA, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Produção brasileira de abacaxi em [Acessado em jul 2012]. Disponível em: /planilhas/abacaxi_brasil_2009.pdf BRASIL. Fundação Oswaldo Cruz. Agrotóxicos Proteção para quem? Rio de Janeiro, RJ Nº 95 Julho de RADIS Comunicação em Saúde. [Acessado em jul 2012]. Disponível em: ABRASCO, Associação Brasileira de Saúde Coletiva. DOSSIÊ ABRASCO Uma alerta sobre os impactos dos Agrotóxicos na Saúde ABRASCO, Rio de Janeiro, abril de 2012, 1ª Parte. 98p. [Acessado em jul,2012].disponível em: UserFiles/File/ABRASCODIVULGA/2012/DossieAGT.pdf INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo demográfico 2010: características gerais da população Touros- RN. Resultados da amostra. [site da Internet] [Acessado em: jul 2012]. Disponível em: indow.htm?1 FARIA, N.M.X;ROSA,J.A.R;FACCHINI,L.A, Intoxicações por agrotóxicos entre trabalhadores rurais de fruticultura,bento Gonçalves,RS.Rev. Saúde Publica 2009;43(2): CHEN, C; ARJOMANDI,M;QIN,H;BALMES,J;TAGER,I;HOLLAND,N. Citogenetic damage in buccal epithelia and peripheral lymphocytes of young healthy individuals exposed to ozone. Mutagenesis 2006, 21(2): KUMAR, R; DAS, B.C, Role os environmental factors is carcinogenesis. Environment & We an International Journal of Science & Technology 4(2009) MATOS M; VILENSKI, M; BOFFETTA, P, Environmental and occupational cancer in Argentina: a case control lung cancer study. Cad. Saúde Pública (3): PERES, F; MOREIRA, J.C. É veneno ou é remédio? Agrotóxicos, saúde e ambiente. Rio de Janeiro: Fiocruz, p.384. STOPPELLI; I.M.B.S; MAGALHÃES,C.P, Saúde e segurança alimentar:a questão dos agrotóxicos. Cien.Saúde Colet 2005; 10(sup):

81 80 ZHANG, J; CAI, W.W; LEE, D.J,Occupational hazards and pregnancy outcomes. American Journal of Industrial Medicine 1992; 21(3): TAHA, T.E e GRAY, R.H, Agricultural pesticide exposure and perinatal mortality in central Sudan. Bulletin of the World Health Organization 1993; 71(3-4): LONGNECKER, M.P; KLEBANOFF,M.A; ZHOU, H; BROCK, J.W, Association between maternal serum concentration of the DDT metabolite DDE and preterm and small-for-gestational-age babies at birth. Lancet 2001, 358(9276): THOMAS,P;HOLLAND,N;BOLOGNESI.C; KIRSCH-VOLDERS, M., BONASSI, S., ZEIGER, E., KNASMUELLER, S. e FENECH, M. Bucal micronucleus cytome assay. Nature protocols.vol.4 n o 6(2009). 28.TOLBERT, P.E; SHY, C.M; ALLEN, J.W. Micronuclei and other nuclear anomalies in buccal smears: methods development. Mutation Research, 271 (1992) HEUSER,V.D;ERDTMANN,B;KVITKO,K;ROHR,P;SILVA,J. Evaluation of genetic damage in Brazilian footwear- workers: Biomarkers of exposure, effect, and susceptibility. Toxicology 232 (2007) HOLLAND, N., BOLOGNESI, C., KIRSCH-VOLDERS, M., BONASSI, S., ZEIGER, E., KNASMUELLER, S. & FENECH, M.The micronucleus assay in human buccal cells as a tool for biomonitoring DNA damage: The HUMN project perspective on current status and knowledge gaps. Mutation Research, 2008, 659(1-2): BONASSI,S;EL-ZEIN,R;BOLOGNESI.C;FENECH,M. Review Micronuclei frequency in peripheral blood lymphocytes and câncer risk: evidence from human studies. Mutagenesis vol.26 no 1 pp , 2011 BORTOLI,G.M;AZEVEDO,M.B;SILVA,L.B. Cytogenetic biomonitoring of Brazilian workers exposed to pesticides: Micronucleus analysis in buccal epithelial cells of soybean growers.mutation Research, 2009, FAN, W; WANG,W.L;DING.S;ZHOU,Y.L;JIN,F.S.Aplication of micronucleus test of buccal cells in assessing the genetic damage of workers exposed to acrylonitrite. Zhonghua Lao Dong Wei Sheng Zhi Ye Bing Za Zhi. 24 (2) 106-8, FENECH,M;KIRSCH-VOLDERS,M; NATARAJAN,A.T; SURRALLES,J; CROTT,J.W; PARRY,J; NORPPA,H; EASTMOND,D.A; TUCKER,J.D;THOMAS,P. Review Molecular mechanisms of micronucleus, nucleoplasmic bridge and nuclear bud formation in mammalian and human cells. Mutagenesis vol. 26 no 1 pp , 2011 STICH,H.F;STICH,W;PARIDA,B.B. Elevated Frequency Of Micronucleated Cells In The Buccal Mucosa Of Individuals At High Risk For Oral Cancer: Betel Quid Chewers. Cancer Letters, 17 (1982) Elsevier Scientific Publishers Ireland Ltd. THOMAS,P;HOLLAND,N;BOLOGNESI.C; KIRSCH-VOLDERS, M., BONASSI, S., ZEIGER, E., KNASMUELLER, S. e FENECH, M. Bucal micronucleus cytome assay. Nature protocols.vol.4 n o 6(2009).

82 81 ERGENE,S, CELIK,A, CAVAS.T, KAVA.F. Genotoxic biomonitoring study of population residing in pesticide contaminated regions in Göksu Delta: Micronucleus, chromosomal aberrations and sister chromatid exchanges.environment International Volume 33, Issue 7, October 2007, Pages J.R, CHRISMAN, KOIFMANB.S,SARCINELLIA.P.N, MOREIRA.J.C, KOIFMANB.R.J MEYERC. A.Pesticide sales and adult male câncer mortality in Brazil Int. J. Hyg. Environ. Health 212 (2009) MARTÍNEZ-VALENZUELA C, GÓMEZ-ARROYO S, VILLALOBOS-PIETRINI R, WALISZEWSKI S, CALDERÓN-SEGURA ME, FÉLIX-GASTÉLUM R, ALVAREZ-TORRES A. Genotoxic biomonitoring of agricultural workers exposed to pesticides in the north of Sinaloa State, Mexico. Environ Int Nov;35(8): doi: /j.envint Epub 2009 Aug 8. BASU,A;GHOSH,P;DAS,J.K. Micronuclei as biomarkers of carcinogen exposure in populations exposed to arsenic through drinking water in West Bengal, India: A Comparative Study in Three Cell types. Cancer Epidemiology,biomarkers e prevention 2004;13: BRAUN,A.S; NOVELLI.A, B.H. VIEIRA.B.H &. ESPINDOLA. E.L.G.Ecotoxicological effects of Vertimec 18EC on plankton. J. Braz. Soc. Ecotoxicol., v. 7, n. 2, 2012, Doi: /jbse MARTINO-ROTH.M.G, VIÉGAS.J & ROTH.D.M.Occupational genotoxicity risk evaluation through the comet assay and the micronucleus Test. Genet. Mol. Res. 2 (4): (2003) MCDUFFIE.H.H, PAHWA.P, KARUNANAYAKE.C.P,JOHN J SPINELLI..J.J & A DOSMAN.J.A.Clustering of cancer among families of cases with Hodgkin Lymphoma (HL), Multiple Myeloma (MM), Non-Hodgkin's Lymphoma (NHL), Soft Tissue Sarcoma (STS) and control subjects.bmc Cancer 2009, 9:70 doi: / BENEDETTI.D, NUNES.E, SARMENTO.M, PORTO.C, DIAS.J.F, SANTOS.C.E.I, SILVA.J. Genetic damage in soybean workers exposed to pesticides: evaluation with the comet and buccal micronucleus cytome assays. Mutation Research/Genetic Toxicology and Environmental Mutagenesis. mrgentox , How to Cite or Link Using DOI EMBRAPA, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Produção brasileira de abacaxi em [Acessado em jul 2012]. Disponível em: /planilhas/abacaxi_brasil_2009.pdf EDUARDO ALGRANTI.E, BUSCHINELLI.J.T.P, CAPITANI.E.M.Occupational lung câncer.j Bras Pneumol. 2010;36(6):

83 82 CONCLUSÕES GERAIS Os resultados obtidos a partir deste estudo indicaram que os trabalhadores rurais no Município de Touros estão vulneráveis, podendo colocar a saúde em risco devido à exposição aos agrotóxicos utilizados. Através dos resultados do Teste de micronúcleos em mucosa bucal foi identificada uma frequência aumentada de alterações nucleares e de micronúcleos que pode estar relacionada à exposição por pesticidas. Diante dos resultados apresentados, a principal contribuição desse estudo foi abrir espaço para uma série de questões que extrapolam a realidade em números. Esta pesquisa denota a importância da implantação de uma vigilância epidemiológica na região estudada, com medidas sócio-educativas e com avaliações periódicas da saúde que tenham como objetivo a melhoria das condições de trabalho, assim como, a redução dos efeitos adversos sobre a saúde humana e ao meio ambiente no município de Touros-RN, servindo também como modelo para outras localidades afetadas pela prática intensiva de agrotóxicos. Além disso, este trabalho indica que a proteção ao meio ambiente e a saúde constituem um desafio, sendo urgente o desenvolvimento de medidas de controle de compra e utilização dos agrotóxicos com suas devidas fiscalizações. Para tanto, campanhas de incentivo para a utilização dos Equipamentos de Proteção Individuais, por meio de palestras, oficinas, entre outras atividades educativas, são um excelente método para a educação e consequentemente para a proteção à saúde do homem e do meio no qual ele vive. Adicionalmente, é necessária a criação e/ou aperfeiçoamento de ambulatórios e hospitais especializados em casos de intoxicações por agrotóxicos para ações de prevenção, triagens e acompanhamento, para os trabalhadores rurais e suas famílias. Contudo, além dessas ações de responsabilidades governamentais, um grande desafio será a implementação da agricultura alternativa como forma de possibilitar as gerações presentes e futuras uma melhor condição de saúde e consequentemente melhor qualidade de vida. Como contribuição direta desta dissertação, foi criado o cordel que poderá ser encaminhado para obter registro através do ISBN, podendo ser divulgado na área de saúde, como postos de saúde na área de estudo, assim como em outras áreas que apresentem a mesma problemática. Esta iniciativa teve como objetivo, divulgar de forma lúdica os resultados encontrados nesta pesquisa e ser o gatilho inicial para a tomada de medidas sócio-educativas.

84 APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 83

85 84 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ESCLARECIMENTOS Este é um convite para você participar da pesquisa: O impacto do uso dos agrotóxicos na saúde do trabalhador rural - RN, que é coordenada pela Professora Dra Viviane Souza do Amaral, UFRN, e pela mestranda responsável Ana Flávia de Santana Resende Nagem. Essa pesquisa procura analisar os impactos do uso dos agrotóxicos na saúde dos trabalhadores rurais. Os agrotóxicos são substâncias que apresentam um maior número de fatores de riscos para a saúde da população podendo causar intoxicações, e doenças, tais como o câncer. PARTICIPAÇÃO VOLUNTÁRIA: Sua participação é voluntária, o que significa que você poderá desistir a qualquer momento, retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga nenhum prejuízo ou penalidade. Caso decida aceitar o convite, você será submetido(a) ao(s) seguinte(s) procedimento(s): 1) QUESTIONÁRIOS: Será necessário responder dois questionários: o primeiro será o Questionário individual sobre Exposição Ocupacional e o segundo será o Questionário sobre Saúde Pessoal, com a duração aproximada de 15 minutos. 2) COLETA DE SANGUE: Após responderem aos dois questionários, será realizada a coleta de 5 ml de sangue por profissionais experientes da área de saúde habilitados, como técnicos de enfermagem e enfermeiros.os materiais utilizados para a coleta de sangue são estéreis e descartáveis, e será realizado com medidas de segurança confiáveis, dessa forma minimiza os riscos à saúde e as complicações decorrentes dessa atividade. Você será informado pelo responsável pela coleta de todo o procedimento da coleta, e que poderá ou não aparecer manchas roxas após a coleta e desmaios. Haverá um pequeno desconforto devido à punção da veia para a retirada do sangue, com uma dor mínima e será um procedimento rápido, por ser pouco sangue a ser coletado. Você será acomodado em uma cadeira com apoio para o braço, para evitar o desconforto e para prevenir quedas, caso você venha a desmaiar. Podem surgir manchas roxas no seu braço após a coleta, mas medidas serão feitas para minimizá-las, por exemplo; após a retirada da agulha o responsável pela coleta irá exercer pressão no local, em geral, de 1 a 2 minutos com algodão ou gaze seco, após esse tempo você será orientado a fazer pressão até que o orifício pare de sangrar. Você será orientado a não dobrar o braço, não carregar peso ou bolsa a tiracolo e não manter a manga dobrada no mesmo lado do braço de onde retirou o sangue por no mínimo 1 hora evitando-se assim, a formação de hematomas, que são manchas roxas e possível sangramento. Após a coleta, a responsável irá observar se você está em condições de se locomover sozinho e então você poderá sair da cadeira. 3) COLETA DAS CÉLULAS DA MUCOSA ORAL: O procedimento para coletar uma pequena quantidade de células da mucosa oral é um procedimento indolor, não invasivo e rápido. Sendo realizado com uma leve fricção com uma escova de cerdas macias apropriada, estéril, descartáveis e com o uso de luvas descartáveis para cada coleta. Esse procedimento

86 85 não agride a sua mucosa oral, não sangra e não oferece nenhum prejuízo para a sua saúde. Os riscos envolvidos e o incomodo da coleta são considerados mínimos. A partir do sangue coletado as análises serão realizadas no laboratório na UFRN para detectar se há alguma alteração sanguínea e as CÉLULAS DA MUCOSA ORAL também serão analisadas no laboratório para ver se há algum defeito nas células. O sangue e as células da mucosa oral, uma vez coletadas, serão transportadas logo após a coleta com os devidos cuidados de medidas de segurança para a Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN direto para o laboratório onde serão realizadas as análises. Dessa forma, as medidas de segurança visam proteger o coletor e o doador de qualquer possibilidade de contaminação. BENEFÍCIOS: A sua participação é muito importante, pois os dados coletados através dos questionários e dos testes ajudarão a compreender os efeitos do uso dos agrotóxicos sobre a saúde. Pretende-se realizar uma palestra para promover uma divulgação da correta manipulação, uso dos equipamentos de proteção individual, assim como o descarte das embalagens. Espera-se que essa ação promova conhecimentos e informações sobre a proteção da sua saúde, contribuindo para a melhoria nas condições de trabalho e uma melhor condição de vida. Dessa forma, projetos futuros poderão ser implantados levando em conta as necessidades locais analisadas através dessa pesquisa. CONFIDENCIALIDADE E SIGILO: Todos os dados obtidos neste estudo serão mantidos em sigilo e não serão disponibilizados para terceiros nem utilizados para outros fins que não os da pesquisa, sem a sua aprovação. A sua identificação não será revelada e os resultados serão relatados de forma resumida sem citar nomes. Essas medidas e cuidados evitam qualquer tipo de situação de discriminação. Informação quanto a medidas de proteção de dados individuais, resultados de exames e testes, bem como as fichas contendo suas informações, somente será acessível aos pesquisadores envolvidos e não será permitido o acesso a terceiros. Os dados serão guardados em local seguro. Se você tiver algum gasto que seja devido à sua participação na pesquisa, você será ressarcido, caso solicite. Em qualquer momento, se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você terá direito a indenização. Você ficará com uma cópia deste Termo e toda a dúvida que você tiver a respeito desta pesquisa, poderá perguntar diretamente para a responsável pela pesquisa Ana Flávia de Santana Resende Nagem, pelo telefone ou pelo aflaviasr@yahoo.com.br Dúvidas a respeito da ética dessa pesquisa poderão ser questionadas ao Comitê de Ética em Pesquisa da UFRN no endereço Campus Universitário, Av. Senador Salgado Filho, s/n, bairro: Lagoa Nova, Natal, , cepufrn@reitoria.ufrn.br ou pelo telefone: (84) As amostras de material biológico (sangue) que não forem utilizadas nessa pesquisa serão armazenados em no máximo 5 (cinco) anos na UFRN, para ser utilizadas em pesquisas futuras na qual poderá analisar a diferença de sensibilidade como cada indivíduo se comporta em relação a exposição aos agrotóxicos. Neste caso, assinando esse termo você também estará autorizando a armazenagem das amostras para uso do material em futuros projetos. Essas futuras pesquisas serão novamente aprovadas pelo CEP e, quando for o caso, pela CONEP, e o(a) senhor(a) será consultado para dizer se permite ou não a utilização do seu sangue. CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO: Declaro que compreendi os objetivos desta pesquisa, como ela será realizada, os riscos e benefícios envolvidos, autorizo o armazenamento do meu sangue e concordo em participar voluntariamente da pesquisa: O impacto do uso dos agrotóxicos na saúde do trabalhador rural RN.

87 86 Participante da pesquisa: Nome: Assinatura: Pesquisador responsável: Nome: Ana Flávia de Santana Resende Nagem Assinatura Cidade:, Data: Endereço profissional: Campus Universitário, Av. Senador Salgado Filho, s/n, bairro: Lagoa Nova, Natal, fone Comitê de ética e Pesquisa: Campus Universitário, Av. Senador Salgado Filho, s/n, bairro: Lagoa Nova, Natal, , cepufrn@reitoria.ufrn.br ou pelo telefone: (84)

88 87 APENCIDE B TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO GRUPO CONTROLE

89 88 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS ESCLARECIMENTOS TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Este é um convite para você participar da pesquisa: O impacto do uso dos agrotóxicos na saúde do trabalhador rural - RN que é coordenada pela Professora Dra Viviane Souza do Amaral, UFRN, e pela mestranda responsável Ana Flávia de Santana Resende Nagem. Você fará parte da pesquisa apenas como GRUPO CONTROLE. Os dados obtidos através das análises da coleta de células da mucosa oral e dos questionários serão utilizados somente estatisticamente para a comparação com outros grupos de indivíduos que estão em contato com a pulverização de agrotóxicos para evitar erros estatísticos. Os dados do GRUPO CONTROLE serão utilizados para julgar os resultados; só servem de parâmetro. PARTICIPAÇÃO VOLUNTÁRIA: Sua participação é voluntária, o que significa que você poderá desistir a qualquer momento, retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga nenhum prejuízo ou penalidade. Caso decida aceitar o convite, você será submetido (a) ao(s) seguinte (s) procedimentos: 1) QUESTIONÁRIOS: Será necessário responder dois questionários: o primeiro será o Questionário individual sobre Exposição Ocupacional e o segundo será o Questionário sobre Saúde Pessoal, com a duração aproximada de 15 min. 2)COLETA DAS CÉLULAS DA MUCOSA ORAL: O procedimento para coletar uma pequena quantidade de células da mucosa oral é um procedimento indolor, não invasivo e rápido. Sendo realizado com uma leve fricção com uma escova de cerdas macias apropriada, estéril, descartáveis e com o uso de luvas descartáveis para cada coleta. Esse procedimento não agredi a sua mucosa oral, não sangra e não oferece nenhum prejuízo para a sua saúde. Os riscos envolvidos e o incomodo da coleta são considerados mínimos. As CÉLULAS DA MUCOSA ORAL serão analisadas no laboratório para ver se há algum defeito nas células. As células da mucosa oral uma vez coletadas serão transportados após a coleta com os devidos cuidados de medidas de segurança para a Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN direto para o laboratório onde serão realizadas as análises. Dessa forma as medidas de segurança visam proteger o coletor e o doador de qualquer possibilidade de contaminação. BENEFÍCIOS: A sua participação como GRUPO CONTROLE é muito importante, pois os dados do resultado do teste das células de mucosa oral contribuirão

90 89 estatisticamente utilizando como comparação com outros grupos de indivíduos que estão em contato com a pulverização de agrotóxicos. CONFIDENCIALIDADE E SIGILO: Todos os dados, nomes obtidos neste estudo serão mantidos em sigilo e não serão disponibilizados para terceiros nem utilizados para outros fins que não os da pesquisa, sem a sua aprovação. Informação quanto a medidas de proteção de dados individuais, suas informações, somente serão acessíveis aos pesquisadores envolvidos e não será permitido o acesso a terceiros. Os dados serão guardados em local seguro, isso evita qualquer tipo de situação de discriminação. Se você tiver algum gasto que seja devido à sua participação na pesquisa, você será ressarcido, caso solicite. Em qualquer momento, se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você terá direito a indenização. Você ficará com uma cópia deste Termo e toda a dúvida que você tiver a respeito desta pesquisa, poderá perguntar diretamente para a responsável pela pesquisa Ana Flávia de Santana Resende Nagem, pelo telefone ou pelo aflaviasr@yahoo.com.br Dúvidas a respeito da ética dessa pesquisa poderão ser questionadas ao Comitê de Ética em Pesquisa da UFRN no endereço Campus Universitário, Av. Senador Salgado Filho, s/n, bairro: Lagoa Nova, Natal, , cepufrn@reitoria.ufrn.br ou pelo telefone: (84) CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO: Declaro que compreendi os objetivos desta pesquisa, como ela será realizada, os riscos e benefícios envolvidos, e concordo em participar voluntariamente como GRUPO CONTROLE da pesquisa: O impacto do uso dos agrotóxicos na saúde do trabalhador rural RN. Participante da pesquisa: Nome: Assinatura: Pesquisador responsável: Nome: Ana Flávia de Santana Resende Nagem Assinatura Cidade:, Data: Endereço profissional: Campus Universitário, Av. Senador Salgado Filho, s/n, bairro: Lagoa Nova, Natal, fone Comitê de ética e Pesquisa: Campus Universitário, Av. Senador Salgado Filho, s/n, bairro: Lagoa Nova, Natal, , cepufrn@reitoria.ufrn.br ou pelo telefone: (84)

91 APENCIDE C - CORDEL 90

92 91 A PESQUISA É SALUTAR, QUANDO A SAÚDE É BEM VISTA, E O PESQUISADOR SE ACHAR UM VERDADEIRO HUMANISTA. Marcos Medeiros Natal, 28/11/2012 Na pesquisa motivada Pesquisadora adentrou No Rio Grande do Norte, Por quilômetros viajou, Investigou dano forte Que o agrotóxico causou. No município de Touros Bem lá na zona rural Lotes foram escolhidos Pelo fazer laboral Sendo assim trabalhadores Pesquisados afinal. Gente simples, camponeses, Na verdade agricultores Foram sendo entrevistados Para saber dos rigores Da lida de todo dia da dimensão das suas dores De cada um foi colhida Amostra pra estudo igual De células da bochecha Bem da mucosa bucal Para ver se micronúcleos Davam mostras de algum mal Sendo de base genética, De efeitos cromossômicos, Será possível aluir Complicadores genômicos Afetando caracteres Sexuais e autossômicos Também foram perguntados Sobre a carne semanal E o matuto diz: três vezes Ela está no ritual Mas só de um a dois dias O peixe é que é normal. Sessenta homens valentes Vieram a ser inqueridos Quase todos com família, A maioria maridos, Sujeitos à chuva e sol E ao veneno submetidos. Dos vinte aos cinquenta e nove A faixa etária estudada Para compor uma amostra Muito bem representada Corresponde aos camponeses Trazidos nessa jornada. Plantando batata-doce Jerimum e macaxeira, O melão e a melancia Para vender lá na feira, Abacaxi bem docinho E o feijão de primeira. No seu trabalho diário Vivendo de capinar Tirar toco, com enxada, Para poder semear, É trabalhador que vem depressa pulverizar. O agrotóxico aplicado Como é de conhecimento Tem o resíduo que espalha E é trazido com o vento De volta ao trabalhador Que absorve sem intento. Esse maldito veneno Entra na boca e narinas Podendo ser mutagênico E outras coisas malinas, Causando muitas doenças, Pondo a saúde em ruínas. Algumas dessas mazelas Mais comuns no cidadão São visão dupla ou embaçada,

93 92 Tonturas e distração, Transpiração excessiva, Picos de hipertensão. Até perda de apetite Foi, por demais, sugerida, Mas isso deixou o matuto Com a mente bem confundida: Como posso ter fastio Se eu como pouco por vida? Nessa horinha quem aplica A pergunta faz limite Tentando esclarecer Que a falta de apetite Não tem a ver com fartura, Embora ele acredite. Fadiga se faz comum, Dores nos membros também, Isso é coisa revelada Que não agrada a ninguém, O perigo é afastar O camponês do seu bem. Por isso é recomendado Trocar de roupa lá fora Lavar bem longe de casa Preservando a quem lá mora E só depois de banhado É que esse homem namora. Pra proteger a família De uma contaminação Por causa do pesticida Fez-se a recomendação Para fechar toda a casa No ato da aplicação. Também lá se aconselhou Que, tendo um mal já citado, O camponês procurasse Doutor pra ser medicado E desse modo tratasse Antes de prejudicado. Com as respostas colhidas Dos camponeses sondados, Eis que no laboratório Vão ser testados seus dados, Para dizer se afinal Poderão ser publicados. Depois de ser tabuladas Aquelas informações Por testes serão testadas Várias associações Entre danos cromossômicos E micronucleações Assim a pesquisadora Poderá vir publicar Fruto da sua pesquisa Nessa terra potiguar Pra outros agricultores Vir a poder ajudar Eu, aqui, da minha mesa, De humilde cordelista, Quero parabenizar E emitir ponto de vista Que quem faz dessa pesquisa É muito mais cientista. Digo mais que essa pessoa É deveras altruísta Pois dedicou muito tempo Da sua vida em revista Da saúde no trabalho Teve senso de humanista.

94 93 ANEXO A AGROTÓXICOS FORMULADOS ESPECÍFICOS PARA CULTURA DE ABACAXI.

95 94 Marca Nr. Ingrediente Ativo(Grupo Titular de Registro Comercial Registro Químico) Actara 10SYNGENTA PROTEÇÃO DE 3200 GR CULTIVOS LTDA. tiametoxam (neonicotinóide) Actara 250SYNGENTA PROTEÇÃO DE WG CULTIVOS LTDA. tiametoxam (neonicotinóide) Aliette BAYER S.A. São Paulo/ SP fosetil (fosfonato) MILENIA AGROCIÊNCIAS S.A. - Ametrex WG Londrina ametrina (triazina) FMC QUÍMICA DO BRASIL LTDA - Boral 500 SC 7495 Campinas sulfentrazona (triazolona) Bulldock 125 BAYER S.A. São Paulo/ SP SC 1192 beta-ciflutrina (piretróide) LANXESS - INDÚSTRIA DE Cention SC PRODUTOS QUÍMICOS E diurom (uréia) PLÁSTICOS LTDA Cercobin 700IHARABRAS S.A. INDÚSTRIA tiofanato-metílico (benzimidazol WP QUÍMICAS (precursor de)) Constant BAYER S.A. São Paulo/ SP 9299 tebuconazol (triazol) Decis 25 EC BAYER S.A. São Paulo/ SP deltametrina (piretróide) Dipel WP SUMITOMO CHEMICAL DO BRASIL REPRES. LTDA. Bacillus thuringiensis (biológico) Direx 500MILENIA AGROCIÊNCIAS S.A SC Londrina diurom (uréia) Diuron Nortox NORTOX S.A diurom (uréia) Diuron 500MILENIA AGROCIÊNCIAS S.A SC Milenia Londrina diurom (uréia) Dominador BAYER S.A. São Paulo/ SP deltametrina (piretróide) Elite BAYER S.A. São Paulo/ SP tebuconazol (triazol) Ethrel BAYER S.A. São Paulo/ SP 993 etefom (etileno (precursor de)) Ethrel 720 BAYER S.A. São Paulo/ SP 3292 etefom (etileno (precursor de)) Evidence BAYER S.A. São Paulo/ SP 6294 imidacloprido (neonicotinóide)

96 WG Explorer 500FMC QUÍMICA DO BRASIL LTDA SC Campinas sulfentrazona (triazolona) Folicur 200 BAYER S.A. São Paulo/ SP EC 2895 tebuconazol (triazol) Gramocil SYNGENTA PROTEÇÃO DE diurom (uréia) + Dicloreto de CULTIVOS LTDA. paraquate (bipiridílio) Herbipak MILENIA AGROCIÊNCIAS S.A WG Londrina ametrina (triazina) Karmex MILENIA AGROCIÊNCIAS S.A Londrina diurom (uréia) MILENIA AGROCIÊNCIAS S.A. - Karmex Londrina diurom (uréia) Kohinor 200MILENIA AGROCIÊNCIAS S.A SC Londrina imidacloprido (neonicotinóide) Krovar DU PONT DO BRASIL S.A. - Barueri bromacila (uracila) + diurom (uréia) ARYSTA LIFESCIENCE DO Orthocide BRASIL INDÚSTRIA QUÍMICA E AGROPECUÁRIA captana (dicarboximida) NUFARM INDÚSTRIA QUÍMICA E Rival 200 EC 6203 FARMACÊUTICA S.A. tebuconazol (triazol) Sevin 480 carbaril (metilcarbamato de BAYER S.A. São Paulo/ SP SC naftila) Sevin 850 carbaril (metilcarbamato de BAYER S.A. São Paulo/ SP WP naftila) Tecto SC SYNGENTA PROTEÇÃO DE 8396 CULTIVOS LTDA. tiabendazol (benzimidazol) IHARABRAS S.A. INDÚSTRIA tiofanato-metílico (benzimidazol TOPSIN QUÍMICAS (precursor de)) Triade BAYER S.A. São Paulo/ SP 2600 tebuconazol (triazol) Viper 700 IHARABRAS S.A. INDÚSTRIA tiofanato-metílico (benzimidazol 5608 QUÍMICAS (precursor de)) Warrant BAYER S.A. São Paulo/ SP 8398 imidacloprido (neonicotinóide)

97 Fonte: AGROFIT (2012) 96

98 97 ANEXO B - GRUPOS QUÍMICOS E MODO DE AÇÃO NOS QUAIS PERTENCEM OS AGROTÓXICOS.

99 98 Finalidade Grupo Químico Modo de Ação Organofosforados Inibidores de enzimas Inseticidas Derivados do ácido fosfórico, do colinesterases, especialmente ácido tiofosfórico ou do ácido ditofosfórico acetilcolinesterase Carbonatos Derivados do ácido carbâmico São inibidores reversíveis das colinesterases Organoclorados A base de carbono, com radicais de Estimulante do sistema nervoso central (em altas doses são cloro. São derivados do indutores das enzimas clorobenzeno, do ciclo-hexano ou microssômicas hepáticas) e do ciclodieno podem ser armazenados no tecido adiposo Piretróides Sintéticos Apresentam estrutura semelhantes à piretrina Estimulante do sistema nervoso central, em doses altas pode produzir lesões duradouras ou permanentes no sistema nervoso periférico Fungicidas Etileno-bis-ditiocarbamatos - compostos que contém Alguns desses compostos contêm manganês, outros contêm etilenoetiluréia (ETU) manganês pela ação no sistema nervoso central pode ocasionar parkinsonismo - e os compostos que contém (ETU) pode ocasionar efeitos carcinogênicos (adenocarcinoma de tireóide), teratogênicos e mutagênicos em animais de laboratório Trifenil estânico Em provas experimentais este promove uma redução dos anticorpos circulantes em varias espécies de animais Captan Observado efeito teratogênico

100 99 (má formação fetal) em animais de laboratório Hexaclorobenzeno Lesões de pele e porfiria cutânea tardia (patologia grave) Herbicidas Dipiridilos - Paraguat Irritação grave das mucosas, alterações proliferativas e irreversíveis no epitélio pulmonar,lesões hepáticas,renais e fibrose pulmonar irreversível Glifosato Irritantes de mucosas e causa problemas dermatológicos Pentaclorofenol Estimulam o metabolismo, com hipertermia,que pode se tornar irreversível Derivados do ácido fenoxiacético Lesões degenerativas, hepáticas a renais (em altas doses) Dinitrofenóis Estimulam o metabolismo, com hipertermia,que pode se tornar irreversível Fumigantes Brometo de metila Causa edema pulmonar, Irritantes de mucosas pneumonite química, insuficiência circulatória e perfurações neuropsicológicas, como psicoses e tremores Fosfina Irritantes de mucosas Causa lesões herpéticas, por alterações no metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas. Raticidas São anticoagulantes, inibindo a Derivados da cumaria e indantona formação da protombina, promovendo hemorragias em diversos órgãos Fonte: Manual de Vigilância da Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos OPAS/OMS 1997

101 ANEXO C - MAPA DO PROJETO BOQUEIRÃO 100

102 101 Fonte: Imagem fornecida pela Secretaria de Estado de Assuntos Fundiários e de Apoio à Reforma Agrária (SEARA) em julho de 2012, evidenciando a área que corresponde ao Projeto do Boqueirão. Local da área de estudo sobre a avaliação do risco ocupacional de trabalhadores expostos a agrotóxicos no Município de Touros/Rio Grande do Norte. 2012

103 102 ANEXO D PARECER DE APROVAÇÃO DA PESQUISA NO COMITÊ DE ÉTICA DA UFRN.

104 103

105 104

106 ANEXO E - QUESTIONÁRIO DE SAÚDE PESSOAL 105

107 106

108 107

109 108

110 109

111 110

112 111

113 112

114 113

115 ANEXO F - DADOS DE INTERNAÇÃO HOSPITALAR NEOPLASIAS 114

116 115 MOVIMENTO DE AIH - NEOPLASIAS (TUMORES) INTERNAÇÃO HOSPITALAR FREQÜÊNCIA POR ANO PROCESSAMENTO SEGUNDO DIAG CID10 (CATEG) Diag CID10 (categ) Total C00 Neopl malig do labio C01 Neopl malig da base da lingua C02 Neopl malig outr partes e NE da lingua C04 Neopl malig do assoalho da boca C06 Neopl malig outr partes e partes NE da boca C13 Neopl malig da hipofaringe C15 Neopl malig do esofago C16 Neopl malig do estomago C18 Neopl malig do colon C20 Neopl malig do reto C22 Neopl malig figado vias biliares intra-hepat C24 Neopl malig outr partes e NE vias biliares C32 Neopl malig da laringe C34 Neopl malig dos bronquios e dos pulmoes C40 Neopl malig ossos/cartilag artic membros C41 Neopl malig ossos/cartil artic outr loc e NE C43 Melanoma malig da pele C44 Outr neopl malig da pele C48 Neopl malig tec moles retro- e peritonio C49 Neopl malig tec conjuntivo e outr tec moles C50 Neopl malig da mama C53 Neopl malig do colo do utero C56 Neopl malig do ovario C57 Neopl malig outr org genitais femin e NE C60 Neopl malig do penis C61 Neopl malig da prostata C67 Neopl malig da bexiga C69 Neopl malig do olho e anexos C71 Neopl malig do encefalo

117 116 C73 Neopl malig da gland tireoide C74 Neopl malig da gland supra-renal C76 Neopl malig outr localiz e mal definidas C77 Neopl malig secund e NE gangl linfaticos C80 Neopl malig s/especificacao de localiz C81 Doenc de Hodgkin C83 Linfoma nao-hodgkin difuso C90 Mieloma mult e neopl malig de plasmocitos C91 Leucemia linfoide C92 Leucemia mieloide C95 Leucemia de tipo celular NE D11 Neopl benig de gland salivares maiores D13 Neopl benig outr part e mal def ap digestivo D16 Neopl benig de osso e cartilagem articular D18 Hemangioma e linfangioma de qualquer localiz D23 Outr neopl benig da pele D25 Leiomioma do utero D26 Outr neopl benig do utero D29 Neopl benig dos orgaos genitais masc D31 Neopl benig do olho e anexos D32 Neopl benig das meninges D33 Neopl benig encef e out part sist nerv centr D34 Neopl benig da gland tireoide D35 Neopl benig de outr gland endocrinas e NE D38 Neopl comp inc/desc ouv med org resp intrat D39 Neopl comp incerto/desconh org genitais fem D40 Neopl comp incerto/desconh org genitais masc D41 Neopl comp incerto/desconh orgaos urinarios D43 Neopl comp inc/desc encefalo sist nerv centr D46 Sindr mielodisplasicas D48 Neopl comp inc/desconh outr localiz e NE Total

118 117 Movimento de AIH - INTERNAÇÃO NEOPLASIAS Freqüência por Ano processamento segundo Diag CID10 (grupo) Diag CID10 (grupo) Total Neoplasias malignas Neoplasias malignas de localizações especificada Neopl malig local mal def, secund e local n espe Neopl malig tecido linfát hematopoét e correlato Neopl malig local múltiplas independentes (prim) Neopl malig dos ossos e cartilagens articulare Melanoma e outras(os) neoplasias malignas da p Neopl malig do tecido mesotelial e tecidos mol Neoplasias malignas da mama Neoplasias malignas dos órgãos genitais femini Neoplasias malignas dos órgãos genitais mascul Neoplasias malignas do trato urinário Neopl malig olhos encéf outr part sist nerv ce Neopl malig tireóide e outras glândulas endócr Neoplasias [tumores] benignas(os) Neopl de comportamento incerto ou desconhecido Total Movimento de AIH - INTERNAÇÃO ÓBITOS Óbitos por Ano processamento segundo Diag CID10 (categ) Diag CID10 (categ) Total C16 Neopl malig do estomago C32 Neopl malig da laringe C34 Neopl malig dos bronquios e dos pulmoes C50 Neopl malig da mama C74 Neopl malig da gland supra-renal C80 Neopl malig s/especificacao de localiz C81 Doenc de Hodgkin C83 Linfoma nao-hodgkin difuso

119 118 C90 Mieloma mult e neopl malig de plasmocitos D48 Neopl comp inc/desconh outr localiz e NE Total Fonte : datasus\ms\sesap\tabwin Dados de internação hospitalar, Doenças do aparelho respiratório Movimento de AIH - Doenças do aparelho respiratório Freqüência por Ano processamento segundo Diag CID10 (categ) Diag CID10 (categ) Total J04 Laringite e traqueite agudas J06 Infecc agudas vias aereas super loc mult NE J12 Pneumonia viral NCOP J15 Pneumonia bacter NCOP J18 Pneumonia p/microorg NE J21 Bronquiolite aguda J32 Sinusite cronica J34 Outr transt do nariz e dos seios paranasais J35 Doenc cronicas das amigdalas e das adenoides J38 Doenc das cordas vocais e da laringe NCOP J39 Outr doenc das vias aereas super J40 Bronquite NE como aguda ou cronica J44 Outr doenc pulmonares obstrutivas cronicas J45 Asma J69 Pneumonite dev solidos e liquidos J81 Edema pulmonar NE de outr form J85 Abscesso do pulmao e do mediastino J90 Derrame pleural NCOP J93 Pneumotorax J94 Outr afeccoes pleurais J95 Afeccoes respirat pos-proced NCOP J96 Insuf respirat NCOP Total

120 119 Movimento de AIH - INTERNAÇÃO HOSPITALAR Freqüência por Ano processamento segundo Diag CID10 (categ) Diag CID10 (categ) Total J04 Laringite e traqueite agudas J06 Infecc agudas vias aereas super loc mult NE J12 Pneumonia viral NCOP J15 Pneumonia bacter NCOP J18 Pneumonia p/microorg NE J21 Bronquiolite aguda J32 Sinusite cronica J34 Outr transt do nariz e dos seios paranasais J35 Doenc cronicas das amigdalas e das adenoides J38 Doenc das cordas vocais e da laringe NCOP J39 Outr doenc das vias aereas super J40 Bronquite NE como aguda ou cronica J44 Outr doenc pulmonares obstrutivas cronicas J45 Asma J69 Pneumonite dev solidos e liquidos J81 Edema pulmonar NE de outr form J85 Abscesso do pulmao e do mediastino J90 Derrame pleural NCOP J93 Pneumotorax J94 Outr afeccoes pleurais J95 Afeccoes respirat pos-proced NCOP J96 Insuf respirat NCOP Total Movimento de AIH - ÓBITOS Óbitos por Ano processamento segundo Diag CID10 (categ) Diag CID10 (categ) Total J12 Pneumonia viral NCOP J15 Pneumonia bacter NCOP J18 Pneumonia p/microorg NE 2 1 3

121 120 J38 Doenc das cordas vocais e da laringe NCOP J44 Outr doenc pulmonares obstrutivas cronicas J69 Pneumonite dev solidos e liquidos J94 Outr afeccoes pleurais J96 Insuf respirat NCOP Total Fonte : datasus\ms\sesap\tabwin Dados referentes a malformações congênitas e anomalias cromossômicas Movimento de AIH - XVII.Malf cong deformid e anomalias cromossômicas Freqüência por Ano processamento segundo Diag CID10 (categ) touros Diag CID10 (categ) Total Q17 Outras malformacoes congen da orelha Q18 Outr malformacoes congen da face e pescoco Q22 Malform congen valvas pulmonar tricuspide Q23 Malformacoes congen valvas aortica e mitral Q28 Outr malform congen aparelho circulatorio Q35 Fenda palatina Q37 Fenda labial c/fenda palatina Q40 Outr malform congen trato digestivo super Q52 Outr malformacoes congen org genitais femin Q53 Testiculo nao-descido Q54 Hipospadias Q66 Deform congen do pe Q70 Sindactilia Q89 Outr malformacoes congen NCOP Total Fonte : datasus\ms\sesap\tabwin

122 ANEXO G - NORMAS DA REVISTA PARA PUBLICAÇÃO DO CAPÍTULO 1 121

123 122

124 123

125 124

126 125

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