Microeconomia. Francisco Lima. 1º ano 2º semestre 2011/2012 Licenciatura em Engenharia e Gestão Industrial

Transcrição

1 Microeconomia 2. Procura, Excedente do Consumidor e Elasticidades Francisco Lima 1º ano 2º semestre 2011/2012 Licenciatura em Engenharia e Gestão Industrial

2 Objectivos Conhecer os principais determinantes da quantidade procurada de um bem Compreender por que é que a curva da procura tem uma inclinação negativa Entender o conceito de excedente do consumidor Calcular a elasticidade-preço da procura Relacionar o valor da elasticidade id d da procura com as receitas total t e marginal Explicar o processo de escolha individual id 2

3 Procura Curva de Procura A partir da escolha do consumidor retira-se a função procura Q = (, P, P, R preferências) Q P substituto s complementares ; Mantendo constante o preço do outro bem e o rendimento, tem-se a curva de procura Genericamente Q = a bp 3

4 Procura Determinantes da quantidade procurada Preço Efeito Substituição Efeito Rendimento Preço dos bens substitutos Preço dos bens complementares Rendimento Gostos/preferências Informação Expectativas sobre a evolução dos preços 4

5 Determinantes da Procura: Bens substitutos e complementares Bens substitutos quando o preço de um aumenta, a procura do outro aumenta Coca-cola vs Pepsi Bens complementares quando o preço de um aumenta, a procura do outro diminui ipod / itunes Computador e sistema operativo 5

6 Determinantes da Procura: Rendimento Quando o rendimento aumenta a procura aumenta bens normais Viagens de férias a procura diminui bens inferiores Pirataria de software, de música, de filmes Comida rápida 6

7 Determinantes da Procura: Gostos/Preferências/Moda/Cultura Os consumidores não são todos iguais Telemóveis Inditex Preferência por produtos ecológicos/biológicos g Movimento Open Source 7

8 Determinantes da Procura: Gostos/Preferências/Moda/Cultura l t/2 / i / ti diti ti l id 8

9 Determinantes da Procura: Expectativas A decisão da compra hoje é influenciada pelas expectativas relativamente t aos preços futuros Saldos Preço de produtos eletrónicos e afins Expectativas em relação ao rendimento 9

10 Excedente do Consumidor Diferença entre o que o consumidor paga e o que estaria disposto a pagar Diferença entre a utilidade total de um bem e o valor total desse bem Mede a satisfação ou bem-estar do consumidor Utilidade adicional que retira do consumo 10

11 How the Price Affects Consumer Surplus (a) Consumer Surplus at Price P Price A Consumer surplus P 1 B C Demand 0 Q 1 Quantity 11 Copyright 2003 Southwestern/Thomson Learning

12 How the Price Affects Consumer Surplus (b) Consumer Surplus at Price P Price A P 1 Initial consumer surplus B C Consumer surplus to new consumers P 2 D Additional consumer surplus to initial consumers 0 Q 1 Q 2 E F Demand Quantity 12 Copyright 2003 Southwestern/Thomson Learning

13 Elasticidade da Procura Como varia a quantidade procurada quando o preço se altera Qual a sensibilidade dos consumidores/da procura a variação do preço A elasticidade-preço da procura é uma medida desta sensibilidade Quociente entre duas variações proporcionais η = ΔQ ΔP Q P η = Δ%Q Δ%P 13

14 Elasticidade da Procura η = dq dp P Q A elasticidade varia ao longo da procura? Procura Rígida Unitária Elástica 14

15 Elasticidade da Procura Quais os determinantes da elasticidade? Preferências Tipo de bens / grau de necessidade 1ª necessidade Supérfluos Peso no orçamento Presença de substitutos Em geral, os determinantes da própria procura 15

16 Inclinação e elasticidade id d não são mesma coisa Samuelson 18e 2005 McGraw-Hill Interamericana de España. Todos os direitos reservados 16

17 Procura de substâncias viciantes por consumidores com dependência intensa Samuelson 18e 2005 McGraw-Hill Interamericana de España. Todos os direitos reservados 17

18 Procura de substâncias viciantes por consumidores fortuitos Samuelson 18e 2005 McGraw-Hill Interamericana de España. Todos os direitos reservados 18

19 The Price Elasticity of Demand (a) Perfectly Inelastic Demand: Elasticity Equals 0 Price Demand $5 1. An increase in price Quantity leaves the quantity demanded unchanged. 19 Copyright 2003 Southwestern/Thomson Learning

20 The Price Elasticity of Demand (b) Inelastic Demand: Elasticity Is Less Than 1 Price $5 1. A 22% increase in price... 4 Demand Quantity leads to an 11% decrease in quantity demanded. 20

21 The Price Elasticity of Demand Price (c) Unit Elastic Demand: Elasticity Equals 1 $5 1. A 22% increase in price... 4 Demand Quantity leads to a 22% decrease in quantity demanded. 21 Copyright 2003 Southwestern/Thomson Learning

22 The Price Elasticity of Demand Price (d) Elastic Demand: Elasticity Is Greater Than 1 $5 1. A 22% increase in price... 4 Demand Quantity leads to a 67% decrease in quantity demanded. 22

23 The Price Elasticity of Demand (e) Perfectly Elastic Demand: Elasticity Equals Infinity Price 1. At any price above $4, quantity demanded is zero. $4 Demand 2. At exactly $4, consumers will buy any quantity At a price below $4, quantity demanded d d is infinite. it Quantity 23

24 Elasticidade da Procura Qual a diferença entre a procura da empresa e a procura de mercado? Qual a importância do horizonte temporal? 24

25 Caso: Elasticidade da Procura Discutir os valores do quadro abaixo para a elasticidade preço. 25

26 Receitas e elasticidade da procura Receitas e elasticidade da procura Receita total e receita marginal Receitas e elasticidade da procura 26

27 Receitas e elasticidade da procura RT RT P. >1 η. η.... =1.... η < 1 RM ṚMg D. Q Q 27

28 Elasticidade Preço Resumo Samuelson 18e 2005 McGraw-Hill Interamericana de España. Todos os direitos reservados 28

29 Elasticidade-rendimento Elasticidade Rendimento Como é que a quantidade procurada responde a alterações no rendimento ElasticidadeRendimento = Δ% Q Δ% R Tipos de bens Bem de luxo Bem normal Bem inferior 29

30 Elasticidade Rendimento 30

31 Teoria do Consumidor Restrição Orçamental Preferências do consumidor Óptimo do consumidor Curva de procura Procura - A escolha individual 31

32 Procura Preferências do consumidor Função de utilidade ( X Y ) U, Não saciedade Utilidade marginal Curva de Indiferença Restrição orçamental Bens Preços Rendimento PX X + PY Y = R 32

33 Procura Óptimo do consumidor Maximizar a utilidade sujeito a restrição orçamental Graficamente: Restrição Orçamental tangente a uma Curva de Indiferença Ou seja: UM X = UM Y P P X Y 33

34 Procura Curva de Procura A partir da escolha do consumidor retira-se a funções procura de cada um dos bens: X = X ( P, P R) X y, Y = Y ( P, P R) X y, 34

35 Casos 1. Explique em que consiste um bem normal, de luxo e inferior. Discuta um exemplo de cada um destes bens. 2. Analise a decisão de compra na Fnac versus na Quebramar no que diz respeito ao tipo de consumidor e de bem, não esquecendo o actual contexto de crise. 3. Foi conduzida uma experiência com enólogos em que numa prova de vinhos (com a marca retirada) se descobriu que a sua avaliação se alterava quando sabiam o preço. Analise e comente. Mostre um exemplo adicional do mesmo fenómeno. 35

36 Casos 4. Os bens digitais música, filmes, software obtidos através de cópia ilegal são bens inferiores. Comente. 5. Foi conduzida uma experiência com enólogos em que numa prova de vinhos (com a marca retirada) se descobriu que a sua avaliação se alterava quando sabiam o preço. Analise e comente. Mostre um exemplo adicional do mesmo fenómeno. 6. Os economistas têm observado que os gastos em refeições de restaurantes diminui mais durante recessões económicas do que os gastos em comida caseira. Como pode o conceito de elasticidade id d ajudar a explicar este fenómeno? 36

37 Casos 7. Os medicamentos têm uma procura inelástica e os computadores têm uma procura elástica. Suponha que um desenvolvimento tecnológico duplica a oferta de ambos os produtos (i.e., a quantidade oferecida a cada preço passa para o dobro). a. O que acontece ao preço de equilíbrio e à quantidade em cada mercado? b. Qual dos produtos tem uma maior variação do preço? c. Qual dos produtos tem uma maior variação da quantidade? d. O que acontece à despesa do consumidor em cada produto? 8. Explique como se pode obter a função procura a partir da teoria do consumidor. Explique detalhadamente todas as alterações possíveis na procura que advêm do comportamento do consumidor. 37

38 Casos 9. Para cada um dos pares de bens, qual dos bens esperaria que tivesse uma elasticidade preço maior e porquê. a. Livro da bibliografia recomendada de uma disciplina ou livro de ficção científica. b. Gravações de Bach ou gravações de música clássica em geral. c. Coca-cola ou água engarrafada. d. Gasolina para a próxima semana ou para os próximos seis meses. e. Gelados Olá ou gelados Santini 10.Suponha que o governo decide aumentar os impostos de forma a reduzir o défice, em particular o IVA. a. Quais os efeitos esperados de tal aumento no funcionamento dos mercados? b. Quem paga o aumento de imposto? c. Qual a relação com o conceito de elasticidade preço. d. Existem empresas que vão manter os seus preços, apesar do aumento do IVA. Porquê? e. Existe algum custo para a sociedade, para além da receita fiscal? 38

39 Casos 11.Classifique cada uma das situações a seguir descritas relativamente ao efeito sobre o preço do bem em itálico e indique que tipo de movimento ocorreu relativamente t à procura respectiva. a. A seca destrói parte da colheita de café. b. O desenvolvimento de novos materiais faz com que surjam cada vez melhores substitutos btitt para a cortiça. c. Uma campanha publicitária faz com que as pessoas passem a consumir mais leite. d. A subida do preço do azeite faz aumentar o consumo de óleo de amendoim. e. São descobertas novas jazidas de petróleo. 12. Águas dos super batem Luso e Vitalis. Marcas próprias dos supermercados estão a crescer e detêm já 37,4% da quota de litros vendidos (DN, 3/7/2009). Comente. 13.Discuta os efeitos da publicidade na decisão de compra do consumidor. Quais os benefícios esperados para a empresa? 39

40 Casos 14.Qual o processo de decisão do consumidor? 15.Como se relaciona a sensibilidade dos consumidores ao preço com o lucro da empresa? Exemplifique. 16.Em que circunstâncias é possível a procura de um bem aumentar quando o seu preço sobe? 17.Discuta os vários efeitos da subida do preço do petróleo. 18.Analise criticamente as vantagens e as desvantagens de impor um limite à abertura dos hipermercados nas tardes de Domingos e feriados. 40

41 Casos 19.No contexto da teoria do consumidor, explique a determinação da função procura. 20.Qual a importância da elasticidade preço da procura para o processo de decisão da empresa? Quais os determinantes desta elasticidade? 21.Discuta as diferentes circunstâncias em que o mesmo bem pode ser considerado inferior, normal ou de luxo. 22. Perante uma procura elástica, o produtor pode subir o preço mas com moderação, pois os lucros podem descer. Comente. 23.Analise criticamente t as vantagens e as desvantagens de impor um preço mínimo nos livros vendidos em hipermercados. 41

42 Casos 24. Sonae contrata Katty X. Estilista será responsável pela criação de colecções de roupa infantil. Katty Xiomara vai colaborar com a Sonae na criação de colecções para a Zippy, insígnia de vestuário infantil da Modelo Continente. Expresso, 29/10/

43 Casos 25.Suponha que o preço dos leitores de música digital ipod (da Apple) aumenta. a. O que acontecerá à procura dos leitores de música digital ZEN (da Creative) e à procura de música digital na loja itunes? b. Qual a relação deste dois bens com o ipod? 26.Quais os determinantes da procura? Exemplifique. 27.Qual a diferença entre a procura da empresa e a procura de mercado, em termos de elasticidade preço? Exemplifique. 28.Relacione a elasticidade rendimento com o tipo de bens e exemplifique cada um dos casos. 43

44 Caso : Teoria do Consumidor 29.Comente aplicando a Teoria do Consumidor. A nova moda do marketing recorre a todos os sentidos Visão e audição são os mais comuns. Mas o tacto, o paladar e o olfacto já chegaram à publicidade. Cada vez mais o marketing não é apenas publicidade que surge na rua, televisão, ou que se ouve no rádio do carro. Hoje, pode sentir-se, saborear-se, tocar-se ou até cheirar-se. Chama-se marketing sensorial e está cada vez mais próximo dos consumidores. O maior desafio que a nova disciplina enfrenta agora é o de encontrar as estratégias para aplicar os cinco sentidos à comunicação comercial. Foi este o objectivo da conferência Sensory Marketing, que decorreu ontem, no ISCTE, em Lisboa, uma iniciativa da MySensis, agência nacional especializada em marketing sensorial. (Diário Económico, 23/06/10 00:05) 44

45 Bibliografia Mata (2010): cp