Trombose. Prof. Dr. Halbert Villalba
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- Branca Flor Salgado Carvalho
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1 Trombose Trombose é o processo de formação de um coágulo sangüíneo (trombo) no interior dos vasos ou do coração de indivíduos vivos. Os trombos são massas sólidas formadas por constituintes do sangue, no interior do coração ou dos vasos.. A Trombose (extensão patológica da hemostasia normal) depende: Parede vascular (endotélio); Plaquetas; Sistema de Coagulação (deposição de fibrina). FORMAÇÃO: Aglutinação de plaquetas ao revestimento endotelial do vaso; Formando um pequeno ninho que se projeta para a luz do vaso; Inicia o processo de coagulação; Precipitação de fibrina e acúmulo de elementos figurados do sangue. Patogenia: Lesão endotelial; Alterações no fluxo sangüíneo normal; Alterações no sangue (hipercoagulabilidade Lesão Endotelial Importante para a formação de trombos cardíacos e arteriais; Ventrículo esquerdo em regiões de infarto miocárdico; Placas ulceradas na aterosclerose avançada; Cirurgias cardíacas; Infecções miocárdicas; Reações imunológicas miocárdicas; Válvulas com doença valvular inflamatória; Próteses valvulares; Lesões produzidas por irradiações, agentes químicos exógenos (derivados do cigarro) ou endógenos (hipercolesterolemia, homocistina), toxinas ou endotoxinas bacterianas e lesões imunológicas (na rejeição ao transplante e na deposição de complexos imunes). Alterações no fluxo sangüíneo normal Turbulência - trombos arteriais e cardíacos; Estase (lentificação do fluxo sangüíneo) - trombose venosa; Ambas causam contracorrentes e bolsões locais de estase; Desagregam o fluxo laminar e levam as plaquetas a entratem em contato com o endotélio; Evitam a diluição de fatores de coagulação ativados pelo fluxo fresco de sangue e sua depuração pelo fígado; Retardam o ingresso de inibidores de fatores de coagulação e permitem o crescimento do trombo; A turbulência pode gerar disfunção ou lesão endotelial. Trombos se formam sobre placas ateroscleróticas ulceradas; Trombos tendem a ocorrer na aorta no interior de dilatações anormais (aneurismas); No infarto o músculo necrótico não contrai e favorece a estase; 1
2 Na cardiopatia reumática curada, a estenose mitral faz com que o átrio esquerdo se expanda e não se esvazie completamente; Arritmias (fibrilação atrial) criam-se as condiçãoes para a trombose atrial e auricular. A estase promove a formação de trombos no interior das veias varicosas anormalmente dilatadas, surgindo nos bolsões criados pelas válvulas venosas; Estase: Síndromes de hiperviscosidade como a policitemia, a crioglobulinemia e a macroglobulinemia, amentam a resistência ao fluxo e induzem estase nos pequenos vasos. Na anemia falciforme, as células deformadas podem gerar um ingurgitamento e a estase predispõe a trombose. Alterações no sangue (hipercoagulabilidade) Alteração no mecanismo de coagulação sanguínea. Formação de trombo venoso, região valvular Defeitos primários: genéticos (Deficiência de antitrombina III, deficiência de proteína C, S e defeito na fibrinólise). Defeitos secundários (adquiridos): Alto risco - repouso prolongado no leito ou imobilização, infarto do miocárdio, lesão tecidual (cirurgia, fraturas, queimaduras), insuficiência cardíaca, leucemia aguda, próteses valvulares cardíacas e trombocitopenia trombótica. Baixo risco - fibrilação arterial, miocardopatia, fase final de gestação/pós-parto, anticoncepcionais orais, anemia falciforme, tabagismo e trombocitose. Tipos de Trombos Segundo a posição: - Parietal ou Mural, e Oclusivo: Segundo a formação: - Precipitação, Coagulação e Misto. Segundo a estrutura: - Branco, Vermelho, Misto e Hialino. Tipo de vaso envolvido: - Artérias, Veias, Microcirculação e Coração. 2
3 Segundo a estrutura: -Branco (plaquetário): massas de plaquetas aglutinadas, malha de fibrina e alguns leocócitos, forma-se por precipitação; -Vermelho: formação mais rápida, semelhante a um coágulo sanguíneo (hemácias e leucócitos), forma-se por coagulação. -Misto: possui partes brancas e vermelhas, 3 partes: cabeça (parte aderente inicial do trombo), intermediária ou corpo (estratificada, possui parte branca e vermelha) e a cauda (camada de sangue coagulado decorrente a estase local). -Hialino: vênulas e capilares, casos de queimaduras, mordidas de cobra, pneumonia e nas reações alérgicas. Tipo de vaso envolvido: -Artérial: Forman-se em áreas de bifurcação e ateroesclerose, sem oclusão total do vaso. -Venoso: Forman-se próximos às válvulas (misto), compostos predominantemente por plaquetas e fibrina. Crescem em direção ao fluxo até obstrução completa do vaso, onde iniciam um crescimento nos dois sentidos do vaso. -Na Microcirculação: causado pela lesão endotelial, agregação plaquetária ou coagulação difusa, misto. Púrpura Trombocitopênica (exclusivamente plaquetas). -No Coração: Endocardite, formado de plaquetas e fibrina. Evolução: Crescer; Desintegrar; Embolizar; Hialinizar e Calcificar; Organizar e recanalizar. 3
4 Embolia Embolia é a impactação, em alguma parte do sistema circulatório, de qualquer material não dissolvido, conduzido pela corrente sangüínea. O material pode estar sob a forma sólida, líquida ou gasosa, obliterando vasos cujo diâmetro não permite a sua passagem. Êmbolo é a denominação dada ao corpo estranho circulante. Tipos de Êmbolos: Natureza Trombótica: mais freqüentes (99% dos casos) e importantes; Glóbulos de Gordura; Borbulhas de Ar: Bactérias; Parasitas; Células Tumorais; Restos Necróticos; Corpos Estranhos. Êmbolia pulmonar: grande problema clínico, pacientes hostpitalizados, óbitos nos E.U.A. 95% dos êmbolos pulmonares surgem de trombos nas veias grandes e profundas dos membros inferiores. Dependendo do tamanho da massa embólica, pode ocluir a artéria principal, impactar a bifurcação ( êmbolo em sela ), ou penetrar nos ramos menores das artérias pulmonares. A maioria dos êmbolos pulmonares (60 a 80% dos casos) é clinicamente silenciosa; Pode levar a morte súbita (acima de 60% da circulação pulmonar comprometida); Infarto pulmonar; Hemorragias pulmonares de localização mais central;3circulação brônquica e outras anastomoses evitam a isquemia total nestas circunstâncias; Raramente múltiplos êmbolos podem conduzir a hipertensão pulmonar, e, com o tempo, a esclerose vascular pulmonar com dispnéia progressivamente mais intensa. Êmbolia Sistêmica: Êmbolos que viajam pela circulação arterial. A maioria (80 a 85%) derivam de trombos intracardíacos. Cerca de 60 a 65% surgem no ventrículo esquerdo secundariamente a um infarto; Êmbolos arteriais seguem vias muito mais variadas, quase sempre causam infartos; Alojam-se em 70 a75% nas extremidades inferiores; 10% no cérebro e as vísceras; e 7 a 8% os membros superiores. Êmbolos por líquido aminiótico: Raro (1 a cada partos) e grave (86% óbito). Ocorre por ruptura das membranas placentárias no pós-parto e as veias uterinas permitem a entrada de líquido contendo: células descamadas, cabelos da criança, gordura e mucina do tubo respinatório na circulação materna.. Provoca edema pulmonar, insuficiência respiratória seguida de morte. Êmbolia Gordurosa: Casos de fraturas ósseas, contusões, intervenções cirúrgicas em obesos, cirurgias do fígado gorduroso e esmagamento do tecido adiposo. Embolia Pulmonar, cerebral e renal; 4
5 Fatal em cerca de 10% dos casos; Insuficiência pulmonar, sintomas neurológicos (irritabilidade, inquietação, delírio e coma), anemia e trombocitopenia (comum). Aeroembolismo Eencontrado nos casos indivíduos submetidos a variações muito grandes de pressão atmosférica: Escafandrista; Mergulhadores; Trabalhadores de minas e túneis; Aviadores; Astronautas. Êmbolia de Nitrogênio ou mal dos caixões. Aeroembolismo: rompimentos de grandes Troncos Venosos, com penetração de ar nos mesmos. Parto; Operações de Tórax; Pneumotórax; Intervenções em órgãos do pescoço. Vias de êmbolização: vasos venoso - coração - pulmões. 5
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